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04 Sexologia Forense

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Aula 04
Medicina Legal p/ PC-PB (Delegado)
2021 Pré-Edital
Autores:
Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo
Bilynskyj
Aula 04
26 de Janeiro de 2021
.
 
Sumário 
1 – Introdução ao estudo da Sexologia Forense ................................................................................................ 3 
1.1 – Atualizações Legislativas ....................................................................................................................... 3 
2 – Importância da perícia nos crimes de ordem sexual ................................................................................. 12 
2.1 – Quesitos a serem identificados ........................................................................................................... 13 
2.2 – Detalhes importantes na perícia ......................................................................................................... 14 
3 – Crimes contra a dignidade sexual .............................................................................................................. 17 
3.1 - Estupro ................................................................................................................................................. 18 
3.1.1 – A Estupro (art. 213 – CP) ..................................................................................................................................... 20 
3.1.2 – Passar as mãos no corpo da vítima: consumado ................................................................................................ 21 
3.1.3 – Conjunção carnal ................................................................................................................................................ 21 
3.1.4 – Estupro de vulnerável (217 – A, CP) ................................................................................................................... 24 
3.2 – A Perícia Em Crimes de Estupro ........................................................................................................... 28 
3.2.1 – Diagnose de esperma ......................................................................................................................................... 29 
3.2.2 – Perícia do coito vaginal ....................................................................................................................................... 31 
3.2.3 – Hímen e suas classificações ................................................................................................................................ 34 
3.2.4 – Ruptura himenal ................................................................................................................................................. 40 
3.2.5 – Conclusões .......................................................................................................................................................... 41 
3.3 – A perícia nos atos libidinosos .............................................................................................................. 42 
3.3.1 – Da perícia do coito anal ...................................................................................................................................... 42 
3.3.2 – Da perícia do coito oral ....................................................................................................................................... 45 
3.3.3 – Da perícia do coito vestibular ............................................................................................................................. 45 
3.3.4 – Da perícia de penetração de objetos .................................................................................................................. 46 
4 – Abuso sexual de Crianças ........................................................................................................................... 47 
4.1 – Violação sexual mediante fraude ........................................................................................................ 48 
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4.1.1 - Perícia em casos de violação sexual mediante fraude ....................................................................................... 49 
4.2 – Prostituição ......................................................................................................................................... 49 
4.2.1 – Perícia Em Casos De Prostituição Infantil ........................................................................................................... 50 
5 – Transtornos sexuais e identidade de gênero ............................................................................................. 51 
5.1 – Transtornos Sexuais ............................................................................................................................ 51 
5.1.1 – Transtorno De Identidade De Gênero ................................................................................................................ 62 
Resumo ............................................................................................................................................................. 63 
Destaques à Legislação e Jurisprudências ....................................................................................................... 79 
Jurisprudência .............................................................................................................................................. 86 
Considerações finais ......................................................................................................................................... 90 
Questões comentadas...................................................................................................................................... 91 
Lista de Questões ........................................................................................................................................... 117 
Gabarito ..................................................................................................................................................... 129 
 
 
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1 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA SEXOLOGIA FORENSE 
A Sexologia Forense ou Sexologia Criminal – sinônimo – é a parte da Medicina Legal responsável por tratar 
de questões periciais e também médico-biológicas ligadas, principalmente, a delitos de ordem sexual, ou 
seja, àqueles cometidos contra a dignidade e liberdade sexual. 
Noutras palavras, significa que, muito importa para essa disciplina os aspectos periciais que serão 
subsidiados por definições médico-biológicas para desvendar violências sexuais, em regra. 
De forma mais abrangente, parte da doutrina entende que o capítulo de Sexologia Forense não pode ser 
limitado apenas às questões de violência sexual, mas engloba questões que envolvam: gravidez, parto, 
aborto e até mesmo a reprodução humana. 
É o que diz Delton Croce1: 
É o capítulo da Sexologia que estuda as ocorrências médico-legais atinentes à gravidez, ao aborto, ao parto, 
ao puerpério, ao infanticídio, à exclusão da paternidade e a questões diversas relacionadas com a reprodução 
humana. 
Fato é que, embora o exista essa divisão, ela é meramente doutrinária, sendo irrelevante para nossa vida 
prática. 
1.1 – ATUALIZAÇÕES LEGISLATIVAS 
Nos últimos anos, inúmeras têm sido as alterações legislativas quando o assunto é violência 
sexual. Nesse sentido, destacamos o seguinte compilado sobre o tema (que, evidentemente, 
está vigente). Vejamos: 
 
 TERMO INICIAL DA PRESCRIÇÃO ANTES DE TRANSITAR EM JULGADO A SENTENÇA FINAL 
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: 
(...)1 CROCE, Delton e JR. CROCE, Delton. Manual de Medicina Legal. 8ª. Edição. São Paulo: Editora 
Saraiva., 2011, p. 1155. 
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V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código ou em 
legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver 
sido proposta a ação penal. (Redação dada pela Lei nº 12.650, de 2012) 
Ainda no Código Penal, sabemos que o legislador destinou parte exclusiva ao 
tema de crimes contra a liberdade sexual, mas vale destacar, que os 
dispositivos sofreram constantes atualizações, inclusive neste ano de 2018. 
Então, fique esperto! Essas alterações já têm sido exploradas em provas. 
Destacamos que prevalecem os seguintes dispositivos (Obs. Compilamos apenas os 
dispositivos vigentes. Dispositivos revogados não estão sendo citados): 
 
 DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 
 
TÍTULO VI 
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 
CAPÍTULO I 
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL 
Estupro 
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou 
permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
§ 1 º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou 
maior de 14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. 
§ 2 º Se da conduta resulta morte: 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos 
 
Violação sexual mediante fraude 
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Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio 
que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa 
 
Importunação sexual 
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de 
satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro: (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018). 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave. 
(Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018). 
 
Assédio sexual 
Art. 216-A . Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-
se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, 
cargo ou função. 
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. 
Parágrafo único. 
§ 2 º A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos. 
 
CAPÍTULO II 
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL 
Estupro de vulnerável 
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
§ 1 º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade 
ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer 
outra causa, não pode oferecer resistência. 
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§ 3 º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. 
§ 4 º Se da conduta resulta morte: 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. 
 
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se 
independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações 
sexuais anteriormente ao crime. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018). 
 
 
Corrupção de menores 
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. 
 
Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente 
Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, 
conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. 
 
Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de 
vulnerável. 
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor 
de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento 
para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. 
§ 1 º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. 
§ 2 º Incorre nas mesmas penas: 
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I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 
(catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo 
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas 
no caput deste artigo. 
§ 3 º Na hipótese do inciso II do § 2 º , constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de 
localização e de funcionamento do estabelecimento. 
 
 
Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de 
pornografia (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018). 
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou 
divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou 
telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro 
de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de 
sexo, nudez ou pornografia: (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018). 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave. (Incluído pela Lei nº 
13.718, de 2018). 
 
Aumento de pena (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018). 
§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado por 
agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de 
vingança ou humilhação. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018). 
 
Exclusão de ilicitude (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018). 
§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste artigo em 
publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de recurso 
que impossibilite a identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior 
de 18 (dezoito) anos. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018). 
 
CAPÍTULO IV 
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DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal 
pública incondicionada. (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018). 
Aumento de pena 
Art. 226. A pena é aumentada: 
I - de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; 
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, 
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título 
tiver autoridade sobre ela; (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018). 
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado: (Incluído pela Leinº 13.718, 
de 2018). 
 
 
Estupro coletivo (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018). 
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes; (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018). 
 
Estupro corretivo (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018). 
b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 
2018). 
 
CAPÍTULO V 
DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO 
SEXUAL 
 
Mediação para servir a lascívia de outrem 
Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem: 
Pena - reclusão, de um a três anos. 
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§ 1 º Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente, 
descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins 
de educação, de tratamento ou de guarda: 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos. 
§ 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspondente à violência. 
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. 
 
Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual 
Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou 
dificultar que alguém a abandone: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
§ 1 º Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou 
curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, 
proteção ou vigilância: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. 
§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude: 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à violência. 
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. 
 
Casa de prostituição 
Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, 
haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente: 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. 
 
Rufianismo 
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Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se 
sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
§ 1 º Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou se o crime é cometido por 
ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou 
empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou 
vigilância: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
§ 2 º Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou 
dificulte a livre manifestação da vontade da vítima: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena correspondente à violência. 
 
Promoção de migração ilegal 
Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim de obter vantagem econômica, a entrada 
ilegal de estrangeiro em território nacional ou de brasileiro em país estrangeiro: (Incluído pela 
Lei nº 13.445, de 2017) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.445, de 
2017 Vigência) 
§ 1º Na mesma pena incorre quem promover, por qualquer meio, com o fim de obter vantagem 
econômica, a saída de estrangeiro do território nacional para ingressar ilegalmente em país 
estrangeiro. (Incluído pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência) 
§ 2º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se: (Incluído pela Lei nº 13.445, de 
2017 Vigência) 
I - o crime é cometido com violência; ou (Incluído pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência) 
II - a vítima é submetida a condição desumana ou degradante. (Incluído pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência) 
§ 3º A pena prevista para o crime será aplicada sem prejuízo das correspondentes às infrações 
conexas. (Incluído pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência) 
 
CAPÍTULO VI 
DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR 
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Ato obsceno 
Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
 
Escrito ou objeto obsceno 
Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para fim de comércio, de distribuição 
ou de exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
§ 1º. Incorre na mesma pena quem: 
I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos referidos neste artigo; 
II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação teatral, ou exibição cinematográfica de 
caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que tenha o mesmo caráter; 
III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audição ou recitação de caráter 
obsceno. 
 
CAPÍTULO VII 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Aumento de pena 
Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: 
III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez; (Redação dada pela Lei nº 
13.718, de 2018). 
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à vítima doença sexualmente 
transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com deficiência. 
(Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018). 
Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de justiça. 
 
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Viram a quantidade de atualizações legislativas? Pois é, elas já estão sendo 
cobradas em provas. Portanto, a leitura diária destes dispositivos, para a 
sua aprovação, é condição sine qua non! 
Portanto, leiam e releiam sem moderação! 
 
2 – IMPORTÂNCIA DA PERÍCIA NOS CRIMES DE ORDEM 
SEXUAL 
Podemos afirmar que, no tocante à perícia criminal, a perícia em Sexologia Forense é, de modo muito 
particular, a mais delicada. 
Primeiro pela complexidade das estruturas analisadas, segundo pela delicadeza da situação. 
Embora o momento seja delicado, fato é que há necessidade de perícia – isso já sabemos – mas importa 
destacar que, nesta aqui exige-se que o laudo contenha redação simples, embora esta deva ser clara, 
objetiva e inteligível. 
Porém, isso não significa que esse documento pode ser elaborado de qualquer forma e sem elementos que 
facilitem a compreensão, ao contrário, é ele que, de forma objetiva, deve promover satisfatoriamente a 
compreensão sobre o fato que se quer apurar. 
Nesta fase, não se admite presunções de tipificações penais, menos ainda 
expressões de sentido dúbio ou vago, utilização de palavras inúteis e imprecisas, 
nessas hipóteses, o laudo, além de não permitir uma decisão exata, só servirá para 
criar dúvidas e confusão em quem julga. 
Significa dizer que, a descrição das lesões e, particularidades ali encontradas, devem ser descritas de 
forma minuciosa para que possibilite a descoberta da quantidade e qualidade do dano e o modo ou ação 
pela qual as lesões foram produzidas. 
Nas palavras de Genival Veloso2: 
 
 
2 FRANÇA, Genival Veloso. Medicina Legal. 10ª. Edição. São Paulo: Editora Geen.,2015 p.611. 
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(...) Não se pode aceitar pura e simplesmente a nominação do achado, mas em que elementos e alterações 
fundamentou-se o perito para fazer a afirmação ou a negação de uma conjunção carnal, por exemplo. Só 
assim o laudo alcançará seu verdadeiro destino: o de apontar com clareza à autoridade julgadora, no 
momento de valorizar a prova, as condições para o seu melhor entendimento. Para se terem as necessárias 
condições de exercer tal atividade legispericial, é preciso não apenas que o exame se verifique em local 
recatado – em respeito à dignidade e à privacidade de quem se examina –, mas ainda em ambiente com 
condições de higiene e de fácil e tranquila visualização dos possíveis achados periciais, sendo recomendável 
que o exame seja feito em mesas ginecológicas com suporte para os pés e, sempre que possível, com a 
presença de familiares adultos ou pessoa de confiança da vítima ou de enfermeiras, a não ser que a presença 
delas possa inibir a vítima de contar os detalhes necessários à investigação dos fatos. 
Note, contudo, que a função do perito, em casos relacionados ao tema de violência sexual, por exemplo, é 
descrever minuciosamente as lesões e as particularidades, quando existentes, explorando bem as 
características que elas encerram e respondendo com clareza aos quesitos formulados. 
Também é comum, em casos em que as infrações são mais graves, exigir para essa perícia médico-legal 
alguém não apenas com habilitação legal e profissional em Medicina, mas que tenha também a 
capacitação e a experiência necessárias no trato dessas questões, especificamente, pois para tanto não se 
exigem apenas o título de médico, mas educação médico-legal, conhecimento da legislação que rege a 
matéria, noção clara da maneira como deverá responder aos quesitos e prática na redação de laudo. 
 
2.1 – QUESITOS A SEREM IDENTIFICADOS 
Os laudos relacionados à crimes contra a dignidade sexual, em regra, identificam quesitos objetivos, 
simples e, geralmente, os modelos são padronizados. 
Evidentemente, o caso concreto pode exigir apontamentos mais complexo: 
 
1. Há vestígios de ato libidinoso? (Em caso positivo especificar); 
2. Há vestígios de violência? Se afirmativo, qual o meio empregado? 
3. Da violência resultou para a vítima incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 
(trinta) dias, ou perigo de vida, ou debilidade permanente de membro, sentido ou função, 
ou aceleração de parto, ou incapacidade permanente para o trabalho, ou enfermidade 
incurável, ou perda ou inutilização de membro, sentido ou função, ou deformidade 
permanente e/ou aborto? (Em caso positivo especificar); 
4. A vítima é alienada ou débil mental? 
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5. Houve outro meio que tenha impedido ou dificultado a livre manifestação de vontade da 
vítima? (Em caso positivo especificar). 
6. Há achados médico-legais que caracterizem a prática de ato libidinoso? 
7. Há evidências médico-legais que sejam indicadoras ou sugestivas de ocorrência de ato 
libidinoso contra o examinado que, no entanto, poderiam excepcionalmente ser produzidas 
por outra causa?3” 
 
2.2 – DETALHES IMPORTANTES NA PERÍCIA 
Sabemos que o exame pericial em matéria de Sexologia Forense é o mais delicado. Fato é que, embora isso 
ocorra, a perícia deve ocorrer e não pode ser negligenciada! 
Por isso, uma boa perícia pode evitar inúmeros dissabores além da reexposição da vítima. 
Mas como seria uma perícia em casos de crimes contra a dignidade sexual 
considerando que o assunto é tão delicado? 
Bem, para que você possa mensurar a dimensão e limites dessas perícias, destacamos um protocolo 
pericial, sugerido aos peritos, nos manuais do Mestre Genival Veloso4, que fornece in verbis; 
 
1. Exame do local dos fatos (pela perícia criminal) 
 
a. O local onde se deu a agressão sexual deve ser inteiramente 
preservado e protegido; 
b. A descrição do ambiente e das alterações nele encontradas deve ser 
minuciosa; 
c. Procurar objetos pessoais da vítima ou do agressor, incluindo peças 
íntimas, pontas de cigarro etc.; 
 
 
3 Este quesito, quando afirmativo, deixa claro que o perito apenas está afirmando que existem 
evidências sugestivas e indicadoras de ato libidinoso, o que pode possibilitar ao juiz, com existência de 
outras provas, tirar suas conclusões. 
4 FRANÇA, Genival Veloso. Medicina Legal. 10ª. Edição. São Paulo: Editora Geen.,2015 p.690. 
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d. Procurar manchas e outros elementos biológicos. 
 
2. Exame da vítima 
 
a. Identificação (nome, idade, sexo, profissão, residência etc.); 
b. Histórico (informes da vítima com sua própria linguagem sobre hora, local, condições, fatos mais 
específicos etc.); 
c. Exame subjetivo (condições físicas e psicológicas da vítima); 
d. Exame objetivo genérico (aspecto geral da vítima, lesões e alterações corporais sugestivas de 
violência); 
e. Exame objetivo específico: 
1. coito vaginal (exame dos genitais externos, coleta de pelos pubianos e amostras de sêmen 
sobre pele, vulva, períneo e margem do ânus, procura de lesões nos genitais externos, uso do 
espéculo nos exames para evidenciar lesões vaginais e coleta de amostras de material biológico, 
lavado vaginal com soro fisiológico estéril e coleta desse material, uso do colposcópio para 
melhor visualização de possíveis lesões do hímen, levando em conta a existência de rupturas 
com descrição de suas características, como número, local, idade etc.); 
2. Coito anal (estudo das lesões locais como equimoses, sufusões, rupturas, esgarçamentos das 
paredes anorretais e perineais, estado do tônus do ânus, coleta de pelos e amostras de sêmen, 
coleta de material biológico como sangue e saliva do agressor para identificação pelos testes em 
DNA); 
3. Coito oral (estudo das lesões labiais e linguais, coleta de amostra de material biológico do 
lavado da cavidade oral com soro fisiológico estéril); 
4. Introdução de objetos (pesquisa de possíveis lesões traumáticas e possíveis componentes do 
objeto usado na penetração); 
5. Exame das vestes da vítima na procura de sangue e sêmen para identificar o autor. 
 
 
 
3. Exame do agressor 
 
a. Anotação cuidadosa das características para facilitar sua identidade; 
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b. Exame das vestes na procura de sinais de luta, sinais da vítima (material biológico) e 
sinais de identificação do local dos fatos; 
c. Procura de sinais que o possam vincular aos fatos (sinais do coito, sinais de defesa, 
sinais ligados ao local dos fatos e sinais da vítima, como material biológico do tipo 
sangue, fezes, secreção menstrual etc); 
d. Coleta de material subungueal; 
e. Coleta de pelos e material biológico na região pubiana; 
f. Busca de lesões traumáticas nos órgãos genitais, de doenças venéreas e alterações que 
possam identificar o agressor pela vítima; 
g. Avaliação psiquiátrica do agressor. 
 
4. Recomendações 
 
a. O exame deve ser feito em lugar recatado, de boas condições higiênicas e de iluminação 
e com instrumental mínimo necessário; 
b. Evitar o exame sumário, superficial e omisso; 
c. Não fazer conclusões açodadas e intuitivas; 
d. Descrever detalhadamente a sede e as características das lesões; 
e. Valorizar também os exames subjetivo e objetivo genérico; 
f. Registrar em esquemas corporais próprios todas as lesões encontradas; 
g. Fotografar sempre que possível essas lesões; 
h. Detalhar em todasas lesões forma, idade, dimensões, localização e particularidades; 
trabalhar sempre em equipe; 
i. Ter o consentimento livre e esclarecido da vítima e em casos de menores obter o 
consentimento de seus responsáveis legais; 
j. Examinar com paciência e cortesia, pois são pessoas vulneráveis; 
k. Respeitar as confidências; 
l. Em casos de exames em menores, ter sempre alguém da família presente; 
m. Examinar sempre com privacidade; 
n. Aceitar a recusa ou o limite do exame pela vítima; 
o. A assistência médica deve ter prioridade sobre o exame pericial; 
p. O laudo deve ser redigido em linguagem inteligível e objetiva e não deve ter expressões 
incertas ou conclusões dúbias; 
q. As amostras coletadas devem ser sempre em número de duas ou mais para possível 
contraprova. 
 
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3 – CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 
Sabemos que a violência sexual é muito mais que um problema local, trata-se de contexto 
universal, que atinge todas as classes sociais, culturas, etnias e isso revela muito sobre 
esse tipo de delito, levando-o a revelações muito próximas dos demais delitos, no que se 
refere a aspectos estatísticos, despontando como causa elementos socioeconômicos. 
E se você ainda não entendeu essa relação, explico. 
Os números revelam que a maioria das vítimas dessa violência são as frações mais desprotegidas da 
sociedade, daí você já sabe, falamos de: crianças e mulheres. 
O crescimento populacional nas grandes periferias, o desemprego, o uso de drogas, p alcoolismo e, 
principalmente, a falta de segurança, são claramente, elementos que contribuem diretamente para fazer 
crescer esse tipo de crimes. 
Mas o que podemos entender por violência sexual? 
Erram aqueles que acreditam que a violência sexual é apenas o estupro. 
Obviamente, o estupro é a forma de violência sexual mais comum, porém não é 
a única. 
 
 
A Organização Mundial de Saúde - OMS definiu violência sexual como: 
“O uso intencional da força ou o poder físico, de fato ou como ameaça, contra uma pessoa ou um grupo ou 
comunidade, que cause ou tenha possibilidade de causar lesões, morte, danos psicológicos, transtornos do 
desenvolvimento ou privações”. 
Note que o conceito é muito mais amplo que estupro. 
Vale ressaltar que os registros de crimes relacionados à violência sexual, projetam-se muito acima das 
expectativas alarmantes e, a progressão delinquencial, tem extrapolados índices mais reservados. Ainda 
sobre os números, embora sejam alarmantes, não são confiáveis. É que esse tipo de vestígio, apesar de 
bem evidentes, na maioria das vezes, bloqueiam as vítimas; seja porque é criança e não pode entender o 
caráter da ofensa, seja porque a vítima se cala por medo ou vergonha, seja porque sente vergonha ou por 
culpa dos próprios responsáveis, enfim, incontáveis são os motivos. 
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3.1 - ESTUPRO 
Inicialmente, é importante destacar que, atualmente, na nossa legislação penal, há apenas 02 tipificações 
relacionadas ao crime de estupro, são elas: 
1. ESTUPRO (art. 213, CP): exige violência ou grave ameaça 
2. ESTUPRO DE VULNERÁVEL (217 – A): exige idade ou violência presumida 
Importante esclarecer em crimes de estupro, a violência pode ser: 
 
 
 Violência é efetiva quando existe o concurso da força física ou o emprego de meios capazes de 
privar ou perturbar o entendimento da vítima, impossibilitando-a de reagir ou defender-se. 
Portanto, apresenta-se sob duas modalidades: 
I) violência física ou 
II) violência psicológica. 
 
 
Nas palavras do Mestre, Genival Veloso5, temos o seguinte: 
 
 
 
5 FRANÇA, Genival Veloso. Medicina Legal. 10ª. Edição. São Paulo: Editora Geen.,2015 p.618. 
Estupro 
Violência 
Presumida 
Violência 
Efetiva 
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VIOLÊNCIA FÍSICA VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA 
A violência física não pode ser presumida, mas 
provada. Discute-se se há possibilidade, por 
exemplo, de um homem manter relação sexual 
com uma mulher caso haja resistência por parte 
desta. Os que negam essa possibilidade afirmam 
que tem a mulher, além dos movimentos da pélvis, 
dos músculos adutores das coxas e do apoio de 
seus membros, meios de impedir que o 
violentador chegue ao fim do seu ato erótico pelo 
desafogo natural da ejaculação antes de consumar 
o ato sexual. Mesmo aqueles que admitem a 
violência física só se convencem quando há uma 
desproporção muito grande de forças. Após uma 
luta mais breve, viriam a exaustão e perda das 
forças, não sendo possível o coito. Alguns 
admitem, mesmo a par da violência, que a vítima 
esboce resistência. Essa oposição deve ser real, e 
não a simples relutância ou negativa. A resistência 
deve ser contínua e idônea, em vez de uma 
simples simulação de resistência. Todavia, não se 
pode exigir que a mulher leve sua resistência até a 
morte. O que se exige é que o agressor tenha 
agido de forma violenta, anulando ou 
enfraquecendo a oposição da vítima. 
A violência efetiva psíquica é aquela em que o 
agente conduz a vítima a uma forma de não 
resistência por inibição ou enfraquecimento das 
faculdades mentais. A embriaguez completa, a 
anestesia, os estados hipnóticos (induzidos ou 
provocados) e a ação das drogas alucinógenas são 
exemplos desse tipo de violência. 
 
 
 Violência presumida: nossa legislação penal estabelece as condições: menores de 14 anos, 
alienados ou débeis mentais e por outra causa qualquer que impeça a vítima de resistir. Em tais 
circunstâncias, denomina-se estupro de vulnerável (incluído pela Lei no 12.015/2009). As menores 
de 14 anos são incapazes de consentir. O mesmo se diz dos portadores de deficiências ou 
transtornos mentais quando o agente conhece essa circunstância ou quando a perturbação é 
manifesta. E, finalmente, podem surgir situações em que a vítima, por um ou outro fato, não tenha 
condições de oferecer resistência. Deve-se entender por grave ameaça a promessa de um mal 
maior. É uma forma de violência moral. Em tais circunstâncias, fica a vítima impossibilitada, por 
angústia, medo ou pavor, de esboçar uma resistência6. 
Portanto, vamos ao estudo das duas modalidades de estupro. 
 
 
6 FRANÇA, Genival Veloso. Medicina Legal. 10ª. Edição. São Paulo: Editora Geen.,2015 p.618. 
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3.1.1 – A Estupro (art. 213 – CP) 
 
Em 2009, a Lei nº 12. 015, de 7 de agosto de 2009, promoveu significativas alterações no 
capítulo relativo aos crimes contra dignidade sexual, inclusive, ampliou o conceito do crime 
de estupro, cuja previsão é no art. 213 do CP que passou a vigorar da seguinte forma: 
 
CAPÍTULO I 
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL 
Estupro 
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou 
permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
 
Note que a edição dessa nova lei alterou alguns dos dispositivos do Código Penal referentes aos crimes 
agora chamados contra a dignidade sexual traz diversas alterações cuja intenção é a melhor especificação 
de determinados delitos e a punição com mais rigor, notadamente quando há o envolvimento de menores 
de idade. 
Assim, significa que, agora passa a ser vítima do delito de estupro, na forma do art. 213 do CP: 
 
Toda aquela pessoa constrangida mediante violência ou grave ameaça a ter 
conjunção carnalou a praticar ou deixar que lhe pratique outro ato libidinoso; 
 
Por outro lado, esse dispositivo absorveu a figura do atentado violento ao pudor, antes no artigo 214 e 
agora revogado, incorporando-o ao texto do artigo 213, caput e dos dois parágrafos do Código Penal, para 
constituir um único conceito legal de crime de estupro. Importante destacar, julgado relevante do STJ, 
sobre o referido tema, destacamos abaixo o Resp 1.309.394. 
 
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3.1.2 – Passar as mãos no corpo da vítima: consumado 
 
(Informativo 555 – STJ) 
(...) O agente levou a vítima (menina de 12 anos) para o quarto, despiu-se e, enquanto retirava 
as roupas da adolescente, passou as mãos em seu corpo. Ato contínuo, deitou-se na cama, 
momento em que a garota vestiu-se rapidamente e fugiu do local. 
O crime se consumou. Assim, se o réu praticou esse fato antes da Lei 12.015/2009, responderá 
por atentado violento ao pudor com violência presumida (art. 214 c/c 224 a, do CP) ou, se 
depois da Lei, por estupro de vulnerável (217 – A), ambos na modalidade CONSUMADO. 
STJ. 6ª, turma. Resp 1.309.394 – RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 3/2/2015. 
 
 
Nas palavras de Genival Veloso7: 
Essa tipificação unificada atende também à linguagem penal de outros países como Portugal, França, 
Espanha, Chile, Colômbia e Argentina. Agora, tanto o homem como a mulher poderão ser sujeito ativo ou 
passivo do crime de estupro, pois admite-se que qualquer ato libidinoso praticado de forma violenta ou de 
grave ameaça a alguém é tido como o delito em estudo. 
 
3.1.3 – Conjunção carnal 
O entendimento sobre conjunção carnal continua o mesmo. Genival Veloso conceitua em seu manual de 
Medicina Legal como sendo a “introdução completa ou incompleta do pênis na cavidade vaginal, 
ocorrendo ou não ejaculação, não se tendo como tal a cópula vestibular ou vulvar nem o coito oral ou 
anal.” 
 
 
7 FRANÇA, Genival Veloso. Medicina Legal. 10ª. Edição. São Paulo: Editora Geen.,2015 p.616. 
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Assim, significa dizer que: Ato libidinoso é gênero, possuindo inúmeras espécies, veja: 
 
É importante frisar que antes, o crime de estupro era praticado apenas contra a mulher através de 
conjunção carnal mediante violência ou grave ameaça e os outros tipos de atos libidinosos diversos da 
conjunção carnal eram tidos como atentado violento ao pudor. 
Porém, atualmente não se distingue mais o gênero da vítima, podendo assim o homem ser vítima do crime 
de estupro e inclusive a mulher pode ser autora desse crime contra outra mulher, bastando que ela 
constranja a vítima a praticar ou permitir que com ela se pratique um ato libidinoso e, também é 
considerado estupro tanto a conjunção carnal quanto os outros atos libidinosos, desde que alguém seja 
constrangido ou ameaçado a fazê-los. 
 
 Qual o conceito de ato libidinoso? 
Obviamente, temos algumas controvérsias de ordem doutrinária a partir do 
conceito de estupro pela sua nova definição, agora abrangendo também o ato 
libidinoso, cujos limites e circunstâncias são imprecisos. Faltou ao legislador mais 
clareza na definição desses atos, pois a expressão “ato libidinoso” é muito vaga e 
dá margem à muitas interpretações. Em geral, entende-se por ato libidinoso toda 
prática que tem por fim satisfazer completa ou incompletamente o apetite 
sexual, o qual pode traduzir-se, algumas vezes, em transtorno da preferência 
sexual. 
Ato Libidionoso 
(Gênero) 
Espécies 
conjunção 
carnal 
coito ectópico 
toques e 
apalpadelas de 
mamas 
masturbação 
contemplação 
lasciva 
Etc.. 
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Segundo a posição majoritária na doutrina, a simples contemplação da lascívia, por exemplo, já configura 
ato libidinoso descrito no art. 213 e 217-A do Código Penal, sendo irrelevante, para a consumação dos 
delitos, que haja contato físico entre ofensor e ofendido. 
O STJ, no Informativo nº 555, no julgamento de um caso concreto sobre o tema, posicionou-se da seguinte 
forma: 
 
(Informativo 555 – STJ) 
Para que o crime seja considerado consumado, não é indispensável que o ato libidinoso 
praticado seja invasivo (introdução viril nas cavidades da vítima). Logo, toques íntimos poder 
servir para consumar o delito. 
STJ. 6ª, turma. Resp 1.309.394 – RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 3/2/2015. 
 
Ainda nesse sentido: 
 
Beijo roubado em contexto de violência física pode caracteriza estupro. 
(Informativo 592 – STJ) 
(...) O agente abordou a vítima de forma violenta e sorrateiramente com a intenção de 
satisfazer sua lascívia, o que ficou demonstrado por sua declarada intenção de “ficar” com a 
jovem e pela ação de impingir-lhe, à força, um beijo, após ela ser derrubada em ao solo e 
mantida subjulgada pelo agressor, que a imobilizou pressionando o joelho sobre seu abdômen. 
Tal conduta configura o art. 213, §1º do CP, neste caso: 
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a 
praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: 
§ 1 º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 
(dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. 
 
STJ. 6ª, turma. Resp 1.611.910 – MT, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 11/10/2016. 
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Note, portanto, que ato libidinoso, como já fora dito, além da conjunção carnal, manifesta-se nas mais 
variadas situações, a exemplo: 
 No coito ectópico, 
 Na masturbação, 
 Nos toques e apalpadelas de mamas, 
 Coxas e vagina, 
 Na palpação de nádegas, 
 Na contemplação lasciva, 
 Nos contatos voluptuosos de forma constrangedora. 
Esses atos, praticados em alguém ou permitidos que a ele se pratiquem, constituem elementos que podem 
contribuir na caracterização do delito. 
 
3.1.4 – Estupro de vulnerável (217 – A, CP) 
Noutro giro, enquanto o estupro, tipificado nos termos do art. 213, CP exige violência, aqui, no estupro de 
vulnerável para que se configure o tipo penal, exige-se apenas, neste primeiro momento, que a vítima seja 
menor de 14 anos, vale lembrar que, o consentimento da vítima menor de 14 é irrelevante e não afasta o 
tipo penal. 
Frise-se!! 
 Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com MENOR de 14 (catorze) anos configura estupro 
de vulnerável – o consentimento da vítima, se menor de 14 anos é irrelevante. 
Noutras palavras, se a vítima tem 14 anos e 1 dia, não 
se configura o crime de estupro de vulnerável, mas FATO ATÍPICO. 
Nesse sentido, temos os seguintes julgados relacionados ao tema e que merecem destaque, pois tem sido 
muito explorado em provas: 
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Basta que o agente tenha praticado o ato sexual com menor de 14 anos para tipificar o delito 
previsto no art. 217-A do CP. 
(Informativo 568) 
Praticar conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso contra menor de 14 anos é crime. 
Antes da Lei 12.015/2009, tais condutas poderiam se enquadrar nos cries previstos no art. 213 
c/c 224, “a” (estupro com violência presumida por ser menor de 14 anos). 
Depois da Lei 12. 015/2009, essa conduta é criminalizada como estupro de vulnerável. 
STJ. 3ª, turma. 1.480.881-PL, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 26/08/2015 – recursorepetitivo - 
 
Isso significa que, para o STJ: 
 
 Se o agente pratica conjunção carnal ou atentado violento ao pudor com 
um adolescente de 13 anos, existe crime mesmo que a vítima consista com o ato 
sexual. 
 Mesmo que o adolescente e a vítima sejam namorados e haja consenso no 
ato sexual existe crime 
 Mesmo que o adolescente já tenha tido outras experiências sexuais, existe 
crime. 
 
Nesse sentido: 
 
(Informativo 568 – STJ) 
Para que haja a caracterização do crime de estupro de vulnerável previsto 
no art. 217 – A, caput, do CP, basta que o agente tenha conjunção carnal ou 
pratique qualquer ato libidinoso com pessoa menor de 14 anos. O 
consentimento da vítima, sua eventual experiência sexual anterior ou a existência de 
relacionamento amoroso entre agente e a vítima não afasta a ocorrência do crime. 
STJ. 3ª, turma. 1.480.881-PL, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 26/08/2015 – recurso 
repetitivo - 
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O tema é tão relevante que em 2017, ganhou até súmula do STJ, é o entendimento: 
 
 
Súmula 593: O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática 
de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima 
para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso 
com o agente. 
Ainda para o STJ, o tipo penal do art. 217-A, não exige apenas conjunção carnal, mas, vale dizer, admite 
toda e qualquer hipótese de ato libidinoso para sua configuração. Nesse sentido, destacamos os seguintes 
julgados: 
 
 
Passar as mãos nas coxas e seios de vítima menor de 14 anos configura 
estupro de vulnerável 
(Informativo 837) 
O Agente que passa as mãos nas coxas e seios da vítima menor de 14 anos, por 
dentro de sua roupa, pratica em tese, o crime de estupro de vulnerável (217 – A, CP), não 
importa que não tenha havido penetração vaginal (conjunção carnal). 
STJ. 1ª, turma. RHC 133121/DF, Rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. Para acórdão Min. Edson 
Fachin, julgado em 30/08/2016. 
 
E ainda, 
 
 
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Contato físico entre autor e vítima não é indispensável para configurar o delito. 
(Informativo 587) 
A conduta de contemplar lascivamente, sem contato físico, mediante pagamento, menor de 14 
anos desnuda em motel pode permitir a deflagração da ação penal peara apuração do delito de 
estupro de vulnerável. 
Segundo a posição majoritária na doutrina, a simples contemplação da lasciva que já configura 
o “ato libidinoso” descrito nos arts. 213 e 217 – A, do Código Penal, sendo irrelevante, para a 
consumação dos delitos, que haja contato físico entre ofensor e ofendido. 
STJ. 5ª, turma. RHC 70.976-MS, Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 26/08/2015. 
Outro tema muitíssimo relevante e atual em casos de crime de estupro de vulnerável é quando não há 
documento hábil capaz de comprovar a menoridade ou maioridade (para teses de defesa) da vítima. 
Isso importa para nossa matéria, já que, o laudo pericial pode ser documento significativo em casos assim. 
Neste sentido, é o entendimento do STJ: 
 
Meios de comprovação da menoridade da vítima nos crimes sexuais 
(Informativo 563) 
Nos crimes sexuais contra vulnerável, quando inexiste certidão de 
nascimento atestando ser a vítima menor de 14 anos na data do fato 
criminoso é possível a verificação etária por outros meios de prova 
presentes nos autos. 
Em suma, a certidão de nascimento não é o único meio idôneo para se comprovar a idade da 
vítima, que pode ser comprovada por meio das informações presente no laudo pericial, das 
declarações das testemunhas, da compleição física da vítima e das declarações do próprio 
acusado. 
 STJ. 5ª, turma. AgRg no AREsp 12.700- AC, Min. Gurgel de Faria, julgado em 10/03/2015. 
 
Se num primeiro momento, para a configuração do crime de estupro de vulnerável, importa a idade da 
vítima, num segundo momento, também cabe a análise da incidência do §1º, 217-A, CP, qual seja: 
 
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: 
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Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
§ 1 º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou 
deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra 
causa, não pode oferecer resistência. 
 
Significa dizer que, também comete crime de estupro de vulnerável que pratica ações com quem que por 
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por 
qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. 
Note que, neste momento, a idade é insignificante e, para configuração do delito, analisa se 
a vítima é: 
 Deficiente mental 
 Não tem necessário discernimento (ainda que momentâneo); 
 Não possa oferecer resistência. 
 
Bem, agora que já conceituamos as possibilidades de ocorrência do crime de estupro, cumpre-nos 
trabalhar os aspectos da perícia em relação ao tema. 
 
3.2 – A PERÍCIA EM CRIMES DE ESTUPRO 
Como sabemos, o estupro é um crime que deixa vestígios e, por isso, é indispensável a realização do exame 
pericial, seja para a devida comprovação da conjunção carnal, seja para demonstração de outro ato 
libidinoso e demais elementos que caracterizam o referido delito, a exemplo: 
 
 Lesões produzidas por violência física; 
 A identidade; 
 A determinação da idade e o estado mental da vítima; 
 A coleta de material para as provas biológicas que confirmem o ato ou identifiquem o autor. 
Enfim, há outros pontos a esclarecer na perícia do estupro. 
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Também é importante destacar em tema pericial, também é relevante estabelecer a identidade e o estado 
mental do agressor a fim de medir sua capacidade de entendimento ao fato delituoso e, também, 
averiguar suas possibilidades físicas de constranger e dobrar a vítima aos seus instintos sexuais. 
Nas palavras de Delton Croce8: 
Os expertos devem atentar para o estado mental do agressor, para inferir sobre a sua capacidade de entendimento do 
fato delituoso e de determinar-se de acordo com esse entendimento, e para suas possibilidades físicas de constranger e 
dobrar a vítima aos seus instintos sexuais. 
Contudo, nesta aula, trataremos de dados mais relevantes na comprovação pericial e mais explorados em 
provas, quais sejam: dos coitos vagínico, anal e oral, além da penetração de objetos por via retal ou 
vaginal de forma violenta ou coativa. 
Papel fundamental tem a perícia médico-legal, nestes casos. Explico. É que é ela que permite comprovar a 
realidade da cópula vagínica, importando, se mulher virgem, na ruptura do hímen, ou, nos casos de 
complacência ou mulher não virgem, a constatação de uma moléstia venérea profundamente situada, de 
que o imputado seja portador e que se encontre em fase contagiante, ou de uma taxa alta de fosfatase 
ácida na secreção vaginal (300 a 3.000 unidades King por centímetro cúbico de esperma humano), do 
próprio esperma, além da barreira himenal, ou de uma gravidez. 
3.2.1 – Diagnose de esperma 
Para a diagnose de esperma utilizam-se as reações cristalográficas, que são reações de orientação ou de 
probabilidade, e pelas provas de certeza e pelas provas biológicas, específicas e individuais. 
Delton Croce9 explica que as primeiras estão representadas especialmente pela: 
 
1) Reação de Florence — Uma soluçãoiodo-iodetada posta em contato com 
um macerado de esperma reage com a lecitina, que é um lipoide espalhado na 
economia inteira, e forma cristais romboédricos, de colorido marrom 
amarelado, visíveis somente ao microscópio. Essa reação não é peculiar ao 
esperma humano, pois a lecitina é encontrada também nos animais; logo, a reação se positiva 
 
 
8 CROCE, Delton e JR. CROCE, Delton. Manual de Medicina Legal. 8ª. Edição. São Paulo: Editora 
Saraiva., 2011, p. 1243. 
9 CROCE, Delton e JR. CROCE, Delton. Manual de Medicina Legal. 8ª. Edição. São Paulo: Editora 
Saraiva., 2011, p. 1243. 
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com esperma de todos os animais. Outrossim, à maneira do que ocorre com outras reações 
cristalográficas, a reação de Florence ainda se positiva com sucos vegetais, excretas orgânicos 
etc. 
2) Cristais de Baecchi — Originam-se dos cristais de Florence, 15 a 30 minutos após a sua 
formação, ao lado dos quais são vistos, numa preparação microscópica, como formações 
ovaladas, semilunares ou hexagonais, de tonalidade marrom-escura. 
 
3) Reação de Barbério — Uma solução saturada de ácido pícrico em água destilada posta na 
presença de um macerado de esperma bem concentrado forma cristais de formas das mais 
variadas: ovoides, romboédricos, losangulares, de acículas grossas. As provas de certeza são 
feitas pela demonstração de um único espermatozoide íntegro ou, então, de muitas de suas 
cabeças com fragmentos de caudas aderidas no material examinado. As provas biológicas 
específicas têm valor para a determinação da origem do esperma, desde que os 
espermatozoides típicos, previamente evidenciados, não tenham sofrido alterações 
morfológicas. A individuação de esperma humano pela técnica da absorção de Schütze, ou pelo 
método de absorção de Landsteiner e Reich, quando possível realizá-las, tem inconteste valor 
prático; baseia-se no elevado percentual de aglutinógenos A e B existentes no esperma em 
estreita correspondência com o grupo sanguíneo do indivíduo. 
Por outro lado, as provas de certeza são feitas pela demonstração de um único espermatozoide íntegro ou, 
então, de muitas de suas cabeças com fragmentos de caudas aderidas no material examinado. As provas 
biológicas específicas têm valor para a determinação da origem do esperma, desde que os 
espermatozoides típicos, previamente evidenciados, não tenham sofrido alterações morfológicas. 
A individuação de esperma humano pela técnica da absorção de Schütze, ou pelo método de absorção de 
Landsteiner e Reich, quando possível realizá-las, tem inconteste valor prático; baseia-se no elevado 
percentual de aglutinógenos A e B existentes no esperma em estreita correspondência com o grupo 
sanguíneo do indivíduo10. 
 
 
 
10 CROCE, Delton e JR. CROCE, Delton. Manual de Medicina Legal. 8ª. Edição. São Paulo: Editora 
Saraiva., 2011, p. 1243. 
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3.2.2 – Perícia do coito vaginal 
A doutrina clássica destaca que, para a comprovação do coito vagínico, é importante considerar 
alguns pontos relevantes, por isso, para fins meramente didáticos, estabeleceremos a seguinte ordem 
cronológica: 
 
a. HISTÓRICO: 
Inicialmente, é importante que os exames constantes do relatório médico sejam precedidos por um 
histórico da vítima que justifique a perícia, atinente aos atos sexuais praticados, na sua própria linguagem, 
assim como informações sobre: 
 Hora; 
 Local; 
 A posição em que a vítima foi colocada e mais o que tenha relação e interesse ao caso concreto; 
 Condições especialíssimas como foram levados a efeito; 
 Número de relações; 
 Se foram no mesmo dia ou em dias sucessivos. 
Também é importante que tudo isso sempre com a maior discrição possível11. 
Noutro giro, é claro que o histórico da vítima ou – em casos de crianças muito pequenas – de seu 
acompanhante responsável não deve comprovar objetivamente a ocorrência da alegada infração que se 
quer apurar, mas que ela seja consignada objetivamente pelos vestígios de configuração típica 
comprovados pela perícia. 
 
b. EXAMES: 
Os exames se subdividem da seguinte forma: 
 
 
11 Hermes Rodrigues de Alcântara (in Perícia Médica Judicial, 2a edição, Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2006). 
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 EXAME SUBJETIVO: Aqui, são consideradas todas as condições psíquicas da vítima, todos os sinais 
e sintomas que possam ser anotados quanto ao seu desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado, ou mesmo a um transtorno mental, no sentido de permitir caracterizar agravantes ou 
tipificações penais. 
 EXAME OBJETIVO: há de se considerar duas partes: uma 1) genérica e outra 2) específica. 
 
(1) Exame objetivo genérico:12 Neste, leva-se em conta o aspecto geral da vítima, como peso, estatura, 
estado geral, lesões e alterações corporais sugestivas de violência física. 
Deve-se também, em casos sugestivos, pesquisar sinais de presunção e de probabilidade de gravidez na 
esfera genital e extragenital da examinada. 
Há também de se procurar as provas de violência ou de luta, apresentadas pela vítima nas mais diversas 
regiões do corpo: equimoses e escoriações, mais evidenciadas nas faces externas das coxas, nos 
antebraços, na face, em derredor do nariz e da boca – como tentativa de fazer calar os gritos da vítima – e, 
finalmente, escoriações na face anterior do pescoço, quando existe a tentativa de esganadura ou como 
forma de amedrontá-la. 
 
DESCREVENDO AS LESÕES 
 
 
 
12 FRANÇA, Genival Veloso. Medicina Legal. 10ª. Edição. São Paulo: Editora Geen.,2015 p.619/620. 
EXAMES 
Subjetivos 
Considera-se 
condições 
psíquicas da vítima 
Objetivos 
Características 
gerais da vítima + 
exame específico 
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A descrição dessas lesões – sem seus elementos de caracterização, como disposição, 
dimensões, estágio evolutivo e perfeita localização – além de permitir a dúvida quanto à época 
de sua existência, dificulta sua interpretação como lesão típica. 
A simples descrição de uma escoriação em um cotovelo ou uma hiperemia vaginal, por 
exemplo, não permite se afirmar com segurança que uma pessoa sofreu violência sexual. A 
perícia deve orientar suas conclusões no sentido de valorizar as lesões corporais encontradas 
tentando estabelecer uma relação com o alegado fato e com isso poder configurar seu nexo 
causal. 
É preciso que fique demonstrado que tais lesões representam o último esforço da ofendida 
como forma de resistir à intenção anômala do agressor. Simplesmente nominar uma lesão sem 
expor todas as particularidades que ela encerra não leva a qualquer convicção. É claro que não 
se exige a precisão cronométrica em dias ou horas, mas no mínimo se ela é “muito recente”, 
“recente” ou “antiga”. 
(2) Exame objetivo específico:13 Coloca-se a paciente em posição ginecológica, examinando-se 
cuidadosamente o aspecto e a disposição dos elementos da genitália externa. 
Em seguida, tomam-se os grandes e os pequenos lábios entre as extremidades dos polegares e dos 
indicadores, puxando-os para fora e na direção do examinador, de modo que se exponha inteiramente o 
hímen. 
Em moças virgens, obviamente, exige-se outras formas para realização do exame específico, que poderá 
ser: 
a. No estudo da integridade himenal; e 
b. Nos casos de himens complacentese de mulheres de vida sexual pregressa, a perícia se louva 
na eventual presença de gravidez, de esperma na cavidade vaginal, na constatação da 
presença de fosfatase ácida ou de glicoproteína P30 (de procedência do líquido prostático 
c. Ou na contaminação venérea profunda. 
 
 
 
 
13 FRANÇA, Genival Veloso. Medicina Legal. 10ª. Edição. São Paulo: Editora Geen.,2015 p.620. 
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3.2.3 – Hímen e suas classificações 
O hímen é uma estrutura mucosa que separa a vulva da vagina. Existem várias classificações do hímen, 
nesta linha, seguiremos os ensinamentos de Genival Veloso14 sobre o tema. 
 
1. Quanto a face: o hímen possui duas faces: uma vaginal e profunda e outra vestibular ou superficial 
2. Quanto a Borda: Apresenta ainda duas bordas: uma aderente ou de inserção e outra livre, que 
limita o óstio. 
 Assim, quando a mulher está de pé sua situação é horizontal; 
 Quando ela se encontra em decúbito é vertical. 
 
3. Quanto a face: A face vaginal do hímen é ligeiramente côncava, rugosa, irregular e de coloração 
vermelho escura. A face vestibular, um tanto convexa, forma com a face interna dos pequenos 
lábios um sulco chamado de vulvo-himenal ou ninfo-himenal, não muito raramente interrompido 
por pequenas bridas de sentido transversal e que circunscrevem pequenas depressões 
cognominadas fossetas vulvo-himenais. Algumas vezes o hímen tem uma falha em sua parte 
superior (correspondente à posição das 12 h de um mostrador de relógio), pois neste local se 
inserem o meato uretral e o clitóris. A borda livre do hímen pode apresentar-se regular, irregular ou 
recortada, mostrando reentrâncias que são conhecidas por entalhes ou chanfraduras. Se elas 
avançam a pique, chegando quase à borda de inserção, e se são simétricas, denominam-se 
entalhes. Se são superficiais e correm em extensão, geralmente de 2 a 3 mm, dá-se-lhes o nome de 
chanfraduras. Algumas vezes têm sido elas, principalmente os entalhes, confundidas com rupturas. 
A diferença entre ruptura incompleta e entalhe não é tarefa tão difícil. Eles se mostram com 
características bem diversas. De um entalhe a outro, quando são muitos, surgem limitações de 
membrana que se conhecem por lobos, que dão ao hímen uma forma franjada. 
 
Genival Veloso de França distingue a ruptura do entalhe ao mencionar que “a primeira (ruptura) 
apresenta comumente profundidade completa na orla himenal, chegando até sua inserção na 
parede vaginal, bordas irregulares, disposição assimétrica, justaposição completa das bordas, 
bordas recobertas por tecido fibroso cicatricial esbranquiçado, ângulo da ruptura em forma de V, 
sinais de cicatrização ao nível das bordas e, quando recente, infiltração hemorrágica, sangramento 
ou sinais de supuração. Já o entalhe mostra pouca penetração na orla himenal, bordas regulares, 
 
 
14 FRANÇA, Genival Veloso. Medicina Legal. 10ª. Edição. São Paulo: Editora Geen.,2015 p.621. 
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disposição frequentemente simétrica, justaposição impossível das bodas, bordas revestidas por 
epitélio pavimentoso estratificado idêntico ao restante do hímen, ausência de sinais de cicatrização 
recente e de infecção localizada e ângulo de clivagem arredondado". 
 
4. Quanto à altura do hímen: A altura do hímen é a distância entre a borda livre e a borda de 
inserção. Quanto maior a altura, menor o óstio, e vice-versa. O hímen pode ser exíguo, limitando-se 
a uma delgada e estreita orla, e pode ser considerável, fechando bem o óstio ou excedendo-o por 
fora, como nos himens “em prepúcio” ou “em bolsa”. 
São alguns tipos de hímen15: 
 
 
5. Quanto às dimensões do orifício: essas dependem da largura do óstio e, relativamente, da 
membrana mais ou menos larga que o fecha. 
6. Sinomia: De origem grega (hymen, membrana), é a prega ou membrana, de forma variada, que, 
nas mulheres virgens e nas que portam hímen complacente, constitui a mucosa vulvar no sítio em 
que entra na vagina. É, portanto, uma membrana mucosa que separa a vulva da vagina, atrás dos 
pequenos lábios. Não é apanágio da espécie humana, pois outros animais, como alguns tipos de 
macacas, também o possuem. O inverso é verdadeiro: a agenesia himenal existe na espécie 
humana16. 
 
 
15 Imagens: Internet: https://sexsaude.com.br/orientacao/anatomia/himen.htm Acesso em 10.10.2018 
16 CROCE, Delton e JR. CROCE, Delton. Manual de Medicina Legal. 8ª. Edição. São Paulo: Editora 
Saraiva., 2011, p. 624. 
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7. Forma e classificação: Não há um hímen típico. Cada mulher apresenta uma forma quase pessoal. 
As classificações mais usadas são as de Afrânio Peixoto e de Oscar Freire. 
A classificação de Afrânio Peixoto baseia-se na presença ou não de linhas de junção formando ângulos na 
inserção vaginal. Divide-se em três grupos: acomissurados, comissurados e atípicos. 
i) HIMENS ACOMISSURADOS: imperfurados: sem abertura; anulares: orifício circular, ovalar ou 
elíptico; semilunares: abertura em forma de crescente; helicoidais: a membrana descreve curvas 
em hélice; septados: com septos transversal, longitudinal ou oblíquo, delimitando dois orifícios; 
cribriformes: membrana crivada por várias aberturas regulares ou irregulares. 
Vejamos alguns exemplos17: 
Hímen Circular 
 
Hímen Ovalar 
 
 
 
17 Imagens: FRANÇA, Genival Veloso. Medicina Legal. 10ª. Edição. 
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Hímen Septado 
 
Hímen complacente 
 
 
 
ii) HIMENS COMISSURADOS: bilabiados: transversais ou longitudinais; trilabiados: três valvas ou 
três comissuras; quadrilabiados: quatro valvas e quatro comissuras; multilabiados ou 
coroliformes: a membrana toma a forma de flor. 
Vejamos alguns exemplos18: 
Hímen tetralabiado Hímen cordiforme 
 
 
18 Imagens: FRANÇA, Genival Veloso. Medicina Legal. 10ª. Edição. 
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iii) HIMENS ATÍPICOS FENESTRADOS:19 com um orifício grande e outro pequeno; com apêndices 
salientes; com apêndices pendentes. Na classificação de Oscar Freire, foi levado em conta, 
principalmente, o orifício. São classificados como: imperfurados, perfurados e atípicos. 
 IMPERFURADOS: constituindo-se em uma forma rara, embora seu conhecimento seja de muito 
tempo. Cícero chamou de “natureza selada”, e Plínio, de “natureza fechada”. Quando existe tal 
situação, indica-se uma incisão cirúrgica para dar saída ao fluxo menstrual. 
 PERFURADOS: punctiformes: central ou lateral; circulares, ovalares ou elípticos; lineares: em forma 
de fenda; triangulares: trilabiado; quadrangulares: orifício com quatro bordas multiangulares: com 
muitos lábios; com dois orifícios: limitando um septo; com três ou mais orifícios; com vários orifícios 
(cribriforme). 
 ATÍPICOS: que não se enquadram entre os anteriormente referidos nesta classificação. Himens 
múltiplos: Há casos de dois ou mais himens situados em um mesmo plano ou em planos diferentes, 
um adiante do outro. Registram-se casos de três e até quatro. Deve-se ter o cuidado de não 
confundir essa multiplicação himenal com as colunas rugosas da vagina. Elasticidade e 
permeabilidade do hímen:Tem o hímen a propriedade de elastecer-se, dando-lhe maior ou menor 
dilatabilidade. Sua elasticidade pode chegar ao ponto de permitir a penetração de corpos mais 
calibrosos sem se romper. São os himens complacentes, por excesso de membrana. Geralmente, 
sua complacência, quando existe, sempre é por exiguidade de membrana. O conceito de hímen 
complacente com certeza é o mais discutível na prática médico legal corrente, tanto pelo seu 
caráter subjetivo quanto pela ausência de outros meios propedêuticos, além da apreciação visual, 
por isso é tão discutível entre aqueles que exercem essa atividade pericial. 
 
 
19 FRANÇA, Genival Veloso. Medicina Legal. 10ª. Edição. São Paulo: Editora Geen.,2015 p.627. 
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Vejamos alguns exemplos20: 
Hímen septado oblíquo 
 
Hímen septado longitudinal 
 
Hímen septado transverso 
 
Hímen cribriforme 
 
Hímen em bolsa Hímen roto 
 
 
20 Imagens: FRANÇA, Genival Veloso. Medicina Legal. 10ª. Edição. 
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Note, que não é possível uma uniformização de critérios para se ter um modelo preciso e objetivo de 
hímen complacente, visto que esse conceito está arraigado na experiência e na convicção individual de 
cada perito. 
Por outro lado, não é exagero dizer que em um mesmo serviço podem-se ter variadas concepções sobre tal 
diagnóstico, mesmo levando-se em conta a importância e delicadeza de cada caso examinado em face da 
transcendência de seus resultados. 
 
3.2.4 – Ruptura himenal 
É na maioria das vezes a ruptura himenal, o elemento mais essencial no diagnóstico de conjunção carnal. 
E, nas palavras de Delton Croce: 
Conjunção carnal é a relação sexual entre um homem e uma mulher. É a posse sexual, o coito, o concúbito ou 
ajuntamento carnal da mulher por parte do homem. É a cópula fisiológica. É a cópula vagínica. É a introductio 
penis in vaginam. É a intromissio penis in vaginam. É a introductio penis infra vas. É a introdução, parcial ou 
total, do pênis em ereção na vagina, além da barreira himenal, não importando a ocorrência de orgasmo, nem 
a ruptura física do hímen. É o coitus secundum naturam. A ruptura do hímen caracteriza física e 
anatomicamente a realidade da conjunção carnal, desde que determinada pela introdução do pênis em ereção 
na vagina, e não por olisbos, traumatismos, masturbação etc. Embora íntegro o hímen, asseguramos 
caracterizado o delito de estupro se ocorre a simples penetração do espermatozoide fecundante ejaculado em 
cópula vestíbulo-vulvar, além da membrana, eis que tal fato, à luz da tutela penal pátria, equivale à conjunção 
carnal, levando-se em conta que a vítima se sente estuprada com o coito vulvar, já que o atrito do pênis na 
entrada da vagina é totalmente diferente do contato em outra parte de seu corpo. Mas a jurisprudência não é 
pacífica nesse sentido. 
 
Daí a necessidade de se descreverem tais rupturas de forma simples e objetiva, dando todas as 
características, como por exemplo: 
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 De idade dessa lesão; 
 Sua localização; 
 Número delas; 
 E outras particularidades que possam se tornar úteis. 
 
É também necessário que se registrem na descrição das bordas das rupturas, 
quando houver: a presença de sangramento, de sufusão hemorrágica ou 
orvalhamento sanguíneo, de edema, de reação inflamatória ou de tecido de 
granulação, ou simplesmente as características de seu estágio de cicatrização, 
enfatizando se as bordas dessa ruptura são espessas, delgadas, regulares, 
irregulares, arredondadas e de que coloração. 
É que, esses elementos são fundamentais para o convencimento de um diagnóstico de ruptura recente ou 
antiga do hímen. Por esta razão, o perito não pode limitar-se a dizer que a ruptura é antiga ou recente. A 
fundamentação e justificativa dessa convicção é medida que se impõe! 
Também é muito importante que se apreciem nesse exame: 
 O tamanho do óstio; 
 A altura da orla e a consistência, 
 O espessamento, 
 A possibilidade de franqueamento e a distensibilidade himenal 
 
Uma vez que o conjunto dessas particularidades pode influir de maneira concreta nas conclusões periciais. 
Quanto a cicatrização, as rupturas himenais podem ser classificas em: 
 Muito Recente: de 01 a 06 dias - período de sangramento, equimose e orvalhamento sanguíneo; 
 Recente: 06 a 20 dias - Bordas da ruptura esbranquiçadas, com exsudação ou supuração e bordas 
da ruptura de coloração rósea; 
 Antiga: Mais de 20 dias - Bordas da ruptura completamente cicatrizadas. 
 
3.2.5 – Conclusões 
Não restam dúvidas que a função do exame médico legal e, consequentemente, do perito na instrução 
criminal, em casos dessa ordem, é descrever minuciosamente as lesões e as particularidades, quando 
existentes, explorando bem as características que elas apresentam e respondendo com clareza os quesitos 
formulados, pois só dessa forma estará ajudando a interpretar não só o aspecto quantitativo e qualitativo 
do dano, como o modo ou a ação pelo qual ele foi produzido. 
Mas muito cuidado!!! 
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Não é função dos peritos tipificar delitos ou capitular dispositivos de Código Penal. Essa é 
uma tarefa do julgador. Por mais inestimável que seja a contribuição pericial, somente ao juiz 
cabe essa condição. A missão dos peritos é relatar: visum et repertum. 
 
3.3 – A PERÍCIA NOS ATOS LIBIDINOSOS 
Bem, já vimos que diversas são as possibilidades da caracterização de ato libidinoso, uma vez que entende-
se por ato libidinoso toda prática que tem o fim de satisfazer completa ou incompletamente o apetite 
sexual: 
Por ato libidinoso, compreende-se a possibilidade de satisfazer completa ou incompletamente, com ou sem 
ejaculação, o apetite sexual, o qual pode traduzir-se desde a cópula carnal até as mais variadas situações, 
como coitos anal, vestibular e oral, toques e apalpadelas nas mamas, nádegas, coxas e vagina, nos contatos 
voluptuosos e na contemplação lasciva, praticados em alguém ou constrangendo que a ele se pratiquem21. 
Considerando a amplitude de possibilidades, destacamos as perícias mais comuns relacionadas ao tema. 
 
3.3.1 – Da perícia do coito anal 
Da mesma forma que o exame anteriormente visto, no que tange ao exame subjetivo, deve considerar, nas 
condições psíquicas da vítima, todos os sinais e sintomas que possam ser anotados quanto ao seu 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, ou mesmo a um transtorno mental, no sentido de 
permitir caracterizar agravantes ou tipificações penais. 
Por outro lado, no exame objetivo, há de se considerar também uma parte genérica e outra específica, mas 
neste caso, importa o seguinte: 
 
 
21 FRANÇA, Genival Veloso. Medicina Legal. 10ª. Edição. São Paulo: Editora Geen.,2015 p.635. 
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(1) Exame objetivo genérico: Neste, leva-se em conta o aspecto geral da vítima, como peso, 
estatura, estado geral, lesões e alterações corporais sugestivas de violência física. 
(2) Exame objetivo específico22: é essa a perícia que tem contribuído com a materialidade dos 
crimes de atentado violento ao pudor comprovando o ato libidinoso, principalmente no coito 
anal, pelos vestígios deixados pelo

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