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DIREITO INTERNACIONAL E RELAÇÕES ECONÔMICAS

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DIREITO INTERNACIONAL E RELAÇÕES ECONÔMICAS 
1. TRATADOS 
Tratado é um acordo, ajuste, arranjo, uma convenção, declaração formal entre pessoas jurídicas de direito internacional 
público, que firmam um compromisso de cumprimento e respeito às cláusulas e condições concluídas por escrito, com 
a finalidade de produzir efeitos jurídicos nas relações exteriores, criando preceitos de direito positivo, regidos pelas 
regras do direito internacional. 
Aspectos importantes 
• Acordo internacional entre estados: para que um tratado internacional seja celebrado, a primeira condição 
que deve ser observada para a produção do ato é a manifestação de vontade de dois ou mais sujeitos de Direito 
Internacional, neste caso, os Estados e as organizações internacionais; 
• Celebrado por escrito: a Convenção de Viena é explícita no que se refere ao acordo concluído por escrito. 
Assim sendo, embora seja admitida em certos casos excepcionais a possibilidade de se chegar a um tratado 
verbal, verifica-se que na prática atual isso não tem acontecido; 
• Regido pelo direito internacional: os tratados internacionais celebrados devem ser regidos por normas de 
Direito Internacional; 
• Qualquer que seja sua denominação: existem várias expressões que podem ser utilizadas para tratado 
internacional; 
• Conste de um instrumento único ou em dois ou mais instrumentos conexos: um tratado internacional 
pode consubstanciar-se em apenas um ou em dois ou mais instrumentos. 
 
GÊNERO DOS TRATADOS 
Existem mais de trinta denominações diferentes para um tratado. Pode ele ser um: 
• Tratados: é utilizado para os acordos solenes (acordo de paz); 
• Acordo: normalmente usados para tratados de cunho econômico, financeiro, cultural e comercial; 
• Carta: é o tratado em que se estabelecem direitos e deveres (Carta da ONU); 
• Arranjo/Memorando/Ajustes: aplicam-se a tratados bilaterais de importância reduzida. 
• Convenção: é o tratado que cria normas gerais de Direito Internacional (convenção sobre o mar territorial); 
• Declaração: é usada para os acordos que criam princípios jurídicos da Sociedade Internacional ou afirmam uma 
atitude política comum (declaração de Paris de 1856); 
• Protocolo: pode ser protocolo-conferência (que é a ata de uma conferência) e protocolo-acordo (cria normas 
jurídicas) – complementação de um tratado (ex. protocolo de Kyoto); 
• Pacto: tratado solene (Pacto de Varsovia); 
• Concordata: assinada pela Santa Sé sobre assuntos religiosos; 
• Gentlemen Agreement: estão regulados por normas morais. São bastante comuns nos países anglo-saxões. A 
sua finalidade é fixar um programa de ação política – acordo executivo, transitório, moral; 
• Convênio: para tratados que versam sobre matéria cultural ou transporte. 
BASE PARA A NOMENCLATURA DOS TRATADOS 
Existem pelo menos dois dispositivos no âmbito internacional que indicam a configuração escrita: o art. 2º da 
Convenção de Havana. E o art. 2º, inciso I, alínea a, da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969 
(conhecida na doutrina como “tratado dos tratados”) – vigente a partir de 1980: Brasil ratificou em 2009, com reserva 
do art. 25 a 66, que ferem o art. 49 e 4 da CF. 
ELEMENTOS DOS TRATADOS 
Título: finalidade dos tratados; 
Preâmbulo: contém geralmente um enunciado das finalidades do tratado e a enumeração das partes contratantes – 
exposição de motivos (“considerando”) – explica a razão do tratado existir; 
Parte dispositiva: é redigida sob a forma de artigos, sendo que nela estão fixados os direitos e deveres das partes 
contratantes – atribuição de regras, artigos e/ou cláusulas; 
Fecho: data, local, idioma, número de vias originais, assinaturas, selo do lacre; 
Anexos: se houver. 
REQUISITOS DE VALIDADE DOS TRATADOS 
Algumas condições devem ser levadas em consideração para que um tratado internacional produza efeitos jurídicos. 
Capacidade das partes 
É reconhecida aos Estados soberanos, às Organizações Internacionais, à Santa Sé e a outros atores internacionais que 
tenham expressamente garantido esse direito, como, por exemplo, Estados-Membros de uma federação que tenham 
assegurado este direito em suas respectivas Constituições. 
BRASIL: os Estados-Membros, o Distrito Federal e os Municípios poderão celebrar tratados de financiamento desde 
que tenham o consentimento do Senado Federal, conforme estabelece o art. 52, V, da CF: “Compete privativamente 
ao Senado Federal: V – autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios”. 
CONVENÇÃO DE VIENA (TRATADOS): a capacidade para celebrar tratados se apresenta para os Estados e para 
as organizações internacionais. 
Habilitação dos signatários 
É feita pelos “plenos poderes” que dão aos negociadores o “poder de negociar e concluir” o tratado, conforme 
estabelece o artigo 2, c, da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados: 
“Trata-se de um documento expedido pela autoridade competente de um Estado, designando uma ou várias pessoas 
para representar o Estado na negociação, adoção ou autenticação do texto de um tratado, para manifestar o 
consentimento do Estado em obrigar-se por um tratado ou para praticar qualquer ato relativo a um tratado”. 
No caso das organizações internacionais, por falta de previsão explícita se reconhece tal poder aos órgãos plenários. 
Consentimento mútuo 
É necessário o consentimento dos pactuantes, dado que o tratado nada mais é que um acordo de vontades. A anuência 
deve ser isenta de vícios, pois o erro, o dolo, a corrupção e a coação deterioram a anuência do Estado. 
Objeto lícito e possível 
De acordo com o artigo 53 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados: 
“É nulo o tratado que, no momento de sua conclusão, conflita com uma norma imperativa de direito internacional 
geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa de direito internacional geral é uma norma aceita e 
reconhecida pela comunidade internacional dos Estados no seu conjunto, como norma da qual nenhuma derrogação 
é permitida e que só pode ser modificada por nova norma de Direito Internacional geral da mesma natureza”. 
Assim, havendo violação de normas imperativas, o tratado não poderá produzir efeitos, como, por exemplo, a 
celebração de tratados que violam direitos humanos. 
IMPORTANTE: Só anula o tratado o erro que tenha atingido a base essencial do consentimento para se submeter ao 
tratado; se o erro é de redação, ele não atinge a validade do tratado e deverá ser feita a sua correção; o erro de fato é 
que constitui vício de consentimento; o Estado que tenha contribuído para o erro não pode invocá-lo. 
CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS 
A) SEGUNDO O PROCEDIMENTO 
• Stricto sensu: também conhecido como tratado solene, “em sentido estrito” ou “em devida forma”, são 
aqueles instrumentos longos, com a aplicação de procedimentos complexos para seu aperfeiçoamento e 
utilização de um sistema para sua validade e vigência. 
• Acordo executivo: são os tratados em forma simples, em que basta a assinatura do representante da pessoa 
jurídica de direito internacional público com poderes especiais para que o instrumento tenha validade e entre 
em vigor, sendo dispensada a análise pelo Poder Legislativo no plano interno do Estado pactuante. 
 
B) SEGUNDO O NÚMERO DE PARTES 
FORMAL 
• Bilateral: são aqueles produzidos por apenas dois sujeitos de direito internacional. São produzidos quando há 
interesses recíprocos em matérias diversas esses dois Estados; 
• Multilateral: contarão com a presença de três ou mais partes envolvidas. Pressupõem o interesse de vários 
sujeitos de direito internacional. 
MATERIAL 
• Contratual: tratados-contratos (as partes realizam uma operação jurídica, p. ex. comércio, alianças etc.); 
• Normativo: tratados-leis (porque editam uma regra de direito objetivamente válida). 
 
C) SEGUNDO A APLICAÇÃO NO TEMPO 
• Estáticos: com efeitos IMEDIATOS. Os efeitosdos tratados estáticos são gerados de uma só vez, bastando 
a sua entrada em vigor. 
Ex. Alasca 1867 – o Alasca pertencia a Rússia e foi vendido para os EUA “de portas fechadas”; Acre 1903 – o 
Brasil comprou da Bolívia. 
• Dinâmicos: efeitos MEDIATOS, ou seja, é contínuo, procuram atingir metas. Os efeitos dos tratados 
dinâmicos são prolongados no tempo. 
Ex. Kyoto 1997 (2020) /acordo de Paris 2015. 
 
D) SEGUNDO SUA APLICAÇÃO NO ESPAÇO 
TERRITORIAL 
• Absoluto: abrangente (ex. Kyoto/Paris), abrangem um território inteiro dos seus países membros (pactuantes). 
• Relativo: é o tratado que atinge apenas uma parcela do território dos pactuantes (ex. pacto amazônico 1978 – 
aplicado no território brasileiro que corresponde a Amazônia e nos outros Estados que tem a Amazônia em 
seu território, como p. ex. Colômbia, Venezuela e etc.). 
 
E) SEGUNDO POSSIBILIDADE DE PARTICIPAÇÃO 
• Fechado: sem adesão – São tratados reservados, pois não possibilitam a participação de outros que não os 
pactuantes originários. 
• Aberto: com adesão – é permitida a adesão, pois são descerrados, amplos, sendo admitida a participação de 
outros pactuantes. Ex. Limitada: união europeia – somente território europeu; Ilimitada: ONU, ou seja, todos 
os estados podem participar. 
 
FASE DE ELABORAÇÃO DOS TRATADOS 
A) Negociação: é a fase onde os Estados discutem seus interesses e estabelecem o conteúdo do tratado. 
O artigo 7 da Convenção de Viena apresenta quais são as pessoas que estão investidas de plenos poderes e que poderão 
participar da fase de negociação de um tratado internacional: 
“Uma pessoa é considerada representante de um Estado para a adoção ou autenticação do texto de um tratado ou para 
expressar o consentimento do Estado em obrigar--se por um tratado se: 
➢ Apresentar plenos poderes apropriados; 
➢ A prática dos Estados interessados ou outras circunstâncias indicarem que a intenção do Estado era considerar 
essa pessoa seu representante para esses fins e dispensar os plenos poderes. 
ATENÇÃO: em virtude de suas funções e independentemente da apresentação de plenos poderes, são 
considerados representantes do seu Estado: 
➢ Os Chefes de Estado, os Chefes de Governo e os Ministros das Relações Exteriores, para a realização de todos 
os atos relativos à conclusão de um tratado; 
➢ Os Chefes de missão diplomática, para a adoção do texto de um tratado entre o Estado acreditante e o Estado 
junto ao qual estão acreditados; 
➢ Os representantes acreditados pelos Estados perante uma conferência ou organização internacional ou um de 
seus órgãos, para a adoção do texto de um tratado em tal conferência, organização ou órgão. 
 
B) Redação do texto 
As partes envolvidas redigirão o texto que foi devidamente negociado, para posterior assinatura e desdobramentos que 
se apresentam de maneira diversa em cada Estado-nação. 
C) Assinatura do texto 
Traduz-se em ato importante na fase de elaboração de um tratado internacional por garantir às partes envolvidas a 
autenticidade e a definitividade do texto que foi produzido, não sendo admitida ulterior modificação, salvo se as 
partes acordarem novamente sobre o caso. 
D) Ratificação 
É considerada a fase mais importante do processo de conclusão dos tratados, pois confirma a assinatura e dá validade 
a ele. 
BRASIL: a ratificação é realizada pelo Poder Executivo com a participação do Congresso Nacional, conforme 
estabelece o art. 84, VIII, combinado com o art. 49, I, da Constituição Federal (obriga a intervenção do Congresso em 
todos os tratados). 
Essa ratificação é necessária, pois o Estado precisa verificar se o Tratado é de seu interesse. 
Aprovação: maioria simples do Congresso Nacional – lei ordinária (geral) CF: arts. 49, I e 84, VIII; 
Quando o tratado versar sobre Direitos Humanos: precisa da aprovação de 3/5 do Congresso Nacional e se tornará 
Emenda Constitucional (ex. pacto de San José da Costa Rica). 
E) Promulgação 
É o ato jurídico, de natureza interna, pelo qual o governo de um Estado afirma ou atesta a existência de um tratado 
por ele celebrado e o preenchimento das formalidades exigidas para sua conclusão, e, além disto, ordena sua execução 
dentro dos limites aos quais se estende a competência estatal. 
BRASIL: o presidente da República dá ciência a todos de que o tratado foi aceito pelo Congresso Nacional por meio 
de decreto presidencial. 
F) Publicação 
É a condição necessária para que o tratado seja aplicado na ordem interna do Estado. Publicam-se no Diário Oficial 
da União o texto do tratado e o decreto presidencial. 
G) Registro 
É um requisito estabelecido na Carta da Organização das Nações Unidas e tem por escopo fazer com que o Estado 
que celebrou o tratado internacional possa invocar para si, junto à organização, os benefícios do acordo celebrado –
(publicidade). 
H) Extinção dos tratados, art. 54 da Convenção de Viena (tratados) 
O tratado internacional pode chegar ao fim por várias maneiras e destacam-se as seguintes: 
➢ Cumprimento: quando o estabelecido foi executado pelas partes contratantes; 
➢ Denúncia: é correto afirmar que a denúncia não dissipa o compromisso estabelecido. Porém, não é o que 
acontece quando o acordo é bilateral, pois, como não existe ajuste unilateral, o tratado se dissolve; 
➢ Prazo expirado: estipula-se um prazo de vigência do tratado; 
➢ Perda do objeto: a destruição ou desaparecimento definitivo do propósito indispensável à execução do tratado 
ex. o objeto do tratado era o fornecimento de uma matéria prima, quando a matéria prima for fornecida, há a 
perda do objeto; 
➢ Tratado posterior: “lei posterior revoga lei anterior”, o tratado posterior revogará o anterior, desde que trate 
dos mesmos temas e objetos; 
➢ Distrato: trata-se de um ajuste entre os interessados, com absoluto entendimento recíproco entre eles, que tem 
por finalidade a terminar a convenção internacional; 
➢ “Rebus sic standibus”: em todo tratado está implícita a cláusula rebus sic stantibus, que estabelece que ele 
perderá a sua vigência e validade quando as condições que o ensejaram deixarem de existir; 
➢ Vício: nulo, tratados sob a égide da coação e etc. 
Observação: TR só é válido pra o Direito Internacional após troca ou depósito da ratificação. 
 
2. ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS 
As organizações internacionais se apresentam como entes formados por um acordo concluído entre Estados e são 
dotadas de personalidade jurídica própria. 
Surgiram a partir do século XX, e com o surgimento da ONU, essas Organizações Internacionais se espalham pelo 
mundo. 
OBJETIVOS DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS: 
• Fins pacíficos no campo internacional: exigência para as Organizações Internacionais; 
• Privilégios e imunidades: “tipo de tratamento”, ex. toda organização não paga aluguel, tributo, imposto 
(funcionários, art. 61 e 63 da Convenção de Viena); 
• Lacunas na atuação dos Estados: existem pontos que o Estado não possui interesse em atuar, daí entra as 
Organizações Internacionais p/ auxiliar; 
• Evitar conflitos armados, econômicos, políticos, religiosos, cultural; 
• Proteção aos países subdesenvolvidos: “países de terceiro mundo”; 
• Proteção aos Direitos Humanos; 
• Internacionalização de problemas (econômico, tecnológico, meio ambiente); 
• Contribuição p/ criar novos Estados (ex. movimentos separatistas que procuram a ONU p/ se separar de seus 
Estados); 
• Contribuição p/ criar normas internacionais: como não existe um código, cria-se normas internacionais, p. ex. 
na forma de convenções. 
MEMBROS 
• Membros Ordinários: (fundadores), umas das vantagens de ser membro ordinário é a possibilidade de discutir 
as características do tratado. Quando um país adere ao tratado ele só pode aceitar os termos, não tem direito 
de questioná-los; 
• Membros Tutelados: (comissão de tutela da ONU); 
• Membros Afiliados: ONG´S 
 
ESTRUTURA BÁSICA 
A sua estrutura é formada em geral por um Conselho, uma Assembleia e um Secretariado,e podem ser criados por 
tempo determinado e por tempo indeterminado. São os Estados-membros que financiam as organizações, por meio 
de contribuição, sendo vários os critérios a estabelecer os valores. 
Finalidades: geral (ONU); específicas (OTAN); regionais (OEA). 
 
3. SOLUÇÕES PACÍFICAS DE CONTROVÉRSIAS 
Há conflito internacional quando existe uma controvérsia acerca de determinado ponto de direito ou de fato. 
• Conflitos internacionais: controvérsias a serem solucionadas pelo direito internacional. 
 
MECANISMOS PARA SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS 
Têm por objetivo assegurar o acatamento dos sujeitos do direito internacional público às normas internacionais e 
impedir a transgressão a elas, para que produzam eficácia. 
A) Diplomáticos 
Os meios diplomáticos para solução de controvérsias buscam o alcance de um acordo entre as partes envolvidas em 
uma circunstância internacional sem se preocupar com a identificação dos possíveis responsáveis pela eclosão da 
referida divergência. 
• Negociação direta: a divergência se resolve mediante entendimento entre os antagonistas, sem intercessão de 
pessoa estranha à relação fática ou jurídica – entendimento entre partes; 
• Consultas: negociação direta previamente ajustada, pois as partes estabeleceram antecipadamente em uma 
cláusula de um tratado a existência de encontros em intervalos regulares para a discussão e solução das 
divergências surgidas num espaço determinado de tempo. Não há participação de terceiros; 
• Bons ofícios: tentativa amigável de terceiro, não envolvido no conflito, de promover uma aproximação entre 
as partes, sem a preocupação de tomar conhecimento acerca dos motivos dos contendores; 
• Mediação: terceiro sugere a solução (substancial), a mediação difere da arbitragem porque a solução proposta 
pelo intermediário não vincula as partes, observado que seu caráter é facultativo; 
• Conciliação: existe a nomeação de uma comissão, composta por representantes das partes em conflito e outros 
integrantes neutros, em número obrigatoriamente ímpar; 
• Inquérito: é o procedimento por meio do qual são nomeados comissários investigadores que buscam 
informações para o esclarecimento da questão controvertida entre os dissidentes (preparatório p/ outras fases). 
 
B) Políticos 
Os mecanismos políticos levam em consideração a atuação das organizações internacionais intergovernamentais na 
satisfação das controvérsias. 
Sob tal aspecto, a Organização das Nações Unidas destaca-se nesse cenário pela contribuição de sua Assembleia Geral 
e de seu Conselho de Segurança. 
Nas hipóteses de graves hostilidades entre Estados, capazes de constituir ameaça à paz e à segurança internacionais, a 
ONU deverá intervir emitindo recomendações e resoluções. 
É importante salientar que a contenda deve ser internacional, pois a Organização das Nações Unidas não pode atuar 
nos assuntos de natureza interna de um Estado, na forma do art. 2º (7) da Carta de São Francisco (1945). 
C) Jurídicos 
Submissão das partes a decisões mandamentais consentidas antecipadamente através de Tratados entre as partes. 
• Arbitragem internacional: “ad hoc” – mecanismo jurisdicional e não judiciário para a solução de conflitos – 
cumprimento pela boa-fé (03 árbitros); 
• Judicial: é integrada por meio de cortes internacionais que possuem juízes togados, plenamente capacitados 
para julgar a questão controvertida entre as partes – cortes internacionais – CIJ, TPJ; 
• Coercitivos: exauridos os mecanismos de solução pacífica numa discórdia, os Estados poderão empregar, por 
vezes, métodos coercitivos, sem recorrerem à investida armada – sanções (Conselho de Segurança da ONU); 
• Represálias: “legítima defesa” de interesses de um Estado contra atos ilícitos, reconhecidos como tais pelo 
Direito Internacional (jus cogens) – forma de autotutela que se justifica nas relações exteriores. São providências 
aplicadas por Estados contra outros que tenham transgredido normas internacionais. 
➢ Bloqueio: interrompe circulação de pessoas/bens de um Estado com os demais membros da 
Sociedade Internacional; 
➢ Boicote: interrupção total/parcial de relações econômico-financeiras (privada); 
➢ Embargo: sequestro de navios mercantes; 
➢ Retorsão: princípio da reciprocidade – é mecanismo coercitivo por meio do qual um Estado retribui a 
outro, com os mesmos métodos, iguais características e idêntica dimensão, os procedimentos 
executados em seu prejuízo e que lhe causaram perdas.; 
➢ Ruptura das relações diplomáticas: caracteriza-se pela suspensão (temporária) ou interrupção 
(definitiva) das relações oficiais entre os Estados envolvidos em uma contenda, em face da violação por 
um deles dos direitos de outro; 
➢ Exclusão de Organizações Internacionais. 
 
Guerras e o Direito Internacional 
Ato de violência configurado pela desavença, por um período de tempo, entre as forças armadas de 02 ou mais Estados 
p/ submissão de um à vontade (interesse) do outro. 
Atual: gravíssimo ilícito internacional sob a ótica do Direito Internacional. 
Justificativa: legítima defesa – decisões do Conselho de Segurança (ONU). 
 
4. DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO (DIP) 
• Privado: relações entre particulares; 
• Internacional: elemento estrangeiro - local de assinatura de contrato, domicilio, nacionalidade, local do imóvel 
dos contratantes. 
Conceito: complexo de normas e princípios que, atuando nas diversas ordens jurídicas, estabelece qual o direito 
aplicável à determinada relação jurídica (pública ou privada) envolvendo particulares, estando presente o elemento 
estrangeiro. 
OBJETO DO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 
Conhecer o objeto do direito internacional privado significa desvendar o assunto sobre o qual versa essa ciência. A 
disciplina abrange cinco matérias diferentes: 
• Condição jurídica do estrangeiro: busca conhecer os direitos do estrangeiro de entrar e permanecer no País, 
bem como de domiciliar-se ou residir no território nacional, sem prejuízo de suas prerrogativas no âmbito 
econômico, político e também social; 
• Conflito de jurisdições: analisa a competência do Poder Judiciário na solução de situações que envolvem 
pessoas, coisas ou interesses que extravasam o limite de uma soberania, observando o reconhecimento e a 
execução de sentenças proferidas no estrangeiro; 
• Conflito de leis: investiga as relações humanas ligadas a dois ou mais sistemas jurídicos cujas regras materiais 
não são concordantes, assim como o direito aplicável a uma ou diversas relações jurídicas de direito privado 
com conexão internacional; 
• Direitos adquiridos na dimensão internacional: levam em consideração a mobilidade das relações jurídicas, 
quando surgem em uma jurisdição, refletindo seus efeitos em outra, sujeita à legislação diferente; 
• Nacionalidade: que esquadrinha detalhadamente a caracterização do nacional de cada Estado, as formas 
originárias e derivadas de atribuição de nacionalidade, a sua perda e reaquisição, assim como os conflitos 
positivos e negativos de nacionalidade. 
FONTES 
• Lei: códigos - Bustamante 1928: foi aprovado pelo Brasil pelo Decreto nº 5.647, de 8 de janeiro de 1929, e 
promulgado pelo Decreto nº 18.871, de 13 de agosto de 1929, o diploma possui pouca eficácia no Brasil, 
preferindo os magistrados a aplicação da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro; 
• LINB (art. 7-19) – Direito Civil e Processual; 
• Tratados (Convenção de Viena – Tratados 1969/1980); 
• Costume interno: conjunto de regras públicas e gerais criadas espontaneamente pelo povo, convalidadas pela 
prática reiterada, uniforme e constante de atos relevantes para o direito; 
• Jurisprudência: a coletânea de decisões uniformes e reiteradas dos magistrados e/ou tribunais internos, sobre 
determinado assunto, num dado sentido e alcance, resultantes do adequado emprego de regras a casos 
semelhantes; 
• Doutrina: conjunto de estudos, pareceres, artigos, de caráter científico consignados em obras,tais como livros, 
revistas, jornais jurídicos e que estabelecem teorias ou interpretações acerca do direito internacional. 
Glosa de Aldricus 
“Mas, pergunta-se: se houve diversas províncias, as quais têm diversos costumes, litigar perante um novo juízo, qual 
desses costumes deve usar o juiz que recebeu o feito p/ ser julgado? Respondo: deve seguir o costume que lhe parecer 
mais preferível e mais útil, porque deve julgar conforme aquilo que a ele, juiz, foi visto como a melhor, de acordo com 
Aldricus”. 
ORIGEM 
A Grécia clássica conhece várias formas de organização e institucionalização. Em Atenas, os estrangeiros, 
denominados metecos, poderiam exercer alguns direitos civis desde que estabelecessem domicílio local. 
Em Roma, inicialmente o estrangeiro era tratado como escravo, perdendo seus bens para o Estado. Em seguida, 
também passou a obter alguns direitos de natureza civil. Contudo, ainda não existia um direito internacional privado, 
pois os direitos conferidos advinham da própria atuação de Roma. 
• Escola Estatutária Italiana (glosa de Acúrsio); 
• Escola Estatutária Francesa no século XVI. Nela destacaram-se Charles Dumoulin (Paris, 1500-1566), 
advogado, e Bernard d’Argentré (Vitré, Bretanha, 1519-1590), magistrado; 
• Escola Estatutária Holandesa: “Seus principais pensadores eram Paul Voet (1619-1677), John Voet (1647-
1714), Christian Rodenburg (1618-1668) e Ulrich Huber (1636-1694). Esses juristas entenderam que toda lei é 
territorial, e o seu efeito extraterritorial somente é viável em se tratando de questão de cortesia, não de direito; 
• Escola Estatutária Alemanha: Savigny que a lei que deve reger a relação jurídica é aquela mais conforme a 
natureza dessa relação (estrangeira ou nacional) – lei mais conforme deve ser a da sede (local no espaço) dessa 
relação. 
EUA: Joseph Story foi magistrado da Suprema Corte estadunidense, comentarista da Constituição de seu país, 
professor da Universidade de Harvard e o primeiro autor a adotar a expressão “direito internacional privado”, 
afirmando que a disciplina era, na verdade, direito nacional, pois a aplicação de direito estrangeiro dentro do território 
de um Estado dependeria da vontade do legislador local. 
 
Comentários do professor: 
• “Cortesia” – “Justiça” – reconhecimento dos efeitos da lei estrangeira, respeitando a ordem pública (soberania, 
bons costumes). 
• Abordagem dos “vested rights” (o cara que trás o direito com ele). 
• Questão da nacionalidade como determinante p/ a lei a ser aplicada: onde estivesse o “nacional italiano” 
(influência política). 
• Relação jurídica: qualificação (lex causal – causa/efeito) século XIX – estreia do Código Civil. 
• Técnica de classificar a relação jurídica segundo as regras do DIP p/ enquadra-la no sistema legal de um 
determinado país. 
CONFLITO INTERNACIONAL DE COMPETÊNCIA 
Direito uniforme: é delineado por preceitos jurídicos concordantes e indicativos do direito aplicável que estejam em 
vigor em dois ou mais Estados. 
Direito comparado: é o corpo de conhecimentos sistematizado que estuda, mediante contraposição, vários sistemas 
jurídicos, examinando suas regras positivas, suas fontes, sua história e os diversos agentes sociais e políticos que os 
inspiram. 
Lex mercatória: é um conjunto de normas que compõe um sistema jurídico completo, com mecanismos de solução 
de controvérsias e sanções próprias, criado com o objetivo de aumentar a segurança nas diversas relações jurídicas 
comerciais internacionais realizadas entre indivíduos que se localizam em diferentes Estados. 
ELEMENTOS DE CONEXÃO 
Conexão é a ligação, é o contato entre uma situação da vida e a norma que vai regê-la. Indicam a norma jurídica 
adequada – lei competente 
• Lei da Nacionalidade: estado pessoal (lex partrie); 
• Lei do Domicílio (lex domicili) LINDB, art. 70 - de acordo com a regra, a norma jurídica a ser aplicada é a do 
domicílio dos envolvidos na relação jurídica; 
• Lei do Foro da demanda judicial (lex fori) – a norma jurídica aplicada será a do foro no qual ocorre a demanda 
judicial entre as partes conflitantes; 
• Lei do Local do Ato Judiciário (lex regit actum) – a regra aplicada será a do local da realização do ato jurídico 
para reger sua substância; 
• Lei do Local do contrato (lex loci contractus) – a regra aplicada será a do local em que o contrato foi firmado 
para reger o seu cumprimento e a sua interpretação; 
• Lei do Local da Coisa (lex rei stae) LINDB, art. 12, § 1º – também denominado lex situs, esse elemento de 
conexão determina que a norma jurídica aplicada será a do local em que a coisa se encontra; 
• Lei do Local em que o proprietário for domiciliado (bens móveis) – para os bens móveis, a lei a ser aplicada 
é aquela do local em que seu proprietário está domiciliado. 
 
 
 
LITISPENDÊNCIA 
• Evitar o “bis in idem” externo; 
• Art. 337, § 3º, CPC – há litispendência quando se repete ação que está em curso. 
STJ – homologação de sentença estrangeira – CF, art. 105, I (EC 45/04): O Brasil confere à sentença estrangeira eficácia 
idêntica à decisão nacional por meio de uma preambular avaliação, mediante a qual se verifica a presença de condições 
essenciais à sua nacionalização. A nossa legislação corrobora a afirmativa ao estabelecer regras para a homologação de 
sentença estrangeira. 
➢ Não reconhece dos efeitos após homologação do STJ: execução – código de Bustamante. 
➢ Arts. 23 e 21 do CPC. 
 
CARTA ROGATÓRIA 
Instrumento jurídico internacional onde um Estado requer o cumprimento de um ato judicial ao órgão jurisdicional de 
outro Estado para cooperar na prática de determinado ato processual. 
➢ Carta Rogatória ativa: BR p/ outro Estado; 
➢ Carta Rogatória passiva: outro Estado p/ o BR; 
➢ Reciprocidade: teoria da cortesia internacional 
BR “exequatour” (execute-se/cumpra-se) – STJ, art. 105 + 109, X, CF + Legislação pertinente do CPC, CPP e 
Resolução 05/05. 
Rogatória civil – requerimento p/ homologação de sentença estrangeira: conteúdo do processo + cópias autenticadas, 
tradução dos documentos. 
Rogatória criminal 
• Atos ordinários: citações, notificações, intimações; 
• Atos instrutórios: prova, perícia, oitiva; 
• Atos executórios: cumprir sentenças cautelares, medidas de caráter restritivo. 
Atenção: Rogatórias não se aplicam p/ penhoras, execução – Bacenjud. 
 
REFERÊNCIAS 
AULAS, Direito Internacional e Relações Econômicas, ministradas pelo professor Wanderley Andrade da Costa Lima. 
GUERRA, Sidney Curso de direito internacional público / Sidney Guerra. — 11. ed. — São Paulo: Saraiva, 2017. 
MALHEIRO, Emerson Penha (Método de estudo OAB) Direito internacional e Direitos humanos / Emerson Penha 
Malheiro. - 2. ed. rev. e ref. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2016. 
Espero que este material seja útil, boa prova! =)

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