Buscar

Saúde Coletiva - Processo saúde e doença (determinantes de saúde)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Dalton Willians S Arandas - Medicina 
1 
SAÚDE COLETIVA 
SAÚDE E DOENÇA – DETERMINANTES DE 
SAÚDE 
O conceito de saúde durante a história é variável, pois se tem 
percepções diferentes ao longo da história do que é estar 
saudável. E é necessário entender essa dinâmica passando 
pelos principais períodos da humanidade que são: 
• Pré-história – Dando o ponta pé a partir dos 
primórdios compreende-se que a saúde na pré-
história era rudimentar o home primitivo vivia em 
agrupamentos ou tribos nômades na busca por 
alimentos e na fuga de ameaças climáticas e o 
adoecimento estava ligado aos pensamentos 
mágicos, religiosos ou sobrenaturais, seria uma 
fúria dos deuses na falta de certos alimentos no 
outono ou inverno. Então o homem era o 
receptáculo, a causa era mística e a intervenção 
também era mística. 
• Antiguidade – vai surgir Hipócrates com uma 
nova conceituação de saúde de que o processo 
saúde-doença não era algo místico ou sobrenatural, 
porém nãos e tinha a ideia do que provocava as 
doenças, mas já se tinha uma noção que não era 
algo místico (corpus Hippocraticum: visava 
transmitir a arte da medicina de geração em 
geração). Essa frase resume bem o pensamento 
hipocrático nesse sentido “aquele que quiser se 
aprofundar em medicina deve fazer o seguinte: 
estudar primeiro as estações do ano e a influência 
de cada uma [...] é necessário saber a qualidade 
das águas, que diferem não só pelo sabor e peso, 
mas também pelas propriedades [...] conhecerá os 
costumes dos habitantes, que ora amigos do vinho 
de boa mesa e do repouso, ora laboriosos, 
dedicados aos exercícios do corpo, comem muito e 
bebem pouco.” 
• Idade média – marcada pelo forte domínio da igreja 
católica, a igreja limita a ciência e censura livros e 
detém bibliotecas. Então volta-se a concepção do 
místico no processo saúde-doença e tem poucos 
avanços científicos pela grande restrição da busca 
por conhecimento. Houve um forte aparecimento de 
epidemias e retorno à questão de causalidade. A 
lepra nesse período teve forte estigma e foi daí que 
se começa a separação de doentes dos saudáveis nos 
leprosários onde se tinha uma estimativa de cerca de 
19 mil leprosários e se tinha uma concepção de que 
o leproso era um morto-vivo, pois sendo a doença 
incurável e comunicável, ele se tornava um 
proscrito: antes da morte física, a comunidade 
o expulsava, destituindo-lhe os direitos civis e 
tornando um morta para a sociedade e por não 
se saber as causas e tratamento das doenças 
havia um grande contingente de mortes. 
• Renascimento – nova ordem político, social e 
científica com a criação da imprensa que 
promovia a liberdade de pensamento e agora 
abandona-se essa ideia de que adoecimento é 
punição divina, interesse do indivíduo 
valorizando suas capacidades e 
potencialidades. Há avanços na ciência com 
estudos da anatomia humana, por estudiosos 
como Leonardo da Vinci, comparação do 
corpo com uma máquina com peças e um 
maquinário complexo, e já havia boas 
descrições como por exemplo da circulação 
sanguínea. 
• Iluminismo – movimento intelectual onde a 
investigação científica se sobressai o ato de fé, 
há um forte culto a razão. A concepção de 
“verdade” da ciência, a crença incondicional 
na capacidade do homem em resolver seus 
problemas. 
• Atualmente – concebe-se o conceito de saúde 
como um estado de completo bem estar físico, 
mental e social, e não apenas ausência de 
enfermidade segundo a OMS. Aceita-se que a 
saúde é um fenômeno multidimensional e 
multideterminado, resultante de um 
equilíbrio entre fatores internos a cada 
indivíduo e fatores externos, próprio do meio 
ambiente e das condições de vida que o 
rodeiam. 
Existem fatores externos que circundam e influenciam 
no estado de saúde dos indivíduos e isso se conhece por 
determinantes de saúde, por isso algumas pessoas 
adoecem e outras não. E o que são os Determinantes 
Sociais de Saúde (DSS)? 
Os Determinantes Sociais da Saúde incluem as 
condições mais gerais: socioeconômicas, culturais e 
ambientas de uma sociedade. E relacionam-se com as 
condições de vida e trabalho de seus membros, como 
habitação, saneamento, ambiente de trabalho, 
serviços de saúde e educação, incluindo também a 
trama de redes sociais e comunitárias. Tudo que 
circunda a vida do indivíduo determina a qualidade de 
vida que pode ser vista como um complexo. 
Dalton Willians S Arandas - Medicina 
2 
 
NÍVEIS DE PREVENÇÃO 
“Antes de haver uma prevenção primária, há de haver uma 
prevenção de caráter estrutural, que anteceda a ação do 
especialista”. 
“Deve começar ao nível das estruturas políticas e 
econômicas”. 
“As ações dos especialistas só são eficientes a partir do 
momento em que as situações socio-político-econômicas 
estejam equilibradas.” 
São cinco os níveis de prevenção em saúde e podem ser 
divididos dentro de três tipos da seguinte maneira: 
• Prevenção primária – pré-patogênese 
(direcionado para população que não está doente); 
o 1º nível: promoção de saúde – as medidas 
adotadas para a promoção da saúde não se 
dirigem à determinada doença ou 
desordem, mas servem para aumentar a 
saúde e o bem-estar geral. Por exemplo: 
moradia adequada, escolas, áreas de lazer, 
alimentação adequada, educação em todos 
os níveis, educação sanitária, bom padrão 
de nutrição (ajustado às fases do 
desenvolvimento da vida), recreação, 
condições agradáveis de trabalho; 
o 2º nível: proteção específica – é a 
prevenção em seu sentido convencional e 
compreende medidas aplicáveis a uma 
doença ou grupo de doenças específicas, 
visando interceptar as causas das mesmas, 
antes que elas atinjam o homem. Por 
exemplo: imunizações, proteção contra 
acidentes, controle de vetores, uso de 
alimentos específicos, proteção contra 
substâncias carcinogênicas, proteção contra 
alérgenos... 
• Prevenção secundária – patogênese; 
o 3º nível: diagnóstico precoce e 
tratamento imediato – pronto 
atendimento, esse nível de 
prevenção tem três finalidades 
– evitar a contaminação de 
terceiros, se a doença for 
transmissível, curar ou 
estacionar o processo 
evolutivo da doença, a fim de 
evitar complicações ou 
sequelas e evitar a invalidez 
prolongada. Por exemplo: 
exames periódicos, 
individuais, para detecção 
precoce de casos; pesquisas de 
triagem; isolamento para 
evitar propagação da doença; 
tratamento para evitar a 
progressão da doença; 
o 4º nível: limitação da 
invalidez – implica na 
prevenção ou no retardo das 
consequências de doenças 
clinicamente avançadas. Por 
exemplo: evitar futuras 
complicações, evitar sequelas 
e evitar a morte... 
• Prevenção terciária – patogênese. 
o 5º nível: reabilitação – tem 
como principal objetivo o de 
recolocar o indivíduo afetado 
em uma posição ´útil na 
sociedade com a máxima 
utilização de sua capacidade 
restante. Por exemplo: 
reabilitação (impedir a 
incapacidade total); 
fisioterapia; terapia 
ocupacional; educação do 
público e indústria, no sentido 
de que empreguem o 
reabilitado; emprego tão 
completo quanto possível... 
Dalton Willians S Arandas - Medicina 
3

Continue navegando