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Elaboração: Luciano L. Figueiredo1. 
 
Pessoa Física ou Natural 
Tema I 
1. Personalidade Jurídica 
 
Por meio da personalidade jurídica, confere-se à uma pessoa a aptidão genérica para titularizar direitos e contrair 
deveres na ordem jurídica. 
 
A pessoa que adquire a personalidade jurídica pode tanto ser pessoa física quanto jurídica, denominada sujeito de 
direito. 
 
Personalidade Jurídica → Sujeito de Direitos → Pessoa Física e Pessoa Jurídica 
 
Entretanto, existem alguns entes desprovidos de personalidade jurídica que possuem capacidade judiciária, de- 
nominados entes despersonalizados, tais como a massa falida, a herança jacente, o condomínio, etc. 
 
2. Pessoa Natural, Física ou de Existência Visível. Aquisição da Personalidade Jurídica. 
 
Tem-se por pessoa física o ser dotado de estrutura biopsicológica, titular de direitos e deveres na ordem jurídica. 
É conhecida como pessoa física, natural ou de aparência visível. 
 
Atualmente, em razão dos procedimentos artificiais de criação do homem, tal como a inseminação artificial, a con- 
cepção de pessoa física não se limita mais ao ser biologicamente criado. 
 
Quando a pessoa física irá adquirir sua personalidade jurídica? 
 
Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concep- 
ção, os direitos do nascituro. 
 
Personalidade da Pessoa Física → Requisitos → Nascimento + Vida 
 
2.1 Nascituro 
 
Entende-se por nascituro, o ente já concebido e dotado de vida intrauterina. A legislação civil trat a do nas- 
cituro quando, ainda que não considere como pessoa, ressalva os seus direitos a partir da sua concepção 
(art. 2º CC). 
 
3. Capacidade Civil 
 
Capacidade é a medida jurídica da personalidade, e se divide em: capacidade de direito, jurídica ou de 
gozo; e capacidade de fato, exercício ou atividade. 
 
3.1 Capacidade de Direito ou de Gozo 
 
É uma capacidade genérica, que se adquire em conjunto com a personalidade. Uma vez adquirida a perso- 
nalidade jurídica, a pessoa passar a ser titular de direitos e deveres na ordem jurídica (art. 1º do CC). 
 
Art. 1º do CC: Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
 
1 Advogado. Sócio-Fundador do Luciano Figueiredo Advocacia e Consultoria. Doutorando em Direito Civil (PUC-SP) Mestre 
em Direito Privado e Econômico (UFBA). Especialista em Direito do Estado (UFBA). Graduado em Direito pela Universidade 
Salvador (UNIFACS). Professor de Direito Civil. Palestrante. Autor de Artigos Científicos e Livros Jurídicos. Fan Page: Luciano 
Lima Figueiredo. Twitter: @civilfigueiredo. Instagram: @lucianolimafigueiredo. 
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3.2 Capacidade de Fato, Exercício, Atividade ou Ação 
 
A capacidade de fato é aquela que possibilita a pessoa praticar e exercer todos os atos da vida civil. Dife- rente da 
capacidade de direito, a capacidade de fato não é inerente a toda pessoa, cita -se o exemplo dos recém nascidos. 
 
Os desprovidos de capacidade de ação são conhecidos incapazes (absolutos ou relativos). É nítido, por- tanto, 
que no ordenamento jurídico inexiste mitigação quanto a capacidade de direito, havendo de correla- cionar a 
teoria das incapacidades com o abrandamento da capacidade de fato ou exercício. 
 
# Capacidade Plena ou Capacidade Jurídica Geral – Soma das duas capacidades anteriores. 
# Legitimação: 
Outorga ou vênia conjugal. 
 
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no 
regime da separação absoluta (neste a total liberdade): 
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos (tem que formar o litisconsórcio); 
III - prestar fiança ou aval (esse último é novidade do NCC); 
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação. 
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia 
separada. 
 
Negativa? 
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a denegue 
sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la. 
 
Se não conceder a outorga? 
 
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará anulável o ato 
praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conju- 
gal. 
 
Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou particular, autentica- 
do. 
 
Para questões aprofundadas: 
 
Sumula 332, STJ: A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia total da garantia. 
Se a pessoa é casada no regime de participação final nos aquestos? 
Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aquestos, poder-se-á convencionar 
a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares (dispensa da outorga uxória). 
 
Há atos que podem ser praticados, no casamento, de forma independente? 
 
Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente: 
I - praticar todos os atos de disposição e de administração necessários ao desempenho de sua profissão, com as 
limitações estabelecida no inciso I do art. 1.647; 
II - administrar os bens próprios; 
III - desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido gravados ou alienados sem o seu consentimento ou sem 
suprimento judicial; 
IV - demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação, ou a invalidação do aval, realizados pelo outro 
cônjuge com infração do disposto nos incisos III e IV do art. 1.647; 
V - reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao concubino, 
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desde que provado que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal estiver separado de 
fato por mais de cinco anos; 
VI - praticar todos os atos que não lhes forem vedados expressamente. 
 
Art. 1.643. Podem os cônjuges, independentemente de autorização um do outro: 
I - comprar, ainda a crédito, as coisas necessárias à economia doméstica; 
II - obter, por empréstimo, as quantias que a aquisição dessas coisas possa exigir. 
 
Art. 1.644. As dívidas contraídas para os fins do artigo antecedente obrigam solidariamente ambos os cônjuges. 
 
4. Teoria das Incapacidades 
 
Considera-se uma pessoa incapaz quando inexiste a capacidade de fato, possuindo, portanto restrições à prática 
de determinados atos da vida civil. Por ser uma limitação, a incapacidade deve ser interpretada de maneira 
restrita. Capacidade, portanto, é a regra; enquanto que incapacidade é a exceção, nos casos dis- criminados pela 
lei. 
 
4.1 Incapacidade Absoluta (Cuidado! Mudança: Lei 13.146/2015). 
 
Prevista no art. 3 do CC: 
 
Art. 3 São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) 
anos. 
I – (Revogado); 
II – (Revogado); 
III – (Revogado). 
 
Absolutamente incapazes São REPRESENTADOS. 
 
4.2 Incapacidade Relativa (Cuidado! Mudança: Lei 13.146/2015). 
 
Prevista no art 4 do CC: 
 
Art. 4 São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: 
I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II – 
os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; 
IV - os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. 
# A senilidade (idosos) significa a incapacidade? 
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: 
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causassuspensivas da celebração do casamento; 
II - da pessoa maior de setenta anos; 
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. 
Relativamente incapazes são ASSISTIDOS. 
5. Emancipação 
 
De acordo com o artigo 5º, do Código Civil, a menoridade cessa aos dezoito anos completos. Ocorre que a 
capacidade plena poderá ser antecipada, seja em virtude da autorização dos representantes legais do me- nor ou 
do Juiz, ou pela superveniência de fato a que a lei atribui força para tanto. 
 
Emancipação, portanto, é a antecipação da cessação da incapacidade. O ato de emancipação é irrevogável e 
irretratável. Pode ser (art. 5, Parágrafo Único do CC): 
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a) Voluntária 
b) Judicial 
c) Legal 
 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente 
de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; 
II - pelo casamento; 
III - pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função de- 
les, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. 
 
5.1 Voluntária (art. 5º, parágrafo único, I, primeira parte, NCC) 
 
Consiste a emancipação no ato de concessão de ambos os responsáveis, ou de um deles na falta do outro, 
mediante instrumento público, independentemente da homologação judicial, a menor que tenha, no míni- 
mo, 16 (dezesseis) anos completos. 
 
a) Se a mãe for separada do pai, e detém a guarda, ela poderá sozinha conceder a emancipação (em vice-versa)? 
 
b) Se houver conflito na decisão dos pais? 
 
5.2 Judicial (art. 5º, parágrafo único, I, segunda parte, NCC) 
 
A emancipação judicial poderá ocorrer quando concedida pelo tutor ao pupilo, quando este possuir dezes- seis 
anos completos, através de decisão judicial. 
 
5.3 Legal (art. 5º, parágrafo único, II e ss. do NCC). 
 
Decorre da prática de ato jurídico incompatível com a sua condição de incapaz. Tais atos estão previstos 
em lei. Hipóteses: 
 
a) PELO CASAMENTO. 
 
A separação e o divorcio posterior ao casamento levam à “queda” da emancipação? 
 
b) EXERCÍCIO DE EMPREGO PÚBLICO EFETIVO . 
 
c) COLAÇÃO DE GRAU DE ENSINO SUPERIOR. 
 
d) O ESTABELECIMENTO CIVIL OU COMERCIAL, OU A EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE EMPREGO, DESDE 
QUE, EM FUNÇÃO DELES, O MENOR COM DEZESSEIS ANOS COMPLETOS TENHA ECONOMIA PRÓPRIA. 
 
6. Extinção da Pessoa Física ou Natural 
 
A existência da pessoa natural, bem como sua personalidade, é extinta com a morte. A mor te, no direito nacional, 
se dá de duas formas: 
 
a) Real 
b) Presumida 
→ Com procedimento de ausência 
→ Sem procedimento de ausência 
 
6.1 Morte Real 
 
Está prevista no artigo 6º do Código Civil. Cuida-se da morte atestada, em regra, por profissional da medi- cina, e, 
na ausência deste, por duas testemunhas, na forma do artigo 78 da LRP (6.015/73). 
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O conceito de morte passou por uma reforma, não sendo mais considerada como a parada cardíaca, mas 
sim a paralisação das ondas cerebrais, por conta da necessidade de preservação do funcionamento do 
corpo para eventuais transplantes. 
 
De acordo com o artigo 9º do CC a morte é registrada no local do óbito (artigo 9º, do CC). 
 
6.2 Morte presumida (Morte presumida = morte civil (para alguns) = ficta mortis) 
 
Tem-se como regra a morte real, entretanto, excepcionalmente, a morte pode ser presumida. Tal hipótese ocorre 
quando há impossibilidade de localização do cadáver. O Direito Brasileiro admite duas situações para a morte 
presumida: 
 
6.2.1 Morte presumida sem declaração de ausência. 
 
Apenas é admitida no direito brasileiro em duas hipóteses, nas quais o legislador entende haver um moti- 
vo aparente para o desaparecimento e, em virtude da grande probabilidade da morte, autoriza sua declara- 
ção sem perpassar pelo procedimento de ausência. 
 
Art. 7° - Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: 
I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término 
da guerra. 
 
Parágrafo único – A declaração de morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de es- 
gotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. 
 
6.2.2 Com Procedimento de Ausência. 
 
Considera-se Ausente aquele que desaparece de seu domicílio sem deixar notícias. Para que uma pessoa seja 
considerada ausente é necessária a verificação de um processo desdobrado em três fases. 
 
• 1º FASE – CURADORIA DE BENS DO AUSENTE 
 
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representan- 
te ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Mi- 
nistério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. 
 
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não 
queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes. 
 
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos 
antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador. 
§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, 
não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo. 
§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos. 
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador. 
 
• 2º FASE – SUCESSÃO PROVISÓRIA 
 
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, 
em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamen- 
te a sucessão. 
 
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias de- 
pois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se 
houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido. 
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§ 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre ao Mi- 
nistério Público requerê-la ao juízo competente. 
§ 2o Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de passar em 
julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente 
pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823. 
 
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados: 
I - o cônjuge não separado judicialmente; 
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; 
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; 
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas. 
 
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, medi- 
ante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos. 
 
§ 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será exclu- 
ído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado 
pelo juiz, e que preste essa garantia. 
 
§ 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, 
independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente. 
 
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, nãosendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o or- 
dene o juiz, para lhes evitar a ruína. 
 
• 3º FASE – SUCESSÃO DEFINITIVA 
 
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, po- 
derão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas. 
 
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, 
e que de cinco datam as últimas notícias dele. 
 
> Transmissão dos bens em caráter definitivo 
E se o ausente retornar? 
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão 
para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecurató- 
rias precisas, até a entrega dos bens a seu dono. 
 
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus des- 
cendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-
rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens 
alienados depois daquele tempo. 
 
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado 
promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se 
localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território 
federal. 
 
Como fica o casamento do ausente? 
 
6.3 Comoriência 
 
Prevista no artigo 8º do CC, traduz a declaração de morte simultânea de duas ou mais pessoas, quando 
não for possível precisar os instantes das mortes. Tal fato acarreta importantes consequências práticas, 
pois serão abertas cadeias sucessórias autônomas e distintas, de maneira que um comoriente não herda 
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do outro. 
 
A comoriência pode ser afastada por prova definitiva em contrário (prova de pré-moriência). 
 
Art. 8. – Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos como- 
rientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. 
 
Casal morre na mesma hora em acidentes diferentes. 
Dois jovens namorados do noroeste da Itália morreram neste fim de semana em dois acidentes de trânsito diferen- 
tes ocorridos na mesma hora, de acordo com os meios de comunicação locais. 
Mauro Monucci, 29 anos, morreu por volta da meia-noite de sábado quando sua moto, de alta 
cilindrada, chocou-se contra um poste em um cruzamento nos arredores do Palácio dos Esportes de Forli. O jo- 
vem morreu quando era levado numa ambulância ao hospital, segundo a edição digital do jornal La Repubblica. 
Praticamente ao mesmo tempo, o carro de sua namorada, Simona Acciai, 27 anos, saiu da estrada em uma área 
periférica da cidade e caiu em um fosso. Simona morreu na hora. 
Os telefonemas para os serviços de emergência para alertar sobre os dois acidentes foram feitos com poucos 
minutos de diferença, mas as autoridades só perceberam que as vítimas eram um casal ao verificar em seus do- 
cumentos que os dois tinham o mesmo endereço. 
Frente ao caso inusitado, a magistratura local ordenou a realização de autópsias nos dois corpos. 
EFE 
Agência Efe - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agên- 
cia Efe S/A. 
http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI984767-EI294,00.html 
 
 
Pessoa Jurídica 
Tema II 
1. Conceito e Aquisição da Personalidade Jurídica 
 
Tecnicamente, pode-se afirmar que a pessoa jurídica representa a soma de esforços humanos (corpora- 
ção) ou a destinação de um patrimônio (fundação), destinada a uma finalidade lícita, expressamente pre- 
vista em lei, a partir de registro. 
 
Hodiernamente, tem-se uma visão constitucional da pessoa jurídica, observando um viés de solidariedade 
social e igualdade, remetendo à função social da empresa. Tem como expressão mais adequada a Empre- 
sarialidade Responsável: a empresa deve pautar-se, no exercício de suas atividades, na boa-fé objetiva, 
de modo a não prejudicar terceiros (enunciado 53 do CJF). 
 
Quando a pessoa jurídica adquire a sua personalidade jurídica? 
 
Art. 45 – Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no 
respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do poder executivo, averbando- 
se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. 
 
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por 
defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. 
 
Faz-se necessária alguma outra autorização? 
 
Qual a natureza jurídica do registro da Pessoa Jurídica? 
 
2. Princípio da Separação, Independência ou Autonomia 
 
Ao realizar o registro do contrato social ou estatuto, a pessoa jurídica passa de fato a existir, tornando-se pessoa 
jurídica de direitos e deveres, a ter capacidade patrimonial, constituindo patrimônio próprio e inde- pendente do 
patrimônio pessoal daqueles que a compõem. 
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Tem-se, então, a formação de uma unidade orgânica autônoma, provida de personalidade própria, que con- trai 
direitos e deveres independentes em relação àqueles que a compõem. Assim, pelas obrigações contra- ídas pela 
pessoa jurídica, em regra, reponde o patrimônio da mesma. 
 
Desprovido de artigo específico versando sobre autonomia, o Código Civil trata implicitamente do tema nos artigos 
46, V e 1052: 
 
Art. 46. O registro declarará: 
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; 
 
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos 
respondem solidariamente pela integralização do capital social. 
 
2.1 Desconsideração da Pessoa Jurídica: (“Disregard Doutrine”) 
 
A desconsideração da Personalidade Jurídica ocorre diante da necessidade de satisfazer o direito de ter- 
ceiros lesados, respondendo àqueles que compõem a pessoa jurídica, ou até mesmo seu administrador, 
através dos seus patrimônios pessoais, passando estes a terem responsabilidade pessoal pelo ilícito cau- 
sado. Registra-se que este fenômeno consiste numa exceção. 
 
Assim, a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica é episódica, ou seja: levanta -se o “véu pro- tetivo” 
do princípio da separação apenas na situação concreta, mantendo-se o princípio da personalização para demais 
atos. 
 
A desconsideração da personalidade jurídica não põe fim à pessoa jurídica. O princípio em comento prote- 
ge, até mesmo, a função social da empresa, pois a eventual extinção da empresa prejudicaria os empregos 
por essa gerados, bem como a circulação de capital. 
Previsão legal no Código Civil: 
 
Art. 50. Em caso de abuso de personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confu- 
são patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber 
intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos 
bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
 
O Novo Código de Processo Civil regula o incidente de desconsideração? 
 
CAPÍTULO IV 
DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
 
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Min- 
istério Público, quando lhe couber intervir no processo. 
§ 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei. 
§ 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótesede desconsideração inversa da personalidade jurídica. 
 
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumpri- 
mento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. 
§ 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas. 
§ 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na 
petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. 
§ 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2o. 
§ 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração 
da personalidade jurídica. 
 
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas 
cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. 
 
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória. 
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno. 
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Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de ex- 
ecução, será ineficaz em relação ao requerente. 
 
3. Corporações x Fundações. 
 
3.1 Corporações (universitas personarum). Dividem-se em: 
 
É a reunião de pessoas (universalidade de pessoas), que podem, ou não, ter finalidade econômica. Subdi- vide-se 
em sociedades e associações. 
 
a) Sociedades 
 
Trata-se de uma pessoa jurídica de direito privado, formada através da reunião de indivíduos (sócios), constituída 
através de um contrato social, visando a partilha de lucros. 
 
Antes da vigência do atual código civil, dividia-se as sociedades em civis e comerciais. Atualmente tais 
expressões encontram-se extintas. São chamadas de sociedades simples as antigas sociedades civis e as 
empresariais as antigas comerciais. 
 
> Simples – são as antigas civis. 
> Empresárias – são as antigas comerciais. 
 
# Segundo o Código Civil, a sociedade empresária há de observar dois requisitos: 
 
I) tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário (art. 966); 
 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produ- 
ção ou a circulação de bens ou de serviços. 
 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária 
ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir ele- 
mento de empresa. 
Parágrafo único: Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária 
ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir ele- 
mento de empresa. 
 
II) Registro no Registro Público de Empresas (Junta Comercial). 
 
b) Associações 
 
Conforme o artigo 53 do CC são entidades de direito privado formadas pela união de pessoas que se orga- 
nizam para fins não econômicos (finalidade ideal não lucrativa, social). 
 
Art. 53 – Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não-econômicos. 
Estatuto pode instituir categorias de associados com diferentes vantagens: 
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especi- 
ais. 
 
Para exclusão do associado há de ter devido processo legal e justa causa (art. 57 do CC): 
 
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que 
assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. 
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3.2. Fundações (universitas bonorum) – (Cuidado: Mudanças! Lei 13.151/2015). 
 
As fundações são o resultado da afetação de um patrimônio livre, desembaraçado e idôneo, por escritura pública 
(ato inter vivos), ou testamento (ato mortis causa). Resulta da personificação de um patrimônio, com o fito de re- 
alizar uma finalidade ideal. 
 
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de 
bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. 
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de: (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 
2015) 
I – assistência social; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
III – educação; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
IV – saúde; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
V – segurança alimentar e nutricional; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; (Incluído 
pela Lei nº 13.151, de 2015) 
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, 
produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 
2015) 
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 
2015) 
IX – atividades religiosas; e (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
X – (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
 
A afetação dos Bens Livres por meio do Ato de Dotação Patrimonial, seja mediante Escritura Pública (para atos 
inter vivos) ou Testamento (para atos causa mortis – público, particular ou cerrado). 
 
O ato de instituição, acaso realizado por mecanismo inter vivos, é irretratável. Art. 64, CC: 
 
Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a proprie- 
dade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por manda- 
do judicial. 
 
Caso o patrimônio afetado seja insuficiente. art. 63: 
 
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não 
dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante. 
 
A Alteração do Estatuto - Art. 67: 
 
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: 
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação; 
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta; 
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual 
ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. (Redação 
dada pela Lei nº 13.151, de 2015) 
 
A minoria de gestores vencida (aqueles 1/3 que opinaram em desfavor da alteração), terão o prazo de 10 dias 
para impugnar a modificação estatutária. Art. 68: 
 
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao 
submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para im- 
pugná-la, se quiser, em dez dias. 
 
A Fiscalização (§2°, art. 66) das fundações deve ser feita pelo MP Estadual: 
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. 
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§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito Feder- 
al e Territórios. (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 2015) 
§ 2o Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Min- 
istério Público. 
 
Direitos da Personalidade 
Tema III 
1. Conceito 
 
Consistem então uma categoria jurídica necessária e fundamental para o reconhecimento da pe rsonalidade 
jurídica, garantindo um exercício pleno da capacidade jurídica. 
 
Trata-se de direitos subjetivos conferidos às pessoas, tomada em si mesma e em suas necessárias proje- 
ções. São indispensáveis ao desenvolvimento e manutenção do homem em diversos aspectos, a exemplo 
do nome, imagem, privacidade etc... 
 
2. Características 
 
O artigo 11 do Código Civil elenca algumas das características do Direito da Personalidade. Entretanto, é a 
doutrina quem traz de maneira mais detalhada, pois o artigo posto é extremamente econômico. 
 
O citado dispositivo legal afirma que, ressalvadas as exceções legais, os direitos da personalidade são 
intransmissíveis e irrenunciáveis, não admitindo seu exercício, limitação voluntária – leia-se: indisponíveis. 
 
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciá- 
veis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. 
 
A doutrina alarga tais características, as quais passam a ser detalhadas a partir de então. 
 
a) Indisponíveis 
 
O caráter intransmissível e irrenunciável (indisponibilidade) expressamente previsto no dispositivo equivale dizer 
que os direitos da personalidade não podem sofrer limitação temporária? 
 
# Enunciado nº 4 do CJF. 
 
Enunciado 4 – Art.11: o exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não 
seja permanente nem geral. 
 
b) Absolutos 
 
c) Imprescritíveis 
 
d) Vitalícios 
 
# Lesados indiretos 
 
Art. 12, parágrafo único, do CC: 
 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge 
sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. 
 
- São lesados indiretos na norma geral: 
 
a) cônjuge sobrevivente 
b) ascendente 
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c) descendente 
d) colaterais até 4 grau 
 
# Parágrafo único do art. 20 do CC - lesados indiretos para pleitos relacionados a direito à imagem: 
 
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o côn- 
juge, os ascendentes ou os descendentes. 
 
- São lesados indiretos no direito à imagem: 
 
a) cônjuge sobrevivente 
b) ascendente 
c) descendente 
Como fazer? 
- Enunciado nº 5 da Jornada de direito civil do STJ. 
 
Enunciado nº 5 – Arts. 12 e 20: 1) as disposições do art. 12 têm caráter geral e aplicam-se, inclusive, às situa- 
ções previstas no art. 20, excepcionados os casos expressos de legitimidade para requerer as medidas nele esta- 
belecidas; 2) as disposições do art. 20 do novo Código Civil têm a finalidade específica de regrar a projeção dos 
bens personalíssimos nas situações nele enumeradas. Com exceção dos casos expressos de legitimação que se 
conformem com a tipificação preconizada nessa norma, a ela podem ser aplicadas subsidiariamente as regras 
instituídas no art. 12. 
# Exemplo prático de lesado indireto: Resp 521697/RJ. “Caso Garrincha”. 
REsp 521697 / RJ 
Ministro CESAR ASFOR ROCHA (1098) 
T4 - QUARTA TURMA 
Data do Julgamento: 16/02/2006 
 
CIVIL. DANOS MORAIS E MATERIAIS. DIREITO À IMAGEM E À HONRA DE PAI FALECIDO. 
Os direitos da personalidade, de que o direito à imagem é um deles, guardam como principal característica a sua 
intransmissibilidade. Nem por isso, contudo, deixa de merecer proteção a imagem e a honra de quem falece, co- 
mo se fossem coisas de ninguém, porque elas permanecem perenemente lembradas nas memórias, como bens 
imortais que se prolongam para muito além da vida, estando até acima desta, como sentenciou Ariosto. Daí por- 
que não se pode subtrair dos filhos o direito de defender a imagem e a honra de seu falecido pai, pois eles, em 
linha de normalidade, são os que mais se desvanecem com a exaltação feita à sua memória, como são os que 
mais se abatem e se deprimem por qualquer agressão que lhe possa trazer mácula. Ademais, a imagem de pes- 
soa famosa projeta efeitos econômicos para além de sua morte, pelo que os seus sucessores passam a ter, por 
direito próprio, legitimidade para postularem indenização em juízo, seja por dano moral, seja por dano material. 
Primeiro recurso especial das autoras parcialmente conhecido e, nessa parte, parcialmente provido. Segundo 
recurso especial das autoras não conhecido. Recurso da ré conhecido pelo dissídio, mas improvido. 
 
3 Classificação do Código Civil 
 
Taxativa? 
 
# O que seria o combate à intimidação sistemática (bullying) – Lei 13.185/2015? 
 
3.1 Pilar da Integridade Física 
 
Trata-se da tutela do corpo humano, esteja ele vivo ou morto, além dos tecidos e órgãos, bem como as 
partes suscetíveis de separação e individualização. É o direito de proteção corporal. 
 
Classifica-se o Pilar da Integridade Física em: 
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• Artigo 13 – Tutela ao corpo vivo; 
• Artigo 14 – Tutela ao corpo morto; 
• Artigo 15 – Autonomia do paciente. 
 
a) Corpo Vivo (Art. 13 CC): 
 
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importa r diminuição 
permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. 
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei 
especial. 
 
O parágrafo único trata da tutela do corpo vivo no que tange aos transplantes e remete a lei 9434/97. Ou seja, 
admite essa disposição do corpo para fins de transplante. 
 
b) Tutela ao Corpo Morto (art. 14) 
 
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, 
para depois da morte. 
 
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. 
 
c) Autonomia do Paciente ou Livre Consentimento Informado (art. 15) 
 
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção 
cirúrgica. 
 
3.2 Integridade Psíquica ou Moral 
 
Sob o prisma psíquico, existem três direitos da personalidade: imagem, privacidade e nome. Estão relacio- 
nados à moral do indivíduo e visam preservar o conjunto psicológico da estrutura humana (aspecto interior 
da personalidade). 
Verifica-se na integridade psíquica: 
 
> Art. 20 - Imagem 
> Art. 21 - Privacidade 
> Art. 16 a 19 – Nome 
 
a) Imagem 
 
No CC, encontra-se no art. 20: 
 
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessáriasà administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a 
divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma 
pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a 
honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. 
 
# Autorização expressa ou tácita 
 
# Mitigações à necessidade de autorização: 
 
a) Necessária à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública 
 
b) Biografias não autorizadas (ADI 4815) 
 
c) Direito à imagem x direito à informação 
 
d) Direito a imagem em locais públicos 
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e) Direito à imagem de pessoas pública sou quem estão com elas. 
# Cabe direito de resposta (Lei 13.188/15)? 
b) Vida Privada ou Privacidade 
 
Há uma proteção constitucional – art. 5º, XII 
 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações tele- 
fônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de in- 
vestigação criminal ou instrução processual penal; 
 
No CC, está previsto no art. 21: 
 
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as provi- 
dências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. 
 
c) Nome 
 
O nome é, em regra, composto pelo prenome e sobrenome (patronímico) (art 16). 
 
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. 
 
É vedada a utilização do nome em publicações ou representações que exponham ao desprezo público, ainda que 
inexista intenção difamatória. (art 17). 
 
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a expo- 
nham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. 
 
A utilização de nome em propaganda comercial necessita de autorização, sempre (art 18). 
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. 
Ademais, confere o Código Civil proteção ao pseudônimo utilizado para atividades licitas idêntica àquela do nome 
(art 19). 
 
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. 
Seria possível a alteração do nome? 
4 Direitos da Personalidade da Pessoa Jurídica? 
 
Como se sabe, os direitos da personalidade visam a proteção da personalidade da pessoa física. Ocorre 
que, como o ordenamento jurídico pátrio conferiu personalidade às pessoas jurídicas, as mesmas gozam 
da proteção acima destacada. 
 
Nesta esteira, não se admite qualquer extensão sobre a tutela do corpo humano às pessoas jurídicas. En- 
tretanto, é possível tutela ao nome, à honra objetiva, privacidade (segredo); à imagem atributo... 
 
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. 
Súmula 227, STJ - A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. 
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Negócio Jurídico 
Tema IV 
1. Conceito de Negócio Jurídico 
 
Define-se negócio jurídico como o acordo de vontades, com o fito de criar, modificar, conservar ou extinguir 
relações jurídicas. A vontade humana, é considerada o fato gerador do negócio jurídico, sendo a mesma 
responsável pelas suas consequências, nos limites do ordenamento jurídico, da função social e boa -fé. 
 
2. Validade do Negócio Jurídico 
 
Validade é sinônimo de adequação ao sistema jurídico, verificando-se se o negócio existente pertence ao orde- 
namento jurídico. 
 
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: 
I - agente capaz; 
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III - forma prescrita ou não defesa em lei. 
 
I – Capacidade do Agente: Já estudada na aula de Pessoa Física. 
II – Objeto Lícito, Possível, Determinado ou Determinável 
III – Forma Prescrita ou Não Defesa em Lei. 
 
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressa- 
mente a exigir. 
 
Hipótese em que a vontade é vinculada: 
 
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que 
visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a 
trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. 
 
IV – Consentimento Válido 
 
Pode ser pelo silêncio? Art. 111 do CC: 
 
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a 
declaração de vontade expressa. 
 
2.1 Teoria das Invalidades 
 
A inobservância aos pressupostos de validade do negócio jurídico acarretará a sua nulidade ou a anulabili- 
dade. A invalidade representa o descompasso entre o negócio jurídico realizado e o ordenamento jurídico 
posto, podendo ser absolutamente nulo (nulidade absoluta) ou relativamente nulo (nulidade relativa, tam- 
bém denominada de anulabilidade). 
 
As invalidades deverão estar sempre disciplinadas expressamente no ordenamento jurídico pátrio, não 
sendo admitido o seu reconhecimento implícito na lei. Ademais, deverão tais nulidades gerar prejuízo, sob 
pena de não ocorrência. 
 
a) Nulidade Absoluta 
 
Hipóteses: 
 
Art.166. É nulo o negócio jurídico quando: 
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I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; 
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; 
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; 
IV - não revestir a forma prescrita em lei; 
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; 
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; 
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. 
 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na 
forma. 
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: 
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou 
transmitem; 
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; 
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. 
§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado. 
 
Características: 
 
1. O ato nulo atinge interesse público superior; 
2. Pode ser arguida pelas partes, por terceiro interessado, pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir, ou, 
até mesmo, pronunciada de ofício pelo Juiz ex ofício; 
3. Não admite confirmação (ratificação), mas pode ser convertido; 
4. A ação declaratória de nulidade é decidida por sentença de natureza declaratória de efeitos “ex tunc”; 
5. A nulidade, segundo o novo Código Civil, pode ser reconhecida a qualquer tempo, não se sujeitando a prazo 
prescricional (imprescritível) ou decadencial. 
 
# Atenção: apesar de o juiz poder reconhecer ex ofício a nulidade, ele não tem permissão para supri -la, ainda que 
a requerimento da parte (art. 168 p.u, CC/02). 
 
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos 
seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes. 
 
b) Nulidade Relativa (Anulabilidade) 
 
Hipóteses: 
 
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: 
I - por incapacidade relativa do agente; 
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. 
Características: 
1. O ato anulável atinge interesses particulares, legalmente tutelados (por isso a gravidade não é tão relevante 
quanto na hipótese de nulidade); 
2. Somente pode ser arguida pelos legítimos interessados; 
3. Admite confirmação expressa ou tácita (ratificação); 
4. A anulabilidadesomente pode ser arguida, pela via judicial, em prazos decadenciais de 4 (regra geral) ou 2 
(regra supletiva) anos, salvo norma específica sem sentido contrário (art. 178 e 179). 
 
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: 
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; 
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídi- 
co; 
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 
 
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anula- 
ção, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato. 
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# Observa-se que caducou a súmula 494 do STF caducou: 
 
S. 494 - A ação para anular venda de ascendente a descendente, sem consentimento dos demais, “prescreve” 
em “vinte anos”, contados da data do ato, revogada a Súmula 152. 
 
3. Eficácia 
 
Tem como elementos acidentais ou acessórios, opostos pela vontade humana a negócios com fundo patrimonial: 
 
a) Condição. 
 
Conforme o artigo 121, do CC é evento futuro e incerto que condiciona o negócio jurídico e deriva da von- 
tade humana. 
 
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o 
efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto. 
 
A condição é admitida em algumas modalidades: 
 
- Lícitas x Ilícitas. 
 
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; 
entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro 
arbítrio de uma das partes. 
 
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados: 
I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas; 
II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; 
III - as condições incompreensíveis ou contraditórias. 
 
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossí- 
vel. 
 
- Suspensiva x Resolutiva. 
 
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, 
não se terá adquirido o direito, a que ele visa. 
 
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer- 
se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido. 
 
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se 
aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não 
tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e con- 
forme aos ditames de boa-fé. 
 
b) Termo. 
 
Trata-se de um dos elementos acidentais do negócio jurídico, o qual é construído sob a égide da futuridade 
e da certeza (evento futuro e certo). Termo nada mais é senão o dia ou momento em que o negócio come- 
ça (termo inicial ou dies a quo) ou termina (termo final, ou dies ad quem). 
 
I) Inicial (dies a quo) x Final (Dies ad quem) 
 
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito. 
 
II) Forma de Contagem: 
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Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, 
e incluído o do vencimento. 
§ 1º Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil. 
§ 2º Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia. 
§ 3º Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata cor- 
respondência. 
§ 4º Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto. 
 
c) Modo ou Encargo. 
 
Trata-se de um ônus imposto para que a pessoa usufrua do bem ou benefício. O ônus não equivale o preço 
do benefício, podendo ocorrer nas mais diversas modalidades obrigacionais, como fazer, dar coisa certa ou 
incerta. Ex: a doação de um automóvel para alguém desde que essa pessoa leve o filho do doador ao co- 
légio por dois anos consecutivos. 
 
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto 
no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva. 
 
Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da 
liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico. 
 
4. Defeitos do Negócio Jurídico. 
 
Os defeitos do negócio jurídico decorrem de vícios que impõem a sua invalidade do ato. O termo defeitos 
do negócio jurídico, abarca tanto os vícios de consentimento quanto os vícios sociais. 
 
Tais defeitos apresentam-se da forma a seguir: 
 
Vícios de Consentimento (de vontade) – diz respeito a manifestação de vontade, trata-se de um aspecto interno 
do negócio jurídico, inerente à própria manifestação de vontade. 
 
Vícios Sociais – nestes a vontade do agente é exteriorizada corresponde a sua intenção. No entanto, há a 
intenção de prejudicar terceiro ou burlar a lei. Logo, trata-se de vício externo, de fundo e alcance social. 
São vícios sociais a fraude contra credores e a simulação. 
 
4.1. Vícios de Consentimento (de vontade). 
 
a) Erro ou Ignorância. 
 
Trata-se de uma falsa percepção ou desconhecimento, que incide sobre a pessoa, o objeto ou o próprio negócio 
jurídico. Dessa forma, o agente age de maneira diversa a sua vontade. 
 
Erro principal ou essencial ou determinante: 
 
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial 
que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio. 
 
O erro acidental ou acessório: 
 
Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade, não viciará o negó- 
cio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada. 
Hipóteses de erro 
 
a) Error in negotio (sobre o negócio) 
b) Error in corpore (sobre o objeto) 
c) Error in Persona (sobre a pessoa) 
d) Error in iures (sobre o direito) 
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Art. 139. O erro é substancial quando: 
I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenci- 
ais; 
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde 
que tenha influído nesta de modo relevante; 
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico. 
Falso motivo: 
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante. 
Erro de transmissão de vontade: 
Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos casos em que o é a 
declaração direta. 
 
Erro de cálculo: 
 
Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade. 
 
b) Dolo. 
 
O dolo ocorre quando a pessoa é induzida de maneira maliciosa a praticar um ato que lhe seja prejudicial, mas 
que traga benefícios ao autor do dolo ou terceiros. É comumente abordado nas provas como induzi- mento 
ardiloso. 
 
Dolo principal: 
 
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa. 
Dolo acessório: 
Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o ne- 
gócio seria realizado, embora por outro modo. 
 
Dolo negativo: 
 
Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade 
que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócionão se teria cele- 
brado. 
 
Dolo de terceiro: 
 
Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tives- 
se ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá 
por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou. 
 
Dolo de Representante: 
 
Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a 
importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá 
solidariamente com ele por perdas e danos. 
 
a) Se representação legal – o representado apenas responde até a importância que tiver proveito 
 
b) Se representação convencional – responsabilidade solidária 
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Dolo recíproco: 
 
Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar 
indenização. 
 
c) Coação Moral. 
 
Trata-se de coação psicológica. Na coação relativa o negócio pode ser anulável, desde que verificados os 
seguintes requisitos: 
 
i. A coação deve ser a causa do ato; 
ii. Gravidade: A coação deve imputar ao coagido um verdadeiro temor de dano sério; 
iii. Injusta (ilícita, contrária ao direito, abusiva); ameaça do exercício normal do direito não é coação, idem temor 
reverencial. 
iv. Iminência ou Atualidade: A coação deve ser atual ou iminente (é para afastar a coação impossível); 
v. A coação deve constituir ameaça de prejuízo à pessoa ou bens da vítima, ou à pessoas da sua família. 
 
Na análise dos requisitos acima se leva em consideração as circunstâncias subjetivas da vítima. Art. 152 do CC: 
 
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do pa- 
ciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela. 
 
Se a coação for dirigida a pessoa que não é da família, caberá ao magistrado analisar. Art. 151 do CC: 
 
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de 
dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. 
 
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circuns- 
tâncias, decidirá se houve coação. 
 
Art. 153 do CC: 
 
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial. 
Coação exercida por terceiros: 
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a 
parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos. 
 
Art. 155, CC – Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite 
dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que 
houver causado ao coacto. 
 
d) Lesão. 
 
Está relacionada a uma concepção de justiça contratual e equidade nas relações negociais. Possui o fito 
de coibir o abuso de poder econômico ou uma posição privilegiada. 
 
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a pres- 
tação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. 
 
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o 
negócio jurídico. 
 
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida 
concordar com a redução do proveito. 
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e) Estado de Perigo. 
 
Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, a pessoa de sua 
família, ou até mesmo terceiro, de grave dano, conhecido pela outra parte, assume obrigação excessiva- 
mente onerosa. Ex: uma embarcação está naufragando quando, então, outra embarcação se aproxima, 
oportunidade na qual se afirma que apenas será prestado socorro se houver pagamento de valores. O 
cheque caução (vedado pela ANS desde a resolução 44/2003) ou os honorários médicos excessivos para 
atendimento de emergência também configuram estado de perigo. 
 
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de 
sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. 
 
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as cir- 
cunstâncias. 
 
E. 148, CJF – Art. 156: Ao “estado de perigo” (art. 156) aplica-se, por analogia, o disposto no § 2º do art. 157. 
 
4.2 Vícios Sociais. 
 
a) Fraude Contra Credores. 
 
A Fraude contra Credores consiste num vício social decorrente da prática de atos de disposição patrimonial 
pelo devedor com o objetivo de esvaziar o seu patrimônio e gerar insolvência em face dos seus credores. 
Para configuração da mesma se faz necessária a presença de três requisitos: 
 
a) Anterioridade do Crédito 
b) Eventus Damni 
c) Consilium Fraudis 
 
Hipóteses nas quais o CC presume a má-fé: 
 
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolven- 
te, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, 
como lesivos dos seus direitos. 
§ 1º Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente. 
§ 2º Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles. 
 
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notó- 
ria, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante. 
 
Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida ainda não vencida, 
ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que 
recebeu. 
 
Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas que o devedor insol- 
vente tiver dado a algum credor. 
 
Presunção de boa-fé: 
 
Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários indispensáveis à manutenção de esta- 
belecimento mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família. 
 
b) Simulação. 
 
Trata-se de uma declaração enganosa de vontade, visando a produzir efeito diverso do daquele indicado pelo 
negócio. Perceba-se que não há vício na declaração da vontade, assim como ocorre na fraude contra credores. O 
objetivo é prejudicar terceiros. 
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Classificação: 
 
- Absoluta 
- Relativa (ou dissimulação) 
 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na 
forma. 
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: 
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou 
transmitem; 
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; 
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. 
 
# Reserva Mental 
 
Art. 110, CC – A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não que- 
rer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento. 
 
Prescrição e Decadência 
Tema V 
1. Noções Introdutórias 
 
O tempo, como fato jurídico natural. Análise do tema em correlação com as modalidades de direitos e ações. 
 
2. Prescrição 
 
Atualmente, a prescrição consiste na perda da pretensão, relativa a um direito subjetivo patrimonial 
e disponível, no prazo previsto em lei, em virtude da inércia do seu titular e manejada por uma ação 
condenatória. 
 
Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, aqual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que 
aludem os arts. 205 e 206. 
 
2.1 Prazos 
 
Os prazos prescricionais estão elencados nos artigos 205 e 206 do CC/02. Assim, os demais prazos conti- 
dos neste diploma legal serão prazos decadenciais. 
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor. 
Art. 206. Prescreve: 
§ 1º Em um ano: 
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio estabelecimento, 
para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos; 
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo: 
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação 
de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador; 
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão; 
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de 
emolumentos, custas e honorários; 
IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação do capital de sociedade 
anônima, contado da publicação da ata da assembléia que aprovar o laudo; 
V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publi- 
cação da ata de encerramento da liquidação da sociedade. 
 
§ 2º Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem. 
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§ 3º Em três anos: 
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos; 
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias; 
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não 
maiores de um ano, com capitalização ou sem ela; 
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa; 
V - a pretensão de reparação civil; 
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data em que foi 
deliberada a distribuição; 
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo: 
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima; 
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a 
violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembléia geral que dela deva tomar conhecimento; 
c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação; 
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposi- 
ções de lei especial; 
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabi- 
lidade civil obrigatório. 
 
§ 4º Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas. 
 
§ 5º Em cinco anos: 
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular; 
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus 
honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato; 
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo. 
 
2.2 Causas impeditivas, suspensivas e interruptivas da Prescrição 
 
a) Causas Impeditivas e Suspensivas (art. 197 a 201 do CC) 
 
Consistem em causas que impedem o início da contagem do prazo prescricional, ou então vem a suspender a 
fluência desses esses prazos. 
A suspensão pode acontecer em diversas oportunidades e, em todas elas, o prazo reinicia de onde parou. 
Art. 197. Não corre a prescrição: 
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; 
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; 
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela. 
 
Art. 198. Também não corre a prescrição: 
I - contra os incapazes de que trata o art. 3º; 
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios; 
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra. 
 
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição: 
I - pendendo condição suspensiva; 
II - não estando vencido o prazo; 
III - pendendo ação de evicção. 
 
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes 
da respectiva sentença definitiva. 
 
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação 
for indivisível. 
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b) Causas Interruptivas (art. 202 a 204 do CC): 
 
Essas zeram o prazo, o interrompendo e fazendo necessidade de nova contagem do início. A interrupção só po- 
derá ocorrer uma única vez, como determina o caput do art. 202. 
 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: 
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na 
forma da lei processual; 
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente; 
III - por protesto cambial; 
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores; 
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor. 
 
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato 
do processo para a interromper. 
 
Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado. 
 
Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção 
operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados. 
§ 1º A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra 
o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros. 
§ 2º A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou 
devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis. 
§ 3º A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador. 
 
2.3 Observações Finais sobre Prescrição 
 
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita. 
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor. 
3. Decadência (ou caducidade) 
 
A decadência diz respeito à perda de direitos potestativos por conta do decurso do tempo. 
 
A decadencial pode ser legal ou convencional. A convencional é novidade do Código, decorrente da vontade das 
partes. Ex: direito de arrependimento em um contrato preliminar; prazo de garantia contratual. 
 
4. Observações Correlatas: Prescrição e Decadência 
 
I. Os prazos prescricionais, por serem sempre legais, não podem ser alterados pela vontade das partes (ar. 192). 
E os decadenciais? 
 
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes. 
 
II. A prescrição, por ser uma defesa do devedor, pode ser renunciada, nos termos do art. 191 CC. Na mesma linha 
a decadência convencional também pode ser renunciada, não se admitindo, porém, a renúncia ao prazo decaden- 
cial legal (art. 209). 
 
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, 
depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatí- 
veis com a prescrição. 
 
Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei. 
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III.A decadência legal pode ser reconhecida de ofício pelo juiz (a convencional não). O mesmo não acontece com 
a convencional – Inteligência dos arts 210 e 211 do CC: 
 
Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei. 
 
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdi- 
ção, mas o juiz não pode suprir a alegação. 
 
E a prescrição? 
 
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; 
III - homologar: 
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
b) a transação; 
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. 
 
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas 
sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se. 
 
IV. A decadência não se impede, suspende ou interrompe, salvo em relação à absolutamente incapazes. 
 
Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem 
ou interrompem a prescrição. 
 
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I 
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