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1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5 2 NOÇÕES GERAIS ................................................................................................... 6 3 CONCEITO DE TRIBUTO ........................................................................................ 6 4 ESPÉCIES DE TRIBUTO ......................................................................................... 8 4.1 Impostos.... ............................................................................................................ 9 4.2 Taxas........ ........................................................................................................... 10 4.3 Contribuição de melhoria ..................................................................................... 10 4.4 Empréstimos Compulsórios ................................................................................. 11 4.5 Contribuições Especiais ...................................................................................... 12 5 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA .............................................................................. 13 5.1 Espécies de competência .................................................................................... 14 5.1.1 Competência privativa ...................................................................................... 14 5.1.2 Competência comum........................................................................................ 15 5.1.3 Competência residual ....................................................................................... 15 5.1.4 Outras espécies de competência tributária ...................................................... 16 5.2 AS FUNÇÕES DA FISCALIDADE, EXTRAFISCALIDADE E PARAFISCALIDADE.................................................................................................16 5.2.1 Tributo Fiscal .................................................................................................... 17 5.2.2 Tributo Extrafiscal ............................................................................................. 17 5.2.3 Tributo Parafiscal ............................................................................................. 18 6 CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL (CTN) ........................................................... 18 6.1 Principais artigos do Código Tributário Nacional ................................................. 20 7 IMPOSTOS FEDERAIS ......................................................................................... 23 7.1 Imposto de Importação (II) .................................................................................. 24 3 7.2 Imposto de Exportação (IE) ................................................................................. 24 7.3 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) ..................................................... 24 7.4 Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) ...................................................... 25 7.5 Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) .......................................................... 25 7.6 Imposto de Renda Pessoas Física (IRPF) .......................................................... 26 7.7 Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) ........................................... 26 7.8 Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) ................. 27 7.9 Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) .............................. 27 7.10 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) ............................................ 28 7.11 INSS........... ....................................................................................................... 28 7.12 Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ............................................. 28 7.13 Programa de Integração Social (PIS) ou Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) .................................................................................... 29 8 IMPOSTOS ESTADUAIS ....................................................................................... 29 8.1 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) ............................ 29 8.2 Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) ........................... 30 8.3 Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) .......................... 30 9 IMPOSTOS MUNICIPAIS ...................................................................................... 31 9.1 Imposto sobre Transmissão de Bens Inter Vivos (ITBI) ...................................... 31 9.2 Imposto sobre Serviços (ISS) .............................................................................. 31 9.3 Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) ....................... 32 10 ADMINISTRAÇÃO E FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA ......................................... 32 11 PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS ............................................................................... 34 11.1 Equilibrar interesses do Estado e do cidadão ................................................... 34 11.2 Princípio da capacidade contributiva ................................................................. 35 11.3 Princípio da legalidade ou da reserva legal ....................................................... 36 11.4 Princípio da anterioridade .................................................................................. 37 4 11.5 Princípio da irretroatividade ............................................................................... 38 11.6 Princípio da anualidade ..................................................................................... 39 11.7 Princípio da igualdade ....................................................................................... 40 11.8 Princípio da Uniformidade Geográfica ou Uniformidade Tributária ................... 41 11.9 Princípio da vedação de confisco ...................................................................... 41 11.10 Princípio da uniformidade da tributação .......................................................... 42 11.11 Princípio da Liberdade de Tráfego .................................................................. 42 11.12 Princípio da Transparência dos Impostos ....................................................... 42 11.13 Princípio da não-cumulatividade de IPI e ICMS .............................................. 43 12 CERTIDÃO NEGATIVA ....................................................................................... 44 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 46 5 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno, O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos!6 2 NOÇÕES GERAIS A presente apostila iniciará com a análise de elementos essenciais do Direito Tributário como o conceito de tributo e suas espécies. Após, passa-se ao estudo dos principais impostos, classificados em Municipais, Estaduais e Federais. Necessário esclarecer que este material não esgota a temática sobre o assunto abordado, presta exclusivamente à função de base para estudo preliminar e referência de consulta para resolução das avaliações. O objetivo da disciplina é tanto rever noções fundamentais do Direito Tributário, como conceito de tributo e suas espécies, fontes, regras de aplicação, interpretação e integração das normas tributárias e regra-matriz de incidência tributária, e também fazer uma análise aprofundada dos principais tributos presentes no sistema tributário nacional. 3 CONCEITO DE TRIBUTO No artigo 3º do Código Tributário Nacional (CTN), fica definido que tributo é: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.” Diante ao que foi exposto acima, entende-se que tributo é toda prestação pecuniária compulsória, assim dizendo, uma vez prevista em norma criada pelo respectivo ente competente, decorrendo o fato gerador e sem qualquer dispensa prevista na Constituição Federal ou em norma infraconstitucional, terá de pagar tributo. Posto isto, o pagamento de tributo é obrigatório e compulsório. 7 Da mesma maneira, o pagamento do referido tributo previsto em norma, deverá ser realizado via de regra em dinheiro. Porém, o próprio Código Tributário Nacional prevê a possibilidade de pagamento de tributo através da transferência em pagamento de bem imóvel (uma vez presente tal opção nas formas de extinção do crédito tributário). Art. 156. Extinguem o crédito tributário: (...) XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. (Incluído pela LCP nº 104, de 2001). (BRASIL, 1966) Ainda sobre tributo, o artigo 3º do código Tributário Nacional, leciona que nenhum tributo terá força de caráter sancionatório. Em razão disso, compreende-se que se alguém vende drogas, ou pratica o jogo do bicho ou realiza até mesmo crime ambiental, para este, jamais poderá ser criado um tributo como espécie de sanção ou punição. A respeito disso Ricardo Alexandre também define que: “Aqui, uma importantíssima observação. O dever de pagar tributo – conforme será detalhado em momento oportuno – surge com a ocorrência, no mundo concreto, de uma hipótese abstratamente prevista em lei (o fato gerador). Portanto, se alguém obtém disponibilidade econômica ou jurídica de rendimentos, passa a ser devedor do imposto de renda (CTN, art. 43), mesmo se esses rendimentos forem oriundos de um ato ilícito, ou até criminoso, como a corrupção, o tráfico ilícito de entorpecentes etc. A justificativa para o entendimento é que, nesses casos, não se está punindo o ato com o tributo (a punição ocorrerá na esfera penal e, se for o caso, na administrativa e civil). A cobrança ocorre porque o fato gerador (obtenção de rendimentos) aconteceu e deve ser interpretado abstraindo-se da validade jurídica dos atos praticados (CTN, art. 118, I).” (ALEXANDRE, P. 72, 2014) Os frutos oriundos de atividade ilícita, poderão ser tributados, levando em conta o que os termos do artigo 118, I do Código Tributário Nacional (CTN) disserta: Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. (BRASIL, 1966) 8 Sendo assim, no direito tributário é aplicado o princípio da “pecunia non olet” ou seja, o dinheiro não tem cheiro. Em síntese, vale frisar que nenhum tributo será pago sem lei que o estabeleça, atendendo ao princípio máximo da legalidade estrita, na forma do artigo 150, I da Constituição Federal “Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.” O direito tributário é o estudo da área de direito direcionado ao estudo jurídico da tributação, e a tributação circunda as noções de tributo, fiscalização e arrecadação. O direito tributário por centrar-se na tributação em si, não envida esforços na destinação efetiva, gerenciamento ou aplicação desses recursos obtidos pela tributação, essa tarefa é de responsabilidade ao direito financeiro. Em vista disso, o campo de atuação do direito tributário chega ao fim com a arrecadação do dinheiro aos cofres públicos. Nos casos de tributos com receita afetada, interessa ao direito tributário, que esses tributos ao serem instituídos, tenham a previsão legal de destinação de seus recursos em conformidade com a Constituição. Porém, se a destinação efetiva for diversa, provavelmente estaremos tratando de: direito financeiro, direito administrativo ou até mesmo direito penal. 4 ESPÉCIES DE TRIBUTO O tributo se divide em 5 espécies: imposto, taxa, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuição de melhoria. 9 4.1 Impostos O artigo 16º do Código Tributário Nacional, doutrina que “ Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.” É mais importante de todos, por incidir independentemente da vontade do contribuinte. E entre os principais impostos que temos no Brasil, citar os seguintes: - Imposto s/Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS): é sobre as prestações de serviços de transporte interestadual/intermunicipal e de comunicação; - Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA): é sobre os proprietários de veículos que devem ser pagos anualmente. - Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU): é de competência dos municípios, e incide sobre a propriedade predial e territorial urbana, tendo por fato gerador a propriedade; - Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR- pessoa física e jurídica): é sobre o produto do capital ou trabalho dos contribuintes (sobre o rendimento); - Imposto sobre Operações Financeiras (IOF): é sobre as pessoas físicas e jurídicas que realizam operações de crédito, câmbio, seguro ou afins; - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS): tem como fato gerador a prestação de serviços constantes. 10 4.2 Taxas O artigo 77º do Código Tributário Nacional (CTN) define que: Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. (BRASIL, 1966) Sendo elas: - Taxa de Emissão de Documentos: níveis Federais, Estaduais e Municipais, como por exemplo, para emissão de Carta de Identidade, RG e CPF; - Taxa de Licenciamento Anual de Veículo (art. 130 da Lei 9.503/1997): essa taxa é cobrada para gerar anualmente o novo documento do veículo; - Taxas do Registro do Comércio: juntas comerciais, são taxas cobradas por exemplo, para o registro do Contrato Social de uma empresa. 4.3 Contribuição de melhoria De acordo com o artigo 81º do CTN “A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custode obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.” 11 Pode-se dizer, que é uma contribuição cobrada por uma valorização de um imóvel, sendo que esta valorização deve decorrer devido a uma obra pública, e por isso os valores deverão ser cobrados apenas com o final da obra, e precisarão ser instituídos antes do início das obras. A cobrança se dá, com intuito de evitar o enriquecimento ilícito do proprietário do imóvel que sofreu a valorização decorrente de uma obra pública. 4.4 Empréstimos Compulsórios Estão previstos no art. 148 da Constituição Federal: Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, b. (BRASIL, 1988) A competência para a criação do referido tributo é exclusiva da União, e mesmo que ocorra uma das hipóteses do inciso primeiro em um município não poderá instituir tributo. Quanto aos outros tributos, a principal diferença, é que este será devolvido ao sujeito ao qual se realizou o empréstimo. Caso se verifique alguma das hipóteses previstas no referido artigo, o inciso I, dá-se a ideia de que estas, caso ocorram, poderão causar uma despesa extraordinária aos cofres públicos, podendo onerar o orçamento previsto. Já o inciso II, tem-se um adiantamento de receitas futuras caso precise de um investimento público de urgência (é uma antecipação de receita) que estaria nos https://jus.com.br/tudo/despesa https://jus.com.br/tudo/orcamento 12 cofres públicos só futuramente, sendo vinculados esses valores ao que lhe deu existência. E assim será usado exclusivamente para o que dispõe o artigo 148 da Constituição, em seu parágrafo único “A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.” Ou seja, de acordo com o artigo 148, esses tributos podem ser criados somente diante de situações específicas como: guerra externa (ou sua iminência), calamidade pública, ou investimento público de caráter relevante. E quanto à aplicação dos recursos provenientes de sua arrecadação, é vinculada à despesa correspondente que justificou sua instituição. Um ótimo exemplo deste tributo, foram os empréstimos compulsórios que foram realizados durante o Plano Collor, em que as poupanças dos brasileiros foram confiscadas como um empréstimo ao governo, tratando-se de um tributo pouco usual. 4.5 Contribuições Especiais Também classificada de “contribuições parafiscais” está prevista no artigo 194 da Constituição Federal, que define: Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. (BRASIL, 1988) Estes tributos podem ser utilizados no financiamento de atividades públicas. Alguns exemplos são: SENAC, SENAI, SESC, SEBRAE, etc. § 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. 13 § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; III - poderão ter alíquotas: a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. § 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei. § 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. (BRASIL, 1988) Pode-se observar nesse artigo, que há previsão de se criar 3 (três) espécies de contribuição, as contribuições: sociais, de intervenção do domínio econômico (CIDE) e as de interesse de categorias especiais. Em conclusão, é possível perceber que o estado exerce seu poder soberano dado por nós, para que ele busque um fim em comum, e para isso todos devem pagar os tributos que serão usados, para o equilíbrio do Estado. 5 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA A competência tributária é a possibilidade que a Constituição Federal concede aos entes federativos de estabelecerem em seus territórios determinados tributos. E com base nessa permissão constitucional, por meio de lei stricto sensu, poderá instituir o tributo em seu território. Essa competência tributária de instituir determinado tributo, pode conter apenas um ou mais entes federativos, a depender da redação constitucional. 14 A doutrina costuma classificar a competência tributária como: a indelegabilidade e a intransferibilidade, em que a competência só poderá ser exercida pelo(s) ente(s) autorizados pela Constituição Federal; a inalterabilidade, a competência deverá ser exercida nos limites impostos pela Constituição; e a irrenunciabilidade, que não se confunde com o não exercício da competência e diz respeito à impossibilidade de o ente abdicar terminantemente dessa competência. No que diz respeito a previsão legal, além do poder de instituir o tributo, a competência tributária nos termos do art. 6º do CTN, confere ao ente federativo a competência legislativa plena, mas com ressalvas: Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei. Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos. (BRASIL, 1988) 5.1 Espécies de competência A doutrina pode classificar a competência tributária em três: a privativa, a comum e a residual. Havendo ainda outras três espécies consideradas: a cumulativa, a especial e a extraordinária. 5.1.1 Competência privativa A competência privativa limita o exercício daquela competência aos entes taxativamente enumerados na Constituição Federal. Dessa forma, a criação de certos tributos, só poderão ser realizados pelo ente ao qual a Constituição Federal outorga a competência privativa, que é impassível de delegação. 15 Temos como exemplo os impostos de competência privativa da União (artigo 153), ou os empréstimos compulsórios (artigo 148), e as contribuições especiais (art. 149). 5.1.2 Competência comum No entanto, a competência comum, diz respeito àquela a que pode ser exercida por todos os entes federativos no âmbito de suas atribuições, sendo o caso das taxas pela prestação de serviço público específico e divisível, e das contribuições de melhoria que decorrem da realização de obra pública, e que resulte na valorização do imóvel do contribuinte. A respeito dessa competência, vale destacar que só poderá ser exercida no âmbito da administração do próprio ente. Desse modo, por exemplo, omunicípio não pode criar taxa sobre serviço público específico e divisível que é prestado pelos Estados, União e Distrito Federal. 5.1.3 Competência residual A competência residual está prevista nos artigos 154, I, e 195, § 4º, da Constituição Federal. Através dessa competência a União pode instituir impostos que não estão previstos expressamente. E para isso, os impostos devem ser não-cumulativos e não podem ter fato gerador, ou base de cálculo. Ademais, deve instituir outras contribuições que sejam destinadas a garantir a manutenção, ou expansão da seguridade social. 16 5.1.4 Outras espécies de competência tributária Há ainda a competência cumulativa, a especial e a extraordinária. A competência cumulativa é exercida pelo Distrito Federal, que absorve tanto as competências privativas estaduais, como as municipais. Ou seja, pode instituir em seu território todos os tributos estaduais como municipais. É exercida pela União no que diz respeito aos territórios. Podendo assim, serem instituídos impostos: da União, dos Estados, e dos Municípios. A competência especial é conferida à União, para instituir empréstimos compulsórios (art. 148), nos casos de calamidade pública, guerra externa ou investimento de caráter urgente. Nos termos do art. 149 da Constituição Federal, fica determinada as demais circunstâncias. E finalmente a extraordinária, que seria a competência conferida à União para instituir o Imposto Extraordinário de Guerra (IEG), assim dispõe o art. 154, II, da Constituição: Art. 154. A União poderá instituir: II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. (BRASIL, 1988) 5.2 AS FUNÇÕES DA FISCALIDADE, EXTRAFISCALIDADE E PARAFISCALIDADE 17 5.2.1 Tributo Fiscal O tributo fiscal é a arrecadação de valores para compensar as despesas públicas. Dentre eles estão: Imposto de Renda (IR); Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS); Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), etc. Os tributos não possuem somente função limitada à manutenção da máquina pública, podendo ser classificados como extrafiscais. 5.2.2 Tributo Extrafiscal O tributo extrafiscal, recebe esse nome por serem aqueles que possuem finalidades que ultrapassem o caráter arrecadatório da tributação. Assim dizendo, além de designarem ao custeamento de despesas públicas, esses tributos extrafiscais objetivam na atuação no comportamento da sociedade, instigando ou desmotivando práticas. Sendo que esses tributos extrafiscais são de interesse: políticos, econômico, social e ambiental. Alguns exemplos são: Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), Imposto sobre Exportação (IE), etc. A função regulatória do tributo extrafiscal, consiste na forma encontrada pelo governo para tentar sustentar a estabilidade econômico-financeira do país. No que diz respeito à impostos, é percebido nos momentos em que o Estado precisa reaquecer a economia. E ainda que o governo sinta a redução na arrecadação, torna-se mais interessante essa estratégia, buscando estabilizar a economia e restaurar a alíquota. 18 São classificados também como extrafiscais: os tributos verdes (uma vez que buscam atuar para reduzir danos ao ecossistema). Com fundamento na proteção do meio ambiente, esses tributos podem ter suas alíquotas reduzidas, ou majoradas, seja benéfico ou prejudicial, ou determinado produto ou serviço. 5.2.3 Tributo Parafiscal Os tributos parafiscais, têm objetivo de arrecadar para entidades que atuam paralelamente ao Estado. Esses tributos são contribuições especiais, e podem estar presentes em atividades prestadas por instituições privadas. Sendo que essas entidades possuem autorização do Estado, no entanto atuam de modo independente (oferecendo atividades sociais em benefício da coletividade). Um exemplo desse tributo é a contribuição sindical, ao qual é direcionada à manutenção do sistema sindical, e no mesmo sentido são as contribuições previdenciárias que custeiam a seguridade social. Podendo ainda, serem classificados: vinculados e não vinculados; diretos e indiretos; fixos e proporcionais; e progressivos e regressivos. 6 CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL (CTN) A Lei nº 5.172 referente ao Código Tributário Nacional, sistematizou a legislação tributária do nosso país. O CTN é uma lei muito importante não só para os advogados, mas para qualquer profissional que atue direta ou indiretamente com tributos. 19 No dia 25 de outubro de 1966, o Código Tributário Nacional foi editado e permanece em vigência até os dias atuais. Com mais de cinquenta anos, a referida lei passou por transformações, devido às mudanças promovidas pelas Constituições de 1967, 1969 e 1988. Até a Emenda Constitucional de nº 18/65, a legislação não contava com qualquer sistematização, ainda que a Constituição de 1946 tenha projetado uma ordem até a elaboração do projeto do CTN na década de 50, a legislação tributária necessitava de uma estrutura mais sólida. Foi Rubens Gomes de Souza que criou o anteprojeto do CTN, e após diversas discussões ocorreu a formulação do projeto de lei final. No entanto, esse projeto só foi votado na década de 60, e as diretrizes da Emenda Constitucional de nº 18 foram essenciais para guiar a redação final do Código Tributário Nacional. Embora o CTN seja uma lei ordinária, o mesmo foi recepcionado tanto pela Constituição de 1967 quanto pela Constituição de 1969 e 1988, como lei complementar, em razão do princípio da recepção constitucional, visto que ambas previam que a matéria tributária deveria ser objeto de lei complementar. A estrutura do CTN conta com duas partes. Sendo que na primeira o Código tratou de regulamentar o sistema tributário, e na segunda estão as normas que regem esse sistema. Embora o Código Tributário Nacional esteja vigente até os dias atuais, a legislação sofreu algumas modificações. Com a promulgação das constituições de 1967, 1969 e 1988, verificou-se a necessidade de alterar alguns artigos de acordo com as novas ordens vigentes. Por isso, é importante destacar que a edição do Código Tributário Nacional ocorreu durante um período politicamente conturbado, que foi o período da ditadura militar. Apesar disso, a norma permaneceu vigente mesmo após a Constituição de 1988, ao qual inaugurou-se o período democrático em nosso país. 20 Toda parte geral do Código, dos artigos 1 a 95 foi modificada ao longo do tempo. Por exemplo, os artigos 42 a 52, relativo ao ISS e ICM, foram substituídos pelos Decretos-Leis 406 e 834. Na parte referente as normas e princípios (art. 96 a 182) a redação do Código Tributário Nacional permaneceu intacta, com apenas algumas alterações. Sobre a parte que se refere à Administração Tributária (art. 183 a 218), foi bastante alterada, contudo, essa parte do Código não tratava especificamente sobre tributos, mas sobre a organização da Administração Pública junto ao sistema de arrecadação. Apesar das modificações que sofridas, até hoje, o CTN não teve nenhum de seus artigos julgados como inconstitucional. Vale lembrar, que para alguns juristas esse é um ponto positivo, pois comprova a solidez da norma. Já para outros juristas, todavia, a opinião é contraria. Por se tratar de uma lei que sobreviveu a inúmeras ordens jurídicas, incluindo principalmente o período da ditadura militar e o período democrático, uma revisão seria mais do que necessária. 6.1 Principais artigos do Código Tributário Nacional O artigo 3º da referida lei, tem grande importância por trazer o conceito de tributo:Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. (BRASIL, 1966) Na prática, o referido artigo deixa claro que o pagamento de tributos deve ser realizado exclusivamente em moeda, e decorre de uma obrigação que independe da 21 vontade do contribuinte. Por isso, uma vez que a lei prevê o fato gerador da obrigação caberá ao contribuinte cumpri-lá. Esse artigo diferencia também o conceito de tributo, do conceito de multas, afirmando que o recolhimento de tributos não tem caráter de sanção, nem decorrem de atos ilícitos. Para que haja a criação de um tributo é necessário que seja feita por lei que, que por sua vez, deve conter todos os elementos necessários para a incidência de um tributo. Finalmente, vale destacar que esse artigo trata de atividade administrativa plenamente vinculada, ou seja, a cobrança de um tributo por parte do poder público não está sujeita a oportunidade e conveniência. O artigo 14, trata da imunidade tributária, trazendo os requisitos para que as pessoas jurídicas tenham direito a imunidade tributária em relação ao seu patrimônio, serviços ou renda. Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 2001) I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 2001) II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. (BRASIL, 1966) Como visto, para ter direito à imunidade tributária é preciso que a pessoa jurídica não distribua qualquer parcela de seu patrimônio, ou, de suas rendas, a qualquer título. 22 No artigo 100 do CTN, dispõe sobre as leis complementares, esclarecendo quais são as normas consideradas complementares às leis: dos tratados, de convenções internacionais, e decretos. Já o artigo 111 trata da interpretação das normas tributárias, e segundo a jurisprudência, o mencionado artigo foi entendido no sentido de que toda norma que dispõe sobre benefício fiscal, não poderá ser interpretada de forma extensiva. Art. 111: Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; II - outorga de isenção; III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. (BRASIL, 1966) Outro dispositivo muito importante do CTN é o artigo 151. Pois ele traz todas as hipóteses de suspensão do crédito tributário que são: Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: I - moratória; II - o depósito do seu montante integral; III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança. V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial;(Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conseqüentes. (BRASIL, 1966) O artigo 166, trata da restituição tributária, estabelecendo outra definição importante “A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência 23 do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la.” E a sua aplicação, gera discussões na doutrina, uma vez que só caberia a restituição dos chamados impostos indiretos. E por fim, temos o artigo 173, que trata da decadência, que ocorre quando o Fisco perde o direito de promover o lançamento do crédito tributário. Ou seja, decorre da inércia do Fisco que tem 5 (cinco) anos, a contar do fato gerador para promover o lançamento. Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue- se após 5 (cinco) anos, contados: I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária; II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos; III - na ordem crescente dos prazos de prescrição; IV - na ordem decrescente dos montantes. (BRASIL, 1966) Vale destacar, que o mencionado artigo acima, traz também definições importantes acerca da suspensão, e interrupção de prazos, referente à decadência e prescrição. O prazo decadencial uma vez iniciado não se sujeita a suspensão ou interrupção, exceto nas hipóteses previstas no art. 173, II. Já o prazo prescricional, sujeita-se a causas de suspensão (artigo 151) e interrupção (artigo 174). 7 IMPOSTOS FEDERAIS Esses impostos são responsáveis por cerca de 60% do total arrecadado de impostos no país, e são os maiores e mais reconhecidos por suas siglas, e seu destino é a manutenção do Governo Federal. A seguir vamos ver alguns: 24 7.1 Imposto de Importação (II) É um tributo federal, de responsabilidade da União, ao qual incide sobre os produtos comprados no exterior. Consequentemente, toda vez que são feitas compras no exterior, a entrega dos produtos no Brasil só é autorizada mediante o pagamento do Imposto de Importação (II). Já o contribuinte, é a pessoa jurídica ou física importadora, e esse tipo de imposto federal tem dois tipos de arrecadação: o regime de tributação simplificada, que é para bens adquiridos no valor de até US$100; e regime de tributação especial, que é para bens adquiridos com valores acima de US$100, e abaixo de US$3000. 7.2 Imposto de Exportação (IE) É um imposto de competência da União, que incide sobre produtos fabricados ou montados internamente, tendo como destino final um consumidor que seja de outro país, e são contribuintes todos aqueles que promovam a saída de um produto para outro país. O próprio preço do produto é a base de cálculo desse imposto. As alíquotas impostas podem variar muito, podendo ser de 9% até 150%. 7.3 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) É um tributo federal de competência da União, e os contribuintes do IPI são os comerciantes, arrematadores e importadores. Sendo destinado exclusivamente aos donos de indústrias. Esse tipo de tributo, recai tanto no valor do produto importado 25 quanto do produto industrializado nacional, e no caso de produtos levados a leilão, seja por abandono ou apreensão, o imposto também será cobrado. 7.4 Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) É considerado um dos principais tributos federais, que são pagos pelo cidadão no percurso da vida. Esse tributo recai sobre: operações de câmbio, de crédito ou de seguro. O mencionado tributo, também é cobrado em operações mobiliárias, ou relacionadas a títulos. Sendo assim, o contribuinte pode ser: pessoa física ou jurídica, tudo dependerá de quem realizará a operação. Conforme disserta o Código Tributário Nacional (CTN) em seu artigo 63, a cobrança do imposto federal IOF pode estar relacionada a operações: de crédito; de câmbio; de seguro; e de emissão, pagamento, transmissão ou resgate de valores mobiliários/títulos.7.5 Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) São impostos federais que incidem sobre a renda bruta de empresas (de todos os portes e segmentos) do mercado nacional. E as alíquotas são: 6% quando sobre o lucro acumulado inflacionário, e/ou 15% quando sobre o lucro real. Todas as empresas estão sujeitas ao pagamento do IRPJ: os negócios essencialmente rurais, as empresas registradas/ou não, as empresas estatais, as empresas de sociedade mista, e estabelecimentos que estejam em estado crítico que possa ir à falência. A declaração deste tipo de imposto pode ser: trimestral, que é quando o tributo federal deve ser pago no último dia dos meses de março, junho, setembro e dezembro; ou anual. 26 Existem três modelos diferentes de tributação para empresas: Lucro Arbitrário, Lucro Presumido e Lucro Real. Sendo as empresas que optam pelo Simples Nacional a exceção. 7.6 Imposto de Renda Pessoas Física (IRPF) É também um tributo federal, que incide na renda dos trabalhadores brasileiros. Para uma grande parte da população esse tributo não é cobrado, uma vez que é necessário ter obtido ganhos acima de um valor específico para contribuir no IRPF. A alíquota do imposto federal IRPF, costuma variar bastante, sendo proporcional à renda de tributação. Os rendimentos que não são tributáveis (isentos) são: cadernetas de poupança; ajudas de custo; alienação de um imóvel ou de bens de até R$20 mil; cessão de imóveis gratuita; auxílio transporte ou alimentação; heranças; diárias; bolsas de estudo; doações; pensões para indivíduos com mais de 65 anos; letras hipotecárias; e uma série de indenizações. 7.7 Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) É tributo federal cobrado todos os anos tão somente das propriedades rurais. Ele deve ser pago pelos donos de imóveis rurais, ou usufrutuários/portadores de títulos. Em caso de não pagamento da tributação, haverá cobrança de 1% de juros ao mês. 27 7.8 Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) É um tributo federal cobrado de empresas brasileiras de todos os portes, e segmentos do mercado, exceto das micro e pequenas empresas, que estejam registradas no regime do Simples Nacional. Este imposto é utilizado pelo governo federal, para o financiamento de programas de seguridade social, por exemplo: a previdência social, a assistência social e saúde pública. Sendo baseada nos rendimentos brutos anuais de cada empresa. E para as empresas com regime de lucros não cumulativo, a alíquota é de 7,6%, e para as empresas que decidir pela incidência do tipo cumulativa, a alíquota será menor de 3%. 7.9 Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) É uma tributação federal, que incide sobre o gás natural, petróleo e seus derivados, e assim, os contribuintes do CIDE são: produtores, importadores e formuladores (de combustíveis) em âmbito nacional. Os produtos a serem vendidos para exportadores, e nafta petroquímica que tem como destino final a produção de petroquímicos, estarão isentos de pagar esta tributação. 28 7.10 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) É um tributo federal com incidência na renda líquida de pessoa jurídica. Sua alíquota varia de 9 a 20%, por isso irá depender dos lucros líquidos do período de base, antes mesmo da provisão do Imposto Renda (IR). Todos esses impostos são recolhidos no Brasil, pelo governo federal, com incidência pelo fator gerador de cada um. 7.11 INSS Este é um dos tributos federais mais populares, e é destinado ao Instituto Nacional do Seguro Social que pertence ao Ministério da Previdência Social (órgão do governo federal). Foi criado no ano de 1988 sendo dotado de inúmeras funções, tendo a de maior responsabilidade, que é a aposentadoria social. Esse imposto é recolhido tanto das empresas como dos trabalhadores. Se destacam entre os pagamentos realizados pelo INSS: a aposentadoria, a pensão por morte, o auxílio doença, o auxílio acidente, dentre outros. O INSS é um tributo federal, descontado em folha de pagamento, e sua alíquota pode variar de 8% a 11%. 7.12 Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) O FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – é um tributo federal que incide sobre a renda do trabalhador brasileiro com carteira assinada. Portanto, esse valor deve ser depositado pela própria empresa. 29 Essa tributação federal é no valor fixo de 8% do salário do empregado. Assim, o empregador é o responsável por realizar este pagamento no nome do indivíduo mensalmente em uma conta da Caixa Econômica Federal. Resumindo, o FGTS reflete na junção de todos esses depósitos mensais. Então, o valor pertence ao empregado. 7.13 Programa de Integração Social (PIS) ou Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) São contribuições sociais o Programa de Integração Social e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público. O PIS e PASEP tem o objetivo de financiar pagamento de abonos, seguro-desemprego e participação na receita bruta de entidades, ou órgãos. Assim, ambos funcionam como uma segurança para o FGTS, e o número do PIS e do PASEP devem estar cadastrados no número de CNPJ da empresa. 8 IMPOSTOS ESTADUAIS Os impostos estaduais são os seguintes: 8.1 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) É um imposto estadual instituído em todo Brasil, e desse modo cada estado por sua vez, pode alterar a tabela de valores a serem tributados por conta própria. 30 Esse tributo estadual incide sobre vários tipos de serviços prestados em âmbito nacional, exemplos: serviços de importação, de telecomunicações, de transportes interestaduais ou intermunicipais, de prestação de serviços, etc. Incide também na circulação de: alimentos, eletrodomésticos, roupas, veículos, etc. Os contribuintes do ICMS são pessoas jurídicas (empresas cadastradas na Secretaria de Estado da Fazenda) e a inscrição do estabelecimento é obrigatória até mesmo antes do início de suas atividades. Sendo assim, qualquer empresa que atue na transferência, em venda, transporte, ou qualquer outra operação comercial de circulação de mercadorias, deverá contribuir para o ICMS. 8.2 Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) É um imposto cuja competência é do Distrito Federal, e dos Estados brasileiros. Tem como objetivo incidir sobre o recebimento de heranças quando é causa mortis, ou doações, no caso de relações com inter vivos. Esse imposto passa a ser cobrado após a transmissão de bens ou títulos (seja após a morte ou como doação). A alíquota varia de caso para caso, e a função desse imposto é fiscal. 8.3 Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) É o imposto estadual mais conhecido, e este tributo é instituído na Constituição Federal e incide sobre a propriedade de veículos automotores, que inclui: carros, motos, ônibus, caminhões, etc. 31 Após o recolhimento, 50% do valor é de domínio do estado, e 50% é da cidade onde o veículo foi registrado. A alíquota varia de Estado para Estado, e incide sobre o valor do veículo na tabela FIPE. Posto isso, um carro que é novo ou de um modelo mais caro terá o IPVA mais se comparado a um veículo mais velho e básico. O imposto estadual deve ser pago anualmente, podendo ser em parcela única, ou em até três mensalidades. 9 IMPOSTOS MUNICIPAIS São aqueles recolhidos pelos municípios brasileiros e são os seguintes: 9.1 Imposto sobre Transmissão de Bens Inter Vivos (ITBI) É um tributo municipal, e sua competência é do Distrito Federal, e dos Municípios. Incide sobre a transferência da propriedade de: casas, imóveis e prédios. Consequentemente, o processo de compra e venda de uma residência por exemplo,só será oficializado após o pagamento deste tributo. A alíquota varia de cidade para cidade, sendo em média 2% sob o valor de mercado do imóvel, essa é uma média das capitais e cidades maiores de todo o Brasil. 9.2 Imposto sobre Serviços (ISS) É um tributo que incide sobre as empresas de todos os segmentos e postos instalados na cidade em questão, de competência do Distrito Federal e dos municípios, regido pela Lei Complementar de número 116 (implementada em agosto de 2003). Foi criado em substituição do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN). 32 A alíquota mínima de cobrança é de 2% com base nos rendimentos brutos da empresa, assim dispõe a Constituição. Além das empresas, os profissionais autônomos deste segmento, também devem pagar esse imposto. A alíquota será de 5% em cima do valor da nota fiscal de cada serviço prestado. Os profissionais com ensino superior completo: médicos, arquitetos, advogados, engenheiros, comunicadores, entre outros, que atuam sem vínculo empregatício (sem carteira assinada), também devem contribuir com o pagamento do tributo municipal ISS. 9.3 Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) Tributo municipal que incide sobre a propriedade de qualquer tipo de imóvel, incluindo: residências, prédios, galpões industriais, chácaras de recreio, terrenos, etc. Para a base de cálculo, será necessário o valor venal do imóvel (valor de mercado ao qual deve ser comercializado). E para cálculo do valor venal do imóvel, levam-se em consideração o tamanho do terreno, o total de área construída e não construída, a localização do terreno na planta da cidade e a qualificação. Em seguida, assim que calcular o valor venal do imóvel, multiplica-se este valor pela alíquota de seu município, e geralmente a alíquota é de 1,0% para casas, comércios ou de até 3% para prédios e terrenos. 10 ADMINISTRAÇÃO E FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA As deficiências do sistema administrativo e do sistema de fiscalização tributário não são de hoje, vem se acumulando a anos e fazem parte de um processo mais 33 amplo, de desarticulação do Estado brasileiro, e de esgotamento de instrumentos vitais da administração pública. A estrutura da administração tributária é através de leis especiais de organização administrativa tributária, conduzindo as atividades do Estado, para a arrecadação dos tributos. O Código Tributário Nacional, trata da Administração Tributária no seu título IV nos artigos 194 a 208, tendo como pilares: a fiscalização, a dívida ativa, e as certidões. A fiscalização é um mecanismo de controle em que o poder público irá observar o contribuinte, com a finalidade de verificar se seu comportamento está conforme as regras da legislação tributária. Para o Estado, além da finalidade de arrecadação, está ao lado da cobrança dos inadimplentes, e do controle da quitação dos débitos tributários através da emissão de certidões negativas. A fiscalização consiste no exame, na apuração, na observação que o agente público exerce sobre o particular, buscando identificar se as obrigações tributárias foram devidamente cumpridas nos termos da lei. Por isso, o objeto desse processo investigativo, a obrigação principal decorre do fato jurídico tributário, e determina um valor a ser pago pelo contribuinte a título de tributo. Já a obrigação acessória, que atribui ao particular prestações positivas ou negativas, destinas à arrecadação, ou à fiscalização dos tributos. Em suma, a atividade de fiscalização consiste na detecção do exercício de atividades da seara do Economista, por profissional ou empresa não registrada neste Conselho, o que ocasiona a instauração de processo administrativo, seguindo as normas definidas na Lei nº 9.784/1999, e do Conselho Federal de Economia. A fiscalização promove também, o envio de correspondências: ofício, notificação, auto de infração, visando estabelecer a ilegalidade identificada, assegurando a pessoa física ou jurídica fiscalizada o princípio do contraditório e da ampla defesa. 34 11 PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS São fundamentos normativos que indicam o primeiro passo da direção a ser tomada pelos intérpretes e aplicadores do Direito, que são: o princípio da legalidade, o princípio da isonomia, o princípio da irretroatividade, o princípio da anterioridade, o princípio do não-confisco, princípio da capacidade contributiva, etc. A descrição desses princípios não comporta apenas um conceito, considerando-se a interpretação de cada pessoa, para que sejam atribuídos os significados. Trata-se de fundamentos normativos que nos indicam a direção a ser tomada (um primeiro passo), e sendo assim, os princípios do direito tributário nos guiam na aplicação e na interpretação dos dispositivos normativos, na relação obrigacional tributária entre: sujeitos ativos, e sujeitos passivos. Pode-se dizer, que os princípios, diferente das regras, não descrevem condutas, pois, estabelecem um estado de coisas com pretensão de parcialidade e complementaridade. Trata-se de normas finalísticas, e por tais características o grau de abstração dos princípios é grande. O ramo do Direito Tributário é que regula a arrecadação dos tributos pelo Estado, a relação entre Fisco (sujeito ativo), e contribuintes ou responsáveis (sujeitos passivos). Sendo estes tributos um dos principais instrumentos para a consecução dos objetivos políticos, sociais e econômicos do Estado. Por isso, há alguns aspectos importantes nos princípios do direito tributário: 11.1 Equilibrar interesses do Estado e do cidadão O Poder Público tem grande interesse na arrecadação dos tributos. Ainda que os cidadãos tenham seus direitos resguardados pelos direitos fundamentais, que são: 35 saúde, educação, segurança etc. Através das receitas tributárias o estado alcança recursos e os aplica para concretizar esses direitos. A legislação tributária prevê normas imperativas que incidem independentemente da vontade dos destinatários, regulando as suas condutas. Na relação jurídica obrigacional tributária, temos de um lado o Fisco (com desejo de arrecadar cada vez mais), e do outro os sujeitos passivos (tentando pagar menos tributos). Podemos ver, que é o conflito entre o dever fundamental de pagar tributos x direito fundamental de não pagar tributos. Sendo assim, entre o direito e dever de arrecadação do Fisco, e direito e dever do pagamento de tributos pelos contribuintes, encontram-se os princípios do direito tributário, que servem para estabelecer e guiar os vetores, buscando as finalidades almejadas pelo ordenamento. Pela importância atribuída A maioria destes princípios do direito tributário, estão previstos na Constituição Federal. Inclusive quando presentes unicamente na legislação infraconstitucional, o fundamento de validade será inevitavelmente a Constituição. A seguir iremos dissertar sobre estes princípios. 11.2 Princípio da capacidade contributiva Está determinado no artigo 145, § 1º, da Constituição Federal, que: Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. (BRASIL, 1988) 36 O referido artigo deixa claro que ao estabelecer um tributo, o legislador deverá considerar sempre que possível, a situação particular de cada contribuinte, viabilizando assim, que seja praticada a justiça tributária, para que seja cobrada uma carga tributária que o contribuintepossa pagar. A Constituição Federal, como mencionado acima, inseriu no seu artigo 145, § 1º, restabelecendo a norma expressamente consagrada na Constituição Federal de 1946, que consagrava no nosso STN o princípio da capacidade contributiva, ao qual havia ficado fora da Carta de 1967 e na EC nº 1 de 1969, que tem status de Constituição, e foi aprovada durante o período de exceção. A expressão “sempre que possível” se refere somente à pessoalização do contribuinte, e não à sua capacidade contributiva. Pois esta deverá sempre ser respeitada enquanto àquela, nem sempre é perfeitamente estabelecida. Na Constituição Federal contém regras que permitem incentivos tributários, que visa o desenvolvimento social e econômico, assim como o auxílio à micro e pequenas empresas, podendo através do governo ter tratamentos favorecidos. No entanto, tais disposições não autorizam isenções de imposto de renda a grandes empresas, um exemplo é o ocorre no Nordeste, favorecidas com isenções ou reduções desse imposto (por longo tempo), que cria desequilíbrio competitivo entre as regiões do país. 11.3 Princípio da legalidade ou da reserva legal Este princípio é o da legalidade tributária, pelo fato de limitar a atuação do poder de tributar dos entes públicos em favor da justiça, e da segurança jurídica dos contribuintes. O artigo 150, inciso I, da Constituição, determina que “Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao 37 Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.” O princípio da legalidade é considerado direito individual, insuperável. Esse primado da legalidade impõe que as leis sejam votadas, e aceitas pelos representantes eleitos pelo povo atingindo uma garantia ao Estado de direito. Há algumas exceções em relação a este princípio que a Constituição estabelece, afinal, o poder executivo tem liberdade de alterar as alíquotas dos impostos sobre exportação e importação, sobre os produtos industrializados, e sobre as operações financeiras, através de decreto. Porém, a exceção se refere apenas a alterações de alíquotas, e não à criação de tributos, o que só é admitido através de lei stricto sensu. 11.4 Princípio da anterioridade De acordo com o princípio da antecipação do artigo 150, parágrafo III, letra b, da Constituição Federal, nenhum imposto é cobrado em qualquer exercício fiscal sem a lei que ele instituiu ou aumentou antes de começar a ser cobrado e antes de começar a ser cobrado no final do ano anterior. A Constituição proíbe expressamente a cobrança de tributos “no mesmo exercício fiscal em que for publicada a lei que a instituiu ou ampliou”, por meio do referido artigo. A legislação fiscal deve, portanto, ser um ano antes do momento em que o imposto é cobrado. Nesse princípio, vemos a preocupação em manter a segurança jurídica na relação tributária, visto que o estado é obrigado a esperar até o início do próximo exercício fiscal para recolher o imposto resultante ou majorado. Existem algumas exceções a este princípio, tais como: impostos sobre importação e exportação, produtos industriais, transações financeiras e empréstimos 38 compulsórios que podem ser introduzidos e cobrados com uma função tributária adicional no mesmo ano fiscal. Não deve ser confundido princípio da anterioridade, com os princípios da irretroatividade da lei e o da anualidade, porque estes têm características diversas e deles nos ocuparemos oportunamente. 11.5 Princípio da irretroatividade Previsto no artigo 150, inciso III, alínea “a”, esse princípio pressupõe que não será permitida a cobrança de tributos sobre fatos tributáveis ocorridos antes da vigência da nova Lei, que tenha aumentado ou instituído alguma obrigação tributária para o contribuinte. Importante frisar que no que diz respeito ao lançamento: Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. (BRASIL, 1966) O artigo 144 do CTN, estabelece que deve ser observada a legislação aplicável na data da ocorrência do fato gerador, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Esse princípio é uma limitação ao poder de tributar, entretanto o artigo 106 do mesmo código determina que: Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; 39 b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (BRASIL, 1966) A Lei nova que instituiu, ou aumentou o tributo, pressupõe-se que somente poderá ser aplicada aos fatos que ocorrerão no futuro. 11.6 Princípio da anualidade Esse princípio institui que as receitas, e as despesas correntes e de capital, devem ser previstas com base em programas com duração de um ano e a partir de planos. Não se aplica esse princípio ao campo do direito tributário brasileiro, sendo necessário relembrar que no passado já se aplicou. E esse princípio existia, na Constituição de 1946, e era uma das técnicas para assegurar a não-surpresa. A arrecadação de tributos depende da aprovação anual do legislativo, por meio de uma previsão orçamentária dada pela aprovação do orçamento, que é concedida mediante aprovação do orçamento, demonstrando maturidade democrática, pois a constituição que adota este princípio determina que os representantes do povo examinem a proposta orçamentária anual do governo perante as despesas, e possibilitem a cobrança dos tributos indispensáveis ao seu atendimento. Não é suficiente que o tributo tenha sido aprovado por lei obedecendo aos demais princípios, para ser cobrado, no exercício seguinte ele deve estar previsto no orçamento previamente aprovado pelos representantes do povo. 40 No artigo 165 da Constituição Federal, está previsto que as leis de iniciativa do poder executivo estabelecerão os orçamentos anuais. Devendo os mesmos, estar em conformidade com o plano plurianual, e com a lei de diretrizes orçamentárias, ao qual deve conter: o orçamento fiscal, o orçamento de investimento e o orçamento da seguridade social (do ano subsequente ao ano da publicação da referida lei). 11.7 Princípio da igualdade O princípio da igualdade ou da isonomia tributária, está previsto no artigo 150, inciso II, da Constituição Federal: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. (BRASIL, 1988) Se apresenta como garantia de tratamento uniforme pela entidade tributante, de todos àqueles que mostrem condições contributivas iguais. Na Constituição, temos a regra de uniformidade dos tributos federais em todo o território nacional. No caso do imposto de renda a progressividade não fere o princípio da igualdade, pois aquele que possui maior capacidade contributiva,deve pagar tributo maior, pois só assim estará igualmente tributado. A dificuldade de aplicar o princípio da isonomia e do legislativo para evitar a inclusão de uma hipótese discriminatória na lei. Em outras palavras, a lei não pode ter como objetivo tributar um grupo étnico, religião, região ou mesmo partido político porque discrimina um em benefício de outro. 41 11.8 Princípio da Uniformidade Geográfica ou Uniformidade Tributária O princípio da uniformidade geográfica está nos termos do artigo 151 da Constituição Federal, e dispõe que os tributos federais devem ser igualmente exigidos em todo território nacional, salvo nas hipóteses de incentivos fiscais. E os incentivos fiscais, são admitidos nas hipóteses destinadas a incentivar o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diversas regiões do país. O artigo mencionado acima, tem como função principal, o pacto federativo impedindo que haja distinção por parte do ente que tributa em todo território nacional, de utilizar-se de tal poder para submeter os entes menos favorecidos financeiramente, impedindo a sua autonomia. Contudo, para minimizar as divergências, faz-se necessário dar incentivos fiscais visando atrair investidores às regiões mais desprovidas, para assim, ter um maior desenvolvimento socioeconômico. 11.9 Princípio da vedação de confisco O artigo 150, inciso IV da Constituição Federal define que o Estado não pode criar tributo que possa ser utilizado com efeito de confisco, isto significa que o tributo não pode ser tão gravoso que atinja de forma exagerada o patrimônio do contribuinte. Ao estado é imposto um impedimento para que diante do argumento de cobrar tributo não se aposse indevidamente de bens dos contribuintes. 42 11.10 Princípio da uniformidade da tributação Conforme disserta o artigo 150, inciso I, da Constituição Federal, a União não pode criar tributos que implique em tratamento que caracterize preferência por um dos entes públicos da federação em relação aos demais, pois devem ser uniformes em todo o território nacional. Os incentivos fiscais que são concedidos através de leis específicas, e que visam promover o desenvolvimento socioeconômico equilibrado entre as regiões diferentes são exceções a este princípio. Vale frisar que não o invalidam, pelo fato de serem ações para-fiscais previstas no ordenamento jurídico. 11.11 Princípio da Liberdade de Tráfego Esse princípio dispõe que não se pode limitar o tráfego de pessoas, ou bens, por meio de tributos, salvo a exceção da cobrança de pedágio. Dessa forma, constata- se que é vedado a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, estabelecer qualquer espécie de tributo buscando limitar o tráfego de pessoas. Tal princípio proíbe a exigência de impostos sobre a circulação de mercadorias em operações interestaduais ou intermunicipais, nem a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público, ou seus concessionários (artigo 150, V, da Constituição Federal). 11.12 Princípio da Transparência dos Impostos Está previsto no artigo 150, §5º, da Constituição, com o propósito de que todos os consumidores e as relações consumeristas sejam pautadas pela clareza e transparência. 43 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: § 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. (BRASIL, 1988) A transparência fiscal é uma obrigação imposta por lei, e o contribuinte é obrigado a prestar esclarecimentos ao emitir uma nota fiscal, e declarar ali os encargos fiscais cobrados do contribuinte. É através do princípio da transparência tributária que é possível saber o que que está sendo cobrado por parte do governo, e saber também qual a fonte de arrecadação, e a destinação destes tributos. O que permite aos administrados, a possibilidade de cobrar melhorias em serviços que são prestados pelo poder público. 11.13 Princípio da não-cumulatividade de IPI e ICMS Este princípio se vincula ao artigo 153, § 3º, inciso II da Constituição Federal, no que diz respeito ao ICMS, e ao artigo 155, § 2º, inciso I, relativamente ao IPI. É o chamado “princípio de valor agregado”, ou seja, cada etapa na cadeia de industrialização ou comercialização de determinado produto, somente obriga o contribuinte a pagar tributo sobre o valor que a este foi agregado. Este princípio determina que os impostos não podem ter caráter cumulativo, acontecendo as devidas compensações dos valores já tributados em operações anteriores. São de grande importância os princípios do direito tributário, pelo fato deles estarem consagrados na Constituição Federal de 1988. E estes princípios são necessários para a segurança jurídica da sociedade, e é através deles que garantimos maior transparência na arrecadação tributária. 44 No funcionamento do estado a matéria tem extrema importância também, pois seus princípios se fazem fundamentais como um todo, para o devido funcionamento da máquina estatal e para que os tributos possam ser arrecadados. 12 CERTIDÃO NEGATIVA É um documento que pode ser emitido por qualquer órgão do governo, que demonstra que não há nenhuma pendência financeira ou processual em nome da pessoa física e jurídica, ou até mesmo de um bem. Geralmente essas certidões são requeridas mediante processo de licitação, em bancos, cadastro ou homologações, e em caso de uma empresa estar sendo adquirida são solicitadas todas as certidões em nome dessa empresa, e dos sócios. A solicitação pode ser também via internet, e cada tipo de certidão tem um caminho específico, havendo órgãos em que a solicitação da certidão só é requerida presencialmente. É requerido como dado para emissão das certidões negativas o CNPJ (no caso da empresa), e o CPF (em caso de pessoa física), e as certidões podem ser emitidas de forma gratuita. Mas ainda existem algumas pagas. No que diz respeito a emissão de certidão negativa de débitos, é preciso que a empresa esteja totalmente em dia e regularizada com o governo, ou seja, não pode estar com pendências de impostos como: PIS, IRPJ, CSLL, Cofins, etc. Nem de contribuições previdenciárias e sociais como: INSS e FGTS, (dependendo do tipo de certidão e do respectivo órgão). 45 Em alguns casos pode até acontecer de conseguir emitir a certidão negativa com alguma pendência, é a chamada certidão negativa com efeito positivo, ou seja, quer dizer que a empresa tem a certidão negativa mesmo possuindo alguma pendência em regularização ou suspensa. A negativa ocorre em caso de débitos, levando em conta que quem solicita é justamente para verificar se está tudo certo com a empresa. Por isso, antes de emitir a certidão negativa, a pessoa deve verificar se sua empresa está em dia com os pagamentos dos impostos, e o cumprimento das suas respectivas contribuições. Para a certidão gratuita, temos o exemplo da Receita Federal, Previdência Social, Municipal, e no caso da Municipal, ainda há cidades que solicitem o pagamento de uma taxa específica. Já a certidão para se obter de forma gratuita, temos a de: Fundo de Garantia, de pedido de falência, a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas, etc. E a certidão paga temos como exemplo: recuperação e concordata, Tribunal Regional do Trabalho, processos cíveis criminais ou trabalhistas em andamento. Vale ressaltar que a certidão negativa tem validade, podendo variar de acordo com a data e órgão emissor. 46 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALEXANDRE, Ricardo. Direito tributário esquematizado. 10. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:método, 2016. ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8º ed. atual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO. p. 72, 2014. AMARO. Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 22ª ed. São Paulo: Saraiva. 2017. 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São Paulo: Noeses, 2006. NETO, Miguel Hilú. Imposto sobre Importações e Imposto sobre Exportações - 1ª Edição, São Paulo: Quartier Latin, 2003. PAULSEN, Leandro, MELO, José Eduardo Soares de, PAULSEN, Leandro. Impostos Federais, Estaduais e Municipais. Livraria do Advogado, 11ª edição, 2020. SABBAG. Eduardo de Moraes. Manual de Direito tributário. 10ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018. SANTI, Eurico Marcos Diniz de. Curso de Direito Tributário e Finanças Públicas: do fato à norma, da realidade ao conceito jurídico. São Paulo: Saraiva, 2008. SEHN, Sólon. PIS-Cofins: não cumulatividade e regimes de incidência. São Paulo, Quartier Latin, 2011. TORRES, Ricardo Lobo. Normas de Interpretação e Integração do Direito Tributário. 4ª Ed. Rio de Janeiro: 2006.
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