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11_Direito_Tributario

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. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TJ/PE 
Analista Judiciário - Função: Judiciária 
 
 
1. Normas gerais de direito tributário: conceito, espécies de normas tributárias, vigência, aplicação, 
interpretação, integração. ........................................................................................................................ 1 
 
2. Princípios constitucionais tributário. .............................................................................................. 10 
 
3. Tributo: conceito e natureza jurídica. A divisão dos tributos; ......................................................... 11 
 
4. A competência tributária. Limitações da competência tributária; ................................................... 23 
 
5. Imunidade tributária. Condições de imunidade; ............................................................................. 30 
 
6. Imposto: conceito e competência; ................................................................................................. 37 
 
7. Imposto sobre propriedade predial e territorial urbana; ................................................................. 40 
 
8. Imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza; .............................................................. 43 
 
9. Obrigação tributária. Sujeito Ativo. Sujeito Passivo. Solidariedade; .............................................. 52 
 
10. Crédito tributário. Constituição. Suspensão. Extinção; ................................................................ 55 
 
11. Responsabilidade tributária. ........................................................................................................ 70 
 
12. Execução fiscal; .......................................................................................................................... 77 
 
13. Processo Administrativo Tributário. ............................................................................................. 89 
 
14. Precatórios Judiciais; Conceitos e limites de Dívida Pública. .................................................... 114 
 
15. Sigilo Fiscal. .............................................................................................................................. 120 
 
 
 
 
 
1342171 E-book gerado especialmente para DANIEL RODRIGUES
 
. 2 
 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
1342171 E-book gerado especialmente para DANIEL RODRIGUES
 
. 1 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br 
 
Conceito 
 
O Estado brasileiro tem uma série de obrigações para com seus cidadãos, como prestação de serviço 
de saúde, de educação, segurança pública, etc. Todas essas obrigações são impostas pela Constituição 
Federal. 
Em todo o texto constitucional é possível encontrá-las, porém, o legislador constituinte reservou o 
Título: Da Ordem social especialmente para declarar e regulamentar os deveres do Estado para com o 
cidadão. 
Há ainda os objetivos declarados pela Constituição em seu art. 3º, veja-se: 
 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer 
outras formas de discriminação. 
 
Para alcançar os referidos objetivos bem como cumprir com suas obrigações, o Estado necessita de 
recursos. Esses são chamados de receitas quando seu ingresso é definitivo. 
As receitas podem ser: originárias, quando conseguidas com a gestão do próprio patrimônio público 
(ex: aluguel de prédio público) e derivadas que são aquelas que derivam da constrição do patrimônio do 
particular, a exemplo dos tributos. 
O Direito Tributário é o ramo do direito que positiva, ou seja, regulamenta a capacitação de recursos 
por meio de tributos. 
Eduardo Sabbag1 colaciona em sua obra o conceito de diversos doutrinadores, veja-se: 
Para Rubens Gomes de Souza, o Direito Tributário é “(...) o ramo do direito público que rege as 
relações jurídicas entre o Estado e os particulares, decorrentes da atividade financeira do Estado no que 
se refere à obtenção de receitas que correspondam ao conceito de tributo”. 
Nos dizeres de Paulo de Barros Carvalho “o Direito Tributário é o ramo didaticamente autônomo do 
Direito, integrado pelo conjunto de proposições jurídico-normativas, que correspondam, direta ou 
indiretamente, à instituição, arrecadação e fiscalização de tributos”. 
Segundo o entendimento de Hugo de Brito Machado, o Direito Tributário é o “ramo do direito que se 
ocupa das relações entre o fisco e as pessoas sujeitas a imposições tributárias de qualquer espécie, 
limitando o poder de tributar e protegendo o cidadão contra os abusos desse poder. 
Dos conceitos acima é possível definir o Direito Tributário como o ramo do Direito que regulamenta a 
relação entre o Estado e o contribuinte de forma a conseguir recursos para a realização dos objetivos e 
obrigações estatais, assegurando ao particular garantias que o protegem contra possíveis arbítrios. 
 
Espécies de normas tributárias 
 
O Código Tributário Nacional, em seu art. 96, afirma que a expressão “legislação tributária” 
compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas 
complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. 
Todavia, tal enumeração de normas que compõem a “legislação tributária” não é exaustiva, conforme 
demonstra o próprio CTN, em seu art. 2.º, ao asseverar que o sistema tributário nacional é regido pelo 
disposto na Emenda Constitucional 18, de 1.º de dezembro de 1965, em leis complementares, em 
 
1 SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2014. 
1. Normas gerais de direito tributário: conceito, espécies de normas 
tributárias, vigência, aplicação, interpretação, integração. 
1342171 E-book gerado especialmente para DANIEL RODRIGUES
 
. 2 
resoluções do Senado Federal e, nos limites das respectivas competências, em leis federais, nas 
Constituições e leis estaduais, e em leis municipais. 
A referência à EC 18/1965 deve hoje ser interpretada como uma referência à atual Constituição 
Federal. Todavia, o ponto mais importante a ser ressaltado é que, seguindo a linha de raciocínio adotada 
pelo legislador do Código Tributário Nacional, todo ato normativo que verse sobre matéria tributária 
integra a denominada “legislação tributária”. 
Neste ponto, é importante entender o exato significado da expressão “ato normativo”. Numa 
sociedade politicamente organizada (Estado), existem regras de conduta de observância obrigatória pelas 
pessoas às quais tais regras sejam destinadas. 
Assim, a título de exemplo, a legislaçãodo imposto de importação impõe à pessoa que promover a 
entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro (território nacional) a obrigação de pagar o 
respectivo imposto, ressalvadas as exceções legais (isenção, não incidência, alíquota zero). Tal regra é 
geral, pois atinge a totalidade das pessoas que, no mundo concreto, se puserem na situação 
abstratamente prevista na lei. Dessa forma, por não ter destinatário específico, a doutrina diz que esta 
regra é dotada de generalidade. Na mesma linha, por não dispor sobre situações concretamente 
verificadas no mundo dos fatos, mas apenas sobre hipóteses (alguém importar uma mercadoria), a regra 
é dotada de abstração. 
São estas duas características (generalidade e abstração) que diferenciam um ato normativo das 
demais regras de conduta impositivas existentes em direito. 
Um segundo exemplo, trazendo um caso em que os requisitos de generalidade e abstração não se 
fazem presentes, pode ser útil para estabelecer, com precisão, o “divisor de águas”. 
Suponha-se que uma equipe de fiscalização da Receita Federal do Brasil tenha auditado determinado 
contribuinte e, verificando que este não recolheu o “imposto de renda” relativo ao ano-calendário de 2005, 
exercício de 2006, vencido no dia 28 de abril de 2006, procedeu à devida autuação, cobrando-lhe o 
imposto acrescido de multa no valor de 75% do imposto não recolhido e fixando um prazo de 30 dias para 
pagamento ou impugnação. 
Nesta situação, tem-se uma obrigação (pagar ou impugnar dentro de 30 dias) estipulada por uma regra 
de conduta destinada especificamente a uma pessoa (o contribuinte fiscalizado), sendo, portanto uma 
regra individual, desprovida de generalidade. 
Na mesma linha, a regra foi estipulada em face de um caso concreto, ocorrido no mundo dos fatos (o 
contribuinte não cumpriu suas obrigações legais) e não de uma situação abstrata. Assim, a regra é 
concreta, desprovida de abstração. 
A primeira regra, estipulando a obrigação geral das pessoas que promovem a importação de 
mercadorias estrangeiras, é um “ato normativo” que integra a legislação tributária. Já o segundo preceito, 
estipulando que determinado contribuinte, que não adimpliu suas obrigações, promova o pagamento do 
tributo com o acréscimo da respectiva multa ou ofereça impugnação, não é ato normativo e não integra a 
“legislação tributária”. 
Assim, numa definição mais ampla, a “legislação tributária” compreende todas as normas gerais e 
abstratas integrantes do ordenamento jurídico nacional que versem sobre tributos e relações jurídicas a 
eles pertinentes. 
Na esteira dessa definição, integram a “legislação tributária” desde a Constituição Federal até os mais 
subalternos dos atos normativos, como, por exemplo, uma ordem de serviço expedida por um Delegado 
da Receita Federal trazendo as regras a serem seguidas pelos contribuintes para o atendimento nos 
“Centros de Atendimento” de sua circunscrição. 
Esclarecida a abrangência da expressão “legislação tributária”, passa-se à análise dos atos 
normativos por ela abrangidos, nos termos do art. 96 do Código Tributário Nacional. 
 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
O art. 96, CTN define, de forma não exaustiva, a amplitude da expressão legislação tributária. 
Como o rol não é exaustivo pode-se concluir que todas as normas que versem sobre as relações 
jurídico-tributárias e sobre tributos integram a legislação tributária, inclusive os convênios, as decisões 
administrativas, etc. 
 
A Constituição Federal traz as normas que disciplinam o Direito Tributário como um todo. É ela que 
dá as permissões para a o ente instituir o tributo, define fatos geradores, entre outros. A Constituição 
reserva matérias para a Lei complementar e traça regras para proteção do contribuinte. 
Como dito, a própria Constituição determina que algumas matérias somente poderão ser veiculadas 
por meio de Lei Complementar, trata-se de hipótese de reserva legal. 
1342171 E-book gerado especialmente para DANIEL RODRIGUES
 
. 3 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios; 
 II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta 
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; 
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. 
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de 
pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, 
das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239 
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime 
único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, observado que: 
I - será opcional para o contribuinte; 
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; 
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes 
aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento; 
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, 
adotado cadastro nacional único de contribuintes. 
 
Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de 
prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer 
normas de igual objetivo. 
 
As matérias que aqui estão descritas somente podem veicular por Lei complementar, contudo, a regra 
no ordenamento jurídico-tributário é a Lei Ordinária. 
A lei ordinária é a espécie normativa mais comum. Em Direito Tributário ela é a regra, visto que, devido 
ao princípio da legalidade, somente a lei em sentido estrito pode instituir e aumentar tributos. 
O art. 97 fala em lei que deve ser interpretada com lei em sentido estrito, ou seja, aquela que tem força 
normativa suficiente para inovar o ordenamento jurídico. 
Entende-se por lei em sentido estrito a Lei Ordinária, a Lei Complementar e a Medida Provisória. 
 
A Constituição Federal prevê a possibilidade de o Presidente da República legislar por meio de Lei 
Delegada, desde que haja autorização parlamentar, nos moldes do art. 68, CF: 
 
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a 
delegação ao Congresso Nacional. 
§ 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de 
competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei 
complementar, nem a legislação sobre: 
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; 
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; 
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. 
§ 2º - A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que 
especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. 
§ 3º - Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em 
votação única, vedada qualquer emenda. 
 
O art. 62 da Constituição trata do uso de Medida Provisória e estabelece algumas limitações. A 
primeira é que somente pode ser editada em caso de relevância e urgência. Também não se pode legislar, 
por esse meio, matéria reservada à Lei Complementar. Veja-se o texto constitucional: 
 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderáadotar medidas 
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
I – relativa a: 
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; 
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. 4 
b) direito penal, processual penal e processual civil; 
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, 
ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; 
II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; 
III – reservada a lei complementar; 
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto 
do Presidente da República. 
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 
153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida 
em lei até o último dia daquele em que foi editada. 
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, 
se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por 
igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas 
delas decorrentes. 
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-se 
durante os períodos de recesso do Congresso Nacional. 
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas 
provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. 
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua 
publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso 
Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da 
Casa em que estiver tramitando. 
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de 
sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do 
Congresso Nacional. 
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados. 
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre 
elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das 
Casas do Congresso Nacional. 
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada 
ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. 
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou 
perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados 
durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. 
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-
se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto. 
 
Os Tratados Internacionais são acordos feitos por Nações ou organismos internacionais e, 
justamente por isso, produzem efeitos jurídicos. Somente o Presidente da República, representante do 
Estado brasileiro, pode firmá-los, contudo, cabe ao Congresso Nacional, referendá-los, ou seja, aprova-
los por meio de decreto legislativo para que produza efeitos. 
Os Decretos somente podem disciplinar a forma de cumprimento da lei que regulam. Seu fundamento 
de validade é justamente essa lei. Bem por isso, que seu conteúdo e alcance restringem-se ao dessas 
leis. 
Os decretos são de competência do Presidente da República ou do Poder Legislativo, hipótese em 
que é chamado de Decreto Legislativo. As Resoluções são espécies normativas de competência 
privativa da Câmara dos Deputados, do Senado e do Congresso Nacional. 
O art. 100 do CTN define as normas complementares, vejamos cada uma delas 
 
Atos Normativos Expedidos pelas Autoridades Administrativas: Ricardo Alexandre2 assim os 
define: “são normas editadas pelos servidores da administração tributária e visam a detalhar a aplicação 
das normas que complementam” [...] “Para orientar a execução das atividades afetas à administração 
tributária federal, cada uma dessas autoridades possui competência para expedir atos gerais e abstratos 
(normativos). Tais atos também são hierarquicamente organizados, de forma que o posicionamento de 
determinada autoridade administrativa em determinado ponto da escala hierárquica da instituição terá 
 
2 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. São Paulo: Método, 2014. 
1342171 E-book gerado especialmente para DANIEL RODRIGUES
 
. 5 
como consectário posicionamento semelhante das normas editadas por esta autoridade, quando 
comparadas com as normas emanadas das demais autoridades da mesma esfera administrativa”. 
 
Decisões dos Órgãos Singulares ou Coletivos de Jurisdição Administrativa, a qual a Lei Atribua 
Eficácia Normativa: nenhum cidadão é obrigado a concordar com as pretensões do Fisco, justamente 
por isso é assegurado o direito de se insurgir contra as mesmas. A Constituição Federal prega a ampla 
defesa e o contraditório. 
O cidadão pode se insurgir pela via judicial ou pela via administrativa. Assim, os entes são obrigados 
a instituir órgãos administrativos para tal finalidade. Esses podem ser singulares ou colegiados, quando 
composto por mais de um julgador. 
Em regra, as decisões administrativas tem efeito somente entre as partes porém, é possível ao ente 
político, por meio de lei, conferir força normativa para essas decisões, quando então, ela vinculará a 
Administração. 
 
Práticas Reiteradamente Observadas pelas Autoridades Administrativas: essas práticas 
configuram os usos e costumes e somente podem ser utilizadas quando meramente interpretativas. 
 
Convênios que Entre Si Venham a Celebrar a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios: podem os entes políticos celebrar convênios de mútua colaboração visando a melhor 
administração dos tributos que a eles competem. Uma vez celebrados esses convênios passam a vincular 
os entes que dele fazem parte. 
 
Abaixo os dispositivos do Código Tributário Nacional sobre o assunto: 
 
TÍTULO I 
Legislação Tributária 
CAPÍTULO I 
Disposições Gerais 
SEÇÃO I 
Disposição Preliminar 
 
Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções 
internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre 
tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. 
 
SEÇÃO II 
Leis, Tratados e Convenções Internacionais e Decretos 
 
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 
65; 
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso 
I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; 
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 
21, 26, 39, 57 e 65; 
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou 
para outras infrações nela definidas; 
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou 
redução de penalidades. 
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em 
torná-lo mais oneroso. 
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a 
atualização do valor monetário da respectiva base decálculo. 
 
Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação 
tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. 
 
1342171 E-book gerado especialmente para DANIEL RODRIGUES
 
. 6 
Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais 
sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta 
Lei. 
SEÇÃO III 
Normas Complementares 
 
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais 
e dos decretos: 
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; 
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei 
atribua eficácia normativa; 
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; 
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de 
penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo 
do tributo. 
Vigência da Norma Tributária 
 
Em se tratando de vigência espacial, a regra é a territorialidade, assim, a lei de cada ente vigora em 
seu respectivo território. Essa regra tem exceção prevista no art. 102, CTN que são os convênios de 
cooperação e as normas gerais da União. 
A vigência temporal é determinada no próprio corpo da lei, assim, a lei deve conter previsão de 
quando entrará em vigor, contudo, em sua ausência aplica-se a regra contida na Lei de Introdução ao 
Código Civil que é de 45 dias. 
Há que se observar as regras específicas contidas no art. 103 e 104. 
 
Eis as normas do CTN sobre o assunto: 
 
CAPÍTULO II 
Vigência da Legislação Tributária 
 
Art. 101. A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições 
legais aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o previsto neste Capítulo. 
 
Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no 
País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os 
convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais 
expedidas pela União. 
 
Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor: 
I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação; 
II - as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos normativos, 30 
(trinta) dias após a data da sua publicação; 
III - os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles prevista. 
 
Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua 
publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: 
I - que instituem ou majoram tais impostos; 
II - que definem novas hipóteses de incidência; 
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao 
contribuinte, e observado o disposto no artigo 178. 
 
Aplicação da Norma Tributária 
 
A regra contida no art. 105 trata da irretroatividade da lei tributária, ou seja, a lei não se aplica a fatos 
passados, somente a fatos futuros (que ainda não aconteceram) e a fatos pendentes (ainda não 
concluídos). 
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. 7 
Ricardo Alexandre3 sintetiza: 
- Fatos Geradores não consumados: aplicação imediata 
- Fatos Geradores pendentes: aplicação imediata 
- Fatos Geradores consumados: a lei nova não se aplica. 
O art. 106 traz exceções a regra do art. 105, ou seja, casos em que a lei tributária se aplica a fatos 
passados. 
Esse dispositivo deve ser interpretado em conjunto com o art. 105, III, “a” da Constituição4 que veda a 
aplicação da lei tributária a fatos geradores ocorridos antes de sua vigência quando ela instituir ou 
aumentar tributo. 
Diz o CTN: 
CAPÍTULO III 
Aplicação da Legislação Tributária 
 
Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos 
pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa 
nos termos do artigo 116. 
 
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: 
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de 
penalidade à infração dos dispositivos interpretados; 
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: 
a) quando deixe de defini-lo como infração; 
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde 
que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; 
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua 
prática. 
Interpretação e Integração da Norma Tributária 
 
Eduardo Sabbag5 assim define interpretação: “a interpretação da lei é o trabalho investigativo que 
procura traduzir seu pensamento, sua dicção e seu sentido. É o ato intelectual de decifrar o 
pensamento do legislador, perquirindo a razão que animou suas ideias quando confeccionou 
aquele instrumento normativo. É mecanismo de tradução da mens legislatoris em palavras 
conclusivas de um raciocínio querido e, agora, a decifrar. Assim, interpretar a lei é compreendê--
la diante da pletora de significações possíveis que pressupõe, determinando, com exatidão, seu 
verdadeiro desígnio, ao demarcar os casos todos a que se estende sua aplicação.”. 
O art. 111 determina que alguns assuntos sejam interpretados literalmente, ou seja, sem ampliações. 
Já o art. 112 prega a interpretação mais favorável em caso de dúvida. Assim, em havendo dúvidas quanto 
à aplicação da lei, ela deve ser aplicada de forma mais benéfica para o contribuinte. 
A integração ocorre nos casos de lacunas da lei, quando o aplicador deverá preenchê-la utilizando-se 
dos elementos previstos no art. 108, CTN. 
 
Eis as normas do CTN sobre a matéria: 
 
CAPÍTULO IV 
Interpretação e Integração da Legislação Tributária 
 
Art. 107. A legislação tributária será interpretada conforme o disposto neste Capítulo. 
 
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação 
tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada: 
I - a analogia; 
II - os princípios gerais de direito tributário; 
III - os princípios gerais de direito público; 
IV - a equidade. 
 
3 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. São Paulo: Método, 2014. 
4 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
[...] 
III - cobrar tributos: 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; 
5 SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2014. 
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. 8 
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. 
§ 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. 
 
Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do 
conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos 
respectivos efeitos tributários. 
 
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, 
conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição 
Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos 
Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. 
 
 Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: 
 I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; 
II - outorga de isenção; 
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributáriasacessórias. 
 
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da 
maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: 
I - à capitulação legal do fato; 
II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus 
efeitos; 
III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; 
IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. 
 
Questões 
 
01. (SEFAZ/RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - FGV) Não pode(m) ser usado(a)(s) como 
técnica de interpretação e integração da legislação tributária 
(A) a equidade. 
(B) os princípios gerais de direito tributário. 
(C) os costumes. 
(D) os princípios gerais de direito público. 
(E) a analogia. 
 
02. (PC/DF - Delegado de Polícia - FUNIVERSA) Com base no disposto no Código Tributário Nacional 
(CTN) acerca das normas gerais de direito tributário, assinale a alternativa correta. 
(A) A interpretação da lei tributária que defina infrações ou estabeleça penalidades deve proteger, em 
caso de dúvida quanto à capitulação legal do fato, o interesse da coletividade, de forma mais favorável 
ao fisco. 
(B) A lei tributária não poderá retroagir ou ser aplicada a ato pretérito que ainda não tenha sido 
definitivamente julgado, mesmo que o cometimento desse ato não seja mais definido como infração. 
(C) Os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas entram em vigor na data da sua 
publicação, salvo disposição em contrário. 
(D) A outorga de isenção, a suspensão ou exclusão do crédito tributário e a dispensa do cumprimento 
de obrigações tributárias acessórias devem ser interpretadas sistematicamente e, sempre que possível, 
de forma extensiva. 
(E) As decisões dos órgãos singulares ou coletivos no âmbito da jurisdição administrativa entrarão em 
vigor quarenta e cinco dias após a data da sua publicação quando a lei atribuir a elas eficácia normativa. 
 
03. (TCM-RJ – Procurador– FGV) Assinale a afirmativa correta 
(A) A lei tributária que define infrações ou lhe comina penalidades interpreta-se da maneira mais 
favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto à capitulação legal do fato, bem como quanto à natureza 
ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos. 
(B) Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária 
utilizará sucessivamente, na ordem indicada: a analogia; os princípios gerais de direito tributário; os 
princípios gerais de direito e a equidade. 
(C) A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas 
de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições 
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. 9 
dos Estados, pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios ou pelas leis complementares, 
para definir ou limitar competências tributárias. 
(D) Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: suspensão, extinção ou 
exclusão do crédito tributário; outorga de isenção e dispensa do cumprimento de obrigações tributárias 
acessórias. 
(E) A definição legal do fato gerador é interpretada considerando-se a validade jurídica dos atos 
efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu 
objeto ou dos seus efeitos. 
 
04. (TJ-PA – Juiz– FGV) Com base no CTN, em relação à legislação tributária, assinale a afirmativa 
incorreta. 
(A) O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. 
(B) O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa de pagamento de tributo devido. 
(C) A lei tributária se aplica a ato ou fato pretérito, quando o ato não definitivamente julgado cominar 
penalidade menos severa que a prevista na lei ao tempo da sua prática ou reduzir o valor do tributo 
devido. 
(D) Dentre as normas complementares das leis, dos tratados e convenções internacionais e dos 
decretos, encontram-se as práticas reiteradas observadas pelas autoridades administrativas. 
(E) A lei tributária que define infrações ou lhe comina penalidades, em caso de dúvida quanto à 
natureza da penalidade aplicável ou a sua graduação, deve ser interpretada de maneira mais favorável 
ao acusado. 
 
05. (DPE-AM – Defensor– IC) A respeito da vigência, aplicação e interpretação das normas tributárias 
indique a alternativa CORRETA: 
(A) Regra geral, a lei tributária começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de 
oficialmente publicada. No entanto, salvo disposição em contrário, os atos normativos expedidos pelas 
autoridades administrativas entram em vigor 30 (trinta) dias após a data da sua publicação. 
(B) Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária 
utilizará sucessivamente e em ordem preferencial a analogia, os princípios gerais do direito tributário, os 
princípios gerais do direito privado e a equidade. A utilização dos princípios gerais de direito privado 
restringe-se à pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, 
inclusive para definição dos respectivos efeitos tributários. 
(C) Excepciona o princípio da irretroatividade, aplicando-se a fato pretérito, a lei expressamente 
interpretativa, e, nas hipóteses de atos não submetidos à coisa julgada, a lei que mitigue determinada 
penalidade pecuniária aplicável para as situações de descumprimento da obrigação tributária principal. 
(D) Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre suspensão, extinção ou 
exclusão do crédito tributário, outorga de isenção e dispensa do cumprimento de obrigações tributárias 
acessórias. 
(E) O Código Tributário Nacional admite a interpretação benigna exclusivamente para a lei que 
disponha sobre infrações, anistia e comine penalidades, sendo necessária a existência de dúvida sobre 
a tipicidade do fato, a autoria, imputabilidade ou punibilidade. 
 
Respostas 
 
1. Resposta: C 
Nos termos do que dispõe o artigo 108 do CTN, os costumes não estão inseridos como técnica de 
interpretação e integração da legislação tributária. 
 
2. Resposta: C 
Segundo preleciona o artigo 103 do CTN, salvo disposição em contrário, entram em vigor: 
I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação. 
 
03. Resposta: A. 
(A) Art. 112, I e II, CTN. (B) Art. 108, I, II, III e IV, CTN. (C) Art. 110, CTN. (D) Art. 111, I, II e III, CTN. 
(E) Art. 118, I, CTN. 
 
04. Resposta: C. 
(A) Art. 108, § 1º, CTN. (B) Art. 108, § 2º, CTN. (C) Art. 106, II, c, CTN. (D) Art. 100, III, CTN. (E) Art. 
112, IV, CTN. 
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. 10 
05. Resposta: C. 
(A) Incorreta – art. 103, I, CTN. (B) Incorreta – art. 108, I a IV, CTN. (C) Correta – art. 106, I e II, c, 
CTN. (D) Incorreta – art. 111, I a III, CTN. (E) Incorreta – art. 112, I a IV, CTN. 
 
 
 
Os princípios constitucionais tributários compõem a delimitação do poder tributário conferido aos 
entes públicos, prevalecendo sobre todas as normas jurídicas, as quais têm validade apenas quando os 
princípios constitucionais são obedecidos. Esses princípios visam à proteção do contribuinte e uma 
solução interpretativa para o legislador. 
Conforme art. 150 da Constituição Federal de 1988, “sem prejuízo de outras garantias asseguradas 
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios”, além das vedações 
citadas, apresentam-se outros princípios constitucionais necessários ao adequado entendimento do 
Sistema Tributário Brasileiro: 
 
Princípio da legalidade: (é vedado) cobrar ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça, ou seja, o 
imposto será devido apenas quanto da existência de uma lei que determine sua cobrança ou majoração 
(CF, art. 150, inciso I); 
 
Princípio da isonomia tributária: (é vedado) aplicar tratamento desigual entre contribuintesque se 
encontrem em situação equivalente, ou seja, verifica-se a premissa de que todos são iguais perante a lei 
(CF, art. 150, inciso II); 
 
Princípio da irretroatividade tributária: (é vedado) exigir tributos em relação a fatos geradores 
ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. Assim, os fatos 
geradores serão tributados após a vigência da lei que tenha previsto a incidência do imposto (CF, art. 
150, inciso: III, alínea: a); 
 
Princípio da anterioridade da lei: (é vedado) exigir tributos no mesmo exercício financeiro em que 
haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou (CF, art. 150, inciso: III, alínea: b); 
 
Princípio da Uniformidade Geográfica: os tributos cobrados pela União devem ser iguais em todo o 
território nacional, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados à promoção do equilíbrio e 
desenvolvimento socioeconômico de determinadas regiões do País (CF, art. 151, inciso: I); 
 
Princípio da Capacidade Contributiva: considera a capacidade econômica individual do contribuinte, 
assim o tributo será graduado conforme a capacidade do contribuinte, com o objetivo de proceder à 
redistribuição de renda, exigindo mais dos contribuintes com maior capacidade econômica e reduzindo 
ou isentando os contribuintes com menor capacidade econômica (CF/88, art. 145, § 1º); 
 
Princípio da Vedação ao Confisco: o tributo cobrado deve ser justo, não podendo configurar-se em 
um ônus tão elevado que represente um confisco da renda ou bem do contribuinte. Constitui-se em um 
limite do poder de tributar concedido pela CF à União, Estado, Distrito Federal e Municípios (CF, art. 150, 
IV); 
 
Princípio da Imunidade Recíproca: a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não 
podem instituir impostos sobre: (a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; (b) templos de qualquer 
culto; (c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades 
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, 
atendidos os requisitos da lei; (d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. (CF, art. 
150, VI); 
 
Princípio da Imunidade de Tráfego: nenhuma lei tributária poderá restringir ou limitar o tráfego no 
território nacional de pessoas ou bens, exceto a cobrança de pedágio pela utilização de vias públicas (CF, 
art. 150, V; CTN, art. 9º, III); 
 
2. Princípios constitucionais tributário. 
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. 11 
Princípio da Transparência: a lei cuidará para que os contribuintes obtenham esclarecimentos 
referentes aos impostos incidentes sobre mercadorias e serviços (CF, art. 150, § 5º); 
Os princípios constitucionais tributários, além de proteger os interesses dos contribuintes contra 
excessos de arrecadação dos entes públicos, servem de norte aos legisladores para que o Sistema 
Tributário Nacional promova sua função básica essencial de promover a distribuição de renda e o bem 
estar social. 
 
 
 
Tributo, vem conceituado no art. 3º do CTN: 
 
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa 
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada. 
 
A primeira palavra utilizada para descrever tributo foi “prestação” e isso é da mais extrema 
importância, haja vista que toda obrigação jurídica tem por objeto uma prestação, seja ela de dar, de 
fazer, de não fazer, etc. Logo, vê-se que o tributo tem natureza jurídica obrigacional. 
Essa prestação é pecuniária, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir o que significa que 
é uma obrigação mensurável economicamente, que deve ser cumprida, em regra, em dinheiro, 
especificamente na moeda corrente no País, o que exclui o pagamento do tributo por meio do recebimento 
de coisas ou através da prestação de serviços. 
Existe, contudo, uma exceção que é a dação em pagamento, prevista no art. 156, IX, CTN. Por esse 
instituto é possível que o devedor entregue para a Fazenda Pública um bem imóvel a fim de extinguir o 
crédito tributário. 
O tributo é ainda uma prestação compulsória ou seja, na relação jurídico-tributária, diferentemente 
da relação contratual cível, não cabe manifestação de vontade das partes. Assim, a prestação é 
obrigatória porque decorrente da vontade da lei, não cabendo disposição de vontade das partes. O sujeito 
deve cumprir com a obrigação tributária não porque quer, mas porque realizou o fato gerador e, portanto, 
incidiu em hipótese que a lei determina o cumprimento de obrigação, qual seja, o pagamento. 
O tributo não deve constituir sanção de ato ilícito. Essa característica deve ser analisada sob dois 
ângulos. 
Primeiro, tributo não é sanção, não é penalidade, não é castigo, logo, ele não é instituído para punir o 
cidadão, ao contrário, o instrumento sancionatório é a multa. 
O segundo ângulo diz que não se pode tributar ato ilícito, ou seja, não se pode ter por fato gerador de 
um tributo um ato ilícito. Isso não significa que a renda e os bens que são obtidos por meios ilícitos não 
estejam sujeitos à tributação. 
Veja: não se pode ter um tributo cujo fato gerador seja o tráfico de substância entorpecentes (ato ilícito) 
mas, se determinado traficante compra uma casa, ela será tributada pelo IPTU. Isso porque para o Direito 
Tributário não importa de onde veio o recurso, importa somente que o sujeito realizou o fato gerador. É o 
princípio segundo o qual o dinheiro não tem cheiro. 
Todo tributo é uma prestação instituída em lei, em decorrência do princípio da legalidade e do 
princípio democrático. Logo, somente a lei pode criar um tributo. 
De acordo com o princípio da legalidade previsto no art.5º, II da Constituição Federal, somente a lei 
pode obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Ora, se o tributo implica em obrigação, ele 
somente pode ser instituído mediante lei. 
Deve ainda o tributo ser cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada, o que 
significa que o agente público não exerce nenhum juízo de discricionariedade no que reporta à cobrança. 
Não se pode escolher entre cobrar ou não o tributo, ao contrário, deve-se total obediência à lei e se é a 
lei quem determina a cobrança, o agente obedece. 
Para ser considerado tributo se faz necessário a presença de todos esses cinco elementos. 
 
Aspecto Material 
 
O aspecto material do tributo, segundo ensinamento de Paulo de Barros Carvalho6 é o critério que faz 
referência a um comportamento seja ele de pessoas físicas ou jurídicas, de forma a designar o fazer, o 
 
6 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2007 
3. Tributo: conceito e natureza jurídica. A divisão dos tributos; 
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. 12 
não fazer, o dar e o ser. Logo, percebe-se que o critério material está sempre ligado a um verbo. Ex: 
circular mercadorias, ser proprietário de veículo automotor, etc. 
De acordo com Geraldo Ataliba7, o aspecto material é o mais complexo aspecto da hipótese de 
incidência, visto que contém a designação de todos os dados de ordem objetiva, que descreve os 
aspectos que lhe são substanciais, que lhe dão suporte, ou seja, é a própria consistência material do fato. 
A alíquota e a base de cálculo são dados que compõem o aspecto quantitativo do tributo, que é aquele 
que reporta ao valor, ao quantum será pago a título de tributo. São, portanto, os parâmetros utilizados 
para o cálculo do valor. 
A base de cálculo, como o próprio nome indica é o elemento sobre o qual a alíquota será aplicada para 
se descobrir o valor da obrigação tributária. Ex: valor venal do imóvel. 
A alíquota pode ser: 
- Específica: é aquela em que o valor a ser pago se dá de acordo com unidade de quantificação, ex: 
Suponha-se que para determinadamercadoria a alíquota específica seja de trinta reais para cada cem 
unidades. Se o sujeito importou mil unidades, deverá pagar 300 reais a título de imposto de importação. 
- Ad valorem: é aquele percentual que é aplicado sobre a base de cálculo para se saber qual o valor 
do tributo. Ex: imagine que a alíquota que incide sobre sua casa é de 2% e que a base de cálculo seja o 
valor venal do imóvel. Se sua casa possui o valor venal de R$ 200.000,00, você deverá pagar, a título de 
IPTU R$ 4.000,00. 
 
Os tributos são classificados em: 
 
- Quanto à Discriminação das Rendas por Competência: 
Federais: são os tributos de competência da União; 
Estaduais: os tributos de competência dos estados e Distrito Federal; 
Municipais: tributos de competência dos Municípios e Distrito Federal. 
Pelo fato de o Distrito Federal ter competência para instituir os tributos estaduais e municipais, a 
doutrina classifica sua competência como cumulativa. 
 
- Quanto ao Exercício da Competência Impositiva: 
Privativos: aqueles cuja competência a Constituição conferiu somente a determinado ente. Ex: IPVA, 
somente os estados podem instituí-lo, por isso é um tributo de competência privativa dos estados. 
Comuns: são aqueles que a Constituição disse ser de competência de todos os entes. Ex: taxas 
Residual: reportam à criação dos impostos previstos no art. 154, I, CF e das contribuições sociais para 
a seguridade social previstas no art. 195, § 4° também da Constituição. 
 
- Quanto à Finalidade: 
Fiscais: são aqueles cuja principal função é arrecadar recursos para os cofres públicos. 
Extrafiscais: a principal função é intervir no domínio econômico ou em uma situação social. Ex: Imposto 
de Importação e ITR. 
Parafiscais: são os tributos que se destinam a custear os serviços públicos de competência do Estado 
mas, que são desenvolvidos por outra pessoa jurídica. 
 
- Quanto à Hipótese de Incidência: 
Vinculados: são os tributos em que há uma contraprestação específica por conta do Estado. Ex: taxa 
de coleta de lixo. Ela é paga porque existe o serviço de coleta de lixo, logo o sujeito paga o tributo para 
receber ou após receber uma contraprestação específica. 
Não Vinculados: são aqueles tributos em que inexiste a contraprestação específica. Assim, o sujeito 
deve pagá-los porque realizou o fato gerador. É o caso dos impostos. O valor arrecadado com os impostos 
são aplicados nas mais diversas áreas de atuação do Estado, logo, o cidadão receberá uma 
contraprestação mas, em forma de serviços públicos, nada específico. 
 
-Quanto ao Destino da Arrecadação: 
Vinculada: quando todo o dinheiro arrecadado dever ser empregado em determinada(s) atividade(s). 
Ex: Empréstimo Compulsório, todo o valor arrecadado deve ser empregado na situação que deu origem 
à instituição do referido tributo. 
Não Vinculada: o Estado escolhe onde empregar o dinheiro arrecadado. Ex: impostos. 
 
 
7 ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência Tributária. São Paulo: Malheiros, 1999. 
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-Quanto à Possibilidade de Repercussão do Encargo Econômico-Financeiro: 
Diretos: são os tributos em que o sujeito passivo da relação jurídico-tributária é quem deve suportar os 
encargos financeiros do tributo, não tendo possibilidade de repassar a outrem. 
Indiretos: são os tributos em que há um contribuinte de direito (aquele que realiza o fato gerador) e um 
contribuinte de fato (aquele que suporta o encargo econômico). Ex: ICMS: o contribuinte de direito é o 
estabelecimento que realiza a saída da mercadoria mas, quem suporta o encargo financeiro é o 
consumidor (contribuinte de fato). 
 
-Quanto aos Aspectos Objetivos e Subjetivos do Fato Gerador: 
Reais: são aqueles que incidem sobre bens, sobre coisas. Ex: IPVA: incide sobre o veículo automotor, 
sem se importar com a pessoa que é seu proprietário. 
Pessoais: levam em consideração as características pessoais do sujeito passivo. Ex: Imposto de 
Renda: preocupa-se com os dependentes, os gastos em determinadas áreas, etc. 
 
-Quanto às bases econômicas de incidência: 
Sobre o comércio exterior: Imposto de Importação e Imposto de Exportação. 
Sobre o patrimônio ou a renda: Imposto de Renda, ITR, IGV, IPVA, ITCMD, IPTU e ITBI. 
Impostos extraordinários: Imposto Extraordinário de Guerra. 
 
Natureza Jurídica 
 
A NATUREZA JURÍDICA dos tributos é regulamentada pelo art. 4º do Código Tributário Nacional: 
 
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva 
obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: 
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; 
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. 
 
Vê-se que o fato gerador é o elemento que define a natureza jurídica do tributo, não importando o 
nome que a ele foi atribuído e nem mesmo o destino da arrecadação. 
Para o estudo do fato gerador é preciso distinguir os tributos vinculados dos não vinculados. Os 
primeiros são aqueles em que há uma contraprestação específica por parte do Estado. Ex: taxa, toda vez 
que uma pessoa paga uma taxa, ela recebe algo do Estado. Paga-se a taxa de coleta de lixo e tem-se o 
serviço de coleta de lixo, ou seja, o contribuinte paga o tributo para receber algo em troca do Estado. 
Já nos tributos não vinculados, o contribuinte tem o dever de pagar o tributo porque realizou o fato 
gerador mas, não receberá nada específico por parte do Estado a exemplo dos impostos. 
Logo, para se saber a natureza jurídica do tributo deve-se analisar seus elementos e verificar em qual 
espécie tributária ele se enquadra. Conhecendo isso é possível descobrir a natureza jurídica do tributo. 
Em concursos públicos, em regra, é cobrada a literalidade do art. 4º, acima transcrito. 
O Código Tributário Nacional adotou a teoria tripartida, pela qual a natureza jurídica do tributo vinculado 
são as taxas ou contribuição de melhoria e dos não vinculados que são os impostos. 
 
Espécies. 
 
Existem três principais correntes sobre as espécies de tributos: 
a) Teoria dualista: são espécies tributárias apenas as taxas e os impostos; 
b) Teoria tripartida: adotada pelo CTN, são espécies as taxas, os impostos e as contribuições de 
melhoria; 
c) Teoria pentapartida ou quinquipartida: adotada pelo STF, são espécies os impostos, as taxas, os 
empréstimos compulsórios, as contribuições de melhoria e as contribuições especiais. 
 
São cinco as ESPÉCIES DE TRIBUTO: 
 
Impostos: são tributos não vinculados que tem incidência sobre as manifestações de riqueza por isso, 
diz-se que os impostos promovem a solidariedade social, afinal, aquele que, de alguma forma manifesta 
riqueza se obriga a fornecer recursos para o Estado cumprir com suas obrigações e objetivos. 
Alguns doutrinadores preferem dizer que os impostos incidem sobre fatores econômicos como a renda, 
a produção e a propriedade. 
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. 14 
Ambas as posições são harmônicas, haja vista que os fatos econômicos nada mais são do que 
manifestações de riqueza. Veja-se a definição do art. 16 do CTN: 
 
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de 
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. 
 
Percebe-se que o próprio conceito de imposto afirma ser esse um tributo não vinculado. Suas 
receitas, em regra, também não são vinculadas, cabendo ao administrador público, utilizando os critérios 
de conveniência e oportunidade, decidir pela melhor destinação. 
Dizer que o imposto é um tributo não vinculado significa que o cidadão deve pagá-lo, mas não receberá 
do Estado nenhuma prestação específica. O dever de pagar o imposto decorre unicamente da lei. 
Embora não se receba contraprestação direta e específica, os contribuintes de todos os impostos são 
beneficiados pela renda arrecadada pelos mesmos, haja vista que essas financiam vários serviços 
públicos como segurança,saúde, educação. 
Imagine que uma pessoa compre um automóvel. Nesse ato ela realiza o fato gerador do IPVA e deverá 
pagá-lo, contudo, não irá e não terá o direito de receber, em contrapartida, estradas e vias melhores 
porque o IPVA é um imposto e, como tal, é não vinculado. 
O dinheiro arrecadado pelo IPVA poderá ser aplicado no financiamento de outros serviços públicos 
que não a manutenção e conservação de vias e estradas públicas. 
 
De acordo com o art. 145, § 1º da Constituição Federal sempre que for possível os impostos devem 
respeitar a capacidade contributiva, leia-se: 
 
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a 
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para 
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos 
da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. 
 
Impostos de caráter pessoal são aqueles que incidem de forma subjetiva, ou seja que considera os 
aspectos pessoais do contribuinte. Ex: Imposto de Renda: esse considera aspectos subjetivos como a 
quantidade de dependentes, os gastos com educação, saúde e previdência, etc. Já os impostos de 
caráter real são aqueles que desconsideram os aspectos subjetivos e incidem sobre uma determinada 
base econômica. 
Assim, pelo princípio da capacidade contributiva, o legislador deve considerar a possibilidade de 
instituir impostos de caráter pessoal e, se isso for possível, deve fazê-lo. 
 
Taxas: 
 
São tributos vinculados e de competência comum pois, podem ser instituídos por todos os entes da 
Federação, desde que prestem o serviço ou exerçam o poder de polícia. Sua definição está no art. 145, 
II da Constituição Federal e 77 do Código Tributário Nacional. 
 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes 
tributos: 
[...] 
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de 
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; 
 
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, 
no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de 
polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao 
contribuinte ou posto à sua disposição. 
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que 
correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. 
 
Dos dispositivos acima pode-se concluir que a taxa possui dois fatos geradores, quais sejam o 
exercício regular do poder de polícia e a prestação de serviço público específico e divisível, efetivo ou 
posto à disposição do contribuinte. 
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Poder de Polícia: é uma atividade administrativa fundamentada no princípio da supremacia do 
interesse público. O art. 78 do CTN o define: 
 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou 
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão 
de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da 
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou 
autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos 
individuais ou coletivos. 
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado 
pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-
se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. 
 
Pelo poder de polícia os interesses individuais são restringidos de forma que o bem coletivo seja 
preservado. É exercido pela polícia administrativa. Ex: fiscalização. Imagine que João tenha um 
restaurante e que atenda diariamente uma média de 300 pessoas. Certo dia a vigilância sanitária bate às 
portas do estabelecimento comercial de João a fim de verificar se o mesmo segue todas as normas 
referentes à higiene. 
A fiscalização estará exercendo o poder de polícia e João deve submeter-se a esse procedimento, ou 
seja, o direito de propriedade e direito à livre iniciativa de João estão sendo restringidos em prol do bem 
comum: saúde dos consumidores. 
O mesmo ocorre com a inspeção veicular, com a expedição de alvarás, etc. 
 
Serviços Públicos Específicos e Divisíveis, Efetivos ou Potenciais: os serviços públicos são 
específicos quando o contribuinte sabe o que está pagando. Assim, se desejo retirar um passaporte, pago 
a taxa sabendo que é para a utilização do serviço de emissão desse documento. 
Para ser divisível é preciso que se possa identificar os usuários daquele serviço, que se possa 
mensurar quem e quanto cada um utilizou daquele serviço. Foi justamente por faltar a divisibilidade que 
o custeio do serviço de iluminação pública não pode ser cobrado mediante taxa, afinal, não é possível 
identificar todos os seus beneficiários. Veja-se Súmula a esse respeito: 
 
Súmula 670 do STF – O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. 
 
O serviço efetivo é aquele efetivamente prestado ao contribuinte, a exemplo do serviço de coleta de 
lixo. Já o serviço potencial é aquele posto à disposição do contribuinte, como o serviço de combate a 
incêndio. O contribuinte não o utiliza cotidianamente mas, se precisar, ele está disponível. 
As taxas não podem ter a mesma base de cálculo ou o mesmo fato gerador dos impostos, contudo, a 
adoção de um ou alguns elementos da base de cálculo é permitida. Esse é o entendimento do STF, 
esposado na Súmula Vinculante nº 29, veja-se: 
 
Súmula Vinculante 29 do STF – é constitucional a adoção no cálculo do valor de taxa de um ou 
mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral 
identidade entre uma base e outra. 
 
Sobre os serviços dispõe o CTN: 
 
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: 
I - utilizados pelo contribuinte: 
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; 
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição 
mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; 
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de 
utilidade, ou de necessidades públicas; 
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus 
usuários. 
 
Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no âmbito 
das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas que, 
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segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito 
Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma dessas 
pessoas de direito público. 
 
Empréstimos Compulsórios: nessa espécie tributária, o contribuinte é obrigado a emprestar dinheiro 
para o Estado sempre que realizar o fato gerador. Veja-se a definição constante do art. 148 da 
Constituição: 
 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: 
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra 
externa ou sua iminência; 
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, 
observado o disposto no art. 150, III, "b". 
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será 
vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. 
 
A primeira consideração a se fazer é que os empréstimos compulsórios são tributosde competência 
privativa da União, portanto, somente ela pode instituí-los. Para fazer isso, deve utilizar de lei 
complementar, sob pena de inconstitucionalidade formal. 
O empréstimo compulsório somente pode ser instituído quando ocorrerem os motivos descritos nos 
incisos do artigo supra e todos os recursos angariados com essa espécie devem ser aplicados na situação 
que motivou sua instituição, logo, são classificados como tributos de receita vinculada. 
Assim, se a União institui empréstimo compulsório para atender a despesas extraordinárias na área 
da saúde, toda a receita deve ser destinada para a área da saúde. Qualquer desvio, implica em crime de 
responsabilidade. 
Importante notar que, em regra, o empréstimo compulsório é exceção ao princípio da anterioridade, 
seja do exercício financeiro seguinte, seja nonagesimal, porém, se o motivo que ensejou sua instituição 
for o descrito no inciso II deve-se obedecer o princípio da anterioridade do exercício financeiro seguinte. 
A lei que institui tal tributo deve conter especificações quanto à forma e o prazo para a devolução dos 
valores emprestados. 
 
Contribuições Especiais: assim diz a Constituição Federal: 
 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no 
domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento 
de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem 
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus 
servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, 
cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da 
União. 
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste 
artigo: 
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; 
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; 
III - poderão ter alíquotas: 
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso 
de importação, o valor aduaneiro. 
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. 
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa 
jurídica, na forma da lei. 
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. 
 
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das 
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 
150, I e III. 
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de 
consumo de energia elétrica. 
 
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Da leitura dos dispositivos supra, extrai-se que a União é a única competente para instituir as 
contribuições sociais, as contribuições de intervenção no domínio econômico e as contribuições de 
interesse de categorias profissionais ou econômicas. As únicas exceções constam do § 1º do mesmo 
artigo e no art. 149-A. 
O § 2º declara que as receitas decorrentes da exportação são imunes às contribuições sociais e às 
contribuições de intervenção no domínio econômico. Logo, os exportadores estão imunes ao pagamento 
do PIS, da COFINS e de qualquer outra contribuição que incida sobre a receita originária da exportação. 
As contribuições sociais dividem-se em contribuições de seguridade social, contribuições sociais 
gerais e outras contribuições sociais. 
As contribuições sociais para o financiamento da seguridade social são reguladas pelo art. 195 da 
Constituição, veja-se: 
 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, 
nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, 
à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; 
b) a receita ou o faturamento; 
c) o lucro; 
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição 
sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o 
art. 201; 
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. 
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. 
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade 
social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. 
§ 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos 
órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas 
e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de 
seus recursos. 
§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em 
lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais 
ou creditícios. 
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da 
seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. 
§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou 
estendido sem a correspondente fonte de custeio total. 
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos 
noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes 
aplicando o disposto no art. 150, III, "b". 
§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de 
assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. 
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como 
os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem 
empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma 
alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos 
da lei. 
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas 
ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de 
mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. 
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e 
ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos 
Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. 
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os 
incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. 
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes 
na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. 
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§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, 
da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. 
 
Essas contribuições não se sujeitam ao princípio da anterioridade do exercício financeiro seguinte, 
assim podem ser cobradas no mesmo exercício financeiro em que foram instituídas ou majoradas. 
Contudo, devem respeitar ao princípio da anterioridade nonagesimal.O Supremo Tribunal Federal classifica como contribuições sociais gerais aquelas que são destinadas 
para outras áreas de atuação da União, como por exemplo, o salário-educação. 
Ainda pertencem a essa categoria as contribuições para financiar os serviços sociais autônomos, como 
o SESI e o SENAI. 
As contribuições para intervenção no domínio econômico possuem natureza extrafiscal, pois sua 
principal função é a intervenção no domínio econômico por meio da destinação da arrecadação para uma 
determinada atividade, configurando assim, um incentivo. 
As contribuições corporativas tem natureza parafiscal, visto que sua função é a arrecadação de 
recursos para financiar atividades de interesses de instituições que representam e fiscalizam as 
categorias profissionais e econômicas. 
A contribuição sindical encontra amparo no art. 8º, IV da Constituição. É obrigatória para todos os 
aqueles que exercem atividade dentro de uma categoria econômica ou profissional, bem como para os 
profissionais liberais. É destinada aos sindicados ou às federações sindicais, na ausência dos primeiros. 
Somente estão dispensados do pagamento desse tributo os aposentados. 
A contribuição para o custeio da iluminação pública – COSIP – encontra previsão no art. 149-A da CF, 
o qual atribui competência para os Municípios e o Distrito Federal institui-la. 
A própria Constituição vinculou o valor arrecadado à sua finalidade, ou seja, ao custeio da iluminação 
pública, de sorte que é defeso ao administrador utilizar esse recurso para outra finalidade. 
 
Contribuição de Melhoria: é um tributo de competência comum, assim, todo o ente que fizer a obra 
pública que valorizar imóveis, é competente para a sua cobrança. Está descrita no art. 145, III da 
Constituição Federal: 
 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes 
tributos: 
[...] 
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. 
 
O fato gerador da contribuição de melhoria é a valorização imobiliária decorrente de obra pública. 
Assim, se uma obra pública valorizar sua casa, você deve pagar esse tributo, haja vista ser proibido o 
enriquecimento sem causa no ordenamento jurídico brasileiro. 
Perceba-se então que, são dois os requisitos da contribuição de melhoria: obra pública e valorização 
imobiliária. 
A contribuição de melhoria possui dois limites, quais sejam: o individual (o contribuinte não pode pagar 
valor maior que o quantum da valorização experimentada) e geral (a soma das contribuições não pode 
ultrapassar o valor total da obra). 
Imagine que foi construída uma escola pública municipal no seu bairro. O custo total da escola foi de 
um milhão de reais. 
Antes da construção, sua casa valia R$ 100.000, 00. Após a obra passou a valer R$ 150.00,00, ou 
seja, houve uma valorização de R$ 50.000,00. 
De acordo com esse exemplo, você poderá pagar até R$ 50.000,00 a título de contribuição de melhoria 
(limite individual) e o município não poderá receber mais de um milhão de reais, somando-se os valores 
pagos por todos os contribuintes (limite geral). 
 
Veja-se a regulamentação do Código Tributário: 
 
Contribuição de Melhoria 
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou 
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo 
de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa 
realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel 
beneficiado. 
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Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos: 
I - publicação prévia dos seguintes elementos: 
a) memorial descritivo do projeto; 
b) orçamento do custo da obra; 
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição; 
d) delimitação da zona beneficiada; 
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada 
uma das áreas diferenciadas, nela contidas; 
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de 
qualquer dos elementos referidos no inciso anterior; 
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a 
que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial. 
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da 
obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função 
dos respectivos fatores individuais de valorização. 
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante 
da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o 
respectivo cálculo. 
 
Progressividade, Regressividade e Neutralidade Dos Tributos 
 
A progressividade ocorre quando o impacto do aumento na tributação é proporcional ao 
aumento da renda e ou da riqueza, dessa forma, aqueles que tem mais poder econômico pagariam 
mais, ou seja, arcariam com parcela maior da carga tributária. Há doutrinadores que afirmam que 
a progressividade estaria em plena consonância com o princípio da capacidade contributiva. 
Nos dizeres de Eduardo Sabbag8: “O princípio da capacidade contributiva impõe, na esteira da justiça 
distributiva, que aqueles cidadãos dotados de maior poder aquisitivo devem pagar impostos com alíquotas 
maiores, de forma que o sacrifício econômico por eles sentido seja proporcionalmente maior do que o 
suportado pelos contribuintes mais economicamente vulneráveis. 
A regressividade, por sua vez, ocorre quando o impacto no aumento na tributação é menor em 
relação ao aumento na renda ou na riqueza, ou seja, quanto maior a renda da pessoa, menor 
impacto da tributação sofrida. Assim, aqueles que detém maior poder econômico arcariam com a 
menor parcela da carga tributária o que, via de consequência, oneraria sobremaneira a população 
com menor poder aquisitivo. 
“Quanto9 à distorção conhecida por “regressividade”, diz-se que o sistema tributário brasileiro encerra 
evidente paradoxo: o dilema de conciliar a ação afirmativa do Estado na distribuição equitativa da riqueza 
social com a impossibilidade de expansão da incidência tributária para além das fronteiras do mínimo vital 
e do não confisco. Tal paradoxo tem sido, lamentavelmente, solvido pela indesejável opção da tributação 
regressiva, que onera mais gravosamente as famílias com menor poder aquisitivo, amplificando a 
concentração de renda e as desigualdades sociais. 
O princípio da neutralidade tributária orienta no sentido de que a tributação não deve causar 
distorções no setor econômico, donde a receita tributária é extraída. A tributação deve ser dosada 
a ponto de não provocar desequilíbrio na livre concorrência empresarial, de forma que nenhum 
setor deve ser favorecido ou desfavorecido. Deve ser neutra. A ideia subjacente é que o legislador, 
ao se utilizar do poder de tributar que a Constituição lhe confere, deve fazê-lo de forma razoável e 
moderada, sem que a tributação tenha por efeito impedir o exercício de atividades lícitas pelo contribuinte, 
dificultar o suprimento de suas necessidades vitais básicas ou comprometer seu direito a uma existência 
digna. 
A neutralidade tributária deve ser observada para que o tributo não se torne um elemento fundamental 
nas decisões adotadas pelos agentes econômicos no que tange à alocação de investimentos, ou se 
traduza em um fator de desequilíbrio para o sistema econômico. 
 
Proporcionalidade 
 
O Princípio da Capacidade Contributiva, para alguns autores, numa fase inicial, ou seja, logo que o 
texto constitucional foi promulgado estaria a impor progressividade de alíquotas em qualquer caso, porque 
quando o constituinte diz que as alíquotas serão graduadas segundo a capacidade econômica do

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