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Historiografia
Historiografia brasileira
Neste módulo, trabalharemos com você a historiografia brasileira, destacando 
alguns dos principais autores da História do Brasil, que produziram obras desde o 
período colonial, passando pelas principais transformações historiográficas do 
mundo que afetaram os autores daqui.
Pretendemos trabalhar também o século XIX e suas influências sobre a 
historiografia, que em semelhança ao que aconteceu em território europeu, 
passou a desenvolver os primeiros estudos historiográficos de caráter acadêmico-
profissional.
Na segunda parte de nosso estudo, pretendemos abordar um pouco sobre as 
correntes mais atuais da historiografia brasileira, especialmente a partir da 
década de 1960, em consonância com as mudanças da historiografia mundial, 
destacando as ênfases social e cultural das décadas mais recentes e das 
tendências do século XXI.
Imagem disponível em: http://www.portalitec.com.br/wp-content/uploads/2016/12/capacitacao_brasil_colonia.jpg
Os autores coloniais, também denominados de cronistas, apesar de seu
descompromisso metodológico conforme os parâmetros estabelecidos pela
História-ciência, ainda não existente na época, merecem a nossa atenção para a
historiografia brasileira, já que foram eles a apresentaram as primeiras
produções escritas a respeito da história do Brasil.
Claro que é necessário um olhar mais criterioso para tais relatos, já que os
mesmos estavam impregnados de muitas impressões deslumbrantes e, até
mesmo, fantasiosas a respeito dos acontecimentos históricos.
Dentre os relatos dos cronistas desse período, podemos destacar a descrição
das riquezas naturais brasileiras; dos estranhamentos provocados pelos
costumes e valores dos povos nativos, notoriamente da nudez comum e do
canibalismo de alguns grupos; além das potencialidades de exploração da
metrópole sobre essas terras, numa perspectiva mais econômica do Brasil.
http://www.portalitec.com.br/wp-content/uploads/2016/12/capacitacao_brasil_colonia.jpg
Imagem disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/5b/IHGB_revista_1889.jpg
Em meio a um processo de instabilidade política, de uma recém-independência da
metrópole de Portugal, da falta de identidade nacional, e na iminência de divisões
territoriais por meio de revoltas políticas e sociais, a história passa a ser vista como
um recurso oportuno para trabalhar os valores nacionais do Brasil.
Surge, então, em 1838, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), que se
encarregou da tarefa de promover a construção da identidade nacional brasileira.
Como a única referência de estudos históricos do país, o promoveu trabalhos
historiográficos novecentista e monarquista, em que o trabalho do historiador foi
patrocinado para corroborar com a posição de poder imperial, além, é claro, de
constituir a identidade nacional do Império do Brasil. A partir dos trabalhos do IHGB,
consolidou-se uma história elitista, institucional, ariana e basicamente ideológica.
Apesar disso, por meio do IHGB, a historiografia brasileira passou às mãos de
brasileiros, sendo produzida por historiadores nacionais sob o crivo da ciência
história. Surge, então, durante o século XIX, na história brasileira dois nomes de
destaque, a saber, Capistrano de Abreu e Francisco Adolpho Varnhagen.
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/5b/IHGB_revista_1889.jpg
Capistrano de Abreu
Imagem disponível em: http://edicoesdemocritorocha.com.br/wp-content/uploads/2012/06/Capa-Capistrano-de-Abreu.jpg
Por sua contribuição marcante, com inovações temáticas, metodológicas e, até
alguns rompimentos com a rigidez do IHGB, Capistrano de Abreu é considerado
como um dos principais nomes da historiografia brasileira, ao lado, por exemplo de
Varnhagen.
Dentre as maiores contribuições de Capistrano aos estudos historiográficos do Brasil,
encontra-se a sua tese a respeito do ‘Descobrimento do Brasil e seu
desenvolvimento no século XVI’, de 1883, tida como uma das mais proeminentes
produções historiográficas da História do Brasil.
Francisco Adolpho Varnhagen escreveu ‘História Geral do Brasil antes da sua
separação e Independência de Portugal’, de 1854, sua mais renomada obra
historiográfica. Nessa produção, ao contrário de Capistrano, Varnhagen demonstrou
seu vínculo inegociável com os propósitos do IHGB, já que não rompeu com a
história de caráter oficial, elitista e segregadora, reforçando a ideologia dominante
da monarquia. Outra característica de Varnhagen em dissonância com Capistrano é o
maior apego à investigação crítica documental.
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Sérgio Buarque de Holanda
Imagem disponível em: https://www.companhiadasletras.com.br/images/autores/00227_gg.jpg
Os anos 1930, dessa maneira, começava com muitos desafios e transformações. No
ano de 1934, por exemplo, foi inaugurado o primeiro curso de história do Brasil, junto
à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, da Universidade de São Paulo. A academia
da história experimentou nessa época uma fase de reinterpretações, caracterizada
pela produção de trabalhos historiográficos mais explicativos, sob a influência de
alguns conceitos e metodologias inovadores em relação à tradição do século anterior.
Surgem nesse contexto de efervescência intelectual brasileira, a presença de
pesadores da história, como Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado
Jr., que encabeçam os trabalhos historiográficos de seu tempo, assumindo novos
paradigmas e, adquirindo a posição de desbravadores da ciência social moderna
brasileira.
Dentre as suas produções, merecem a ênfase da historiografia brasileira de alcançar a
identidade brasileira, representada nas obras ‘Casa Grande e Senzala’, de Gilberto
Freyre, em 1933; ‘Evolução Política do Brasil’, de Caio Prado Júnior, no mesmo ano; e
‘Raízes do Brasil’, de Sérgio Buarque de Holanda, de 1936.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGUIRRE ROJAS, Carlos A. Os Annales e a historiografia francesa: tradições críticas
de Marc Bloch a Michel Foucault. Maringá, PR: Eduem, 2000.
CANABRAVA, Alice P. Apontamentos sobre Varnhagen e Capistrano de Abreu. In:
Revista de História: USP, São Paulo, v. 43, n. 88, p. 417-424, 1971.
DANTAS, Simone A. B. História e historiografia nos século XIX e XXI: do cientificismo à
história cultural. In: CONGRESSO REGIONAL DO CURSO DE HISTÓRIA, 1, 2007, Jataí,
GO. Anais do Congresso Regional do Curso de História. Jataí, GO: UFG, 2007.
Disponível em: <http://www.congressohistoriajatai.org/anais2007/doc%20(51).pdf>.
Acesso em: 20 de março de 2018.
MESGRAVIS, Laima. A sociedade brasileira e a historiografia colonial. In: FREITAS,
Marcos Cézar (org.). Historiografia brasileira em perspectiva. São Paulo: Contexto,
2001. p. 39-56.
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