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Cerebelo: função, etiologia disfunções, avaliação e tratamento fisioterapêuticos

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(1) localização e funções do cerebelo (com ênfase em suas conexões aferentes e eferentes); (2) 
Etiologia das alterações cerebelares; (3) Características clínicas do paciente com lesão cerebelar; (4)
principais itens da avaliação fisioterapêutica convencional; (5) plano de tratamento, com objetivos e
condutas para o paciente com lesão cerebelar (Veja estudo dirigido em arquivos adicionais) 
O cerebelo é composto por uma parte central de substância branca, que é formada por fibras 
próprias, fibras de projeção e axônios mielínicos das células de Purkinje (neurônios altamente 
diferenciados, presentes apenas no cerebelo). Superficialmente, o córtex cerebelar é coberto pela 
substância cinzenta (composta por corpos cerebelares), formando as fissuras. O cerebelo possui 
também núcleos internos: Núcleo denteado: núcleo cerebelar envolvido com a coordenação dos 
movimentos. Núcleo fastigial: núcleo cerebelar envolvido com a manutenção da postura e 
equilíbrio. Os “núcleos emboliforme e globoso,” também, conhecido por “núcleo interpósito” é 
responsável, pelo desencadeamento e plasticidade dos eventos motores. O cerebelo recebe estímulo 
referente a posição da cabeça do tronco e dos membros e ao movimento assim como estímulo 
extenso do córtex cerebral em relação ao comando do motor suas conexões permitem que ele 
compare o movimento contínuo com o comando motor. As funções do cerebelo está no movimento 
no controle motor; manutenção do equilíbrio corporal, manutenção do tônus muscular (grau de 
elasticidade que o músculo apresenta em repouso) e coordenação. Estudos recentes da atividade do 
cerebelo também o liga em alterações associadas a plasticidade do aprendizado assim como as 
emoções, alem de ter grande adaptação ambiental.
As três principais conexões do cerebelo como sistema vestibular com a medula espinhal; 
em relação as conexões aferentes que são as conexões que chegam até o cerebelo, (informação 
sensorial e sensitiva) é o que chega trazendo algum tipo de informação; vias espinocerebelares 
através da medula espinhal o cerebelo recebe informações da posição do corpo no espaço – ações 
relacionadas a própria opção o posicionamento do corpo no espaço já a região pontocerebelar está 
relacionado com as informações dos núcleos pontinos e a conexão com o córtex cerebral; e o 
vestibulocerebelar recebe conexões aferentes do sistema vestibular que vai até o cerebelo através 
dessas informações sobre a posição da cabeça no espaço então através do trato espinocerebelar 
recebe informações da posição do corpo no espaço enquanto através do vestibulocerebelar 
informação sobre a posição da cabeça.
 Via extrínseco eferentes são conexões motoras sai do cerebelo com as informações é responsável 
pelo controle da musculatura distal dos membros (controla o movimento de coordenação grossa e 
fina): São fibras que saem do núcleo interpósito do cerebelo e se dirigem ao núcleo rubro 
(mesencéfalo) de onde as informações são enviadas á medula espinhal (trato rubroespinal) – 
coordenação motora fina. As fibras do núcleo interpósito, juntamente com as fibras originadas no 
núcleo denteado se dirigem ao tálamo do lado oposto, de onde as informações são enviadas ao 
córtex e posteriormente à medula. 
Controle da musculatura axial e proximal dos membros (relacionada ao equilíbrio): São Fibras que 
saem dos núcleos fastigiais do cerebelo e se dirigem aos núcleos vestibulares da ponte e à formação 
reticular, de onde as informações são enviadas à medula espinhal. 
Etiologia
Qualquer situação que possa gerar lesão dos neurônios do cerebelo poderá gerar todas as 
características clínicas e lesões cerebelares. Então pode ser por exemplo um trauma craniano é 
traumatismo cranioencefálico que acometa o cerebelo,acidente vascular encefálico no cerebelo, 
esclerose múltipla que é uma doença que acomete todo o sistema nervoso central, presença de 
tumores na região e outras causas.
Manifestações clínicas dos sintomas sempre será do mesmo lado da lesão ipsilateral serão alteração 
do equilíbrio, relação controle postural e reações de equilíbrio atrasadas. Lesões cerebelares sempre 
vão alterar o tônus gerando hipotonia. Paciente apresenta dismetria ele tem deficiência em 
alcançar um objeto, ele pode ultrapassar esse objeto ou parar antes; tem deficiência em definir 
direção, força e tempo do movimento de forma precisa; apresenta dissinergia que é a incapacidade 
de frear o movimento e também atraso na iniciação de um movimento. Decomposição do 
movimento o faz em sequência de passos ele não consegue de forma direta a fazer o movimento ele
faz por etapas. Dentre os distúrbios de movimento o paciente apresenta ataxia: marcha atáxica e 
fala arrastada; marcha ebrea (andar semelhante a pessoa embriagada); astenia fraqueza 
generalizada; a presença de tremor o paciente treme durante o movimento e também treme quando
está mantendo uma postura específica; e tem dificuldade na fala que é um distúrbio chamado 
disartria.
Na avaliação fisioterapêutica a hipotonicidade vai ser analisada na palpação do músculo onde será a
constatada uma firmeza reduzida; iremos fazer também reflexos tendinosos profundos que também 
estarão diminuídas; e o teste de sustentação de um objeto - enquanto conversa paciente 
provavelmente vai deixar cair esse objeto quando estiver distraído. Astenia é o cansaço. Para 
verificar astenia do paciente iremos solicitar que mantenha os braços em posição de 90 graus de 
flexão e abdução esses pacientes irão cansar rapidamente; o terapeuta deverá aplicar resistência 
máxima de contração do músculo e o lado mais fraco vai ser incapaz de trabalhar contra essa; 
contrações musculares repetidos como segurar e apertar uma bolinha ou fazer algum movimento 
repetitivo ele também era cansar rapidamente.
P ara avaliação do equilíbrio e do controle postural, vamos pedir para o paciente segurar o membro 
contra gravidade (por exemplo pedir para que ele coloque os dois braços esticados para frente do 
seu corpo) iremos verificar tremor postural; para analisar a perda de equilíbrio vamos desestabilizar 
o paciente em diferentes direções e verificar as reações de endireitamento e proteção que neste caso 
estão alteradas. Pedir para o paciente ficar de pé com apoio unipodal e verificar que a perda de 
equilíbrio facilmente.
Em relação à dismetria quando nós solicitamos para ele flexionar os braços a 90 °graus e elevar 
acima da cabeça e retornar a posição inicial, ele não irá conseguir retornar a posição inicial sem 
errar. Quando a resistência do terapeuta a flexão de cotovelo e liberação inesperada do braço do 
paciente ele irá ricochetear o braço, pois ele não consegue frear o movimento.
Para verificar o tremor de intenção e para ver se ele irá errar o alvo a gente vai traçar um círculo 
com lápis traçar um círculo no chão com pé; deslizar o calcanhar pela tíbia lentamente, colocar os 
pés em marcas específicas localizadas no chão quando andar. Para analise da marcha, verificar se na
marcha em cadência ele irá perder o ritmo, andar sobre os calcanhares ou na ponta do pé o paciente 
perderá o equilíbrio e andar em terreno acidentado o que dificulta sua marcha e possivelmente irá 
tropeçar pois não consegue compensar. Para analisar a decomposição de movimento pedir pra 
percurtir o joelho com a mão em certo ritmo; andar o mais rápido possível (pois não consegue andar
com agilidade), fazer o 4 (movimento desmembrado em fases separadas)
Abordagem
Realizar o treino de equilíbrio estático em aparelhos como disco, balancinho e cama elástica. 
Inicialmente no espaldar, e a medida que o paciente evoluir retirar o apoio. O treinamento de 
equilíbrio sentado pode ser feito através do paciente sentar numa cadeira sem braços ou sem 
encosto, a partir disso também pode-se treinar a transferência de peso sentado vamos pedir para o 
paciente apoiar ambas as mãos na cadeira e depois ele irá progredir para nenhum suporte das mãos 
os pacientes também devem tentar manter o equilíbrio com os braços acima da cabeça com tronco 
rodado que sãoposições realizadas no cotidiano evoluindo para o uso de uma bola suíça, elevar os 
MMII alternados, MMSS abduzidos alternados, inclinar o tronco. Treinar mudança de posição de 
deitado para sentado orientando o paciente a ficar de lado bora as pernas para fora da marca ou da 
cama e fazer a força para cima com os braços usando os braços de apoio para conseguir ficar 
sentado
Para equilíbrio dinâmico o uso de circuitos é interessantes pois simula obstáculos e irregularidades: 
bambolês, rampas, espumas, colchonetes, cones. Jogar bola com o terapeuta de pé na cama elástica; 
andar com o pé sob a marcação de fita no chão, fazer círculos no chão percorrendo o circulo de fita 
no chão; andar em zig zag, andar em diferentes direções. Para treino da coordenação motora fina e 
grossa, pode ser usado a tabua de simulação de AVD’s, objetos pedagógicos (montar blocos, 
encaixar objetos, argolas) usar bolinhas de gude ou grãos em um recipiente para outro (fina). Para 
coordenação motora grossa é interessante o uso de bolas (chute ao gol, cesta basquete, boliche), 
pode ser usado o recurso musical com letras que peçam movimentos específicos. O treino de 
marcha pode ser nas barras paralelas ou fora das barras com auxílio de um dispositivo caso seja 
necessário, subir e descer degraus de uma escada colocar obstáculos no trajeto, é importante a 
dissociação de cinturas (paciente deitado com pernas fletidas na bola suíça e ir pra um lado e pro 
outro) e em pé segurando barra.
As técnicas de facilitação neuromuscular proprioceptiva são interessantes para diminuir 
temporariamente a dismetria

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