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ANEXO 1 – EXERCÍCIOS 1. (Unesp 2019) A maior violação do dever de um ser humano consigo mesmo, considerado meramente como um ser moral (a humanidade em sua própria pessoa), é o contrário da veracidade, a mentira [...]. A mentira pode ser externa [...] ou, inclusive, interna. Através de uma mentira externa, um ser humano faz de si mesmo um objeto de desprezo aos olhos dos outros; através de uma mentira interna, ele realiza o que é ainda pior: torna a si mesmo desprezível aos seus próprios olhos e viola a dignidade da humanidade em sua própria pessoa [...]. Pela mentira um ser humano descarta e, por assim dizer, aniquila sua dignidade como ser humano. [...] É possível que [a mentira] seja praticada meramente por frivolidade ou mesmo por bondade; aquele que fala pode, até mesmo, pretender atingir um fim realmente benéfico por meio dela. Mas esta maneira de perseguir este fim é, por sua simples forma, um crime de um ser humano contra sua própria pessoa e uma indignidade que deve torná-lo desprezível aos seus próprios olhos. (Immanuel Kant. A metafísica dos costumes, 2010.) Em sua sentença dirigida à mentira, Kant a) considera a condenação relativa e sujeita a justificativas, de acordo com o contexto. b) assume que cada ser humano particular representa toda a humanidade. c) apresenta um pensamento desvinculado de pretensões racionais universalistas. d) demonstra um juízo condenatório, com justificação em motivações religiosas. e) assume o pressuposto de que a razão sempre é governada pelas paixões. 2. (Ufsm 2013) Os filósofos Ame Naess e George Sessions propuseram, em 1984, diversos princípios para uma ética ecológica profunda, entre os quais se encontra o seguinte: O bem-estar e o florescimento da vida humana e não humana na Terra têm valor em si mesmos. Esses valores são independentes da utilidade do mundo não humano para finalidades humanas. Considere as seguintes afirmações: I. A ética kantiana não se baseia no valor de utilidade das ações. II. “Valor intrínseco” é um sinônimo para “valor em si mesmo”. III. A ética utilitarista rejeita a concepção de que as ações têm valor em si mesmas. Está(ão) correta(s) a) apenas I. b) apenas II. c) apenas III. d) apenas I e II. e) I, II e III. 3. (Ufu 2017) Leia a citação a seguir. Filosofia 3ª DISCIPLINA PROF. Serie TURMA DATA ALUNO Nº Caro (a) aluno (a), Procure responder sempre às questões com letra legível. Use caneta de tinta azul ou preta. Dê sempre respostas completas. Não poderá haver rasura nas questões objetivas. Não haverá revisão nas questões rasuradas. * Os cálculos deverão estar presentes nas questões. A avaliação é mais um momento de estudo! Boa prova! A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma direção estranha, continuem no entanto de bom grado menores durante toda a vida. São também as causas que explicam porque é tão fácil que os outros se constituam em tutores deles. KANT, I. Resposta à pergunta: que é “Esclarecimento”? (Aufklarung). In: ______. Textos seletos. Tradução de Raimundo Vier. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2005, p. 64. A menoridade de que fala Kant é a condição daqueles que não fazem o uso da razão. Essa condição evidencia a ausência a) do idealismo necessário para a ampliação dos horizontes existenciais. b) da autonomia para fazer uso próprio da razão sem a tutela de outrem. c) da religião encarregada de fazer feliz o homem indigente de pensamento. d) da ignorância, pois quem se deixa guiar pelos outros acerta sempre. 4. (Unioeste 2017) Na obra Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Kant apresenta uma formulação do imperativo categórico: “Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal”. KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1980. p. 129 Em relação ao pensamento de Kant, é CORRETO afirmar: a) O propósito do imperativo categórico é o de permitir que o indivíduo decida suas ações sem que tenha que se preocupar com os demais. b) O imperativo categórico tem por objetivo desfazer o conflito entre a providência divina, relacionada à cidade de Deus, e o espaço terreno. c) O imperativo categórico vincula a conduta moral a uma norma universal. d) Para Kant, não é possível que o indivíduo constitua um fim em si mesmo. Por isso mesmo, ele precisa espelhar-se na ação dos demais para a sua ação. e) O imperativo categórico corresponde à condição do estado de natureza, que é anterior à instituição do Estado civil. 5. (Enem PPL 2016) Os ricos adquiriram uma obrigação relativamente à coisa pública, uma vez que devem sua existência ao ato de submissão à sua proteção e zelo, o que necessitam para viver; o Estado então fundamenta o seu direito de contribuição do que é deles nessa obrigação, visando a manutenção de seus concidadãos. Isso pode ser realizado pela imposição de um imposto sobre a propriedade ou a atividade comercial dos cidadãos, ou pelo estabelecimento de fundos e de uso dos juros obtidos a partir deles, não para suprir as necessidades do Estado (uma vez que este é rico), mas para suprir as necessidades do povo. KANT, I. A metafísica dos costumes. Bauru: Edipro, 2003. Segundo esse texto de Kant, o Estado a) deve sustentar todas as pessoas que vivem sob seu poder, a fim de que a distribuição seja paritária. b) está autorizado a cobrar impostos dos cidadãos ricos para suprir as necessidades dos cidadãos pobres. c) dispõe de poucos recursos e, por esse motivo, é obrigado a cobrar impostos idênticos dos seus membros. d) delega aos cidadãos o dever de suprir as necessidades do Estado, por causa do seu elevado custo de manutenção. e) tem a incumbência de proteger os ricos das imposições pecuniárias dos pobres, pois os ricos pagam mais tributos. 6. (Enem PPL 2015) A pura lealdade na amizade, embora até o presente não tenha existido nenhum amigo leal, é imposta a todo homem, essencialmente, pelo fato de tal dever estar implicado como dever em geral, anteriormente a toda experiência, na ideia de uma razão que determina a vontade segundo princípios a priori. KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Barcarolla, 2009. A passagem citada expõe um pensamento caracterizado pela a) eficácia prática da razão empírica. b) transvaloração dos valores judaico-cristãos. c) recusa em fundamentar a moral pela experiência. d) comparação da ética a uma ciência de rigor matemático. e) importância dos valores democráticos nas relações de amizade. 7. (Uema 2015) Fraqueza e covardia são as causas pelas quais a maioria das pessoas permanece infantil mesmo tendo condição de libertar-se da tutela mental alheia. Por isso, fica fácil para alguns exercer o papel de tutores, pois muitas pessoas, por comodismo, não desejam se tornar adultas. Se tenho um livro que pensa por mim; um sacerdote que dirige minha consciência moral; um médico que me prescreve receitas e, assim por diante, não necessito preocupar-me com minha vida. Se posso adquirir orientações, não necessito pensar pela minha cabeça: transfiro ao outro esta penosa tarefa de pensar. Fonte: I. Kant, O que é a ilustração. In: F. Weffort (org). Os clássicos da política, v. 2, 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2006. Esse fragmento compõe o livro de Kant que trata da importância da(o) a) juízo. b) razão. c) cultura. d) costume. e) experiência. 8. (Uel 2014) Leia o texto a seguir. Kant, mesmo que restrito à cidade de Königsberg, acompanhou os desdobramentos das Revoluções Americana e Francesa e foi levado a refletir sobre as convulsões da história mundial. Às incertezas da Europa plebeia, individualista e provinciana, contrapôs algumas certezas darazão capazes de restabelecer, ao menos no pensamento, a sociabilidade e a paz entre as nações com vista à constituição de uma federação de povos – sociedade cosmopolita. (Adaptado de: ANDRADE, R. C. “Kant: a liberdade, o indivíduo e a república”. In: WEFORT, F. C. (Org.). Clássicos da política. v.2. São Paulo: Ática, 2003. p.49-50.) Com base nos conhecimentos sobre a Filosofia Política de Kant, assinale a alternativa correta. a) A incapacidade dos súditos de distinguir o útil do prejudicial torna imperativo um governo paternal para indicar a felicidade. b) É chamado cidadão aquele que habita a cidade, sendo considerados cidadãos ativos também as mulheres e os empregados. c) No Estado, há uma igualdade irrestrita entre os membros da comunidade e o chefe de Estado. d) Os súditos de um Estado Civil devem possuir igualdade de ação em conformidade com a lei universal da liberdade. e) Os súditos estão autorizados a transformar em violência o descontentamento e a oposição ao poder legislativo supremo. 9. Leia o texto a seguir. As leis morais juntamente com seus princípios não só se distinguem essencialmente, em todo o conhecimento prático, de tudo o mais onde haja um elemento empírico qualquer, mas toda a Filosofia moral repousa inteiramente sobre a sua parte pura e, aplicada ao homem, não toma emprestado o mínimo que seja ao conhecimento do mesmo (Antropologia). KANT, I. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Trad. de Guido A. de Almeida. São Paulo: Discurso Editorial, 2009. p.73. Com base no texto e na questão da liberdade e autonomia em Immanuel Kant, assinale a alternativa correta. a) A fonte das ações morais pode ser encontrada através da análise psicológica da consciência moral, na qual se pesquisa mais o que o homem é, do que o que ele deveria ser. b) O elemento determinante do caráter moral de uma ação está na inclinação da qual se origina, sendo as inclinações serenas moralmente mais perfeitas do que as passionais. c) O sentimento é o elemento determinante para a ação moral, e a razão, por sua vez, somente pode dar uma direção à presente inclinação, na medida em que fornece o meio para alcançar o que é desejado. d) O ponto de partida dos juízos morais encontra-se nos “propulsores” humanos naturais, os quais se direcionam ao bem próprio e ao bem do outro. e) O princípio supremo da moralidade deve assentar-se na razão prática pura, e as leis morais devem ser independentes de qualquer condição subjetiva da natureza humana. 10. “Como toda lei prática representa uma ação possível como boa e por isso como necessária para um sujeito praticamente determinável pela razão, todos os imperativos são fórmulas da determinação da ação que é necessária segundo o princípio de uma vontade boa de qualquer maneira. No caso da ação ser apenas boa como meio para qualquer outra coisa, o imperativo é hipotético; se a ação é representada como boa em si, por conseguinte, como necessária numa vontade em si conforme à razão como princípio dessa vontade, então o imperativo é categórico”. Kant Considerando o pensamento ético de Kant e o texto acima, é correto afirmar que a) o imperativo hipotético representa a necessidade prática de uma ação como subjetivamente necessária para um ser determinável pelas inclinações. b) o imperativo categórico representa a necessidade prática de uma ação como meio para se atingir um fim possível ou real. c) o imperativo categórico representa a ação como boa em si mesma e como necessária para uma vontade em si conforme a razão. d) os imperativos (hipotético e categórico) são fórmulas de determinação necessária, segundo o princípio de uma vontade que é boa em si mesma. e) o imperativo hipotético declara a ação como objetivamente necessária independentemente de qualquer intenção ou finalidade da ação. ANEXO 2 – EXERCÍCIOS 01. (Unioeste 2018) O filósofo alemão Immanuel Kant formulou, na Crítica da Razão Pura, uma divisão do conhecimento e acesso da razão aos fenômenos. Fenômenos não são coisas; eles nomeiam aquilo que podemos conhecer das coisas, através das formas da sensibilidade (Espaço e Tempo) e das categorias do entendimento (tais como Substância, Relação, Necessidade etc.). Assim, Kant afirma que o conhecimento humano é finito (limitado por suas formas e categorias). Como poderia haver, então, algum conhecimento universalmente válido? Ele afirma que tal conhecimento se formula num “juízo sintético a priori”. Juízos são afirmações; o adjetivo “sintéticos” significa que essas afirmações reúnem conceitos diferentes; “a priori”, por sua vez, indica aquilo que é obtido sem acesso à experiência dos fenômenos, antes deles e para que os fenômenos possam ser reunidos em um conhecimento que tenha unidade e sentido. Com base nisso, indique a alternativa CORRETA. a) Para Kant, o conhecimento humano é diretamente dado pela experiência das coisas, acessíveis pelos sentidos (visão, audição, etc.). b) Juízos sintéticos a priori são afirmações de conhecimento cuja natureza é particular e que se altera caso a caso. c) Se a Metafísica é o conhecimento da essência das coisas elas mesmas, Kant é, na Crítica da Razão Pura, um defensor da Metafísica, e não um defensor da finitude do conhecimento. d) Para Kant, Espaço e Tempo são categorias do entendimento mediante as quais conhecemos os fenômenos. e) Juízos sintéticos a priori permitem organizar o conhecimento, dando a ele validade universal e unicidade. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O tempo nada mais é que a forma da nossa intuição interna. Se a condição particular da nossa sensibilidade lhe for suprimida, desaparece também o conceito de tempo, que não adere aos próprios objetos, mas apenas ao sujeito que os intui. KANT, I. Crítica da razão pura. Trad. Valério Rohden e Udo Baldur Moosburguer. São Paulo: Abril Cultural, 1980. p. 47. Coleção Os Pensadores. 02. (Uel 2017) Com base nos conhecimentos sobre a concepção kantiana de tempo, assinale a alternativa correta. a) O tempo é uma condição a priori de todos os fenômenos em geral. b) O tempo é uma representação relativa subjacente às intuições. c) O tempo é um conceito discursivo, ou seja, um conceito universal. d) O tempo é um conceito empírico que pode ser abstraído de qualquer experiência. e) O tempo, concebido a partir da soma dos instantes, é infinito. 03. Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento. A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma condição estranha, continuem, no entanto, de bom grado menores durante toda a vida. KANT, I. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? Petrópolis: Vozes, 1985 (adaptado). Kant destaca no texto o conceito de Esclarecimento, fundamental para a compreensão do contexto filosófico da Modernidade. Esclarecimento, no sentido empregado por Kant, representa a) o exercício da racionalidade como pressuposto menor diante das verdades eternas. b) a reivindicação de autonomia da capacidade racional como expressão da maioridade. c) a imposição de verdades matemáticas, com caráter objetivo, de forma heterônoma. d) a compreensão de verdades religiosas que libertam o homem da falta de entendimento. e) a emancipação da subjetividade humana de ideologias produzidas pela própria razão. 04. No texto“O que é o esclarecimento?” (1784), o que significa, conforme Kant, a saída do homem da menoridade da qual ele mesmo é culpado? a) A coragem de ser autônomo, rejeitando, portanto, qualquer condição tutelar. b) A capacidade de aceitar passivamente a autoridade científica ou política. c) A liberdade para executar desejos e impulsos conforme a natureza instintiva do homem d) O uso da razão crítica, exceto quando se tratar de doutrinas religiosas. e) O alcance da idade apropriada para uso da racionalidade subjetiva. 05. O pensamento filosófico da modernidade tem em Kant uma das expressões mais atuantes e significativas para o mundo ocidental. De fato, as reflexões de Kant contribuíram para: a) Reativar o pensamento cristão, relacionando-o com os princípios medievais. b) Rediscutir a História dentro dos paradigmas da dialética hegeliana. c) Repensar o conteúdo do conhecimento humano mostrando os limites da racionalidade. d) Definir a estrutura da democracia contemporânea, seguindo Jean-Jacques Rousseau. e) Afirmar, com base na filosofia empirista, a simplicidade do conhecimento científico. 06. “No Brasil, a tortura ganhou destaque durante o período da ditadura militar, quando foram cometidos diversos atos de tortura contra pessoas consideradas pelo governo como uma ‘ameaça’ à ordem e à paz. Após esse período turbulento, a Assembleia Constituinte se reuniu para elaborar a nova Constituição, aquela que mais tarde seria considerada como a Constituição Cidadã, pois ressalta o respeito à dignidade da pessoa humana e a garantia dos direitos essenciais”. TEIXEIRA, Adriano Mendes. Os crimes de tortura e o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. Disponível em: https://adrianomendes2016.jusbrasil.com.br/artigos/385521311/os- crimes-de-tortura-e-o-principio-constitucionalda-dignidade-da-pessoa-humana O conceito de pessoa na expressão “dignidade da pessoa humana” se refere ao conceito a) jurídico de persona, no sentido hobbesiano, como indivíduo em sua existência legal como membro do Estado. b) religioso, no sentido agostiniano, da pessoa individual como imago dei, ou seja, criado à imagem e semelhança de Deus. c) estético-teatral, como dramatis personae, lista dos personagens principais de uma obra teatral. d) ético-moral, no sentido kantiano, em que o homem, como ser racional, é fim em si mesmo e nunca meio. e) epistêmico, no sentido cartesiano da separação entre o sujeito e o mundo. 07. Leia os textos a seguir. Exercita-te primeiro, caro amigo, e aprende o que é preciso conhecer para te iniciares na política; antes, não. Então, primeiro precisarás adquirir virtude, tu ou quem quer que se disponha a governar ou a administrar não só a sua pessoa e seus interesses particulares, como a cidade e as coisas a ela pertinentes. Assim, o que precisas alcançar não é o poder absoluto para fazeres o que bem entenderes contigo ou com a cidade, porém justiça e sabedoria. PLATÃO, O primeiro Alcebíades. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2004. p. 281-285. Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso do seu entendimento sem a direção de outro indivíduo... Sapere Aude! Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento. KANT, I. Resposta à pergunta: que é ‘Esclarecimento’ (‘Aufklärung’). Trad. Floriano de Souza Fernandes, 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1985. p. 100-117. Tendo em vista a compreensão kantiana do Esclarecimento (Aufklärung) para a constituição de uma compreensão tipicamente moderna do humano, assinale a alternativa correta. a) Fazer uso do próprio entendimento implica a destruição da tradição, na medida em que o poder da tradição impede a liberdade do pensamento. b) A superação da condição de menoridade resulta do uso privado da razão, em que o indivíduo faz uso restrito do próprio entendimento. c) A saída da menoridade instaura uma situação duradoura, pois as verdadeiras conquistas do Esclarecimento se afiguram como irreversíveis. d) A menoridade é uma tendência decorrente da natureza humana, sendo, por esse motivo, superada no Esclarecimento, com muito esforço. e) A condição fundamental para o Esclarecimento é a liberdade, concebida como a possibilidade de se fazer uso público da razão. 08. TEXTO I Duas coisas enchem o ânimo de admiração e veneração sempre crescentes: o céu estrelado sobre mim e a lei moral em mim. KANT, I. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70, s/d (adaptado). TEXTO II Duas coisas admiro: a dura lei cobrindo-me e o estrelado céu dentro de mim. FONTELA, O. Kant (relido). In: Poesia completa. São Paulo: Hedra, 2015. A releitura realizada pela poeta inverte as seguintes ideias centrais do pensamento kantiano: a) Possibilidade da liberdade e obrigação da ação. b) A prioridade do juízo e importância da natureza. c) Necessidade da boa vontade e crítica da metafísica. d) Prescindibilidade do empírico e autoridade da razão. e) Interioridade da norma e fenomenalidade do mundo. 09. Kant, no texto Que é “Esclarecimento”? (1784), aborda os conceitos de uso público e privado da razão. Entre as alternativas abaixo, a única que contém informação correta sobre o uso público da razão é: a) Livre uso da razão desde que avalizada pela autoridade competente eclesiástica e política. b) Uso que o professor faz de sua razão diante de sua comunidade acadêmica ou outra qualquer. c) Liberdade ilimitada do sábio usar a razão e autonomia para publicizar suas ideias com as melhores intenções. d) Discurso aberto sobre temáticas monitoradas por uma instituição que forma pessoas para o serviço militar. e) Abordagem de uma teoria determinada por um paradigma vigente, seja ele religioso, político ou científico. 10. “Em minha opinião, o voto livre deve ser defendido por razões filosóficas. (...) Ao tornar o voto obrigatório, de algum modo é reduzido o grau de liberdade que existe por trás da decisão espontânea do cidadão de ir à seção eleitoral e escolher um candidato. Podemos afirmar que o voto obrigatório, constrangido pela lei, não é moral se comparado ao sufrágio livre, resultado da deliberação de um sujeito autônomo. E, para Kant, há uma identidade entre ser livre e ser moral.” (Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/helioschwartsman/ult510u356288.shtml. Texto adaptado) O autor do texto se manifesta contrário ao voto obrigatório e justifica sua posição tendo por base a Ética kantiana. Do ponto de vista de Kant, o individuo ao votar constrangido pela lei não age moralmente porque a) a ação praticada não foi livre, na medida em que uma ação verdadeiramente livre deve visar à felicidade do indivíduo e não ao interesse do Estado. b) é forçado, sem aprovação de sua vontade, a praticar um ato cujo móbil não é o princípio do dever moral. c) o seu voto não foi fruto de uma escolha consciente, mas sim motivado por ideologias partidárias. d) sua ação foi praticada por imposições do Estado e favorece candidatos desonestos, que podem comprar votos. e) agiu por imposição da lei jurídica e não da lei moral, que requer que sua escolha esteja comprometida com interesses externos ao sujeito. ANEXO 3 – GABARITOS EXERCÍCIOS (ANEXO 1) 1 – B 2 – E 3 – B 4 – C 5 – B 6 – C 7 – B 8 – D 9 – E 10 – C EXERCÍCIOS (ANEXO 2) 1 – E 2 – A 3 – B 4 – A 5 – C 6 – D 7 – E 8 – E 9 – C 10 – B DISCIPLINA
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