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Disciplina: Estágio Supervisionado Docente: Francesca Odetta Santos Ribeiro Consenza Turma: JUR8079_22 Aluno(a): Gabriel Thomás Ferreira Alvarez Cartajena Data: 10/05/2021 Nota da Prova: Matrícula: 20131105100 ESPÉCIE DE ATIVIDADE: RESENHA: FILME “JUSTIÇA” RESENHA: FILME “JUSTIÇA” Dirigido por Maria Ramos, o filme "Justiça" foi lançado em 2004, gravado durante as audiências criminais realizadas no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, mostrando a realidade do sistema penal brasileiro. O “elenco” do filme conta com a participação de três réus, três juízes, uma defensora pública e duas promotoras de justiça, e durante as filmagens, a maioria deles tem exposta consensualmente as suas vidas profissionais e pessoais. O princípio da igualdade, em que todos são iguais perante a lei, é esquecida no momento em que o réu – juiz de cabeça erguida, olhar frio e tom de voz elevado, que possui o poder de condenar e dar a liberdade enquanto o réu de cabeça baixa, encolhido e de fala mansa. De acordo com Maria Ramos, surge o termo “um microcosmos da sociedade”, ou seja, a figura do oprimido e do opressor, presente nos dois sistemas abordados. Durante a cena do julgamento final do réu, Carlos Eduardo, nega, perante a juíza, todas as acusações a ele imputadas, porém, a defensora pública declara que é culpado, sendo inclusive um dos chefes do tráfico de sua região. Este momento é possível notar a conduta antiética da defensora, que mesmo sabendo da culpa do réu em busca da realidade, acaba prejudicando a busca por uma real justiça, onde os réus possuem o direito de autodefesa negativa. Em outro debate entre o Juízo de Direito e o réu, pergunta-se porque não tem contato com os familiares, e indaga que tenta contato e sem sucesso, pergunta irrelevante ao processo, e o magistrado evidencia a dificuldade, bem como das pessoas que acompanharam o depoimento, de não levar em conta os antecedentes criminais do réu na análise do caso em questão. O filme deixa claro que o uso de uma linguagem jurídica, específica, distante da realidade dos que sofrem a persecução penal, funciona com uma fonte de segregação, de sorte a serem excluídos pelo discurso dominante essencialmente técnico, fora do alcance da maioria dos atores de que cuidou a diretora.
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