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28_METEOROLOGIA_E_CLIMATOLOGIA_VD2_Mar_2006

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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA
Mário Adelmo Varejão-Silva
Versão digital 2 – Recife, 2006
14
6.2 - Precessão dos equinócios.
A interseção do plano da eclíptica com o globo terrestre forma uma linha, chamada
eclíptica, que pode ser projetada na abóbada celeste. A eclíptica representa a trajetória apa-
rente do Sol cruzando as constelações zodiacais. Em outras palavras, se um observador, ao
meio-dia solar, projetasse o centro do disco do Sol na abóbada celeste, diariamente, ao final de
um ano teria obtido uma sucessão de pontos que, unidos, formariam a eclíptica.
Por ocasião dos equinócios, o centro do Sol situa-se na linha de interseção do plano da
eclíptica com o do equador, chamada linha dos equinócios (Fig. I.15). No momento dos equi-
nócios, portanto, o centro do disco solar está projetado na abóbada celeste em uma das inter-
seções do equador celeste com o plano da eclíptica. Ao local da esfera celeste ocupado pelo
Sol no instante do equinócio de março, chama-se ponto vernal.
A localização do ponto vernal na abóbada celeste, tomada em relação às estrelas apa-
rentemente fixas, muda com o tempo, afastando-se cerca de 50" para oeste a cada ano. Esse
deslocamento decorre do fato do eixo norte-sul da Terra executar um cone no espaço (ou seja,
os pólos terrestres giram em torno da vertical do plano da órbita), uma vez a cada 25.800 anos,
aproximadamente, fenômeno conhecido como precessão dos equinócios. Devido à precessão
dos equinócios, o ponto vernal (e, portanto, a linha dos equinócios) efetua uma volta completa
na eclíptica a cada 25.800 anos (Mascheroni, 1952).
O deslocamento do ponto vernal, provocado pelo movimento de precessão do eixo da
Terra ⎯ semelhante ao que se observa no eixo de um pinhão em movimento ⎯ faz com que
a orientação do eixo da Terra, em um dado ponto da órbita, mude 180o a cada 13.400 anos.
Como conseqüência disto, no início do verão do Hemisfério Sul a Terra estará no trecho da
órbita mais afastado do Sol daqui a 13.400 anos, enquanto que, atualmente, está no mais pró-
ximo. Isso, no entanto, não altera as datas de início das estações do ano que continuam esta-
belecidas em função dos instantes dos solstícios e equinócios (independentemente da posição
da Terra na órbita). Haverá certamente uma pequena diferença no fluxo de energia solar que,
atualmente, é maior exatamente no verão do Hemisfério Sul (devido à proximidade do Sol) e
daqui a 13.400 será no verão do Hemisfério Norte. A diferença, no entanto, não é grande haja
vista que a órbita terrestre é quase circular (quando se considera o Sol imóvel).
6.3 - Cálculo da declinação do Sol.
Muito embora a declinação do Sol varie continuamente com o tempo, em Meteorologia
ela é considerada como se fosse uma função discreta, assumindo-se que seu valor não muda
ao longo de um dia. O cálculo da declinação do Sol, sob essa hipótese, torna-se muito mais
simples do que aquele exigido para fins astronômicos.
Segundo Won (1977), G. W. Robertson e D. A. Russelo recomendam a seguinte ex-
pressão para o cálculo bem aproximado da declinação (δ) do Sol:
δ = 0,3964 + 3,631 sen(F) – 22,97 cos(F) + 0,03838 sen(2F)
– 0,3885 cos(2F) + 0,07659 sen(3F) (I.6.4)
– 0,1587cos(3F) – 0,01021 cos(4F)

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