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ANATOMIA E FISIOLOGIA VOCAL A voz é composta pelos 3F • Fluxo – Ar • Filtro – Cavidades de ressonância (cavidade oral, cavidade nasal, faringe, laringe – sub glote) • Fonte – Laringe LARINGE A laringe é responsável pela: RESPIRAÇÃO – Permite a passagem do ar da via aérea superior para a via aérea inferior. Umidifica, aquece e filtra o ar e impede a penetração de corpos estranhos DEGLUTIÇÃO – auxílio no fechamento da via aérea durante a deglutição. FONAÇÃO – função secundária. EMBRIOLOGIA DA LARINGE A laringe se forma entre a 4º e a 10º semana do desenvolvimento embrionário. As estruturas da laringe são derivadas dos arcos faríngeos II, III, IV, V e VI, exceto o I. ANATOMIA DA LARINGE A Laringe é uma unidade FUNCIONAL , formada por cartilagens, músculos, membranas e mucosas. OSSO HIÓIDE • Sustentação óssea da Laringe • Apoia os músculos da língua • Único osso do corpo que não se articula a outros ossos • Região superior da laringe • Formato de ferradura CARTILAGENS DA LARINGE CARTILAGEM TIREÓIDEA – é a maior cartilagem da Laringe • Ímpar • Formada por duas lâminas (a união dessas lâminas forma a proeminência laríngea) CARTILAGEM CRICÓIDEA – é a segunda maior cartilagem da Laringe • Ímpar • Possui um formato circular completo • Região anterior mais estreita – arco • Região posterior mais larga – lâmina, que serve de apoio para as cartilagens aritenóideas. CARTILAGEM EPIGLÓTICA – protege as vias aéreas inferior e abaixa e fecha o ádito da laringe • Cartilagem ímpar • Formato de folha MOVIMENTAÇÃO: • Deglutição – proteção das vias aéreas (retroversão) • Fala – acompanha a língua • Produção vocal – seu abaixamento contribui para o volume e a projeção CARTILAGEM ARITENÓIDEA – apoiada sobre a base da cartilagem cricóidea, isso permite o deslizamento sobre essa, realizando a abertura e fechamento da prega vocal. Possui 3 processos: • Processo póstero-lateral • Processo medial • Processo antero-medial – onde estão inseridos o músculo vocal e o ligamento vocal. CARTILAGEM CORNICULADA – é uma cartilagem acessória, apoiada na cart. Aritenóidea. MEMBRANAS DA LARINGE MEMBRANA TIREO-HIÓIDEA – entre o osso hióide e a cart. tireóidea MEMBRANA CRICOTIREÓIDEA – entre a cart. cricóidea e a cart. tireóidea MEMBRANA TIREÓIDEA LIGAMENTOS DA LARINGE LIGAMENTO CRICOTIREÓIDEO – entre a cart. cricóidea ea cart. tireóidea LIGAMENTO HIOEPIGLÓTICO – entre o osso hióide e a cart. epiglótica MÚSCULOS EXTRÍNSECOS DA LARINGE Fixam a laringe no pescoço – abaixamento e elevação MÚSCULOS SUPRA-HIÓDEOS • M. Estilo-hióideo • M. Milo-hióideo • M. Gênio-hióideo • M. Digástrico MÚSCULOS INFRA-HIÓIDEOS • M. Omo-hióideo • M. Esterno-hióideo • M. Esterno-tireóideo MÚSCULOS ÍNTRINSECOS DA LARINGE Possuem origem e inserção na laringe Funções – respiração, fonação e deglutição São músculos pares, exceto o m. aritenóideo ABDUZ – ABRE ADUZ – FECHA TIREOARITENÓIDEO – TA Está inserido no processo/ligamento vocal da cart. aritenódeia. Possui duas fibras – músculo lateral e músculo vocal. Função – abduz, encurtamento e espessamento da PPVV e abaixa a laringe. Quando o TA se contrai, produz sons graves. Inervação – N. laríngeo inferior – ramo anterior CRICOARITENÓIDEO POSTERIOR – CAP Função – único músculo abdutor (abre) as PPVV. Eleva, alonga e afila a PPVV, permitindo a respiração (músculo da vida) Inervação – N. laríngeo inferior – ramo anterior CRICOARITENÓIDEO LATERAL – CAL Função – aduz (fecha) a PPVV Para um fechamento completo, aciono o CAL e os AA Inervação - N. laríngeo inferior – ramo anterior ARITENÓIDEO – A Parte transversa e parte oblíqua Função – aduz (fecha) as PPVV. Inervação – N. Laríngeo inferior – ramo posterior CRICOTIREÓIDEO – CT Função: estira e tensiona a PPVV, produzindo um som agudo Movimento de Báscula – deslocamento da cart. tireóidea para baixo e a cart. cricóidea para cima em até 15º, estirando a PPVV. Inervação – N. Laríngeo superior – ramo externo ARIEPIGLÓTICO – AE Função – abaixa a epiglote durante a deglutição, promovendo a retroversão. TIREOEPIGLÓTICO – TE Função – auxilia a epiglote no retorno de sua posição normal após a contração do AE. REGIÕES LARÍNGEAS GLOTE – espaço entre os bordos superior e inferior das pregas vocais – onde estão as PPVV. ACIMA DAS PPVV – Supra glote ABAIXO DAS PPVV – Sub glote MORFOLOGIA DA PREGA VOCAL Modelo anatômico corpo-cobertura de Minoro Hirano (1970) Esse modelo estratifica (camadas) a PPVV, e cada camada apresenta uma propriedade mecânica diferente. EPITÉLIO - REVESTIMENTO • Tecido Epitelial Estratificado Pavimentoso • Não há glândulas mucosas CAMADA SUPERFICIAL LÂMINA PRÓPRIA • Espaço de Reinke • Solta e flexível • Vibra mais intensamente durante a fonação CAMADA INTERMEDIÁRIA LÂMINA PRÓPRIA • Mais densa • Fibras elásticas CAMADA PROFUNDA LP • Fibras Colágenas – rígidas MECANISMO DE VIBRAÇÃO GLÓTICA É impossível observar o ciclo glótico a olho nu, pois é uma vibração muito rápida. É necessário um exame com luz estroboscópica Cada ciclo glótico é formado por quatro etapas: • Fase aberta – prega vocal está aberta • Fase de fechamento – prega vocal se fecha • Fase fechada – totalmente fechada • Fase de abertura – prega vocal se abrindo Para que aconteça a abertura, precisamos de um fluxo de ar que vem dos pulmões, promovendo a pressão subglótica, fazendo com que a prega vocal se abra. Esse efeito é chamado de Efeito de Bernoulli. Durante a respiração ocorre a passagem total do ar. AVALIAÇÃO CLÍNICA DA VOZ VOZ NORMAL X DISFONIA Não existe voz normal Não há um consenso quanto aos conceitos de VOZ NORMAL e DISFONIA Não existem padrões nem limites definidos O conceito de “normalidade” é amplamente influenciado pelo meio e mutável ao longo do tempo. EUFONIA • Som de boa qualidade • Harmonia muscular • Produzida sem dificuldade pelo falante • Percebida sem esforço pelo ouvinte • Quando os atributos mínimos de • harmonia e conforto não são Quando esses atributos mínimos de harmonia e conforto não são respeitados, há uma DISFONIA. COMO JULGAR A NORMALIDADE DE UMA VOZ? 1. A voz é adequada para oferecer ao ouvinte inteligibilidade da fala? 2. Suas propriedades acústicas são esteticamente aceitáveis? 3. A voz preenche as demandas profissionais e sociais do falante? 4. Qual o grau de desconforto/esforço feito pelo próprio falante? VOZ NORMAL X VOZ ADAPTADA Substituir voz normal por voz adaptada, isso isenta a discussão da controvérsia sobre normalidade • Produção vocal de qualidade aceitável socialmente • Não interfere na inteligibilidade da fala • Permite o desenvolvimento profissional • Frequência, intensidade e modulação adequadas • Transmite a mensagem emocional correta DISFONIA “Representa toda e qualquer dificuldade na comunicação oral que impede a produção natural da voz “(Behlau & Pontes, 1995) É um distúrbio da comunicação oral no qual a voz não consegue cumprir seu papel básico de transmissão da mensagem verbal e emocional de um indivíduo. • Desvios na qualidade vocal (áspera, rouca, soprosa) • Esforço a emissão • Fadiga • Perda na potência da voz • Variações descontroladas de frequência • Falta de volume e projeção • Perda de eficiência vocal • Baixa resistência vocal • Sensações desagradáveis a emissão AVALIAÇÃO VOCAL Anamnese – durante toda a avaliação, devemos observar o uso da voz, a CPFA (coordenação pneumofonoarticulatória) e as habilidades de comunicação. Deve conter: • Ficha de identificação • Dados demográficos regulares • Quem encaminhou? • Telefones, e-mail e endereço • Nome dos acompanhantes ANAMNESE ESSECIAL •QUEIXA – a queixa é do paciente, então devemos sempre anotar o que o paciente diz “eu sou afônico” • DURAÇÃO – quanto tempo você tem esse problema? • SINTOMAS – cansaço, ardência, dor, fadiga, coceira • FLUTUAÇÃO – acordo rouco, ao dormir, no final do dia, o dia todo, piora ou melhora quando... • EPISÓDIOS ANTERIORES – é a primeira vez ou já teve isso? • USO DA VOZ – professor, cantor, palestrante • PERSONALIDADE – alguém que fala muito, é mais desenvolto, calmo, nervoso, agitado. • DOENÇAS – parkinson, refluxo, rinite, sinusite, AVE, enxaqueca, usa medicamento • Tratamentos anteriores SINTOMAS VOCAIS SINTOMAS DE ALTERAÇÕES NA QUALIDADE VOCAL – para o paciente, tudo é rouquidão ou afonia. É importante observar o que mudou na qualidade vocal habitual do indivíduo. Esses sintomas podem estar associados a lesões de massa. SINTOMAS DE FADIGA E ESFORÇO VOCAL – Para alguns pacientes a alteração vocal não é tão importante, mas o esforço ou cansaço associado a produção da voz podem modificar completamente o comportamento vocal, paciente pode referir cansaço progressivo, esforço para melhorar a projeção, ou a piora da voz em alguns determinados períodos (fendas ou DTM) SINTOMAS DE PRESENÇA DE AR NA VOZ – O paciente pode referir ar constante, ar no final das emissões ou ar nos agudos, quando canta (fendas glóticas- triangulares, tensão muscular, fenda fusiformes, AEM) SINTOMAS DE PERDA DE FREQUÊNCIA DA EXTENSÃO VOCAL – Extensão vocal reduzida, tanto na região de agudos como na região dos graves - comuns em profissionais da voz (quadros inflamatórios, edemas, uso excessivo da voz) SINTOMAS DE DESCONTROLE NA FREQUÊNCIA DA VOZ – Desvios como quebras, falta de modulação, modulação excessiva, voz tremula (alterações neurológicas – disfonia espasmódica, tremor essencial ou distúrbios vocais emocionais) SINTOMAS DE DESCONTROLE NA INTENSIDADE VOCAL – Desvios, quebras com perda total na sonorização, dificuldade em modular a intensidade vocal (abuso, fadiga, distúrbios neurológicos) SINTOMAS DE SENSAÇÕES DESAGRADÁVEIS A EMISSÃO – Dor a emissão a emissão vocal, dor muscular na cintura escapular ou face após fala prolongada, sensação de ardor, queimação ou corpo estranho na laringe (podem indicar tensão muscular ou lesões da região posterior, granulomas por RLF) AVALIAÇÃO CLÍNICA DO COMPORTAMENTO VOCAL É uma investigação básica sobre os principais parâmetros empregados pelo indivíduo em sua comunicação habitual. OBJETIVOS: • AVALIAR OS PARÂMETROS VOCAIS – tipo de voz, frequência, intensidade, medidas fonatórias e CPFA • DESCRIÇÃO DOS AJUSTES DE TRATO VOCAL E DO CORPO EMPREGADO NA PRODUÇÃO DE VOZ – alinhamento vertebral, posição do tórax e da cabeça, posição da laringe no pescoço, participação do vestíbulo na produção da voz, grau de abertura de boca. • IDENTIFICAÇÃO DOS COMPORTAMENTOS VOCAIS NEGATIVOS – descrição do perfil comunicativo do indivíduo, descrição dos hábitos vocais, emprego de diferentes vozes e identificação das habilidades gerais. MATERIAL NECESSÁRIO: • Gravador • Computador • Cronometro • Protocolos • Softwares AVALIAR: • Parâmetros vocais • Dinâmica respiratória • Aspectos prosódicos • Estruturas da fonação • Funções neurovegetativas • Autoavaliação – protocolos QQV e IDV QUALIDADE VOCAL Conjunto de características que identificam uma voz, é a impressão criada por aquela voz. Ela identifica o indivíduo e traz informações das dimensões biológicas, psicológica e socioeducacionais. PRINCIPAIS TIPOS DE VOZ • Rugosa (rouca) – irregularidade na vibração das PPVV • Áspera • Soprosa • Sussurrada • Fluída • Gutural • Comprimida • Tensa-estrangulada • Bitonal • Diplofônica • Polifônica • Monótona • Trêmula • Pastosa • Branca • Crepitante • Infantilizada • Feminilizada • Virilizada • Presbifônica • Hipernasal • Hiponasal • Nasalidade mista AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO VOCAL 1. TIPO DE VOZ E GRAU DE ALTERAÇÃO (VOGAL SUSTENTADA) Utiliza a escala GRBASI para avaliar o tipo de voz e o CAPE-V para avaliar o grau de alteração. 2. PITCH (FALA ESPONTÂNEA OU SEQUÊNCIA AUTOMÁTICA) Pode ser adequado, agudo ou grave 3. MODULAÇÃO DA FALA (FALA ESPONTÂNEA OU SEQUÊNCIA AUTOMÁTICA) Pode ser adequada, excessiva, restrita (voz monótona) ou repetitiva 4. LOUDNESS (FALA ESPONTÂNEA OU SEQUÊNCIA AUTOMÁTICA) Pode ser adequada, aumentada ou reduzida 5. ATAQUE VOCAL (COMO INICIA A FALA – FALA ESPONTÂNEA OU SEQUÊNCIA AUTOMÁTICA) Pode ser isocrônico (normal), brusco ou soproso/aspirado 6. RESSONÂNCIA (FALA ESPONTÂNEA OU SEQUÊNCIA AUTOMÁTICA) Pode ser equilibrada, hiponasal, hipernasal, oral, faríngea, laringo-faríngea ou laríngea. 7. PRONÚNCIA (FALA ESPONTÂNEA Pode ser normal, presença de sotaque ou regionalismo. 8. ARTICULAÇÃO (FALA ESPONTÂNEA OU SEQUÊNCIA AUTOMÁTICA) Pode ser precisa/adequada, imprecisa, travada, restrita ou exagerada 9. DISTÚRBIO ARTICULATÓRIO (FALA ESPONTÂNEA) Se sim, as estruturas fonoarticulatórias (lábios, língua, palato duto, palato mole, mandíbula, dentes e oclusão) podem ser adequadas ou inadequadas. 10. DIADOCOCINESIA – VERIFICA O RITMO E A PRECISÃO DA FALA /a/ /pa/ /ta/ /ka/ /pataka/ 11. VELOCIDADE DA FALA (FALA ESPONTÂNEA) Pode ser normal, reduzisa, aumentada ou muito variada 12. RESPIRAÇÃO (FALA ESPONTÂNEA) Modo – misto/buco-nasal, nasal exclusivo, bucal/oral Tipo – superior/clavicular, médio/toráxico, inferior/abdominal ou completa 13. CPFA (FALA ESPONTÂNEA) Pode ser adequada ou inadequada 14. TEMPO MÁXIMO DE FONAÇÃO – TMF Em quantos segundos faz pronúncia sem usar o ar de reserva. NORMALIDADE: • homens = 20s • mulheres = 14s • valores <10s = alteração • crianças = conforme a idade RELAÇÃO S/Z • normalidade = 0,8s a 1,2s • acima de 1,2s = escape aéreo a fonação • abaixo de 0,8s = hipercontração glótica na fonação 15. LARINGE EM REPOUSO Posição no pescoço – pode ser normal elevada abaixada Rigidez nas membranas laríngeas e dor ao toque 16. AUDIÇÃO/COMPREENSÃO ORAL Pode ser normal ou perda auditiva AVALIAÇÃO PERCEPTIVA AUDITIVA Avaliação da qualidade vocal – avaliação perceptivo auditivo. Faço essa avaliação escutando a voz É utilizada a Escala GRBASI – avalia prioritariamente a FONTE – Laringe G – GRAU GERAL DA DISFONIA: presença ou ausência de disfonia e qual o grau (leve, moderada, grave) R – RUGOSIDADE: irregularidade na vibração das ppvv (rouco) B – SOPROSIDADE: passagem de ar junto com a vibração (quando você sussurra, sua voz está soprosa) A – ASTENIA: fraqueza na voz S – TENSÃO: tensão na voz (uma pessoa que tem uma voz astênica não possui tensão na voz) I – INSTABILIDADE A soprosidade e a tensão estão bem relacionadas, se o paciente tem um fechamento glótico incompleto ele faz força para tentar fechar, causando uma tensão A instabilidade é pior do que a tensão Presbifonia - alteração vocal por conta do envelhecimento (rugosidade e soprosidade) GRAU DE PONTUAÇÃO: 0 – NORMAL/AUSENTE: nenhuma alteração vocal percebida pelo ouvinte 1 – LEVE: alterações vocais discretas ou quando há dúvida da presença ou não de alteração 2 – MODERADO: quando a alteração é evidente 3 – INTENSO: alteração vocal extrema. FOCO RESSONANTAL Avaliação do filtro – ressonância Esperamos que a ressonância seja equilibrada – a voz se projeta em todas as cavidades, com flexibilidade para diferentes ajustes e o foco esteja no trato vocal, onde predomina a amplificação da voz. Temos o foco de ressonância na cavidade nasal, cavidade oral, laringe (mais baixa) e na faringe (posterior). À medida que fazemos ajustes motores diferentes (língua para trás/parafrente), teremos vozes com impressões acústicas diferentes. FOCO LARÍNGEO Voz presa na garganta, sem projeção. Há uma tensão na região cervical. Pobreza de harmônicos, som abafado. FOCO FARÍNGEO Voz metálica, estridente e tensa. FOCO LARINGOFAÍNGEO Concentração de energia em conjunto nas estruturas da laringe/faringe e possui uma voz comprimida ou tensa-estrangulada. FOCO ORAL Articulação exagerada. FOCO NASAL HIPONASAL – pouco ar saindo pelo nariz (nariz entupido) HIPERNASAL – excesso de ar passando pela cavidade nasal (fanho) SENSAÇÃO DE FREQUÊNCIA (PITCH) SENSAÇÃO FÍSICA DA FREQUÊNCIA – normal, aguda ou grave SENSAÇÃO DE INTENSIDADE (LOUDNESS) SENSAÇÃO PSICOFÍSICA DA INTENSIDADE – adequada, aumentada ou reduzida. CAPE-V (CONSENSO DE AVALIAÇÃO PERCEPTIVOAUDITIVA DA VOZ) O CAPE-V é uma escala visual analógica que avalia: • Grau geral da disfonia • Rugosidade • Soprosidade • Tensão • Pitch • Loudness Escuto a voz e marco na “régua” (0 a 100) DI – Discreta MO – Mooderada AC – Acentuada Circular a letra (C) se o parâmetro é avaliado como consistente – presente durante todas as tarefas; Circular a letra (I) se o parâmetro é avaliado como intermitente – presença assistemática do desvio; FENDAS GLÓTICAS Disfonias funcionais são causadas por comportamento vocal inadequado. As fendas glóticas são as alterações posturais das PPVV, sendo um tipo de disfonia funcional. No fechamento glótico normal há uma coaptação glótica completa, não deixando nenhum espaço entre as PPVV, principalmente no sexo masculino. TIPOS DE FENDAS GLÓTICAS As fendas glóticas são divididas conforme a sua forma geométrica. FENDAS TRIANGULARES Estão relacionadas a insuficiência muscular, tanto por hiperfunção quanto hipofunção dessa musculatura. FENDAS TRIANGULARES POSTERIORES – formam um triangulo na parte posterior da prega vocal. Está restrita a uma região na área respiratória da laringe, essa fenda é considerada uma fenda fisiológica que representa o padrão laríngeo feminino e quase nunca interfere na qualidade vocal. Quando os homens apresentam esse tipo de fenda triangular posterior geralmente tem uma laringe de padrão feminino e tamanho reduzido. Nas mulheres não há alterações vocais, mas podem ter um aumento do fluxo de ar e um TMF reduzido. Não há indicação de fonoterapia. FENDAS TRIANGULARES MÉDIO-POSTERIORES – Formam um triângulo na parte médio-posterior da prega vocal. Ela está contida no teço médio das PPVV, na região posterior. Nesse tipo de fenda há uma contração excessiva da musculatura intrínseca da lainge (hipercinesia). Tem um predomínio da função do CAP – único abdutor da laringe. É uma fenda típica da disfonia por tensão muscular e será precursora dos nódulos vocais. Há alterações vocais, podendo ser uma voz soprosa, rugosa ou áspera, dependendo das alterações orgânicas e secundárias. Além disso, há um TMF encurtado e um ataque vocal brusco. O volume e a extensão vocal estão diminuídos e há sinais de STME. Apresentam fadiga vocal, incoordenação pneumofonoarticulatória e incoordeação fonodeglutitória. FENDAS TRIANGULARES ÂNTERO-POSTERIORES – formam um triângulo na região ântero-posterior, pegando toda a extensão da prega vocal. É a menos comum das fendas triangulares, tem um predomínio da hipocinesia (pouca contração das PPVV). Apresentam alterações vocais, podendo ser uma voz soprosa de grau variado, intensidade e projeção restrita, TMF encurtado. É comum nos casos de disfonias por Parkinson. FENDAS FUSIFORMES Possuem a forma de um fuso com maior separação em sua região mediana. FENDAS FUSIFORMES ANTERIORES – Possuem um fechamento dos 2/3 terços posteriores. Há uma deficiência na contração do músculo CT. Apresentam alterações vocais como uma frequência discretamente elevada (porção vibrante da PV é reduzida) e uma voz soprosa, já que possui um escape de ar importante. FENDA FUSIFORME ANTERO-POSTERIOR – É aberta ao longo de toda a prega vocal e está relacionada a alterações estruturais. Ao realiza a contração, há uma hipercontrição para fechar essa PV, podendo ocorrer a formação de nódulos ou pólipos. FENDA FUSIFORME POSTERIOR – Possui muita rigidez nas pregas vocais, principalmente na região anterior. FENDAS PARALELAS São fendas relativamente incomuns e não há alterações vocais específicas. FENDAS DUPLAS São fendas triangulares médio-posteriores com lesão de mucosa (nódulo). Desaparecem rapidamente durante a fonoterapia, pois há a reabsorção da lesão de massa. FENDAS EM AMPULHETA São semelhantes as fendas duplas pois há duas aberturas, porém não há presença de nódulos e sim uma alteração mínima de cobertura. FENDAS IRREGULARES As fendas irregulares apresentam uma forma irregular e são comuns nos casos de pacientes que fizeram radioterapia ou que possuem alterações estruturais mínimas de cobertura, câncer ou pós operatório de lesões laríngeas. SÍNDROME DE TENSÃO MUSCULOESQUELÉTICA – STME O aumento da tensão dos músculos extrínsecos resulta em elevação da laringe no pescoço, em alguns casos essa tensão é tão intensa que o conjunto de manifestações passa a se chamar SÍNDROME DE TENSÃO MUSCULOESQUELÉTICA (STME) ou disfonia por tensão muscular e inclui diversos prejuízos vocais. CLASSIFICAÇÃO PRIMÁRIA – há lesões na estrutura laríngea. Há aumento de tensão generalizada em toda a musculatura laríngea intrínseca e extrínseca simultaneamente, associando-se a postura laríngea alterada. SECUNDÁRIA – apresentam reações teciduais. A STME também é classificada em tipo “I” e tipo “II”. No tipo “I”, ao exame otorrinolaringológico, a laringe apresenta-se estruturalmente normal, porém, com fenda posterior à fonação e rigidez da musculatura supra-hioidea à palpaçã. O tipo “II” pode ser subdivido em A e B. O tipo A assemelha-se à primeira categoria, porém, com lesão organofuncional estabelecida. No tipo B, a laringe encontra-se elevada no pescoço, com presença de fenda posterior, além de alterações em local fora da laringe como a mandíbula, entre outras. Pode haver mudanças difusas em toda extensão das pregas vocais e episódios de laringite crônica. SINAIS E SINTOMAS SINTOMAS: • compressão mediana das pregas vocais, causando diminuição do ângulo de abertura; • constrição global mediana (aproximação das pregas vestibulares) ou anteroposterior do vestíbulo; • presença de fendas triangulares; • elevação da laringe e • ataques vocais bruscos. SINAIS: • elevação da caixa torácica e dos ombros; • aumento da massa muscular do pescoço e da nuca; • travamento mandibular; • distensão venosa; • tensão da musculatura supra-hioidea; • cabeça hiperestendida; • respiração curta e comprimida; • expressão facial restrita e tensa; • esforço global excessivo e não eficiente. O PREJUÍZO NA PRODUÇÃO VOCAL ESTÁ RELACIONADO A: • inadequação das funções respiratórias; • uso incorreto das caixas de ressonância; • hipertensão lingual, glótica e da musculatura cervical. Disfonias hiperfuncionais podem estar relacionadas a desequilíbrios da musculatura craniocervical. Por meio de avaliação criteriosa, é possível determinar se a disfunção vocal altera o comportamento dos músculos cervicais e verificar a possível influência sobre a postura corporal e vice-versa. A reabilitação da produção vocal, enfocando a musculatura extrínseca da laringe e de outros grupos musculares cervicais, associada à reeducação respiratória e à correção de desvios posturais, pode reduzir o tempo de terapia. A instalação da STME ocorre de forma lenta e progressiva, o grau de alteração geralmente é compatível com a história clínicae com os dados da avaliação fonoaudiológica realizada. Embora a STME se enquadre como uma subclassificação das disfonias psicogênicas, não ocorre supressão dos sintomas com manipulação sintomática. A STME sofre influência de fatores externos como estresse no trabalho, problemas familiares, preocupações profissionais, além de fatores intrínsecos, referentes à personalidade do sujeito que podem levar ao aumento de tensão, como o perfeccionismo e a ansiedade. Os pacientes apresentam hipertensão muscular durante a fala, sem associação direta com afecções laríngeas. A incoordenação ou contração excessiva dos músculos associados à produção da voz pode-se manifestar em qualidade vocal rouca, comprimida ou tenso-estrangulada, hiperadução das pregas vocais e das bandas ventriculares, constrição esfinctérica da laringe, com predomínio de ataques vocais bruscos, ressonância laringofaríngea e aumento do número de quebras de voz. Também são observados desvios de pitch e loudness para ambos os extremos, além de sintomas como dor na região do pescoço e/ou fadiga ou, até mesmo, afonia. Em casos de fadiga da musculatura da laringe, é coerente haver aumento de esforço na produção vocal e estresse mecânico resultante da colisão entre as pregas vocais durante a fonação excessiva, causando a morte de células epiteliais e a separação das fibras de colágeno e elastina da membrana basal. Posteriormente, em virtude do aumento de vibração, pode ocorrer aumento da pressão intravascular e consequente extravasamento de eritrócitos e variação da dinâmica dos fluidos na estrutura da prega vocal. Esses processos alteram as propriedades biomecânicas do tecido como a viscosidade e, portanto, têm capacidade de causar mudança nas características vibratórias. Isso deslocaria o limiar de pressão fonatória e causaria instabilidade à fonação com quebras de voz. Esse processo resulta em sintomas como desconforto, dor ou sensação de voz arranhada. Outro sinal comumente encontrado na STME é a língua em posição rebaixada e hipertensa, apoiada firmemente contra os arcos dentais, com o rebordo lingual marcado e sulcado pelos dentes. A língua se liga à laringe por meio do osso hioide e movimenta- -se constantemente durante a fala. Dessa maneira, sua posição hiperfuncional posteriorizada ocasiona ressonância horizontal posterior. Os sintomas vocais da STME tendem a amenizar em períodos de maior repouso e menor estresse. DIAGNÓSTICO O diagnóstico da STME é difícil, uma vez que há possibilidade de as pregas vocais apresentarem aspecto normal ao exame otorrinolaringológico, mas com quadro sintomático de disfonia inexplicável e persistente. Algumas vezes, inclusive, ocorre erro no diagnóstico em função da similaridade dos sintomas com outros tipos de disfonia, como a disfonia espasmódica de adução. ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS MÍNIMAS DE COBERTURA – AEMC Aparecimento de desarranjo histológico nas pregas vocais que prejudica principalmente o ciclo vibratório. Podem ser indiferenciadas ou diferenciadas. INDIFERENCIADAS – não são definidas macroscopicamente e sugerem uma redução ou ausência de uma ou várias camadas da mucosa, sendo a mais comumente observada a redução no espaço de Reinke. Apresenta rigidez na mucosa e por sua possibilidade variada e não específica em sua apresentação, não há classificação nas AEMC indiferenciadas DIFERENCIADAS – alterações histológicas típicas de características próprias e bem definidas que podem ser agrupadas em 5 tipos. • Sulco vocal – sulco oculto, sulco estria e sulco bolsa • Cisto epidermóide – cisto glandular e pseudocisto • Ponte de mucosa – intrínseca e extrinseca • Microdiafragma laríngeo • Vasculodisgenesia São encontradas: ✓ Isoladas ou em ocorrência múltipla; ✓ Em uma mesma prega vocal ou em ambas; ✓ Em associação com alterações indiferenciadas; ✓ Pode ou não haver impacto na produção da voz. A presença pode ser sugerida pela QUALIDADE VOCAL INFERIDA ou observada diretamente no EXAME DA LARINGE, tanto a FONAÇÃO como a RESPIRAÇÃO. SULCO VOCAL Depressão na prega vocal que se dispõe paralelamente a borda livre. • Assintomático • Sintomático com pequena alteração vocal • Sintomático com fadiga e disfonia severa, impedindo o uso social da voz. Se apresenta de acordo com o grau da invaginação mucosa: SULCO OCULTO • É o mais comum e mais difícil de ser identificado; • A presença é inferida apenas sob luz estroboscópica; • Diminuição da mobilidade da mucosa da PV, ou movimento em bloco da PV ou de uma região; • Impacto vocal mínimo na voz falada – redução na extensão vocal ou pouca resistência ao uso contínuo da voz; Tratamento – reabilitação vocal. SULCO ESTRIA Há duas variantes de acordo com a invaginação das camadas da mucosa – estria menor e estria maior ESTRIA MENOR – linha atrófica na mucosa • Escurecida/cinza-azulada; • Uni ou bilateral; • Simétrica ou assimétrica; • Unitário ou múltiplo ao longo da PV; • Paralelo a borda livre, na face vestibular ou na face subglótica; • Observado mais facilmente durante a respiração; • Melhor avaliado pela microlaringoscopia exploratória; Qualidade vocal – o comprometimento depende do grau de adesão do sulco as camadas intermediárias e profunda do ligamento vocal. ESTRIA MAIOR – depressão ao longo da PV • Forma uma canaleta paralela a borda livre da PV; • Bilateral e assimétrica; • Lábio superior mais flexível e lábio inferior espesso e rígido; • Aderido aos planos mais profundos da mucosa, podendo invadir o músculo vocal; • Mobilidade da mucosa da PV pode ser prejudicada; Qualidade vocal – desagradável, rouco-áspera, bitonal, frequência fundamental aguda ou hiperaguda, como se as PV estivessem fora de sintonia. Esforço vocal frequente associado com STME; Coaptação glótica insuficiente – fenda glótica fusiforme. Ou seja, toda vez que houver uma fenda fusiforme deve-se pesquisar a presença de sulco vocal. Tratamento – cirurgia, fonoterapia pré e pós operatória. SULCO BOLSA Conhecido também como cisto aberto. Imagem clínica apresenta duas configurações principais: 1. SEMELHANTE AO SULCO ESTRIA MAIOR – lábios do sulco bolsa se tocando como o fecho de uma bolsa pochete, havendo uma cavidade entre eles. 2. SEMELHANTE À DO CISTO – abaulamento na mucosa, revelado apenas durante a cirurgia. Possui vibração melhor no sulco bolsa do que no sulco estria maior. Pode ou não haver abaulamento na PV, essa imagem pode ser variável, mais evidente durante episódios disfônicos e praticamente normal fora das crises. Observa-se nitidamente o limite da bolsa. QUADROS INFLAMATÓRIOS – monocordite (aumenta a suspeita do sulco) COAPTÇÃO GLÓTICA – completa, irregular ou fenda dupla. O atrito entre as PV produz lesões secundárias: • Reações contralaterais; • Pólipos contralateral; • Edemas mono ou bilaterais; • Monocordite homolateral; • Laringite crônica; • Leucoplasia. Essas lesões secundárias mascaram o quadro de AEM de base em até 70% dos casos. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL SULCO ESTRIA – voz rouco-áspera e aguda pela tensão e rigidez da mucosa. SULCO BOLSA – voz rouca de frequência fundamental grave. CISTO EPIDERMÓIDE Chamado de cisto profundo ou cisto de inclusão epitelial. É uma cavidade fechada, localizada profundamente no interior da PV (camada superficial da lâmina própria); • Sem aderência ao epitélio; • Com ou sem aderência ao epitélio vocal; Quanto ao volume do cisto, pode ser: Pequeno a ponto de ser chamado de microcisto, identificado com o auxílio da fonação inspiratória. Grande ao ponto de comprometer toda a lâmina própria. Quanto a cavidade, pode ser: CAVIDADE SOLTA – compromete menos a vibração e produz a voz adaptada. CAVIDADE FIRMEMENTE ADERIDA AS CAMADAS PROFUNDAS – impactomenor. CAVIDADE CÍSTICA é formada de epitélio pluriestratificado, com maior ou menor grau de queratinização, crescimento centrípeto e repouso na membrana basal. CONTEÚDO CÍSTICO – material de descamação cornificado, com cristais de colesterol formando um preenchimento líquido ou sólido. Acinzentado nas primeiras fases e perolado quando formado a mais tempo. Alterações vasculares ou vasculodisgenesias aracnóideas são frequentemente associadas. O CISTO PODE SER – assintomático ou levemente assintomático. ALTERAÇÃO VOCAL – voz rouca devido a irregularidade dos ciclos glóticos, voz grave devido ao aumento de massa na PV, uni ou bilateral, unilateral – com reação contralateral é confundido com nódulos vocais. TRATAMENTO – reabilitação vocal Crises disfônicas • Próprio uso da voz; • Aumento de atividade profissional; • Estresse; • Refluxo gastroesofágico; • Crises alérgicas; • Infecções de vias aéreas; • Abuso vocal. Repetições das crises podem aumentar o volume do cisto, requer tratamento medicamentoso e cirúrgico. A remoção cirúrgica é indicada quando o equilíbrio fonatório não é conseguido, permanecendo o paciente com voz instável. A remoção do cisto deve ser completa, preservando máximo de mucosa saudável. Crianças, principalmente do sexo masculino, devem optar por remoção cirúrgica, a fim de evitar a ruptura do cisto e sua transformação num sulco adquirido e rígido, que piora a qualidade vocal. Variante - cisto fistulizado. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Cisto glandular e pseudocisto - lesões que não fazem parte da AEMC, mas devem ser consideradas no diagnóstico diferencial. CISTO GLANDULAR/MUCOSO • Cisto de retenção – glândula com drenagem obstruída • Paredes císticas recobertas de epitélio glandular • Possui duas camadas – interna ciliada colunar e externa células cubóides. • Contém líquido mucoide (imagem amarelada típica) PSEUDOCISTO • Lesão circunscrita e unilateral (ocorre em qualquer região da borda livre da PV, mais comum na região dos nódulos) • Imagem do pseudocisto - translucida como uma gota de orvalho. • É comum na maior parte das lesões de cobertura por AEM. • Pode haver reabsorção espontânea e quando não ocorre, fica indicado a remoção cirúrgica Qualidade vocal – interferência no ciclo vibratório produzindo voz rouca e grave, grau discreto e moderado sem característica áspera, bitonal e desagradável. PONTE DE MUCOSA Alteração rara, formada por um arco de túnica mucosa em forma de alça totalmente epitelizada. INTRÍNSECA – arco situa-se ao longo da prega vocal. Possui largura e extensão variável, alça apoiada sobre a superfície da PV participando da vibração da mucosa. Pequeno impacto vocal – leve aspereza ou fadiga vocal que pode aumentar nas situações de edema laríngeo. Presença do tecido rígido da ponte pode desencadear uma lesão contralateral: • Edema • Espessamento • Pólipo • Leucoplasia EXTRÍNSECA – arco da mucosa desloca-se da PV e vai para o ventrículo laríngeo. alça da região anterior da PV com inserção oposta no vestíbulo laríngeo. É estreita ou alargada em forma de leque. A rigidez produzida pode deslocar a frequência fundamental para levemente mais aguda gerando fadiga vocal. Presença isolada da ponte extrínseca não provoca alterações vocais significativas. MICRODIAFRAGMA LARÍNGEO Pequena membrana mucosa na comissura anterior das PPVV, dando a impressão da pele que observamos entre os dedos das mãos. A comissura anterior não é angulosa e sim, preenchida por um tecido translúcido. Pode ser SUBGLÓTICA ou GLÓTICA. Frequentemente unitário, mas pode haver duas ou três membranas quando é de localização subglótica. Impacto vocal depende da rigidez, espessura e nível de inserção. Em crianças do sexo masculino pode dificultar ou impedir a mutação vocal fisiológica, pois reduz a extensão da área vibratória das PPVV. O impacto é variável, gerando disfonia discreta monossintomática com descolamento da frequência fundamental para agudos. Pode ser observados nódulos secundários racionais a presença do microdiafragma, principalmente nos subglóticos. É necessária uma maior pressão subglótica para se dar início a sonorização glótica, maior grau de compreensão medial e ataque vocal brusco, o que favorece o aparecimento dos nódulos. Raramente a cirurgia é indicada, devido a frequência de reincidência. VASCULODISGENESIA A rede vascular normal das PPVV apresenta um arranjo linear paralelo ao eixo longitudinal e quase nunca visível em situações ditas normais. Essa alteração causa um aparecimento de rede anormal de vasos sanguíneos nas PPVV. É uma condição rara que provoca consequências vocais importantes com disfonia acentuada podendo requerer remoção ou cauterização cirurgia. Quase sempre está relacionado a outras lesões e aparecem na região de maior alteração das camadas da lâmina própria. FORMAS MAIS COMPLEXAS DAS VASCULODISGENESIAS: Aracnóideas – associadas a outra AEMC, tais como cistos ou sulcos bolsas, não aparecem em indivíduos normais ou com lesão organofuncionais, tais como nódulos e pólipos. Apresenta mudança com aspectos inflamatórios da laringe e síndrome de tensão pré-menstrual. Raramente produzem por si só um impacto vocal importante. DISFONIA PSICOGÊNICA Reconhecida pelo clínico como início brusco e perda repentina da voz ocasionado por um acontecimento repentino (assalto). Diferente da disfonia psicogênica por problema neurológico. Correlaciona sintomas vocais como problemas nas vias respiratórias como gripes ou laringites Os sintomas vocais podem ser intermitentes como momentos de melhora e de piora, e se ainda tem uma voz normal. TERMINOLOGIAS • Afonia de conversão – não fonação devido a algum acontecimento que converteu a fala. O indivíduo converte essa fala em um acontecimento. • Afonia histérica • Afonia psicogênica • Afonia funcional • Mutismo funcional ou de conversão CATEGORIAS – FALA ARTICULADA E FONAÇÃO SUSSURRADA. CARACTERÍSTICAS Possui um quadro evidente de alterações emocionais e voz ausente para a fala. Em situações neurovegetativas como o pigarro, riso, bocejo, suspiro e choro a voz sai sem alteração. É predominante no sexo feminino e a duração dos sintomas pode durar dias ou anos. FALA ARTICULADA • Na fala articulada possui uma ausência total de sonoridade e não possui ativação de fonte glótica ou friccional. • Sem ar audível a fonação • Presença de articulação dos sons da fala • Fenda triangular em toda a extensão ou fenda restrita. FONAÇÃO SUSSURADA • Som gerado pela fricção do ar expiratório; • Possui um fechamento muito firme das pregas vocais; • Ar direcionado para a porção respiratória; MUDA VOCAL A muda vocal é um fenômeno fisiológico. 13-15 anos nos homens 12-14 anos nas mulheres (é mais raro) Nos meninos a laringe se diferencia, tendo uma hipertrofia do TA – proeminência laríngea (pomo de adão) DISFONIAS POR ALTERAÇÕES DA MUDA VOCAL • Nos homens é mais frequente, rara as causas orgânicas; • Normalmente é relacionado a causas na esfera emocional; • Psicodinâmica vocal – imaturidade, passividade, submissão, indefinição sexual, instabilidade, emotividade excessiva e fraqueza. ETIOLOGIA Medo de assumir responsabilidades da vida adulta. É mais frequente em filhos únicos que são superprotegidos e que tem o desejo de manter uma voz aguda. ESTUDO DIRIGIDO 1. Disfonia funcional (não há alteração estrutural) 2. É mais comum no sexo feminino do que no sexo masculino, numa proporção de 8 mulheres para 1 homens. 3. O diagnóstico da disfonia psicogênica é dado a partir da ausência de alterações orgânicas no exame laringológico combinados com algum grau de alterações vocais em que ações não relacionadas à fonação, como tosse epigarro, permanecem normais. Entretanto, o diagnóstico não descarta tensões musculares que podem contribuir para o grau da disfonia. Em qualquer quadro psicogênico é essencial um diagnóstico diferencial, a fim de viabilizar um tratamento fonoaudiológico e médico adequados e mais efetivos para cada paciente, além de ser fundamental a exclusão de qualquer base orgânica no quadro apresentado. 4. apresentar ao exame laringológico pouca adução das pregas vocais, além de elas estarem alongadas, o que configura o pitch agudo e a soprosidade observados durante a fonação do paciente. 5. qualidade vocal levemente soprosa, moderadamente instavel e tensa severa com ressonância laringofaríngea, pitch agudo e loudness adequado. 6. À avaliação do comportamento vocal apresentou ataque vocal soproso intermitente, articulação precisa e pronúncia inteligível, incoordenação pneumofonoarticulatória, velocidade de fala adequada e referiu dor à fonação. Apresentou tempos máximos fonatórios abaixo do esperado para sexo e idade: /a/: 14,9 seg; /i/: 14,6 seg; /u/: 16,9 seg; /s/: 14,4 seg; /z/: 18,5 seg; com relação s/z de 0,77, sugerindo hiperconstrição glótica. Além disso, foi percebido que o paciente mantinha sonoridade normal em ações não relacionadas diretamente à fonação, como pigarro e tosse. 7. Aplicação do protocolo Avaliação do comportamento vocal 8. A disfonia psicogênica é resultado de estresse psicossocial crônico ou agudo, devida a eventos crônicos, acumulados ao longo do tempo. DISFONIAS ORGANO FUNCIONAIS Alteração no comportamento vocal. Comportamento vocal – como eu uso a minha voz. COMPORTAMENTOS VOCAIS INADEQUADOS • Desnutrição/desidratação • Beber • Fumar • Falar alto • Gritar • Chorar • Imitação • Forçar risada • Falar muito e sem pausas • Ataque vocal brusco • Falas agressivas O QUE É? Lesões estruturais benignas decorrentes de comportamento vocal alterado e inadequado. Podem ocorrer por: • Atraso no diagnóstico; • Atraso na busca do tratamento; • Não valorização da queixa inicial. CAUSAS • Comportamento vocal inadequado ou uso excessivo da voz; • Predisposição anatomofuncional; • Refluxo Gastroesofágico; • Alergias; • Tabagismo; • Tipo e variação na demanda vocal; • Fatores de personalidade. ASPECTOS IMPORTANTES PARA DEFINIÇÃO DE CONDUTA • Fatores etiológicos; • Localização da lesão (plano horizontal e vertical da borda); • Presença de assimetria laríngea; • Configuração da lesão e dos tecidos das áreas circunvizinhas; • Impacto na PV contralateral. FATORES CAUSAIS QUANDO TRATAMOS A DISFONIA ORGANO FUNCIONAL, DEVEMOS COMPREENDER OS FATORES QUE ESTÃO LIGADOS AO MAU USO DESSA VOZ. Importante na definição da gênese da lesão. LOCALIZAÇÃO DA LESÃO NOS PLANOS HORIZONTAL E VERTICAL DA BORDA LIVRE DA PREGA VOCAL 1. Lesões anteriores – maior probabilidade de evolução com fonoterapia 2. Lesões posteriores – variáveis 3. Lesões na face vestibular - interferência mínima na PV e riscos cirúrgicos baixos. 4. Lesões da borda livre – prejudicam a qualidade vocal e coaptação glótica, causa fadiga vocal 5. Lesões de face subglótica – dificuldade do ataque vocal, desvio de sonoridade e fadiga vocal TODAS AS LESÕES PODEM APARECER SECUNDÁRIAS A AEM. LESÕES DESENVOLVIDAS EM PRESENÇA DE ASSIMETRIA LARÍNGEA Lesões de massa as vezes contribuem na coaptação. É necessário realizar fonoterapia como teste terapêutico para verificar a efetividade, já que a cirurgia pode piorar a qualidade vocal. CONFIGURAÇÃO DA LESÃO Deve considerar as características do tecido: • Verificar vasos dilatados e regiões circunvizinhas, desarranjo vascular associado ou AEM oculta. • Áreas escavadas próximas “efeitos tenda” CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES • Nódulos • Pólipos • Edema de Reinke • Úlcera de contato • Granuloma • Leucoplasia NÓDULOS VOCAIS Lesão de massa benigna bilateral. Características esbranquiçada ou avermelhada na região anterior das PPVV. Está relacionado ao abuso vocal. É a lesão laríngea mais comum. Geralmente são bilaterais na junção do terço médio com o terço anterior da PV, já que é a zona que concentra mais energia durante a fonação. PREVALÊNCIA Mais frequente em mulheres entre 20 e 50 anos (9:1) Crianças que gritam muito ou falam em forte intensidade, entre 7 e 9 anos de idade (a cada 4 casos, 3 são meninos). Isso ocorre por uma pré-disposição genética (mais concentração de fibronectina e menos concentração de ácido hialurônico) O padrão feminino de proporção glótica + STM favorece a predisposição das fendas glóticas (triangular médio-posterior), que favorecem o aparecimento de nódulos vocais. FORMAÇÃO Geralmente antes do aparecimento do nódulo, há uma fenda triangular médio-posterior. Há o espessamento do epitélio por hiperplasia – abaixo pode haver a formação de edema com fibrose. O restante da prega vocal pode estar edematoso e a laringe inteira pode estar levemente inflamada. O nódulo pode estar evidente apenas de um lado e pode ser facilmente confundido com um pólipo. Isso ocorre nos primeiros estágios de formação, já que o nódulo sempre será bilateral. Não atinge o músculo vocal. A lesão é na camada superficial da lâmina própria. Depois da formação do nódulo, há a formação de uma fenda dupla. ANATOMOFISIOPATOLOGIA DO NÓDULO • Protuberâncias esbranquiçadas (quanto mais branco, mais novo e quanto mais vermelho, mais novo); • Localizado na cama superficial da lâmina própria; • A massa de revestimento é aumentada (lesão de massa); • A rigidez da cobertura será aumentada por um nódulo duro e firme (mais velho); O músculo não é afetado. Há um aumento de massa na região das PV, tendo uma vibração mais aperiódica (incoordenação nos ciclos glóticos). Apresenta maior rouquidão. O fechamento glótico será afetado dependendo do tamanho do nódulo, causando fendas, que causará um escape de ar (voz soprosa e rouca) SINTOMAS VOCAIS • Rouquidão – alteração na mucosa devido ao aumento de massa, maior aperiodicidade de vibração; • Soprosidade – fechamento glótico alterado, falsa fenda em ampulheta, a original é triangular médio-posterior; • Voz áspera; • Pitch grave; • Fadiga vocal; • Dificuldades inflexionais (modulação agudo e grave); • STME; • Projeção vocal limitada. SINAIS LARINGOSCÓPICOS • Fechamento incompleto da prega vocal, adução intensa; • Acúmulo de secreção; • Hiperconstrição de vestíbulo; TRATAMENTO Fonoterapia. PÓLIPOS Lesão de massa geralmente unilateral • Predomínio no sexo masculino, entre 20 e 50 anos. • Em crianças e adolescentes é raro. Atinge camadas mais profundas da lâmina própria. Precipitado por um único evento vocal – natureza inflamatória aguda (grito ou resfriado – distensão tecidual irreversível por edema ou rompimento de um vaso) ou crônico disparado por um evento específico. ETIOLOGIA • Agrava-se com fumo álcool e poluição; • Fator hormonal não contribui; • Não apresenta alteração da membrana basal; • RGE; • Atividades respiratórias intensas (instrumentos de sopro) • Aspectos psicológicos – personalidade agressiva CARACTERÍSTICAS • Alteração da camada superficial da lâmina própria da mucosa; • Tamanho e coloração variável; • Sésseis – grudados na PV • Pediculados – verruga para fora • Geralmente a lesão é mole e cheia de fluídos; • Devido a sua maciez não irrita o tecido membranoso da PV oposta; • Não desaparecem espontaneamente; • Geralmente cirúrgicos; • 15% associada a lesões intracordais como sulcos e cistos, não observados em exame pré- operatório; • Pode apresentar sinais de hemorragia recente e regiões edematosas; TIPOS GELATINOSOS • São maiores, cor cinza-esbranquiçada; • Pobre em vasos (sem micro hemorragias); • Tecido conjuntivofibroso; FIBROSO • Forma mais avançada do gelatinoso; • Pequeno ou médio. HEMORRÁGICO • Avermelhado ou escuro; • Pequeno ou médio; • Grande proliferação de vasos. SINTOMATOLOGIA • Soprosidade; • Fadiga vocal; • Dor cervical e torácica; • Rouquidão – momentânea; • Flutuação vocal; • IPFA. • Pode ocorrer diplofonia; • Dispnéia rara; • Pólipos em região supraglótica tem pouca influência na qualidade vocal; • Pigarro e sensação de corpo estranho; • Piora ao final do dia; • Voz áspera dependendo da rigidez da mucosa, sugerindo AEM associada; • Dificuldade nos agudos; PÓLIPOS GRANDES PODEM CAUSAR DISPNÉIA OU ATÉ MESMO DISFAGIA INTERMITENTE. LARINGOSCOPIA • Fechamento glótico incompleto ou completo em casos de pólipos pediculados; • Hipercinesia ocasional; • Irregularidade vibratória (rouquidão, soprosidade); • Lesões de depressão ou queratosas podem aparecer na PV contralateral quando o pólipo é de longa data. TRATAMENTO • Cirúrgico – quanto maior a lesão, pior é o resultado cirúrgico; • Fonoterapia pré cirurgica se for pequeno e • Fonoterapia pós cirúrgica sempre. PROGNOSTICO A voz habitual é rapidamente recuperada. EDEMA DE REINKE ESPAÇO DE REINKE PREENCHIDO POR LÍQUIDO, FORMANDO UM EDEMA NA PV. Lesão difusa (preenchida por líquido) na camada superficial na PV de coloração rosada. Possui acúmulo de fluido de modo irregular em alguma região da porção membranosa ou em toda ela. Edema inicial – translucido, com o passar do tempo se torna consistente e avermelhado. ETIOLOGIA CAUSA IRRITATIVA Abuso do fumo (causa mais frequente) e uso indevido da voz; CAUSA INFECCIOSA Laringite aguda, sinusites, rinites e amidalites. Fumo – hipersecreção na traqueia, inflamação laríngea - tosse crônica/pigarro. Ocorre em adultos de ambos os sexos. É mais frequente em mulheres, no período da menopausa em torno dos 50 a 70 anos de idade. No fumante, pode magnilizar – Edema de Reinke > leocoplasia > displasia > câncer. SINTOMAS • Voz rouca; • Pitch grave, principalmente para o biótipo feminino (confusão de sexo em conversas telefônicas); • Fadiga vocal; • TMF longo (fecha bem a prega vocal, estendendo o TMF); • Alterações de ressonância (difusa ou laringofaríngea); • Respiração encurtada; • Não há fendas; • Associado ocasionalmente ao hipotireoidismo. TRATAMENTO Abandono do cigarro e microcirurgia da laringe. Fonoterapia no pré e pós operatório ÚLCERA DE CONTATO Causada pelo contato excessivo interaritenóideo – causado por uma inflamação – lesão nesse tecido. Geralmente se observa o estágio de granulação (resposta cicatricial). ETIOLOGIA • Abuso vocal; • Ataques vocais bruscos; • Estado gripal desencadeante; • Predisposição individual; • Tosse noturna (aspiração de secreções – sinusite alérgica); • Pigarro constante (aspiração de secreções gástricas); • Prevalência em adultos do sexo masculino; CARACTERÍSTICAS • Fonação grave; • Modulação vocal restrita; • Fadiga vocal; • Ressonância laringofaringea; • Desconforto na laringe – dor na deglutição e na fala. LOCALIZAÇÃO Terço posterior da margem glótica. Resultado do atrito das cartilagens aritenoideas. Afecção benigna. TRATAMENTO • Tratamento farmacológico (anti-inflamatórios e corticoides); • Modificações no comportamento vocal; • Controle do RGE; • Extração cirúrgica – terapia vocal. GRANULONA Lesão de aspecto proliferativo. Crescimento benigno de granulação hipertrófica. Lesão com coloração esbranquiçada, amarelada ou avermelhada. Forma variável, arredondada e bilobada – rebordo irregular. Geralmente posterior – ponta do processo vocal sobre a própria articulação cricoaritenoidea. GRANULOMA FUNCIONAL Fase de desenvolvimento – 2 meses Desvios específicos no comportamento vocal ou uma pressão ou atrito na região posterior da laringe durante a fonação. Comum em pessoas com RGE. Inicia-se com uma lesão na mucosa e perpetua-se através de um trauma repetido. CAUSAS • Trauma químico – RGE; • Inalação de substâncias irritantes; • Trauma direto pós intubação (pós-covid); • Cicatrização de áreas cirúrgicas; • Abuso vocal sobre quadros de laringites agudas; • Úlceras de contato. LOCALIZAÇÃO Comissura posterior, pontas dos processos vocais uni ou bilaterais, glote posterior. Altamente vascularizada e sensibilizada, altamente hemorrágica. INCIDÊNCIA • Mais frequente em homens; • Mais comum nos EUA do que na Europa. FATORES ASSOCIADOS Álcool, sinusite, fumo e alergia. CARACTERISTICAS GERAIS • Pigarro constante; • Tosse; • Sensação de corpo estranho; • Tensão cervical • Dor para engolir PERFIL PSICOLOGICO Período de estresse; Ambulantes, políticos, instrutores, militares (forte intensidade); Pessoas superdinamicas e autoritárias, que vivem comandando. CARACTERÍSTICAS DA VOZ • Ataque vocal brusco; • Tensão vocal; • Vocal fry; • Ressonância laringo-faríngea (abafada) ou gutural (laríngica potente); • Intensidade forte; • Fadiga vocal; • Voz monótona; • Controle respiratório deficiente; • Soprosidade; • Rouquidão (aparecimento de fenda – atrito anterior) • Dor para falar ou deglutir; • Pode não apresentar sintomas vocais (depende da localização posterior). TRATAMENTO CLÍNICO Focos infecciosos devem ser tratados. Sinusite ou rinite podem causar granuloma. Hidratação – fundamental para favorecer a vibração das PV. PROGNÓSTICO • Não compromete a vida; • A cura requer tempo; • Recidivas são frequentes; • Degeneração maligna é excepcional; OUTRAS SITUAÇÕES QUE PODEM OCORRER ÚLCERA E GRANULOMA Tuberculose – ocorre ulcerações na PV por conta das tosses. Sífilis – quadro mais agressivo – biópsia. Tratamento com botox tem sido realizado na região. LEUCOPLASIA Hiperplasia esbranquiçada – parece uma camada de gesso OMS – QUALQUER PLACA BRANCA EM SUPERFÍCIE MUCOSA QUE NÃO POSSA SER DESTACADA OU CLASSIFICADA, É UMA LEUCOPLASIA. CARACTERÍSTICAS Sinais brancos ou rosados ásperos. Lesões reativas a irritação tecidual continuada, por excesso de álcool, fumo, abuso vocal, inflamações crônicas e inalação de poeira ou fumaça. Irritação crônica das membranas oral e laríngea ao longo do tempo. a lesão jamais invade o ligamento vocal, a menos que seja maligna (câncer). Podem ser uni ou bilaterais e o fechamento glótico pode ser prejudicado. A massa e a rigidez do revestimento aumentam. QUALIDADE VOCAL • Frequência fundamental acima ou abaixo do normal; • Rouquidão; • Soprosidade; • Intensidade reduzida; • Diplofonia; • Aspereza. O efeito sobre a voz é variável, depende da região e da extensão de lesão. TRATAMENTO Tratamento médico, cirúrgico e eliminação da fonte de irritação do tecido e terapia vocal (melhorar a qualidade da voz). DISFONIAS ORGÂNICAS As disfonias orgânicas independem do uso da voz 1. ALTERAÇÕES NOS ÓRGÃOS DA COMUNICAÇÃO: • Congênitas com malformações – laringomalácia, fissura palatina; • Traumáticas (armas, acidentes) • Inflamatórias (infecciosa ou não • Neuplasias • Problemas auditivos 2. ALTERAÇÕES EM OUTROS ÓRGÃOS E APARELHOS DO CORPO: • Endocrinológicas • Disfonias por síndromes • Desordens neurológicas (disartrofonias) • RGE PARALISIA DE PREGA VOCAL Mais frequente no lado esquerdo (2:1) O nervo laríngeo inferior esquerdo tem um percurso maior do que o direito, estando mais exposto a mais lesões. CAUSAS • Trauma mecânico; • Quadros inflamatórios; • Tóxicos; • Neoplasma; • Traumas externos; • Traumas cirúrgicos – tireoidectómica • Idiopáticos EXAME OTORRINOLARINGOLÓGICO Observar: • Posição da PV na inspiração e fonação; • Tensão e alongamento da PV na fonação; • Nível da PV durantefonação – simétrica ou assimétrica; • Simetria laríngea; • Ausência de rotação anteroposterior; • Mobilidade da epiglote durante a fonação; • Aspiração de líquido e saliva; • Acúmulo de líquido e secreção em seios piriformes – se tiver, posso pensar em uma paralisia do laríngeo superior, já que ali falta sensibilidade. GRAUS DA PARALISIA DE PV • Mediana – central – 52% • Paramediana – 28% • Intermediária – 15% • Abudção – 4,9% • Abdução forçada/cadavérica Mediana e paramediana são mais frequentes Intermediária ocorre em alguns casos Abdução e abdução forçada são raras PARALISIA MEDIANA (ADUTORA OU FONATÓRIA) • Prognóstico excelente com fonoterapia; • Estabilização rápida da voz; • A recuperação vocal pode ser espontânea; CASOS BILATERAIS: • Respiração comprometida – necessário traqueostomia • Restrição de atividade física • Melhoria respiratória – piora vocal (prega vocal afastada). PARALISIA PARAMEDIANA • Ligeiramente lateralizada; • Bom prognóstico na reabilitação; CASOS BILATERAIS: • Voz razoável – com fadiga vocal; • Respiração suficiente para atividades físicas diárias; • Melhoria vocal – piora respiratória. PARALISIA INTERMEDIÁRIA • Posição paramediana e de abdução • Grande limitação vocal; • Resultados limitados com fonoterapia; • Voz soprosa e fraca; • Cirurgia é a primeira opção de tratamento. PARALISIA EM ABDUÇÃO – EM POSIÇÃO DE ABERTURA • Prega vocal além da posição cadavérica; • Posição silenciosa na inspiração; • Pouco frequente; • Grande limitação vocal; • Cirurgia é a primeira opção de tratamento; PARALISA EM ABDUÇÃO FORÇADA • Prega vocal lateralizada ao máximo; • Posição na inspiração máxima; • Não há problema para respirar; • Rara; • Cirurgia mandatária – necessária; • Alteração vocal importantíssima. LESÃO DO LARÍNGEO SUPERIOR Alterações vocais relacionadas ao CT – responsável pelos sons agudos (presença de voz mais grave) São mais raras. UNILATERAL – PV PARALISADA • Encurtada (perde o poder de estiramento realizado pelo CT); • Rebaixada; • Flácida; • Arqueada. QUALIDADE VOCAL • Discretamente mais grave • Soprosa • Bitonal • Diplofônica; • Rouca; • Descontrole dos agudos. PARALISIA BILATERAL DO CT Ausência do estreitamento da distância cricotireoidea (semelhante a fixação da art. cricotireoidea). • PPVV arqueadas e flácidas • Voz rouca; • Soprosa; • Grave; • Monótona; • Pouca altura; • Fraca; • IPFA; • Ressonância laringofaringea; • Fadiga por sobrecarga do TA; É comum ter engasgos e aspirações Não apresenta bons resultados com fonoterapia – não há tratamento efetivo Os músculos afetados se tornam flácidos num primeiro momento e depois ficam mais fibróticas. Há uma atrofia da PV. Dependendo do grau de atrofia e fibrose, a borda livre da PV pode estar: RETILÍNEA: Sem desvios, fechamento glótico facilitado. ARQUEADA: Fenda fusiforme, fechamento glótico dificultado. Quanto maior o enrijecimento da PV, pior o prognóstico. O ressecamento da mucosa por radioterapia reduz a vibração da PV.
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