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Sistema linfático

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Scire Salutis 
 
Out 2019 a Jan 2020 - v.10 - n.1 
 
ISSN: 2236-9600 
This article is also available online at: 
www.sustenere.co 
 
 
 
©2020 
®Companhia Brasileira de Produção Científica. All rights reserved. 
 
Anatomia e fisiologia do sistema linfático: processo de formação de 
edema e técnica de drenagem linfática 
O sistema linfático é um dos principais sistemas do corpo humano, responsável pela drenagem do excesso de fluidos intersticiais, age paralelamente ao sistema 
cardiovascular e é constituído por uma rede de vasos e capilares linfáticos que transportam a linfa, ductos coletores e gânglios. Desequilíbrios nesse sistema 
podem acarretar na formação de edema, acumulo de liquido entre as células. A drenagem linfática manual é uma técnica desenvolvida para auxiliar o sistema 
linfático a realizar suas funções. A técnica desenvolvida por Vodder e Estrid, ganhou visibilidade mundial e consiste no estimulo dos linfonodos e no direcionamento 
da linfa no seu sentido natural, apresentando bons resultados no tratamento de edema. Para a realização do presente trabalho foi utilizado o método de revisão 
de literatura, utilizando as bases de dados SciELO, Google Acadêmico e Annals of Internal Medicine. Como critério de inclusão foram avaliados artigos da língua 
portuguesa que retratavam especificamente a fisiologia do sistema linfático e a fisiopatologia do edema, de modo que, ao final da leitura, dos 65 artigos avaliados, 
apenas 19 se enquadravam. Com a realização desta pesquisa, pode-se constatar que existem diversas técnicas de drenagem linfática, método utilizado para auxiliar 
o sistema linfático na drenagem do excesso de liquido intersticial, e que independentemente do método utilizado, a técnica deve ser realizada por pessoa 
qualificada e com movimentos suaves e lentos, respeitando sempre a anatomia e fisiologia do corpo humano. 
Palavras-chave: Sistema Linfático; Linfa; Drenagem Linfática; Edema. 
 
Anatomy and physiology of the lymphatic system: edema formation 
process and lymphatic drainage technique 
The lymphatic system is one of the main systems of the human body, responsible for the drainage of excess interstitial fluids, acts in parallel with the cardiovascular 
system and consists of a network of lymphatic vessels and capillaries that carry the lymph, collecting ducts and ganglia. Imbalances in this system can lead to the 
formation of edema, fluid accumulation between cells. Manual lymphatic drainage is a technique designed to help the lymphatic system perform its functions. The 
technique developed by Vodder and Estrid has gained worldwide visibility and consists of stimulating lymph nodes and directing lymph in its natural sense, 
presenting good results in the treatment of edema. For the accomplishment of this work the literature review method was used, using the databases SciELO, 
Google Scholar and Annals of Internal Medicine. As inclusion criteria were evaluated articles of the Portuguese language that specifically portrayed the physiology 
of the lymphatic system and the pathophysiology of edema, so that, at the end of reading, of the 65 articles evaluated, only 19 fit. With this research, it can be 
seen that there are several techniques of lymphatic drainage, a method used to assist the lymphatic system in the drainage of excess interstitial fluid, and regardless 
of the method used, the technique should be performed by qualified person and with smooth and slow movements, always respecting the anatomy and physiology 
of the human body. 
Keywords: Lymphatic System; Lymph; Lymphatic Drainage; Edema. 
 
 
 
 
Topic: Fisiologia 
 
Reviewed anonymously in the process of blind peer. 
Received: 02/10/2019 
Approved: 20/01/2020 
 
 
 
Tauge Marione Leal da Silva Marques 
Instituto de Excelência em Educação e Saúde, Brasil 
http://lattes.cnpq.br/7484500567322586 
http://orcid.org/0000-0003-2563-3077 
tauge.marione@gmail.com 
 
Adriane Garcia Silva 
Instituto de Excelência em Educação e Saúde, Brasil 
http://lattes.cnpq.br/0675634316488245 
http://orcid.org/0000-0002-0327-8951 
drika_adriane0@hotmail.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOI: 10.6008/CBPC2236-9600.2020.001.0001 
Referencing this: 
MARQUES, T. M. L. S.; SILVA, A. G.. Anatomia e fisiologia do sistema 
linfático: processo de formação de edema e técnica de drenagem 
linfática. Scire Salutis, v.10, n.1, p.1-9, 2020. DOI: 
http://doi.org/10.6008/CBPC2236-9600.2020.001.0001 
 
 
Anatomia e fisiologia do sistema linfático: processo de formação de edema e técnica de drenagem linfática 
MARQUES, T. M. L. S.; SILVA, A. G. 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
O corpo humano é formado por um conjunto de órgãos que agrupados, dão origem aos sistemas 
responsáveis pelo funcionamento e equilíbrio do organismo. Dentre estes, o sistema linfático (Sl) é 
responsável por remover fluidos em excesso dos tecidos, absorver ácidos graxos e transporte subsequente 
da gordura para o sistema circulatório, agindo paralelamente ao sistema cardiovascular (SILVA, 2010). Silva 
(2010) enfatiza que: 
A água rica em elementos nutritivos, sais minerais e vitaminas, ao deixar a luz do capilar 
arterial, desembocam no interstício, onde as células retiram os elementos necessários ao 
seu metabolismo e eliminam produtos de degradação celular. Em seguida, o liquido 
intersticial, através das pressões exercidas, retorna a rede de capilares venosos. 
Devido à função de reabsorção de fluidos no espaço intersticial (espaço entre os capilares sanguíneos 
e as células), o SL representa papel fundamental para o equilíbrio hídrico. Qualquer disfunção na atividade 
desse sistema pode acarretar em um acumulo de liquido no tecido intersticial, resultando em edema, que, 
de acordo a Santos et al. (2016), constitui um quadro de desordem vascular onde se observa um déficit no 
equilíbrio das trocas de líquidos em nível de interstício. 
[...] o aparecimento dos edemas depende de um desequilíbrio hidrostático, que facilitaria a 
transudação de fluido, e a pressão osmótica do plasma, que se oporia a sua saída. A 
permeabilidade capilar, pressão tecidual são outros fatores associados para o equilíbrio dos 
compartimentos vascular e intersticial. (FRANCA et al., 2014) 
Um questionamento frequente entre os profissionais da saúde é: Como proceder em casos de 
edema?. Atualmente, um dos métodos de tratamento de edema é a Drenagem Linfática Manual (DLM), 
técnica de massagem realizada com movimentos suaves e rítmicos que seguem a anatomia do SL, sendo 
iniciada com o estimulo dos linfonodos, e posteriormente, movimentos para drenagem da linfa (CAMARGO, 
2012). 
Além de tratar o edema, a DL também aumenta a hidratação e nutrição celular, acelerando a 
cicatrização de ferimentos, redução da retenção de liquido, aumento da imunidade, reabsorção de 
hematomas e equimoses, combate a celulite e relaxamento corporal, motivo pelo qual está entre os métodos 
mais procurados em clínicas e centros de estética especializados em tratamentos corporais (TACANI et al., 
2011). 
Por se tratar de um método que age sobre um dos sistemas de maior complexidade do organismo, 
faz-se necessário o desenvolvimento de conhecimentos específicos sobre o tema, o que justifica a elaboração 
do presente artigo. Neste estudo, elaborado a partir de revisão bibliográfica, objetiva-se descrever de forma 
sucinta a anatomia e fisiologia do sistema linfático, bem como o processo de formação de edema e a teoria 
relacionada às principais técnicas de drenagem linfática. 
 
METODOLOGIA 
 
O artigo foi desenvolvido a partir da metodologia de pesquisa bibliográfica que consiste na avaliação 
de documentos, textos e publicações que possam contribuir de forma cultural ou cientifica para elucidação 
de alguma questão ou problema, sendo parte fundamental de qualquer estudo por tornar possível conhecer 
Anatomia e fisiologia do sistema linfático: processo de formação de edema e técnica de drenagemlinfática 
MARQUES, T. M. L. S.; SILVA, A. G. 
 
 
 
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e comparar a visão de outros autores sobre determinado assunto (CERVO et al., 1983). 
Utilizando os descritores, Sistema linfático, linfa, drenagem linfática e edema, foram localizados 65 
artigos dos quais apenas 19 se enquadravam no critério de seleção, que se baseou em artigos da língua 
portuguesa que retratavam especificamente da fisiologia do sistema linfático e a fisiopatologia do edema. As 
bases de dados utilizadas para obtenção dos artigos científicos foram: Scientific Eletronic Library Online 
(SciELO), Annals of Internal Medicine e Google Acadêmico. 
 
DISCUSSÃO TEÓRICA 
 
Sistema linfático 
 
Para melhor compreender a ação da DLM no organismo, faz-se necessário ter um breve 
conhecimento sobre a anatomia e fisiologia do SL, bem como o processo de formação de edema. 
Embriologicamente, o SL tem origem no mesoderma, folheto germinativo do qual derivam diversos tecidos 
como o muscular, conjuntivo e vascular. Constituído por uma ampla rede de vasos, funciona associadamente 
ao sistema circulatório e tem como principal função a remoção de líquidos dos espaços intersticiais, sua 
reciclagem através da retirada de proteínas e ácidos graxos e sua devolução a corrente sanguínea. Esse 
processo pode ser observado na fig. 1 (COELHO, 2004). 
 
 
Figura 1: relação entre os capilares linfáticos, células teciduais e capilares sanguíneos. 
 
Após adentrar nos capilares linfáticos o liquido intersticial passa a ser chamado de Linfa. A linfa é um 
liquido viscoso e transparente com composição semelhante à do plasma sanguíneo, diferindo apenas na 
concentração de proteínas que é mais baixa. Existe ainda uma grande concentração de leucócitos, 
principalmente linfócitos, uma vez que o SL participa de forma ativa na resposta imunológica do organismo 
(BACELAR et al., 2017). Sabe-se que o fluxo da linfa é lento, uma vez que o SL não possui um sistema 
bombeador próprio – como no caso do coração para o sistema cardiovascular – dependendo de fatores como 
a pulsação de artérias, peristaltismo visceral e respiratório e contração muscular próximo aos vasos linfáticos 
(OZOLINS et al., 2018). 
Anatomicamente o SL subdivide-se em (SILVA, 2010): Capilares linfáticos: menores vasos condutores 
do SL, constituídos de tubos de paredes finas formados por uma única camada de células endoteliais 
Anatomia e fisiologia do sistema linfático: processo de formação de edema e técnica de drenagem linfática 
MARQUES, T. M. L. S.; SILVA, A. G. 
 
 
 
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superpostas, coletam a linfa nos vários órgão e tecidos; Pré-coletores: intermediam capilares e vasos 
linfáticos. Possuem paredes formadas por tecido endotelial, estando o seu endotélio interno coberto por 
tecido conjuntivo e fibras elásticas e musculares (LEDUC et al., 2007); Sistema de vasos linfáticos: originadas 
dos capilares linfáticos possuem paredes formadas por três camadas de células semelhantes à parede das 
veias. Conduzem a linfa dos capilares linfáticos até a corrente sanguínea (sistema circulatório). Todos os vasos 
linfáticos possuem válvulas que impedem o retorno da linfa em seu interior, fazendo com que flua em um 
único sentido; Ductos linfáticos: Ducto linfático torácico: maior vaso linfático do corpo se origina no 
abdômen e desemboca na veia suplacavia esquerda na sua junção com a veia jugular interna esquerda. Ducto 
linfático direito: desemboca na veia subclávia direita em junção com a veia jugular interna direita; 
Linfonodos ou gânglios linfáticos: pequenas estruturas ovais interpostas no trajeto dos vasos linfáticos que 
tem como função criar uma barreira ou filtro contra a penetração de micro-organismos, toxinas ou 
substancias estranhas e/ou nocivas ao organismo na corrente sanguínea. 
Existem ainda três órgãos que são relacionados ao sistema linfático, devido à presença de tecido 
linfoide, são eles: Baço (participa da resposta imune através da formação de linfócitos), tonsilas (funciona 
como barreira contra MO da região oral e faríngea) e timo (atua no desenvolvimento do sistema imunológico, 
instruindo os linfócitos T e tornando-os imunocompetentes) (SILVA, 2010). 
 
Movimento da linfa e formação de edema 
 
O filosofo britânico Ernest Starling foi o primeiro a descrever o movimento dos fluidos corporais. Com 
a formulação de uma equação que posteriormente ficaria conhecida como equação de Starling, o autor 
descreveu as forças fisiológicas que controlam o movimento de fluidos ao longo do leito capilar (LEDUC et 
al., 2007). 
Starling defendia que o movimento dos fluidos através das membranas capilares dependia de seis 
variáveis (SILVA, 1998): Pressão hidrostática capilar (Pc) – própria pressão exercida pela passagem do sangue 
no vaso; varia de 10 a 30 mm Hg – a depender do local de medição; Pressão hidrostática Intersticial (Pi); é 
levemente negativa, devido a constante sucção de liquido pelos capilares linfáticos (- 3 mm hg); Pressão 
oncótica capilar ou pressão coloidosmótica (πc) – gerada pelas proteínas plasmáticas presentes no sangue; 
28 mm Hg; Pressão oncótica intersticial (πi) 8 mm H g; Coeficiente de reflexão (R) - mede o índice de eficácia 
da parede capilar de impedir a passagem de proteínas, de modo que 1 (normal) equivale a totalmente 
impermeável e menor que 1 (patológico), facilmente permeável; Coeficiente de filtração (Kf) – 
permeabilidade da parede vascular para os líquidos depende da condutividade hidráulica e da área de 
superfície do capilar. 
Na equação desenvolvida por Starling, o fluxo de liquido do capilar ao interstício (Q) é medido em 
milímetro por minuto (mm.min), as pressões são medidas em milímetro de mercúrio (mm Hg), e o coeficiente 
de filtração é medido em milímetros por minuto em milímetro de mercúrio – ml.min-1.mm Hg-1, ficando 
(SILVA, 1998): 
Q = Kf ([Pc – Pi] – R [πc – πi]) 
Anatomia e fisiologia do sistema linfático: processo de formação de edema e técnica de drenagem linfática 
MARQUES, T. M. L. S.; SILVA, A. G. 
 
 
 
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*A filtração (passagem de água do capilar para o interstício) ocorrera sempre que o movimento do liquido for positivo 
(+) e a absorção (passagem de água do interstício para o capilar) ocorrerá sempre que o movimento for negativo (-). 
Deste modo, nos indivíduos normais, a quantidade líquida filtrada será quase igual à quantidade 
absorvida, de modo que a força efetiva para a filtração é de 0,3 mmHg. Essa quantidade de liquido filtrada 
ira retornar a circulação através dos capilares linfáticos (CAMARGO, 2012). Ressalta-se ainda que, na 
extremidade arterial do capilar ocorre a filtração, enquanto que na extremidade venosa, ocorre absorção. 
Isto acontece devido a diferença na pressão hidrostática nas extremidades do capilar (arterial = 30 
mmHg/venosa = 10 mmHg) fig. 2 (SILVA, 1998). 
 
 
Figura 2: esquema de filtração a absorção da linfa no espaço intersticial. 
 
Em suma, o fluxo dos fluidos a nível capilar dependera da permeabilidade da parede capilar e pela 
diferença entre as variações das pressões hidrostática e oncótica ao longo do leito capilar, e, segundo o autor, 
alterações nesse equilíbrio, resultariam em edema (OZOLINS et al., 2018). 
 
Formação de Edema 
 
Como supracitado, entende-se por edema o aumento no volume de liquido intersticial e/ou 
cavidades corporais, resultante de um desequilíbrio das pressões hidrostáticas e oncótica que atuam para 
mover o liquido para o capilar sanguíneo (SOUZA et al., 2015). As principais causas de edema podem ser 
observadas no quadro 1. 
 
Quadro 1: Principais causas de edema. 
Aumento da 
permeabilidade vascular 
Retorno deficiente do 
filtrado 
Diminuição da pressão 
coloidosmótica intravascular 
(oncótica) 
Alterações intersticiais com aumento 
da hidrofilia intercelularMacromoléculas migram 
para o interstício 
 
 Pressão oncótica 
intravascular 
 
 Pressão oncótica 
intersticial. 
 
Causas: inflamações, 
intoxicações, toxemias, 
alergias, hipóxia. 
 
 Pressão hidrostática 
em nível da 
extremidade vênular do 
capilar. 
 
 Tempo de filtração; 
 
 Diminui o tempo de 
reabsorção. 
 
Causas: obstáculo ao 
fluxo venoso 
(trombose, embolia, 
cirrose etc.) 
 
 Atração do líquido durante a 
fase de reabsorção na 
extremidade vênular do 
capilar. 
 
 
 
Causas: hipoproteinemias por 
perda ou por deficiência de 
síntese. 
 
 Mucopolissacarídeos no interstício; 
 
 Pressão oncótica intersticial e da 
hidrofilia por aumento na 
complacência e diminuição da pressão 
intersticial. 
 
 
 
Causas: hipotrofias. 
Fonte: Adaptado de Vasconcelos (2010). 
 
Sabe-se que o Sl funciona como uma via de drenagem de líquidos intersticiais para as vias linfáticas, 
Anatomia e fisiologia do sistema linfático: processo de formação de edema e técnica de drenagem linfática 
MARQUES, T. M. L. S.; SILVA, A. G. 
 
 
 
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quando os fluidos dos tecidos não voltam aos vasos sanguíneos, evitando seu acúmulo. Quando ocorre algum 
desequilíbrio nesse sistema de drenagem, o SI não consegue realizar a filtragem da linfa e devolve-la para o 
sistema circulatório, gerando um acumulo entre os tecidos que ocasiona edema, como pode ser observado 
na figura 4 (BACELAR et al., 2017). 
Faz-se indispensável à compreensão dos mecanismos formadores do edema para que a terapêutica 
aplicada suceda em bons resultados, deste modo entende-se que as principais alterações fisiológicas 
envolvidas no processo de formação de edema são a integridade vascular e o desequilíbrio das forças de 
starling (COELHO, 2004). 
 
 
Figura 3: Formação de edema. 
 
Drenagem linfática manual 
 
Trata-se de uma técnica de massagem que visa estimular o correto funcionamento do SL, 
aumentando a oxigenação tecidual e diminuído o edema causado por acumulo de liquido (SOUZA et al., 
2015). De acordo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (2017), 
A drenagem linfática tem como objetivo aumentar o volume da linfa a ser transportada 
pelos vasos e ductos linfáticos, por meio de manobras que imitem o bombeamento 
fisiológico. Ela tem influência direta no aumento da oxigenação dos tecidos favorecendo a 
eliminação de toxinas e metabolitos, aumenta a absorção de nutrientes por meio do trato 
digestório, aumenta a quantidade de líquidos a ser eliminada e melhora as condições de 
absorção intestinal, dentre outras funções. 
Historicamente, o primeiro relato de uso da DLM data 1892, pelo cirurgião austríaco Winiwarter. 
Posteriormente, estudo aprofundados sobre a aplicação da drenagem em tratamento de disfunções e 
patologias foram realizados, fazendo com que o a técnica se tornasse mundialmente conhecida. Os principais 
nomes na drenagem linfática estão descritos no quadro 2 (CAMARGO et al., 2018). 
 
Quadro 2: Principais nomes da drenagem linfática. 
Técnica Manobra Pressão aplicada Acessório Sentido da drenagem 
VODDER 
(DINAMARCA) 
Círculos fixos; 
Bombeamento; 
Mao em concha; 
Giratório ou rotação. 
De 30 a 40 mmHg. Suave e leve deve 
ser decrescente, da palma das mãos 
para os dedos. 
Não utiliza. 
Corporal: Proximal para 
distal 
Facial: Centro da face ao 
linfonodo correspondente 
FÖLDI 
(ALEMANHA) 
Bombeamento em 
bracelete; 
Círculos estacionários; 
Pinçamento com 
mobilização tecidual; 
De 30 a 40 mHg suave, lenta, 
intermitente e relaxante. 
Bandagem elástica de 
média compressão. 
Corporal: Proximal para 
distal 
Facial: Centro da face ao 
linfonodo correspondente 
Anatomia e fisiologia do sistema linfático: processo de formação de edema e técnica de drenagem linfática 
MARQUES, T. M. L. S.; SILVA, A. G. 
 
 
 
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Mobilização articular; 
Movimento combinado. 
LEDUC 
(BELGICA) 
Circular com os dedos; 
Circular com os 
polegares; 
Combinados 
Pressão em bracelete. 
De 30 a 40 mmHg suave e leve deve 
ser decrescente da palma das mãos 
para os dedos. 
Bandagens, 
pressoterapia ou 
exercícios. 
Corporal: Proximal para 
distal 
Facial: Centro da face ao 
linfonodo correspondente 
GODOY e 
GODOY 
(BRASIL) 
Bombeamento por 
ativação clavicular; 
Mao em concha; 
Giratório ou rotação. 
De 30 a 40 mmHg suave e leve deve 
ser decrescente da palma das mãos 
para os dedos. 
Roletes e RA de Godoy 
e Godoy 
Corporal: Proximal para 
distal 
Facial: Centro da face ao 
linfonodo correspondente 
Fonte: Adaptado de Zanella et al. (2010) e Santos et al. (2016). 
 
Apesar de terem sido descritas em estudo diferentes, Todas as técnicas consistem na associação de 
três categorias de manobras: captação, reabsorção e evacuação da linfa. As manobras são realizadas com 
pressões suaves, lentas, intermitentes e relaxantes (OZOLINS et al., 2018). Godoy et al. (2004) dividem a 
drenagem linfática em duas leis: 
1ª a drenagem linfática manual deve obedecer ao sentido do fluxo, pois se for realizada em 
sentido contrário pode forçar a linfa Cintra as válvulas, podendo danifica-las e, 
consequentemente, destruir um ‘coração linfático’. 
2º os linfonodos constituem naturalmente barreiras limitantes e funcionam como filtros do 
sistema; portanto são limitadores da velocidade de drenagem. Deste modo, devemos 
obedecer a capacidade de filtração dos linfonodos, controlando a velocidade da drenagem 
e a pressão exercida. 
Os autores descrevem uma nova técnica de drenagem linfática que associa roletes ao mecanismo de 
drenagem. O estimulo segue o sentido do fluxo linfático como no método de Vodder, mas sugere a 
eliminação dos movimentos circulares ao estimulo do linfonodo, simplificando o método (GODOY et al., 
2004). É de suma importância que, para a aplicação adequada da DLM, seja respeitada a anatomia e a 
fisiologia do sistema linfático, ressaltando a necessidade de ser realizada por pessoa capacitada. O sentido 
da drenagem linfática manual pode ser observado na figura 4. 
 
 
Figura 4: Sentido da drenagem linfática. 
 
Estudos apontam que, a partir da aplicação da DL em paciente com edema, observa-se rapidamente 
a diminuição do inchaço, hematoma com favorecimento da neoformação vascular e nervosa, prevenindo 
ainda a formação de cicatrizes hipertróficas (CEOLIN, 2006). A técnica é indicada ainda no tratamento do 
Anatomia e fisiologia do sistema linfático: processo de formação de edema e técnica de drenagem linfática 
MARQUES, T. M. L. S.; SILVA, A. G. 
 
 
 
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linfedema, fibroedemageloide (celulite), cirurgia plástica, menopausa, gestação, tensão pré-menstrual 
(SILVA, 2010). No entanto, é contraindicada em casos de insuficiência renal, hipertensão arterial, gestação 
de alto risco, câncer, trombose, processos infecciosos (SILVA et al., 2017). Vale ressaltar que o corpo humano 
realiza de forma natural o processo de drenagem de líquidos, porém, em casos de patologias esse processo 
fica mais lento ou defeituoso. Deste modo, a DL é um mecanismo que ajuda o organismo a reestabelecer o 
equilíbrio através do estímulo no fluxo da linfa. 
 
CONCLUSÕES 
 
Através do exposto, pode-se concluir que, o sistema linfático possui papel fundamental no equilíbrio 
do corpo humano e que, apesar de o organismo realizar a drenagem linfática de forma natural, 
eventualmente pode ocorrer um desequilíbrio no funcionamento, acarretando em edema. Visando a 
importância de se conhecer a opinião de outros autores sobre o tema exposto, observou-se uma grande 
variação sobre a técnica escolhida, de modo que, a principal semelhança entre as técnicas descritas neste 
trabalho é a velocidade e o direcionamento das manobras. 
A técnica de drenagem linfática não é algo novo, desde sua criação, diversos estudos foram realizados 
visando o aprimoramento, sempre respeitando a anatomiae fisiologia do sistema linfático. Deste modo, 
observa-se que, independentemente do método aplicado, os movimentos da drenagem sempre devem ser 
suaves e lentos, seguindo o sentido do fluxo da linfa. Ressalta-se ainda que, quando realizada por profissional 
capacitado e da maneira correta, a drenagem linfática manual proporciona resultados positivos na redução 
de edemas, motivo pelo qual é tão difundida pelo mundo. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BACELAR, R. O.; PEREIRA, V. H.. Revisão de literatura da 
fisiopatologia da popularmente conhecida celulite: uma 
reflexão sobre o método Godoy e Godoy como possibilidade 
de tratamento. Rio de Janeiro, 2017. 
 
CAMARGO, E. A.. Estudo da ação da drenagem linfática 
manual sobre as concentrações dos eletrólitos e fluxo 
urinário. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTIFICA UNIMEP, 
20. Anais. 2012. 
 
CAMARGO, E. A.; BORGHI, F.; SOUZA, A. L.; MARCORIN, D. 
M.; RODRIGUES, L. D.; CREGE, D. R.. Efeito Agudo da 
Drenagem Linfática Manual sobre a Natriurese e Lipólise de 
Mulheres Jovens. International Journal of Cardiovascular 
Sciences, v.31, n.3, p.274-281, 2018. 
 
CEOLIN, M. M.. Efeitos da drenagem linfática manual no 
pôs operatório imediato de lipoaspiração no abdome. 
Monografia (Bacharelado em Fisioterapia) - Universidade do 
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