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Dra Mara Behlau e autores – Voz O livro do Especialista Vol II Quadro V. Principais aplicações das técnicas de reabilitação vocal, com seus objetivos. Métodos Técnicas Objetivos Aplicações Principais I. .Método Corporal a) Técnica de movimentos corporais com sons facilitadores Relaxamento dinâmico, integração corpo-voz Voz profissional, disfonia por tensão muscular, disfonia infantil b) Técnica de mudança de posição de cabeça com sonorização 1- Movimento horizontal: melhorar aproximação ou nivelamento das pregas vocais, reduzir rouquidão, soprosidade ou bitonalidade, estabilizar a qualidade vocal 2- Movimento vertical para trás: aproximação mediana das pregas vocais e pregas vestibulares 3- Movimento vertical para baixo: suavizar emissão, eliminar constrição mediana das pregas vestibulares, elevar o foco de ressonância 4- Cabeça e tronco para baixo: vibrar mucosa, dissipar energia no trato vocal, afastar pregas vestibulares 1- Movimento horizontal: disfonias neurológicas, compensação da prega vocal sadia (movimentação homolateral), estimulação da prega vocal comprometida (movimentação contralateral), inadaptação fônica, desnível de pregas vocais (cabeça inclinada) 2- Movimento vertical para trás: fenda fusiforme estrutural, fendas irregulares por retração cicatricial, pós-laringectomia parcial, auxiliar produção do som basal 3- Movimento vertical para baixo: fonação vestibular, disfonia por tensão muscular 4- Cabeça e tronco para baixo: ressonância laringo-faríngea, edema de Reinke, disfonia vestibular c) Técnica de massagem na cintura escapular Reduzir hipercontração e emissão tensa Disfonia por tensão muscular, fenda glótica médio-posterior, hipertonicidade d) Técnica manipulação digital da laringe Reduzir hipertonicidade, abaixar freqüência fundamental, reduzir sensação de estrangulamento ou “bolo na garganta” Disfonia por tensão vocal, muda vocal incompleta, falsete mutacional ou de conversão, sulco vocal e) Técnica de vibrador associado à sonorização glótica Suavizar emissão, relaxar musculatura, reduzir fenda triangular médio-posterior Disfonia por tensão muscular, rigidez de mucosa, auxiliar na emissão do som basal f) Técnica de movimentos cervicais Suavizar ataque vocal, reduzir compressão mediana das pregas vocais, aumentar o tempo máximo de fonação Disfonia por tensão muscular, nódulo de prega vocal, disfonias hipercinéticas, remoção de compensações negativas, sulco vocal e voz profissional g) Técnica de rotação de ombros Reduzir a tensão da musculatura da cintura escapular e pescoço, projeção de voz Disfonia por tensão muscular, nódulo vocal, remoção de compensações negativas, voz profissional II. Métodos de Órgãos Fonoarticulatórios a) Técnica de deslocamento lingual Uniformizar trato vocal, com aproveitamento cavidade oral, liberação da faringe e abertura da laringe Língua para trás: fonação delgada, voz infantilizada; língua para frente: ressonância posterior; língua para fora: disfonias hipercinéticas, fonação vestibular b) Técnica de rotação de língua no vestíbulo Reduzir as constrições do trato vocal, reposicionar a língua e laringe, ampliar a faringe e reduzir a ressonância posterior Reorganização da musculatura fonoarticulatória, ressonância laringo-faríngica ou posterior c) Técnica de estalo de língua associado ao som nasal Relaxar musculatura supra-hióidea, reequilibrar fonação, melhorar movimentação vertical da laringe, sintonia fonte-filtros, elevar foco de ressonância Travamento articulatório, foco ressonantal baixo, disfonia por tensão muscular d) Técnica de bocejo-suspiro Reduzir ataque vocal brusco, reduzir as forças de compressão glótica mediana, ampliar o trato vocal e particularmente a faringe, abaixar laringe, melhorar projeção e sintonia fonte-filtros, elevar o véu Disfonia com travamento articulatório, ressonância laringo-faríngea, nódulo de prega vocal, disfonia por tensão muscular, fonação vestibular, hipercinesia laríngea, hipernasalidade, muda vocal incompleta e) Técnica Mastigatória Método universal, equilibrar qualidade vocal, reduzir constrições no trato vocal, favorecer a ressonância oral, aumentar a resistência vocal Disfonia por tensão muscular, foco ressonantal baixo, aquecimento vocal, hipernasalidade, voz profissional f) Técnica de abertura de boca Reduzir as constrições no trato vocal, ampliar as cavidades de ressonância, projeção vocal Disfonia com travamento articulatório, disfonia por tensão muscular, baixa resistência vocal, projeção e volume vocais restritos, emissão tensa, voz profissional III. Método Auditivo a) Técnica de repetição auditiva Desenvolver o monitoramento auditivo, melhorar a conscientização vocal e identificar parâmetros específicos Disfonias comportamentais, voz profissional, disfonia por técnica ou modelo inadequado e disfonias monossintomáticas b) Técnica de amplificação sonora Reduzir esforço global, suavização de emissão tensa, conscientização da qualidade vocal e de parâmetros específicos Disfonia por tensão muscular, voz profissional, disfonias por técnica ou modelo vocal inadequado c) Técnica de mascaramento auditivo Suprimir o monitoramento auditivo sobre a voz, com aumento do monitoramento proprioceptivo; aumentar intensidade Diagnóstico diferencial entre disfonias psicogênicas e neurológicas, disfonias conversivas, hipocinéticas, controle de competição sonora, voz profissional d) Técnica do monitoramento auditivo retardado Lentificar a velocidade de fala, fonação constante e menos tensa, aumentar o monitoramento proprioceptivo Diagnóstico diferencial entre disfonias psicogênicas e neurológicas, voz profissional, disfluências e) Técnica de deslocamento de freqüência Ouvir a própria voz com freqüência mais aguda ou mais grave Disfonia da muda vocal, disfonia por edema de Reinke, disfonias endocrinológicas (virilização vocal), falsete paralítico, de conversão ou mutacional, voz profissional f) Técnica de marca-passo vocal ou ritmo Modificar ou regularizar o ritmo e a velocidade da emissão Disartrofonias em geral, disfonias cerebelares, voz profissional e alterações da fluência da fala IV. Método de fala a) Técnica de voz salmodiada Reduzir esforço global, aumentar resistência vocal e melhorar a coordenação pneumofonoarticulatória Disfonia por tensão muscular, nódulo vocal, aquecimento vocal, voz profissional b) Técnica de monitoramento por múltiplas vias Formação de esquema corporal vocal completo, resistência vocal, aperfeiçoamento vocal Voz profissional, técnica deficiente, uso vocal em ambientes inóspitos, deficiência auditiva c) Técnica de modulação de freqüência e intensidade de fala Método universal, suavizar emissão, controle consciente de extensão e dinâmica vocais, reduzir a qualidade monótona, aumentar a resistência vocal , melhorar a adução glótica Disfonia por tensão muscular, voz profissional, fadiga vocal, fendas glóticas, doença de Parkinson d) Técnica de leitura somente de vogais Controlar a fonte glótica, reduzir as constrições no trato vocal, melhorar identificação das vogais, estabilizar a qualidade vocal, aumentar a conscientização vocal, equilibrar ressonância Travamento articulatório, falta de volume e projeção, voz profissional, hipernasalidade e) Técnica de sobrearticulação Reduzir hipertonicidade, aumentar: volume, projeção, resistência vocal e precisão articulatória; reduzir a nasalidade Voz profissional, disfonia neurológica, hipernasalidade, disfonia por fissura lábio-palatina f) Técnica de fala mastigada Reduzir hipertonicidade global, aumentar a dinâmica fonoarticulatória e a resistência vocal, melhorar o equilíbrio na produção vocal, favorecer ressonância oral Situações de grande exigência vocal, voz profissional falada e cantada, disfonia por deficiência auditiva e por fissura lábio-palatina, hipernasalidade V. Métodos de sons facilitadores a) Técnica de sons nasais Suavizar emissão, diminuir ressonância laringo-faríngea, aumentar o tempo máximo de fonação, melhorar a projeção e o monitoramentovocal Método universal, laringe isométrica, lesões de massa, particularmente o nódulo vocal, pós-operatório imediato b) Técnica de sons fricativos Direcionar fluxo aéreo, dissociar intensidade de esforço, aumentar o tempo de fonação, controlar a sonorização glótica e melhorar a coordenação pneumofônica Pós-operatório imediato, padrão hipertenso de fonação, ataques vocais bruscos, incoordenação pneumofônica c) Técnica de sons vibrantes Mobilizar a mucosa, equilibrar a coordenação pneumofônica, reduzir esforço fonatório, aquecimento vocal Método universal, quadros agudos como laringites e gripes, nódulo vocal, edema de Reinke, cicatrizes e escaras, sulco vocal d) Técnica de sons plosivos Favorecer a coaptação das pregas vocais, reforçar ressonância oral, treinar a diadococinesia Disfonias hipocinéticas, doença de Parkinson, paralisia unilateral de prega vocal, reabiliação de laringectomias parciais, como alternativa às técnicas de empuxo e) Técnica de som basal Desativar a laringe isométrica, contraindo acentuadamente os músculos tíreo-aritenóideos e relaxando os cricrotireóideos e os cricoatirenóideos posteriores; mobilizar e relaxar mucosa, favorecer coaptação glótica equilibrada, promover fonação confortável, aumentar foco de ressonância, elevar o véu Nódulo vocal, disfonia por tensão muscular, fadiga vocal, fenda glótica médio-posterior, muda vocal incompleta, falsete de conversão, fonação tensa e desconfortável, desequilíbrio laríngeo, hipernasalidade, aquecimento vocal f) Técnica de som hiperagudo Relaxar os músculos tíreo-aritenoideos, contrair os músculos cricotireóideos, equilibrar emissão em registro modal Disfonia vestibular, constrição mediana, paralisia unilateral de prega vocal, edema de Reinke, disfonias hipercinéticas, aquecimento vocal VI. Método de competência glótica a) Técnica de fonação inspiratória Aproximação de pregas vocais, afastamento pregas vestibulares, estimulação de mucosa Fenda glótica médio-posterior, ou por paralisia ou paresia de prega vocal, fonação supraglótica, disfonia psicogênica, muda vocal incompleta, diagnóstico diferencial das lesões de massa b) Técnica de sussurro Coaptação da região anterior, reforço da ação dos tireo-aritenóideos, aumentar a resistência vocal Fenda glótica na região anterior ou fenda fusiforme, arqueamento de pregas vocais, granulomas e lesões da região posterior da laringe c) Técnica de ataques vocais 1- Ataques bruscos: fechamento forçado da glote, aproximação das pregas vocais 2- Ataques Aspirados: abertura forçada da glote, afastamento das pregas vocais, suavização da emissão 1- Ataques Bruscos: disfonias hipocinéticas, paralisia ou paresia de prega vocal, doença de Parkinson 2- Ataques Aspirados: disfonia hipercinética, qualidade vocal tensa, uso constante de ataques bruscos, alguns casos de lesão de massa d) Técnica de emissão em tempo máximo de fonação Aumentar resistência vocal, estabilidade fonatória e coaptação glótica; controlar a qualidade vocal; coordenação pneumo-fono-articulatória Hipotonia laríngea, fenda fusiforme, doença de Parkinson, voz profissional, aperfeiçoamento vocal e) Técnica de escalas musicais Alongamento e encurtamento das pregas vocais, aperfeiçoamento vocal, conscientização da freqüência vocal, aumentar a extensão vocal Fenda glótica fusiforme ou triangular ântero-posterior, disfonias hipocinéticas, lesões de massa, doença de Parkinson, voz profissional f) Técnica de empuxo Aproximar as estruturas laríngeas: pregas vocais e/ou vestibulares, melhorar esfíncter laríngeo para a deglutição, deslocamento vertical da laringe Paralisia unilateral, grandes fendas glóticas, disfonia hipocinética, pós-laringectomia parcial, paralisia de véu, disfagias discretas g) Técnica de deglutição incompleta sonorizada Sonorização com maior fechamento laríngeo; redução de grandes fendas Paralisia de prega vocal uni ou bilateral, grandes fendas glóticas. falsete mutacional ou de conversão, pós-laringectomias parciais h) Técnica de firmeza glótica Melhorar coaptação glótica, favorecer ajustes glóticos sem envolvimento supraglótico, suavizar a emissão, estimular ressonância e a coordenação pneumofônica Envolvimento negativo da supraglote, pós-operatório de microcirurgia de laringe com fenda glótica, fendas glóticas em geral, voz destimbrada e aperfeiçoamento vocal i) Técnica do “b” prolongado Relaxar e abaixar a laringe, favorecer a coaptação glótica adequada, com menos impacto entre as pregas vocais e com onda de mucosa mais ampla; aumentar o tempo máximo de fonação; aumentar energia na região aguda do espectro Disfonia por tensão muscular, disfonia com laringe elevada ou compressão mediana acentuada, falsete mutacional, conversivo ou paralítico, fendas diversas, sobreuso vocal; muda vocal incompleta j) Técnica de sniff Afastar pregas vestibulares, favorecer a coaptação glótica Fonação vestibular, constrição supraglótica mediana l) Técnica de sopro e som agudo Afastar as pregas vestibulares, favorecer a coaptação das pregas vocais; favorecer o equilíbrio laríngeo, desativar a isometria laríngea Disfonia vestibular, interferência supraglótica mediana, vozes profissionais, aquecimento vocal m) Seqüência de constrição labial Reduzir a compressão glótica e constrição supraglótica, expandir o trato vocal, estimular a ressonância, melhorar coordenação pneumofônica Fonação vestibular, disfonia por tensão muscular com constrição supraglótica n) Seqüência de arrancamento Eliminar granuloma através de microtraumatismos na base da lesão Granuloma de laringe VII. Método de ativação vocal a) Técnica de sons disparadores Ativar vibração de pregas vocais para produção de sonoridade glótica; ativar a participação de estruturas supraglóticas na produção da voz; afastar a interferência de constrições supraglóticas inadequadas Disfonia psicogênica com fala articulada ou sussurrada Disfonia no pós-operatório de laringectomias parciais b) Técnicas de manobras musculares Ativar vibração de pregas vocais por manipulação no esqueleto laríngeo 1 – Aproximação lateral das alas da cartilagem tireóidea para sonorizar 2 – Pressionamento anterior para reduzir a freqüência e a tensão 3 – Pressionamento vertical para baixo, para reduzir a freqüência e a tensão 1 – Ativar vibração das pregas vocais nas disfonias psicogênicas ou na paralisia de prega vocal, ou ativar estruturas glóticas ou supraglóticas nas disfonias pós-laringectomias parciais 2 – Muda vocal incompleta, sulco vocal, disfonia por tensão muscular, falsete paralítico, mutacional ou de conversão 3 – Disfonia da muda, falsete ou sulco vocal c) Técnicas de aquisição de voz esofágica Desenvolver a voz esofágica por método de reabilitação tradicional, introduzindo-se o ar no esôfago por diversas técnicas (deglutição, aspiração ou injeção) e trabalhando a expulsão do ar Laringectomias totais Pós-cirurgias extensivas com estenose de laringe Pós-traumatismo múltiplo da laringe
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