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As Características Fundamentais e as Diversas Dimensões da Globalização O Fenômeno da globalização é resultado de múltiplas determinações sócio-históricas (e ideológicas), isto é, destacaremos as três dimensões da globalização que não podem ser separadas e que compõem uma totalidade concreta sócio-histórica, completa e integral. São elas: 1 - No plano do processo civilizatório humano-genérico; 2 - A globalização como mundialização do capital; 3 - A globalização como ideologia. A Globalização como ideologia do capital tende a impulsionar, em si, o processo civilizatório humano- genérico, isto é, o desenvolvimento das forças produtivas humanas, que são limitadas (ou obstaculizadas)- pelo próprio conteúdo da mundialização (ser a mundialização do capital). Qualquer leitura (ou análise) do fenômeno da globalização que não procure apreender o seu sentido dialético – e portanto, contraditório - tende a ser unilateral, não sendo capaz de ver o fenômeno da globalização tanto como algo progressivo, quanto regressivo, tanto como um processo civilizatório, quanto como um avanço da barbárie, e tanto como a constituição de um “globo” na mesma medida em que tente a contribuir para a sedimentação de particularismo locais e regionais. Portanto, o fenômeno da globalização tende a constituir novas determinações sócio-históricas no plano do processo civilizatório humano-genérico vinculado ao desenvolvimento das forças produtivas humanas no plano da economia e da sociedade e no plano da ideologia e da política. Deste modo, para Giovanni Alves, a globalização oculta o totalitarismo da economia, o que não é novidade, tendo em vista que é próprio do modo de produção capitalista o primado da economia sobre quaisquer outras esferas da vida social. Só que, talvez seja isto que Ramonet queira destacar, sob a globalização, o primado da economia aparece com mais vigor, tal como um totalitarismo de mercado que neutraliza os próprios avanços da democracia no Ocidente. A ideia de globalitarismo supõe a debilidade estrutural dos Estados. Sob o regime globalitário, os Estados não têm meios de se opor aos mercados. A globalização liquidou o mercado nacional, que é um dos fundamentos do poder do Estado-nação. A globalização, sustentada por regimes globalitários, isto é, governos que promulgaram o monetarismo, a desregulamentação, o livre-comércio, o livre fluxo de capitais e as privatizações maciças, tenderam a diminuir o papel dos poderes públicos. Veja bem: a globalização é, portanto, resultado, nessa perspectiva, de regimes globalitários, de dirigentes políticos que permitiram, através de atos políticos, a transferência de decisões capitais (em matéria de investimento, emprego, saúde, educação, cultura, proteção do meio ambiente) da esfera pública para a esfera privada. Foram os políticos liberais e conservadores que permitiram a privatização da coisa pública, contribuindo para que algumas decisões importantes para a vida social passassem para as mãos da economia privada.
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