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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CENTRO TECNOLÓGICO 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
Monografia para o Concurso Público do Magistério Superior 
 
 
“Topografia automatizada como suporte técnico na solução de 
conflitos em Unidades de Conservação”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÁLVIO JOSÉ VIEIRA, Dr. Enga. 
Eng° Sanitarísta, Civil e Segurança do Trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
Florianópolis, SC 
 Agosto de 2008. 
 
 ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CENTRO TECNOLÓGICO 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
Monografia para o Concurso Público do Magistério Superior 
 
 
“Topografia automatizada como suporte técnico na solução de 
conflitos em Unidades de Conservação”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada a Comissão do Concurso 
Público para o Magistério Superior do 
Departamento de Engenharia Rural do Centro de 
Ciências Agrárias da Universidade Federal de 
Santa Catarina, como uma das etapas para ocupar 
uma vaga para o Cargo de Adjunto I do Quadro de 
Pessoal da Universidade Federal de Santa Catarina. 
 
 
 
 
 SÁLVIO JOSÉ VIEIRA, Dr. Enga. 
 Eng° Sanitarísta, Civil e Segurança do Trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Florianópolis, SC 
Agosto de 2008 
 
 iii
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
V658t Vieira, Sálvio José 
 Topografia automatizada como suporte técnico na solução de conflitos em 
 Unidades de Conservação. Sálvio José Vieira – Florianópolis, 2008. xix, 89 
 f. : il. 
 
 Monografia apresentada para o Concurso do Magistério Superior para o 
Cargo de Adjunto I do Departamento de Engenharia Rural do Centro de 
Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina. UFSC, 2008. 
 
 Inclui bibliografia. 
 
 1. Unidades de Conservação. 2. Topografia automatizada. 3. Integração de 
Métodos topográficos. I. Concurso Magistério Superior. II. Universidade 
Federal de Santa Catarina. Departamento de Engenharia Rural. III. Título. 
 
 CDU: 624 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 iv
 
“Topografia automatizada como suporte técnico na solução de 
conflitos em Unidades de Conservação”. 
 
 
SÁLVIO JOSÉ VIEIRA 
 
 
Monografia apresentada a Comissão do Concurso Público 
para o Magistério Superior do Departamento de Engenharia 
Rural do Centro de Ciências Agrárias da Universidade 
Federal de Santa Catarina, como uma das etapas para 
ocupar uma vaga para o Cargo de Adjunto I do Quadro de 
Pessoal da Universidade Federal de Santa Catarina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comissão Examinadora: 
__________________________________________________________________ 
 Prof. Dr.Luiz Carlos Pittol Martini – Presidente – UFSC 
 
 
 
 
____________________________________________________________________ 
 Prof. Dr. Darci Odílio Paul Trebien – Membro – UFSC 
 
 
 
 
____________________________________________________________________ 
 Prof. Dr. Luiz Fernando Scheibe – Membro – UFSC 
 
 
 
 
_______________________________________________________________________ 
 Prof. Dra. Mônica Aparecida Aguiar dos Santos – Suplente – UFSC 
 
 
 
 
 
 
Florianópolis, 26 Agosto de 2008. 
 v
 
AGRADECIMENTOS 
 
Este trabalho foi produzido para a Monografia a ser apresentada à Banca Examinadora do 
Concurso do Magistério Superior da Universidade Federal de Santa Catarina, do Departamento 
de Engenharia Rural do Centro de Ciências Agrárias, como uma das etapas do Concurso. O tema 
escolhido, de acordo com o edital, buscava uma solução de uma questão técnica, relacionada 
com o limite do Parque Municipal da Lagoa do Peri. A motivação de fazer um trabalho que além 
de atender o exigido do Concurso, serviria também como solução na definição da Base do Morro 
do Peri. Com a realização deste estudo, estaria contribuindo também com a Prefeitura Municipal 
de Florianópolis e com o Órgão Ambiental do município – FLORAM, na solução técnica deste 
problema, por conseguinte, colaborando com a Gestão Ambiental do Parque. Desta maneira, este 
trabalho só foi possível sua realização, graças ao apoio de pessoas e das instituições aos quais 
procuro externar os meus mais sinceros agradecimentos, a saber: 
- À Professora Dra. Dora Maria Orth, Coordenadora do Grupo de Pesquisa Gestão do Espaço - 
GrupoGE, onde participo das pesquisas e consultorias na qualidade membro do Grupo, pelo 
acesso ao Relatório produzido durante a vistoria da Comissão nomeada pelo IPUF/FLORAM 
em 2007, para definir a Base do Morro do Peri; 
- À Prefeitura de Florianópolis - Santa Catarina, pela disponibilização dos produtos cartográficos 
e não cartográficos utilizados no desenvolvimento deste trabalho. 
- Ao gerente do Parque Municipal da Lagoa do Peri, Biól. Danilo da Silva Funke, 
Gerente de UC's – FLORAM, pela autorização de realizar este trabalho e pelo fornecimento 
de informações inerentes ao Parque; 
- Ao Chefe do Departamento de Engenharia Civil, Professor Dr. Antônio Edésio Jungles por 
concordar com meu afastamento das atividades e estando de acordo com o pedido de Licença 
Prêmio a que tinha direito, para dedicar-me a este trabalho. 
 - Ao Chefe do Laboratório de Ciências Geodésicas, Professor Cláudio César Zimmermann, no 
qual sou subordinado, pela liberação dos equipamentos topográficos para a execução deste 
trabalho; 
- Ao Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal 
de Santa Catarina (PPGEC), Engo. Agrimensor Eder da Silva, M. Enga., pelo apoio na 
colocação dos marcos na área de estudo e ter participado no transporte de coordenadas, 
 vi
ajudando a cuidar dos equipamentos instalados. E ao acadêmico Pedro Nunes Sant`Anna por 
compor a equipe de campo para o levantamento planialtimétrico da Base do Morro do Peri; 
- À minha família (Marilene, Susana e Francine) que auxiliaram principalmente no levantamento 
de campo e no apoio e incentivo para conclusão deste trabalho; 
- Enfim, a todos que de uma forma ou de outra, incentivaram para participar e concorrer nas 
etapas para uma vaga no Concurso para Magistério Superior da Universidade Federal de 
Santa Catarina, como passaporte para mais uma fase na minha vida acadêmica. 
 vii
 TOPOGRAFIA AUTOMATIZADA COMO SUPORTE TÉCNICO NA SOLUÇÃO DE 
CONFLITOS EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO. 
 
SUMÁRIO 
 
LISTA DE FIGURAS........................................................................................................ xi
LISTA DE QUADROS..................................................................................................... x
LISTA DE TABELAS....................................................................................................... xiii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS...................................................................... xv
RESUMO............................................................................................................................ xviii
ABSTRACT........................................................................................................... xix
 
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO 
1.1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES........................................................ 1
1.2. IMPORTÂNCIA DO TEMA E DO MOSAICO DE ECOSSISTEMAS. 2
1.3. JUSTIFICATIVAS.......................................................................................... 3
1.4. OBJETIVOS....................................................................................................10
1.5. ESTRUTURA DA MONOGRAFIA.............................................................. 11
 
CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
2.1. LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO CADASTRAL............................... 12
2.2. TOPOGRAFIA AUTOMATIZADA............................................................. 14
2.3. INTEGRAÇÃO DOS MÉTODOS DE LEVANTAMENTOS.................... 25
 
CAPITULO 3: MATERIAIS E MÉTODOS 
3.1. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS.................................... 28
3.2. MÉTODOS UTILIZADOS............................................................................ 30
 
 viii
CAPÍTULO 4: CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DA ÁREA DE ESTUDO 
4.1. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA.................................................................. 37
4.2. CLIMA............................................................................................................... 38
4.3. GEOLOGIA...................................................................................................... 43
4.4. GEOMORFOLOGIA E RELEVO................................................................. 44
4.5. RECURSOS HÍDRICOS................................................................................. 46
4.6. COBERTURA VEGETAL.............................................................................. 47
4.7. USO DO SOLO DA BACIA............................................................................. 49
4.8. ASPECTOS DE GESTÃO E CRIAÇÃO DO PARQUE MUNICIPAL 
DA LAGOA DO PERI ..................................................................................... 51
4.9. CONFLITOS DE USO DO SOLO NO PARQUE MUNICIPAL DA 
LAGOA DO PERI............................................................................................ 55
 
CAPITULO 5: LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO EXECUTADO 
5.1. TRANSPORTE DE COORDENADAS........................................................... 58
5.2. TRANSPORTE DE REFERÊNCIA DE NÍVEL........................................... 61
5.3. LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO COM A ETT........................ 64
5.4. REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA DO LIMITE DO PARQUE 
SITUADO NA BASE DO MORRO DO PERI................................................ 72
5.5. CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O LIMITE DO PARQUE NA 
BASE DO MORRO DO PERI..........................................................................
 
75
 
CAPITULO 6: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 
6.1. INTRODUÇÃO................................................................................................ 76
6.2. DOS OBJETIVOS PROPOSTOS................................................................... 76
6.3. DA METODOLOGIA UTILIZADA.............................................................. 77
6.4. DA CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DA ÁREA DE ESTUDO.......... 77
 ix
6.5. DA INTEGRAÇÃO DOS MÉTODOS DE LEVANTAMENTOS 
TOPOGRÁFICOS............................................................................................ 78
6.6. RECOMENDAÇÕES....................................................................................... 80
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 81
 
ANEXO: Um (1) CD-ROM............................................................................................... 89
 
 
 
 
 x
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 01. Inventário-síntese do Parque Municipal da Lagoa do Peri.............. 54
 
 
 
 
 
 
 
 xi
LISTA DE FIGURAS 
 
 
FIGURA 01. 
Representação do limite do Parque na Base do Morro do Peri em 
1981........................................................................................................... 7
 
FIGURA 02. 
Representação de acordo com o diploma legal do limite do Parque 
na Base do Morro do Peri em 2005 pelo GrupoGE e da vistoria 
feita em 2007 pela Comissão nomeada pelo o IPUF............................ 9
FIGURA 03. Equipamentos utilizados em mapeamento.................................................... 15
FIGURA 04. Satélites GPS em órbita no globo Terrestre......................................... 18
FIGURA 05. Código e Portadora GPS......................................................................... 19
FIGURA 06. Nivelamento Geométrico pelo método das visadas iguais................... 24
FIGURA 07. Fluxograma das etapas da metodologia para definição de um ponto 
na Base do Morro do Peri.......................................................................
 
31
FIGURA 08. Localização do Parque Municipal da Lagoa do Peri........................... 37
FIGURA 09. Vista aérea do Parque, com a identificação da Lagoa do Peri............ 38
FIGURA 10. Temperaturas do Litoral Grande Florianópolis, correspondente a 
86 anos...................................................................................................... 39
FIGURA 11. Comparativo entre as temperaturas médias mensais do período 
estudado com as dos dados históricos....................................................
40
FIGURA 12. Temperaturas Médias e as Temperaturas Absolutas do período de 
2000 a 2003.............................................................................................. 
40
FIGURA 13. Comparação entre a temperatura e a pressão atmosférica................. 41
FIGURA 14. Valores da precipitação, média de 87anos............................................ 41
FIGURA 15. Precipitação total mensal do período de 2000 a 2003.......................... 42
FIGURA 16. Umidade relativa do ar, pelo período de 83 anos................................. 42
 
FIGURA 17. 
Mapeamento das Unidades Geotécnicas da Bacia Hidrográfica 
da Lagoa do Peri..................................................................................... 44
FIGURA 18. Bacia Hidrográfica da Lagoa do Peri................................................... 46
 xii
FIGURA 19. Zoneamento Territorial para Fins de Uso e Ocupação do 
Solo........................................................................................................... 47
FIGURA 20. Distribuição espacial da cobertura vegetal da bacia hidrográfica da 
Lagoa do Peri........................................................................................... 48
FIGURA 21. Mapa do Zoneamento Municipal da Região do Parque Municipal 
da Lagoa do Peri...................................................................................... 49
FIGURA 22. Ocupação humana no Parque Municipal da Lagoa do Peri............... 50
FIGURA 23. Zoneamento do Parque Municipal da Lagoa do Peri.......................... 53
FIGURA 24. Sistema de Informação/IPUF – Parque Municipal da Lagoa do 
Peri, ocupações em APP........................................................................................ 57
FIGURA 25. Disposição espacial dos marcos de concretos implantados na área 
de estudo................................................................................................... 59
FIGURA 26. Transporte de RN – Nivelamento Geométrico Composto: Método 
das visadas iguais.................................................................................... 63
FIGURA 27. Perfis levantados com a ETT para representar a base do Morro do 
Peri............................................................................................................ 65
FIGURA 28. Perfil transversal do último patamar antes da Base do Morro do 
Peri............................................................................................................ 67
FIGURA 29. Perfil 01 da Base do Morro do Peri....................................................... 67
FIGURA 30. Perfil 02 da Base do Morro do Peri....................................................... 68
FIGURA 31. Perfil do divisor de água da Base do Morro do Peri............................ 69
FIGURA 32. Perfil 03 da Base do Morro do Peri....................................................... 70
FIGURA 33. Perfil 04 da Base do Morro do Peri...................................................... 71FIGURA 34. Perfil 05 da Base do Morro do Peri....................................................... 71
FIGURA 35. Perfil 06 da Base do Morro do Peri....................................................... 72
FIGURA 36. Curvas de Nível resultante do levantamento planialtimétrico............ 73
FIGURA 37. Determinação da Base do Morro do Peri e Ponto Limite do 
Parque...................................................................................................... 74
 xiii
LISTA DE TABELAS 
TABELA 01. Classificação das estações totais quanto à precisão.......................... 22
TABELA 02. Classificação dos níveis........................................................................ 23
TABELA 03. Dados Geodésicos de Referência da EMC da CELESC e das 
Estações localizadas no Campus Universitário da UFSC................ 33
TABELA 04. Dados quantitativos da cobertura vegetal da bacia hidrográfica 
da Lagoa do Peri.................................................................................. 48
TABELA 05. Dados de GPS pós-processados com ajustamento no transporte 
de coordenadas – Referencial da Base Cartográfica do IPUF....... 58
TABELA 06. Dados de GPS pós-processados com ajustamento no transporte 
de coordenadas – Referencial Rede GPS de Alta Precisão de 
SC/IBGE............................................................................................... 60
TABELA 07. Método das visadas iguais para o transporte da referência de 
nível - Nivelamento Geométrico......................................................... 62
TABELA 08. Dados obtidos no Transporte de RN – Nivelamento Geométrico 
Composto.............................................................................................. 64
TABELA 09. Dados levantados na Base do Morro do Peri com a ETT................ 65
TABELA 10. Dados do perfil transversal, próximo da Base do Morro do 
Peri........................................................................................................ 66
TABELA 11. Dados do perfil 01 da Base do Morro do Peri.................................. 67
TABELA 12. Dados do perfil 02 da Base do Morro do Peri................................... 68
TABELA 13. Dados do perfil do divisor de água da Base do Morro do Peri........ 68
TABELA 14. Dados do perfil 03 da Base do Morro do Peri................................... 69
TABELA 15. Dados do perfil 04 da Base do Morro do Peri................................... 70
TABELA 16. Dados do perfil 05 da Base do Morro do Peri................................... 71
TABELA 17. Dados do perfil 06 da Base do Morro do Peri................................... 72
 
 xiv
TABELA 18. Referenciais locais para locação de pontos do Limite do Parque 
afetado pela representação da toponímia da Base do Morro do 
Peri........................................................................................................ 75
 
 xv
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
ANEEL: Agência Nacional de Energia Elétrica 
APP: Área de Preservação Permanente 
APA: Áreas de Proteção Ambiental 
ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas 
CASAN Companhia de Águas e Saneamento de Santa Catarina 
CCA: Centro de Ciências Agrárias 
CCB: Centro de Ciências Biológicas 
CECCA: Centro de Estudos Cultura e Cidadania 
CELESC Centrais Elétricas de Santa Catarina S. A. 
CF: Constituição Federal 
CLIMERH: Estação climatológica principal de Florianópolis (São José) 
CONAMA: Conselho Nacional do Meio Ambiente 
DER: Departamento de Estradas de Rodagem 
DNOS: Departamento Nacional de Obras de Saneamento 
ECV: Engenharia Civil 
EIA: Estudo de Impacto Ambiental 
EMC: Estação de Monitoramento Contínuo 
ETA: Estação de Tratamento de Água 
ETT: Estação Total Topográfica 
FEESC: Fundação do Ensino de Engenharia de Santa Catarina 
FIG: Federação Internacional dos Geômetras 
FATMA: Fundação de Amparo à Tecnologia e ao Meio Ambiente 
FLORAM: Fundação Municipal do Meio Ambiente (Órgão Ambiental do Município de 
Florianópolis) 
FEPEMA: Fundo Especial de Proteção ao Meio Ambiente (Estadual) 
 xvi
FNMA: Fundo Nacional do Meio Ambiente (Federal) 
GPS: Sistema de Posicionamento Global (do Inglês Global Positioning System) 
GrupoGE Grupo de Pesquisa Gestão do Espaço 
IBAMA: Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e Renováveis 
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária 
INMET: Instituto Nacional de Meteorologia 
IPUF: Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis 
LABCIG: Laboratório de Ciências Geodésicas 
MMA: Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal 
NBR: Norma Brasileira 
NEMAR: Núcleo de Estudos do Mar 
PNGC: Política Nacional de Gerenciamento Costeiro 
PNMA: Política Nacional do Meio Ambiente 
PNRH: Política Nacional dos Recursos Hídricos 
PPGEV: Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil 
RN: Referências de Nível 
RIMA: Relatório de Impacto Ambiental 
SC: Santa Catarina 
SDM: Secretaria de Estado do desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente 
SGB: Sistema Geodésico Brasileiro 
SIG: Sistema de Informação Geográfica (em Inglês Geographic Information 
System) 
SNUC: Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza 
UC: Unidade de Conservação 
 xvii
UFSC: Universidade Federal do Estado de Santa Catarina 
UNESCO: United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization 
UTM: Projeção Mercator Transversa Universal (do Inglês Universal Transverse 
Mercator) 
WWF: Fundo Mundial para a Natureza 
 
 
 
 
 xviii
RESUMO 
 
VIEIRA, Sálvio José: Topografia automatizada como suporte técnico na solução de conflitos 
em Unidades de Conservação. Florianópolis, SC, 2008. xix, 89p. il., Versão Português 
Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil. 
 
 
Resumo: As Unidades de Conservação (UC) no Brasil apresentam vários problemas para a 
efetiva gestão ambiental. Um destes problemas é a regularização fundiária, atingindo 
aproximadamente 80% das UC’s, dificultando realizar o zoneamento ambiental e executar o 
plano de gestão. No Parque Municipal da Lagoa do Peri soma-se a isso, o termo utilizado no 
diploma legal para definir um ponto do limite do Parque, Base do Morro do Peri, gerando 
interpelações judiciais. Este estudo tem como objetivo fazer a representação do relevo, 
utilizando a topografia automatizada, com a finalidade de determinar o ponto limite do Parque. 
A metodologia proposta é constituída por três métodos utilizados nos levantamentos 
topográficos. O primeiro método refere-se ao transporte de coordenadas, utilizando a tecnologia 
do Global Positioning System (GPS) – Método Relativo, utilizando a técnica de Rastreamento 
Estático. O segundo método utilizado é o Nivelamento Geométrico Composto com visadas 
iguais para o transporte da referência de nível (RN) para os demais marcos implantados no 
terreno. O terceiro método é o polar com Irradiação para o levantamento de coordenadas, 
utilizando a Estação Total Topográfica (ETT). Com a integração dos três métodos tem-se como 
resultados o levantamento topográfico altimétrico da Base do Morro do Peri, e 
consequentemente, a definição do ponto limite do Parque. Com esta definição pode-se 
materializar este ponto com um marco no terreno, solucionando definitivamente esta questão, 
permitindo que a gestão ambiental do Parque avance na solução dos demais problemas. 
 
Palavras chaves: Unidades de Conservação; Topografia automatizada; e Integração de Métodos. 
 xix
 
ABSTRACT 
 
VIEIRA, Sálvio José: Automated topography as technical support in the solution of conflicts 
in Conservation Units. Florianópolis, SC, 2008. xix, 89p. il, Portuguese version. Federal 
University of Santa Catarina , Brazil. 
. 
 
 
Abstract: The Conservation Units (CUs) in Brazil have several problems for effective 
environmental management. One of these problems is the land regularization, reaching 
approximately 80% of UC's, making difficultthe environmental zoning and the implementation 
of the management plan. In the Peri's Lagoon Municipal Park the problem is aggravated by the 
terms used by the law to define the limits of the park, the Peri Hill's Base, that is questioned in 
court. This study aims to make the representation of the profile, using automated topography, 
with the purpose of determining the boundaries of the park, located at the Peri Hill's Base. The 
methodology consists in the use of three methods used in surveying. The first method refers to 
the transport of coordinates, using the technology of the Global Positioning System (GPS) - 
Relative Method, using the technique of Static tracking. The second method used is the 
Compound Geometric Leveling with equal target for the transportation of the level reference 
(LR) for other landmarks located on the ground. The third method is the Polar with Irradiation 
for the taken of coordinates, using the Total Topographic Station (TTS). With the integration of 
the three methods, the results of the altimetry survey of the Peri Hill's Base and the definition of 
the boundaries of the Park are obtained, allowing to place milestones in the field and solving this 
issue, allowing the environmental management of the Park advances in the solution of other 
problems. 
 
 
Key words: Units of Conservation; Automated Topography, Integration of methods. 
 1
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO 
 
1.1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
O uso das geotecnologias na atualidade faz necessário para dar suporte ao processo 
administrativo e jurídico das Unidades de Conservação, facilitando as fases de criação, 
implantação, regularização fundiária, zoneamento e execução de planos de manejos das 
unidades. Estas fases são dependentes uma da outra e obedecer esta seqüência evita entraves 
burocráticos e jurídicos, que dificultam em muito o processo de gestão ambiental. 
 
Segundo FARIA et al. (2007), para proteger uma unidade de conservação são necessários 
poucos requisitos: um diploma legal; regularização fundiária; vigilância e manutenção geral. 
Contudo para conservá-la à posteridade, novos componentes são imprescindíveis ao sistema 
gerencial: a pesquisa científica, responsável pela possibilidade de intervenções inteligentes 
junto aos recursos protegidos; a educação ambiental visando o “dar a conhecer” à comunidade 
e obtenção de apoio político para as ações de conservação; forte elemento de psicologia 
humana para dirimir assuntos relacionados às relações interpessoais dos funcionários; 
relações públicas com os vizinhos e lideranças local-regionais; interação com organizações 
locais e regionais, entre outras infindáveis variáveis dependentes das particularidades locais e 
regionais. 
 
A regularização fundiária é uma etapa importante no processo de implantação de Unidades de 
Conservação, pois permitirá a partir dela, efetivar o zoneamento da unidade e a execução do 
plano de manejo (Plano de Gestão Ambiental), iniciando de fato o processo de Gestão 
Ambiental. 
 
Para efetivar a regularização fundiária faz necessária, a execução do levantamento topográfico 
cadastral, envolvendo todas as parcelas imobiliárias que fazem confrontação com a Unidade 
de Conservação e também a busca nos Cartórios de Registros de Imóveis, na Prefeitura (Setor 
de Cadastro), no INCRA e na Secretaria do Patrimônio da União (terreno de marinha – 
concessão para ocupação) dos diplomas legais que garantem o domínio ou posse dessas 
parcelas. 
 
 2
Este trabalho se limitará apenas na caracterização física e ambiental da área territorial do 
Parque Municipal da Lagoa do Peri, e na definição física da base do Morro do Peri, que faz 
parte da descrição do diploma legal que define a área do parque. O seu posicionamento 
baseado apenas na representação cartográfica de restituições aerofotogramétricas não foi 
suficiente para representar a realidade física do local. Esta definição tem gerados conflitos 
com a população local, sendo a origem de muitos processos judiciais, contestando este limite. 
 
 
1.2. IMPORTÂNCIA DO TEMA E DO MOSAICO DE ECOSSISTEMAS 
 
Os ecossistemas de relevância ecológica e econômica a serem preservados e protegidos na 
faixa terrestre da Zona Costeira, necessitam de plano de manejo. O plano de manejo dos 
recursos costeiros pode ser definido como um processo especial de gestão territorial (UNEP, 
1996), com uma área de aplicação predefinida no setor de transição mar-terra marcada por 
certa complexidade e dinamismo dos fenômenos que caracterizam a mesma. Embora não se 
verifique na maioria dos casos, os planos de manejo deveriam caracterizar-se por cinco pontos 
básicos: abranger critérios de limites fixos e móveis, adotar uma política de conservação dos 
ecossistemas, considerar objetivos socioeconômicos, incorporar um estilo de manejo 
participativo e contar com uma sólida base de conhecimento científico. 
 
Para que isso ocorra, o processo de regularização fundiária das propriedades afetadas com a 
criação da Unidade de Conservação deve ser priorizado, para que as demais etapas do 
processo de gestão ambiental possam prosseguir. O levantamento cadastral topográfico destas 
propriedades imobiliárias, utilizando a topografia automatizada é fundamental para a 
delimitação do perímetro da unidade de conservação e a própria regularização fundiária. A 
regularização fundiária refere-se à emissão de novos registros imobiliários das áreas 
remanescentes das parcelas através de um processo judicial e das indenizações das áreas 
ocupadas pela Unidade de Conservação. Têm-se dessa forma os diplomas legais (escrituras 
públicas) de todas as parcelas imobiliárias e um ou mais diplomas legais que definem o limite 
da Unidade de Conservação. 
 
No caso específico do Parque Municipal da Lagoa do Peri o bioma Mata Atlântica se faz 
presente, compreendendo um mosaico sucessional de dunas, restingas, lagoas, remanescentes 
da floresta ombrófila densa e também vários estágios de recuperação desta floresta. Tendo 
 3
como objetivo principal de sua criação a proteção e preservação da fauna, flora e dos recursos 
hídricos (manancial de superfície - Lagoa do Peri), como garantia do abastecimento e 
distribuição de água da população do Sul da Ilha de Santa Catarina. 
 
1.3. JUSTIFICATIVAS 
 
1.3.1. Justificativa Científica 
 
PALAVIZINI (2006) levanta cinco questões cruciais relativas à criação dos parques antes do 
Decreto-Lei que cria SNUC, e as adaptações que deveram ser realizadas nos parques na 
implementação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, em realidades ricas em 
conflitos marcados pela sua própria história e que causam dificuldades no processo de gestão, 
que são: 
 
1) A exigência que a propriedade imobiliária se torne pública e seus 
proprietários sejam indenizados. Fonte de conflitos e contradição pelo não 
cumprimento legal das indenizações e as exigências das limitações das 
atividades dos proprietários de terra, marca o aumento dos desafios à 
implementação dos parques. Processo de regularização fundiária na maioria 
incompleto; 
2) Dificuldade na interação social efetiva, nas decisões sobre o parque, desde 
o conhecimento da legislação ambiental, até a definição dos limites do parque 
e a elaboração do seu plano de manejo; 
3) Os critérios que definem os limites dos parques. Tendo como base 
prioritária o critério cênico, os parques nacionais, propostos ao longo desses 
sessenta anos, deixaram de incluir critérios como os geológicos, hidrológicos, 
ecológicos e culturais. Esse é um fator que dificulta o diálogo justificativo dos 
parques, junto à sociedade, na busca de mostrar os motivos que definem os 
limites do seu território; 
4) Os parques terem sido decretados, sem a necessária participação e 
aceitação social, impondo-se de fora para dentro, de cima para baixo, como 
enclave na realidade. Esse fato gerou um conflito histórico na implantação 
dos parques nacionais no Brasil; e 
5) A presença de comunidadesresidentes no interior dos parques, anterior à 
existência do Decreto-Lei. Segundo o SNUC, os parques não podem ter 
comunidade em seu interior. (PALAVIZINI, 2006, p. 228). 
 
 
A regularização fundiária afeta 80% das unidades de conservação no Brasil e inviabiliza a 
execução dos seus planos de manejo, os quais têm uma dependência direta do zoneamento 
ambiental da unidade. Cabe ressaltar que para efetuar o Zoneamento Ambiental é preciso 
executar, previamente, o levantamento cadastral de todas as propriedades imobiliárias que 
fazem limite com a unidade de conservação. Somente com esta peça técnica, pode-se dar 
início ao processo de regularização fundiária da unidade (VIEIRA, 2007). 
 4
 
ORTH et al. (2004) realizaram estudos para delimitação de Unidades de Conservação da Ilha 
de Santa Catarina, utilizando as geotecnologias (Global Positioning System, Sensoriamento 
Remoto, Geoprocessamento e Sistema de Informações Geográficas), contribuindo com a 
gestão ambiental através da publicação do “Guia metodológico para delimitação de unidades 
de conservação”. 
 
A utilização de geotecnologias, com uso da técnica mais adequada, permite agregar valores e 
conhecimentos da paisagem em unidades de conservação num tempo menor, esclarecendo 
dúvidas de limites territoriais, facilitando a delimitação territorial, o monitoramento e o 
controle dos impactos ambientais provocados pela interferência humana, induzindo com isso 
ações para minimizá-los. 
 
1.3.2. Justificativa Legal 
 
A justificativa legal para realização deste trabalho encontra-se fundamentada nas políticas 
nacionais em vigor, quais sejam: 
1. Política Nacional do Gerenciamento Costeiro (PNGC), através do Segundo Programa, que 
visa à proteção e preservação de ecossistema em região estuarina e o saneamento 
ambiental; 
2. Política Nacional dos Recursos Hídricos (PNRH), que trata do saneamento ambiental da 
bacia hidrográfica e solução dos conflitos pelo uso da água; 
3. Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), com várias Leis, com destaque para a que 
institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, que 
estabelece critérios para criação, implantação e gestão de unidades de conservação; 
4. E pela regulamentação do Capítulo da Ordem Social e Econômica da Constituição Federal 
de 1988, traduzida no Estatuto das Cidades, estabelecendo princípios para tornar as cidades 
sustentáveis. 
 
A Lei Federal n°. 9.985/2000, que regulamenta o Sistema Nacional de Unidades de 
Conservação da Natureza – SNUC, além da classificação das Unidades, trás diretrizes e 
princípios para a prática efetiva da gestão nas unidades de conservação, com implementação 
de uma política, que contemple a proteção da área e a elaboração do plano de manejo num 
 5
processo participativo. O plano de manejo tem que estar voltado para o cumprimento dos 
objetivos específicos quando da criação da unidade, as comunidades tradicionais devem ser 
consideradas nos objetivos socioeconômicos do plano e a educação ambiental deve ser uma 
atividade permanente na unidade, com o intuito de sensibilizar e transmitir conhecimento à 
população. 
 
A elaboração de um plano de gestão de áreas costeiras requer da participação de diferentes 
setores da sociedade para assegurar que a maior parte dos múltiplos aspectos que englobam 
esta temática seja considerada, analisa SUDARA (1999). A comunidade, as autoridades 
governamentais, as ONG`s, cientistas e investigadores são integrantes que deveriam ser 
considerados para cada plano de gestão que precise ser formulado, discutido, aplicado, 
avaliado e mantido no tempo. 
 
Na implantação de planos de manejo em áreas naturais protegidas, LOWRY et al. (1999) 
estabelecem pontos de relevância que devem ser considerados para o alcance dos objetivos 
propostos, quais sejam: participação comunitária no processo de gestão; adequação dos 
limites da área protegida; qualidade da análise técnica; adequação das atividades de manejo 
dos recursos; transparência das decisões; aceitação por parte da comunidade do plano e 
sustentabilidade das atividades de manejo dos recursos. 
 
SILVA et al. (2007) desenvolveram uma proposta de definição para Zona de Amortecimento 
da Estação Ecológica de Carijós - IBAMA, Florianópolis/SC, baseado na implementação da 
Legislação Ambiental, onde se destaca a Lei nº. 4.771/65 (Código Florestal) e suas alterações 
subseqüentes, o Decreto nº. 750/93, os Planos Diretores Municipais, amparadas pelo Sistema 
Nacional de Unidade de Conservação da Natureza (SNUC) e pela Resolução do CONAMA 
Nº.13/90, constituindo em instrumentos jurídicos suficientes para a criação e implantação de 
uma zona de amortecimento eficiente para a unidade de conservação. 
 
 6
1.3.3. Justificativa Local 
 
 
No caso da área de estudo tratar-se de uma bacia hidrográfica, que através da sua rede de 
drenagem conecta-se com a Lagoa do Peri, por meio do Rio Cachoeira Grande (rio de 3ª 
ordem) e do Ribeirão Grande (rio de 4ª ordem). A Lagoa está situada na planície quartenária, 
a qual se conecta ao mar pelo Rio Sangradouro na Praia da Armação, com o estuário situado 
no lado Sul junto à formação rochosa de riolito. Entende-se que qualquer ação destinada a 
compreender a realidade ambiental desta unidade territorial, com o intuito de solucionar 
problemas de ordem técnica, relacionado com a definição do limite do Parque Municipal da 
Lagoa do Peri, estará contribuindo de forma explícita na melhoria dos resultados da gestão 
ambiental desta Unidade de Conservação. 
 
Os problemas de ordem técnica referem-se aos conflitos oriundos do termo empregado no 
diploma legal do limite do Parque, referente à Base do Morro do Peri, constante nos termos 
do Parágrafo 1° do Art. 1° da Lei Municipal n°. 1.202 de abril de 1974, que diz: 
 
Parágrafo 1º - A área tombada é definida pelos seguintes limites: começa no 
ponto mais alto do Morro das Pedras; daí pelos pontos mais altos deste Morro 
até o entroncamento da SC-92 com o caminho para a Lagoa do Peri; daí segue 
pelo divisor de águas até o ponto mais alto do Morro da chapada, continuando 
por este divisor rumo ao Sul, até o Morro da Tapera, seguindo pelo mesmo 
divisor rumo Sudeste e depois rumo Noroeste até o ponto mais alto do Morro 
da Boa Vista; segue por este Morro até o Morro do Peri e daí pelo divisor 
das águas rumo Nordeste até sua base; Deste ponto segue rumo Leste até a 
linha de água da Praia da Armação; daí segue rumo Norte pela linha de água 
até o Costão do Morro das Pedras; continuando pela linha de água deste 
Costão até o encontro deste com a linha de água da praia do Campeche; deste 
ponto segue em linha seca até o ponto mais alto do Morro das Pedras 
(Parágrafo 1° do Art. 1° da Lei Municipal n°. 1.202/04/1974). 
 
 
Segundo a Resolução CONAMA n°. 303 de 2002, a Base de Morro ou Montanha significa: 
“plano horizontal definido por planície ou superfície de lençol d`água adjacente ou, nos 
relevos ondulados, pela cota da depressão mais baixa ao seu redor”. 
 
Este conceito não foi observado ao traçar o limite do parque sob a base cartográfica do IBGE, 
publicada em 1981, na escala 1:50.000, com curvas de nível de 20 em 20 metros, conforme 
está representado na Figura 01 , onde o limite foi fixado pela primeira vez na cota 20 metros. 
 
 7
Em área de reflorestamento a restituição aerofotogramétrica das curvas de nível não consegue 
representar a realidade do relevo, necessitando dos trabalhos de reambulação, isto é 
levantamento de campo, exigindo levantamento topográfico específico para representar o 
relevo em questão, servindo para confirmar e retificar o que foi feito no escritório. 
 
No caso especifico para definição da Base do Morro do Peri, termo empregado no diploma 
legal que descreve o limite do Parque Municipal da Lagoa do Peri, o local teria que ser 
primeiramente reconhecido em campo e materializado, para depois efetuar a sua 
representação cartográfica.FIGURA 01: Representação do limite do Parque na Base do Morro do Peri em 1981. 
Fonte: IPUF/FLORAM (1982) 
 
As restituições aerofotogramétricas mais recentes, também, não foram capazes de representar 
corretamente a superfície do relevo na Base do Morro do Peri (IPUF/2001), pelo mesmo 
motivo – reflorestamento no local e remanescente de floresta ambrófila densa na base do 
morro. 
 
Em 2005 o limite do Parque foi novamente representado, na execução do Projeto de Pesquisa 
coordenado pela Profa. Dra. Dora Maria Orth, intitulado de “Metodologia de Identificação de 
 8
Limites das Unidades de Conservação Ambiental da Ilha de Santa Catarina – uma 
contribuição à gestão ambiental”, com novos dados de altimetria, baseado na restituição 
fotogrametria do IPUF/2001, seguindo a descrição do diploma legal. De acordo com esta 
representação o limite da base do morro ficou próximo da cota altimétrica 5 metros, última 
curva de nível a ser representada. No relatório final fez-se observação quanto à fragilidade 
jurídica e técnica, com possibilidade de gerar contestações judiciais pela a população atingida, 
que se encontra dentro dos limites atuais do parque, principalmente pela técnica utilizada 
como referencia para definir a Base do Morro do Peri (Restituição aerofotogramétrica). 
 
Em 2007 o Grupo Gestão do Espaço (GrupoGE) coordenado pela Profa. Dra. Dora Maria 
Orth fez parte de uma Comissão nomeada pelo o IPUF/FLORAM para emitir um parecer da 
real posição do limite da Base do Morro do Peri. A comissão em vistoria no local, munida de 
receptores GPS, trena e máquina digital fizeram o registro fotográfico do local, rastrearam 
vários pontos GPS, e de dois deles próximo à base efetuaram medidas a trena do possível 
ponto limite da Base do Morro do Peri. Um relatório foi preparado por membros do 
GrupoGE, sendo entregue ao Presidente da Comissão, contendo as seguintes recomendações 
para definir com melhor rigor este limite: 
 
a) implantar e materializar no local 2 pontos GPS intervisíveis, formando uma 
linha base de referência para um levantamento topográfico detalhado; 
b) a linha base deve ter suas coordenadas transportadas de dois vértices da 
Rede de GPS de Alta Precisão do Estado de SC do IBGE (vértices da BU 
da UFSC); 
c) a partir da linha base materializada no local, deveria ser feito uma 
varredura planialtimétrica utilizando estação total topográfica, visando à 
representação precisa das curvas de nível (eqüidistância de 1,0metro), que 
formam o divisor d´água até a base do Morro do Peri; 
d) Aproveitar para fazer a demarcação física com a determinação oficial das 
coordenadas dos limites da UC no terreno, ao menos no trecho sul em 
questionamento (GRUPOGE, 2007, 8 p.). 
 
 
A Figura 02 representa o resultado desta vistoria feita em 2007 no local da Base do Morro do 
Peri, contendo as mensurações executada a trena, os pontos de GPS levantados e a 
representação deste limite efetuado no projeto de Pesquisa financiado pela Agência Nacional 
de Energia Elétrica (ANEEL), em convênio com a Central Elétrica de Santa Catarina 
(CELESC) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). 
 9
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 02: Representação de acordo com o diploma legal do limite do Parque na Base do 
Morro do Peri em 2005 pelo GrupoGE e da vistoria feita em 2007 pela 
Comissão nomeada pelo o IPUF. 
Fonte: GRUPOGE (2007). 
 
O emprego de outros métodos de levantamento ou a integração de métodos para representar o 
relevo na Base do Morro do Peri de acordo com a realidade se faz necessário, uma vez que a 
restituição aerofotogramétrica não obteve êxito. Seguir o recomendado pelo relatório emitido 
pelo o GrupoGE, que foi entregue à Comissão incumbida de fornecer um parecer definitivo 
quanto à posição verdadeira no terreno deste limite, quanto ao procedimento metodológico e 
de equipamentos a ser empregado para o levantamento altimétrico da Base do Morro do Peri, 
com o intuito de não deixar dúvida do posicionamento deste limite, deverá ser adotado. 
 
 
 10
1.4. OBJETIVOS 
 
1.4.1. Objetivo geral 
 
O objetivo geral deste estudo é propor uma solução definitiva, utilizando a topografia 
automatizada para representação do relevo em situações que esta característica seja relevante 
(curvas de nível) na definição de limites de Unidade de Conservação, com a finalidade de 
minimizar os conflitos oriundos de uma definição de limite equivocada, que utilizou uma 
técnica ou método inadequado. 
 
1.4.2. Objetivos específicos 
 
Os objetivos específicos citados abaixo se articulam com o tema do estudo na solução do 
problema apresentado com uso da topografia automatizada. Com vista à construção 
progressiva dos resultados que atendam ao objetivo geral, são propostos os seguintes 
objetivos específicos: 
1. Caracterizar ambientalmente a área de estudo; 
2. Apresentar as técnicas a ser utilizadas na definição da Base do Morro do Peri; 
3. Implantar os marcos de concreto para o transporte de coordenadas; 
4. Transportar as coordenadas geodésicas a partir dos referenciais da Rede GPS de Alta 
Precisão do Estado de Santa Catarina do IBGE, utilizando a técnica do emprego do 
Global Positioning System (GPS); 
5. Determinar as cotas dos marcos implantados pelo transporte da Referência Nível (RN) 
adotada, através do levantamento com Nivelamento Geométrico Composto, utilizando 
o método das visadas iguais; 
6. Levantar a Base do Morro do Peri com o emprego da Estação Total Topográfica 
(ETT), pelo método Polar da Irradiação, apoiado por pontos intervisíveis com 
coordenadas conhecidas (N, E), definidas pelo Método Relativo, utilizando a técnica 
ou modo de rasteio estático dos sinais de GPS e pelo método das visadas iguais no 
transporte da Referencia de Nível pelo nivelamento geométrico composto; 
7. Representar o relevo da Base do Morro do Peri com a integração dos métodos 
utilizados. 
 11
1.5. ESTRUTURA DA MONOGRAFIA 
Esta monografia esta estruturada em seis capítulos, os quais vão permitir uma solução técnica 
para a definição da Base do Morro do Peri, através do levantamento planialtimétrico, onde se 
encontra um ponto do limite do Parque Municipal da Lagoa do Peri. 
O primeiro capítulo é o introdutório, onde se trata das considerações sobre o tema gestão 
ambiental, destacando a importância do tema e do mosaico de ecossistemas para preservação 
da flora, fauna e dos recursos hídricos. Neste capítulo destacam-se as justificativas para 
realização do trabalho, deixando em evidência a problemática a ser solucionada e os objetivos 
a serem atingidos. 
No segundo capítulo é feito um estudo das bases teóricas para os levantamentos cadastrais de 
acordo com o Sistema Geodésico Brasileiro. Descreve-se também sobre a topografia 
automatizada, que foi beneficiada pelo desenvolvimento tecnológico. Neste capítulo fazem-se 
referências as geotecnologias empregadas nos levantamentos, como Global Positioning 
System (GPS), as Estações Totais Topográficas (ETT) e os Níveis, destacando os métodos e 
técnicas que os acompanham para execução dos levantamentos topográficos. A integração dos 
métodos de levantamentos também é ressalta. 
O terceiro capítulo refere-se à metodologia aplicada para realizar este estudo, considerando as 
bases teóricas, a caracterização ambiental da área, as geotecnologias e os seus métodos e 
técnicas de levantamentos topográficos, sendo aplicado ao estudo de caso. Com os resultados 
alcançados tem-se o relatório final. 
No quarto capítulo referem-se à caracterização ambiental da Bacia Hidrográfica da Lagoa do 
Peri e alguns aspectos de gestão ambiental, relativos ao histórico de criação do Parque, sua 
classificação dentro do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, 
os conflitos de uso do solo e os problemas de regularização fundiária. 
O quinto capítulo trata-se do levantamento planialtimétrico executado com o emprego da 
topografia automatizada,utilizando a integração dos métodos e técnicas de levantamentos 
topográficos e sua representação cartográfica. 
O sexto capítulo refere-se às conclusões e recomendações quanto à metodologia aplicada, os 
métodos utilizados no levantamento, avaliação dos resultados e recomendações pertinentes 
aos gestores do Parque e aos profissionais da geomensura. 
 
 12
2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
2.1 – LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO CADASTRAL 
 
O levantamento topográfico cadastral de unidades de conservação (que são parcelas 
territoriais protegidas por leis específicas, na sua maioria situada em áreas rurais, fora do 
perímetro urbano), sua execução deve se orientar pelas normas técnicas NBR 13.133 - 
Execução de levantamento topográfico – Procedimento; NBR 14.166 – Rede de Referência 
Cadastral Municipal; e pela Lei Federal n°. 10.267 de 28/08/2001 - Georreferenciamento de 
Imóveis Rurais, regulamentada pelo Decreto 4.449, de 30 de outubro de 2002 e pela Portaria 
nº. 954 de 13 de novembro de 2002, e com referenciais geodésicos adotados pelo Sistema 
Geodésico Brasileiro. 
 
“A definição confiável de uma parcela é um problema de levantamento”. Esta definição 
confiável é o componente essencial de qualquer sistema cadastral. “Em áreas urbanas só são 
aceitáveis os levantamentos baseados em uma rede de controle permanentemente 
monumentada, caso contrário o sistema é técnica e economicamente inadequado”. A rede de 
controle proporciona precisão uniforme (BLACHUT, et al., 1979, p.349-353). 
 
MÜLLER (1953) ao comparar um levantamento topográfico qualquer com um levantamento 
topográfico cadastral de uma região, comenta que: 
 
 [...] este último se ocupa principalmente da determinação e representação dos 
limites legais das parcelas, do cálculo das superfícies das mesmas com base 
nas medidas diretas tomadas no terreno, da divisão das parcelas originadas 
por heranças, etc. Ambos os levantamentos, o topográfico e o topográfico 
cadastral devem estar relacionados a uma rede de pontos fixos no terreno, 
proporcionando-lhes a referência necessária para os elementos de controle 
(MÜLLER,1953, p. 231). 
 
TRUTTMANN (1969) afirma que o levantamento cadastral tem por: 
 
[...] finalidade fixar por meio de plantas e documentos de medições, os limites 
das propriedades territoriais públicas e privadas com uma precisão que 
proporcione aos proprietários toda classe de garantias jurídicas, aproveitando 
tais levantamentos com uma meta fiscal (TRUTTMANN, 1969, p. 98). 
 
BENITE; LIPORONI (1993) quando comentam sobre o levantamento topográfico cadastral 
para fins de Ação Retificatória de Registro, dizem que o levantamento, no caso de um lote 
urbano, deverá identificar corretamente quais são os seus limites. Se forem muros, identificar 
com a convenção correta. A quem pertence à área ocupada por um muro, por exemplo, se ao 
 13
lote retificado ou ao lote confinante. A divisa deverá ser indicada em que face das paredes das 
construções que eventualmente possam estar nas divisas. 
 
A Lei n°. 10.267/2001- Lei do Georreferenciamento de Imóveis Rurais, visando também dar à 
devida garantia à propriedade e ao proprietário estabelece no seu texto, que todas a 
coordenadas definidoras dos vértices dos limites dos imóveis rurais serão referenciados ao 
SGB, estabelecendo a prioridade do sistema de referência para o registro imobiliário e para o 
cadastro de imóveis. 
 
Uma das exigências da Lei n°.10.267/2001 é a de se definir um imóvel rural através das 
coordenadas de seus vértices que serão georreferenciados ao Sistema Geodésico Brasileiro. 
MACHADO (2005) entende que: 
 
[...] a utilização das coordenadas georreferenciadas a um único sistema de 
referência pela nova legislação para se demarcar os limites da propriedade 
rural, garantido com que cada limite seja o único a ocupar aquela posição na 
superfície terrestre, uma vez que cada vértice definidor desse limite será 
ocupado apenas por um par de coordenadas. (MACHADO BRITO, 2005 p. 
58). 
 
A “precisão posicional” foi estabelecida pelo INCRA através da portaria n.954 de 13 de 
novembro de 2002, conforme exigências contidas no art. 3º da Lei nº. 10.267/2001 e do art. 9º 
do Decreto nº. 4.449/2002 que a regulamentou. 
 
O art. 1º da Portaria citada diz: “Estabelecer que o indicador da precisão posicional a ser 
atingida na determinação de cada par de coordenadas, relativas a cada vértice definidor do 
limite do imóvel, não deverá ultrapassar o valor de 0,50 m, conforme o estabelecido nas 
Normas Técnicas para Levantamentos Topográficos”. 
 
É importante registrar que no II Seminário sobre Referencial Geocêntrico no Brasil realizado 
na cidade do Rio de Janeiro, no período de 30 de novembro de 2004 a 3 de dezembro de 
2004, foi dito pelos representantes do IBGE, que para o atendimento dos trabalhos relativos à 
Lei n°. 10.267/2001, no que tange as coordenadas dos vértices definidores dos limites dos 
imóveis rurais, essas serão georreferenciadas ao SGB mantendo-se sempre o SIRGAS para 
época 2000,4. 
 
Para os imóveis urbanos não existe uma Lei especifica que torne obrigatório os registradores 
de imóveis fazerem os registros das coordenadas definidoras dos vértices da parcela 
 14
imobiliária, ligadas ao Sistema Geodésico Brasileiro e que tenha fixado a precisão posicional 
para o levantamento da parcela. A NBR n°.13.133/94, referente à execução de levantamento 
topográfico, classifica os levantamentos de acordo com a precisão nominal dos equipamentos 
utilizados. 
 
Pode-se concluir que para o levantamento topográfico cadastral de unidades de conservação, 
os procedimentos e métodos são os preconizados pelas Normas Técnicas de levantamento 
topográfico, utilizando a integração dos métodos (clássicos e os oriundos da nova tecnologia 
(GPS)). Para garantir a precisão posicional dos limites dessas parcelas territoriais superior a 
0,50 m, isto é, valores dos desvios padrão das coordenadas de todos os vértices inferiores a 
0,50 m, conforme preconizada pelo Decreto n° 4.449/2002, que regulamenta a Lei n°. 
10.267/2001 – Lei do Georreferenciamento de Imóveis Rurais, de acordo com o Sistema 
Geodésico Brasileiro, depende da precisão nominal dos equipamentos utilizados e dos 
procedimentos de campo, conforme exigência da Portaria n°. 954/2002, estabelecida pelo 
INCRA. 
 
 
2.2 – TOPOGRAFIA AUTOMATIZADA 
 
2. 2.1 - Introdução 
 
A topografia automatizada só foi possível graças ao avanço tecnológico na eletrônica, na 
informática e nas telecomunicações, permitindo o desenvolvimento de programas específicos 
de computadores e de equipamentos eletrônicos usados no recebimento, armazenamento e 
transmissão de dados, facilitando e orientando a interface com os usuários destas tecnologias. 
A estação total, aparelhos celulares e receptores de sinais de satélites (GPS) são exemplos 
atuais deste avanço tecnológico. 
 
“Com o aparecimento dos Sistemas de Informações Geográficas - SIG, praticamente todos os 
instrumentos de medição modernos passaram a ser concebidos com dispositivos que 
permitem facilitar a alimentação desses sistemas. Os instrumentos evoluíram de simples 
medidores para georreferenciadores. Dessa forma, considerando a quantidade de informações 
que naturalmente devem ser coletadas e a necessidade de estruturação dessas informações, é 
importante que o profissional esteja atualizado com a situação de mercado em relação aos 
 15
equipamentos e aos programas aplicativos disponíveis. Deve-se priorizar os equipamentos 
que possibilitem o registro automático das informações coletadas, dispensando qualquer tipo 
de anotação de campo1. O equipamento deve registrar, ainda em campo, todas as 
características dos dados coletados conforme as exigências do programas aplicativo de 
gerenciamento das informações. Incluem-se nesse grupo os equipamentos informatizados tais 
como as Estações Totais, os Níveis digitais, o GPS e os Restituidores fotogramétricos 
analíticos oudigitais”, Figura 03 (SILVA,1994). 
 
As estações totais são dotadas de várias opções de programas internos com funções de 
extrema importância, tais como: distância entre pontos; cálculo de área; estação livre; locação; 
entre outros. Além dos programas gerais, que usualmente estão disponíveis nos equipamentos, 
existe ainda em alguns tipos de estações totais, a possibilidade de inserção de novos 
programas. Para isso, é necessário usar linguagens de programação, podendo inclusive definir 
por meio de programas, interfaces mais diretas com o software topográfico para as etapas de 
cálculos e desenhos (RIBEIRO, 1998, p.22 e 23). 
 
 
FIGURA 03: Equipamentos utilizados em mapeamento 
Fonte: (SILVA,1994) 
 
 
1 A experiência tem mostrado que os trabalhos de coleta de dados em campo não pode dispensar a elaboração de croquis da 
 área, tão completo quanto possível, inclusive que o mesmo deverá fazer parte documental dos trabalhos. 
 
 16
Quanto ao registro automático de informações podemos afirmar, por experiência, que nem 
toda a anotação de campo é dispensável. O papel do croquis de medição é de fundamental 
importância, devendo sua confecção ser sistematizada para posterior inclusão no conjunto 
final dos documentos (HASENACK, 2000). 
 
Os softwares CAD aplicativos, propiciam a produção de plantas topográficas por métodos 
digitais. Os elementos arquivados em meio magnético e em diferentes níveis, podem ser 
manipulados através de um terminal de computador, facilitando a atualização. As plantas 
topográficas podem ser plotadas, selecionando-se níveis, escalas e simbologia adequados ao 
objetivo da utilização. 
 
 
2.2. 2 – Global Positioning System (GPS) 
 
Os levantamentos geodésicos, até recentemente, baseavam-se na utilização das medidas de 
ângulos e distâncias conduzidas sobre a superfície terrestre, através das clássicas 
triangulações e poligonais geodésicas. Uma das restrições mais severas, imposta às atividades 
geodésicas era a necessidade de haver intervisibilidade entre os pontos a serem observados 
(CORDINI et al., 2004). 
 
A partir da aparição dos primeiros satélites artificiais, rapidamente descobriram-se as 
vantagens de utilizá-los como pontos geodésicos espaciais de referência; com isso, a coleta de 
dados através da observação de satélites artificiais passou a ser utilizada no estabelecimento 
de redes geodésicas. 
 
O sistema NAVSTAR - GPS é um sistema de radionavegação projetado e desenvolvido pelo 
Departamento de Defesa dos Estados Unidos – DoD (Department of Defense). As intenções 
iniciais eram utilizá-lo como sistema de navegação das forças armadas americanas. Resultou 
da fusão de dois programas destinados a desenvolver um sistema de navegação de 
abrangência global: Timation e System 621B, sob a responsabilidade da Marinha e da Força 
Aérea, respectivamente. Em razão da alta acurácia proporcionada já no estágio inicial de 
implantação e do grande desenvolvimento da tecnologia envolvida nos receptores GPS, 
inúmeros usuários surgiram dos mais variados segmentos da comunidade civil. 
 
 17
A concepção do sistema GPS permite que um usuário, em qualquer lugar da superfície 
terrestre, ou próximo a ela, tenha à sua disposição, no mínimo, quatro satélites para serem 
rastreados (MONICO, 2000). Isto garante que se realize um posicionamento em tempo real. 
Em Geodésia, a tecnologia encontra inúmeras aplicações, principalmente por apresentar duas 
características muito importantes em relação aos métodos de levantamento convencionais: a 
não necessidade de intervisibilidade entre as estações e possibilidade de utilização sob 
quaisquer condições climáticas e ambientais. 
 
Esta técnica é conhecida pela sigla GPS, derivada do seu nome original em inglês Global 
Positioning System. A navegação por GPS tem como princípio básico a medida de distâncias 
entre o usuário (antena) e quatro satélites. Uma vez conhecida as coordenadas dos satélites 
(num sistema de referência apropriado), é possível calcular as coordenadas da antena no 
mesmo sistema de referência dos satélites. Geometricamente, três distâncias, desde que não 
pertencentes ao mesmo plano, seriam suficientes para posicionar a antena. A quarta medida, 
do tempo, é necessária em razão do não sincronismo entre os relógios dos satélites e usuários 
(receptores), adicionando uma incógnita na solução das equações de observação. 
 
Os serviços prestados pelo sistema GPS, política de segurança e processos de manipulação 
das informações GPS pelo DoD, podem ser encontrados em (MONICO, 2000). 
 
O sistema GPS é estruturado em três segmentos principais: espacial, de controle e de usuários. 
O segmento espacial consiste de 24 satélites distribuídos em 6 planos orbitais igualmente 
espaçados. Cada plano orbital, com 4 satélites, possui uma inclinação de 55° em relação ao 
plano do equador e o período orbital é de aproximadamente 12 horas siderais. Nesta 
concepção, a posição dos satélites se repete a cada dia, 4 minutos antes (tempo civil) que a do 
dia anterior. Essa configuração garante que, no mínimo, quatro satélites GPS sejam visíveis 
em qualquer local da superfície terrestre, a qualquer hora. Os satélites GPS orbitam em redor 
da Terra a uma altitude aproximada de 20.200 km (Figura 04). 
 18
 
 
 
 
FIGURA 04: Satélites GPS em órbita no globo Terrestre. 
Fonte: (PHILIPS/1997) 
 
 
Os sinais transmitidos continuamente por cada satélite são propagados em duas ondas 
portadoras "L". Sendo L1 com a freqüência de 1575,42 MHz e comprimento de onda de 19 
cm; L2 com freqüência de 1227,60 MHz e comprimento de onda de 24 cm. 
 
Sobre as portadoras são modulados dois códigos denominados códigos pseudo-aleatórios. 
Sobre a portadora L1 modula-se o código C/A (Clear Access ou Coarse Aquisition) e sobre as 
portadoras L1 e L2, modulam-se o código P (Precise Code). 
 
O código C/A é o código de ruído pseudo-aleatório (PRN) modulado em L1 de um satélite 
GPS. Permite calcular, sem ambigüidades, pseudodistâncias aos satélites. 
 
O código P é o código preciso ou código protegido para uso militar, modulado em L1 e L2. 
 
O Código C/A apresenta freqüência dez vezes inferior ao código P, provocando maior 
indefinição no tempo de propagação, o que diminui a precisão para o posicionamento (cerca 
de 100 m de erro). Assim, o código C/A destina-se a navegação em geral. Desde dois de maio 
 19
de 2000, o DoD aboliu a técnica de deterioração da acuracidade do SPS (Standard Positioning 
Service), acusando melhorias da ordem de 10 vezes no nível de acuracidade (10 m de erro). O 
código P, por outro lado, além de ter freqüência dez vezes maior que o C/A, apresenta 
configuração espacial e erro de posicionamento da ordem de decímetros. Foi inicialmente 
programado pelo DoD para uso exclusivo em fins militares. Entretanto até o momento seu 
acesso tem sido permitido à comunidade civil, desde que autorizado (Figura 05). 
 
Ambos os sinais transmitem ainda uma série de mensagens de navegação, tais como 
efemérides, correções dos relógios dos satélites, estado de operação dos satélites e outros, que 
são processados pelos receptores. Pode-se observar que há três tipos de sinais envolvidos no 
GPS: as portadoras L1 e L2, os códigos C/A e P(Y) e os dados de navegação, correções aos 
relógios, etc. 
 
 
FIGURA 05: Código e Portadora GPS. 
Fonte: (PHILIPS, 1997) 
 
 
De acordo com SÁNCHES DALOTTO (2003), as vantagens da técnica de posicionamento 
por GPS são: não requer intervisibilidade (visibilidade entre pontos medidos) para efetuar 
medições; não tem restrições horárias; não apresenta restrições atmosféricas em condições 
não extremas; para alguns tipos de determinações, possui alta precisão e celeridade na 
determinação, entre outras. 
 20
As desvantagens segundo este autor são: o sistema está condicionado à disponibilidade 
funcional por parte dos administradores e ao estadooperativo dos satélites; a distância entre 
receptores base e móvel para aplicar métodos que dão maior precisão está restringida a 
aproximadamente 20 ou 30 km; as alturas elipsoidais, referidas ao elipsóide WGS84 e não 
ortométricas referidas ao nível médio do mar, são pouco aproveitadas pela falta do modelo de 
ondulação geoidal adequado; requer condições locais de acesso para a antena, determinação 
de máscaras de visibilidade para os satélites que podem ser funcionalmente restritivas, 
separação de redes de alta tensão e de obstáculos; as tempestades elétricas podem alterar ou 
impossibilitar a medição. 
 
Além do sistema GPS, que atualmente é administrado pelos Estados Unidos, existem outros 
sistemas de posicionamento terrestre: o GLONAS administrado pela Rússia e o GALILEO, 
administrado pela União Européia (HUSTI & DE JONG, 2000). 
 
Os receptores de sinais GPS segundo BERALDO; SOARES (1996) estão divididos em três 
grupos: 
1- Receptores do código C/A e freqüência L1 nas duas estações Fixa e Móvel; 
2 - Receptores do código C/A e freqüências L1 e L2, nas duas estações Fixa e 
Móvel; 
3- Receptores do código C/A e P e freqüências L1 e L2, nas duas estações 
Fixa e Móvel (SOARES; BARALDO,1996, p. 145); 
 
Os métodos de levantamento GPS consagrados na literatura são Absoluto, Diferencial e o 
Relativo. A escolha do método irá depender da quantidade e disponibilidade de equipamentos 
disponíveis; acesso aos dados das estações de monitoramento contínuo; e qual a finalidade e 
precisão requerida para o levantamento. 
 
O método relativo é muito explorado nos levantamentos topográficos, como resultado do 
posicionamento se obtém vetores que unem a estação de referência (estação fixa) aos pontos 
rasteados. Segundo LOCH; CORDINI (2007) este método utiliza-se de diversas técnicas de 
posicionamento que são: técnica de posicionamento Estático; Estático rápido; 
Pseudocinemático; Cinemático contínuo; e Stop and Go. 
 
A técnica de posicionamento estático caracteriza-se pelo emprego de receptores em estações 
fixas e móveis, fazendo o rasteio do sinal simultaneamente durante um determinado intervalo 
de tempo. Um ou dois receptores ocupam estações de coordenadas conhecidas e os demais 
 21
funcionam como receptores itinerantes, ocupando estações cujas coordenadas serão 
determinadas. Obtêm-se assim as componentes do raio vetor entre as estações. Nesta técnica 
de posicionamento, tem-se a vantagem de maior precisão e como desvantagem a realização de 
um menor número de pontos coletados (CORDINI et al., 2004). 
 
Durante o levantamento de campo, a escolha dos pontos a levantar para determinadas feições 
espaciais, deve preceder de uma análise cuidadosa por parte do técnico, o qual deve aliar-se 
aos conhecimentos dos métodos de levantamentos cadastrais, como alinhamento, ortogonal e 
o polar, pois a antena externa do receptor GPS não pode ficar sob obstáculos, 
impossibilitando a recepção dos sinais dos satélites. Com estes conhecimentos, utilizando 
trena e balizas, faz-se a complementação das medições necessárias, registrando-as no croqui 
de campo, para facilitar a edição do levantamento no escritório, e representar corretamente as 
feições espaciais levantadas em campo (ORTH et al, 2004). 
 
No período de 2003 a 2004, O GrupoGE, do Departamento de Engenharia Civil, do Centro 
Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina, elaborou um Guia Metodológico 
para mapeamento de Áreas Legalmente Protegidas, contendo quatro manuais. O Manual 
Complementar – “Levantamento de Pontos GPS” traz passo a passo os procedimentos de 
planejamento, coleta de dados, processamento e representação cartográfica. O Guia 
Metodológico foi um dos resultados do Projeto de Pesquisa ANNEL nº. 0395- 016/2003/ 
FEESC nº. 81/04, intitulado “Metodologia de Identificação de Limites das Unidades de 
Conservação Ambiental da Ilha de Santa Catarina – uma Contribuição à Gestão Ambiental”, 
sob coordenação da Profª. Dora Maria Orth (UFSC) e do Engº. Jackson da Silva (CELESC). 
 
 
2.2. 3 – Estações Totais 
 
As Estações Totais são teodolitos e distanciômetros construídos num só equipamento, 
proporcionam a redução de distâncias inclinadas para o plano horizontal e fornecem 
diretamente as diferenças de nível. Atualmente estes equipamentos possibilitam a coleta 
eletrônica de dados, que de forma automática, nos garantem agilidade e segurança. 
 
De acordo NBR 13133 (Normas Técnicas para Execução do Levantamento Topográfico), as 
estações totais, com relação à precisão, são classificadas da seguinte forma, conforme Tabela 
01: 
 22
 
TABELA 01: Classificação das estações totais quanto à precisão 
 
 
Classe 
 
Desvio-Padrão 
Precisão 
Angular 
 
Desvio-Padrão 
Precisão Linear 
Precisão Baixa ≤ ± 30” ± (5mm + 10ppm.D) 
Precisão Média ≤ ± 07” ± (5mm + 5ppm.D) 
Precisão Alta ≤ ± 02” ± (3mm + 3ppm.D) 
 
Fonte: ANBT (1994). 
 
 
Todo e qualquer Medidor Eletrônico de Distâncias (MED) deve ser calibrado, no máximo, a 
cada dois anos, através de testes realizados em entidades oficiais de calibração, com 
expedição de certificado de calibração (a EPUSP/USP e a UFPR possuem laboratórios 
especializados). 
 
Segundo os técnicos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EPUSP), que 
possuem larga experiência em calibração de equipamentos, os MED’s possuem uma avaria 
anual, mesmo que não utilizados, de ± 1ppm, fração esta significativa com o passar do tempo 
para levantamentos que exigem alta precisão. Quando detectada esta avaria, a correção é feita 
na constante do prisma, registrada no próprio equipamento, em milímetros. 
 
A coleta dos dados pelas estações totais pode ser estruturada por coordenadas polares, 
coordenadas retangulares e também simultaneamente por ambas. A coleta de coordenadas 
polares permite a coleta de distâncias horizontais, verticais e inclinadas, ângulos verticais e 
horizontais, altura do instrumento, altura do prisma e informações sobre os pontos como 
nome e descrição. Permite então, um pós-processamento com ajustamento angular e linear das 
medições. A coleta de coordenadas retangulares armazena apenas as coordenadas NEZ dos 
pontos com seu nome e descrição. Não permite que haja um pós-processamento, pois os 
pontos já estão devidamente coordenados. Utilizado para levantamentos de pequena extensão 
ou para levantamentos a partir de poligonais principais. A coleta simultânea de coordenadas 
polares e retangulares, objetiva obter um relatório impresso com os dados que geraram as 
coordenadas retangulares (nome do ponto, descrição, ângulo horizontal, distância horizontal, 
coordenada X, coordenada Y e cota) 
 
 23
As estações totais são dotadas de várias opções de programas internos com funções de 
extrema importância, tais como: distância entre pontos; cálculo de área; estação livre; locação; 
entre outros. Além dos programas gerais, que usualmente estão disponíveis nos equipamentos, 
existe ainda em alguns tipos de estações totais, a possibilidade de inserção de novos 
programas. Para isso, é necessário usar linguagens de programação, podendo inclusive definir 
por meio de programas, interfaces mais diretas com o software topográfico para as etapas de 
cálculos e desenhos (RIBEIRO, 1998, p.22 e 23). 
 
 
 
2.2. 4 – Níveis 
 
Os níveis são equipamentos que permitem definir com precisão um plano horizontal ortogonal 
à vertical definida pelo eixo principal do equipamento. 
 
Os níveis ópticos podem ser classificados em mecânicos e automáticos. No primeiro caso, o 
nivelamento "fino ou calagem" do equipamento é realizado com o auxílio de níveis de bolha 
bi-partida. Nos modelos automáticos a linha de visada é nivelada automaticamente, dentro de 
certo limite, utilizando-se um sistema compensador (pendular). Os níveis digitais podem ser 
enquadrados nesta última categoria. 
 
De acordo NBR 13133 (Normas Técnicas para Execução do Levantamento Topográfico), os 
níveis, com relaçãoà precisão, são classificados segundo o desvio-padrão de 1 km de duplo 
nivelamento (nivelamento e contranivelamento), conforme a Tabela 02 abaixo: 
 
TABELA 02: Classificação dos níveis. 
 
Classes de níveis Desvio-Padrão 
 
1 - Precisão Baixa > ± 10 mm/km 
2 - Precisão Média ≤ ± 10 mm/km 
3 - Precisão Alta ≤ ± 3mm/km 
4 – Precisão Muito Alta ≤ ± 1mm/km 
 
Fonte: ANBT (1994, p.6). 
 
No Nivelamento Geométrico Composto o método das visadas iguais é o método mais preciso 
e de larga aplicação em engenharia. Nele as duas miras são colocadas à mesma distância do 
 24
nível, sobre os pontos que se deseja fazer o transporte de referência de nível (RN), sendo 
então efetuadas as leituras (Figura 06). É um processo bastante simples, onde o desnível será 
determinado pela diferença entre a leitura de ré e a de vante entre os dois pontos, onde os 
erros de esfericidade, de refração e de horizontalidade serem em função exclusiva da distância 
que separa o nível e a mira, a diferença de leituras, estes erros são minimizados (VEIGA, et 
al., 2007, p.139 a 140). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 06: Nivelamento Geométrico pelo método das visadas iguais. 
Fonte: VEIGA et al. (2007, p.140) 
 
 
Nos levantamentos altimétricos com a utilização da integração dos métodos, utilizando GPS, 
ETT, Nível e outros, a Referência de Nível (RN) a ser utilizada pode ser em relação à 
superfície do nível médio do mar ou uma referência local, situada paralelamente, acima ou 
abaixo desta. A RN fornecida pela superfície do nível médio do mar, que se estende pelo 
continente, é chamada de superfície geoidal. No Nivelamento Geométrico composto, a 
diferença de leituras dos pontos fornece a diferença de nível, mas também o transporte desta 
referência de um ponto com a distância vertical até a superfície terrestre conhecida para os 
 25
pontos que serão nivelados é chamado de altitude ou Nível Verdadeiro. Quando for uma 
referência local é chamado de cota ou Nível Aparente (BRANDALISE, 2001, p.84). 
 
 
2.3 – INTEGRAÇÃO DOS MÉTODOS DE LEVANTAMENTOS 
 
A técnica de posicionamento por GPS pode ser a utilizada no levantamento topográfico das 
unidades de conservação, através do método diferencial, utilizando o modo estático de rasteio 
dos sinais dos satélites, para o transporte de coordenadas da rede de referencia geodésica, para 
dentro da parcela territorial, no mínimo dois pontos intervisíveis a serem materializados. Estes 
pontos passaram a serem utilizados como referencia local e na integração dos métodos de 
levantamento (método polar (Estação Total), método do alinhamento e método ortogonal) 
(ORTH et al., 2004). 
 
SILVA (1999) utilizou a aplicação de um método híbrido, para elaboração de uma base 
cartográfica do Campus Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina, com 
precisão geométrica requerida, através da associação de conceitos, técnicas e produtos 
aplicados à fotogrametria, topografia e geodésia. O método foi direcionado ao subsistema 
edificações, que para atender a finalidade a que se destina, necessitavam estar devidamente 
georreferenciado 
 
HASENACK (2000) em sua dissertação estabelece fundamentos metodológicos para a 
confecção dos originais de levantamento topográfico cadastral na área urbana, com a 
integração dos métodos clássicos, a partir de uma rede referência cadastral municipal 
estabelecida por GPS, com a finalidade de dar suporte de dados para a garantia dos limites 
geométricos dos bens imóveis e para a construção da carta cadastral. 
 
A identificação das feições nas fotografias aéreas é efetuada através da fotointerpretação. Esta 
técnica permite identificar diferentes formas de relevo, padrões de vegetações e drenagens, 
características das cidades, áreas propícias à expansão urbana, problemas de infra-estrutura de 
cada bairro ou local, entre outros (MURNI et al., 2000) 
 
 26
A interpretação de fotografias aéreas, também chamada de Fotointerpretação, é uma atividade 
realizada por profissionais que têm interesse em obter dessas imagens informações relativas 
aos objetos de suas análises e representações. 
 
CAMPBELL (1996), afirma que uma imagem vale mais por mil palavras e esclarece sobre as 
razões de tal citação, acrescentando que as imagens conduzem informações concisas sobre 
posições, tamanhos dos objetos e inter-relações entre a natureza dos seus objetos. 
 
As imagens obtidas a partir de sensores remotos orbitais trazem, também, uma grande 
quantidade de informações sobre os objetos detectados, através das ondas do espectro 
eletromagnético. Utilizando-se computadores com programas apropriados é possível retirar 
dessas imagens informações que o olho humano não é capaz de observar (LIMA, 1999). 
 
O levantamento aerofotogramétrico tem como objetivo gerar modelos cartográficos digitais 
de informações geográficas de grandes áreas da superfície terrestre, sendo executado através 
de tomada de fotografias métricas em veículos aerotransportados. 
 
Os mosaicos são produzidos através da montagem de fotografias resultantes do levantamento 
aerofotogramétrico e tem como objetivo auxiliar no trabalho de levantamento de campo. Os 
mosaicos controlados são produzidos com imagens retificadas e são indicados para trabalhos 
que necessitam de elevado nível de precisão. Já os mosaicos semicontrolados, são produzidos 
com fotografias sem correção e possui baixo grau de precisão global, podendo ser utilizado 
em atividades de planejamento. 
 
A utilização de cartografia e fotografias aéreas para avaliação e planejamento de áreas 
costeiras foi discutida por diversos autores. Entre eles, BAILY; NOWELL (1997) indicam 
que o uso de cartografia na avaliação de recursos costeiros pode apresentar o risco de variação 
do conteúdo temático devido à variação das fontes. Do mesmo modo, observa-se que a área 
de transição entre o mar e a terra ou área de variação das marés, freqüentemente recebe menor 
ênfase na representação cartográfica que o resto do mapa ou carta. Este fato verifica-se, por 
exemplo, na mudança de representação da variável de qualificação altimétrica: utilizam-se 
isolinhas em terra firme e em corpos de água, sendo utilizada a representação por pontos 
cotados em áreas de transição terra-água. 
 
 27
ORTH et al. (2005) apresentam um método híbrido para identificação e delimitação de áreas 
legalmente protegidas (ALP’s), como resultado da pesquisa denominada “Metodologia de 
identificação de limites das unidades de conservação ambiental da Ilha de Santa Catarina – 
uma contribuição à gestão ambiental”, integrando o emprego das tecnologias da cartografia e 
fotointerpretação digital e da automação topográfica (GPS e Estação Total). O método 
proposto, resultado principal da pesquisa, é apresentado na forma de um Guia Metodológico 
com roteiro para identificar, levantar e mapear limites de ALP’s, sendo dirigido 
principalmente aos agentes locais responsáveis pela gestão ambiental. 
 
Pode-se concluir que depois da interpretação e análise final das fotografias ou imagens 
digitais de cada época podem ser gerados mapas, representando cartograficamente a 
organização do espaço físico em cada uma das épocas. Tudo isso, pode ser representado na 
cartografia temática, como: o mapa de ocupação e uso do solo; a evolução da ocupação; a 
ocorrência de desmatamentos; mensurar as áreas cultivadas, dentre outras. A fotointerpretação 
é técnica empregada para monitoramento ambiental, e deve ser utilizada no monitoramento de 
áreas protegidas. 
 
 
 
 
 28
CAPÍTULO 3 - MATERIAIS E MÉTODOS 
 
3.1. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS 
 
3.1.1. Documentos cartográficos (base cartográfica, mapas temáticos, 
fotos aéreas e imagens de satélite). 
- Mapa Planialtimétrico do Município de Florianópolis, escala 1:10:000, 1979, do 
IPUF/PMF (analógico); 
- Mapa Planimétrico da Ilha de Santa Catarina, Escala 1:5.000, 1998, da Empresa Centrais 
Elétricas

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