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Feito por Renata Jashchenko RAPS Definição RAPS é a Rede de atenção psicossocial que esta vinculada ao SUS, ela é destinada às pessoas: Com sofrimento psíquico Transtorno mental Com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas Foi instituída pela Portaria 3088/11 (publicada em 2013) e revogada pela Portaria de consolidação nº3/17, que consolida as normas sobre as redes do SUS. A RAPS é a criação, ampliação e a articulação entre os pontos de atenção à saúde. Objetivos e Diretrizes A RAPS tem como objetivos gerais: A ampliação do acesso à atenção psicossocial da população em geral. A promoção do acesso das pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas e suas famílias aos pontos de atenção. A garantia da articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território, qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento contínuo e da atenção às urgências Segundo a Portaria de Consolidação nº 3/2017, são objetivos específicos da RAPS: Promover cuidados em saúde especialmente para grupos mais vulneráveis (crianças, adolescentes, jovens, pessoas em situação de rua e populações indígenas). Prevenir o consumo e a dependência de crack, álcool e outras drogas. Reduzir danos provocados pelo consumo de crack, álcool e outras drogas. Promover a reabilitação e a reinserção das pessoas com transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas na sociedade, por meio do acesso ao trabalho, renda e moradia solidária. Promover mecanismos de formação permanente aos profissionais de saúde. Desenvolver ações intersetoriais de prevenção e redução de danos em parceria com organizações governamentais e da sociedade civil. Produzir e ofertar informações sobre direitos das pessoas, medidas de prevenção e cuidado e os serviços disponíveis na rede. Regular e organizar as demandas e os fluxos assistenciais da Rede de Atenção Psicossocial. Monitorar e avaliar a qualidade dos serviços por meio de indicadores de efetividade e resolutividade da atenção Além disso, a RAPS constitui-se de algumas diretrizes para o seu funcionamento, são elas: Respeito aos direitos humanos, garantindo a autonomia e a liberdade das pessoas. Promoção da equidade, reconhecendo os determinantes sociais da saúde. Feito por Renata Jashchenko Combate a estigmas e preconceitos Garantia do acesso e da qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral e assistência multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar Atenção humanizada e centrada nas necessidades das pessoas. Desenvolvimento de atividades no território, que favoreça a inclusão social com vistas à promoção de autonomia e ao exercício da cidadania Diversificação das estratégias de cuidado. Organização dos serviços em rede de atenção à saúde regionalizada, com estabelecimento de ações intersetoriais para garantir a integralidade do cuidado. Desenvolvimento de estratégias de Redução de Danos. Ênfase em serviços de base territorial e comunitária, com participação e controle social dos usuários e de seus familiares. Promoção de estratégias de educação permanente. Desenvolvimento da lógica do cuidado para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e usuários de crack, álcool e outras drogas, tendo como eixo central a construção do projeto terapêutico singular Buscando a construção de serviços diferentes para as diferentes necessidades, elenca-se como Eixos Estratégicos para Implementação da Rede: 1. Eixo 1: Ampliação do acesso à rede de atenção integral à saúde mental. 2. Eixo 2: Qualificação da rede de atenção integral à saúde mental. 3. Eixo 3: Ações intersetoriais para reinserção social e reabilitação. 4. Eixo 4: Ações de prevenção e de redução de danos A operacionalização da RAPS está sendo iniciada nas regiões priorizadas no Plano de Enfrentamento ao Crack (Crack, é possível vencer). As ações de saúde do Plano de Enfrentamento ao Crack, Álcool e Outras Drogas estão inseridas no âmbito da formação da RAPS. As ações de saúde (eixo cuidado) do Plano estão articuladas com ações de assistência social, prevenção, formação e segurança (polícia comunitária) coordenadas entre União, Estados e Municípios. Instrumentos Modalidades dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) CAPS I: Atendimento a todas as faixas etárias, para transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas, atende cidades e ou regiões com pelo menos 15 mil habitantes. CAPS II: Atendimento a todas as faixas etárias, para transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas, atende cidades e ou regiões com pelo menos 70 mil habitantes. Feito por Renata Jashchenko CAPS i: Atendimento a crianças e adolescentes, para transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas, atende cidades e ou regiões com pelo menos 70 mil habitantes. CAPS ad Álcool e Drogas: Atendimento a todas faixas etárias, especializado em transtornos pelo uso de álcool e outras drogas, atende cidades e ou regiões com pelo menos 70 mil habitantes. CAPS III: Atendimento com até 5 vagas de acolhimento noturno e observação; todas faixas etárias; transtornos mentais graves e persistentes inclusive pelo uso de substâncias psicoativas, atende cidades e ou regiões com pelo menos 150 mil habitantes. CAPS ad III Álcool e Drogas: Atendimento e 8 a 12 vagas de acolhimento noturno e observação; funcionamento 24h; todas faixas etárias; transtornos pelo uso de álcool e outras drogas, atende cidades e ou regiões com pelo menos 150 mil habitantes. OBS: Se o município não possuir nenhum CAPS, o atendimento de saúde mental é feito pela Atenção Básica, principal porta de entrada para o SUS, por meio das Unidades Básicas de Saúde ou Postos de Saúde. Feito por Renata Jashchenko Modelo assistencial Existem referenciais em Saúde Mental que vão se construindo ao longo da história e se concretizam na prática cotidiana. Entre estes referenciais, estão alguns fundamentos da Psiquiatria Preventiva que veremos a seguir. Segundo Amarante, a Psiquiatria Preventiva proposta por Gerald Caplan foi transposta da medicina preventiva para a psiquiatria e considerava-se poder ser realizada em três níveis: Para o melhor manejo da saúde mental na Atenção Básica, propõe-se um trabalho compartilhado de suporte às equipes de Saúde da Família (SF) por meio do desenvolvimento do apoio matricial em saúde mental pelos profissionais dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF). O apoio matricial é um arranjo técnico-assistencial que visa à ampliação da clínica das equipes de Saúde da Família, superando a lógica de encaminhamentos indiscriminados para uma lógica de corresponsabilização entre as equipes de SF e Saúde Mental, com a construção de vínculos entre profissionais e usuários. O trabalho articulado dos profissionais da Saúde Mental com a equipe da Estratégia Saúde da Família revela-se fundamental para o estabelecimento e fortalecimento de vínculos entre a Atenção Estratégica (CAPS) e a Atenção Básica, possibilitando a corresponsabilidade dos casos, ampliando a capacidade resolutiva de problemas de saúde pela equipe local e favorecendo a atenção territorializada. OBS.: Diretrizes da atuação das equipes de saúde mental Feito por Renata Jashchenko Portanto, nesse contexto são considerados pontos de atenção do componente da Atenção Básica em Saúde na RAPS as unidades básicas de saúde, as equipes de Atenção Básica para populações em situações específicas, o Núcleo de Apoio à Saúde da Família e os Centros de Convivência e Cultura. Residências terapêuticas Faz parte da PNSM e tem como premissa básica a implementação e consolidação de um modelode atenção voltado para a inserção social dos portadores de transtornos mentais na comunidade. Trata-se de uma política pública de atenção integral ao portador de transtorno mental que surgiu no contesto da RP a partir da postaria 106/2000 respaldada pela Lei 10219/01. Elas são moradias inseridas na comunidade, destinadas as pessoas com sofrimento mental visando um processo de desinstitucionalização com intuito de promover a reinserção na comunidade através de interação e reconstrução de laços sociais e afetivos. PORTÁRIA 106/2000 Art. 1º - Criar os Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental, no âmbito do Sistema Único de Saúde, para o atendimento ao portador de transtornos mentais. Parágrafo único - Entende-se como Serviços Residenciais Terapêuticos, moradias ou casas inseridas, preferencialmente, na comunidade, destinadas a cuidar dos portadores de transtornos mentais, egressos de internações psiquiátricas de longa permanência, que não possuam suporte social e laços familiares e, que viabilizem sua inserção social. Feito por Renata Jashchenko Art. 2º-A - Os SRT deverão acolher pessoas com internação de longa permanência, egressas de hospitais psiquiátricos e hospitais de custódia. Parágrafo único - Para fins desta Portaria, será considerada internação de longa permanência a internação de dois anos ou mais ininterruptos. Art. 2º-B - Os SRT serão constituídos nas modalidades Tipo I e Tipo II, definidos pelas necessidades específicas de cuidado do morador, conforme descrito no Anexo I desta Portaria. § 1º - São definidos como SRT Tipo I as moradias destinadas a pessoas com transtorno mental em processo de desinstitucionalização, devendo acolher no máximo oito moradores. § 2º - São definidos como SRT Tipo II as modalidades de moradia destinadas às pessoas com transtorno mental e acentuado nível de dependência, especialmente em função do seu comprometimento físico, que necessitam de cuidados permanentes específicos, devendo acolher no máximo dez moradores. Art. 3º - Definir que aos Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental cabe: a) garantir assistência aos portadores de transtornos mentais com grave dependência institucional que não tenham possibilidade de desfrutar de inteira autonomia social e não possuam vínculos familiares e de moradia; b) atuar como unidade de suporte destinada, prioritariamente, aos portadores de transtornos mentais submetidos a tratamento psiquiátrico em regime hospitalar prolongado; c) promover a reinserção desta clientela à vida comunitária. Art. 4º - Estabelecer que os Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental deverão ter um Projeto Terapêutico baseado nos seguintes princípios e diretrizes: a) ser centrado nas necessidades dos usuários, visando à construção progressiva da sua autonomia nas atividades da vida cotidiana e à ampliação da inserção social; b) ter como objetivo central contemplar os princípios da reabilitação psicossocial, oferecendo ao usuário um amplo projeto de reintegração social, por meio de programas de alfabetização, de reinserção no trabalho, de mobilização de recursos comunitários, de autonomia para as atividades domésticas e pessoais e de estímulo à formação de associações de usuários, familiares e voluntários. c) respeitar os direitos do usuário como cidadão e como sujeito em condição de desenvolver uma vida com qualidade e integrada ao ambiente comunitário. Comunidades terapêuticas Comunidades Terapêuticas são instituições que prestam serviços de atenção a pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso ou dependência de substâncias psicoativas (SPA), em regime de residência. As comunidades terapêuticas (CTs) são uma modalidade de intervenção clínica voltada para dependentes químicos. A administração das comunidades terapêuticas no Brasil sempre esteve muito ligada a movimentos religiosos, com maior destaque para iniciativas privadas vinculadas à fé católica ou evangélica. O objetivo das comunidades terapêuticas é fazer com que a pessoa interrompa completamente o consumo de álcool e outras drogas a partir do modelo da abstinência, em oposição ao modelo defendido pela redução de danos, que prevê um uso responsável e consciente a partir da Feito por Renata Jashchenko redução gradativa. Antes de ingressar no CT, é exigido que a pessoa se comprometa- se com a abstinência como condição para o início do tratamento. Uma vez dentro, os/as pacientes interrompem o vínculo com a comunidade exterior – há uma convivência restrita estabelecida entre os próprios pares e com os/as funcionários/as da instalação – e começam a participar de uma rotina disciplinarização que alterna trabalhos diversos, práticas de espiritualidade religiosa e acompanhamento médico. O período de internação varia de quatro meses a oito anos. As instituições que prestam serviços de atenção a pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso ou dependência de substâncias psicoativas (SPA), em regime de residência, e que utilizam como principal instrumento terapêutico a convivência entre os pares (instituições estas reguladas pela RDC Anvisa n° 29/2011), acabaram ficando conhecidas popularmente como Comunidades Terapêuticas. Em regra, quando nos referimos a Comunidades Terapêuticas estamos nos referindo à Comunidade Terapêutica simples (também conhecidas como típicas, ou ainda conforme a Lei 11.343/2006 – alterada pela Lei 13.840/2019 – denominadas de Comunidades Terapêuticas Acolhedoras), isto é, aquelas instituições que não realizam terapêuticas que dependam de profissionais de saúde.
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