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Resumo saúde e aspectos vocais

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ANATOMIA E FISIOLOGIA VOCAL 
A voz é composta pelos 3F 
• Fluxo – Ar 
• Filtro – Cavidades de ressonância (cavidade 
oral, cavidade nasal, faringe, laringe – sub 
glote) 
• Fonte – Laringe 
LARINGE 
A laringe é responsável pela: 
RESPIRAÇÃO – Permite a passagem do ar da via aérea 
superior para a via aérea inferior. Umidifica, aquece e 
filtra o ar e impede a penetração de corpos estranhos 
DEGLUTIÇÃO – auxílio no fechamento da via aérea 
durante a deglutição. 
FONAÇÃO – função secundária. 
EMBRIOLOGIA DA LARINGE 
A laringe se forma entre a 4º e a 10º semana do 
desenvolvimento embrionário. 
As estruturas da laringe são derivadas dos arcos 
faríngeos II, III, IV, V e VI, exceto o I. 
ANATOMIA DA LARINGE 
A Laringe é uma unidade FUNCIONAL , formada por 
cartilagens, músculos, membranas e mucosas. 
OSSO HIÓIDE 
• Sustentação óssea da Laringe 
• Apoia os músculos da língua 
• Único osso do corpo que não se articula a 
outros ossos 
• Região superior da laringe 
• Formato de ferradura 
CARTILAGENS DA LARINGE 
CARTILAGEM TIREÓIDEA – é a maior cartilagem da 
Laringe 
• Ímpar 
• Formada por duas lâminas (a união dessas 
lâminas forma a proeminência laríngea) 
CARTILAGEM CRICÓIDEA – é a segunda maior 
cartilagem da Laringe 
• Ímpar 
• Possui um formato circular completo 
• Região anterior mais estreita – arco 
• Região posterior mais larga – lâmina, que serve 
de apoio para as cartilagens aritenóideas. 
CARTILAGEM EPIGLÓTICA – protege as vias aéreas 
inferior e abaixa e fecha o ádito da laringe 
• Cartilagem ímpar 
• Formato de folha 
MOVIMENTAÇÃO: 
• Deglutição – proteção das vias aéreas 
(retroversão) 
• Fala – acompanha a língua 
• Produção vocal – seu abaixamento contribui 
para o volume e a projeção 
CARTILAGEM ARITENÓIDEA – apoiada sobre a base da 
cartilagem cricóidea, isso permite o deslizamento 
sobre essa, realizando a abertura e fechamento da 
prega vocal. 
Possui 3 processos: 
• Processo póstero-lateral 
• Processo medial 
• Processo antero-medial – onde estão inseridos 
o músculo vocal e o ligamento vocal. 
CARTILAGEM CORNICULADA – é uma cartilagem 
acessória, apoiada na cart. Aritenóidea. 
MEMBRANAS DA LARINGE 
MEMBRANA TIREO-HIÓIDEA – entre o osso hióide e a 
cart. tireóidea 
MEMBRANA CRICOTIREÓIDEA – entre a cart. 
cricóidea e a cart. tireóidea 
MEMBRANA TIREÓIDEA 
LIGAMENTOS DA LARINGE 
LIGAMENTO CRICOTIREÓIDEO – entre a cart. 
cricóidea ea cart. tireóidea 
LIGAMENTO HIOEPIGLÓTICO – entre o osso hióide e a 
cart. epiglótica 
 
 
MÚSCULOS EXTRÍNSECOS DA LARINGE 
Fixam a laringe no pescoço – abaixamento e elevação 
MÚSCULOS SUPRA-HIÓDEOS 
• M. Estilo-hióideo 
• M. Milo-hióideo 
• M. Gênio-hióideo 
• M. Digástrico 
MÚSCULOS INFRA-HIÓIDEOS 
• M. Omo-hióideo 
• M. Esterno-hióideo 
• M. Esterno-tireóideo 
 
MÚSCULOS ÍNTRINSECOS DA LARINGE 
Possuem origem e inserção na laringe 
Funções – respiração, fonação e deglutição 
São músculos pares, exceto o m. aritenóideo 
ABDUZ – ABRE 
ADUZ – FECHA 
TIREOARITENÓIDEO – TA 
Está inserido no processo/ligamento vocal da cart. 
aritenódeia. 
Possui duas fibras – músculo lateral e músculo vocal. 
Função – abduz, encurtamento e espessamento da 
PPVV e abaixa a laringe. 
Quando o TA se contrai, produz sons graves. 
Inervação – N. laríngeo inferior – ramo anterior 
CRICOARITENÓIDEO POSTERIOR – CAP 
Função – único músculo abdutor (abre) as PPVV. 
Eleva, alonga e afila a PPVV, permitindo a respiração 
(músculo da vida) 
Inervação – N. laríngeo inferior – ramo anterior 
CRICOARITENÓIDEO LATERAL – CAL 
Função – aduz (fecha) a PPVV 
Para um fechamento completo, aciono o CAL e os AA 
Inervação - N. laríngeo inferior – ramo anterior 
ARITENÓIDEO – A 
Parte transversa e parte oblíqua 
Função – aduz (fecha) as PPVV. 
Inervação – N. Laríngeo inferior – ramo posterior 
CRICOTIREÓIDEO – CT 
Função: estira e tensiona a PPVV, produzindo um som 
agudo 
Movimento de Báscula – deslocamento da cart. 
tireóidea para baixo e a cart. cricóidea para cima em 
até 15º, estirando a PPVV. 
Inervação – N. Laríngeo superior – ramo externo 
ARIEPIGLÓTICO – AE 
Função – abaixa a epiglote durante a deglutição, 
promovendo a retroversão. 
TIREOEPIGLÓTICO – TE 
Função – auxilia a epiglote no retorno de sua posição 
normal após a contração do AE. 
 
 
REGIÕES LARÍNGEAS 
GLOTE – espaço entre os bordos superior e inferior 
das pregas vocais – onde estão as PPVV. 
ACIMA DAS PPVV – Supra glote 
ABAIXO DAS PPVV – Sub glote 
 
MORFOLOGIA DA PREGA VOCAL 
Modelo anatômico corpo-cobertura de Minoro Hirano 
(1970) 
Esse modelo estratifica (camadas) a PPVV, e cada 
camada apresenta uma propriedade mecânica 
diferente. 
 
 
EPITÉLIO - REVESTIMENTO 
• Tecido Epitelial Estratificado Pavimentoso 
• Não há glândulas mucosas 
CAMADA SUPERFICIAL LÂMINA PRÓPRIA 
• Espaço de Reinke 
• Solta e flexível 
• Vibra mais intensamente durante a 
fonação 
CAMADA INTERMEDIÁRIA LÂMINA PRÓPRIA 
• Mais densa 
• Fibras elásticas 
CAMADA PROFUNDA LP 
• Fibras Colágenas – rígidas 
MECANISMO DE VIBRAÇÃO GLÓTICA 
É impossível observar o ciclo glótico a olho nu, pois é 
uma vibração muito rápida. 
É necessário um exame com luz estroboscópica 
Cada ciclo glótico é formado por quatro etapas: 
• Fase aberta – prega vocal está aberta 
• Fase de fechamento – prega vocal se fecha 
• Fase fechada – totalmente fechada 
• Fase de abertura – prega vocal se abrindo 
Para que aconteça a abertura, precisamos de um fluxo 
de ar que vem dos pulmões, promovendo a pressão 
subglótica, fazendo com que a prega vocal se abra. 
Esse efeito é chamado de Efeito de Bernoulli. 
Durante a respiração ocorre a passagem total do ar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO CLÍNICA DA VOZ 
VOZ NORMAL X DISFONIA 
Não existe voz normal 
Não há um consenso quanto aos conceitos de VOZ 
NORMAL e DISFONIA 
Não existem padrões nem limites definidos 
O conceito de “normalidade” é amplamente 
influenciado pelo meio e mutável ao longo do tempo. 
 
EUFONIA 
• Som de boa qualidade 
• Harmonia muscular 
• Produzida sem dificuldade pelo falante 
• Percebida sem esforço pelo ouvinte 
• Quando os atributos mínimos de 
• harmonia e conforto não são 
Quando esses atributos mínimos de harmonia e 
conforto não são respeitados, há uma DISFONIA. 
COMO JULGAR A NORMALIDADE DE UMA VOZ? 
1. A voz é adequada para oferecer ao ouvinte 
inteligibilidade da fala? 
2. Suas propriedades acústicas são 
esteticamente aceitáveis? 
3. A voz preenche as demandas profissionais e 
sociais do falante? 
4. Qual o grau de desconforto/esforço feito pelo 
próprio falante? 
VOZ NORMAL X VOZ ADAPTADA 
Substituir voz normal por voz adaptada, isso isenta a 
discussão da controvérsia sobre normalidade 
• Produção vocal de qualidade aceitável 
socialmente 
• Não interfere na inteligibilidade da fala 
• Permite o desenvolvimento profissional 
• Frequência, intensidade e modulação 
adequadas 
• Transmite a mensagem emocional correta 
 
DISFONIA 
“Representa toda e qualquer dificuldade na 
comunicação oral que impede a produção natural da 
voz “(Behlau & Pontes, 1995) 
É um distúrbio da comunicação oral no qual a voz não 
consegue cumprir seu papel básico de transmissão da 
mensagem verbal e emocional de um indivíduo. 
 
• Desvios na qualidade vocal (áspera, rouca, 
soprosa) 
• Esforço a emissão 
• Fadiga 
• Perda na potência da voz 
• Variações descontroladas de frequência 
• Falta de volume e projeção 
• Perda de eficiência vocal 
• Baixa resistência vocal 
• Sensações desagradáveis a emissão 
 
AVALIAÇÃO VOCAL 
Anamnese – durante toda a avaliação, devemos 
observar o uso da voz, a CPFA (coordenação 
pneumofonoarticulatória) e as habilidades de 
comunicação. 
Deve conter: 
• Ficha de identificação 
• Dados demográficos regulares 
• Quem encaminhou? 
• Telefones, e-mail e endereço 
• Nome dos acompanhantes 
 
ANAMNESE ESSECIAL 
•QUEIXA – a queixa é do paciente, então 
devemos sempre anotar o que o paciente diz 
“eu sou afônico” 
• DURAÇÃO – quanto tempo você tem esse 
problema? 
• SINTOMAS – cansaço, ardência, dor, fadiga, 
coceira 
• FLUTUAÇÃO – acordo rouco, ao dormir, no 
final do dia, o dia todo, piora ou melhora 
quando... 
• EPISÓDIOS ANTERIORES – é a primeira vez ou 
já teve isso? 
• USO DA VOZ – professor, cantor, palestrante 
• PERSONALIDADE – alguém que fala muito, é 
mais desenvolto, calmo, nervoso, agitado. 
• DOENÇAS – parkinson, refluxo, rinite, sinusite, 
AVE, enxaqueca, usa medicamento 
• Tratamentos anteriores 
 
SINTOMAS VOCAIS 
SINTOMAS DE ALTERAÇÕES NA QUALIDADE VOCAL 
– para o paciente, tudo é rouquidão ou afonia. É 
importante observar o que mudou na qualidade vocal 
habitual do indivíduo. Esses sintomas podem estar 
associados a lesões de massa. 
SINTOMAS DE FADIGA E ESFORÇO VOCAL – Para 
alguns pacientes a alteração vocal não é tão 
importante, mas o esforço ou cansaço associado a 
produção da voz podem modificar completamente o 
comportamento vocal, paciente pode referir cansaço 
progressivo, esforço para melhorar a projeção, ou a 
piora da voz em alguns determinados períodos 
(fendas ou DTM) 
SINTOMAS DE PRESENÇA DE AR NA VOZ – O 
paciente pode referir ar constante, ar no final das 
emissões ou ar nos agudos, quando canta (fendas 
glóticas- triangulares, tensão muscular, fenda 
fusiformes, AEM) 
SINTOMAS DE PERDA DE FREQUÊNCIA DA 
EXTENSÃO VOCAL – Extensão vocal reduzida, tanto 
na região de agudos como na região dos graves - 
comuns em profissionais da voz (quadros 
inflamatórios, edemas, uso excessivo da voz) 
SINTOMAS DE DESCONTROLE NA FREQUÊNCIA DA 
VOZ – Desvios como quebras, falta de modulação, 
modulação excessiva, voz tremula (alterações 
neurológicas – disfonia espasmódica, tremor essencial 
ou distúrbios vocais emocionais) 
SINTOMAS DE DESCONTROLE NA INTENSIDADE 
VOCAL – Desvios, quebras com perda total na 
sonorização, dificuldade em modular a intensidade 
vocal (abuso, fadiga, distúrbios neurológicos) 
SINTOMAS DE SENSAÇÕES DESAGRADÁVEIS A 
EMISSÃO – Dor a emissão a emissão vocal, dor 
muscular na cintura escapular ou face após fala 
prolongada, sensação de ardor, queimação ou corpo 
estranho na laringe (podem indicar tensão muscular ou 
lesões da região posterior, granulomas por RLF) 
 
AVALIAÇÃO CLÍNICA DO COMPORTAMENTO 
VOCAL 
É uma investigação básica sobre os principais 
parâmetros empregados pelo indivíduo em sua 
comunicação habitual. 
OBJETIVOS: 
• AVALIAR OS PARÂMETROS VOCAIS – tipo de 
voz, frequência, intensidade, medidas 
fonatórias e CPFA 
• DESCRIÇÃO DOS AJUSTES DE TRATO VOCAL 
E DO CORPO EMPREGADO NA PRODUÇÃO DE 
VOZ – alinhamento vertebral, posição do tórax 
e da cabeça, posição da laringe no pescoço, 
participação do vestíbulo na produção da voz, 
grau de abertura de boca. 
• IDENTIFICAÇÃO DOS COMPORTAMENTOS 
VOCAIS NEGATIVOS – descrição do perfil 
comunicativo do indivíduo, descrição dos 
hábitos vocais, emprego de diferentes vozes e 
identificação das habilidades gerais. 
 
MATERIAL NECESSÁRIO: 
• Gravador 
• Computador 
• Cronometro 
• Protocolos 
• Softwares 
 
AVALIAR: 
• Parâmetros vocais 
• Dinâmica respiratória 
• Aspectos prosódicos 
• Estruturas da fonação 
• Funções neurovegetativas 
• Autoavaliação – protocolos QQV e IDV 
 
QUALIDADE VOCAL 
Conjunto de características que identificam uma voz, é 
a impressão criada por aquela voz. Ela identifica o 
indivíduo e traz informações das dimensões biológicas, 
psicológica e socioeducacionais. 
 
 
PRINCIPAIS TIPOS DE VOZ 
• Rugosa (rouca) – irregularidade na vibração 
das PPVV 
• Áspera 
• Soprosa 
• Sussurrada 
• Fluída 
• Gutural 
• Comprimida 
• Tensa-estrangulada 
• Bitonal 
• Diplofônica 
• Polifônica 
• Monótona 
• Trêmula 
• Pastosa 
• Branca 
• Crepitante 
• Infantilizada 
• Feminilizada 
• Virilizada 
• Presbifônica 
• Hipernasal 
• Hiponasal 
• Nasalidade mista 
AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO VOCAL 
1. TIPO DE VOZ E GRAU DE ALTERAÇÃO 
(VOGAL SUSTENTADA) 
Utiliza a escala GRBASI para avaliar o tipo de voz e 
o CAPE-V para avaliar o grau de alteração. 
2. PITCH (FALA ESPONTÂNEA OU SEQUÊNCIA 
AUTOMÁTICA) 
Pode ser adequado, agudo ou grave 
3. MODULAÇÃO DA FALA (FALA ESPONTÂNEA 
OU SEQUÊNCIA AUTOMÁTICA) 
Pode ser adequada, excessiva, restrita (voz 
monótona) ou repetitiva 
4. LOUDNESS (FALA ESPONTÂNEA OU 
SEQUÊNCIA AUTOMÁTICA) 
Pode ser adequada, aumentada ou reduzida 
5. ATAQUE VOCAL (COMO INICIA A FALA – 
FALA ESPONTÂNEA OU SEQUÊNCIA 
AUTOMÁTICA) 
Pode ser isocrônico (normal), brusco ou 
soproso/aspirado 
6. RESSONÂNCIA (FALA ESPONTÂNEA OU 
SEQUÊNCIA AUTOMÁTICA) 
Pode ser equilibrada, hiponasal, hipernasal, oral, 
faríngea, laringo-faríngea ou laríngea. 
7. PRONÚNCIA (FALA ESPONTÂNEA 
Pode ser normal, presença de sotaque ou 
regionalismo. 
8. ARTICULAÇÃO (FALA ESPONTÂNEA OU 
SEQUÊNCIA AUTOMÁTICA) 
Pode ser precisa/adequada, imprecisa, travada, 
restrita ou exagerada 
9. DISTÚRBIO ARTICULATÓRIO (FALA 
ESPONTÂNEA) 
Se sim, as estruturas fonoarticulatórias (lábios, 
língua, palato duto, palato mole, mandíbula, 
dentes e oclusão) podem ser adequadas ou 
inadequadas. 
10. DIADOCOCINESIA – VERIFICA O RITMO E A 
PRECISÃO DA FALA 
/a/ /pa/ /ta/ /ka/ /pataka/ 
11. VELOCIDADE DA FALA (FALA ESPONTÂNEA) 
Pode ser normal, reduzisa, aumentada ou muito 
variada 
12. RESPIRAÇÃO (FALA ESPONTÂNEA) 
Modo – misto/buco-nasal, nasal exclusivo, 
bucal/oral 
Tipo – superior/clavicular, médio/toráxico, 
inferior/abdominal ou completa 
13. CPFA (FALA ESPONTÂNEA) 
Pode ser adequada ou inadequada 
14. TEMPO MÁXIMO DE FONAÇÃO – TMF 
Em quantos segundos faz pronúncia sem usar o ar de 
reserva. 
NORMALIDADE: 
• homens = 20s 
• mulheres = 14s 
• valores <10s = alteração 
• crianças = conforme a idade 
RELAÇÃO S/Z 
• normalidade = 0,8s a 1,2s 
• acima de 1,2s = escape aéreo a fonação 
• abaixo de 0,8s = hipercontração glótica na 
fonação 
15. LARINGE EM REPOUSO 
Posição no pescoço – pode ser normal elevada 
abaixada 
Rigidez nas membranas laríngeas e dor ao toque 
16. AUDIÇÃO/COMPREENSÃO ORAL 
Pode ser normal ou perda auditiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO PERCEPTIVA AUDITIVA 
Avaliação da qualidade vocal – avaliação perceptivo 
auditivo. Faço essa avaliação escutando a voz 
É utilizada a Escala GRBASI – avalia prioritariamente a 
FONTE – Laringe 
 
G – GRAU GERAL DA DISFONIA: presença ou ausência 
de disfonia e qual o grau (leve, 
moderada, grave) 
R – RUGOSIDADE: irregularidade na vibração das ppvv 
(rouco) 
B – SOPROSIDADE: passagem de ar junto com a 
vibração (quando você sussurra, sua voz está soprosa) 
A – ASTENIA: fraqueza na voz 
S – TENSÃO: tensão na voz (uma pessoa que tem uma 
voz astênica não possui tensão na voz) 
I – INSTABILIDADE 
 
A soprosidade e a tensão estão bem relacionadas, se o 
paciente tem um fechamento glótico incompleto ele faz 
força para tentar fechar, causando uma tensão 
 
A instabilidade é pior do que a tensão 
 
Presbifonia - alteração vocal por conta do 
envelhecimento (rugosidade e soprosidade) 
 
GRAU DE PONTUAÇÃO: 
 
0 – NORMAL/AUSENTE: nenhuma alteração vocal 
percebida pelo ouvinte 
 
1 – LEVE: alterações vocais discretas ou quando há 
dúvida da presença ou não de alteração 
 
2 – MODERADO: quando a alteração é evidente 
 
3 – INTENSO: alteração vocal extrema. 
 
FOCO RESSONANTAL 
Avaliação do filtro – ressonância 
Esperamos que a ressonância seja equilibrada – a voz 
se projeta em todas as cavidades, com flexibilidade 
para diferentes ajustes e o foco esteja no trato vocal, 
onde predomina a amplificação da voz. 
Temos o foco de ressonância na cavidade nasal, 
cavidade oral, laringe (mais baixa) e na faringe 
(posterior). 
À medida que fazemos ajustes motores diferentes 
(língua para trás/parafrente), teremos vozes com 
impressões acústicas diferentes. 
FOCO LARÍNGEO 
Voz presa na garganta, sem projeção. Há uma tensão 
na região cervical. Pobreza de harmônicos, som 
abafado. 
FOCO FARÍNGEO 
Voz metálica, estridente e tensa. 
FOCO LARINGOFAÍNGEO 
Concentração de energia em conjunto nas estruturas 
da laringe/faringe e possui uma voz comprimida ou 
tensa-estrangulada. 
FOCO ORAL 
Articulação exagerada. 
FOCO NASAL 
HIPONASAL – pouco ar saindo pelo nariz (nariz 
entupido) 
HIPERNASAL – excesso de ar passando pela cavidade 
nasal (fanho) 
SENSAÇÃO DE FREQUÊNCIA (PITCH) 
SENSAÇÃO FÍSICA DA FREQUÊNCIA – normal, aguda 
ou grave 
SENSAÇÃO DE INTENSIDADE (LOUDNESS) 
SENSAÇÃO PSICOFÍSICA DA INTENSIDADE – 
adequada, aumentada ou reduzida. 
CAPE-V (CONSENSO DE AVALIAÇÃO 
PERCEPTIVOAUDITIVA DA VOZ) 
O CAPE-V é uma escala visual analógica que avalia: 
• Grau geral da disfonia 
• Rugosidade 
• Soprosidade 
• Tensão 
• Pitch 
• Loudness 
Escuto a voz e marco na “régua” (0 a 100) 
DI – Discreta 
MO – Mooderada 
AC – Acentuada 
 
Circular a letra (C) se o parâmetro é avaliado como 
consistente – presente durante todas as tarefas; 
Circular a letra (I) se o parâmetro é avaliado como 
intermitente – presença assistemática do desvio; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FENDAS GLÓTICAS 
Disfonias funcionais são causadas por comportamento 
vocal inadequado. 
As fendas glóticas são as alterações posturais das PPVV, 
sendo um tipo de disfonia funcional. 
No fechamento glótico normal há uma coaptação 
glótica completa, não deixando nenhum espaço entre 
as PPVV, principalmente no sexo masculino. 
TIPOS DE FENDAS GLÓTICAS 
As fendas glóticas são divididas conforme a sua forma 
geométrica. 
FENDAS TRIANGULARES 
Estão relacionadas a insuficiência muscular, tanto por 
hiperfunção quanto hipofunção dessa musculatura. 
FENDAS TRIANGULARES POSTERIORES – formam um 
triangulo na parte posterior da prega vocal. Está 
restrita a uma região na área respiratória da laringe, 
essa fenda é considerada uma fenda fisiológica que 
representa o padrão laríngeo feminino e quase nunca 
interfere na qualidade vocal. Quando os homens 
apresentam esse tipo de fenda triangular posterior 
geralmente tem uma laringe de padrão feminino e 
tamanho reduzido. 
Nas mulheres não há alterações vocais, mas podem ter 
um aumento do fluxo de ar e um TMF reduzido. 
Não há indicação de fonoterapia. 
FENDAS TRIANGULARES MÉDIO-POSTERIORES –
Formam um triângulo na parte médio-posterior da 
prega vocal. Ela está contida no teço médio das PPVV, 
na região posterior. Nesse tipo de fenda há uma 
contração excessiva da musculatura intrínseca da 
lainge (hipercinesia). Tem um predomínio da função do 
CAP – único abdutor da laringe. 
É uma fenda típica da disfonia por tensão muscular e 
será precursora dos nódulos vocais. 
Há alterações vocais, podendo ser uma voz soprosa, 
rugosa ou áspera, dependendo das alterações 
orgânicas e secundárias. 
Além disso, há um TMF encurtado e um ataque vocal 
brusco. O volume e a extensão vocal estão diminuídos 
e há sinais de STME. 
Apresentam fadiga vocal, incoordenação 
pneumofonoarticulatória e incoordeação 
fonodeglutitória. 
FENDAS TRIANGULARES ÂNTERO-POSTERIORES – 
formam um triângulo na região ântero-posterior, 
pegando toda a extensão da prega vocal. 
É a menos comum das fendas triangulares, tem um 
predomínio da hipocinesia (pouca contração das 
PPVV). 
Apresentam alterações vocais, podendo ser uma voz 
soprosa de grau variado, intensidade e projeção 
restrita, TMF encurtado. 
É comum nos casos de disfonias por Parkinson. 
FENDAS FUSIFORMES 
Possuem a forma de um fuso com maior separação 
em sua região mediana. 
FENDAS FUSIFORMES ANTERIORES – Possuem 
um fechamento dos 2/3 terços posteriores. Há uma 
deficiência na contração do músculo CT. 
Apresentam alterações vocais como uma frequência 
discretamente elevada (porção vibrante da PV é 
reduzida) e uma voz soprosa, já que possui um escape 
de ar importante. 
FENDA FUSIFORME ANTERO-POSTERIOR – É aberta 
ao longo de toda a prega vocal e está relacionada a 
alterações estruturais. 
Ao realiza a contração, há uma hipercontrição para 
fechar essa PV, podendo ocorrer a formação de 
nódulos ou pólipos. 
FENDA FUSIFORME POSTERIOR – Possui muita rigidez 
nas pregas vocais, principalmente na região anterior. 
FENDAS PARALELAS 
São fendas relativamente incomuns e não há 
alterações vocais específicas. 
 
 
FENDAS DUPLAS 
São fendas triangulares médio-posteriores com lesão 
de mucosa (nódulo). Desaparecem rapidamente 
durante a fonoterapia, pois há a reabsorção da lesão 
de massa. 
FENDAS EM AMPULHETA 
São semelhantes as fendas duplas pois há duas 
aberturas, porém não há presença de nódulos e sim 
uma alteração mínima de cobertura. 
FENDAS IRREGULARES 
As fendas irregulares apresentam uma forma irregular 
e são comuns nos casos de pacientes que fizeram 
radioterapia ou que possuem alterações estruturais 
mínimas de cobertura, câncer ou pós operatório de 
lesões laríngeas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÍNDROME DE TENSÃO 
MUSCULOESQUELÉTICA – STME 
O aumento da tensão dos músculos extrínsecos resulta 
em elevação da laringe no pescoço, em alguns casos 
essa tensão é tão intensa que o conjunto de 
manifestações passa a se chamar SÍNDROME DE 
TENSÃO MUSCULOESQUELÉTICA (STME) ou disfonia 
por tensão muscular e inclui diversos prejuízos vocais. 
CLASSIFICAÇÃO 
PRIMÁRIA – há lesões na estrutura laríngea. Há 
aumento de tensão generalizada em toda a 
musculatura laríngea intrínseca e extrínseca 
simultaneamente, associando-se a postura laríngea 
alterada. 
SECUNDÁRIA – apresentam reações teciduais. 
A STME também é classificada em tipo “I” e tipo “II”. 
 No tipo “I”, ao exame otorrinolaringológico, a laringe 
apresenta-se estruturalmente normal, porém, com 
fenda posterior à fonação e rigidez da musculatura 
supra-hioidea à palpaçã. 
O tipo “II” pode ser subdivido em A e B. 
O tipo A assemelha-se à primeira categoria, porém, 
com lesão organofuncional estabelecida. No tipo B, a 
laringe encontra-se elevada no pescoço, com presença 
de fenda posterior, além de alterações em local fora da 
laringe como a mandíbula, entre outras. Pode haver 
mudanças difusas em toda extensão das pregas vocais 
e episódios de laringite crônica. 
SINAIS E SINTOMAS 
SINTOMAS: 
• compressão mediana das pregas vocais, 
causando diminuição do ângulo de abertura; 
• constrição global mediana (aproximação das 
pregas vestibulares) ou anteroposterior do 
vestíbulo; 
• presença de fendas triangulares; 
• elevação da laringe e 
• ataques vocais bruscos. 
SINAIS: 
• elevação da caixa torácica e dos ombros; 
• aumento da massa muscular do pescoço e da 
nuca; 
• travamento mandibular; 
• distensão venosa; 
• tensão da musculatura supra-hioidea; 
• cabeça hiperestendida; 
• respiração curta e comprimida; 
• expressão facial restrita e tensa; 
• esforço global excessivo e não eficiente. 
O PREJUÍZO NA PRODUÇÃO VOCAL ESTÁ 
RELACIONADO A: 
• inadequação das funções respiratórias; 
• uso incorreto das caixas de ressonância; 
• hipertensão lingual, glótica e da musculatura 
cervical. 
Disfonias hiperfuncionais podem estar relacionadas a 
desequilíbrios da musculatura craniocervical. 
Por meio de avaliação criteriosa, é possível determinar 
se a disfunção vocal altera o comportamento dos 
músculos cervicais e verificar a possível influência 
sobre a postura corporal e vice-versa. 
A reabilitação da produção vocal, enfocando a 
musculatura extrínseca da laringe e de outros grupos 
musculares cervicais, associada à reeducação 
respiratória e à correção de desvios posturais, pode 
reduzir o tempo de terapia. 
A instalação da STME ocorre de forma lenta e 
progressiva, o grau de alteração geralmente é 
compatível com a história clínicae com os dados da 
avaliação fonoaudiológica realizada. 
Embora a STME se enquadre como uma 
subclassificação das disfonias psicogênicas, não ocorre 
supressão dos sintomas com manipulação sintomática. 
A STME sofre influência de fatores externos como 
estresse no trabalho, problemas familiares, 
preocupações profissionais, além de fatores 
intrínsecos, referentes à personalidade do sujeito que 
podem levar ao aumento de tensão, como o 
perfeccionismo e a ansiedade. 
Os pacientes apresentam hipertensão muscular 
durante a fala, sem associação direta com afecções 
laríngeas. A incoordenação ou contração excessiva dos 
músculos associados à produção da voz pode-se 
manifestar em qualidade vocal rouca, comprimida ou 
tenso-estrangulada, hiperadução das pregas vocais e 
das bandas ventriculares, constrição esfinctérica da 
laringe, com predomínio de ataques vocais bruscos, 
ressonância laringofaríngea e aumento do número de 
quebras de voz. Também são observados desvios de 
pitch e loudness para ambos os extremos, além de 
sintomas como dor na região do pescoço e/ou fadiga 
ou, até mesmo, afonia. 
Em casos de fadiga da musculatura da laringe, é 
coerente haver aumento de esforço na produção vocal 
e estresse mecânico resultante da colisão entre as 
pregas vocais durante a fonação excessiva, causando a 
morte de células epiteliais e a separação das fibras de 
colágeno e elastina da membrana basal. 
Posteriormente, em virtude do aumento de vibração, 
pode ocorrer aumento da pressão intravascular e 
consequente extravasamento de eritrócitos e variação 
da dinâmica dos fluidos na estrutura da prega vocal. 
Esses processos alteram as propriedades biomecânicas 
do tecido como a viscosidade e, portanto, têm 
capacidade de causar mudança nas características 
vibratórias. Isso deslocaria o limiar de pressão 
fonatória e causaria instabilidade à fonação com 
quebras de voz. Esse processo resulta em sintomas 
como desconforto, dor ou sensação de voz arranhada. 
Outro sinal comumente encontrado na STME é a língua 
em posição rebaixada e hipertensa, apoiada 
firmemente contra os arcos dentais, com o rebordo 
lingual marcado e sulcado pelos dentes. A língua se liga 
à laringe por meio do osso hioide e movimenta- -se 
constantemente durante a fala. Dessa maneira, sua 
posição hiperfuncional posteriorizada ocasiona 
ressonância horizontal posterior. Os sintomas vocais da 
STME tendem a amenizar em períodos de maior 
repouso e menor estresse. 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico da STME é difícil, uma vez que há 
possibilidade de as pregas vocais apresentarem 
aspecto normal ao exame otorrinolaringológico, mas 
com quadro sintomático de disfonia inexplicável e 
persistente. Algumas vezes, inclusive, ocorre erro no 
diagnóstico em função da similaridade dos sintomas 
com outros tipos de disfonia, como a disfonia 
espasmódica de adução. 
 
ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS MÍNIMAS 
DE COBERTURA – AEMC 
Aparecimento de desarranjo histológico nas pregas 
vocais que prejudica principalmente o ciclo vibratório. 
Podem ser indiferenciadas ou diferenciadas. 
INDIFERENCIADAS – não são definidas 
macroscopicamente e sugerem uma redução ou 
ausência de uma ou várias camadas da mucosa, sendo 
a mais comumente observada a redução no espaço de 
Reinke. Apresenta rigidez na mucosa e por sua 
possibilidade variada e não específica em sua 
apresentação, não há classificação nas AEMC 
indiferenciadas 
DIFERENCIADAS – alterações histológicas típicas de 
características próprias e bem definidas que podem ser 
agrupadas em 5 tipos. 
• Sulco vocal – sulco oculto, sulco estria e sulco 
bolsa 
• Cisto epidermóide – cisto glandular e 
pseudocisto 
• Ponte de mucosa – intrínseca e extrinseca 
• Microdiafragma laríngeo 
• Vasculodisgenesia 
São encontradas: 
✓ Isoladas ou em ocorrência múltipla; 
✓ Em uma mesma prega vocal ou em ambas; 
✓ Em associação com alterações indiferenciadas; 
✓ Pode ou não haver impacto na produção da 
voz. 
A presença pode ser sugerida pela QUALIDADE VOCAL 
INFERIDA ou observada diretamente no EXAME DA 
LARINGE, tanto a FONAÇÃO como a RESPIRAÇÃO. 
SULCO VOCAL 
Depressão na prega vocal que se dispõe paralelamente 
a borda livre. 
• Assintomático 
• Sintomático com pequena alteração vocal 
• Sintomático com fadiga e disfonia severa, 
impedindo o uso social da voz. 
Se apresenta de acordo com o grau da invaginação 
mucosa: 
SULCO OCULTO 
• É o mais comum e mais difícil de ser 
identificado; 
• A presença é inferida apenas sob luz 
estroboscópica; 
• Diminuição da mobilidade da mucosa da PV, ou 
movimento em bloco da PV ou de uma região; 
• Impacto vocal mínimo na voz falada – redução 
na extensão vocal ou pouca resistência ao uso 
contínuo da voz; 
Tratamento – reabilitação vocal. 
SULCO ESTRIA 
Há duas variantes de acordo com a invaginação das 
camadas da mucosa – estria menor e estria maior 
ESTRIA MENOR – linha atrófica na mucosa 
• Escurecida/cinza-azulada; 
• Uni ou bilateral; 
• Simétrica ou assimétrica; 
• Unitário ou múltiplo ao longo da PV; 
• Paralelo a borda livre, na face vestibular ou na 
face subglótica; 
• Observado mais facilmente durante a 
respiração; 
• Melhor avaliado pela microlaringoscopia 
exploratória; 
Qualidade vocal – o comprometimento depende 
do grau de adesão do sulco as camadas 
intermediárias e profunda do ligamento vocal. 
ESTRIA MAIOR – depressão ao longo da PV 
• Forma uma canaleta paralela a borda livre da 
PV; 
• Bilateral e assimétrica; 
• Lábio superior mais flexível e lábio inferior 
espesso e rígido; 
• Aderido aos planos mais profundos da mucosa, 
podendo invadir o músculo vocal; 
• Mobilidade da mucosa da PV pode ser 
prejudicada; 
Qualidade vocal – desagradável, rouco-áspera, bitonal, 
frequência fundamental aguda ou hiperaguda, como se 
as PV estivessem fora de sintonia. 
Esforço vocal frequente associado com STME; 
Coaptação glótica insuficiente – fenda glótica 
fusiforme. 
Ou seja, toda vez que houver uma fenda fusiforme 
deve-se pesquisar a presença de sulco vocal. 
Tratamento – cirurgia, fonoterapia pré e pós 
operatória. 
SULCO BOLSA 
Conhecido também como cisto aberto. 
Imagem clínica apresenta duas configurações 
principais: 
1. SEMELHANTE AO SULCO ESTRIA MAIOR – 
lábios do sulco bolsa se tocando como o fecho 
de uma bolsa pochete, havendo uma cavidade 
entre eles. 
2. SEMELHANTE À DO CISTO – abaulamento na 
mucosa, revelado apenas durante a cirurgia. 
Possui vibração melhor no sulco bolsa do que no sulco 
estria maior. 
Pode ou não haver abaulamento na PV, essa imagem 
pode ser variável, mais evidente durante episódios 
disfônicos e praticamente normal fora das crises. 
Observa-se nitidamente o limite da bolsa. 
QUADROS INFLAMATÓRIOS – monocordite (aumenta 
a suspeita do sulco) 
COAPTÇÃO GLÓTICA – completa, irregular ou fenda 
dupla. 
O atrito entre as PV produz lesões secundárias: 
• Reações contralaterais; 
• Pólipos contralateral; 
• Edemas mono ou bilaterais; 
• Monocordite homolateral; 
• Laringite crônica; 
• Leucoplasia. 
Essas lesões secundárias mascaram o quadro de AEM 
de base em até 70% dos casos. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
SULCO ESTRIA – voz rouco-áspera e aguda pela tensão 
e rigidez da mucosa. 
SULCO BOLSA – voz rouca de frequência fundamental 
grave. 
CISTO EPIDERMÓIDE 
Chamado de cisto profundo ou cisto de inclusão 
epitelial. 
É uma cavidade fechada, localizada profundamente no 
interior da PV (camada superficial da lâmina própria); 
• Sem aderência ao epitélio; 
• Com ou sem aderência ao epitélio vocal; 
Quanto ao volume do cisto, pode ser: 
Pequeno a ponto de ser chamado de microcisto, 
identificado com o auxílio da fonação inspiratória. 
Grande ao ponto de comprometer toda a lâmina 
própria. 
Quanto a cavidade, pode ser: 
CAVIDADE SOLTA – compromete menos a vibração e 
produz a voz adaptada. 
CAVIDADE FIRMEMENTE ADERIDA AS CAMADAS 
PROFUNDAS – impactomenor. 
CAVIDADE CÍSTICA é formada de epitélio 
pluriestratificado, com maior ou menor grau de 
queratinização, crescimento centrípeto e repouso na 
membrana basal. 
CONTEÚDO CÍSTICO – material de descamação 
cornificado, com cristais de colesterol formando um 
preenchimento líquido ou sólido. 
Acinzentado nas primeiras fases e perolado quando 
formado a mais tempo. 
Alterações vasculares ou vasculodisgenesias 
aracnóideas são frequentemente associadas. 
O CISTO PODE SER – assintomático ou levemente 
assintomático. 
ALTERAÇÃO VOCAL – voz rouca devido a 
irregularidade dos ciclos glóticos, voz grave devido ao 
aumento de massa na PV, uni ou bilateral, unilateral – 
com reação contralateral é confundido com nódulos 
vocais. 
TRATAMENTO – reabilitação vocal 
Crises disfônicas 
• Próprio uso da voz; 
• Aumento de atividade profissional; 
• Estresse; 
• Refluxo gastroesofágico; 
• Crises alérgicas; 
• Infecções de vias aéreas; 
• Abuso vocal. 
Repetições das crises podem aumentar o volume do 
cisto, requer tratamento medicamentoso e cirúrgico. 
A remoção cirúrgica é indicada quando o equilíbrio 
fonatório não é conseguido, permanecendo o paciente 
com voz instável. 
A remoção do cisto deve ser completa, preservando 
máximo de mucosa saudável. 
Crianças, principalmente do sexo masculino, devem 
optar por remoção cirúrgica, a fim de evitar a ruptura 
do cisto e sua transformação num sulco adquirido e 
rígido, que piora a qualidade vocal. 
Variante - cisto fistulizado. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
Cisto glandular e pseudocisto - lesões que não fazem 
parte da AEMC, mas devem ser consideradas no 
diagnóstico diferencial. 
CISTO GLANDULAR/MUCOSO 
• Cisto de retenção – glândula com drenagem 
obstruída 
• Paredes císticas recobertas de epitélio 
glandular 
• Possui duas camadas – interna ciliada colunar 
e externa células cubóides. 
• Contém líquido mucoide (imagem amarelada 
típica) 
PSEUDOCISTO 
• Lesão circunscrita e unilateral (ocorre em 
qualquer região da borda livre da PV, mais 
comum na região dos nódulos) 
• Imagem do pseudocisto - translucida como 
uma gota de orvalho. 
• É comum na maior parte das lesões de 
cobertura por AEM. 
• Pode haver reabsorção espontânea e quando 
não ocorre, fica indicado a remoção cirúrgica 
Qualidade vocal – interferência no ciclo vibratório 
produzindo voz rouca e grave, grau discreto e 
moderado sem característica áspera, bitonal e 
desagradável. 
PONTE DE MUCOSA 
Alteração rara, formada por um arco de túnica mucosa 
em forma de alça totalmente epitelizada. 
INTRÍNSECA – arco situa-se ao longo da prega vocal. 
Possui largura e extensão variável, alça apoiada sobre 
a superfície da PV participando da vibração da mucosa. 
Pequeno impacto vocal – leve aspereza ou fadiga vocal 
que pode aumentar nas situações de edema laríngeo. 
Presença do tecido rígido da ponte pode desencadear 
uma lesão contralateral: 
• Edema 
• Espessamento 
• Pólipo 
• Leucoplasia 
EXTRÍNSECA – arco da mucosa desloca-se da PV e vai 
para o ventrículo laríngeo. alça da região anterior da PV 
com inserção oposta no vestíbulo laríngeo. É estreita 
ou alargada em forma de leque. 
A rigidez produzida pode deslocar a frequência 
fundamental para levemente mais aguda gerando 
fadiga vocal. 
Presença isolada da ponte extrínseca não provoca 
alterações vocais significativas. 
MICRODIAFRAGMA LARÍNGEO 
Pequena membrana mucosa na comissura anterior das 
PPVV, dando a impressão da pele que observamos 
entre os dedos das mãos. A comissura anterior não é 
angulosa e sim, preenchida por um tecido translúcido. 
Pode ser SUBGLÓTICA ou GLÓTICA. 
Frequentemente unitário, mas pode haver duas ou três 
membranas quando é de localização subglótica. 
Impacto vocal depende da rigidez, espessura e nível de 
inserção. 
Em crianças do sexo masculino pode dificultar ou 
impedir a mutação vocal fisiológica, pois reduz a 
extensão da área vibratória das PPVV. 
O impacto é variável, gerando disfonia discreta 
monossintomática com descolamento da frequência 
fundamental para agudos. Pode ser observados 
nódulos secundários racionais a presença do 
microdiafragma, principalmente nos subglóticos. 
É necessária uma maior pressão subglótica para se dar 
início a sonorização glótica, maior grau de 
compreensão medial e ataque vocal brusco, o que 
favorece o aparecimento dos nódulos. 
Raramente a cirurgia é indicada, devido a frequência de 
reincidência. 
VASCULODISGENESIA 
A rede vascular normal das PPVV apresenta um arranjo 
linear paralelo ao eixo longitudinal e quase nunca 
visível em situações ditas normais. 
Essa alteração causa um aparecimento de rede 
anormal de vasos sanguíneos nas PPVV. 
É uma condição rara que provoca consequências vocais 
importantes com disfonia acentuada podendo 
requerer remoção ou cauterização cirurgia. 
Quase sempre está relacionado a outras lesões e 
aparecem na região de maior alteração das camadas da 
lâmina própria. 
FORMAS MAIS COMPLEXAS DAS 
VASCULODISGENESIAS: 
Aracnóideas – associadas a outra AEMC, tais como 
cistos ou sulcos bolsas, não aparecem em indivíduos 
normais ou com lesão organofuncionais, tais como 
nódulos e pólipos. 
Apresenta mudança com aspectos inflamatórios da 
laringe e síndrome de tensão pré-menstrual. 
Raramente produzem por si só um impacto vocal 
importante. 
 
 
 
DISFONIA PSICOGÊNICA 
Reconhecida pelo clínico como início brusco e perda 
repentina da voz ocasionado por um acontecimento 
repentino (assalto). 
Diferente da disfonia psicogênica por problema 
neurológico. 
Correlaciona sintomas vocais como problemas nas vias 
respiratórias como gripes ou laringites 
Os sintomas vocais podem ser intermitentes como 
momentos de melhora e de piora, e se ainda tem uma 
voz normal. 
TERMINOLOGIAS 
• Afonia de conversão – não fonação devido a 
algum acontecimento que converteu a fala. 
O indivíduo converte essa fala em um 
acontecimento. 
• Afonia histérica 
• Afonia psicogênica 
• Afonia funcional 
• Mutismo funcional ou de conversão 
CATEGORIAS – FALA ARTICULADA E FONAÇÃO 
SUSSURRADA. 
CARACTERÍSTICAS 
Possui um quadro evidente de alterações emocionais e 
voz ausente para a fala. 
Em situações neurovegetativas como o pigarro, riso, 
bocejo, suspiro e choro a voz sai sem alteração. 
É predominante no sexo feminino e a duração dos 
sintomas pode durar dias ou anos. 
FALA ARTICULADA 
• Na fala articulada possui uma ausência total de 
sonoridade e não possui ativação de fonte 
glótica ou friccional. 
• Sem ar audível a fonação 
• Presença de articulação dos sons da fala 
• Fenda triangular em toda a extensão ou fenda 
restrita. 
 
FONAÇÃO SUSSURADA 
• Som gerado pela fricção do ar expiratório; 
• Possui um fechamento muito firme das pregas 
vocais; 
• Ar direcionado para a porção respiratória; 
MUDA VOCAL 
A muda vocal é um fenômeno fisiológico. 
13-15 anos nos homens 
12-14 anos nas mulheres (é mais raro) 
Nos meninos a laringe se diferencia, tendo uma 
hipertrofia do TA – proeminência laríngea (pomo de 
adão) 
DISFONIAS POR ALTERAÇÕES DA 
MUDA VOCAL 
• Nos homens é mais frequente, rara as causas 
orgânicas; 
• Normalmente é relacionado a causas na esfera 
emocional; 
• Psicodinâmica vocal – imaturidade, 
passividade, submissão, indefinição sexual, 
instabilidade, emotividade excessiva e 
fraqueza. 
ETIOLOGIA 
Medo de assumir responsabilidades da vida adulta. 
É mais frequente em filhos únicos que são 
superprotegidos e que tem o desejo de manter uma 
voz aguda. 
ESTUDO DIRIGIDO 
1. Disfonia funcional (não há alteração estrutural) 
2. É mais comum no sexo feminino do que no sexo 
masculino, numa proporção de 8 mulheres para 1 
homens. 
3. O diagnóstico da disfonia psicogênica é dado a partir 
da ausência de alterações orgânicas no exame 
laringológico combinados com algum grau de 
alterações vocais em que ações não relacionadas à 
fonação, como tosse epigarro, permanecem normais. 
Entretanto, o diagnóstico não descarta tensões 
musculares que podem contribuir para o grau da 
disfonia. 
Em qualquer quadro psicogênico é essencial um 
diagnóstico diferencial, a fim de viabilizar um 
tratamento fonoaudiológico e médico adequados e 
mais efetivos para cada paciente, além de ser 
fundamental a exclusão de qualquer base orgânica no 
quadro apresentado. 
4. apresentar ao exame laringológico pouca adução das 
pregas vocais, além de elas estarem alongadas, o que 
configura o pitch agudo e a soprosidade observados 
durante a fonação do paciente. 
5. qualidade vocal levemente soprosa, 
moderadamente instavel e tensa severa com 
ressonância laringofaríngea, pitch agudo e loudness 
adequado. 
6. À avaliação do comportamento vocal apresentou 
ataque vocal soproso intermitente, articulação precisa 
e pronúncia inteligível, incoordenação 
pneumofonoarticulatória, velocidade de fala adequada 
e referiu dor à fonação. 
Apresentou tempos máximos fonatórios abaixo do 
esperado para sexo e idade: /a/: 14,9 seg; /i/: 14,6 seg; 
/u/: 16,9 seg; /s/: 14,4 seg; /z/: 18,5 seg; com relação 
s/z de 0,77, sugerindo hiperconstrição glótica. Além 
disso, foi percebido que o paciente mantinha 
sonoridade normal em ações não relacionadas 
diretamente à fonação, como pigarro e tosse. 
7. Aplicação do protocolo Avaliação do 
comportamento vocal 
8. A disfonia psicogênica é resultado de estresse 
psicossocial crônico ou agudo, devida a eventos 
crônicos, acumulados ao longo do tempo. 
 
 
 
 
 
 
 
DISFONIAS ORGANO FUNCIONAIS 
Alteração no comportamento vocal. 
Comportamento vocal – como eu uso a minha voz. 
COMPORTAMENTOS VOCAIS INADEQUADOS 
• Desnutrição/desidratação 
• Beber 
• Fumar 
• Falar alto 
• Gritar 
• Chorar 
• Imitação 
• Forçar risada 
• Falar muito e sem pausas 
• Ataque vocal brusco 
• Falas agressivas 
O QUE É? 
Lesões estruturais benignas decorrentes de 
comportamento vocal alterado e inadequado. 
Podem ocorrer por: 
• Atraso no diagnóstico; 
• Atraso na busca do tratamento; 
• Não valorização da queixa inicial. 
CAUSAS 
• Comportamento vocal inadequado ou uso 
excessivo da voz; 
• Predisposição anatomofuncional; 
• Refluxo Gastroesofágico; 
• Alergias; 
• Tabagismo; 
• Tipo e variação na demanda vocal; 
• Fatores de personalidade. 
ASPECTOS IMPORTANTES PARA DEFINIÇÃO DE 
CONDUTA 
• Fatores etiológicos; 
• Localização da lesão (plano horizontal e 
vertical da borda); 
• Presença de assimetria laríngea; 
• Configuração da lesão e dos tecidos das áreas 
circunvizinhas; 
• Impacto na PV contralateral. 
FATORES CAUSAIS 
QUANDO TRATAMOS A DISFONIA ORGANO 
FUNCIONAL, DEVEMOS COMPREENDER OS 
FATORES QUE ESTÃO LIGADOS AO MAU USO 
DESSA VOZ. 
Importante na definição da gênese da lesão. 
LOCALIZAÇÃO DA LESÃO NOS PLANOS 
HORIZONTAL E VERTICAL DA BORDA LIVRE DA 
PREGA VOCAL 
1. Lesões anteriores – maior probabilidade de 
evolução com fonoterapia 
2. Lesões posteriores – variáveis 
3. Lesões na face vestibular - interferência 
mínima na PV e riscos cirúrgicos baixos. 
4. Lesões da borda livre – prejudicam a qualidade 
vocal e coaptação glótica, causa fadiga vocal 
5. Lesões de face subglótica – dificuldade do 
ataque vocal, desvio de sonoridade e fadiga 
vocal 
TODAS AS LESÕES PODEM APARECER 
SECUNDÁRIAS A AEM. 
LESÕES DESENVOLVIDAS EM PRESENÇA DE 
ASSIMETRIA LARÍNGEA 
Lesões de massa as vezes contribuem na coaptação. É 
necessário realizar fonoterapia como teste terapêutico 
para verificar a efetividade, já que a cirurgia pode 
piorar a qualidade vocal. 
CONFIGURAÇÃO DA LESÃO 
Deve considerar as características do tecido: 
• Verificar vasos dilatados e regiões 
circunvizinhas, desarranjo vascular associado 
ou AEM oculta. 
• Áreas escavadas próximas “efeitos tenda” 
CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES 
• Nódulos 
• Pólipos 
• Edema de Reinke 
• Úlcera de contato 
• Granuloma 
• Leucoplasia 
NÓDULOS VOCAIS 
Lesão de massa benigna bilateral. 
Características esbranquiçada ou avermelhada na 
região anterior das PPVV. 
Está relacionado ao abuso vocal. 
É a lesão laríngea mais comum. 
Geralmente são bilaterais na junção do terço médio 
com o terço anterior da PV, já que é a zona que 
concentra mais energia durante a fonação. 
PREVALÊNCIA 
Mais frequente em mulheres entre 20 e 50 anos (9:1) 
Crianças que gritam muito ou falam em forte 
intensidade, entre 7 e 9 anos de idade (a cada 4 casos, 
3 são meninos). 
Isso ocorre por uma pré-disposição genética (mais 
concentração de fibronectina e menos concentração 
de ácido hialurônico) 
O padrão feminino de proporção glótica + STM 
favorece a predisposição das fendas glóticas (triangular 
médio-posterior), que favorecem o aparecimento de 
nódulos vocais. 
FORMAÇÃO 
Geralmente antes do aparecimento do nódulo, há uma 
fenda triangular médio-posterior. 
Há o espessamento do epitélio por hiperplasia – abaixo 
pode haver a formação de edema com fibrose. 
O restante da prega vocal pode estar edematoso e a 
laringe inteira pode estar levemente inflamada. 
O nódulo pode estar evidente apenas de um lado e 
pode ser facilmente confundido com um pólipo. Isso 
ocorre nos primeiros estágios de formação, já que o 
nódulo sempre será bilateral. 
Não atinge o músculo vocal. A lesão é na camada 
superficial da lâmina própria. 
Depois da formação do nódulo, há a formação de uma 
fenda dupla. 
 
ANATOMOFISIOPATOLOGIA DO NÓDULO 
• Protuberâncias esbranquiçadas (quanto mais 
branco, mais novo e quanto mais vermelho, 
mais novo); 
• Localizado na cama superficial da lâmina 
própria; 
• A massa de revestimento é aumentada (lesão 
de massa); 
• A rigidez da cobertura será aumentada por 
um nódulo duro e firme (mais velho); 
O músculo não é afetado. 
Há um aumento de massa na região das PV, tendo 
uma vibração mais aperiódica (incoordenação nos 
ciclos glóticos). 
Apresenta maior rouquidão. 
O fechamento glótico será afetado dependendo do 
tamanho do nódulo, causando fendas, que causará 
um escape de ar (voz soprosa e rouca) 
SINTOMAS VOCAIS 
• Rouquidão – alteração na mucosa devido ao 
aumento de massa, maior aperiodicidade de 
vibração; 
• Soprosidade – fechamento glótico alterado, 
falsa fenda em ampulheta, a original é 
triangular médio-posterior; 
• Voz áspera; 
• Pitch grave; 
• Fadiga vocal; 
• Dificuldades inflexionais (modulação agudo e 
grave); 
• STME; 
• Projeção vocal limitada. 
SINAIS LARINGOSCÓPICOS 
• Fechamento incompleto da prega vocal, 
adução intensa; 
• Acúmulo de secreção; 
• Hiperconstrição de vestíbulo; 
TRATAMENTO 
Fonoterapia. 
 
PÓLIPOS 
Lesão de massa geralmente unilateral 
• Predomínio no sexo masculino, entre 20 e 50 
anos. 
• Em crianças e adolescentes é raro. 
Atinge camadas mais profundas da lâmina própria. 
Precipitado por um único evento vocal – natureza 
inflamatória aguda (grito ou resfriado – distensão 
tecidual irreversível por edema ou rompimento de um 
vaso) ou crônico disparado por um evento específico. 
ETIOLOGIA 
• Agrava-se com fumo álcool e poluição; 
• Fator hormonal não contribui; 
• Não apresenta alteração da membrana basal; 
• RGE; 
• Atividades respiratórias intensas 
(instrumentos de sopro) 
• Aspectos psicológicos – personalidade 
agressiva 
CARACTERÍSTICAS 
• Alteração da camada superficial da lâmina 
própria da mucosa; 
• Tamanho e coloração variável; 
• Sésseis – grudados na PV 
• Pediculados – verruga para fora 
• Geralmente a lesão é mole e cheia de fluídos; 
• Devido a sua maciez não irrita o tecido 
membranoso da PV oposta; 
• Não desaparecem espontaneamente; 
• Geralmente cirúrgicos; 
• 15% associada a lesões intracordais como 
sulcos e cistos, não observados em exame pré-
operatório; 
• Pode apresentar sinais de hemorragia recente 
e regiões edematosas; 
TIPOS 
GELATINOSOS 
• São maiores, cor cinza-esbranquiçada; 
• Pobre em vasos (sem micro hemorragias); 
• Tecido conjuntivofibroso; 
FIBROSO 
• Forma mais avançada do gelatinoso; 
• Pequeno ou médio. 
HEMORRÁGICO 
• Avermelhado ou escuro; 
• Pequeno ou médio; 
• Grande proliferação de vasos. 
SINTOMATOLOGIA 
• Soprosidade; 
• Fadiga vocal; 
• Dor cervical e torácica; 
• Rouquidão – momentânea; 
• Flutuação vocal; 
• IPFA. 
• Pode ocorrer diplofonia; 
• Dispnéia rara; 
• Pólipos em região supraglótica tem pouca 
influência na qualidade vocal; 
• Pigarro e sensação de corpo estranho; 
• Piora ao final do dia; 
• Voz áspera dependendo da rigidez da mucosa, 
sugerindo AEM associada; 
• Dificuldade nos agudos; 
PÓLIPOS GRANDES PODEM CAUSAR DISPNÉIA 
OU ATÉ MESMO DISFAGIA INTERMITENTE. 
LARINGOSCOPIA 
• Fechamento glótico incompleto ou completo 
em casos de pólipos pediculados; 
• Hipercinesia ocasional; 
• Irregularidade vibratória (rouquidão, 
soprosidade); 
• Lesões de depressão ou queratosas podem 
aparecer na PV contralateral quando o pólipo 
é de longa data. 
TRATAMENTO 
• Cirúrgico – quanto maior a lesão, pior é o 
resultado cirúrgico; 
• Fonoterapia pré cirurgica se for pequeno e 
• Fonoterapia pós cirúrgica sempre. 
 
PROGNOSTICO 
A voz habitual é rapidamente recuperada. 
EDEMA DE REINKE 
ESPAÇO DE REINKE PREENCHIDO POR LÍQUIDO, 
FORMANDO UM EDEMA NA PV. 
Lesão difusa (preenchida por líquido) na camada 
superficial na PV de coloração rosada. 
Possui acúmulo de fluido de modo irregular em alguma 
região da porção membranosa ou em toda ela. 
Edema inicial – translucido, com o passar do tempo se 
torna consistente e avermelhado. 
ETIOLOGIA 
CAUSA IRRITATIVA 
Abuso do fumo (causa mais frequente) e uso indevido 
da voz; 
CAUSA INFECCIOSA 
Laringite aguda, sinusites, rinites e amidalites. 
Fumo – hipersecreção na traqueia, inflamação laríngea 
- tosse crônica/pigarro. 
Ocorre em adultos de ambos os sexos. 
É mais frequente em mulheres, no período da 
menopausa em torno dos 50 a 70 anos de idade. 
No fumante, pode magnilizar – Edema de Reinke > 
leocoplasia > displasia > câncer. 
SINTOMAS 
• Voz rouca; 
• Pitch grave, principalmente para o biótipo 
feminino (confusão de sexo em conversas 
telefônicas); 
• Fadiga vocal; 
• TMF longo (fecha bem a prega vocal, 
estendendo o TMF); 
• Alterações de ressonância (difusa ou 
laringofaríngea); 
• Respiração encurtada; 
• Não há fendas; 
• Associado ocasionalmente ao hipotireoidismo. 
TRATAMENTO 
Abandono do cigarro e microcirurgia da laringe. 
Fonoterapia no pré e pós operatório 
ÚLCERA DE CONTATO 
Causada pelo contato excessivo interaritenóideo – 
causado por uma inflamação – lesão nesse tecido. 
Geralmente se observa o estágio de granulação 
(resposta cicatricial). 
ETIOLOGIA 
• Abuso vocal; 
• Ataques vocais bruscos; 
• Estado gripal desencadeante; 
• Predisposição individual; 
• Tosse noturna (aspiração de secreções – 
sinusite alérgica); 
• Pigarro constante (aspiração de secreções 
gástricas); 
• Prevalência em adultos do sexo masculino; 
CARACTERÍSTICAS 
• Fonação grave; 
• Modulação vocal restrita; 
• Fadiga vocal; 
• Ressonância laringofaringea; 
• Desconforto na laringe – dor na deglutição e na 
fala. 
LOCALIZAÇÃO 
Terço posterior da margem glótica. 
Resultado do atrito das cartilagens aritenoideas. 
Afecção benigna. 
TRATAMENTO 
• Tratamento farmacológico (anti-inflamatórios 
e corticoides); 
• Modificações no comportamento vocal; 
• Controle do RGE; 
• Extração cirúrgica – terapia vocal. 
 
 
GRANULONA 
Lesão de aspecto proliferativo. 
Crescimento benigno de granulação hipertrófica. 
Lesão com coloração esbranquiçada, amarelada ou 
avermelhada. 
Forma variável, arredondada e bilobada – rebordo 
irregular. 
Geralmente posterior – ponta do processo vocal sobre 
a própria articulação cricoaritenoidea. 
GRANULOMA FUNCIONAL 
Fase de desenvolvimento – 2 meses 
Desvios específicos no comportamento vocal ou uma 
pressão ou atrito na região posterior da laringe durante 
a fonação. 
Comum em pessoas com RGE. 
Inicia-se com uma lesão na mucosa e perpetua-se 
através de um trauma repetido. 
CAUSAS 
• Trauma químico – RGE; 
• Inalação de substâncias irritantes; 
• Trauma direto pós intubação (pós-covid); 
• Cicatrização de áreas cirúrgicas; 
• Abuso vocal sobre quadros de laringites 
agudas; 
• Úlceras de contato. 
LOCALIZAÇÃO 
Comissura posterior, pontas dos processos vocais uni 
ou bilaterais, glote posterior. 
Altamente vascularizada e sensibilizada, altamente 
hemorrágica. 
INCIDÊNCIA 
• Mais frequente em homens; 
• Mais comum nos EUA do que na Europa. 
FATORES ASSOCIADOS 
Álcool, sinusite, fumo e alergia. 
 
CARACTERISTICAS GERAIS 
• Pigarro constante; 
• Tosse; 
• Sensação de corpo estranho; 
• Tensão cervical 
• Dor para engolir 
PERFIL PSICOLOGICO 
Período de estresse; 
Ambulantes, políticos, instrutores, militares (forte 
intensidade); 
Pessoas superdinamicas e autoritárias, que vivem 
comandando. 
CARACTERÍSTICAS DA VOZ 
• Ataque vocal brusco; 
• Tensão vocal; 
• Vocal fry; 
• Ressonância laringo-faríngea (abafada) ou 
gutural (laríngica potente); 
• Intensidade forte; 
• Fadiga vocal; 
• Voz monótona; 
• Controle respiratório deficiente; 
• Soprosidade; 
• Rouquidão (aparecimento de fenda – atrito 
anterior) 
• Dor para falar ou deglutir; 
• Pode não apresentar sintomas vocais 
(depende da localização posterior). 
TRATAMENTO CLÍNICO 
Focos infecciosos devem ser tratados. 
Sinusite ou rinite podem causar granuloma. 
Hidratação – fundamental para favorecer a vibração 
das PV. 
PROGNÓSTICO 
• Não compromete a vida; 
• A cura requer tempo; 
• Recidivas são frequentes; 
• Degeneração maligna é excepcional; 
 
OUTRAS SITUAÇÕES QUE PODEM 
OCORRER ÚLCERA E GRANULOMA 
Tuberculose – ocorre ulcerações na PV por conta das 
tosses. 
Sífilis – quadro mais agressivo – biópsia. 
Tratamento com botox tem sido realizado na região. 
LEUCOPLASIA 
Hiperplasia esbranquiçada – parece uma camada de 
gesso 
OMS – QUALQUER PLACA BRANCA EM 
SUPERFÍCIE MUCOSA QUE NÃO POSSA SER 
DESTACADA OU CLASSIFICADA, É UMA 
LEUCOPLASIA. 
CARACTERÍSTICAS 
Sinais brancos ou rosados ásperos. 
Lesões reativas a irritação tecidual continuada, por 
excesso de álcool, fumo, abuso vocal, inflamações 
crônicas e inalação de poeira ou fumaça. 
Irritação crônica das membranas oral e laríngea ao 
longo do tempo. 
a lesão jamais invade o ligamento vocal, a menos que 
seja maligna (câncer). 
Podem ser uni ou bilaterais e o fechamento glótico 
pode ser prejudicado. 
A massa e a rigidez do revestimento aumentam. 
QUALIDADE VOCAL 
• Frequência fundamental acima ou abaixo do 
normal; 
• Rouquidão; 
• Soprosidade; 
• Intensidade reduzida; 
• Diplofonia; 
• Aspereza. 
O efeito sobre a voz é variável, depende da região e da 
extensão de lesão. 
 
TRATAMENTO 
Tratamento médico, cirúrgico e eliminação da fonte de 
irritação do tecido e terapia vocal (melhorar a 
qualidade da voz). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISFONIAS ORGÂNICAS 
As disfonias orgânicas independem do uso da voz 
1. ALTERAÇÕES NOS ÓRGÃOS DA 
COMUNICAÇÃO: 
• Congênitas com malformações – 
laringomalácia, fissura palatina; 
• Traumáticas (armas, acidentes) 
• Inflamatórias (infecciosa ou não 
• Neuplasias 
• Problemas auditivos 
2. ALTERAÇÕES EM OUTROS ÓRGÃOS E 
APARELHOS DO CORPO: 
• Endocrinológicas 
• Disfonias por síndromes 
• Desordens neurológicas (disartrofonias) 
• RGE 
PARALISIA DE PREGA VOCAL 
Mais frequente no lado esquerdo (2:1) 
O nervo laríngeo inferior esquerdo tem um percurso 
maior do que o direito, estando mais exposto a mais 
lesões. 
CAUSAS 
• Trauma mecânico; 
• Quadros inflamatórios; 
• Tóxicos; 
• Neoplasma; 
• Traumas externos; 
• Traumas cirúrgicos – tireoidectómica 
• Idiopáticos 
EXAME OTORRINOLARINGOLÓGICO 
Observar: 
• Posição da PV na inspiração e fonação; 
• Tensão e alongamento da PV na fonação; 
• Nível da PV durantefonação – simétrica ou 
assimétrica; 
• Simetria laríngea; 
• Ausência de rotação anteroposterior; 
• Mobilidade da epiglote durante a fonação; 
• Aspiração de líquido e saliva; 
• Acúmulo de líquido e secreção em seios 
piriformes – se tiver, posso pensar em uma 
paralisia do laríngeo superior, já que ali falta 
sensibilidade. 
GRAUS DA PARALISIA DE PV 
• Mediana – central – 52% 
• Paramediana – 28% 
• Intermediária – 15% 
• Abudção – 4,9% 
• Abdução forçada/cadavérica 
 
Mediana e paramediana são mais frequentes 
Intermediária ocorre em alguns casos 
Abdução e abdução forçada são raras 
PARALISIA MEDIANA (ADUTORA OU 
FONATÓRIA) 
• Prognóstico excelente com fonoterapia; 
• Estabilização rápida da voz; 
• A recuperação vocal pode ser espontânea; 
CASOS BILATERAIS: 
• Respiração comprometida – necessário 
traqueostomia 
• Restrição de atividade física 
• Melhoria respiratória – piora vocal (prega vocal 
afastada). 
PARALISIA PARAMEDIANA 
• Ligeiramente lateralizada; 
• Bom prognóstico na reabilitação; 
 
CASOS BILATERAIS: 
• Voz razoável – com fadiga vocal; 
• Respiração suficiente para atividades físicas 
diárias; 
• Melhoria vocal – piora respiratória. 
PARALISIA INTERMEDIÁRIA 
• Posição paramediana e de abdução 
• Grande limitação vocal; 
• Resultados limitados com fonoterapia; 
• Voz soprosa e fraca; 
• Cirurgia é a primeira opção de tratamento. 
PARALISIA EM ABDUÇÃO – EM POSIÇÃO DE 
ABERTURA 
• Prega vocal além da posição cadavérica; 
• Posição silenciosa na inspiração; 
• Pouco frequente; 
• Grande limitação vocal; 
• Cirurgia é a primeira opção de tratamento; 
PARALISA EM ABDUÇÃO FORÇADA 
• Prega vocal lateralizada ao máximo; 
• Posição na inspiração máxima; 
• Não há problema para respirar; 
• Rara; 
• Cirurgia mandatária – necessária; 
• Alteração vocal importantíssima. 
LESÃO DO LARÍNGEO SUPERIOR 
Alterações vocais relacionadas ao CT – responsável 
pelos sons agudos (presença de voz mais grave) 
São mais raras. 
UNILATERAL – PV PARALISADA 
• Encurtada (perde o poder de estiramento 
realizado pelo CT); 
• Rebaixada; 
• Flácida; 
• Arqueada. 
QUALIDADE VOCAL 
• Discretamente mais grave 
• Soprosa 
• Bitonal 
• Diplofônica; 
• Rouca; 
• Descontrole dos agudos. 
PARALISIA BILATERAL DO CT 
Ausência do estreitamento da distância cricotireoidea 
(semelhante a fixação da art. cricotireoidea). 
• PPVV arqueadas e flácidas 
• Voz rouca; 
• Soprosa; 
• Grave; 
• Monótona; 
• Pouca altura; 
• Fraca; 
• IPFA; 
• Ressonância laringofaringea; 
• Fadiga por sobrecarga do TA; 
É comum ter engasgos e aspirações 
Não apresenta bons resultados com fonoterapia – não 
há tratamento efetivo 
Os músculos afetados se tornam flácidos num primeiro 
momento e depois ficam mais fibróticas. 
Há uma atrofia da PV. 
Dependendo do grau de atrofia e fibrose, a borda livre 
da PV pode estar: 
RETILÍNEA: 
Sem desvios, fechamento glótico facilitado. 
ARQUEADA: 
Fenda fusiforme, fechamento glótico dificultado. 
Quanto maior o enrijecimento da PV, pior o 
prognóstico. 
O ressecamento da mucosa por radioterapia reduz a 
vibração da PV.

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