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Fisioterapia nas Cirurgias Plásticas Pré-operatório da cirurgia plástica ↝ É o período entre o momento da indicação de um procedimento cirúrgico e a sua execução. Nesse período é realizada uma avaliação e são documentadas as características prévias desse paciente. ↝ Avaliação: são analisados aspectos clínicos gerais e as condições da pele, presença de depressões, irregularidades e flacidez. A flacidez da musculatura abdominal também deve ser avaliada pois influenciará no resultado estético da cirurgia, principalmente nos casos de lipoaspiração. ↝ Peso corporal, perimetria e IMC devem ser avaliados na anamnese. ↝ Protocolos do pré-operatório: · Drenagem linfática manual; · Eletroterapia: eletroestimulação e TENS; · Atividade física: nos casos de flacidez muscular; · Cinesioterapia: exercícios respiratórios para melhorar a respiração de base pulmonar. Conceitos básicos do pós-operatório ↝ Edema; ↝ Seroma; ↝ Equimose; ↝ Hematoma; ↝ Fibrose; ↝ Deiscência. Edema ↝ É o acúmulo patológico de líquido, localizado nos tecidos conjuntivos intersticiais subcutâneos; ↝ Podem ser generalizados ou localizados, podendo ser bilateral ou unilateral, e ainda ser simétrico ou assimétrico em casos bilaterais; ↝ No período de pós operatório de cirurgia plástica, o edema sempre está presente, e geralmente, pode persistir por 3 meses. Seroma ↝ Às vezes confundido com o edema, o seroma é um fenômeno autolimitado, fisiológico e reacional caracterizado por acúmulo de líquido constituído de plasma e linfa na área operada após grandes deslocamento teciduais; ↝ A causa é a interrupção dos canais linfáticos e vasculares em razão do trauma cirúrgico e a formação de espaço morto (entre a pele e o músculo), como resultante do grande deslocamento tecidual. ↝ Apesar de ter uma evolução benigna, pode apresentar alterações, como encapsulamento, infecção, drenagens espontâneas, entre outras, vindo a comprometer o resultado esperado (pode não permite a cicatrização). ↝ É de difícil percepção, mas posicionando o paciente de pé, torna-se mais fácil avaliar a presença de líquido por causa da ação da gravidade. ↝ Se o seroma persistir e não for absorvido pelo organismo, deve ser realizada uma pulsão. Equimose ↝ Extravasamento de sangue e resulta de um trauma em que ocorre rompimento de vasos subcutâneos e consequentemente extravasamento de hemácias que se infiltram na malha tecidual superficial, formando uma mancha arroxeadas na pele. Hematoma ↝ Trata-se de uma coleção de sangue que, por ser em maior quantidade, em razão do rompimento de vasos de maior calibre, não consegue espalhar-se pelos tecidos moles, permanecendo agrupado em algum espaço morto. ↝ Em casos de hematomas de grandes dimensões, a drenagem cirúrgica torna-se obrigatória. Diferente da equimose o edema fica “duro”. Fibrose ↝ Trata-se de um processo natural do organismo em reação a uma incisão ou trauma. É a formação ou o desenvolvimento em excesso de tecido conjuntivo em um órgão ou tecido, como processo reparativo ou reativo. ↝ A fibrose não é evitável, o objetivo fisioterapêutico é conduzir o processo de cicatrização para que se forme uma fibrose menos rígida, facilitando para moldar a fibrose. Deiscência ↝ É uma complicação pós-operatória em que ocorre a reabertura da ferida previamente fechada. Essa complicação pode comprometer o resultado estético da futura cicatriz, além do risco de infecção. Trans ou intraoperatório ↝ Objetivos: minimizar as complicações, como: edema, seroma, dor, deiscência, e entre outras. ↝ Conduta: Utilização de taping linfático ou compressivo. ↝ Orientações. Fases do pós-operatório ↝ A fisiopatologia da cicatrização em qualquer tipo de trauma é descrita em 3 fases, e deu entendimento é necessário a fim de que se possa intervir de forma mais efetiva no pós-operatório. · São elas: fase inflamatória, fase proliferativa e a fase de remodelamento. Reparo tecidual ↝ O trauma mecânico provocado pela intervenção cirúrgica é um mecanismo de lesão celular, e a resposta do organismo a esta agressão é a reação inflamatória. Trauma→ Inflamação aguda (1° resposta do organismo→Morte celular→ Reparo tecidual (substituir por um novo tecido as células mortas) Fase inflamatória ↝ A inflamação presente no processo de reparo tecidual é uma reação defensiva do local; ↝ O processo inflamatório está intimamente relacionado com o processo de reparo tecidual; ↝ A inflamação serve para destruir, diluir ou imobilizar o agente agressor; ↝ No caso da cirurgia plástica, o agente agressor (mecanismo de lesão) é o trauma mecânico causado pelo instrumental cirúrgico. ↝ A inflamação começa no exato momento da lesão. O sangramento traz plaquetas, hemácias e fibrina, determinando a aderência entre as bordas da ferida. ↝ Em relação ao trauma cirúrgico, considera-se que essa fase se inicia desde o término da cirurgia e permanece até 48 a 72 horas após, apresentando-se como uma inflamação aguda. ↝ Resulta em mais hiperemia e aumento da temperatura local (calor), edema e dor. Permeabilidade vascular e edema ↝ Em condições fisiológicas normais, existe um movimento contínuo de fluidos corporais dentro dos vasos para o compartimento extravascular. O fluido que se acumula no espaço é normalmente absorvido pela circulação linfática. ↝ Em algumas condições, o movimento de fluidos no espaço extravascular excede a habilidade dos vasos linfáticos (edema). ↝ Diante um trauma cirúrgico, a resposta inflamatória tem início a partir dos seguintes eventos: · Vasoconstrição das arteríolas no local da lesão; · Vasodilatação das arteríolas pré capilares, responsáveis pela vermelhidão e pelo aquecimento no local da lesão; · Aumento da permeabilidade capilar causando o edema no local. ↝ Conduta nessa fase: · Avaliar e orientar o paciente e familiares, quanto a repouso, mudança de decúbito, higiene, curativos; · Exercícios respiratórios (anestesias, drogas anestésicas podem interferir na respiração) · TENS (estimulação elétrica nervosa transcutâneas) · Crioterapia (pode retardar o processo cicatricial) Fase proliferativa ↝ O processo de cicatrização começa bem cedo na inflamação, quando o estímulo inflamatório altera as condições normais do tecido. Algumas vezes, até mesmo 24 horas após a agressão, os fibroblastos e as células endoteliais começam a se proliferar e a formar (3 a 5 dias) o tipo especializado de tecido (tecido de granulação), que é o marco da inflamação no processo de cura. ↝ Esse tecido de granulação tem aspectos característicos: proliferação de pequenos novos vasos sanguíneos e dos fibroblastos. ↝ A fase proliferativa é descrita de 3 a 10 dias de pós-operatório. Os sintomas apresentados pelos pacientes são edema, alterações de sensibilidade, dor e sensação de dormência. Conduta nessa fase: · Drenagem linfática manual (indica-se iniciar 72h após a cirúrgia); · Ultrassom (melhora tanto a velocidade de cicatrização, quanto a qualidade do tecido cicatricial), recomenda-se baixa intensidade e modo pulsado; · Microcorrentes; · Massagem do tecido conjuntivo (LTF - Liberação tecidual funcional). Fase de remodelamento ↝ É uma resposta de longo prazo ao ferimento. Tem-se a contração do tecido afetado pela lesão. Em média, essa fase é observada três semanas após a lesão. Essa fase inicia-se no 11° e segue até o 40° dia de pós-operatório. Tratamento de Seroma e Equimose ↝ No pós operatório imediato ↝ Indicações para o uso da bandagem elástica adesiva: · Avaliação de seroma; · Avaliação de equimose; · Avaliação de edema; · Avaliação da integridade da pele.
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