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FLUXO DE ATENDIMENTO PARA INTOXICAÇÃO

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João Estrela 
 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 
 
 
A intoxicação é uma consequência clínica e/ou bioquímica da exposição a substâncias químicas 
encontradas no ambiente ou isoladas. O atendimento primário deve ter como prioridade o 
tratamento da hipóxia, da hipo ou hipertensão, convulsão, arritmias, distúrbios 
hidroeletrolítico e acidobásico e hiponatremia ou hipertermia. Todos os pacientes que dão 
entrada por intoxicação devem ser tratados como potencialmente graves, mesmo com poucos 
sintomas, pois pode ocorrer deterioração clínica posterior. 
As vias de intoxicação são oral, cutânea, inalatória, intravenosa e exposição de mucosas 
As síndromes podem ser colinérgicas (nos muscarínicos causa bradicardia, sialorreia, náuseas e 
vômitos e broncoespasmo e nos nicotínicos: fasciculações, fraqueza e paralisia) causada por 
agentes organofosforados, carbamatos e nicotina. Pode apresentar síndrome anticolinérgica 
(causa hipertermia, taquicardia, hipertensão, taquipneia, midríase, mucosas secas, retenção 
urinária, agitação psicomotora, mioclonia, convulsões, alucinações e delírios) causada por 
agentes antidepressivos tricíclicos, plantas da família Solanaceae, anti-histaminicos e 
atropínico. Existe também a síndrome hipnótica sedativa (Hipotermia, bradicardia, hipotensão, 
bradipneia,miose, depressão neurológica e respiratória, hiporreflexia, edema pulmonar) 
causada por agentes opioides, benzodiazepínicos e barbitúricos. Síndrome simpaticomimética 
( Hipertermia, hipotensão, taquicardia, midríase, alucinações, convulsões) causada por 
cocaína, anfetamina, teofilina e efedrina. Por fim, temos a síndrome extrapiramidal ( Midríase, 
sonolência, tremores, hipertonia muscular, trismo) causada por Metoclopramida, haloperidol, 
fenotiazídicos, bromoprida, lítio. 
-Manejo geral do intoxicado: suporte básico e avançado de vida (avaliar nível de consciência, 
avaliar vias aéreas, respiração, proceder à estabilização cardiocirculatória), caso tenha, retirar 
corpo estranho da orofaringe, fornecer oxigênio e ventilação mecânica, caso necessário, além 
de checar o nível de consciência do paciente (administrar glicose e, em casos de etilismo, 
tiamina), considerar uso de antídotos específicos ou inespecíficos, fazer a estabilização 
hemodinâmica com fluidos ou drogas vasopressoras, caso necessário e fazer as medidas de 
descontaminação. 
As medidas de descontaminação podem ser: 
- Descontaminação cutânea: deve-se despir o paciente evitando a hipotermia, não friccionar 
nem retirar materiais aderidos a pele, buscar orientações junto ao CIAVE/CIATox. 
- Lavagem gástrica: o procedimento de lavagem deve ser feito antes de 60min de ingestão e 
não deve ser considerado como medida terapêutica de desintoxicação, apenas em casos de 
ingestão de substâncias altamente tóxicas (grandes quantidades ou agentes relacionados a 
alta morbimortalidade). O método começa com a passagem de uma sonda nasogástrica e 
infusão de 200-300 ml de soro fisiológico a 0,9% em adultos até um total de 6L ou infusão de 
10ml/kg de peso em crianças por sonda orogástrica (máximo de 4L). A lavagem gástrica é 
contraindicada em intoxicações por etanol, ingestão de substância corrosiva e de 
hidrocarbonetos com alto potencial de aspiração e em pacientes com risco de hemorragia 
digestiva alta ou perfuração gástrica. 
INTOXICAÇÃO POR AGROTÓXICO- FLUXO DE ATENDIMENTO 
 João Estrela 
- Carvão ativado: é considerado um antídoto universal por ser a principal e a mais efetiva 
medida de descontaminação por intoxicação por via oral, é contraindicado em casos de 
substância com baixo peso molecular (ferro, lítio) causticas e álcoois, recém nascidos e 
gestantes, em pacientes rebaixados sem proteção das vias aéreas e com agitação psicomotora, 
e deve ser feito em casos de ingestão em no máximo 2h. O método é feito através da 
administração por via oral ou sonda nasogástrica e a dose corresponde de 1g/Kg de peso/dose 
para crianças acima de um ano e para adultos e adolescentes recomenda-se uma dose inicial 
de 50g com doses subsequentes de 25g de 12/12h ou 50g de 4/4h por 12-24h. 
- Lavagem intestinal: consiste na administração de solução de polietilenoglicol via sonda 
nasoenteral para induzir a eliminação do agente através do trato gastrointestinal pelas fezes. É 
pouco usada, indicada para casos de ingestão de pacotes contendo drogas ou de quantidades 
potencialmente tóxicas de substâncias que não são adsorvidas pelo carvão ativado. Ele é 
contraindicado na presença de qualquer sintoma relacionado ao trato gastrintestinal como 
hemorragia ou perfuração gastrintestinal e em casos de instabilidade hemodinâmica. 
- Antagonistas: 
1. o antagonista do benzodiazepínicos é o flumazenil 
2. o antagonista do carbamato e organofosforado é a atropina 
- em casos de intoxicação por animais peçonhentos deve-se avaliar o local atingido, tratar os 
sintomas e acionar o CIATox 
-Fluxograma de atendimento: 
 
 
 João Estrela 
- Fluxo de notificação: o sistema pode ter dois tipos de entrada a passiva e a ativa 
- entrada passiva: ocorre pela demanda espontânea de pacientes a uma unidade de saúde, 
que após a avaliação profissional seja notificada como caso suspeito e através do 
encaminhamento de notificação de suspeitos pela rede de unidades notificadoras (escolas, 
instituições relacionadas a área agrícola, membros da comunidade e etc) 
- entrada ativa: ocorre através da busca ativa de casos supeitos, é uma ferramenta que ajuda a 
identificar casos que não foram detectados ou notificados pela rede de unidades notificadoras. 
A equipe se desloca para investigar um caso índice de uma entrada passiva ou quando se 
identifica um grupo de alto risco de intoxicação. Todos os casos notificados deverão ser 
investigados mas os agentes responsáveis seguem uma ordem de prioridade 
1. intoxicação em gestantes 
2. em menor de 16 anos 
3. intoxicação fatal, tanto os óbitos imediatos quanto os que passaram pelo curso do 
tratamento mas não aguentaram 
4. intoxicação por produtos de comercialização proibida e por classes toxicológicas I 
(extremamente tóxico) e II (altamente tóxico) 
5. casos de surto, ocorrência de mais de um caso no mesmo local, propriedade ou empresa. 
- Situação de verificação do óbito: caso tenha vestígios de lesões que possam sugerir violência 
e que se possa suspeitar de intoxicação exógena, acidente, suicídio ou homicídio e caso se 
encontre argumentos que sustente essas suspeitas, como achados físicos ou propedêuticos e 
informações testemunhais ou histórico do caso esse corpo deve ser encaminhado para o IML. 
No caso de ausência de lesões externas, mas o evento morte se deu em residência e sem 
condição de um atendimento médico, ou uma morte súbita inesperada e com suspeita de 
violência justificada como se tratar de uma criança ou adolescente hígidos sem 
acompanhamento ou circunstâncias suspeitas se deve encaminhar o corpo ao IML.

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