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Medicina Legal Aula 12 - Sexologia forense

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Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 12: SEXOLOGIA FORENSE 
1
1. Introdução 
 A Sexologia Forense é um dos ramos mais importantes da Medicina Legal, de vez que 
abrange, sob a sua denominação genérica, aspectos os mais variados todos eles revestidos 
de um caráter extremamente sério e delicado, porque os problemas que lhe dizem 
respeito são muitas vezes de difícil, senão impossível solução, delicado, porque, em que 
pese a crença geral de que estamos muito avançados na discussão e na apreciação natural 
das coisas do sexo, ainda há muitas barreiras de ordem psíquica, a serem superadas com 
compreensão, ou amainadas com verdadeira penetração psicoterápica. 
 A Sexologia Forense é um estudo dos problemas médico-legais ligados ao sexo. Tem como 
objeto estudar todos os fenômenos ligados ao sexo, as práticas libidinosas e suas 
implicações no âmbito jurídico (PAES LEME, 2018).O sexo é considerado normal quando 
às duas pessoas estão interessadas, existe um mesmo nível, nos planos físico, 
psicológico e social, com a finalidade reprodutiva (CROCE; CROCE,2012).Já o sexo 
considerado anômalo, com desvios da atividade sexual, quando não são por transtornos 
mentais, são transtornos do instinto e da definição ética (CROCE; CROCE, 2012). 
 Dentre os desvios da atividade sexual engloba-se as parafilias que são fantasias ou 
comportamentos frequentes, intensos e sexualmente estimulantes que envolvem objetos 
inanimados, crianças ou adultos sem consentimento, ou o sofrimento ou humilhação de si 
próprio ou do parceiro. Já transtornos parafílicos são parafilias que causam angústia ou 
problemas com o desempenho de funções da pessoa com parafilia ou, ainda, que 
prejudicam ou podem prejudicar outra pessoa. Os transtornos sexuais podem levar o 
indivíduo a graves crimes sexuais como é o caso dos Pedófilos, necrófilos, sádicos etc. 
(DALGARRONDO, 2008). 
 A grande maioria das vítimas de violência sexual atendidas no IML é do sexo feminino 
(94,14%) e a faixa etária predominante é menor de 18 anos (72,39%). 60,57% fazem queixa 
de estupro. Desses casos, 44,63% apresentam hímen íntegro e apenas 13,30% foram 
comprovados como sendo estupro propriamente dito. 21,38% apresentaram queixa de 
sedução, sendo que 78,05% pertencem à faixa etária de 14 a 18 anos, dos quais 67,18% 
revelaram hímen com roturas não recentes. 
 Apenas 9,37% das queixas de sedução apresentam hímen com rotura recente. Os casos 
com queixa de ato libidinoso diverso de conjunção carnal representam 17,95%, 
predominando o sexo masculino (56,65%) e menores de 14 anos (88,33%). Em apenas 30% 
foi possível comprovar a queixa. Ainda com relação à ALDCC, 91,83% foram coito anal. 
Com referência ao intervalo de dias entre a agressão e a perícia, 11,20% comparecem nas 
primeiras 24 horas, 44,79% de 1 a 7 dias, 8,07% de 7 a 15 dias e 30,21% após 15 dias. Ou 
seja, praticamente a metade dos casos comparece na primeira semana para a perícia. 
2. Violência sexual 
 Sexologia Forense → Parte da Medicina Legal que trata das questões médico-biológicas e 
periciais ligadas aos delitos contra a dignidade e a liberdade sexual. (Genival França, 2017) 
 Definição OMS (Organização Mundial de Saúde) → O uso intencional da força ou o poder 
físico, de fato ou como ameaça, contra uma pessoa ou um grupo ou comunidade, que 
cause ou tenha possibilidade de causar lesões, morte, danos psicológicos, transtornos do 
desenvolvimento ou privações” 
 Crimes contra a liberdade sexual (Lei 12.015 de 7 de agosto de 2009) → Estupro, violação 
sexual mediante fraude, assédio sexual, com os agravantes dos crimes sexuais contra 
vulneráveis. 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 12: SEXOLOGIA FORENSE 
2
❖ Estupro → Art.213. Constranger alguém mediante violência ou grave ameaça (física ou 
verbal), a ter conjunção carnal (pênis na vagina) ou a praticar ou permitir que com ele se 
pratique outro ato libidinoso 
➢ Pena de reclusão de 6 – 10 anos 
➢ § 1 o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 
18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos – (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
➢ Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
➢ § 2 o Se da conduta resulta morte – (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
❖ Violação sexual mediante fraude → Art.215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato 
libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre 
manifestação de vontade da vítima 
➢ Pena de reclusão, de 2 – 6 anos 
➢ Parágrafo único → Se o crime é cometido com a fim de obter vantagem econômica, 
aplica-se também multa 
❖ Assédio sexual → Art.216-A. A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou 
favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico 
ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. (Incluído pela Lei nº 
10.224, de 15 de 2001) 
➢ Pena de detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) 
➢ § 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos. 
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
❖ Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) 
❖ Estupro de vulnerável 
➢ Art.217-A → A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 
(catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009); pena de reclusão, de 8 (oito) a 15 
(quinze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém 
que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento 
para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer 
resistência. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 § 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 § 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: (Incluído pela Lei nº 
12.015, de 2009); pena de reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela Lei nº 
12.015, de 2009) 
 § 4o Se da conduta resulta morte (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009); pena de 
reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 § 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se 
independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido 
relações sexuais anteriormente ao crime. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018). 
 Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente 
➢ Art.218-A → A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-
lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia 
própria ou de outrem: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009); pena de reclusão, de 2 
(dois) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
❖ Importunação sexual → Art.215-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso 
com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 12: SEXOLOGIA FORENSE 
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de vontade da vítima: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009); pena de reclusão, de 
2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 
➢ Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, 
aplica-se também multa. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 
➢ Importunação sexual (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) 
➢ Art.215-A. → A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o 
objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro: (Incluído pela Lei nº 13.718, de 
2018); pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais 
grave. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) 
❖ Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cenade sexo ou 
de pornografia → Art.218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor 
à venda, distribuir publicar ou divulgar, por qualquer meio – inclusive por meio de 
comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática –, fotografia, vídeo ou 
outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou 
que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de 
sexo, nudez ou pornografia; pena de reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não 
constitui crime mais grave. 
➢ Aumento de pena → § 1º. A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se 
o crime é praticado por agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto 
com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação. 
➢ Exclusão da ilicitude → § 2º. Não há crime quanto o agente pratica as condutas 
descritas no caput deste artigo em publicação de natureza jornalística, científica, 
cultural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a identificação da 
vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito) anos." 
➢ Art.225 → Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante 
ação penal pública condicionada à representação. Parágrafo único - Procede-se, 
entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 
(dezoito) anos ou pessoa vulnerável.] 
❖ Estupro coletivo → Mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes 
❖ Estupro corretivo → Para controlar o comportamento social ou sexual da vítima (NR) 
➢ Art.234-A → A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: (Incluído pela 
Lei nº 12.015, de 2009) 
 I – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 III – de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez; (Redação dada pela 
Lei nº 13.718, de 2018). 
 IV – De 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à vítima doença 
sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador, ou se a vítima 
é idosa ou pessoa com deficiência. (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018). 
➢ Art. 234-B. → Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão 
em segredo de justiça. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
➢ Art. 234-C. → (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 12: SEXOLOGIA FORENSE 
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 Fatores associados 
❖ Condições socioeconômicas 
❖ Cultura 
❖ Uso de drogas lícitas e ilícitas 
❖ Impunidade 
3. Diagnóstico de conjunção carnal (pênis na vagina) 
 Rotura himenal recente na mulher virgem 
❖ Tempo de cicatrização das lesões 
 Presença de espermatozoides na vagina → Independe da rotura himenal 
 Alta concentração de fosfatase ácida na vagina → Presença de esperma 
❖ A fosfatase ácida pode ser produzido pela vagina, mas não em grandes quantidades 
 Presença do antígeno prostático específico (proteína P30) na vagina → Presença de 
esperma 
 Gravidez (mesmo que haja integridade himenal) 
 Analisar com cuidado outras lesões (inclusive as secundárias a outras causas), infecções 
sexualmente transmissíveis (IST’s) 
4. Diagnóstico de ato libidinoso 
 Coito anal 
❖ Fissuras sangrantes 
❖ Edema, equimose, hematomas em região perianal 
❖ Lesão com extensão para vagina 
❖ Análise com cuidado de IST’s, tônus esfincteriano, lesões secundárias a outras causas (ex. 
crianças obstipadas) 
 Lesões corporais 
❖ Análise de lesões como sugilações 
❖ Lesões em locais como → Nádegas, mamas, coxas, pescoço. 
5. Perícia de local 
 Perícia criminal 
❖ Preservar local 
❖ Coletar objetos do agressor e da vítima (atenção para vestes e preservativos) 
❖ Busca de possíveis materiais biológicos (pelos, sêmen, saliva, sangue) 
➢ Fluorescência (lâmpada de Wood) → Reação da luz ultravioleta com as secreções 
 Sangue 
 Urina 
 Saliva 
 Sêmen 
➢ Luminol → Reação com o ferro das hemácias, provocando quimiluminescência 
❖ Dados adicionais → Imagens, áudios 
 Quesitação 
❖ Há sinal de conjunção carnal recente e/ou prática de outro ato libidinoso? 
❖ Há sinal de violência da qual tivesse resultado de lesão corporal? 
❖ Trata-se de pericianda que, por enfermidade ou deficiência mental não tem o necessário 
discernimento para a prática do ato, ou que por outra causa, não pode oferecer 
resistência? (em caso afirmativo, especificar) 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 12: SEXOLOGIA FORENSE 
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 Violência presumida → Art. 224. Presume-se a violência, se a vítima: a) não é maior de 
catorze anos; b) é alienada ou débil mental, e o agente conhecia está circunstância; c) não 
pode, por qualquer outra causa, oferecer resistência”. (Revogado) 
❖ Art.217-A → Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 
(catorze) anos; pena de reclusão de 8 – 15 anos 
❖ §1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, 
por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a 
prática do ato, ou que, por qualquer causa, não pode oferecer resistência (incluído pela 
Lei nº 12.015, de 2009) 
6. Perícia do estupro 
 Perícia médica 
❖ Identificação 
❖ Histórico 
➢ Cuidado ao coletar as informações 
➢ Presença de acompanhante (responsável legal), se menor de idade 
➢ Uso de desenhos em crianças menores 
➢ Pesquisa de reações consensuais 
❖ Exame subjetivo 
➢ Condição psíquica da vítima 
➢ Atitude, postura da vítima 
❖ Recomendações gerais para o exame objetivo 
➢ Acompanhante 
➢ Local reservado 
➢ Material disponível 
➢ Iluminação adequada 
➢ Informação à vítima sobre o exame a ser realizado 
➢ Obter consentimento da vítima e aceitar recusa 
 Exame objetivo 
❖ Geral → Presença de lesões corporais (atentar para lesões sugestivas de luta e lesões 
características de ato libidinoso), coleta de material biológico (saliva, sêmen, região sub- 
ungueal, locais de mordida)) 
❖ Específico 
➢ Coito vaginal → Exame região genital 
 Posicionamento do paciente → Posição ginecológica ou posição de rã (em crianças 
 Inspeção à procura de lesões (equimoses, fissuras, roturas, avaliação hímen, feridas 
sugestivas de IST’s). 
 Atentar para diferenciar rotura himenal e entalhe 
 Local mais comum de lesão himenal 
 Tempo de cicatrização (Genival França, 2017) 
 Muito recente → De 1 a 6 dias (período de sangramento, equimose e orvalhamento 
sanguíneo); 
 Recente → De 6 a 20 dias (bordas da ruptura esbranquiçadas, com exsudação ou 
supuração e bordas da ruptura de coloração rósea); 
 Antiga → Mais de 20 dias (bordas da ruptura completamente cicatrizadas). 
 Coleta de material (pelos, secreção região genital, sêmen) 
➢ Coito anal → Exame da região anal 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 12: SEXOLOGIA FORENSE 
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 Posicionamento do paciente → Posição de Sims 
 Inspeção à procura de lesões (equimoses, fissuras, roturas, rágades, avaliação do 
tônus esfincteriano, feridas sugestivas de IST’s). 
 Coleta de material (pelos, secreção região genital, sêmen) 
➢ Sexo oral → Exame da região oral 
 Inspeção à procura de lesões (incomuns) 
 Coleta de material (pelos, sêmen) 
7. Exames complementares 
 Pesquisa de espermatozoides 
 Pesquisa de fosfatase ácida 
 Pesquisa de PSA (Antígeno prostático específico) 
 Pesquisa de beta Hcg (Gonadotrofina coriônica) 
 Pesquisa de Infecções sexualmente transmissíveis 
 Pesquisa de DNA 
❖ Termo de consentimento 
❖ Coletar também amostras de referência 
 Outros exames 
❖ Alcoolemia 
❖ Toxicológico 
❖ Avaliação complementar (médico assistente) 
8. Exame no suposto agressor 
 Exame subjetivo 
 Exame objetivo 
❖ Observar lesões corporais 
❖ Coleta de material (região subungueal) 
❖ Exame específico 
➢ Lesões genitais 
➢ Coleta de material para exames (região genital, sangue) 
➢ Termo de consentimento 
9. AbortoAmparo da Vida humana no Direito. 
 Definição Medicina Legal X Obstetrícia 
❖ Perda do produto da gravidez até o 6º mês gestacional. 
❖ O abortamento criminoso é a morte dolosa do feto no útero ou sua violenta expulsão do 
ventre materno, pela qual seja conseguida a morte do feto. (Carrara) 
 Aborto X Aceleração de parto 
 Código Penal 
❖ Art. 124 → Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque; pena 
de detenção, de um a três anos. 
❖ Art. 125 → Provocar aborto, sem o consentimento da gestante; pena de reclusão, de três 
a dez anos. 
❖ Art. 126 → Provocar aborto com o consentimento da gestante; pena de reclusão, de um 
a quatro anos. Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é 
maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido 
mediante fraude, grave ameaça ou violência. 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 12: SEXOLOGIA FORENSE 
7
❖ Art. 127 → As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, 
se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provoca-lo, a gestante 
sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, 
lhe sobrevém a morte. 
❖ Art. 128 → Não se pune o aborto praticado por médico: I – se não há outro meio de salvar 
a vida da gestante; II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de 
consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal 
 Aborto terapêutico → Não há outra forma de salvar a vida da mãe 
 Aborto sentimental → Estupro 
 Aborto eugênico 
 Aborto social 
 Aborto piedoso ou moral 
 Excludentes de ilicitude 
 
10. Perícia de aborto 
 Aborto recente em mulher viva 
❖ Exame dos seios 
❖ Cloasma, Linha nigra 
❖ Lesões região genital → Lesões vulvares e vaginais, lóquios, edema de grandes e 
pequenos lábios 
❖ Exame de material vaginal 
❖ Confirmar gravidez com beta Hcg 
 Aborto recente em mulher morta → Acrescentar o exame interno dos órgãos (útero, 
pulmões 
 Aborto antigo em mulher viva ou morta 
 Diferenciar aborto espontâneo de aborto traumático 
 Identificar o meio causador 
 Exame dos restos fetais 
 É vedado o ao médico 
❖ Art. 73 → Revelar o fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua 
profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente. 
❖ Parágrafo único → Permanece essa proibição 
➢ Mesmo que o fato seja de conhecimento público ou o paciente tenha falecido; 
Marina Ribeiro Portugal 
 
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AULA 12: SEXOLOGIA FORENSE 
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➢ Quando do depoimento como testemunha. Nesta hipótese, o médico comparecerá 
perante a autoridade e declarará seu impedimento; 
➢ Na investigação de suspeita de crime, o médico estará impedido de revelar segredo que 
possa expor o paciente a processo penal" 
❖ Art. 154 → Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de 
função, ministério, ofício a profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem: 
➢ Pena dedetenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou 
➢ multa. 
➢ Parágrafo único - Somente se procede mediante 
➢ representação 
 Art. 89 → Liberar cópias do prontuário sob sua guarda, salvo quando autorizado, por 
escrito, pelo paciente, para atender ordem judicial ou para sua própria defesa. 
 § 1º - Quando requisitado judicialmente o 
 prontuário será disponibilizado ao perito 
 médico nomeado pelo juiz 
11. Infanticídio 
 Definição (CP) → 
“Matar, sob a 
influência do estado 
puerperal, o próprio 
filho, durante o parto 
ou logo após”. 
 Durante o parto → 
desde a ruptura das 
membranas até a 
expulsão do feto e da 
placenta 
 Logo após → Minutos, 
horas, 10 dias? 
 Puerpério → Duração 
de até 8 semanas 
 Depressão pós-parto X 
Estado puerperal 
12. Perícia no infanticídio 
 Diagnóstico de tempo de vida 
❖ Natimorto → Feto morto durante o período perinatal 
❖ Feto nascente → Feto morto durante o parto, não respirou (feticídio) 
❖ Infante nascido → Acabou de nascer, respirou, mas não recebeu nenhum cuidado 
adequado 
❖ Recém-nascido → Desde os primeiros cuidados após o parto até aproximadamente o 7º 
dia após o nascimento 
 Diagnóstico de nascimento com vida → Vida extra-uterina 
 Docimásia → Do grego Dokimos = eu provo 
❖ Docimásia pulmonar hidrostática de Galeno 
➢ 1ª fase → Pulmões, traqueia, laringe, língua, timo e coração → Respiração plena 
➢ 2ª fase → Pulmões → Respiração precária 
➢ 3ª fase → Fragmentos de pulmão → Respiração precária 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 12: SEXOLOGIA FORENSE 
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➢ 4ª fase → Bolhas à expressão dos fragmentos de pulmão → Prova duvidosa 
➢ Todas as fases negativas → Não houve respiração 
❖ Docimásia histológica de Balthazar → Presença de gás nos alvéolos 
❖ Fatores confundidores → Putrefação ou paciente assistido (IOT) 
 Diagnóstico do mecanismo de morte 
 Diagnóstico do estado puerperal 
 Diagnóstico do puerpério, de parto recente ou antigo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências bibliográficas 
Aula de Dra. Adriana Mello (18/11/2021) 
Costa, J. P. D. (2016). Sexologia forense. 
Cunha, E. P. D. (1984). Sexologia forense: medicina forense. Bol. Cient. Soc. Flumin. Med. Cir, 47-
8. 
Cohen, C., & Matsuda, N. E. (1991). Crimes sexuais e sexologia forense: estudo analítico. Rev. 
paul. med, 157-64. 
Carrara, V. A., Balduci, J. P., Rangel, P. M. B., Pershun, T. H., & Cola, C. D. S. D. (2021). SEXOLOGIA 
FORENSE, CRIMES SEXUAIS E ESTUPRO: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. Revista Interdisciplinar 
Pensamento Científico, 6(3).

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