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LEGISLAÇÃO EMPRESARIAL APLICADA PARTE 01

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ser 
ed1 ~acmna1 
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G 
gontn r.rinndo o fu-ruro 
a 
a 
H 
SOLUÇÕES 
EDUCACIONAIS 
INTEGRADAS 
Revisão técnica: 
Miguel do Nascimento Costa 
Advogado 
Graduado em Ciências Sociais 
Especialista em Processo Civil 
Mestre em Direito Público 
LS 14 Legislação empresarial aplicada [recurso eletrônico]/ Tiago 
Ferreira ~antas ... [et ai.]; [revisão técnica: Miguel do 
Nascimento Costa].- Porto Alegre: SAGAH, 2018. 
(ditado também como livro impresso em 2018. 
ISBN 978-85-95(12 438-0 
1. Direito empresarial. 2. Direito comercial. 1. ~ntos, 
Tiago Ferreira. 
CDU347.72 
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB 10/2147 
-LEGISLAÇAO 
EMPRESARIAL 
APLICADA 
Tiago Ferreira Santos 
Pós-graduado em Ciências Criminais 
Pós-graduado em Direito do Estado 
Janaina Carla de Oliveira Dihl 
Graduada em Direito 
MBA em Direito da Empresa com Ênfase em Direito Tributário 
Especialista em Docência e Gestão do Ensino Superior 
Miriany Cristini Stadler llanes 
Advogada 
Especialista em Estado Democrático de Direito 
Jeanine dos Santos Barreto 
Graduada em Ciência da Computação 
Especialista em Engenharia de Sistemas 
Mestre em Ciência da Educação 
2018 
s a 
G a 
H -
Versão impressa 
desta obra: 2018 
© SAGAH EDUCAÇÃO S.A., 2018 
Gerente editorial: Arysinha Affonso 
Colaboraram nesta edição: 
Editora responsável: Dieimi Deitos 
Assistente edi torial: Yasmin Lima dos Santos 
Preparação de original: Daniela Costa 
Arte sobre capa original: Cíntia Garáa de Souza 
Editoração: Kaéle Finalizando Ideias 
Importante 
Os links para sites da Web fornecidos neste livro foram todos testados, e seu funcio 
namente foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede 
é extremamente dinâmica; suas páginas esrão constantemente mudando de local 
e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre 
qualidade, preci~ão ou integralidade das informações referidas em tais links. 
Reservados todos os d ireitos de publicação à 
SAGAH EDUCAÇÃO SA., uma empresa do GRUPO A EDUCAÇÃO S.A. 
Av. Jerônimo de Ornelas, 6 70 - Santana 
90040-340 Porto Alegre RS 
Fone: (51) 3027-7000 Fax: (51) 3027-7070 
São Paulo 
Rua Doutor Cesário Mota Jr., 63 - Vila Buarque 
01221 020 SãoPaulo SP 
Fone: (11) 3221 9033 
SAC 0800 703-3444 -www.g rupoa.com.br 
É p roibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, 
sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, 
fotocópia, dist ribuição na Web e outros), sem permissão expressa da Editora. 
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL 
É por meio da educação que a igualdade de oportunidades surge, 
trazendo consigo maior desenvolvimento econômico e social para 
a nação. Há alguns anos, o Brasil vive um período de mudanças. as 
quais, obviamente, respingam na educação. 
A demanda por mão de obra qualificada, o aumento da competiti-
vidade e a produtividade fizeram o Ensino Superior ganhar força e ser 
tratado como prioridade no Brasil. 
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam 
ampliar as competências básicas da educação de seus estudantes, 
além de oferecer-lhes uma sólida formação, sempre pensando nas 
ações dos alunos no contexto da sociedade. 
• UNINASSAU 
CElfTRO \ltl l\lU:SllÁ.RIO MA.URiCIO Ot tit.SSA.U 
PA?f11DO PAIUf 0A SUA HISl OIU,_ 
GNIIO $41( l;d11C11CQ!ill \ Oftlllll t:fill111lll o llm,1-0 
Janguiê Diniz 
Esta página foi deixada em branco intencionalmente. 
APRESENTAÇÃO 
A recente evolução das tecnologias digitais e a consolidação da internet 
modificaram tanto as relações na sociedade quanto as noções de espaço 
e tempo. Se antes levávamos dias ou até semanas para saber de aconte-
cimentos e eventos distantes, hoje temos a informação de maneira quase 
instantânea. Essa realidade possibilita a ampliação do conhecimento. No 
entanto, é necessário pensar cada vez mais em formas de aproximar os 
estudantes de conteúdos relevantes e de qualidade. Assim, para atender 
às necessidades tanto dos alunos de graduação quanto das Instituições 
de ensino, desenvolvemos livros que buscam essa aproximação por meio 
de uma linguagem dialógica e de uma abordagem didática e funcional, 
e que apresentam os principais conceitos dos temas propostos em cada 
capítulo de maneira sim pies e concisa. 
Nestes livros, foram desenvolvidas seções de discussão para reflexão, 
de maneira a complementar o aprendizado do aluno, além de exemplos 
e dicas que facilitam o entendimento sobre o tema a ser estudado. 
Ao iniciar um capítulo, você, leitor, será apresentado aos objetivos 
de aprendizagem e às habilidades a serem desenvolvidas no capitulo, 
seguidos da introdução e dos conceitos básicos para que você possa 
dar continuidade à leitura. 
Ao longo do livro, você vai encontrar hipertextos que lhe auxiliarão 
no processo de compreensão do tema. Esses hipertextos estão clas-
sificados como: 
/ ' 
I ~ \ 
1 \\ 
\ _'4 / 
' / 
Saiba mais 
lraz dicas e informações extras sobre o assunto tratado na seção. 
----ª~) ( /lpre,entaçào 
Fique atento 
Alerta sobre alguma informação não explicitada no texto ou acrescenta dados sobre 
determinado assunto. 
Exemplo 
Mostra um exemplo sobre o tema estudado, para que você possa compreendê lo 
de maneira mais eficaz. 
Link 
Indica, por meio de links e códigos QR*, infor 
mações complementares que você enconrra na 
web. 
https://goo.gl/rrRz3h 
Todas essas facilidades vão contribuir para um ambiente de apren-
dizagem dinâmico e produtivo, conectando alunos e professores no 
processo do conhecimento. 
Bons estudos! 
• Atenção: para que seu celular leia os códigos. ele precisa estar equipado corn câmera e corn 
um aplica1ivo de léilura de código, QR. Ex,stern inúmeros aplrca11vo, 9ra1u,1os para esse 1,m. d,s-
ponívei; na G<,ogle Play, na App S101e e e,n outras lojas de aphcativos. Certifique-se de que o seu 
celular atende a essas espoofiéaçõe, antes de uliliLar os côdigo,. 
PREFÁCIO 
A Constituição Federal em seu artigo 170 e seguintes disciplinou a 
Ordem Econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na 
livre iniciativa, tendo por finalidade assegurar a todos existência digna, 
conforme os ditames da justiça social. Tambêm estabeleceu como prin-
cípios norteadores a soberania nacional, a propriedade privada, a função 
social da propriedade, a livre concorrência, a defesa do consumidor, a 
defesa do meio ambiente, a redução das desigualdades regionais e 
sociais, a busca do pleno emprego e o tratamento favorecido para as 
empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que 
tenham sua sede e administração no País. 
É o Código Civil no Livro li que regulamenta o Direito de Empresa, 
que já em seu primeiro artigo considera empresário quem exerce pro-
fissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a 
circulação de bens ou de serviços, sendo obrigatória sua inscrição no 
Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do 
inicio de sua atividade. 
Existem diversas espêcies empresariais sendo as mais conhecidas 
a sociedade limitada, a sociedade anônima, a sociedade em nome 
coletivo, a sociedade em comandita simples e comandita por ações. 
Mas você saberia a diferença entre estas duas últimas espêcies? Na so-
ciedade em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias: 
os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente 
pelas obrigações sociais, e os comanditários, obrigados somente pelo 
valor de sua quota. Já a sociedade em comandita por ações tem oca-
pital dividido em ações, regendo-se pelas normas relativas à sociedade 
anónima, ou seja, enquanto na comandita simples há uma sociedade de 
pessoas, na comandita por ações há uma sociedade de capitais (uma 
vez que o capital ê divido por açôes). 
Neste livro você estudará, tambêm, as hipóteses de transformaçôes 
societárias, o conceito e a teoria geral dos títulos de crêdito, bem como 
as características e diferenças entrecontratos civis e mercantis. Por fim, 
aprenderá sobre a recuperação de empresas e a sua distinção com a 
concordata. 
raniere
Realce
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SUMÁRIO 
Unidade 1 
Atividade empresarial ...................................................................................... 15 
Tiago Ferreiro Santos 
Ciuacte,uação da al1V1ddde etl)presarial - ·····-·····-·····-·····-·····-·····-·····-·····-·-··-·-··-·····-·····-·····- 1 S 
lnsa,çào e capacidade do emp,esário .................................................................. - .... - .... - .... - .... - ... 19 
lrnportância do ,egistro da ernpresa ........................................................................................................ 24 
Empresário individual e sociedades empresárias ................................. 31 
Tiago Ferreiro Santos 
Empresa, ernp,esário e sociedade empre,ária ............................................. - .... - .... - .... - .... - .... -31 
DislÍnção entre empresa e emp,es~rio, bem corno entre emprewírio 
,ndivrdu•I e sociedade e.npresári• ..................................................................................................... ..36 
Reconhecimento dos in!-Jti1utos e correlata 1egularne111aç.do ·- ·-··-·-··-·-··-·-·····-·····-·-··-.39 
Estabelecimento e ponto empresarial ..................................................... .47 
Tiago Fe"eiro Santos 
Conceito e proteção do estabeledmento ........... - .... - .................................................................... -47 
P1oteç,ío do ponto ernpresarial ................................................................................................................... 52 
Metani~,nos de alienaÇdo e tutela do ~tdbeledme,llo e do ponto empre~ariaf _ ... 56 
Nome empresarial, titulo do estabelecimento, marcas e patentes ... 63 
Tiago Ferreiro Santos 
Ccmc.eilos de norne emJ){eMJrial, til ulo do e1abeledr11en10. marca:. e patente~ .... -.63 
Nome empresarial x titulo de est•belec,mento e marca x p;,tente ................. - .... - .... - ... 69 
Fornl/lS de proteção dos ,nstitutos ................................................................................. - .... - .... - .... - ... 70 
Unidade2 
Sociedades empresárias: espécies ............................................................. 77 
Tiago Ferreiro Santos 
Soc..iedades s1mµJe~ e soàedade~ emp,e~áridS ·-·-··-·-··-·····-·····-·····-··-·-··-·-··- ····- ·····- ·····- ·-77 
Classificação das sociedades ernpresárias. ............................................................................................ 80 
Princrpais disposições sobre cada sociedade empres;íria .......................................................... .84 
Sociedade limitada .......................................................................................... 93 
Tiago Ferreiro Santos 
Regul•mentação das sociedades limitadas .............................. - .... - .... - .... - ... ·- · .. ·- ·--·--·- · .. 93 
Distinção das regra, gerais e especificas das socaedades limitadas ..................................... 96 
Órgão, d• ,ocied•de lin11tada ..................................................................................................................... 101 
12) ( Sumário ___ _, 
Sociedade em nome coletivo .................................................................... 109 
Tiago Ferreira Santos 
Conce,to de sociedade em norne coleuvo ·····-··-·-··-·-··--··--··- ····- ·-·- ·-·- ····- ····- ····- ··-· 109 
Responsabrlidade dos sócios e ca,acterisuca, da sociedade em nome coletivo ._ .. 113 
J u r isµr u dênôa dos uibunais ··-··-·-··-·-·····-·····-·····-·····-·-··-·-··-·-··-·-··-·····-·····-·····-··-·-··-·-··-·····- 116 
Sociedade anônima: regras gerais ........................................................... 123 
Tiago Ferreira Santos 
c.arac. 1e, ís t k.a~ ma is irn por ta nt es ·····-·····- ····- ····- ··-·-··-·-··-·-·····-·····-·····-·-··-·-··-·-··- ····- ····- ·· 123 
Rey r as espedfi< ~'-··-·-··-·-··-·-··-·-··-·····-·····-·····-··-·-··-·-··-·····-·····-·····-··-·-··-·-·····-·····-·····-···-·-··-· 128 
Beneíic,os e I iscos da soc,edade anón, n 'ª-··-·-··-·-·····-·····-··-·-·····-·····-·····-·····-·····-·····-·-··-·- 131 
Sociedade em comandita simples e por ações ................................... 139 
Miriany Cristini Stadler Jlanes 
Análise acerCd dd comarid1ld sirnples e dd comaruJitd po, açdo .... ·-·····-···--···--···-·····-· 140 
Análise da resµonsab,lidade dos sóuos ··- ····- ·-·- ·-·- ·-··-·-··-··--·- ·-·- ·-·- ·-·- ·-·- ····- ·--· M3 
N . . t· • . d' . d T b · . 14' o r rnas JUI IUICas e JUIISJX u enodS os fl Ufldl5. ... - .. ···- ·····- ····- ····- ·····- ·····- ·····- ···--···--···- · ;.} 
Sociedade em conta de participação ..................................................... 149 
Janaino Carla de Oliveira Dihl 
Ca , · ·r· d · á · 1so 1actes1s.t1Cas espeu 1<..as · ~e 11po sooet rKJ ..... -·····-·····-···--···--···-·-··-·-··-·····-·····-·····-· 
Tipo, de negócio jurídico em que esse 10odelo de sociedade se enquadra .. ·-·····-· 152 
Con0i10:,, jurídicos soC1eLário~ existe,ne~ deconentes dessa p,áLica empresariaL.. 153 
Operações societárias ................................................................................... 159 
Janoino Cor/a de Oliveira Dihl 
As oper açôes socie tá r ,as ... ·-·-··-·····-·····-·····-·····-··-·-··--··--··- ····- ····- ·-·- ····- ····- ····- ····- ··-·-··-· 160 
f 01 rnas de ope, ações sodetárias ...... -·····-·····-··-·-··-·-·····-·····-·····-·····-·-··-·-··-·-··-·····-·····-·····-···· 161 
Estratégias emp,esar iais utiliLadas rlds operações socie1á1ias. __ ···-·····-·····-·····-·····-·····-· 164 
Unidade3 
Conceito, teoria geral dos créd itos e títulos de crédito .................... 169 
Janoina Cario de Oliveira Dihl 
Gk1110_ ..... -·····-·····-·····-·····-·····-·-··-·-··-·····-·····-·····-··-·-··-·-··--··- ····- ····- ·-·- ·-·- ····- ····- ····- ··-·-··-· 169 
Princípios gerais do c1édito tarnbiário - ····- ··-·-··-·-··-·-··-·-·····-·····-·-··-·-··-·-··-·-··- ····- ····- ·· 178 
Classrficaç.lo dos I itulos de crédito .. -.. ···-·····-·····-·····-·····-·····-·-··-·-··-·-··-·····-·····-·····-·····-··-·-··· 181 
Propriedade industria l e intelectual e necessidade de registro .... 187 
Jonaina Carla de Oliveira Dihl 
Conceito e diferença entre prop1iedade induslrial e p,opriedade imelectual ··-······ 187 
Os direitos de µioµriedade intelectual e µroµ, iedade mdustnaL..-·····-·····-·····-·····-··-·· 192 
Necessidade e nnpor tanda de registro na proµrredade industrial e intelectual.._. 195 
Sumário ) ( 13 
'----
Unidade4 
Contrato social e administração da sociedade limitada .................. 201 
Tiago Ferreira Santos 
Obrigações dos sócios. conuato social e ,egi> 110 ... _,,_,,_,,_,_,,_,_,,_,,_,,_,,_,,_,,_,,_,,_,_,,_,_,,, .. _ 202 
Regras ge,ais da adrninist,a~áo sodetá, ia e revogação de a1os_,_,, ___ ,, ___ ,,_,,.,,_ ... ,,_ ..... 207 
hnped,dos de exerce, a administração societária ... _ ... ,,_,, ___ ,, ___ ,, __ ,, __ ,,_,.,,_, _______ .... _.212 
Contratos comercia is: noções gerais ....................................................... 219 
Miriany Cristini Stadfer llones 
Teoria yeral dos <.Onlrato> c.un1e1ciais._ ..... -.. ···-·····-·····-·····-·-··-·····-·····-·····-·····-··-·-··-.. ···-.. ···- 219 
Coo 11 ato civi I e co, 1 L1 a 10 1 net can 1 il ·-·····-·-··-·-··-·-··- ····- ····- ····- ·-·- ·-·- ·--·--·- ·-·- ····- ····-· 223 
Pfinc.ípios dpl icáveis dos cor H1 atos comer eia is ···-·····-·····-·····-·····-·····-·····-·····-·····-·····-·-··-··-· 224 
Atuação empresarial e função social ...................................................... 231 
Jeanine dos Santos Barreto 
Reg, as que r evelarn a I unçâo social d,J e, n presa,_,,_,,.,,_ ..... -..... _,, ___ ,, ___ ,,_,,.,,_ ..... - .... -..... _, 231 
Dislinçdo ernre íunçdu >OCidl, ,epércuMo e resixms.abilidade ~)C:idL·- ····-····-····-2~5 
ConK> u LiliLàr d íuoçdo ~Ocidl~m íavo1 da emµreSd.-··-·-··-·····-·····-·····-··-·-··-·-··-.. ···-.. ···-239 
Recuperação de empresas e sua d iferenciação da concordata .... 247 
Miriany Cristini Stadler llanes 
Diferenças entre oonco,data e ,ecupe,ação einp,esarial _,_, ___ ,, ___ ,, ___ ,, ___ ,, ___ ,,_,,.,,_,,_,248 
Ca, acre, íst ,cas da ,ecu pe, ação Judicial ,_, ___ ,, ___ ,, ___ ,, ___ ,, ___ ,, ___ ,,_,,.,,_ ..... -..... -..... _,, ___ ,, __ ,,_ 250 
Pecu I ia,Jdades da co ncor dd ta _,,.,_,, ___ ,, ___ ,, ___ ,, ___ ,,_,,.,,_ ... ,,_ ... ,,_,, ___ ,, ___ ,,.,,_ ... ,,_ ... ,,_ ... ,,_,_,, ___ .. 254 
Convenções coletivas, acordos coletivos e comissões 
de conciliação prévia .................................................................................... 261 
Tiago Ferreira Santos 
Convenção coletiva e acordo coleuvo ,,_,_,,_,,.,,_ ..... -..... _,, ___ ,, ___ ,,_,,.,,_ ... ,,_,_,, ___ ,, ___ ,,_,,_,, ___ ,262 
Dts~íd10 coleLivo de naturea econôm1ca e dts~ídio de natureL.a jurídica -··--··- ····-267 
Con ,iss.lo de conciliação prévia _,_,, ___ ,, ___ ,,_,,.,,_ ..... -..... _,, ___ ,, ___ ,,.,,_ ..... -..... -..... _,_,, ___ ,, ___ ,, ___ , 2 71 
A falência ........................................................................................................... 279 
Jonaina Cor/a de Oliveira Dihf 
Diante da f d I ência ,, _______ ,, ___ ,, .. ,_ .... ,_ .... _ .... _,, ___ ,, ___ ,, ___ ,,.,,_ ... ,,_,_,, ___ ,, ___ ,, ___ ,,_,.,,_ .. ,,_ .. ,,_,_, 279 
A falência do encerramento da atividade sern falência _,,_,_,, ___ ,,_,,.,,_ ..... -..... _,, ___ ,, ___ ,,_282 
lrnphcaç.õe da tdlêt1Cia para ernµr~~a. e, nµresár io e uedore~-·-··-··-·-··-·-·····-···--···-···283 
Recuperação de empresas .......................................................................... 293 
Janaina Carla de Oliveira Dihl 
Recu pe, ar,ão de e, 11 µ, esa,_,_,,.,,_ ... ,,_,, ___ ,, ___ ,,.,,_ ... ,,_ ..... -..... -..... -..... _,_,, ___ ,,_,,.,,_ ..... -..... _,, ___ ,, .. , 293 
Recupe, açAo de emp, esas e lalê11cia ..... _,_,,.,,_ ... ,, ____ ,, ___ ,, ___ ,, .. ,_ .... ,_,_,, ___ ,, ___ ,, ___ ,, ___ ,, ___ ..296 
Quando se pode µleitea, a ,ecupe1i1ç.Jo de ernp,esas_, ___________________ .. ,,_ .. ,,_, ___ ,297 
Gabaritos .......................................................................... 304 
UNIDADE 
Atividade empresarial 
Objetivos de aprendizagem 
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: 
• Caracterizar a atividade empresarial. 
• Analisar a inscrição do empresário, bem como a sua capacidade. 
• Explicar a i1nportância do registro da empresa. 
Introdução 
Na contemporaneidade, ê inegável a importância das empresas na 
sociedade. Diversas tecnologias, antes inexistentes, foram desenvol-
vidas pela criatividade de pessoas que trabalhavam para elas e, alêm 
disso, muitos dos inventos apenas puderam ser objeto de produção 
em larga escala devido a essa forma específica de atividade econômica. 
Na verdade, mesmo áreas que em outros momentos eram incum-
bidas exclusivamente ao Estado, atualmente estão sendo exercidas 
empresaria lmente. 
Neste capitulo, você vai estudar os requisitos que caracterizam a 
atividade empresarial, bem como as principais disposições normativas 
acerca da inscrição e da capacidade do empresário. Ademais, será capaz 
de indicar a importância do seu registro e destacar os prejuízos decor-
rentes do seu exercício irregular. 
Caracterização da atividade empresarial 
Na primeira fase do Direito comercial, a sua atividade era caracterizada por 
uma perspectiva subjetiva proveniente do registro das pessoas nas corporações 
de oficio e respaldo cm usos e costumes. Posteriormente, surgiu a teoria dos 
atos do comércio de natureza objetivista, a qual iníluenciou o Direito brasileiro. 
___ 1..,6) ( Alivídade enip,e.sarial 
Por lim, atualmente, após a edição do atual Código Civil (CC), adotou-se a 
teoria da empresa de caráter subjetivista, mas com a peculiaridade de que ser 
empresário independe, em regra, de inscrição, bastando apenas o cumprimento 
de certos req uisilos. 
A seguir serão estudadas as duas teorias que mais inlluenciaram o Direito 
brasileiro, acerca da forma de caracterização da atividade empresarial e de-
signação mais condizente com o atual momento, embora não se negue que, 
por tradição, há ainda quem a designe como comercial. 
Teoria dos atos de comércio 
Na França, com o Código Comercial vigorante a partirdc 1° de janeiro de 1808, 
um dos códigos napoleôaicos, consolidou-se a teoria dos aios do comércio 
nesse país, o que iníluenciou, durante um largo período da história, o restante 
do mundo, sendo certo que no Bras il foi aprovado o Código Comercia l de 
1850 sob essa inspiração. 
Por essa teoria, as normas jurídicas exempli !Jcavam os atos de comércio, 
os quais delimitavam, apenas por consequência, a figura do comerciante. 
Desse modo, ela é conside rada pela doutrina como objet iva. O Direito 
brasileiro a adotava na primeira parte do mencionado código, o qual fo i 
revogado, parcialrnentc, pelo CC de 2002, que preferiu a teoria da empresa 
de origem ital iana. 
Segundo Tarcísio Teixeira (2018, p. 34), essa crise pela qual passou a teoria 
dos atos de comércio no Direi to brasilei ro se justifica, historicarnente, pelo 
desenvolvimento das atividades econômicas industriais e de prestação de 
serviços, sendo que "f ... ] a teoria dos atos de comércio tomou-se insuficiente 
como disciplinajuridica para o Di reito Comercial, até porque as novas ativi-
dade.~ econômicas não eram alcançadas" por ela. 
Em verdade, mesmo que o rol de atos de comércio previsto em normas 
jurídicas pudesse ser ampliado para fins de alcançar as novas atividades 
econôn1icas, a inda ass im, terminologicamcnle, essa teoria de inlluência 
francesa parecia ser inadequada, além disso, tal situação poderia ser solu-
cionada de forma mais satisfatória de acordo com a teoria da empresa de 
inspiração italiana. 
Teoria da empresa e atividade empresarial 
Em 1942, com a adoção da teoria da empresa pelo Direito ital iano, espe-
cialmente ao arl. 2081 do seu CC, ainda vigente, Ltma nova !ase iniciou 
Atividade e,np,esaria 1) (_1_1 __ _ 
no Dire ito empresarial , sendo esta mais adequada ao d iminuído papel do 
comerc iante, em contraste com o crescimento dos setores industriais e 
de serviços. 
Essa teoria, tanto no Di.reito italiano como no bras ilei ro, conceitua legal-
mente a figura do ernpresário. Assim, é considerada uma teoria subjet iva 
moderna, ou seja, a conceituação jurídica de at ividade eLnpresarial não é 
diretamente proveniente da lei, mas, sim, de uma construção doutrinária e 
j urisprudencial. 
Nesse sentido, poruma interpretação do art. 966 do CC brasileiro, entende-
-se que a atividade empresarial é aquela econômica, organizada e exercida 
profissionalmente para a produção ou a circulação de bens e serviços. A inílu-
ência da teoria da empresa é evidente. Na verdade, as disposições brasilei ras 
e italianas são quase idênticas. 
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I \\ 1 
\ -· j 
Saiba mais 
' / 
Em consequéncia de uma interpretaçãodosfequisitos de empresarialidade, a doutrina 
destaca ainda a habitualidade. 
Há de se destacar que não há empresarialidade, portanto, quanto à fina-
lidade for atender ao consumo próprio ou familiar em vez de p rodução ou 
circulação de bens e serviços para o n1ercado. Nesse sentido, André Luiz Santa 
Crl12 Ramos (2016, p. 38): "[ ... ] só restará caracterizada a empresa quando a 
produção ou circulação de bens ou serviços destinar-se o n1ercado, e não ao 
consumo próprio". 
Essa é a regra adotada pelo CC no arl. 966, caput, consoante visto até o 
momento. Entretanto, hã uma exceção relevante. Em principio, essa atividade 
que será analisada a seguir atende, integralmente, aos requisitos estudados 
até aqui, mas, por determinação legal, especificarnente do art. 966, parágrafo 
único, não é enquadrada na condição de atividade empresarial. 
Assim, no âmbito da teoria da empresa adotada no Brasil porinfluência 
ital iana, o conceito de ati vidade empresaria l decorre de uma interpretação 
doutrinária e jurisprudencial acerca da defin ição legal de empresário. Pois 
bem, ao dispor sobre a exceção, não foi diverso o tratamento. 
A lei arirmou, expressan1cnte, que não "[ ... ] se considera empresário 
q uem exerce profissão intelectual, de natureza c ientífica, lite rária ou 
___ 1-8) ( Alivídade enip,e.sarial 
arlistica, ainda com o concurso de auxi liares ou colaboradores, salvo se o 
exerc ício da profissão const itu ir elemento de empresa" (BRASTL, 2002, 
documento on-l ine). 
Fique atento 
Profissão intelectual = científica, literária ou artística 
A profissão intelectual não é atividade empresarial, salvo se o exercício da prof,ssão 
constituir elemento da empresa. 
A profissão intelecllial de natureza cientifica "[ ... ] está relacionada com 
quem é pesquisador ou cientista, ou seja, alguém especial izado em uma ciência 
(conhecimentos sistêmicos)" (TEIXEIRA, 20 18, p. 53). Nesse sentido, segue 
lição elucidativa: 
As atividades realizadas pelos profissionais de uma das àrcas do conhecimento 
(humanas. exatas e biológ-ica'i) podem se enquadrar na atividade intelectual, 
citando-se, como exemplos, o preparador tisico, o fisioterapeuta, o psicólo-
go, o químico, o médico etc. Pode-se dizer que esses são cientistas nas suas 
respectivas áreas (TEíXEIRA, 2018, p. 53). 
Por sua vez, a p rolissão intelectual de natureza literária"[ .. . ] está relacio-
nada com a expressão da linguage,n, ideias, sentidos e símbolos, especial-
mente por meio da escrita" (TEIXEIRA, 20 18, p. 53). São seus exemplos, 
conlonne aponta doutrina, "[ ... ] o escritor, o composi tor, o poeta, o jornalista 
etc." (TEIXEIRA , 2018, p. 53-54). 
Por fi m, a profissão intelectual de natureza artística"[ ... ] está relacionada com 
a arte, que é a produção de algo extraordinário com a utilização de habilidades 
c certos métodos para a realização. Também está relacionada corn a expressão 
de sentidos e símbolos por meio de linguagem não escrita" (TEIXETRA, 2018, 
p. 54), sendo seus exemplos 'l--1 o ator e o cantor (que não são intérpretes), o 
desenhista, o fotógrafo, o artista plástico" (TEIXEIRA, 2018, p. 54). 
ln1porta destacar, entretanto, que mesmo os profissionais intelectuais 
podem exercer atividade empresarial, mas apenas caso constitua elemento 
da ernpresa. Ou seja, se um médico abre um consullór io cm seu nome e 
atende pessoas, a inda que com o auxílio de empregados, não é uma atividade 
Atividade e,np,esaria 1) (_1_9 __ _ 
empresarial por preponde rar, especialmente, a sua intelectualidade para 
atração dos pacientes. 
Nout ro giro, caso comece a ampliar seu consultório cada dia mais, até 
o ponto em que haja tantos médicos que a intelectualidade do sócio pouco 
importe e as pessoas passem a v isitar a clínica ou o hospital inaugurado 
devido à credibi lidade da institu ição, não mais pela intelectualidade desse 
sócio, então há, inegavelmente, uma ativ idade empresarial. A final, vê-se 
q ue, nessa hipótese, a profissão inte lectual se tornou tão somente um 
e le n1ento da empresa. 
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Saiba mais 
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Enunóado 194da IIIJornada de Direito Gvil do Conselho da Justiça Federal (CJF) 
Os profissionais liberais não são considerados empresários, salvo se a organização 
dos fatores de produção for mais importante que a atividade pessoal desenvolvida. 
Enunóado 195 da Ili Jornada de Direito Ovi l do CJF 
A expressão elemenro de empresa demanda interpretação econômica, devendo ser 
analisada sob a égide da absorção da atividade intelectual, de natureza cientifica, 
literária ou artlstica, como um dos fatores da organização empresarial. 
A pessoalidade exerce papel decisivo entre os profissionais intelectuais, 
também chamados de profissionais liberais . Entretanto, na atividade empresa-
rial, ao contrário, essa característica é absorvida pela empresa, constituindo-se 
apenas como um de seus elementos. 
Ainda nesse assunto, circunstância peculiar há nos escritórios de advo-
cacia, porque não são admitidas, nem podem funcionar todas as espécies de 
sociedades que apresentam forma ou caracteristicas empresariais, consoante 
d iretriz do an. 16, do Estatuto da Advocacia, c-0nsiderado destoante da rea-
lidade por parle da doutrina. 
Inscrição e capacidade do empresário 
Neste tópic-0, serão estudadas a insc rição e a capacidade do empresário. De 
logo, a incapacidade acontece nas mesmas hipóteses da Legislação Civil, 
arls. 3° e 4° do Código Civil, embora haja rcgramenlos específicos sobre o 
___ 2..,0) ( Alivídade enip,e.sarial 
assunto em Direito empresarial, com destaque para o a rt. 972 e seguintes 
do referido diploma normativo. Após essas análises, serão estudados, ainda 
neste título, os principais dispositivos acerca da inscrição do emprcsãrio, 
regidos tanto pelo Código Civil , quanto pela Lei nº 8.934/94, a qual regula 
o Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins. 
Da capacidade do empresário 
A incapacidade do empresário para o exercício individual de sua at ividade 
acontece nas mesmas hipóteses em que as pessoas são absolutamente ou rela-
tivamente incapazes para atos civis. Assim, os artigos que regulam a matéria 
são os 3° e 4° do Código Civil. 
Portanto, são incapazes, para o exercício da atividade empresarial, os 
absolulrunenlc incapazes consistentes nos menores de 16 anos (arl. 3°, caput, 
do Código Civil), bem como os relativamente, os quais são os seguintes: 
l - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
l l - os maiores de dc?..esscis e menores de de7..oito anos; 
111 - aqucles que. por causa. transitória ou permanente, não puderem exprimir 
sua vontade; 
rv - os pródigos. (BRASIL, 2002, documento on-line). 
Entretanto, há uma relevante exceção à exigência da maioridade para a 
capacidade civil com repercussão direta no Direito empresarial. Ela está 
prevista no arl. 5°, parágrafo único, inciso V, do Código Civil, ao dispor 
que cessará, "[ ... ] para os menores, a incapacidade pelo es tabelecimento 
civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, 
em função deles, o menor com 16 anos completos lenha economia própria" 
(BRASIL, 2002, documento on-line). 
Nessa hipótese acima trazida, há a emancipação civi l, ou seja, a capa-
cidade civil pelo estabelecimento civi l ou comercial que gera economia 
própria ao menor com 16 anos ou mais. Outra situação interessante a ser 
estudada é a poss ibilidade excepcional de o empresário individual exercer 
a sua atividade, mesmo sendo incapaz. 
Assim, o arl. 974 dispõe que poderã, "[ ... ] o incapaz, por meio de re-
presentante ou dev idamente assistido, cont inuar a empresa antes exercida 
por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança" (BRASIL, 
2002, documento on-line). 
raniere
Realce
Atividade ernp,esaria 1) (_2_1 __ _ 
Fique atento 
Enunciado 203 da Ili Jornada de Direito Civil do UF 
O exercício da empresa por empresário incapaz, representado ou assistido, somente 
é possível nos casos de incapacidade superveniente oo incapacidade do sucessor na 
sucessão por morte. 
Ressal!a-se, inclusive, que a vedação é para tilularizar a empresa na con-
d ição de empresário, ou seja, não há qualquer vedação para que ele assuma 
a condição de quotista ou acionista, observando-se o fato de que não poderá 
ser adrninistrador de nenhuma delas (art. 974, parágrafo te rcei ro, inciso 1, do 
Código Civil) (BRASIL, 2002). 
Caso o representante ou assistente legal sejam impedidos do exercício da 
at ividade empresaria l, será incumbido ao juízo nomear gerente, ainda que 
sob a !1sca lização do responsável pelo civilmente incapaz de exercer os atos. 
Da inscrição do empresário 
Quem pratica uma at ividade empresarial (empresa em sentido funcional) tem 
alguns deveres a cumprir de natureza formal, entre eles, o de se regist rar na 
Junta Comercial (COELHO, 2017). Nesse sentido, o art. 967 do Código Civil 
é categórico:"É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de 
Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade" (COE-
LHO, 2017, p. 105). Aluar se,n o registro, portanto, imporia em irregularidade. 
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Saiba mais 
A todo ato constitutivo de empresa será atribuído um Número de Identificação do 
Registro de [mpresas (NIRE). ( como o CPf das pessoas físicas, mas é de empresas e 
é obtido na Junta Comercial. 
Há, entretanto, uma exceção importante. O empresár io rural tem o registro 
facultativo, nos termos do arl. 971, e sua natu reza, consoante aponta o Enun-
ciado 202 da III Jornada de Direito Civil da CJF, é constitut iva porquanto 
inaplicável o regime empresarial até a inscrição. 
___ 22_,) ( Alivídade enip,e.sarial 
Já se apontou que o registro é executado na Junta Comercial, entretanto, 
importa conhecer todos os órgãos que compõem o Siste,na Nacional de RegistJo 
de Empresas Mercantis e suas respectivas pr incipais runçõcs. 
Primeiro, o Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), 
consoante designa a legislação, atualmente Departamento de Reg istro Empre-
sarial e Integração (OREI) (COELHO, 2017, p. 107) por prática administrativa, 
tem s uas competências reguladas pelo C.,ódigo Civ il e é um órgão federal 
(COELHO, 2017). 
Entre outras funções, incumbe-lhe "supervisionar e coordenar, no plano 
técn ico, os órgãos incumbidos da execução dos serviços de Registro Público 
de Empresas Mercantis e Atividades Afins" (arl. 4°, inciso I, da Lei nº 8.934), 
quer-se dizer, J untas Comercia is; 
C.-1 exercer ampla fiscalização juridfoa sobre os órgãos incumbidos do Registro 
Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins. representando para os 
devidos fins às autoridades administrativas contra abusos e infrações das 
respectivas normas, e requerendo tudo o que se afigurar necessário ao curn• 
primento dessas normas. (art 4°, inciso V, da Lei nº 8.934); 
[. .. ] promover ou providenciar, supletiva mente. as medidas tendentes a suprir 
ou corrig-ir as ausências, falhas ou deficiências dos serviços de Registro Pú· 
blico de Empresas Mercantis e Atividades Afins (art. 4°, inciso VII. da Lei 
nº 8.934). (BRASIL, 1994, documento on-line). 
Além disso, é sua aLnô uição ainda "organizar e manter atualizado o cadastro 
nacional das empresas mercantis em funcionamento no País, com a cooperação 
das Juntas Conterciais) (art. 4°, inciso fX, da Lei nº 8.934) e 
(. .. ]instruir, examinar e encaminhar os processos e recursos a serem decididos 
pelo Ministro de Estado da Indústria, do Comércio e do Turismo, inclusive os 
pedidos de autori7...ação para nacionali7..ação ou instalação de fi lial, agência, 
sucursal ou estabelecimento no ·rais, por empresa estrangeira> sem prejuízo 
da competência de outros órgãos federais (arL 4º, inciso X, da Lei nº R.934) 
( BRASIL, 1994, documento on- line). 
Como se pode verificar nos enunciados legais destacados, o OREI exerce 
"[ ... ] funções supervisora, orientadora, coordenadora e normativa, no plano 
técn ico; e supletiva, no plano administrativo" (art. 3°, inciso I, da Lei nº 8.934) 
(BRASIL, 1994, docurnento on-line). Assitn, em caso de dúvidas sobre as nor-
mas que incidirão para realizar registro do crnpresãrio, a s ugestão é pesquisar 
pelas suas instruções normativas sobre a matéria. 
Atividade e,np,esaria 1) (~2_3 __ _ 
Segundo as Juntas Comerciais, são órgãos locais presentes "f ... ] em cada 
unidade federativa, com sede na capital e jurisdição na área da circunscrição 
terri tor ial respect iva" (art. 5°, da Lei nº 8.934/94) (BRASIL, 1994, documento 
on-line). Estes são admin istrativamente vinculados à esfera estadual, ao 
passo que tecnicamente são subordinados ao DNRC, atualmente OREI, tendo 
de seguir suas instruções normativas. A exceção a esse caráter híbrido da 
subordinação h ierárquica das juntas fíca com o Distrito Federal, onde ela 
é um órgão federal. 
Assim, o profíssional irá se direcionar à Junta Comercial da capital da 
unidade federativa (Estados ou Distrito Federal) para realizar o registro do 
alo constitutivo da ernpresa, observando as instruções normativas do OREI. 
A fínal, a ela incumbe o registro pelo arquivamento. 
No caso de enlj?resário, o requerimento conterá, nos termos do arl. 968 
do Código Civi l, os seguintes dados: 
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1- o seu nome,, nacionalidade, domicílio. estado civil e, se casado, o regime 
de bens; 
n - a firma .. com a respectiva assinatura autógrafa que poderá sersubstitu.ida 
pela assinatura autenticada com certificação digital ou meio equivalente que 
comprove a sua autenticidade, ressalvado o disposto no inciso ( do § lo do 
art. 4° da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006; 
IV - o capital; 
V - o objeto e a sede da empresa. (BRASIL, 2002, documento on-line). 
Saiba mais 
O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de 
outro Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá inscrevê-la com a prova 
da inscrição originária. 
Nesse ínterim, ainda cabe ressaltar o relevante papel exercido pelo advo-
gado no registro dos aios consliluli vos de sociedades empresárias, porquanto, 
nos termos do art. 1°, parágrafo segundo, do Estatuto da Advocacia, os "aios 
e contratos administrat ivos constitutivos de pessoas j urídicas, sob pena de 
nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos compelentes, quando 
visados por advogados". Tal norrna 1cm exceções, a saber, microempresas e 
empresas de pequeno porte, nos termos do a rt. 9°, parágrafo segundo, da Lei 
Complementar nº 123/06. 
___ 2..,4) ( Alivídade enip,e.sarial 
Algumas terminologias técnicas dcvern ser tL~adas de forma adequada 
sobre essa matéria, importando distingui-las dev idamente. Assim, há três atos 
que podem ir ao registro empresarial. A matrícula e seu cancelamento são os 
registros de profissionais elencados no art. 32, inciso 1, da Lei nº 8.934/94, ou 
seja, "[ ... ] leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais, trapichei ros 
e admin ist radores de armazéns-gerais" (BRASIL, 1994, documento on-line). 
O arqLLivamenlo envolve, em princípio, nos termos do ar t. 32, inciso n, da 
Lei nº 8.34/94, "[ ... ] const itu ição, alteração, dissolução e ext inções de fi rmas 
mercantis indiv iduais, sociedades mercantis e cooperativas", bem como "[ ... 1 
atos relativos a consórcio e f,'íupo de sociedade" e"( ... ] declarações de micro-
empresa". Por fim, a autent icação se destina aos instrumentos de escrituração 
(art. 32, inciso !TI, da Lei nº 8.934/94) (BRASIL, 1994, documento on-line). 
Há de ser destacado, ainda, que sociedades cooperativas são, nos Lermos 
da legislação, sociedades simples e, assim, não regidas pelo Direito empre-
sarial, situação oposta ás sociedades por ações. Excetua-se, desse modo, o 
arl. 966, caput, do Código Civil, para incidi r o art. 982, parágrafo único, cuja 
redação segue: "Independentemente de seu o~jeto, considera-se empresária a 
sociedade por ações; e, simples, a cooperativa". Entretanto, é-lhes exig ido o 
registro por arqu ivamento de seus atos constitutivos nas Juntas Comerciais, 
sendo, portanto, uma s ituação atípica. 
Importância do registro da empresa 
O registro público preserva informações importantes em repartições oficiais, 
além de dar. lhes publicidade para a segurança dos envolvidos e de tcrccims 
(MAM.EDE, 2018). Assim, sócios, "credores, trabalhadores, clientes e o próprio 
Estado podem ncccssilardc informações, atuais ou passadas, socorrcndo~lhcs 
o registro mercantil" (MAMEDE, 2018, p. 54). 
No entanto, esclarece-se que não há nenhuma necessidade de indicar interesse 
para a obtenção de informações nas Juntas Comerciais, portanto, qualquer 
um pode requerê-las e obtê-las, desde que o faç.a adequadamente, assumindo 
os ônus, inclusive. 
As fina lidades de tal registro são "f ... ] dar garantia, publicidade, auten-
t icidade, scgLLrança e eficácia aos aios jurídicos das empresasrnercantis" 
(arL 1°, inciso 1, da Lei nº 8.934/94); e"[ ... ] cadastrar as empresas nacionais e 
estrangeiras cm funcionamento no País e manter atua lizadas as informações 
pertinentes" (art. 1°, inciso TI, da Lei nº 8.934/94). Além disso, o registro 
Atividade e,np,esaria 1) (_2_s __ _ 
empresarial objetiva, ainda, a ''[. .. l p roceder à matrícula dos agentes auxiliares 
do comércio, bem corno ao seu cancelamento" (arl. 1°, inciso Til, da Lei nº 
8.934/94) (BRASIL, 1994, documento on-line). 
Entretanto, mesmo com as relevantes finalidades apontadas acima, ressalta-
-se, para a caracterização da atividade empresarial, que não há necessidade 
de registro, ainda que seja inegável o fato de, pelo reconhecimento de sua 
situação irregular, haver restrições. 
Fique atento 
Enunciado 198 da Ili Jornada de Direito Civil do UF 
A inscrição do empresário na Junta Comercial não é requisito para a sua caracterização, 
admitindo-se o exercício da empresa sem tal providência. O empresário irregular 
reúne os requisitos do art. 966, sujeitando-se às normas do Código Civil e da legislação 
comercial, salvas as incompatibilidades com a sua condição ou diante de expre>.ssa 
disposição em contrário. 
Sobre isso, Fábio Ulhoa Coelho (2017) indica algumas dificuldades que 
ernprcsários irregulares terão ao desenvolver s uas at ividades. Por cxcn1plo, 
não serão realizados contratos com a administração públ ica, nem contrai rão 
empréstimos em instituições bancárias, alérn disso, estes estarão impossibi-
litados de requerer a recuperação judicial. 
Além dessas hipóteses, o arl. 33, da Lei do Registro Público de Empresas 
Mercantis e Ativ idades Afins, indica que a"[ ... ] proteção ao nome empresarial 
decorre automaticamente do arquivamento dos atos consti tutivos de firma 
individual e de sociedades, ou de suas a lterações" (BRASIL, 1994, documento 
on-line), ou seja, lan1bérn essa segurança não lhes aplica rá integralmente. 
A impossibilidade de celebrar contratos com a administração, entre outros, 
é consequência do arl. 28, da Lei nº 8.666/93, o qual dispõe sobre a necessi-
dade de comprovar documentalmente a habilitação jurídica. Noutro giro, a 
restrição à recuperação judicial decorre de expressa vedação legal do arl. 48, 
caput, da Lei nº 11. 1 O 1/05. 
Pode-se apontar, ainda, que, na hipótese de empresa irregular, haverá res-
ponsabilidade ilimitada decorrente da incidência também do regime da socie-
dade cm comum reconhecida pelo Direito (art. 990 do Código Civi l), a única 
questão é saber se haverá beneficio de ordem, ou seja, se os bens sociais serão 
executados inicialmente. No caso, apenas aquele que contrate por ela perderá 
___ 2-6) ( Alivídade enip,e.sarial 
até mesmo esse direito. Elucidativa é a lição de Fábio Ulhoa Coelho (2017, p. 
112), como segue: "O sócio que se apresentou como representante da sociedade 
tem responsabilidade djreta, enquanto os demais, subsidiária (CC, art. 990". 
Essa é a adequada interp retação do Arl. 990, o qual, sem muito acerto, 
afirma que todos "f ... ] os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas 
obrigações sociais, excluído do beneficio de ordem, previsto no art. 1.024, 
aquele que contratou pela sociedade" (BRASIL, 2002, documento on-l ine) . 
Saiba mais 
Enunciado 208 da Ili Jornada de Direito Civil 
A5normasdoCódígoCivil para as sociedades em comum e em conta de participação 
são aplicáveis, independentemente de a atividade dos sócios, ou do sócio ostensivo, 
ser ou não própria de empresário sujeito a registro (distinção feita pelo an. 982 do 
Código Civíl entre sociedade simples e empresária). 
Assim, embora não seja o registro o que caracteriza a atividade empresarial, 
não é por isso que a atuação irregular se sujeitará integralmente ao regime 
empresarial, a fi nal, como expl icado, há exceções decorrentes de incompati-
bilidade ou expressa disposição normat iva em contrário. 
Ma is um prejuízo da ausência do devido registro consiste na ausência 
de"[ ... ] legitimidade ativa para o pedido de falência de outro comerciante" 
(COELHO, 2017, p. 112). 
Por fi m, ainda hã de se destacar dificuldades trazidas por Fábio Ulhoa 
Coelho sobre a lg uns cadas tros: 
( ... ] o descumpri mento da obrigação comercial acarretará a impossibilidade 
de inscrição da p~soa jurídica no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas 
(CNPJ), e nos cadastros e."S'.ta.duais e municipais; também impos.<iibilitará a 
matricula do empresário no Instituto Nacional da Sct,'llridade Social. Aliás. 
são simultâneos o rcgi~"tm na Junta e a matrícula no INSS ( Le i n~ 8 .212/92. 
art. 49, 1) (COELHO, 2017. p. 112). 
É importante ressaltar a exceção. Para o caso do empresário cuja atividade rural 
constitua sua principal profissão, o registro não é obrigatório, mas, sim, facultativo. 
Entretanto, é constitutivo do regime empresarial, ou seja, antes da inscrição não 
lhe incidirão tais normas. Assim,"[ ... ] se aquele que desenvolve atividade rural 
não efetuar sua inscrição no Registro Público das Empresas Mercantis, não será 
Atividade e,np,esaria 1) (~2_1 __ _ 
tido conto empresário" (TEIXEfRA, 2018, p. 70) e, portanto, não se submeterá ã 
disciplina da recuperação judicial e das falências, por exemplo. Dessa forma,para 
quem exerce atividade rural, o registro tem importância diferenciada. 
Ademais, é importante destacar também a relevância dese real izar o registro 
no prazo correto, alinal, o a rquivamento na Junta, dentro de 30 (trinta) dias 
1. Considera se atividade empresarial 
aquela realizada por quem exerce: 
ai atividade econõmic.a organizada 
para a produção ou a circulação 
de bens ou de serviços, ainda 
que não seja profissionalmente. 
b) profissionalmente atividade 
econômica para a produção 
ou a circulação de bens ou 
de serviços, ainda que de 
forma desorganizada. 
e) profissionalmente atividade 
econômica organizada, mesmo 
nas hipóteses destinadas para 
consumo próprio ou familiar. 
d) profissão intelecrual, de 
natureza cientifica, literãria ou 
artística, com o concurso de 
auxiliares ou colaboradores. 
e) profissionalmente atividade 
econômica organizada para 
a produção ou a circulação 
de bens ou de serviços. 
2. I'. considerada atividade empresarial 
aquela exercida nas condições 
ou pelas pessoas seguintes: 
a) sociedades cooperativas. 
b) profissão intelectual de natureza 
científica, literária ou artística que 
não seja elemento da empresa. 
e) escritórios de advocacia. 
d) atividade rural não inscrita 
na Junta Comercial. 
e ) sociedades por ações. 
3. Assinale a alternativa de uma 
prática ou circunstãncia possível 
ao empresário sem registro. 
a) Contratar com a administração 
pública por meio de 
procedimento licitatório. 
b ) Obtenção de falência de 
outro empresário. 
e) Recuperação judicial. 
d ) Contratar plenamente 
empréstimos com 
instituições bancárias. 
e) C'.aracterização da 
arividade empresarial. 
4. Assinale a alternativa correra. 
a ) O empresário que instituir 
sucursal, filial ou agência, em 
lugar sujeito à jurisdição de 
outro Registro Público de 
Empresas Mercantis, deverá 
rambêm inscrevê-la neste, com 
a prova da inscrição originária. 
bl f>oderá o incapaz. por meio de 
representante ou devidamente 
assistido, iniciar a empresa. 
e) O sócio incapaz pode exercer a 
administração da sociedade. 
d ) O empresário, cuja atividade 
rural constitua sua principal 
profissão, deve requerer inscrição 
no Registro Público de Empresas 
Mercantis da respectiva sede. 
___ 2~8) ( Alividade emp,e.sarial 
e) t facultativa a inscrição do 
empresário no Registro Público 
de Empresas Mercantis da 
respectiva sede antes do 
início de sua atividade. 
S. A inscrição do empresário será 
feita mediante requerimento 
que contenha: 
a) capital. 
b) objeto. 
e) peõodicidade máxima em 
que os sócios se reunirão. 
Referências 
d) seu nome, nacionalidade, 
domicílio, estado civil e, se 
casado, regime de bens. 
e) firma, com a respectiva assinatura 
autografa, a qual poderáse, 
substituída pela assinatura 
autenticada com certificação 
digital ou meio equivalente que 
comprove a sua autenticidade, 
ressalvados eventuais casos de 
microempresas ou empresas 
de pequeno porte. 
BRASIL. Leicomplementarn• 123, de 14 de dezembro de 2006. lnslitui o Estatuto Nacional 
da Microempresa e da lmpresa de Pequeno Pone; altera dispositivos das Leis no 
8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidaç,10 das Leis do Trabalho 
CLT, aprovada pelo Decreto Lei no 5.452, de lo de maio de 1913, da Lei no 10.189, 
de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990; e 
revoga as Leis no9.317, de 5 de dezembro de 1996,e9.84l,de 5deoutubrode 1999. 
llrasilia, Dr, 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/LCP/ 
Lcp123.htm>. Acesso em: 26 fev. 2018. 
BRASIL. lei no 8.934, de 18 de novembro de 1994. Dispõe sobre o Registro Público de 
lmpresas Mercantis e Atividades Afins e dá outras providêncJas. Brasília, DI, 1994. 
Disponível em: <ht:tp://www.planaho.gov.br/cclvil 03/leis/L8934.htm>. Acesso em: 
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Disponível em: <hnp://www.planalto.gov.b1/CCiv1l 03/leis/2002/LI0406.hLm>. Acesso 
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judicial e a falência do empresário e da sociedade empr!'.sária. Brasllia, D~. 2005. 
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COELHO, F. U. wrso de direito comerciat direito empresa. 21. reN. atual. São Paulo: 
Revista dos íribunais, 20l7. v. 1. 
MAMCD(, (,. Direitoempresafialbtasileiro:empresa e atuação empresarial. 10. ed. rev., 
atual. e ampl. São Paulo: Atlas, 2018. 
Atividade e,np,esarial ) (~2_9 __ _ 
RAMOS, A. L. S. C. Direito empresarial esquematizado. 6. ed. rev., arual. e ampl. Rio de 
Janeiro: r orense; São Paulo: Mêtodo, 2016. 
l DXLIRA, T. Direitoempresaria/brasileiro:doutrina,jurisprudência e prática. 7. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2018. 
Leituras recomendadas 
BERLINI, L. F;CAMPOS, Ar: O direito empresarial e o estatuto da pessoa com deficiên-
cia: a (in) capacidade do empresário. Revisra Brasileira de D/reiro Empresarial, v. 2, n. 2, p. 
60--79, 2016. Disponível em: <www.index.law.org/index.php/direitoempresariaVarticle/ 
view/1285/pdf>. Acesso em: 27 fev. 2018. 
BRASIL. Conselho de Justiça federal./// Jornada de Direito Civit enunciados. Brasília, 
DF, 20!6. Disponível em: <httpJ/www.cjf.jus.br/cjf/CEJCoedl/jomadas-<:ej/111%20.lOR 
NADA'l620D(%20DIREJl O'l6200VIL%202013'l620ENUNCIAl)OS'l620Al'ROVADOS%20 
DE%20NS.%20138%20A%202 ll.pdf/view>. Acesso em: 16 abr. 2018. 
BRASIL. lei no 8.906/94, de 4 de julho de 1994. Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e 
a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Brasília, DF, 1994. Disponível em: <h1tp:// 
www.planalto.gov br/cciv,I 03/Le,s/l8906.hrm>. Acesso em· 26 fev. 2018 
f LRNANDU, J. A. da C. G. A caracterização da atividade empresária: identificação 
dos elementos de empresa sob a ótica sistémica. Revistada [5Mf5C, v. 17, n. 23, p. 
259 280, 2010. Disponível em: <https://revista esmesc.org br/re/article/view/11/22> 
Acesso em: 26 fev. 2018. 
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Empresário individual e 
sociedades empresárias 
Objetivos de aprendizagem 
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: 
• Identificar o que é empresa, empresário e sociedade empresária. 
• Distinguir empresa de empresário e empresário individual de socie-
dade empresária. 
• Reconhecer esses institutos e sua correta regulamentação. 
Introdução 
Conhecer as possibilidades de formatação jurídica para quem quer empre-
ender é de fundamental importância para calcular os riscos do negócio. 
Assim, torna-se fundamental aprender quais são as distinções entre as 
diversas roupagens jurídicas para o negócio. 
Neste capítulo, serão abordados a empresa, o empresário e a socie-
dade empresária e suas distinções conceituais. 
Empresa, empresário e sociedade empresária 
Uma das concepções tradicionais acerca do conceito de empresa é trazida por 
Alberto Asquini (1996, p, 109), para quem "é[ ... ] um lcnõrneno econômico 
poliédrico, o qual tera sob o aspecto jurídico, não um, mas diversos perfis 
em relação aos elementos que o integram [ ... ]", os quais são o subjetivo, o 
funcional, o objetivo e o corporativo. 
Pelo perfil subjetivo da empresa, ela se confunde com a figura do cmpre-
sãrio, o que não é um uso adequado, segundo a doutrina. De qualquer modo, 
o "Código Civil e as leis especiais consideram., corn frequência, a organização 
econômica da empresa pelo seu vértice, usando a palavra cm sentido subjetivo 
como sinônimo de empresãrio" (ASQUTNT, 1996, p. 114). 
32) Empresário ind1v1dual e sociedades empresárias ___ .., 
Di ferentcmenle, ''[. .. l sob o ponto de vista runcional ou dinâmico, a empresa 
aparece como aquela força em movimento que é a atividade empresarial dirigida 
para um escopo produtivo" (ASQUTNI, 1996, p. 116). Essa é a noção preferida 
pela doutrina. Fábio Ulhoa Coelho (2017, p. 104) a adola, afinal, pois entende 
que essa"[ ... ] expressão designará a atividade, e nunca a sociedade". Assim, 
"[ ... l não hã dúvida que o conceito da atividade empresarial tern uma notável 
relevância na teoria jurídica da empresa" (ASQUTNI, 1996, p. 117), o qual é, 
também, chamado de aspecto dinâmico da ernprcsa. 
A perspectiva objetiva da empresa, por sua vez, designa o que o Código 
Civil (CC) chama de estabelecimento, o qual consiste em"[ ... ] todo complexo de 
bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade 
empresária" (Arl. I .142°) (BRASIL, 2002, documento on-line). Este também 
é charnado de aspecto estático da empresa. 
O perfil corporativo da empresa implica em considerá-la "[ ... l aquela espe-
cial organização de pessoas que é forrnada pelo empresário e pelos empregados, 
seus colaboradores" (ASQUlNI, 1996, p. 122). Esse é, sem dúvidas, um perfil 
anacrôn icú, ou s~ja, não se adequada ã contemporaneidade. 
Assim, dos quatro perfis da teoria poliédrica de Asquini, os mais relevantes 
para o Di reito brasileiro são o subjetivo e o funcional, com destaque, espe-
cialmente, para o último, já que empresa, no sentido subjetivo, é tecnicamente 
descr ita pelo termo empresário. 
Não se duvida, entretanto, que esses estudos mais clássicos sobre a teoria 
da empresa são relevantes para entender o conceito de empresa, até mesmo 
para que se entenda, ao final, que prevalece a perspectiva fu ncional, consoante 
lição de Fábio Ulhoa Coelho. 
Empresário, por sua vez,"[ .. . ] é a pessoa que toma a in iciativa de organizar 
uma atividade econômica de produção ou ci rculação de bens ou serviços" 
(COELHO, 2017, p. 103). Ou, como dispõe expressamente o CC, no art. 
966, considera-se "empresário quem exerce profissiona lmente atividade 
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de servi-
ços", é, pois, a adoção da teoria da empresa de caráter s ubjet ivo no Direito 
brasilei ro. Em outros tcnnos, conceitua-se a figura do empresário a partir 
do q ual a doutrina e a jurisprudência depreendem o restante dos conceitos, 
a exemplo da empresa. 
O conceito de empresário, bem como o de empresa, não é Lmívoco na dou-
trina, nem na legislação civil. Nesse sentido, inicialmente, a parlir da leitura 
do art. 966 do CC, conclui-se que"[ ... ] a palav ra 'empresário' é gênero do qual 
o empresário individual, a sociedade empresária e a empresa individual de 
responsabilidade individual são espécies" (TEIXEIRA, 2018, p. 57). 
Emp1e,,d1io individual e soc,edades ernp,esária~ ( 33 
'----
Entretanto, tal concepção não é pacífica e sua oposição também encontra 
respaldo no p róprio CC. Em outros trechos, ele menciona empresário e so-
c iedade empresária como se por aquele não estivesse já incluído es te, bem 
aocontrário. Merece destaque especialrnente o arl. 982, cuja redação segue: 
"Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem 
por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro 
(arl. 967); e, s imples, as demais" (BRASIL, 2002, documento on-line). 
Nesse sentido, há adeptos ã doutrina de que empresário é sempre o empre-
sário individual, sendo até mesmo redundância tal tcrrn inologia. Etn outros 
lermos, empresátio não engloba a sociedade empresária. Segue opinião de 
Gladston Mamede (2018, p. 77): 
[ ... ] o empresário é a pessoa natural que exerce profissionalmente a atividade 
econômica organi7..ada (artigo 966 do ('.,ôdigo Civil). Obviamente. a expressão 
empresário individual contém uma redundância.já que na palavra empresário 
já está expressada a ideia de ind ivíduo, opondo--.-re ao conceito sociedade 
empresária, própria da coletividade (universitas personarum). 
Com o devido respeito às opiniões contrárias, uma vez que a a tual 
legislação utiliza empresário, ora como gênero, ora como sinônimo de 
etnpresário individua l, a constatação inevitável é que se trata de um con-
ceito não unívoco. 
Assim, importa ressaltar que a ''[. .. l atividade empresarial pode ser exercida, 
do ponto de vista de sua titula ridade, basicamente sob duas formas d istintas" 
(GOMES, 2017, p. 34), a saber: exercício individual da empresa e exercício 
coletivo da empresa. 
O exercício individual da empresa pode ser de titularidade da pessoa 
natural, o que acontecerá com responsabilidade ilimitada, na área de atuação 
do empresário individual. Na verdade, não raro, o CC, ao tratar de empresário, 
na verdade está se reíerindo apenas a essa categoria, como já visto. Essa é, 
portanto, uma relevante figura no Direito Empresarial. Segue 1 ição: 
A expressão exercício indh•idual da empresa sempre foi utilizada pela 
doutrina comercialista para identificar a situação em que uma pessoa na• 
tural inscreve-se no registro de empresas a fim de que possam legalmente 
desenvolver, cm seu próprio nome e sob sua exclusiva responsabilidade, uma 
atividade econômica de produção ou circulação de bens. ou ainda prestação 
de serviços. mediante organi7..ação empresarial, consoante disposto no art. 
966 do Código Civi l. (MAMEDE, 2018, p. 34, grifo nosso). 
___ 3-4) Empresário ind1v1dual e sociedades empresárias 
Fique atento 
O empresário individual não é pessoa jurídica, tendo, portanto, inscrição no Cadastro 
Nacional de Pessoas Jurídicas do Ministério da Fazenda (CNPJ/MF) unicamente para 
que sejam recolhidos tributos pelas mesmas alíquotas asseguradas às pessoas físicas 
como forma de incentivo à atividade empresarial. 
Entretanto, a responsabilidade ili rnitada do empresário individual é um 
inconveniente. Para solucioná-lo, havia urna prática de const ituição de socie-
dades limitadas de rachada para rins de segregar o patrimônio, limitando a 
responsabilidade. São conhecidas as sociedades empresárias rormadas com 
a mera inclusão de sócios com participação de I úu 0,5% do capital súcial, 
sem qua lquer participação na ativ idade. 
Para solucionar essa s ituação, a"[ ... ] empresa individual de responsabi-
lidade limitada" (EIRELI), consoante a legislação no arl. 44, inciso VI, do 
CC (BRASIL, 2002, documento on-line), íoi legalmente prevista, sendo uma 
forma de exercício da atividade empresarial de rorma individual. Entretanto, 
em vez de pessoa natural, tal qual o empresário individua l, há aqui uma 
pessoa j LLrídica. 
É importantc destacar que microempresa, empresa de pequeno porte c 
microempreendedor individual não são pessoas do ponto de vista legal, mas, 
sirn, regimes diíerenciados. Assim, apenas hã pessoas naturais, regidas pelo 
Título I do CC, e pessoas jurídicas. Sobre essas úl!irnas, importa analisar 
os incisos do art. 44, do CC, os qua is podem ensejar a constituição de uma 
pessoa juríd ica di retamente relevante para ú Direito Empresaria l. São eles: 
''í---1 II - as sociedades; [ ... ] Vl - as empresas individuais de responsabi lidade 
limitada". (BRASIL, 2002, documento on-line). 
Sobre a natureza jurídica das empresas individuais de responsabilidade 
lin1 ilada, há também aqueles que entendem ser uma espécie de sociedade 
empresária, como leciona Gladston Mamede (2018, p. 96): 
C.-] a empresa individual de responsabil idade limitada é wna sociedade unipes-
soal (sociedade de um só sócio), particularidade que jlL'itificou seu tratamento 
em separado, por meio do inciso Vf, deixando claro que a ele se submetem 
os princípios que são próprios das pessoas jurídicas: personalidade jurídica 
distinta da pessoa de seu sbcio (o empresário)~ patrimônio distinto da pessoa 
do empresário e ex istência distinta da pessoa do empresário. 
Emp,es~rio individual e SO<.iedade,, empresária~ ( 35 
'----
Em outro gi ro, o Enunciado nº 3 da J Jornada de Direito Comercial do 
Conselho da Justiça Federal o trata como um novo ente distinto do empresário 
(individual) e da sociedade empresária, como segue: ''A Empresa Individual 
de Responsab ilidade Limitada - EIRELI não é sociedade unipessoal, mas 
um novo ente, distinto da pessoa do empresár io e da sociedade empresária" 
(BRASfL, 2012). 
O que realmente importa é que a EIR.ELI, diversamente do empresár io 
indiv idual, constitui uma pessoa jurídica com patrimônio distinto da pessoa 
natural, bem como a limitação da responsabilidade, ou seja, seu regime j urí-
dico é similar ao das sociedades limitadas. Entretanto, a forma de exercer a 
atividade, no que se refere à titularidade, é individual. 
Outra forma de exercício da titularidade da empresa é a coletiva, realizada 
por meio de sociedades: "No direito empresaria l, sociedade signi ftca um ente 
que tern natureza contratual, ou seja, sociedade é um contrato por meio do qual 
pessoas se agrupam em razão deum objeto comum" (TEIXEIRA, 2018, p. 117). 
Importa salientar que há uma distinção doutrinária acerca de sociedades 
contratuais, cuja figura central é a sociedade limitada e as sociedades inst i-
tucionais representadas, principalmente, pelas sociedades anôni1nas. Aftnal, 
naquela hã um contrato social e nesta um estatuto social. Entretanto, como 
bem salienta Tarcísio Teixeira (2018, p. 117): 
Ainda que alguns tentem estabelecer uma distinção entre sociedades contra-
tuais (como a sociedade limitada) e institucionais (a exemplo, da sociedade 
anônima), no fundo mesmo estas ainda que constituídas por estatuto social 
e não por contrato social - têm sua naturc7.a no instituto do contrato. 
Sua lição é respaldada na legislação, especialmente, no a rt. 981 do CC: 
"Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam 
a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de ativ idade econômica 
e a part ilha, entre si, dos resultados" (BRASIL, 2002, documento on-line), 
Sobre as sociedades, este capítulo enfoca as duas modalidades que represen-
tam a quase totalidade da atividade empresarial regularmente exercida. Assim, 
nos investimentos elevados, encontra-se, geralmente, a sociedade anônima, 
ao passo que, nos empreendimentos menores, há a sociedade limitada. Para 
justiftcar essa limitação da análise sobre sociedades nesse momento, segue lição 
de Fábio Ulhoa Coelho (2017, p. 104), para quem a "[ ... l sociedade empresária 
assume, hoje em dia, duas das cinco formas admitidas pelo d ireito comercial 
cm vigor: a de uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada (Ltda.) 
ou a de uma sociedade anônima (S/A)". 
___ 3~6) Empresário ind1v1dual e sociedades empresárias 
Distinção entre empresa e empresário, bem 
como entre empresário individual e sociedade 
, . 
empresar,a 
No presente tópico, serão destacadas as di fcrenças conceitua is lrazidas até 
o momento pelo estudo comparati vo de algumas terminologias já anali sa-
das isoladamenle. Assim, as dist inções entre empresa e empresário, bem 
como entre empresário individual e sociedade empresária, serão apontadas. 
Espera-se que, dessaforma, os assuntos sejam revisados e aprofundados. 
Por empresa, já foi visto que tradicionalrnente havia quatro perfis. O perfil 
subjetivo da empresa é idênlico a uma das concepções de empresário, que é 
de titular de atividade empresarial (pessoa natural ou pessoa juríd ica). Assim 
entendidos, nenhuma <li !crença é possível mencionar. 
Entretanto, mesmo a empresa no perfil subjetivo não se confunde com outra 
concepção de empresário, ou seja, a que o iguala ao empresário individual. 
Nessa situação, trata-se de gênero (empresa em perfil subjetivo) em relação 
à espécie (empresário individual). 
A doutrina contemporânea, entretanto, prefere o perfil funcional para 
definir empresa. Portanlo, já que nesse aspecto ela consiste na atividade 
empresaria l, empresário será, em princípio, aquele que a exerce, a menos 
que seja considerado o conceito de empresário trazido por Tarcísio Teixeira. 
Caso se entenda que empresário é sinônimo de empresário individual, então 
ele será, tão somente, um dos seus possíveis titulares, afinal, já foi estudado 
que os conceitos de empresa e empresário não são unívocos. 
Do ponto de vista objet ivo, empresa é o estabelecimento, dessa forma, a 
única possibil idade de aproximação entre essa perspectiva e o empresário 
consistente em entender que ele uli lizará o complexo de bens organizados 
ou, no mínimo, será um dos que o uti lizará. 
Por fim, o perfil corporati vo da empresa corresponde às relações entre 
empregadores e empregados, Nesse sentido, entendida a ressalva quanto às 
inlerpretaçõcs sobre a extensão de empresário, pode-se equivaler o empresário 
àquele que contrata os trabalhadores. 
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l ,, 
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Saiba mais 
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O registro, nos termos do CC, refere-se ao empresário, não à atividade empresarial, 
empresa. 
Emp,e~, ia individudl e sociedades en1pce~1ia s (~3_7 __ _ 
Para deixar mais clara a ideia trazida neste capítulo, pode-se dizer que 
há dois conceitos diversos de empresário. Em uma perspectiva ampla, ele 
corresponde a todo aquele que titulariza uma atividade empresarial, ao passo 
que é, restritivamente, apenas relacionado com o empresário individual, não 
incluindo as sociedades empresárias: 
Empresário em sentido restrito 
Empresário individual 
Empresário em sentido amplo= 
quem titulariza uma empresa 
• Empresário individual 
• Sociedade empresária 
• Empresa individual de 
responsabilidade limitada 
Feitas as distinções acerca de empresa e empresário explicadas anterior-
mente, imporia agora empreender as comparações entre empresá rio individual 
e sociedade empresária. 
C'...omo !oi destacado, o empresário indiv idual não cria, com o seu registro, 
uma pessoa jurídica, ou seja, trata-se de uma pessoa natural que litulariza urna 
empresa. O que gera algumas vantagens, algumas com repercussões jurídicas 
relevantes, outras não. Por exemplo, enquanto a pessoa natural tem a finitude 
inerente à mortalidade, tal não acontece com as jurídicas, sendo essa ideia de 
superar a morte uma das motivações que podcn1 conduzir à instauração destas. 
Nessa perspectiva, a sociedade empresária é bem diversa da pessoa natural, 
afinal, é uma pessoa jurídica necessariamente formada por duas ou n1ais pessoas. 
Nesse caso, se é assirn, então hã repercussões jurídicas razoáveis. Por 
exemplo, inexiste desconsideração de personalidade j urídica de empresário 
individual, apenas de pessoas jurídicas, especialmente aquelas de respon-
sabilidade limitada utilizadas em geral (sociedades limitadas e anônimas). 
Hã outras modalidades societárias disponíve is no Direito, inclusive cort1 
responsabilidade mista, mas suas ut ilizações são muito pontuais, ou melhor, 
"[ ... l tais sociedades caíram em desuso, à semelhança das sociedades de 
responsabil idade il imitada" (GOMES, 2017, p. J 17). 
Alért1 disso, enquanto o empresário individual consiste em uma pessoa 
natural, na sociedade ernpresária, há UJna pessoa jurídica, na qual podem 
constar como sócios as pessoas naturais ou jurídicas, desde que, no mín imo, 
duas, consoante direlriz do arl. 981 do CC: 
___ 3_s_) Empresário ind1v1dual e sociedades empresárias 
Empresário individual Sociedade empresária 
Uma pessoa natural Duas pessoas ou mais 
Ademais, a"[ ... ] sociedade adquire personalidade juríd ica com a inscrição, 
no registro próprio e na fonna da lei, dos seus atos constitutivos" (MAMEDE, 
2018, p. 92), situação bem diversa das pessoas naturais, as qua is têm a sua 
personalidade juríd ica a partir do nascimento com vida. À doutrina de Glad~ton 
Marnede (2018, p. 92): 
( ... ] a empresa é apena~ urna parte do patrimônio da pessoa natural; não há 
outra personalidade jurídica. nem outro patrimônio, ao contrário do que ocorre 
com a sociedade cmprcsãria. na qual a pessoa jurídica tem personalidade e 
patrimônio próprios, não se confundindo com a personalidade e o patrimônio 
de seus sócios. 
A consequência dessa doutrina é o princípio da intangibilidade do capital, 
o que, se desrespeitado, pode gerar motivo para a desconsideração da perso-
nalidade jurídica nos termos da teoria rnaior prevista no CC: 
Principio da intangibilidade: o capital registrado deve ser preservado na cm• 
presa e usado exclusivamente na empresa. Não podc(m) o(s) responsàvcl(is) 
pela empresa lançar mão dc.'ises valores para si ou para outras finalidades, o 
que caracteriza indevida confusão patrimonial (artigo 50 do Código Civil). 
(MAMEDE, 2018, p. 81). 
Essa dist inção ent re empresário individual e sociedade empresária tem 
reílexos também no rcgramento da incapacidade, podendo-se falar em duas 
hipóteses d iversas, cada uma com suas consequências, sendo elas a incapaci-
dade do empresário individual e a incapacidade do sócio. Estas acontecem nas 
hipóteses cm que falta a capacidade civ il da pessoa natural, entretanto, têm 
consequências diversas, atinai, não se confundem. Enquanto o empresário 
é aquele que titulariza a empresa, exercendo a atividade, o sócio é quem 
possui quotas ou ações em uma sociedade empresária. 
Emp,e,,a,io individual e soc,edades ernp,esária s (_3_9 __ _ 
Reconhecimento dos institutos e 
correlata regulamentação 
Urn dos principais instrumen tos jurídicos distinti vos dos empresários in-
dividua is e das sociedades empresárias, consoante visto anteriormente, é 
a possibilidade de desconsideração da personalidade j urídica, dessa forma, 
pode-se explicá-la de forma mais acurada. 
A legislação civil e, por consequência, o Di reito Empresarial adotaram a 
teoria maior da desconsideração da personalidade juríd ica, consoante previsto 
no ar!. 50 do CC, com as consequências j urídicas que lhe são aplicáveis. É 
sabido que o Código de Defesa do Consumidor (CDC) e outras leis elegeram 
a teoria menor da desconsideração da personalidade j urídica, a qual é, por 
óbvio, inaplicável para regular as relações j urídicas empresariais, mas tão 
somente as de seus sistemas. 
Entrcranto, por haver uma menor proteção da limitação patrimonial nessa 
legislação eonsu.merista e nas demais, havia juízes que a aplicavam de forma 
indevida, desconsiderando a personalidade j urídica em situação que não 
caberia. Tal a magnitude da situação que, na I Jornada de Direito Comercial 
da CJF, houve dois enunciados sobre a matéria. 
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\ _ .. / Saiba mais 
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Enunciado n° 9da I Jornada de Direito Comercial da Uf 
Quando aplicado às relações juridicas empresariais, o art. 50 do Código Ovil não pode 
ser interpretado analogamente ao art. 28, § 5<\ do COC ou ao art. 2" da CLf. 
Enunciado n° 19 da I Jornada de Direito Comercial da Of 
Não se aplir.a o CDC às relações entre sócios/acionistas ou entre eles e a sociedade. 
Há, ainda, quem considere uma classificação mais precisa acerca da adoção 
da disregard leory no Di reito brasilei ro. Para seus adeptos, o abuso de direito 
pode acontecer por desv io de fi nalidade, hipótese decorrente da chamada teoría 
maior subjetiva da desconsideração, bem como por confusão patrimonial por 
meio dateoria maior obj etiva da desconsideração. 
Importa ressaltar que mesmo a chamada teoria maior subjetiva haverá de 
ser objetivamente demonstrada ao processo por meio, inclusive, de provas. 
A li nal, não se adota, nessa seara, a teoria menor do CDC. 
___ 40~) Fmp,eáfio ind1v1dual e s.oc:iedades. emple!láridS 
/ ' 
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\ _'4 I 
Saiba mais 
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Enunciado n• 37 da I Jornada de Direito Civil 
A responsabilidade civil decorrente do abuso de direito independe de culpa e se 
fundamenta somente no critério objetivo-finalisrico. 
As consequências do casarnento dos sócios das sociedades também recebe 
tratamento bem diverso daquele realizado pelo empresário individual, haja 
vista que o CC é expresso em facultar "[ ... ] aos cônjuges contratar sociedade, 
entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comu-
uhão universal de bens, ou no da separação obrigatória" (BRASIL, 2002, 
documento on-line). 
Já o empresário individual casado, nos termos do art. 978, "[ ... ] pode, sem 
necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar 
os irnóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real" 
(BRASTL, 2002, documento on-1 ine). Para não restar dúvidas sobre o des-
tinatário do referido disposi tivo, segue o Enunciado nº 58 da li Jornada de 
Direito Comercial transcrito: 
O empresário individual ca.'iado é o destinatário da norma do art. 978 do CCB 
e não depende da outorga conjugal para alienar ou gravar de ônus real o imó-
vel utili1..ado no exercício da empresa, desde que exista prévia averbaç-jo de 
autorização conjugal à conferência do imóvel ao palTimônio empresarial no 
C3rtório de registro de imóveis, com a con.~equcntc averbação do ato à margem 
de sua inscrição no registro público de empresas mercantis. (BRASIL, 2015). 
Por fim, há de se ana lisar a regularnentação da empresa individual de 
responsabilidade limitada (EIREL!), consoante designação legislativa, a 
qual alguns chamam de empresário individual de responsabilidade limi tada. 
Importa destacar o art. 980-A, que o regula: "A empresa individual de 
responsabilidade limitada será c.onstituída por u,na ún ica pessoa titu lar da 
total idade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior 
a 100 (cern) vezes o maior salário-mínimo vigente no País" (BRASIL, 2002, 
documento on-line). 
Logo se vê que há apenas uma pessoa que é titular de todo o capital social. 
É, como já visto, uma modalidade de exercício ind ividual da empresa. Hã 
disposição legislativa ainda no sentido de que a EIRELL "[ ... ] também poderá 
resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único 
Emp1e,,d1io individual e soc,edades ernp,esária~ ( 41 
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sócio, independentemente das razões que motiva ram tal concentração" (art. 
980-A, parágrafo primeiro) (BRASJL, 2002, documento on-line). 
lrr1porta ressaltar que o capital hã de estar devidamente integralizado, 
ou seja, não se aceita a mera menção do instrumento a ser arquivo no órgão 
competente, sob pena, inclusive, de se considerar irregular a EIRELI. 
Destaca-se que o capital social não pode ser, pela expressa previsão le-
gislativa, in ferior a 100 vezes o maior salário mínimo. Há quem o considere 
inconst itucional. Primeiro, violaria a livre-iniciativa, segundo, há p roibição 
constitucional de vinculação ao salário mín imo de índices. Hã, até mesmo, 
ação de controle de constituciona lidade abstrato-concentrado no Supremo 
Tribunal Federal (STF) par-.i questionar tal exigência. 
Embora os arg urnentos sejam razoáveis pela inconstitucionalidade, hã 
bons argumentos no sentido contrário também. Pode-se indicar que os princí-
pios fundamenta is são relativos. Assim, mesmo que a ordem econômica seja 
fundada no trabalho e na livre--iniciativa, hã de se considerar a final idade 
de"[ ... ] assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça 
social" (BRASIL, 1988). 
Entre os argumentos contrapostos para restri ng ir a incidência da livre 
iniciativa está a necessidade de haver um capital social integralizado para 
assegurar o cumprimento das obrigações da EIRELI perante os credores que 
não poderiarn incidir mais na pessoa natural, sendo, tal exigência, razoável 
para fins de assegu.rar ajust iça social. Além disso, a limitação constitucional 
de indenixação ao sa lário 1nínimo não se apl ica no caso, jã que a sua utili-
zação é apenas para fins de parâmetro j LLrídico, não um reajuste apto a gerar 
consequências inflacionárias sistêmicas. 
De qualquer lorrna, essa questão ainda está em aberto. Portanto, há de pre-
valecer a presunção de constitucionalidade dos atos legislativos, ou seja, exige-
-se esse capital social minimamente integralizado de 100 salários mínimos. 
Imagine a seguinte situação: o capi tal social foi estabelecido no limite 
mín imo prev isto pela legislação, entretanto, o salário mín imo, ao transcorrer 
dos anos, sorreu reajustes inflacionários ou ganhos reais de poder de compra. 
Logo, a EIRELI passou a titularizar um capital social inferior à exigência. 
Dessa forma, como resolver tal s ituação? Tem prevalecido a interpretação 
oferecida pelo Enunciado n. 4 da 1 Jornada de Direito Comercial do CJF: "Uma 
vez subscrito e efetivamente integralizado, o capital da empresa individual 
de responsabil idade limitada não sofrerá nenhuma influência decorrente de 
ulleriores alterações no salãrio mínimo" (BRASIL, 2012). 
Além d isso, o nome empresarial da EIRELI pode ser firma ou denominação, 
desde que seja inchtÍdo ElRELl ao l"inal. O que não pode é o titu.lar pessoa 
___ 4_2~) Frnp,esá,io ind1v1dual e sociedades empresárias 
natu ral integrar mais de uma pessoajuridiea dessa natureza por expressa de-
terminação legal, a saber: ''A pessoa natural que constituir empresa individual 
de responsabilidade limitada somente poderã figurar em uma única empresa 
dessa moda I idade" (BRASIL, 2011 ). 
Ainda não se estabeleceu, com segurança, a possibilidade de EfRELI, cujo 
titular é uma pessoajurídiea. Hã pouco tempo se proibia, mas atualmente há 
essa possibilidade. Nessa circunstância, é possível a existência de múltiplas 
EI RELis, porquanto ausente p roibição. 
Ademais, poderá ser atribuída 
( ... ] à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a 
prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da 
cessão de direitos patrimon iais de autor ou de imagem, nome, marca o u 
\'OZ de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, v inculados à atividade 
profissional (BRASIL, 201 1). 
Como exemplo, ternos um cantor, um apresentador de televisão ou um ator, 
que são pessoas naturais e exercem atividades de pessoa naturais. Imagine a 
situação de que um destes é contratado sob uma dada remuneração para ceder 
seus direitos de imagem, nome, marma ou voz. Assim, por exemplo, uma emis-
sora obterá lucros de atividade empresarial utilizando esses direitos, mas será 
obrigada a pagar uma porcentagem ao titular da ETRELI. Pois bem, é possível 
que tal valor seja dest inado à pessoa j urídica, ETRELI, não à pessoa natural. 
1. As atividades humanas encontraram, 
na pessoa jurldica, uma forte mola 
propulsara. entre as vantagens 
de se criar uma pessoa jurídica, 
NÃO podemos considera~ 
a) que a pessoa jurídica é uma 
criação do Direito para permitir 
um novo sujeito de direitos a 
partir da união de outras pessoas. 
b) que o fundamento da existência 
da pessoa jurídica está ligado 
à finitude da vida humana. 
e) que, uma vez que as pessoas 
naturais são finitas, ou seja, têm 
uma vida esgotável, as atividades 
exercidas por elas poderiam se 
extinguir com a sua morte. 
d) que, quando se cria uma 
pessoa jurídica, esta tende a 
existir indeterminadamente e 
pode ser gerida por diversas 
pessoas, geração após geração. 
e) que com a criação da pessoa 
jurídica, ocorre uma fusão enrre 
os direitos e as obrigações 
de cada sócio, como pessoa 
natural, e os direitos e as 
obrigações

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