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1/39 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Moderna 1. (Unesp 2019) Galileu tornou-se o criador da física moderna quando anunciou as leis fundamentais do movimento. Formulando tais princípios, ele estruturou todo o conhecimento científico da natureza e abalou os alicerces que fundamentavam a concepção medieval do mundo. Destruiu a ideia de que o mundo possui uma estrutura finita, hierarquicamente ordenada e substituiu-a pela visão de um universo aberto, infinito. Pôs de lado o finalismo aristotélico e escolástico, segundo o qual tudo aquilo que ocorre na natureza ocorre para cumprir desígnios superiores; e mostrou que a natureza é fundamentalmente um conjunto de fenômenos mecânicos. (José Américo M. Pessanha. Galileu Galilei, 2000. Adaptado.) A importância da obra de Galileu para o surgimento da ciência moderna justifica-se porque seu pensamento a) resgatou uma concepção medieval de mundo. b) baseou-se em uma visão teológica sobre a natureza. c) fundamentou-se em conceitos metafísicos. d) fundou as bases para o desenvolvimento da alquimia. e) atribuiu regularidade matemática aos fenômenos naturais. 2. (Enem 2019) Dizem que Humboldt, naturalista do século XIX, maravilhado pela geografia, flora e fauna da região sul-americana, via seus habitantes como se fossem mendigos sentados sobre um saco de ouro, referindo-se a suas incomensuráveis riquezas naturais não exploradas. De alguma maneira, o cientista ratificou nosso papel de exportadores de natureza no que seria o mundo depois da colonização ibérica: enxergou-nos como territórios condenados a aproveitar os recursos naturais existentes. ACOSTA, A. Bem viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos. São Paulo: Elefante, 2016 (adaptado). A relação entre ser humano e natureza ressaltada no texto refletia a permanência da seguinte corrente filosófica: a) Relativismo cognitivo. b) Materialismo dialético. c) Racionalismo cartesiano. d) Pluralismo epistemológico. e) Existencialismo fenomenológico. 3. (Uece 2019) “[É] uma coisa bem notável que não haja homens [...] que não sejam capazes de arranjar em conjunto diversas palavras e de compô- las num discurso pelo qual façam entender seus pensamentos; [...] os homens que, tendo nascido surdos e mudos, são desprovidos dos órgãos que servem aos outros para falar, [...] costumam inventar eles próprios alguns sinais, pelos quais se fazem entender por quem, estando comumente com eles, disponha de lazer para aprender a sua língua.” DESCARTES, R. Discurso do método, V. A passagem acima informa sobre a relação entre pensamento e linguagem no racionalismo moderno. Sobre essa relação, pode-se afirmar corretamente que a) a linguagem, quer seja sonora quer seja em sinais, tem a função de fazer o pensamento ser entendido pelos outros. b) a capacidade de produzir discursos, isto é, a linguagem, é o que permite aos homens ter pensamentos. c) o entendimento entre homens se dá através da linguagem, que, todavia, é anterior ao pensamento. d) o pensamento existe independentemente do discurso e, como ocorre entre surdos e mudos, não precisa ser entendido. 4. (Uel 2019) Leia o texto a seguir. E se escrevo em francês, que é a língua de meu país, e não em latim, que é a de meus preceptores, é porque espero que aqueles que se servem apenas de sua razão natural inteiramente pura julgarão melhor minhas opiniões do que aqueles que não acreditam senão nos livros dos antigos. E quanto aos que unem o bom senso ao estudo, os únicos que desejo para meus juízes, não serão de modo algum, tenho certeza, tão parciais a favor do latim que recusem ouvir minhas razões, porque as explico em língua vulgar. DESCARTES, R. Discurso do Método. Trad. J. Guinsburg e Bento Prado Jr. São Paulo: Abril Cultural, 1973. Coleção “Os pensadores”. p. 79. Com base nos conhecimentos sobre Descartes e o surgimento da filosofia moderna, assinale a alternativa correta. a) A língua vulgar, o francês, expressa de modo mais adequado o espírito da modernidade por estar livre dos preconceitos da língua dos doutos, o latim. b) Redigir o Discurso do Método em francês teve propósito similar à tradução da bíblia para o alemão feita por Lutero: facilitar o acesso à sacralidade do texto em língua vulgar. c) O desencantamento do mundo, resultante da radical crítica cartesiana à tradição, teve como Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 1 de 39 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 2/39 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Moderna consequência o abandono da referência à divindade. d) As ideias expressas por Descartes em seu Discurso do Método refletem a postura tipicamente moderna de ruptura total com o passado. e) A razão natural inteiramente pura é um atributo inerente à natureza humana, independentemente da tradição ou da cultura à qual o humano se vincula. 5. (Uel 2019) Leia o texto a seguir. Por que só o homem é suscetível de tornar-se imbecil? [...] O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer isto é meu e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Trad. Lourdes Santos Machado, 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. pp. 243; 259. Com base nos conhecimentos sobre sociedade civil, propriedade e natureza humana no pensamento de Rousseau, assinale a alternativa correta. a) A instauração da propriedade decorre de um ato legítimo da sociedade civil, na medida em que busca atender às necessidades do homem em estado de natureza. b) A instauração da propriedade e da sociedade civil cria uma ruptura radical do homem consigo mesmo e de distanciamento da natureza. c) A fundação da sociedade civil é legitimada pela racionalidade e pela universalidade do ato de instauração da propriedade privada. d) O sentimento mais primitivo do homem, que o leva a instituir a propriedade, é o reconhecimento da necessidade da propriedade para garantir a subsistência. e) A sociedade civil e a propriedade são expressões da perfectibilidade humana, ou seja, da sua capacidade de aperfeiçoamento. 6. (Enem PPL 2019) TEXTO I Eu queria movimento e não um curso calmo da existência. Queria excitação e perigo e a oportunidade de sacrificar-me por meu amor. Sentia em mim uma superabundância de energia que não encontrava escoadouro em nossa vida. TOLSTÓI, L. Felicidade familiar. Apud KRAKAUER, J. Na natureza selvagem. São Paulo: Cia. das Letras, 1998. TEXTO II Meu lema me obrigava, mais que a qualquer outro homem, a um enunciado mais exato da verdade; não sendo suficiente que eu lhe sacrificasse em tudo o meu interesse e as minhas simpatias, era preciso sacrificar-lhe também minha fraqueza e minha natureza tímida. Era preciso ter a coragem e a força de ser sempre verdadeiro em todas as ocasiões. ROUSSEAU, J.-J. Os devaneios do caminhante solitário. Porto Alegre: L&PM, 2009. Os textos de Tolstói e Rousseau retratam ideais da existência humana e defendem uma experiência a) lógico-racional, focada na objetividade, clareza e imparcialidade. b) místico-religiosa, ligada à sacralidade, elevação e espiritualidade. c) sociopolítica, constituída por integração, solidariedade e organização. d) naturalista-científica, marcada pela experimentação, análise e explicação. e) estético-romântica, caracterizada por sinceridade, vitalidade e impulsividade. 7. (Unesp 2019) A maior violação do dever de um ser humano consigo mesmo, considerado meramente como um ser moral (a humanidade em sua própria pessoa), é o contrário da veracidade, a mentira [...]. A mentira pode ser externa [...] ou, inclusive, interna. Através de uma mentira externa, um ser humano faz de si mesmo um objeto de desprezo aos olhos dos outros; através de uma mentirainterna, ele realiza o que é ainda pior: torna a si mesmo desprezível aos seus próprios olhos e viola a dignidade da humanidade em sua própria pessoa [...]. Pela mentira um ser humano descarta e, por assim dizer, aniquila sua dignidade como ser humano. [...] É possível que [a mentira] seja praticada meramente por frivolidade ou mesmo por bondade; aquele que fala pode, até mesmo, pretender atingir um fim realmente benéfico por meio dela. Mas esta maneira de perseguir este fim é, por sua simples forma, um crime de um ser humano contra sua própria pessoa e uma indignidade que deve torná-lo desprezível aos seus próprios olhos. (Immanuel Kant. A metafísica dos costumes, 2010.) Em sua sentença dirigida à mentira, Kant a) considera a condenação relativa e sujeita a justificativas, de acordo com o contexto. b) assume que cada ser humano particular representa toda a humanidade. c) apresenta um pensamento desvinculado de pretensões racionais universalistas. d) demonstra um juízo condenatório, com justificação em motivações religiosas. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 2 de 39 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 3/39 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Moderna e) assume o pressuposto de que a razão sempre é governada pelas paixões. 8. (Enem 2019) TEXTO I Duas coisas enchem o ânimo de admiração e veneração sempre crescentes: o céu estrelado sobre mim e a lei moral em mim. KANT, I. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70, s/d (adaptado). TEXTO II Duas coisas admiro: a dura lei cobrindo-me e o estrelado céu dentro de mim. FONTELA, O. Kant (relido). In: Poesia completa. São Paulo: Hedra, 2015. A releitura realizada pela poeta inverte as seguintes ideias centrais do pensamento kantiano: a) Possibilidade da liberdade e obrigação da ação. b) A prioridade do juízo e importância da natureza. c) Necessidade da boa vontade e crítica da metafísica. d) Prescindibilidade do empírico e autoridade da razão. e) Interioridade da norma e fenomenalidade do mundo. 9. (Uece 2019) “No Brasil, a tortura ganhou destaque durante o período da ditadura militar, quando foram cometidos diversos atos de tortura contra pessoas consideradas pelo governo como uma ‘ameaça’ à ordem e à paz. Após esse período turbulento, a Assembleia Constituinte se reuniu para elaborar a nova Constituição, aquela que mais tarde seria considerada como a Constituição Cidadã, pois ressalta o respeito à dignidade da pessoa humana e a garantia dos direitos essenciais”. TEIXEIRA, Adriano Mendes. Os crimes de tortura e o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. Disponível em: https://adrianomendes2016.jusbrasil.com.br/artigos/ 385521311/os-crimes-de-tortura-e-o-principio- constitucionalda-dignidade-da-pessoa-humana O conceito de pessoa na expressão “dignidade da pessoa humana” se refere ao conceito a) jurídico de persona, no sentido hobbesiano, como indivíduo em sua existência legal como membro do Estado. b) religioso, no sentido agostiniano, da pessoa individual como imago dei, ou seja, criado à imagem e semelhança de Deus. c) estético-teatral, como dramatis personae, lista dos personagens principais de uma obra teatral. d) ético-moral, no sentido kantiano, em que o homem, como ser racional, é fim em si mesmo e nunca meio. 10. (Enem 2018) O século XVIII é, por diversas razões, um século diferenciado. Razão e experimentação se aliavam no que se acreditava ser o verdadeiro caminho para o estabelecimento do conhecimento científico, por tanto tempo almejado. O fato, a análise e a indução passavam a ser parceiros fundamentais da razão. É ainda no século XVIII que o homem começa a tomar consciência de sua situação na história. ODALIA, N. In: PINSKY, J.; PINSKY. C. B. História da cidadania. São Paulo: Contexto. 2003. No ambiente cultural do Antigo Regime, a discussão filosófica mencionada no texto tinha como uma de suas características a a) aproximação entre inovação e saberes antigos. b) conciliação entre revelação e metafísica platônica. c) vinculação entre escolástica e práticas de pesquisa. d) separação entre teologia e fundamentalismo religioso. e) contraposição entre clericalismo e liberdade de pensamento. 11. (Uel 2018) Leia o texto a seguir. Resta-nos um único e simples método, para alcançar os nossos intentos: levar os homens aos próprios fatos particulares e às suas séries e ordens, a fim de que eles, por si mesmos, se sintam obrigados a renunciar às suas noções e comecem a habituar-se ao trato direto das coisas. (BACON, F. Novum Organum Trad. José Aluysio Reis de Andrade. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 26.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o problema do método de investigação da natureza em Bacon, assinale a alternativa correta. a) O preceito metodológico do “trato direto das coisas” supõe que cada um já possui em si as condições para realizar a investigação da natureza. b) A investigação da natureza consiste em aplicar um conjunto de pressupostos metafísicos, cuja função é orientar a investigação. c) As “séries e ordens” referentes aos fatos particulares resultam da aplicação dos pressupostos do método de investigação. d) A renúncia às noções que cada um possui é o princípio do método de investigação, que levará a ida aos fatos particulares. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 3 de 39 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 4/39 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Moderna e) O método de interpretação da natureza propõe uma nova atitude com relação às coisas e uma nova compreensão dos poderes do intelecto. 12. (Ufu 2018) Na obra Discurso do método, o filósofo francês Renê Descartes descreve as quatro regras que, segundo ele, podem levar ao conhecimento de todas as coisas de que o espírito é capaz de conhecer. Quanto a uma dessas regras, ele diz que se trata de "dividir cada dificuldade que examinasse em tantas partes quantas possíveis e necessárias para melhor resolvê-las". Descartes. Discurso do método,I-II, citado por: MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000. Tradução de Marcus Penchel. Essa regra, transcrita acima, é denominada a) regra da análise. b) regra da síntese. c) regra da evidência. d) regra da verificação. 13. (Upe-ssa 2 2018) Sobre a consciência crítica e a filosofia, analise o texto a seguir: Como relata Descartes no Discurso sobre o método, depois de ter lançado tudo à dúvida, somente depois, tive de constatar que, embora eu quisesse pensar que tudo era falso, era preciso necessariamente que eu, que assim pensava, fosse alguma coisa. E, observando que essa verdade – ‘penso, logo sou’ – era tão firme e sólida que nenhuma das mais extravagantes hipóteses dos céticos seria capaz de abalá-la.” (REALE, Giovanni. História da Filosofia: Do Humanismo a Kant. São Paulo: Paulinas, 1990, p. 366). O autor do texto retrata alguns apontamentos sobre o pensamento cartesiano. Com relação a esse assunto, assinale a alternativa CORRETA. a) As ideias de Descartes enfatizam que a dúvida tem valor secundário sobre como conduzir bem sua razão. b) O pensamento cartesiano afirma que não devemos rejeitar como falso tudo aquilo do qual não podemos duvidar. c) O cartesianismo é um empirismo, ou seja, prioriza o valor dos sentidos no âmbito do conhecimento. d) O pensamento de Descartes influenciou, efetivamente, o mundo cultural francês e retratou a significância do espírito crítico na investigação do conhecimento. e) O método racionalista prioriza a verdade da fé como critério da cientificidade. 14. (Uel 2018) Leia o texto a seguir. Vimos, assim, que a Alma pode sofrer grandes transformações e passar ora a uma maior perfeição, ora a uma menor, paixões estas que nos explicam as afecções de alegria e detristeza. Assim, por alegria, entenderei, no que vai seguir-se, a paixão pela qual a Alma passa a uma perfeição maior; por tristeza, ao contrário, a paixão pela qual a Alma passa a uma perfeição menor. (ESPINOSA, B. Ética. Trad. Antonio Simões. Lisboa: Relógio D’Água, 1992. p. 279). Com base no texto e nos conhecimentos sobre o problema da paixão e da afecção em Espinosa, assinale a alternativa correta. a) A tristeza é uma ação da alma, consistente na afecção causada por uma paixão, por meio da qual a alma visa a própria destruição. b) As transformações da alma, seja o aumento ou a diminuição de intensidade, fazem coexistir paixões contrárias. c) O aumento de perfeição, característico de afecção da alegria, vincula-se ao esforço da alma em perceber-se com mais clareza e distinção. d) Tristeza e alegria são denominadas paixões porque resultam da ação de distintas dimensões da alma, responsáveis pela produção dessas afecções. e) Se uma coisa aumenta a potência de agir do corpo, a ideia dessa mesma coisa diminuirá a potência de pensar da nossa alma. 15. (Unioeste 2018) O filósofo alemão Immanuel Kant formulou, na Crítica da Razão Pura, uma divisão do conhecimento e acesso da razão aos fenômenos. Fenômenos não são coisas; eles nomeiam aquilo que podemos conhecer das coisas, através das formas da sensibilidade (Espaço e Tempo) e das categorias do entendimento (tais como Substância, Relação, Necessidade etc.). Assim, Kant afirma que o conhecimento humano é finito (limitado por suas formas e categorias). Como poderia haver, então, algum conhecimento universalmente válido? Ele afirma que tal conhecimento se formula num “juízo sintético a priori”. Juízos são afirmações; o adjetivo “sintéticos” significa que essas afirmações reúnem conceitos diferentes; “a priori”, por sua vez, indica aquilo que é obtido sem acesso à experiência dos fenômenos, antes deles e para que os fenômenos possam ser reunidos em um conhecimento que tenha unidade e sentido. Com base nisso, indique a alternativa CORRETA. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 4 de 39 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 5/39 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Moderna a) Para Kant, o conhecimento humano é diretamente dado pela experiência das coisas, acessíveis pelos sentidos (visão, audição, etc.). b) Juízos sintéticos a priori são afirmações de conhecimento cuja natureza é particular e que se altera caso a caso. c) Se a Metafísica é o conhecimento da essência das coisas elas mesmas, Kant é, na Crítica da Razão Pura, um defensor da Metafísica, e não um defensor da finitude do conhecimento. d) Para Kant, Espaço e Tempo são categorias do entendimento mediante as quais conhecemos os fenômenos. e) Juízos sintéticos a priori permitem organizar o conhecimento, dando a ele validade universal e unicidade. 16. (Ufu 2018) De acordo com o pensamento do filósofo Immanuel Kant (1724-1804), os juízos a priori são todos analíticos e os juízos a posteriori são todos sintéticos. Assinale a alternativa que define corretamente as noções de juízo analítico e juízo sintético. a) O juízo analítico é uma proposição que não pode ser pensada sem ser simultaneamente acompanhada de sua necessidade, já o juízo sintético não é uma proposição necessária. b) No juízo analítico, o sujeito está contido no conceito do predicado, mas, no juízo sintético, o predicado advém da experiência. c) No juízo analítico, o predicado pertence ao sujeito como algo que está contido nele, já no juízo sintético, o predicado está totalmente fora do conceito do sujeito. d) O juízo analítico é uma proposição necessária, já no juízo sintético, o predicado vai além do conceito do sujeito, acrescentando algo a esse. 17. (Uel 2018) Leia o texto a seguir. Rochedos audazes sobressaindo-se por assim dizer ameaçadores, nuvens carregadas acumulando- se no céu, avançando com relâmpagos e estampidos, vulcões em sua inteira força destruidora, furacões com a devastação deixada para trás, o ilimitado oceano revolto, uma alta queda d’água de um rio poderoso etc. tornam nossa capacidade de resistência de uma pequenez insignificante em comparação com o seu poder. Mas o seu espetáculo só se torna tanto mais atraente quanto mais terrível ele é, contanto que, somente, nos encontremos em segurança; e de bom grado denominamos estes objetos sublimes, porque eles elevam a fortaleza da alma acima de seu nível médio e permitem descobrir em nós uma faculdade de resistência de espécie totalmente diversa, a qual encoraja a medir-nos com a aparente onipotência da natureza. (KANT, I. Crítica da Faculdade do Juízo. Trad. Antonio Marques e Valério Rohden. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995. p. 107.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o juízo de gosto e o sublime na estética moderna, particularmente em Kant, assinale a alternativa correta. a) O conceito de beleza, resultante da atividade do entendimento, permite apreender o sentido dos eventos ameaçadores, protegendo o sujeito da destruição. b) Os elementos da natureza compõem o núcleo da teoria kantiana do juízo de gosto, constituindo, também, parte importante da sua concepção de gênio. c) Os eventos naturais de proporções ameaçadoras provocam nosso interesse quando nos situam na possibilidade iminente de sermos por eles destruídos. d) O sublime não está contido em nenhuma coisa da natureza, e sim em nosso ânimo, quando nos tornamos conscientes de nossa superioridade à natureza. e) A faculdade de resistência à dimensão ameaçadora e destruidora dos eventos naturais de grande magnitude é a faculdade produtora do belo. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Para responder à(s) questão(ões), considere o texto abaixo. O que singulariza o pessimismo de Machado de Assis é a sua posição antagônica em relação ao evolucionismo oitocentista, ao culto do progresso e da ciência. Frente às ingenuidades do cientificismo, o sarcasmo de Brás Cubas reabre a interrogação metafísica, a perplexidade radical ante a variedade do ser humano. Um artista como Machado levou mais a sério do que os arautos do evolucionismo cientificista o golpe que Darwin tinha desfechado contra as ilusões antropocêntricas da humanidade. MERQUIOR, José Guilherme. De Anchieta a Euclides. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977, p. 171-172. 18. (Puccamp 2018) A interrogação metafísica fez parte das preocupações de diversos pensadores e artistas durante o Renascimento. Nesse período, observa-se a contestação de ideias como a) o antropocentrismo, que concebia o homem como o centro do universo, uma vez que os renascentistas passam a valorizar a ciência e a Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 5 de 39 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 6/39 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Moderna natureza como os temas e eixos centrais do conhecimento humano. b) a beleza clássica, que postulava serem os padrões estéticos do classicismo aqueles a serem seguidos nas artes plásticas, uma vez que os renascentistas passam a defender uma arte livre de regras e modelos. c) o universalismo, que afirmava a existência de leis universais que atuavam sobre a existência humana, uma vez que os renascentistas eram avessos a dogmas e a admissão de regras dessa amplitude. d) o dogma eclesiástico, que determinava algumas verdades absolutas que não poderiam ser contestadas, uma vez que os renascentistas defendiam o racionalismo como meio de se produzir e aperfeiçoar o conhecimento. e) a escolástica, corrente do pensamento católico cultivada nas universidades, uma vez que os renascentistas questionavam a validade da fé, a existência de Deus e defendiam que a ciência era a única fonte de conhecimento real. 19. (Upe-ssa 2 2017) O bom senso é a coisa do mundo melhor partilhada, pois cada qual pensa estar tãobem provido dele que mesmo os que são mais difíceis de contentar em qualquer outra coisa, não costumam desejar tê-lo mais do que o têm. E não é verossímil que todos se enganem a tal respeito; mas isso antes testemunha que o poder de bem julgar e distinguir o verdadeiro do falso, que é propriamente o que se denomina o bom senso ou a razão, é naturalmente igual em todos os homens. DESCARTES, René. Discurso do Método, 1973, p. 37. Na perspectiva de René Descartes, a) o conhecimento filosófico prioriza a sensação, deixando à margem o valor da razão, isto é, o que vale é ter bom senso. b) o conhecimento filosófico é natural em todos os homens, mesmo sem fazerem uso do bom senso. c) o conhecimento filosófico salienta a importância capital de bem conduzir a própria razão para a aquisição da ciência. d) o conhecimento filosófico delimita a faculdade de julgar o absoluto, desprezando o valor do conhecimento. e) o conhecimento filosófico enfatiza que a essência do homem consiste nos sentidos, uma vez que o bom senso acentua o caráter relativo e particular da razão. 20. (Unesp 2017) Todas as vezes que mantenho minha vontade dentro dos limites do meu conhecimento, de tal maneira que ela não formule juízo algum a não ser a respeito das coisas que lhe são claras e distintamente representadas pelo entendimento, não pode acontecer que eu me equivoque; pois toda concepção clara e distinta é, com certeza, alguma coisa de real e de positivo, e, assim, não pode se originar do nada, mas deve ter obrigatoriamente Deus como seu autor; Deus que, sendo perfeito, não pode ser causa de equívoco algum; e, por conseguinte, é necessário concluir que uma tal concepção ou um tal juízo é verdadeiro. René Descartes. Vida e Obra. Os pensadores, 2000. Sobre o racionalismo cartesiano, é correto afirmar que a) sua concepção sobre a existência de Deus exerceu grande influência na renovação religiosa da época. b) sua valorização da clareza e distinção do conhecimento científico baseou-se no irracionalismo. c) desenvolveu as bases racionais para a crítica do mecanicismo como método de conhecimento. d) formulou conceitos filosóficos fortemente contrários ao heliocentrismo defendido por Galileu. e) se tratou de um pensamento responsável pela fundamentação do método científico moderno. 21. (Enem (Libras) 2017) Os filósofos concebem as emoções que se combatem entre si, em nós, como vícios em que os homens caem por erro próprio; é por isso que se habituaram a ridicularizá- los, deplorá-los, reprová-los ou, quando querem parecer mais morais, detestá-los. Concebem os homens, efetivamente, não tais como são, mas como eles próprios gostariam que fossem. ESPINOSA, B. Tratado político. São Paulo: Abril Cultural, 1973. No trecho, Espinosa critica a herança filosófica no que diz respeito à idealização de uma a) estrutura da interpretação fenomenológica. b) natureza do comportamento humano. c) dicotomia do conhecimento prático. d) manifestação do caráter religioso. e) reprodução do saber tradicional. 22. (Ufu 2017) Hume descreveu a confiança que o entendimento humano deposita na probabilidade dos resultados dos eventos observados na natureza. Ele comparou essa convicção ao lançamento de dados, cujas faces são previamente conhecidas, porém, nas palavras do filósofo: [...] verificando que maior número de faces aparece mais em um evento do que no outro, o espírito [o entendimento humano] converge com mais frequência para ele e o encontra muitas vezes ao Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 6 de 39 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 7/39 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Moderna considerar as várias possibilidades das quais depende o resultado definitivo. HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. Tradução de Anoar Aiex. São Paulo: Nova Cultural, 1989, p. 93. Coleção “Os Pensadores”. Esse tipo de raciocínio, descrito por Hume, conduz o entendimento humano a uma situação distinta da certeza racional, uma espécie de “falha”, representada pelo(a) a) verdade da fantasia, que é superior à certeza racional. b) crença, que ocupa o lugar da certeza racional. c) sentido visual, que é mais verídico que a certeza sensível. d) ideia inata, que atua como o a priori da razão humana. 23. (Uel 2017) Leia o texto a seguir. Podemos definir uma causa como um objeto, seguido de outro, tal que todos os objetos semelhantes ao primeiro são seguidos por objetos semelhantes ao segundo. Ou, em outras palavras, tal que, se o primeiro objeto não existisse, o segundo jamais teria existido. O aparecimento de uma causa sempre conduz a mente, por uma transição habitual, à ideia do efeito; disso também temos experiência. Em conformidade com essa experiência, podemos, portanto, formular uma outra definição de causa e chamá-la um objeto seguido de outro, e cujo aparecimento sempre conduz o pensamento àquele outro. Mas, não temos ideia dessa conexão, nem sequer uma noção distinta do que é que desejamos saber quando tentamos concebê-las. Adaptado de: HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano e sobre os princípios da moral. Seção VII, 29. Trad. José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: UNESP, 2004. p. 115. Com base no texto e nos conhecimentos acerca das noções de causa e efeito em David Hume, assinale a alternativa correta. a) As noções de causa e efeito fazem parte da realidade e por isso os fenômenos do mundo são explicados através da indicação da causa. b) A presença do efeito revela a causa nele envolvida, o que garante a explicação de determinado acontecimento. c) A causa e o efeito são noções que se baseiam na experiência e, por meio dela, são apreendidas. d) A causa e o efeito são conhecidos objetivamente pela mente e não por hábitos formados pela percepção do mundo. e) A causa e o efeito proporcionam, necessariamente, explicações válidas sobre determinados fatos e acontecimentos. 24. (Pucpr 2017) Na abertura do “Discurso sobre a Origem e os fundamentos da Desigualdade entre os Homens”, Rousseau, dirigindo-se aos soberanos, senhores de Genebra, diz considerar-se um felizardo. Por quê? Assinale a alternativa CORRETA. a) Por haver nascido entre vós e poder meditar sobre a igualdade que a natureza instalou entre os homens e sobre a desigualdade de que eles instituíram. b) Por haver nascido na floresta e haver vivido como um animal selvagem. c) Por perceber que na República de Genebra reinava uma igualdade natural e política entre os homens. d) Por crer que Deus é o autor da desigualdade entre os homens. e) Por acreditar que só os animais irracionais conseguem viver plenamente a igualdade entre eles. 25. (Uel 2017) Leia os textos a seguir. Exercita-te primeiro, caro amigo, e aprende o que é preciso conhecer para te iniciares na política; antes, não. Então, primeiro precisarás adquirir virtude, tu ou quem quer que se disponha a governar ou a administrar não só a sua pessoa e seus interesses particulares, como a cidade e as coisas a ela pertinentes. Assim, o que precisas alcançar não é o poder absoluto para fazeres o que bem entenderes contigo ou com a cidade, porém justiça e sabedoria. PLATÃO, O primeiro Alcebíades. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2004. p. 281-285. Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso do seu entendimento sem a direção de outro indivíduo... Sapere Aude! Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento. KANT, I. Resposta à pergunta: que é ‘Esclarecimento’ (‘Aufklärung’). Trad. Floriano de Souza Fernandes, 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1985. p. 100-117. Tendo em vista a compreensão kantiana do Esclarecimento (Aufklärung) para a constituição de uma compreensão tipicamente moderna do humano, assinalea alternativa correta. a) Fazer uso do próprio entendimento implica a destruição da tradição, na medida em que o poder da tradição impede a liberdade do pensamento. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 7 de 39 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 8/39 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Moderna b) A superação da condição de menoridade resulta do uso privado da razão, em que o indivíduo faz uso restrito do próprio entendimento. c) A saída da menoridade instaura uma situação duradoura, pois as verdadeiras conquistas do Esclarecimento se afiguram como irreversíveis. d) A menoridade é uma tendência decorrente da natureza humana, sendo, por esse motivo, superada no Esclarecimento, com muito esforço. e) A condição fundamental para o Esclarecimento é a liberdade, concebida como a possibilidade de se fazer uso público da razão. 26. (Unioeste 2017) Na obra Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Kant apresenta uma formulação do imperativo categórico: “Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal”. KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1980. p. 129 Em relação ao pensamento de Kant, é CORRETO afirmar. a) O propósito do imperativo categórico é o de permitir que o indivíduo decida suas ações sem que tenha que se preocupar com os demais. b) O imperativo categórico tem por objetivo desfazer o conflito entre a providência divina, relacionada à cidade de Deus, e o espaço terreno. c) O imperativo categórico vincula a conduta moral a uma norma universal. d) Para Kant, não é possível que o indivíduo constitua um fim em si mesmo. Por isso mesmo, ele precisa espelhar-se na ação dos demais para a sua ação. e) O imperativo categórico corresponde à condição do estado de natureza, que é anterior à instituição do Estado civil. 27. (Ufu 2017) Leia a citação a seguir. A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma direção estranha, continuem no entanto de bom grado menores durante toda a vida. São também as causas que explicam porque é tão fácil que os outros se constituam em tutores deles. KANT, I. Resposta à pergunta: que é “Esclarecimento”? (Aufklarung). In: ______. Textos seletos. Tradução de Raimundo Vier. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2005, p. 64. A menoridade de que fala Kant é a condição daqueles que não fazem o uso da razão. Essa condição evidencia a ausência a) do idealismo necessário para a ampliação dos horizontes existenciais. b) da autonomia para fazer uso próprio da razão sem a tutela de outrem. c) da religião encarregada de fazer feliz o homem indigente de pensamento. d) da ignorância, pois quem se deixa guiar pelos outros acerta sempre. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o texto a seguir e responda à(s) questão(ões). O tempo nada mais é que a forma da nossa intuição interna. Se a condição particular da nossa sensibilidade lhe for suprimida, desaparece também o conceito de tempo, que não adere aos próprios objetos, mas apenas ao sujeito que os intui. KANT, I. Crítica da razão pura. Trad. Valério Rohden e Udo Baldur Moosburguer. São Paulo: Abril Cultural, 1980. p. 47. Coleção Os Pensadores. 28. (Uel 2017) Com base nos conhecimentos sobre a concepção kantiana de tempo, assinale a alternativa correta. a) O tempo é uma condição a priori de todos os fenômenos em geral. b) O tempo é uma representação relativa subjacente às intuições. c) O tempo é um conceito discursivo, ou seja, um conceito universal. d) O tempo é um conceito empírico que pode ser abstraído de qualquer experiência. e) O tempo, concebido a partir da soma dos instantes, é infinito. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: José de Alencar retratou o seu herói goitacá em prosa, a exemplo do que o escocês Walter Scott havia feito com os cavaleiros medievais na célebre novela Ivanhoé. Para evocar um mítico passado nacional, na falta dos briosos cavaleiros medievais de Scott, o índio seria o modelo de que Alencar lançaria mão. (...) O índio entrara como tema na literatura universal por influência das ideias dos filósofos iluministas e especialmente, da obra de Jean-Jacques Rousseau (...). As teses de Rousseau sobre o “bom selvagem”, por sua vez, bebiam na fonte das narrativas de viajantes do século XVI, os primeiros Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 8 de 39 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 9/39 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Moderna europeus que haviam colocado os pés no chão americano. Foram esses viajantes os responsáveis pela propagação do juízo de que, do outro lado do oceano, existia um povo feliz, vivendo sem lei nem rei (...). (NETO, Lira. O inimigo do Rei. Uma biografia de José de Alencar. São Paulo: Globo, 2006. p. 166-167) 29. (Puccamp 2017) Para o filósofo iluminista francês a que o texto de Lira Neto se refere, a) o governo democrático deveria sempre representar a maioria dos cidadãos, a qual opinaria sobre as questões sociais, enquanto os governantes deveriam consultar o povo sempre que necessário. b) o universo é governado por leis físicas e não submetido a interferências de cunho divino, sendo a universalidade da razão o único caminho que levaria ao conhecimento do mundo de forma coerente. c) os homens possuem a vida, a liberdade e a propriedade como direitos naturais e os governos teriam que respeitar esses direitos e, caso não o fizessem, caberia à sociedade civil o direito de rebelião. d) o espírito humano é uma ‘tábua rasa’ e todo conhecimento se faz com a própria capacidade intelectual do homem de se desenvolver mediante sua atividade e de exercício do pensamento. e) o Estado deveria garantir aos cidadãos a liberdade, por meio de uma divisão equilibrada dos poderes, quais sejam: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes. 30. (Unesp 2016) Os ídolos e noções falsas que ora ocupam o intelecto humano e nele se acham implantados não somente o obstruem a ponto de ser difícil o acesso da verdade, como, mesmo depois de superados, poderão ressurgir como obstáculo à própria instauração das ciências, a não ser que os homens, já precavidos contra eles, se cuidem o mais que possam. O homem se inclina a ter por verdade o que prefere. Em vista disso, rejeita as dificuldades, levado pela impaciência da investigação; rejeita os princípios da natureza, em favor da superstição; rejeita a luz da experiência, em favor da arrogância e do orgulho, evitando parecer se ocupar de coisas vis e efêmeras; rejeita paradoxos, por respeito a opiniões vulgares. Enfim, inúmeras são as fórmulas pelas quais o sentimento, quase sempre imperceptivelmente, se insinua e afeta o intelecto. (Francis Bacon. Novum Organum [publicado originalmente em 1620], 1999. Adaptado.) Na história da filosofia ocidental, o texto de Bacon preconiza a) um pensamento científico racional afastado de paixões e preconceitos. b) uma crítica à hegemonia do paradigma cartesiano no âmbito científico. c) a defesa do inatismo das ideias contra os pressupostos da filosofia empirista. d) a valorização romântica de aspectos sentimentais e intuitivos do pensamento. e) uma crítica de caráter ético voltada contra a frieza do trabalho científico. 31. (Enem 2ª aplicação 2016) Pode-se admitir que a experiência passada dá somente uma informação direta e segura sobre determinados objetos em determinados períodos do tempo, dos quais ela teve conhecimento. Todavia, é esta a principal questão sobre a qual gostaria de insistir: por que esta experiência tem de ser estendida a tempos futuros e a outros objetos que, pelo que sabemos, unicamente são similares em aparência. O pão que outrora comi alimentou-me,isto é, um corpo dotado de tais qualidades sensíveis estava, a este tempo, dotado de tais poderes desconhecidos. Mas, segue- se daí que este outro pão deve também alimentar-me como ocorreu na outra vez, e que qualidades sensíveis semelhantes devem sempre ser acompanhadas de poderes ocultos semelhantes? A consequência não parece de nenhum modo necessária. HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1995. O problema descrito no texto tem como consequência a a) universabilidade do conjunto das proposições de observação. b) normatividade das teorias científicas que se valem da experiência. c) Dificuldade de se fundamentar as leis científicas em bases empíricas. d) inviabilidade de se considerar a experiência na construção da ciência. e) correspondência entre afirmações singulares e afirmações universais. 32. (Enem PPL 2015) Após ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por constante que esta proposição, eu sou, eu existo, é necessariamente verdadeira todas as vezes que a enuncio ou que a concebo em meu espírito. DESCARTES, R. Meditações. Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979. A proposição “eu sou, eu existo” corresponde a Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 9 de 39 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 10/39 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Moderna um dos momentos mais importantes na ruptura da filosofia do século XVII com os padrões da reflexão medieval, por a) estabelecer o ceticismo como opção legítima. b) utilizar silogismos linguísticos como prova ontológica. c) inaugurar a posição teórica conhecida como empirismo. d) estabelecer um princípio indubitável para o conhecimento. e) Questionar a relação entre a filosofia e o tema da existência de Deus. 33. (Enem PPL 2015) A pura lealdade na amizade, embora até o presente não tenha existido nenhum amigo leal, é imposta a todo homem, essencialmente, pelo fato de tal dever estar implicado como dever em geral, anteriormente a toda experiência, na ideia de uma razão que determina a vontade segundo princípios a priori. KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Barcarolla, 2009. A passagem citada expõe um pensamento caracterizado pela a) eficácia prática da razão empírica. b) transvaloração dos valores judaico-cristãos. c) recusa em fundamentar a moral pela experiência. d) comparação da ética a uma ciência de rigor matemático. e) importância dos valores democráticos nas relações de amizade. 34. (Uema 2015) Fraqueza e covardia são as causas pelas quais a maioria das pessoas permanece infantil mesmo tendo condição de libertar-se da tutela mental alheia. Por isso, fica fácil para alguns exercer o papel de tutores, pois muitas pessoas, por comodismo, não desejam se tornar adultas. Se tenho um livro que pensa por mim; um sacerdote que dirige minha consciência moral; um médico que me prescreve receitas e, assim por diante, não necessito preocupar-me com minha vida. Se posso adquirir orientações, não necessito pensar pela minha cabeça: transfiro ao outro esta penosa tarefa de pensar. Fonte: I. Kant, O que é a ilustração. In: F. Weffort (org). Os clássicos da política, v. 2, 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2006. Esse fragmento compõe o livro de Kant que trata da importância da(o) a) juízo. b) razão. c) cultura. d) costume. e) experiência. 35. (Enem 2014) A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre perante nossos olhos (isto é, o universo), que não se pode compreender antes de entender a língua e conhecer os caracteres com os quais está escrito. Ele está escrito em língua matemática, os caracteres são triângulos, circunferências e outras figuras geométricas, sem cujos meios é impossível entender humanamente as palavras; sem eles, vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto. GALILEI, G. “O ensaiador”. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978. No contexto da Revolução Científica do século XVII, assumir a posição de Galileu significava defender a a) continuidade do vínculo entre ciência e fé dominante na Idade Média. b) necessidade de o estudo linguístico ser acompanhado do exame matemático. c) oposição da nova física quantitativa aos pressupostos da filosofia escolástica. d) importância da independência da investigação científica pretendida pela Igreja. e) inadequação da matemática para elaborar uma explicação racional da natureza. 36. (Enem PPL 2013) O contrário de um fato qualquer é sempre possível, pois, além de jamais implicar uma contradição, o espírito o concebe com a mesma facilidade e distinção como se ele estivesse em completo acordo com a realidade. Que o Sol não nascerá amanhã é tão inteligível e não implica mais contradição do que a afirmação de que ele nascerá. Podemos em vão, todavia, tentar demonstrar sua falsidade de maneira absolutamente precisa. Se ela fosse demonstrativamente falsa, implicaria uma contradição e o espírito nunca poderia concebê-la distintamente, assim como não pode conceber que seja diferente de HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1999 (adaptado). O filósofo escocês David Hume refere-se a fatos, ou seja, a eventos espaço-temporais, que Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 10 de 39 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 11/39 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Moderna acontecem no mundo. Com relação ao conhecimento referente a tais eventos, Hume considera que os fenômenos a) acontecem de forma inquestionável, ao serem apreensíveis pela razão humana. b) ocorrem de maneira necessária, permitindo um saber próximo ao de estilo matemático. c) propiciam segurança ao observador, por se basearem em dados que os tornam incontestáveis. d) devem ter seus resultados previstos por duas modalidades de provas, com conclusões idênticas. e) exigem previsões obtidas por raciocínio, distinto do conhecimento baseado em cálculo abstrato. 37. (Unioeste 2013) “A necessidade prática de agir segundo este princípio, isto é, o dever, não assenta em sentimentos, impulsos e inclinações, mas, sim, somente na relação dos seres racionais entre si, relação essa em que a vontade de um ser racional tem de ser considerada sempre e simultaneamente como legisladora, porque de outra forma não podia pensar-se como fim em si mesmo. A razão relaciona, pois, cada máxima da vontade concebida como legisladora universal com todas as outras vontades e com todas as ações para conosco mesmos, e isto não em virtude de qualquer outro móbil prático ou de qualquer vantagem futura, mas em virtude da ideia da dignidade de um ser racional que não obedece à outra lei senão àquela que ele mesmo simultaneamente dá a si mesmo. [...] O que se relaciona com as inclinações e necessidades gerais do homem tem um preço venal [...], aquilo, porém, que constitui a condição só graças a qual qualquer coisa pode ser um fim em si mesma, não tem somente um valor relativo, isto é, um preço, mas um valor íntimo, isto é, dignidade”. Kant. Considerando o texto citado e o pensamento ético de Kant, seguem as afirmativas abaixo: I. Para Kant, existe moral porque o ser humano e, em geral, todo o ser racional, fim em si mesmo e valor absoluto, não deve ser tomado simplesmente como meio ou instrumento para o uso arbitrário de qualquer vontade. II. Fim em si mesmo e valor absoluto, o ser humano é pessoa e tem dignidade, mas uma dignidade que é, apenas, relativamente valiosa, por se encontrar em dependência das condições psicossociais e político-econômicas nas quais vive. III. A moralidade, única condição que pode fazer de um ser racional fim em si mesmo e valor absoluto, pelo princípio da autonomia da vontade, e a humanidade, enquanto capaz de moralidade, são as únicascoisas que têm dignidade. IV. As pessoas têm dignidade porque são seres livres e autônomos, isto é, seres que se submetem às leis que se dão a si mesmos, atendendo imediatamente aos apelos de suas inclinações, sentimentos, impulsos e necessidades. V. A autonomia da vontade é o fundamento da dignidade da natureza humana e de toda natureza racional e, por esta razão, a vontade não está simplesmente submetida à lei, mas submetida à lei por ser concebida como vontade legisladora universal, ou seja, se submete à lei na exata medida em que ela é a autora da lei (moral). Das afirmativas feitas acima a) somente a afirmação I está incorreta. b) somente a afirmação III está incorreta. c) as afirmações II e IV estão incorretas. d) as afirmações II e III estão incorretas. e) as afirmações II, III e V estão incorretas. 38. (Uff 2012) Galileu Galilei é considerado um dos grandes nomes da história da ciência graças às suas revolucionárias observações astronômicas por meio do telescópio e aos seus estudos sobre a) a economia política. b) a composição da luz. c) a anatomia humana. d) o movimento dos corpos. e) a circulação do sangue. 39. (Ufsj 2012) Sobre os ídolos preconizados por Francis Bacon, é CORRETO afirmar que: a) “A consequência imediata da ação dos ídolos é a inscrição do Homem num universo de massacre e sofrimento racional-indutivo, onde o conhecimento científico se distancia da filosofia, se deteriora e se amesquinha”. b) “Toda idolatria é forjada no hábito e na subjetividade humanos”. c) “Os ídolos invadem a mente humana e para derrogá-los, é necessário um esforço racional- dedutivo de análise, como bem advertiu Aristóteles”. d) “Os ídolos da caverna são os homens enquanto indivíduos, pois cada um [...] tem uma caverna ou uma cova que intercepta e corrompe a luz da natureza”. 40. (Uema 2012) Das alternativas abaixo, marque aquela que apresenta o sentido de cultura elaborado pelos humanistas no Renascimento do século XVI. a) Cultura é a valorização do trabalho, pois se acredita que pelo trabalho o homem não só aprimora suas habilidades como também ganha dignidade. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 11 de 39 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 12/39 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Moderna b) Cultura é o cultivo do espírito no sentido de seguir firmemente os ordenamentos de Deus aqui na terra como necessário para a salvação da alma. c) Cultura é o cultivo do espírito, exprimindo a ação de desenvolver a capacidade intelectual e de aprimorar as qualidades naturais dos homens. d) Cultura seria associada à prática do lazer, do cultivo às artes, à ciência e às letras. e) Cultura seria o fazer humano por meio do qual o homem produz bens materiais e se autoproduz. 41. (Ufsj 2012) David Hume afirma que “a razão, em sentido estrito e filosófico, só pode influenciar nossa conduta de duas maneiras”, a saber: a) “a razão por si só funda a moral humana e como tal nela encontra respaldo para instaurar influências, além disso, reduz o campo de influência dogmática sobre a conduta humana”. b) “ao reconhecer o estatuto racional que fundamenta e legitima a paixão, a moral se estabelece como consequência dessa razão em si mesma, além de determinar o sujeito que age”. c) “despertando uma paixão ao nos informar sobre a existência de alguma coisa que é um objeto próprio dessa paixão ou descobrindo a conexão de causas e efeitos de modo a nos dar meios de exercer uma paixão qualquer”. d) “razão e ação prática são princípios ativos fundamentais que conferem poderes aos corpos externos ou às ações racionais ou se fundam, exclusivamente, na intenção que é peculiar ao indivíduo”. 42. (Ufsj 2012) “Algumas criaturas vivas, como as abelhas e as formigas, que vivem socialmente umas com as outras [...] tendem para o benefício comum”. Para Thomas Hobbes, essa tendência não ocorre entre os homens porque a) esses insetos, dentro da sua irracionalidade natural, dão lições de conduta aos seres humanos; seja na tarefa diária, seja na politização paradoxal do modelo comunista difundido por Joseph Stalin e Karl Marx. b) as abelhas e as formigas têm a peculiaridade de construir suas sociedades dentro de uma unidade dinâmica e circular, que poderia ser bem definida como um contrato social se elas fossem humanas. Os seres humanos não atingiram tal estágio ainda. c) estes estão constantemente envolvidos numa competição pela honra e pela dignidade e se julgam uns mais sábios que outros para exercer o poder público, reformam e inovam, o que muitas vezes leva o país à desordem e à guerra civil. d) o motivo maior que guia a vida de tais criaturas é a engrenagem da soberania da vontade de criar, da vontade de poder, retomada por Nietzsche e pelo existencialismo. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Texto I O desenvolvimento não é um mecanismo cego que age por si. O padrão de progresso dominante descreve a trajetória da sociedade contemporânea em busca dos fins tidos como desejáveis, fins que os modelos de produção e de consumo expressam. É preciso, portanto, rediscutir os sentidos. Nos marcos do que se entende predominantemente por desenvolvimento, aceita-se rever as quantidades (menos energia, menos água, mais eficiência, mais tecnologia), mas pouco as qualidades: que desenvolvimento, para que e para quem? (LEROY, Jean Pierre. Encruzilhadas do Desenvolvimento. O Impacto sobre o meio ambiente. Le Monde Diplomatique Brasil. jul. 2008, p.9.) 43. (Uel 2012) Tendo como referência a relação entre desenvolvimento e progresso presente no texto, é correto afirmar que, em Kant, tal relação, contida no conceito de Aufklärung (Esclarecimento), expressa: a) A tematização do desenvolvimento sob a égide da lógica de produção capitalista. b) A segmentação do desenvolvimento tecnocientífico nas diversas especialidades. c) A ampliação do uso público da razão para que se desenvolvam sujeitos autônomos. d) O desenvolvimento que se alcança no âmbito técnico e material das sociedades. e) O desenvolvimento dos pressupostos científicos na resolução dos problemas da filosofia prática. 44. (Uel 2011) Leia o texto a seguir. O pensamento moderno caracteriza-se pelo crescente abandono da ciência aristotélica. Um dos pensadores modernos desconfortáveis com a lógica dedutiva de Aristóteles – considerando que esta não permitia explicar o progresso do conhecimento científico – foi Francis Bacon. No livro Novum Organum, Bacon formulou o método indutivo como alternativa ao método lógico-dedutivo aristotélico. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Bacon, é correto afirmar que o método indutivo consiste Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 12 de 39 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 13/39 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Moderna a) na derivação de consequências lógicas com base no corpo de conhecimento de um dado período histórico. b) no estabelecimento de leis universais e necessárias com base nas formas válidas do silogismo tal como preservado pelos medievais. c) na postulação de leis universais com base em casos observados na experiência, os quais apresentam regularidade. d) na inferência de leis naturais baseadas no testemunho de autoridades científicas aceitas universalmente. e) na observação de casos particulares revelados pela experiência, os quais impedem a necessidade e a universalidade no estabelecimento das leis naturais. 45. (Ufu 2011) Na obra Discurso sobre o método, René Descartes propôs um novo método de investigação baseado em quatro regras fundamentais, inspiradas na geometria: evidência, análise, síntese, controle. Assinale a alternativa que contenha corretamente a descrição das regras de análise e síntese. a) A regra da análise orienta aenumerar todos os elementos analisados; a regra da síntese orienta decompor o problema em seus elementos últimos, ou mais simples. b) A regra da análise orienta a decompor cada problema em seus elementos últimos ou mais simples; a regra da síntese orienta ir dos objetos mais simples aos mais complexos. c) A regra da análise orienta a remontar dos objetos mais simples até os mais complexos; a regra da síntese orienta prosseguir dos objetos mais complexos aos mais simples. d) A regra da síntese orienta a acolher como verdadeiro apenas aquilo que é evidente; a regra da análise orienta descartar o que é evidente e só orientar-se, firmemente, pela opinião. 46. (Uel 2011) O principal problema de Descartes pode ser formulado do seguinte modo: “Como poderemos garantir que o nosso conhecimento é absolutamente seguro?” Como o cético, ele parte da dúvida; mas, ao contrário do cético, não permanece nela. Na Meditação Terceira, Descartes afirma: “[...] engane-me quem puder, ainda assim jamais poderá fazer que eu nada seja enquanto eu pensar que sou algo; ou que algum dia seja verdade eu não tenha jamais existido, sendo verdade agora que eu existo [...]” (DESCARTES. René. “Meditações Metafísicas”. Meditação Terceira, São Paulo: Nova Cultural, 1991. p. 182. Coleção Os Pensadores.) Com base no enunciado e considerando o itinerário seguido por Descartes para fundamentar o conhecimento, é correto afirmar: a) Todas as coisas se equivalem, não podendo ser discerníveis pelos sentidos nem pela razão, já que ambos são falhos e limitados, portanto o conhecimento seguro detém-se nas opiniões que se apresentam certas e indubitáveis. b) O conhecimento seguro que resiste à dúvida apresenta-se como algo relativo, tanto ao sujeito como às próprias coisas que são percebidas de acordo com as circunstâncias em que ocorrem os fenômenos observados. c) Pela dúvida metódica, reconhece-se a contingência do conhecimento, uma vez que somente as coisas percebidas por meio da experiência sensível possuem existência real. d) A dúvida manifesta a infinita confusão de opiniões que se pode observar no debate perpétuo e universal sobre o conhecimento das coisas, sendo a existência de Deus a única certeza que se pode alcançar. e) A condição necessária para alcançar o conhecimento seguro consiste em submetê-lo sistematicamente a todas as possibilidades de erro, de modo que ele resista à dúvida mais obstinada. 47. (Unioeste 2011) Considerando-se as primeiras linhas das Meditações sobre a filosofia primeira de René Descartes: “Há já algum tempo dei-me conta de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões por verdadeiras e de que aquilo que depois eu fundei sobre princípios tão mal assegurados devia ser apenas muito duvidoso e incerto; de modo que era preciso tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões que recebera até então em minha crença e começar tudo novamente desde os fundamentos, se eu quisesse estabelecer alguma coisa de firme e de constante nas ciências. (...) Agora, pois, que meu espírito está livre de todas as preocupações e que obtive um repouso seguro numa solidão tranquila, aplicar-me-ei seriamente e com liberdade a destruir em geral todas as minhas antigas opiniões” É correto afirmar sobre a teoria do conhecimento cartesiana que a) Descartes não utiliza um método ou uma estratégia para estabelecer algo de firme e certo no conhecimento, já que suas opiniões antigas eram incertas. b) Descartes considera que não é possível encontrar algo de firme e certo nas ciências, pois até então esse objetivo não foi atingido. c) Descartes, ao rejeitar o que a tradição filosófica considerou como conhecimento, busca Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 13 de 39 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 14/39 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Moderna fundamentar nos sentidos uma base segura para as ciências. d) ao investigar uma base firme e indestrutível para o conhecimento, Descartes inicia rejeitando suas antigas opiniões e utiliza o método da dúvida até encontrar algo de firme e certo. e) Descartes necessitou de solidão para investigar as suas antigas opiniões e encontrar entre elas aquela que seria o verdadeiro fundamento do conhecimento. 48. (Ufsj 2011) John Locke é apontado como pioneiro do materialismo moderno. Sobre o “materialismo moderno”, é CORRETO afirmar que: a) “Deriva as ‘ideias’ de que se constitui o conhecimento diretamente das sensações que se marcaram na mente [...] não cabendo assim ao pensamento nada mais, [...] que combinar, comparar e analisar essas mesmas ideias”. b) “Todo o princípio do conhecimento material é sensorial, transponível, relativo e infinito”. c) “O valor da experiência sensível, como fator primário da elaboração cognitiva, está na possibilidade de conhecer a essência da natureza”. d) “O conhecimento deve ser introjetado a partir da experiência extrassensorial, peculiar a todo ser pensante”. 49. (Ufsj 2011) A razão, para Hume, é: a) “a descoberta da verdade ou da falsidade. A verdade e a falsidade consistem no acordo e desacordo seja quanto à relação real de ideias, seja quanto à existência e aos fatos reais”. b) “nossas propensões naturais e distinções morais implicam, necessariamente, uma razão inata”. c) “os concomitantes da ação induzem a uma concepção notória daquilo que se pode determinar como universo da razão”. d) “em sentido estrito e filosófico, a razão nos informa sobre os critérios e conexões entre as paixões e desafetos humanos”. 50. (Ufsj 2011) Sobre a origem da justiça, Hume afirma que: a) “O senso de justiça é derivado da virtude, que por sua vez move toda e qualquer mudança na esfera do comportamento humano”. b) “A justiça tira sua origem exclusivamente do egoísmo e da generosidade restrita aos Homens em conjunto com a escassez das provisões que a natureza ofereceu para suas necessidades”. c) “As impressões dão origem ao senso de justiça e são naturais à mente humana”. d) “A justiça tem sua origem nas regas naturais e buscam seu fim em interesses gerados pelas paixões mais profundas dos homens”. 51. (Unioeste 2011) “A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro não é suficientemente considerável para que qualquer um possa com base nela reclamar qualquer benefício a que outro não possa também aspirar, tal como ele. (...) Desta igualdade quanto à capacidade deriva a igualdade quanto à esperança de atingirmos nossos fins. Portanto, se dois homens desejam a mesma coisa, ao mesmo tempo (...) esforçam-se por se destruir ou subjugar um ao outro. (...) Com isto se torna manifesto que, durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum capaz de manter a todos em respeito, eles se encontram naquela condição a que se chama de guerra; e uma guerra que é de todos os homens contra todos os homens”. Hobbes. Com base no texto citado, seguem as seguintes afirmativas: I. Os homens, por natureza, são absolutamente iguais, tanto no exercício de suas capacidades físicas, quanto no exercício de suas faculdades espirituais. II. Sendo os homens, por natureza, “tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito” é razoável que cada um ataque o outro, quer seja para destruí- lo, quer seja para proteger-se de um possível ataque. III. Na inexistência de um “poder comum” que “mantenha a todos em respeito”, a atitude mais racional é a de manter a paz e a concórdia na “esperança” de que todos e cada um atinjam seus fins. IV. A condição dos homens que vivem sem um poder comum é de guerra generalizada, de todos contra todos.V. O homem, por natureza, vive em sociedade e nela desenvolve suas potencialidades, mantendo relações sociais harmônicas e pacíficas. Assinale a alternativa correta. a) Apenas I está correta. b) Apenas II e III estão corretas. c) Apenas I e V estão corretas. d) Apenas II e IV estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. 52. (Uenp 2011) “Porque as leis de natureza (como a justiça, a equidade, a modéstia, a piedade, ou, em resumo, fazer aos outros o que queremos que Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 14 de 39 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 15/39 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Moderna nos façam) por si mesmas, na ausência do temor de algum poder capaz de levá-las a ser respeitadas, são contrárias a nossas paixões naturais, as quais nos fazem tender para a parcialidade, o orgulho, a vingança e coisas semelhantes. E os pactos sem a espada não passam de palavras, sem força para dar qualquer segurança a ninguém. Portanto, apesar das leis de natureza (que cada um respeita quando tem vontade de respeitá-las e quando pode fazê-lo com segurança), se não for instituído um poder suficientemente grande para nossa segurança, cada um confiará, e poderá legitimamente confiar, apenas em sua própria força e capacidade, como proteção contra todos os outros.” MALMESBURY, Thomas Hobbes de. Leviatã ou matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil. Sobre o pensamento de Hobbes, assinale a alternativa incorreta: a) O contrato social que dá origem ao Estado só é obedecido pela força e pelo temor. b) Os homens, na sua condição natural, observam apenas as suas paixões naturais. c) O contrato social que dá origem ao Estado pode ser desfeito quando o soberano desrespeita os direitos dos súditos e age de forma parcial, visando a seus próprios interesses. d) A concepção de homem natural de Hobbes é marcada por um profundo pessimismo antropológico. e) A filosofia política hobbesiana é atomista. 53. (Uenp 2011) “O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. O que se crê senhor dos demais, não deixa de ser mais escravo do que eles (...). A ordem social é um direito sagrado que serve de base a todos os outros. Tal direito [ordem social], no entanto, não se origina da natureza: funda- se, portanto, em convenções.” ROUSSEAU, J.J. Contrato Social. Coleção Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural. Analise as afirmativas sobre o pensamento de Rousseau I. O homem natural é bom, o isolamento propiciado pelo estado de natureza favorece o desenvolvimento e o exercício de qualidades positivas, como o amor de si mesmo e a piedade. II. A ordem social é natural e deriva da natureza gregária do ser humano. III. O estado se origina com o objetivo de impedir que os homens retornem ao estado de guerra generalizado. A(s) afirmativa(s) verdadeira(s) é(são): a) apenas a I. b) apenas a II. c) apenas a III. d) apenas a IV. e) todas. 54. (Uff 2011) José Bonifácio de Andrada e Silva, homem público e cientista respeitado na Europa, desempenhou papel decisivo no processo de emancipação do Brasil. De ideias avançadas, defendeu a extinção do escravismo, a valorização da pequena e da média propriedade, o uso racional dos recursos naturais e a tese pioneira da preservação do meio ambiente. Ele achava que a finalidade última da ciência é contribuir para o bem da humanidade de modo racional e eficiente. As ideias que influenciaram diretamente a formação intelectual e política de José Bonifácio estão contidas no a) Naturalismo. b) Iluminismo. c) Renascimento. d) Socialismo. e) Jacobinismo. 55. (Uema 2011) No texto Que é “Esclarecimento”? (1783), o que significa, conforme Kant, a saída do homem da menoridade da qual ele mesmo é culpado? a) O uso da razão crítica, exceto quando se tratar de doutrinas religiosas. b) A capacidade de aceitar passivamente a autoridade científica ou política. c) A liberdade para executar desejos e impulsos conforme a natureza instintiva do homem. d) A coragem de ser autônomo, rejeitando, portanto, qualquer condição tutelar. e) O alcance da idade apropriada para uso da racionalidade subjetiva. 56. (Uema 2011) Kant, no texto Que é “Esclarecimento”? (1783), aborda os conceitos de uso público e privado da razão. Entre as alternativas abaixo, a única que contém informação correta sobre o uso público da razão é: Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 15 de 39 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 16/39 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Moderna a) Livre uso da razão desde que avalizada pela autoridade competente eclesiástica e política. b) Liberdade ilimitada do sábio usar a razão e autonomia para publicizar suas ideias com as melhores intenções. c) Uso que o professor faz de sua razão diante de sua comunidade acadêmica ou outra qualquer. d) Discurso aberto sobre temáticas monitoradas por uma instituição que forma pessoas para o serviço militar. e) Abordagem de uma teoria determinada por um paradigma vigente, seja ele religioso, político ou científico. 57. (Uema 2011) Na perspectiva do conhecimento, Immanuel Kant pretende superar a dicotomia racionalismo-empirismo. Entre as alternativas abaixo, a única que contém informações corretas sobre o criticismo kantiano é: a) A razão estabelece as condições de possibilidade do conhecimento; por isso independe da matéria do conhecimento. b) O conhecimento é constituído de matéria e forma. Para termos conhecimento das coisas, temos de organizá-las a partir da forma a priori do espaço e do tempo. c) O conhecimento é constituído de matéria, forma e pensamento. Para termos conhecimento das coisas temos de pensá-las a partir do tempo cronológico. d) A razão enquanto determinante nos conhecimentos fenomênicos e noumênicos (transcendentais) atesta a capacidade do ser humano. e) O homem conhece pela razão a realidade fenomênica porque Deus é quem afinal determina este processo. 58. (Uel 2010) A obra de Galileu Galilei está indissoluvelmente ligada à revolução científica do século XVII, a qual implicou uma “mutação” intelectual radical, cujo produto e expressão mais genuína foi o desenvolvimento da ciência moderna no pensamento ocidental. Neste sentido, destacam-se dois traços entrelaçados que caracterizam esta revolução inauguradora da modernidade científica: a dissolução da ideia greco-medieval do Cosmos e a geometrização do espaço e do movimento. (KOYRÉ, A. Estudos Galilaicos. Lisboa: Dom Quixote, 1986. pp. 13-20; KOYRÉ, A. Estudos de História do Pensamento Científico. Brasília, Editora UnB, 1982. pp. 152-154.). Com base no texto e nos conhecimentos sobre as características que marcam revolução científica no pensamento de Galileu Galilei, assinale a alternativa correta. a) A dissolução do Cosmos representa a ruptura com a ideia do Universo como sistema imutável, heterogêneo, hierarquicamente ordenado, da física aristotélica. b) A crença na existência do Cosmos, na física aristotélica, se situa na concepção de um Universo aberto, indefinido e até infinito, unificado e governado pelas mesmas leis universais. c) Contrária à concepção tradicional de ciência de orientação aristotélica, a física galilaica distingue e opõe os dois mundos do Céu e da Terra e suas respectivas leis. d) A geometrização do espaço e do movimento, na física galilaica, aprimora a concepção matemática do Universo cósmico qualitativamente diferenciado e concreto da física aristotélica. e) A física galilaica identifica o movimento a partir da concepção de uma totalidade cósmica, em cuja ordem cada coisa possui um lugar próprio conforme sua natureza. 59. (Uel 2010) A ONU declarou 2009 o Ano Internacional da Astronomia pelos 400 anos do uso do telescópio nas investigaçõesastronômicas por Galileu Galilei. Essas investigações desencadearam descobertas e, por sua vez, uma nova maneira de compreender os fenômenos naturais. Além de suas descobertas, Galileu também contribuiu para a posteridade ao desenvolver o método experimental e a concepção de uma nova ciência física. Com base nas contribuições metodológicas de Galileu Galilei, é correto afirmar: a) A experiência espontânea e imediata da percepção dos sentidos desempenha, a partir de Galileu, um papel metodológico, preponderante na nova ciência. b) A observação, a experimentação e a explicação dos fenômenos físicos da natureza desenvolvidos por Galileu aprimoram o método lógico-dedutivo da filosofia aristotélica. c) A observação controlada dos fenômenos na forma de experimentação, segundo o método galileano, consiste em interrogar metodicamente a natureza na linguagem matemática. d) A verificação metodológica da verdade das leis científicas pelos experimentos aleatórios, defendida por Galileu, fundamenta-se na concepção finalista do Universo. e) O método galileano reafirma o princípio de autoridade das interpretações teológico-bíblicas na definição do método para alcançar a verdade física. 60. (Ufpa 2010) Galileu, ao conceber a ciência, valoriza a experiência e se preocupa com a descrição quantificada dos fenômenos. Tal descrição torna-se possível, porque ele faz a distinção entre qualidades primárias e secundárias Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 16 de 39 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 17/39 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Moderna (ARANHA, M. L.; MARTINS, M. H. P. Filosofando. p. 179). De acordo com o exposto acima, é correto afirmar que a) somente as qualidades primárias devem ser levadas em consideração pelos cientistas. b) somente as qualidades secundárias são relevantes para o conhecimento científico. c) as qualidades primárias não são suscetíveis de receberem tratamento matemático. d) somente as qualidades secundárias devem ser tratadas cientificamente por serem consideradas matematizáveis. e) nenhuma das qualidades dos corpos pode ser tratada quantitativamente. 61. (Uff 2010) Segundo o filósofo inglês Francis Bacon (1561-1626), o ser humano tem o direito de dominar a natureza e as técnicas; as ciências são os meios para exercer esse poder. Que processo histórico pode ser diretamente associado a essas ideias? a) Os ideais de retorno à vida natural. b) O bloqueio continental imposto à Europa por Napoleão Bonaparte. c) A Contrarreforma promovida pela Igreja Católica. d) O surgimento do estilo barroco nas artes. e) A Revolução Industrial. 62. (Ufpa 2010) Segundo a tradição racionalista, a verdade não reside nas próprias coisas, mas somente no juízo. De acordo com essa concepção de verdade, é lícito afirmar: a) As ideias são verdadeiras por coincidirem naturalmente com as coisas. b) A verdade reside na atribuição do predicado inerente ao sujeito do juízo. c) A verdade reside no ato de julgar, porque é isento de qualquer valor cognitivo. d) A apreensão do objeto é produto de um julgamento exclusivamente ético. e) O sujeito do juízo não deve pertencer ao predicado, para se evitar um julgamento preconceituoso. 63. (Uenp 2010) Uma preocupação comum dos filósofos modernos era com o método. Eles partiam de um senso comum teórico amplamente difundido na filosofia, o de que os homens só erravam porque tomavam o caminho errado. Qualquer um que se utilizasse do método adequado teria condições de chegar ao conhecimento da verdade. Sobre o tema do método é correto dizer que: a) Descartes era indutivista tendo em vista que seu método consistia em partir das informações obtidas pela experiência para a construção de verdades mais gerais, a partir de um processo de abstração. b) Bacon era racionalista e considerava que as verdades eram eternas e imutáveis, sendo que o seu conhecimento independe da experiência ou dos sentidos. Sua proposta metodológica se aproximava muito do platonismo tardio do final do renascimento. c) Spinoza era empirista, e seu método prescindia de qualquer interferência da razão, sendo que a verdade pode ser encontrada nos próprios objetos a partir da intervenção percuriente da experiência. d) Descartes no Discurso do Método desenvolve uma metodologia analítica. De acordo com o filósofo, era preciso que a partir de um critério de verdade, se partisse para a análise (decomposição) dos problemas, para poder solucioná-los, havendo necessidade de uma síntese (recomposição) e uma revisão final do processo. e) J. Locke, como Descartes, era racionalista, e desvalorizava o papel da experiência na busca do conhecimento verdadeiro das causas e das essências das coisas. 64. (Unioeste 2010) “Há já algum tempo dei- me conta de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões por verdadeiras e de que aquilo que depois eu fundei sobre princípios tão mal assegurados devia ser apenas muito duvidoso e incerto; de modo que era preciso tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões que recebera até então em minha crença e começar tudo novamente desde os fundamentos, se eu quisesse estabelecer alguma coisa de firme e de constante nas ciências. […] Agora, pois, que meu espírito está livre de todas as preocupações e que obtive um repouso seguro numa solidão tranquila, aplicar-me-ei seriamente e com liberdade a destruir em geral todas as minhas antigas opiniões. Ora, não será necessário, para atingir esse propósito, provar que elas todas são falsas, o que talvez jamais realizasse até o fim; mas, visto que a razão já me persuade de que não devo menos cuidadosamente impedir-me de acreditar nas coisas que não são inteiramente certas e indubitáveis do que nas que nos parecem ser manifestamente falsas, a menor razão de duvidar que eu nelas encontrar será suficiente para me fazer rejeitá-las todas.” (Descartes) A partir da filosofia cartesiana, seguem as seguintes afirmações: I. A dúvida cartesiana é uma dúvida sobre os fundamentos do conhecimento, e seu objetivo é avaliar a possibilidade da conquista de algo evidente e verdadeiro. II. A primeira certeza que conquistamos é a de que, embora nossos sentidos nos enganam às vezes, não é possível duvidar da existência das coisas que nos rodeiam. III. A dúvida, quando generalizada ao máximo, será autodestrutiva, uma vez que ela é um ato de Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 17 de 39 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 18/39 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Moderna pensar e, portanto, requer como certa a existência de uma entidade que é sujeito desse ato IV. Generalizar ao máximo a dúvida é uma atitude irracional e meramente negativa. V. A dúvida cartesiana traz como resultado um fato determinante para toda a filosofia moderna: só temos acesso imediato às nossas percepções mentais, ao passo que o conhecimento de tudo o mais (o mundo, Deus, etc.) deve ser provado como possível, dada a distância que há entre nossos pensamentos e as demais coisas. Das afirmações feitas acima a) apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas. b) apenas as afirmativas I e III estão corretas. c) apenas as afirmativas I, III e V estão corretas. d) apenas a afirmativa IV está incorreta. e) todas as afirmativas estão corretas. 65. (Uel 2010) Observe a tira e leia o texto a seguir: Mas há um enganador, não sei quem, sumamente poderoso, sumamente astucioso que, por indústria, sempre me engana. Não há dúvida, portanto, de que eu, eu sou, também, se me engana: que me engane o quanto possa, nunca poderá fazer, porém, que eu nada seja, enquanto eu pensar que sou algo. De sorte que, depois de ponderar e examinar cuidadosamente todas as coisas é preciso estabelecer, finalmente, que este enunciado
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