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PEÇA CÍVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO of (1)

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DESEMBARGADOR (A) PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO.
 
 
 
 
 
 
 
Ref.: processo: n°1234/2019
 
 
 
 
 
 
 
 
 ALISSON AZEVEDO, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob nº..., RG Nº, e-mail, residente e domiciliado à Rua …,Nº…,Bairro…, CEP…, São Luís/MA, por intermédio do seu advogado infra firmado e inconformado com a decisão da AÇÃO DE COBRANÇA, tramitando na 14ª Vara Cível do Termo Judiciário de São Luís da Comarca da Grande Ilha, do Estado do Maranhão, processo em epígrafe, vem, perante este juízo, conforme artigo 995, p.u, e 1.015, parágrafo único, do CPC/2015, interpor o presente recurso de:
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO C/C PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO
 
em desfavor de AQUINO SOARES, nacionalidade, estado civil, com vínculo empregatício com o hospital IDU, inscrito no CPF sob nº..., RG sob nº…, residente e domiciliado à Rua..., Nº..., Bairro..., CEP..., São Luís/MA, pelas razões de fato e direito transcritos a seguir:
1. PRESSUPOSTOS RECURSAIS.
1.1 DO CABIMENTO AO PRESENTE RECURSO.
O cabimento do presente recurso, Agravo de Instrumento, é notado pelo artigo 1.015, parágrafo único, do CPC/15, que ressalta a devida insurgência contra a decisão atacada, in verbis:
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
Parágrafo único. 
Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
Portanto, ao se tratar de decisão interlocutória ora atacada é cabível o presente recurso, e qual seja o resultado desta interposição é patente o cabimento.
1.2 DA TEMPESTIVIDADE.
O presente Agravo de Instrumento é tempestivo, visto que a publicação de intimação ocorreu em 09.03.2018. 
Assim tempestivo o presente recurso, vez que este foi protocolado antes do decurso do prazo de 15(quinze) dias úteis, que findaria em 04.04.2018, conforme os parâmetros do art. 1.003, §5º do CPC/2015. 
1.3 DO DEVIDO PREPARO.
Segue em anexo cópia do comprovante de pagamento, cujo valor atende a tabela de custas deste Tribunal, conforme o cumprimento da disposição legal do art. 1.017, §1º, do CPC/2015.
1.4 DOS NOMES E ENDEREÇO DOS ADVOGADOS.
DO AGRAVANTE: Advogado, OAB/MA XXX, com escritório profissional situado à Av. Qd…, nº…, bairro…CEP…, endereço profissional, São Luís - MA.
DO AGRAVADO: Advogado, OAB/MA XXX, com escritório profissional situado à Av. Qd…, nº…, bairro…CEP , São Luís - MA.
1.5 DA FORMAÇÃO DO INSTRUMENTO.
Em cumprimento aos preceitos estabelecidos no art. 1.017, § 5º, do CPC, in verbis: 
“Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças referidas nos incisos I e II do caput, facultando-se ao agravante anexar outros documentos que entender úteis para a compreensão da controvérsia.”
O presente recurso não acompanhará os documentos mencionados no artigo supracitado, tendo em vista que trata-se de processo eletrônico. E nesses termos, pleiteia o processamento deste recurso, pois contém todos os requisitos necessários para a sua interposição. 
2. DOS FATOS.
O litígio gira em torno da inadimplência de Aquino Soares, frente ao Agravante, que ajuizou o presente processo de ação de cobrança a fim de satisfazer seu crédito que perfaz o valor de R$ 229.428,14 (duzentos e vinte e nove mil, quatrocentos e vinte e oito reais e quatorze centavos). 
No devido andamento do processo o douto juízo determinou a penhora eletrônica realizada ID n° 789100, decisão de ID n° 345691, nas contas bancárias do agravado, até o limite da quitação da dívida em questão. Contudo, realizada as tentativas de constrição, foi bloqueado apenas R$15.984,86 (quinze mil, novecentos e oitenta e quatro reais, e oitenta e seis centavos), valor este encontrado em uma das contas bancárias do Requerido. 
Ocorre que o Agravado peticionou através da exordial ID n° 322805, sustentando a nulidade da citação por edital, bem como pleiteando o cancelamento da penhora eletrônica, argumentando que o valor bloqueado é referente ao seu salário mensal, e portanto, conforme o ordenamento jurídico torna-se impenhorável. E a decisão ora atacada deferiu parcialmente esses pedidos. 
Assim, o juízo a quo indeferiu a nulidade de citação por edital, pois esta já foi arguida em sede de contestação feita pela Defensoria Pública, ocorrendo assim à preclusão de sua análise, só podendo ser objeto de discussão em uma eventual sede recursal. Alhures, o juízo deferiu o desbloqueio do valor constrito, acatando a argumentação do Requerido, e fundamentando-se no art. 833, IV, do CPC/2015, considerando o salário como impenhorável, in verbis: 
DECISÃO A parte requerida atravessou petição ID nº 322805, sustentando a nulidade da citação por edital bem como requerendo o cancelamento da penhora eletrônica realizada ID nº 789100, sob a alegação de que teriam sido bloqueados valores referentes ao seu salário. Analisando os fatos, verifico que merece parcial acolhida os pedidos do executado. Vejamos. No que se refere à alegação de nulidade da citação como preliminar, entendo pelo seu não acolhimento, tendo em vista que a regularidade do ato citatório já foi impugnado pela Defensoria Pública em sede de contestação, sendo rejeitada por este juízo, ocorrendo a preclusão de sua análise, a qual só poderá ser objeto de discussão em eventual sede recursal. Por sua vez, na decisão de ID nº 345691, foi determinada a penhora eletrônica nas contas bancárias do requerido, até o limite de R$299.428,14 (duzentos e noventa e nove mil e quatrocentos e vinte e oito reais e quatorze centavos), contudo, procedida à tentativa de constrição, foi bloqueado apenas o montante de R$15.984,86 (quinze mil e novecentos e oitenta e quatro reais e oitenta e seis centavos) em uma das contas bancárias. Ocorre que, do total do valor bloqueado, R$15.984,86 (quinze mil, novecentos e oitenta e quatro reais e oitenta e seis centavos) referem-se ao seu salário, daí porque impenhorável. Com efeito, o requerido juntou o documento de ID nº. 3355566 o comprovante de vínculo empregatício com o Hospital IDU, juntando o extrato bancário que indica o recebimento de valores pelo TED SAÚDE LTDA, por depósito realizado no dia 19 de janeiro de 2018, referente ao salário pelos serviços prestados na unidade hospitalar. Assim, tendo em vista que é impenhorável o salário, nos termos do art. 833, IV, do CPC, determino o desbloqueio da constrição do valor de R$15.984,86 (quinze mil novecentos e oitenta e quatro reais e oitenta e seis centavos). Intime-se a exequente para, no prazo de 5 (cinco) dias, promover o andamento regular do feito, sob pena de suspensão da execução pelo prazo de 01 (um) ano, nos termos do art. 921, III, do CPC. Publique-se. Intimem-se. São Luís/MA, 09 de março de 2018. Publicação Eletrônica no mesmo dia. Obs.: Processo Digital – PJE.
Esta, insigne decisão é a que está sendo guerreada no presente recurso.
3. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS. 
3.1 DA PENHORA SALARIAL.
A decisão ora atacada refere-se ao deferimento do pedido de desbloqueio da constrição do agravado, sob o argumento da impenhorabilidade do salário, nos termos do art. 833, IV, do CPC/2015. 
Data vênia, apesar da preocupação do legislador em resguardar o mínimo necessário para sobrevivência do executado, para fazer valer, inclusive, o princípio basilar da legislação pátria, ou seja, a dignidade da pessoa humana; este dispositivo legal não tem um condão absoluto. Pois o mesmo prever algumas exceções. 
Assim, o art. 833, VI do CPC/2015 determina como impenhoráveis, in verbis:
Art. 833. São impenhoráveis: 
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; 
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os queultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; 
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; 
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º; 
[...]
§ 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8º, e no art. 529.
Como se observa, o próprio artigo abre precedente para a flexibilização de tal norma jurídica, ao tratar sobre a possibilidade da penhora em ações de prestações alimentícias, bem como quando a importância exceder a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, conforme o § 2º do artigo supracitado. 
De igual modo, o entendimento jurisprudencial vem corroborando para a flexibilização deste rol "impenhorável", inclusive, os Tribunais têm diversas decisões unânimes neste sentido, desde que não comprometa a subsistência da parte devedora. Ademais, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, em 03.10.2018, estabeleceu por maioria absoluta dos votos, que a impenhorabilidade tratada no art. 833 IV do CPC/2015 é relativa. 								Em face disso, o STJ mediante sua Corte Especial reconheceu a possibilidade da penhora do salário do devedor ao apreciar os Embargos de Divergência em Recurso Especial 1.518.169/DF. Dessa forma, ratificando a impenhorabilidade do salário expressa em lei: 
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO EXTRAJUDICIAL. PENHORA DE VALORES EM CONTA CORRENTE EM QUE DEPOSITADOS OS SUBSÍDIOS DA EXECUTADA. EXCEPCIONAL POSSIBILIDADE. QUESTÃO A SER SOPESADA COM BASE NA TEORIA DO MÍNIMO EXISTENCIAL. 1. Controvérsia em torno da possibilidade de serem penhorados parte dos valores depositados em conta corrente provenientes dos subsídios percebidos pelo executado, de elevado montante, pois detentor de cargo público estadual de relevo. 2. A regra geral da impenhorabilidade dos valores depositados na conta bancária em que o executado recebe a sua remuneração, situação abarcada pelo art. 649, IV, do CPC/73, pode ser excepcionada quando o montante do bloqueio se revele razoável em relação à remuneração por ele percebida, não afrontando a dignidade ou a subsistência do devedor e de sua família. 3. Caso concreto em que a penhora de 30% dos valores revela-se razoável ao ser cotejada aos vencimentos da executada, detentora de alto cargo público. Inexistência de elementos probatórios a corroborar o excesso ou a inadmissibilidade da excepcional penhora determinada. 4. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.
(STJ - AgInt no REsp: 1518169 DF 2015/0046046-7, Relator: Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, Data de Julgamento: 13/06/2017, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 22/06/2017)
Por fim, esta garantia da impenhorabilidade é uma forma de limitar os meios executivos, e resguardar o mínimo necessário para a sobrevivência do devedor. Contudo, o devedor não pode se valer disso para não adimplir suas dívidas. 
Neste sentido é o entendimento dos julgados a seguir: 
PROCESSUAL CIVIL. CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PENHORA. POSSIBILIDADE. EXCEPCIONALIDADE DEMONSTRADA. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO PROBATÓRIO DOS AUTOS. INADMISSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 7/STJ. RECURSO NÃO PROVIDO. 1. "A regra geral da impenhorabilidade de salários, vencimentos, proventos etc. (art. 649, IV, do CPC/73; art. 833, IV, do CPC/2015), pode ser excepcionada quando for preservado percentual de tais verbas capaz de dar guarida à dignidade do devedor e de sua família". (EREsp 1582475/MG, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, CORTE ESPECIAL, julgado em 03/10/2018, DJe 16/10/2018). 2. Considerando o substrato fático descrito pelo eg. Tribunal a quo, que consignou expressamente que "há grande movimentação financeira na conta-corrente do agravante, de modo que o saldo existente no momento do bloqueio judicial é proveniente de inúmeros resgates de investimentos e depósitos bancários creditados em sua conta corrente [...]", a constrição não comprometerá a sua subsistência digna do ora agravante, nem a de sua família. 3. Ademais, nota se os argumentos utilizados para fundamentar a violação ao art. 833, IV, do CPC/2015 somente poderiam ter sua procedência verificada mediante reexame das circunstâncias fáticas e das provas carreadas aos autos. Não cabe a esta Corte, portanto, rediscutir se os valores depositados na conta-corrente n. 52.716- 5 possuem natureza salarial, nem se os valores bloqueados na conta-corrente n. 7.522 seriam destinados ao pagamento de funcionários da parte ora agravante, ante o óbice da Súmula 7/STJ. 4. Agravo interno a que se nega provimento. (AgInt no AREsp 1389099/PR, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 28/03/2019, DJe 08/04/2019)
AGRAVO DE PETIÇÃO INTERPOSTO PELO EXECUTADO. CONTA SALÁRIO. PENHORA EFETUADA NA VIGÊNCIA DO CPC/2015, LIMITADA AO PERCENTUAL DE 30%. POSSIBILIDADE. 1. A atual jurisprudência do c. TST tem reconhecido a possibilidade de penhora sobre conta salário do devedor para pagamento do crédito trabalhista, quando o ato de constrição tenha sido efetuado na vigência do CPC de 2015. 2. Isso porque, embora o artigo 833, inciso X, do atual CPC, considere a impenhorabilidade dos "vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal", o § 2º, do mesmo dispositivo legal, contém expressa ressalva, admitindo a "penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem", na qual se inclui o crédito trabalhista. Precedentes recentes do c. TST. Agravo de petição a que se nega provimento .I -
(TRT-1 - AP: 00009597420115010343 RJ, Relator: ALEXANDRE TEIXEIRA DE FREITAS BASTOS CUNHA, Data de Julgamento: 07/04/2021, Oitava Turma, Data de Publicação: 17/04/2021).
Em síntese, embora esteja comprovado que a verba é de natureza salarial, a parte agravada não juntou aos autos do processo os documentos necessários que comprovam o prejuízo causado em questão do bloqueio da verba, não comprometendo também seu mínimo existencial. Deste modo, pugna-se finalmente pela manutenção do bloqueio judicial, mas caso o Vossa Excelência, entenda pelo desbloqueio, que mantém pelo menos o percentual de 30% (trinta por cento) até a satisfação integral da dívida.
3.2 DO EFEITO SUSPENSIVO 
Seguindo o entendimento doutrinário majoritário, e o ordenamento jurídico pátrio, em regra no Agravo de Instrumento, não tem efeito suspensivo. Entretanto, poderá ser concedido o efeito suspensivo, no prazo de 5 dias, a requerimento do agravante, conforme o art. 1.019, inciso I, do CPC/2015, vejamos:
 
Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV, o relator, no prazo de 5 (cinco) dias:
I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão;
Nesse mesmo liame no art. 995, parágrafo único do mesmo título jurídico, prever claramente a suspensão da decisão recorrida, quando esta incorre no risco de gerar grave dano ou de difícil reparação à parte recorrente, nestes termos:
Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso.
Parágrafoúnico. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.
Assim, tendo em vista que não há indícios que o bloqueio judicial cause prejuízo ao executado, não há motivos e impedimentos para manter a decisão ora agravada. Por outro lado, se este douto juízo manter a decisão atacada, o agravante corre o risco da sua pretensão não ser atendida. 
Desse modo, levando em consideração a grande probabilidade do provimento do recurso, uma vez que nosso entendimento está de acordo com os Tribunais Superiores, requer-se a concessão do efeito suspensivo da decisão interlocutória, ou manter pelo menos o bloqueio de 30% do valor constrito. 
4. DOS PEDIDOS.
Ante o exposto, o agravante requer:
1. Tendo em vista o preenchimento dos requisitos de admissibilidade, seja conhecido o presente recurso;
2. Requer o recebimento do presente agravo com efeito suspensivo conforme art. 1.019, inciso I, do CPC/15 c/c 995, parágrafo único, do CPC/;
3. A intimação do agravado para, querendo, apresentar contrarrazões no prazo legal de 15 (quinze) dias, conforme art. 1.019, inciso II, do CPC/15;
4. Recebido o Agravo, requer a intimação do Representante do Ministério Público, para que se manifeste no prazo de 15 (quinze) dias na presente demanda, conforme art. 1.019, inciso III, do CPC/15.
5. Requer o provimento do presente agravo para reformar a Decisão interlocutória agravada, bloqueando assim o salario do executado; ou que seja mantido pelo menos o bloqueio de 30% (trinta por cento);
Nestes termos, pede deferimento
Local …, ___/____/2021.
ADVOGADO 
OAB Nº XXXX

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