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CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA LICENCIATURA NOME: DHEINIFFER CRISTINA SILVA SANTO RA: 8138298 EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA PORTFÓLIO - CICLO 02 Trabalho apresentado na disciplina de Educação Física Inclusiva, ministrada pelo Prof(a): Antônio Eduardo Ribeiro do curso de Educação Física - Licenciatura (EaD) do Claretiano - Centro Universitário. CURITIBA/PR 2021 CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA LICENCIATURA Nos dias de hoje, a educação é um direito de todos, previsto em lei, reforçado na declaração dos Direitos Humanos e em pequenos ou grandes projetos, programas, ações, regulamentações e tantos outros discursos que tentam fazer esse ideal se concretizar. E que seja um direito de todos “os todos”, não apenas dos “todos” considerados capazes de atingir critérios pré-estabelecidos de desempenho, dos “todos” que se enquadram nos comportamentos da maioria ou dos considerados merecedores de estarem nos bancos escolares. Claro que nem sempre foi assim. A educação atende e reflete a sociedade que a constitui e que é por ela constituída, reproduzindo os saberes que compõem uma cultura. Cada época produziu diferentes modos de educar, cada época teve a sua noção de quem são os todos para os quais a vida em sociedade (e o direito à educação, portanto) seria acessível. Uma breve viagem na história da exclusão- inclusão permite identificar quatro grandes momentos: •Exclusão • Segregação • Integração •Inclusão Na Antiguidade e na Idade Média, pessoas com deficiências eram totalmente excluídas do convívio social. Eram abandonadas à própria sorte, simplesmente eliminadas ou exploradas através da necessidade ou trabalho circense, sem que isso constituísse problema ético ou moral. Aos poucos, pelo viés do moralismo cristão, a deficiência passou a ser associada ao pecado, sendo a segregação o seu destino mais provável. Aos ditos “anormais” se preservava o direito à vida, porém esta seria convenientemente escondida, objeto da caridade ou de castigo. Com o declínio da Idade Média, o surgimento da burguesia, a evolução do comércio e das grandes navegações, as pessoas com deficiências continuaram excluídas dos processos educativos, assim como as classes populares, pois a educação era reservada à aristocracia. CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA LICENCIATURA As novas descobertas da Biologia, da Medicina e da Saúde fomentaram, a partir do século XVII, o tratamento médico, dando início a um novo modo de se conceber a relação entre o corpo sadio e o corpo doente. A deficiência passou a ser vista como doença de natureza orgânica. Surgiram as primeiras práticas sociais formais de atenção à pessoa com deficiência, porém na forma de segregação em instituições tanto para cuidado e proteção como para tratamento médico. Enquanto o período anterior é caracterizado pela lógica da exclusão, neste período que seguiu até meados do século XX a lógica preponderante é a da segregação. A necessidade da criação de serviços de reabilitação para atender aos soldados que retornavam das Grandes Guerras do século XX, o processo geral de reflexão sobre os direitos humanos, os altos custos de manutenção das grandes instituições, entre outras características do século XX, deram início à reformulação de ideias e à busca de novas práticas no trato com a pessoa com deficiência. Vê-se surgir uma lógica que é caracterizada pela oferta de serviços. Esta lógica tem a vantagem de tentar proporcionar a adaptação ou readaptação à sociedade, porém está pautada na ideia de normalização: cabe à pessoa com deficiência chegar o mais perto possível do funcionamento normal. O conceito-chave deste período é o de integração – adequar o sujeito à sociedade. Para isso vamos falar sobre os 4 paradigmas da educação inclusiva. Paradigma histórico-social da exclusão: rejeição social Na exclusão nenhuma atenção é provida aos grupos minorizados (por conta de sua raça, gênero, deficiência ou qualquer outra condição tida como diferente). Historicamente, classes sociais simplesmente ignoravam, rejeitavam, perseguiam e até exploravam essas pessoas. A exclusão no mercado de trabalho ocorre quando o acesso à empregabilidade é negado e, por isso, as minorias não têm possibilidade de se candidatar a uma vaga. Em grande parte dos casos, organizações trazem em seu posicionamento uma certa dificuldade em infraestrutura ou cultura para acolher a diversidade. CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA LICENCIATURA “Eu até queria um time mais diverso, mas é difícil achar pessoas com deficiência com experiência em gestão.” Você provavelmente já ouviu frases como essa, mas elas não podem se tornar argumento para a exclusão. Pessoas talentosas estão em todos os lugares e fazem parte de todos os grupos. Mas, quando o assunto é inclusão, a busca precisa ser intencional. Paradigma histórico-social da segregação: assistencialismo Na segregação as pessoas são distanciadas da sociedade e da família, geralmente atendidas em instituições específicas por motivos religiosos ou filantrópicos, e têm pouco ou nenhum controle sobre a qualidade da atenção recebida. Surgiram ao longo do tempo escolas especiais, assim como centro de reabilitação e oficinas protegidas de trabalho, pois grupos de domínio começaram a admitir que as minorias poderiam ser produtivas se recebessem escolarização e treinamento específico. CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA LICENCIATURA A segregação ocorre no mundo corporativo quando alguns colaboradores trabalham em ambientes separados ou simplesmente não possuem o mesmo acesso e direitos que os demais membros da empresa. Essa separação também fica nítida quando pessoas diversas não são promovidas ou contratadas para cargos de liderança, deixando evidente essa divisão nos níveis superiores. Paradigma Histórico-social da integração: modelo médico da deficiência Na integração é quando a pessoa com deficiência começou a ter acesso à classe regular, desde que se adaptasse e não causasse nenhum transtorno ao contexto escolar, começamos a presenciar a fase de integração na linha do tempo da educação inclusiva. A integração nas organizações envolve inserir times diversos em quase todas as áreas, mas sem alterar a estrutura e/ou cultura da empresa. Ou seja, uma mulher pode fazer parte de um setor totalmente masculino, mas é ela que deve se adaptar ao ambiente, e não o contrário. CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA LICENCIATURA Muitas pessoas chamam isso erroneamente de inclusão, mas, a menos que o funcionário receba todo o apoio necessário, isso é apenas integração. Ao abraçar as diferenças é importante repensar não só o processo de gestão de pessoas como também os sistemas estruturais que podem impedir oportunidades de capacitação das equipes. Paradigma histórico-social da inclusão: modelo social da deficiência E a inclusão com o avanço da sociedade a luta pela inclusão social e pelo respeito à diversidade se fortalece e faz crescer, em todo o mundo, a busca por um mundo que possa atender a todos, sem rótulos e sem classificações discriminatórias. O princípio fundamental de empresas inclusivas consiste em todos os colaboradores trabalharem e se desenvolverem juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e das diferenças que apresentem. Essa inclusão envolve uma transformação organizacional com mudanças e modificações de modelos de trabalho, rituais de gestão, estruturas físicas e até CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA LICENCIATURA mesmo de estratégias. Não é o membro que deve se adaptar à empresa, são as instituições que devem modelar-se para atender à demanda da diversidade humana.CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA LICENCIATURA Conclusão A mudança para uma lógica de suporte ou inclusão está se dando paulatinamente, a partir da compreensão de que a sociedade deve se desenvolver e se modificar para acolher a pessoa com deficiência e qualquer pessoa que se encontre excluída por algum motivo, seja ele de ordem étnica, religiosa, econômica, cultural. A convivência não segregada deve ser oportunizada através do cuidado com a acessibilidade e a oferta de recursos que possibilitem o desenvolvimento de competências e habilidades. A educação, para ser inclusiva, deve se basear no reconhecimento das diferenças, na busca de valores e práticas comuns, na convivência com a diversidade. No mundo corporativo existe um movimento crescente e positivo para reconhecer e valorizar todas as diferenças. No entanto, apenas abrir portas ainda não é o suficiente. É necessário entender todos os níveis de inclusão e perceber que ações devem ser tomadas com o objetivo de garantir ambientes que realmente proporcionam oportunidades justas. CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA LICENCIATURA Referências KASSAR, M. C. M. Educação especial na perspectiva da Educação inclusiva: desafios da implantação de uma política nacional. Educar em Revista, Curitiba, n. 41, p. 61-79, 2011. MENDES, E. G. A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 11, n. 33, p. 387-405, 2006. MULLER, L. S. Os profissionais do ensino fundamental e a Educação inclusiva. Revista Conteúdo, Capivari, v. 1, n. 4, p. 61-71, 2010.