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PARKINSON: etiologia, avaliação e tratamento fisioterapeuticos

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TAINÁ MENEZES ROSA 2017.1.18.039
A doença de Parkinson se caracteriza por ser uma doença de início sim dioso, crônica e progressiva 
do sistema nervoso, de origem extrapiramidal (na qual é responsável por controlar os movimentos), 
particularmente localizada nos gânglios da base (localizado no telencéfalo). Logo, ao lesionar a área
o paciente se movimenta, porém de maneira desorganizada. Os sinais característicos são: rigidez, 
bradicinesia, acinesia, tremor e instabilidade postural.
ETIOLOGIA
 Há o Parkinsonismo primário que é descrito como etiologia idiopática, ou seja, não se sabe a causa.
Ele simplesmente “acontece”. E o Parkinsonismo secundário, em que há manifestações clínicas 
semelhantes ao Parkinson podendo ser originados por infecções, substâncias tóxicas, 
medicamentos, traumas, eventos vasculares, distúrbios hereditários, alterações no metabolismo, 
tumores, etc. Nesses casos há a possibilidade dos sintomas diminuírem ao tratar a causa. 
É uma doença de origem da via extrapiramidal, pois se altera componentes dessa área.
A vias extrapiramidais se caracterizam por controlar os movimentos voluntários do indivíduo, 
enquanto que nas vias piramidais é de executar o movimento – logo, se há lesão nesta via o paciente
pode perder seus movimentos. 
Os gânglios da base localizados no telencéfalo envolvidos nesta doença são: Núcleo Caudado, 
Núcleo Putâmen e Globo Palido. Que se relacionam com outras estruturas – A substância negra 
(localizada no mesencéfalo e responsável por enviar dopamina) e o Núcleo Subtalâmico. A 
patologia se dá por uma degeneração dos neurônios dopaminérgicos localizados na substancia 
negra, impedindo então, a produção da Dopamina. A dopamina é um neurotransmissor que envia 
mensagens ao cérebro para fazer a coordenação dos movimentos.
Os pacientes com essa patologia em relação ao tônus apresentam rigidez plástica, tendo assim uma 
hipertonia, além de hiper-reflexia. Com sinais de cano de chumbo (resistência durante todo o 
movimento) e roda denteada (resistência e tremor durante o movimento). Difere-se da elástica pois 
a mesma é espatica (tem resistência no inicio do movimento e depois cede - ex: sinal de canivete).
Em relação aos movimentos, apresentam bradicinesia (diminuição do movimento) ou acinesia (falta
do movimento); ademais problemas motores: tremor de repouso (tremor antes de iniciar o 
movimento), alterações de marcha (marcha festinante, o paciente anda como se estivesse correndo 
pois encurtam a passada e aumentam a velocidade), alterações nas reações de proteção e 
endireitamento, micrografia (tendência a escrever cada vez em menor tamanho)
Outras manifestações clínicas são face de mármore (perde as expressões), fadiga, disfunção 
cognitiva e comportamental, anormalidades posturais (postura cifótica e dificuldade de ficar reto), 
pouca dissociação de cinturas, disfunção de deglutição e comunicação, disfunção cardiopulmonar, 
depressão, distúrbios urinários, distúrbios de sono.
A avaliação fisioterapêutica é minuciosa e abrange diversos aspectos, como 
1) avaliar a rigidez do individuo por meio da palpação e balanço (movimenta-se passivamente as 
extremidades com alternância de velocidade), solicitar ao paciente para fazer mímicas/caretas, 
analisar a postura (se apresenta postura cifótica ou sinal do travesseiro fantasma).
)2) Avaliação dos movimentos – Bradicinesia ou Acinesia, observando a realização dos movimentos
e quanto tempo demora para concluir (pode solicitar para realizar movimentos de AVD’s), observar 
o tempo que demora para mudar de decúbito e de posições; para analisar a micrografia coletar 
amostras periódicas da escrita manual, avaliar marcha (Se apresenta postura cifótica, olhar fixo no 
solo, se anda em bloco, se apresentar marcha festinante, se apresenta dificuldade em iniciar a 
marcha)
3 Avaliação da força muscular através do teste manual
4) Avaliação da ADM
5) Integridade Sensorial
6) Dor, através da escala visual analógica
7) Integridade da pele. Se há presença de ulcerações de decúbito ou outras feridas
8) Resistência cardiorrespiratória
9) Equilíbrio e instabilidade postural: Por meio de testes como alcance funcional, escala de BERG, 
Tinetti e teste de levante e ande.
10) Marcha. Analisar o comprimento da passada, largura do passo, velocidade, estabilidade, 
segurança, distância
11)Atividade Afetiva e Psicossocial (Levantamento de depressão de Beck) 
12)Cognição (Mini-mental) 
Como objetivo do tratamento, podemos citar: melhora e manutenção da ADM, melhora da força e 
resistência muscular, melhora nas reações de equilíbrio, diminuição da dor, manutenção ou melhora 
da expansão torácica, manutenção das habilidades funcionais, melhora das habilidades para realizar 
AVD’s e AVI’s, melhora da marcha.
É importante como condutas passar exercícios de relaxamento que serão importantes para diminuir 
a rigidez/hipertonia – exercícios respiratórios, exercício de rotação lenta dos membros e troncos, 
técnicas como kabatt, FNP, dissociação de cinturas
Exercícios para flexibilidade que podem ser ADM passivos e ativos, mobilização das articulações, 
fortalecimento da cadeia posterior, alongamento de flexores e FNP.
Exercícios de mobilidade como mudança de posições no leito (rolar, sentar, deitar), subir e descer 
escadas e rampas, exercícios com a bola suíça, mímica facial em frente ao espelho
Exercícios para equilíbrio, ajudando assim a evitar quedas, como transferência de peso em pé e 
sentado movimentos de transição (quadrupede, ajoelhado, semiajoelhado), equilíbrio estático e 
dinâmico (balancinho, disco)
Treino de marcha, com marcha estacionária, passos para os lados frente e traz, parar o movimento 
recomeçar e mudar de direções, marcha com bastões ou auxílio do terapeuta, circuitos com 
obstáculos, atividades com música.
É de extrema importância orientar cuidadores e familiares para que os mesmos adaptem a rotina do 
paciente e o ambiente na qual ele vive. Evitar por exemplo, tapetes em casa ou móveis que estejam 
no meio do caminho, instalação de barras no banheiro, uso de sapatos que sejam adequados (evitar 
aqueles com cadarços), para pacientes que estão em cadeiras de rodas importantes ressaltar aos 
cuidadores a importância das mudanças de decúbito para evitar ulcerações, reforçar a importância 
dos exercícios domiciliares e boa iluminação no ambiente,

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