Modelo de apelação em Alimentos

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 6ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE XXXX/XX
Processo n. XXXXX
NOME DO MENOR, neste ato representado por sua genitora NOME DA GENITORA, ambos já devidamente qualificada nos autos em epígrafe, que lhe move GENITOR, através de seu advogado e bastante procurador, vem, respeitosamente, a ilustre presença de Vossa Excelência, requerer que se digne processar a APELAÇÃO ora interposta, cujas razões seguem anexas.
Observadas as cautelas de estilo, após regular processamento, pelo prosseguimento do feito, com a remessa ao Egrégio Tribunal de Justiça, para julgamento.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
CIDADE, 17 de novembro de 2021.
ADVOGADO
OAB/XX XXX.XXX
RAZÕES DE APELAÇÃO
PROCESSO N.º XXX
RECORRENTE: NOME DAS PARTES
RECORRIDO: NOME DAS PARTE
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
COLENDA CÂMARA, 
ÍNCLITOS JULGADORES, 
I - DA SENTENÇA RECORRIDA
O Apelante inconformado com a r. sentença de fls. 149/152, principalmente da forma que foi lançada, que JULGOU PARCIALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO AUTORAL:
“Ante o exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido inicial, para o fim de fixar o valor dos alimentos devidos pelo autor I. L. N. ao filho. M. de S. N., nascido em 03/08/2008, no percentual de 20% (vinte por cento) dos seus rendimentos líquidos, em caso de trabalho com vínculo empregatício, ou 40% sobre o salário mínimo nacional, em caso de atividade informal ou desemprego.”
“Data vênia”, a reforma da respeitável sentença se impõe, uma vez que, o MM. Juízo “a quo”, não observou a legislação vigente e a doutrina dominante, do nosso ordenamento jurídico, pelo que vejamos:
II - DAS RAZÕES DA REFORMA
a) DOS ALIMENTOS
O apelado em suas alegações para requerer a diminuição dos valores dos alimentos, mencionou que sua esposa estaria grávida, bem como seus rendimentos estariam menores, pois mudou de empresa.
Conforme alegado na contestação, tais afirmações não são verdadeiras, pois apesar de haver a diminuição do salário no holerite do apelado, o mesmo recebe por insalubridade, ficando o mesmo valor que recebia na outra empresa (fl. 55).
Assim entende a jurisprudência:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL. ALIMENTOS. FILHO MENOR. MANUTENÇÃO DA PENSÃO ALIMENTÍCIA NO VALOR EM QUE FIXADA. A necessidade alimentar dos filhos menores é presumida, incumbindo, aos genitores, o dever de sustento. Em ação que envolve pedido de alimentos, pertence ao alimentante o ônus da prova acerca de sua impossibilidade de prestar o valor pleiteado. Para a redução de tal verba, é necessário comprovar a impossibilidade de arcar com o montante estabelecido. Apelação desprovida. (Apelação Cível, Nº 70069843753, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luís Dall'Agnol, Julgado em: 31-08-2016)
Na mesma linha:
CIVIL E FAMÍLIA. APELAÇÃO CÍVEL. ALIMENTOS. FIXAÇÃO. AUSÊNCIA DE MODIFICAÇÃO NA SITUAÇÃO FINANCEIRA DO ALIMENTANTE. MANUTENÇÃO DA PENSÃO ALIMENTÍCIA. 1. Não se modifica o valor da obrigação alimentar quando não comprovada a alteração na situação financeira do alimentante, mantidas as necessidades do alimentado. 2. É dever dos pais o sustento dos filhos menores, conforme o compromisso social do artigo 229 da Constituição da República. 3. Recurso não provido. (Acórdão 879655, 20140710063664APC, Relator: MARIO-ZAM BELMIRO, Revisor: LEILA ARLANCH, 2ª TURMA CÍVEL, data de julgamento: 8/7/2015, publicado no DJE: 13/7/2015. Pág.: 114)
 Ademais, apesar de haver gastos extras durante uma gestação, o requerente e a requerida trabalham e juntos os salários suprem esses gastos, mesmo com os descontos de pensão ao requerido.
O direito civil e Estatuto da Criança e do Adolescente não fazem qualquer separação entre os filhos, por isso, alegando o apelado que gastará mais de R$ 900,00 (novecentos reais) com o filho que há de nascer, não mais justo arcar com as despesas do filho mais velho.
“Art. 1596, do CC e Art. 20, do ECA. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.’’
O Ministério Público em sua manifestação, deu o parecer da seguinte forma: 
“(...) Assim, à míngua de outros elementos, entende-se razoável ao binômio necessidade-possibilidade o arbitramento dos alimentos definitivos no mesmo percentual de 25% dos rendimentos líquidos do Autor e a manutenção de 1/2 salário-mínimo em caso de desemprego ou trabalho informal, nos termos da manifestação ministerial de fl. 48. (...)”
O próprio Tribunal de Justiça, já fixou em sua jurisprudência os valores de 1/3 dos rendimentos do alimentante, em caso de vínculo trabalhista e 50% do salário-mínimo em caso de ficar desempregado, conforme julgado: 
AGRAVO DE INSTRUMENTO – Fixação de alimentos - Ação movida por filha menor em face do genitor – Alimentos provisórios fixados em 30% do salário mínimo nacional vigente – Pretensão de fixação em 30% dos rendimentos líquidos do alimentante, em caso de emprego, e em 50% do salário mínimo, na ausência de emprego – Parcial acolhimento - Pela inteligência do art. 1.694, § 1º, do Código Civil, as necessidades da parte alimentanda e as possibilidades da parte alimentante compõem duas variáveis na fixação dos alimentos, sejam eles provisórios ou definitivos - Não se deve olvidar ainda que a prestação alimentar não pode superar um patamar que garanta minimamente a subsistência do devedor, tendo essa e. Corte de Justiça estabelecido, em remansosa jurisprudência, que o percentual a se observar é de 1/3 de seus ganhos mensais – Caso em que o alimentante possui emprego fixo e não tem outros filhos menores para sustentar - Alimentos provisórios devidos em caso de emprego fixados em 30% de seus rendimentos líquidos – Descabida, por outro lado, a majoração dos provisórios devidos na ausência de emprego, não sendo possível de se pressupor que, desempregado ou trabalhando sem vínculo formal de emprego, o alimentante teria renda significativa, sobretudo na atual conjuntura econômica – RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (TJSP; Agravo de Instrumento 2140434-73.2021.8.26.0000; Relator (a): Rodolfo Pellizari; Órgão Julgador: 5ª Câmara de Direito Privado; Foro de Jaú - 2ª Vara Cível; Data do Julgamento: 19/08/2021; Data de Registro: 19/08/2021)
Desta forma, apesar do apelado alegar gastos extraordinários, tais gastos não são impossibilitados pela pensão devida ao filho, tendo em vista que em seu holerite a outros gastos que juntos somam muito mais do que o que é devido ao apelante.
Assim, demonstrado que o Apelado não sofreu nenhuma alteração em seu salário, bem como sua atual esposa, também trabalha, aumentando ainda mais a sua renda, dá condições a ele de manter com o que já vinha pagando, ou pelo menos 30% dos seus rendimentos, enquanto empregado e mantendo-se os 50% do salário-mínimo, no caso de ficar desempregado.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer o recebimento das RAZÕES DE APELAÇÃO por este EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO, PARA REFORMAR, a sentença do r. juízo “a quo”, JULGANDO TOTALMENTE PROCEDENTE AS RAZÕES DE APELAÇÃO PARA:
a) Julgar improcedente os pedidos da inicial, mantendo os alimentos fixados na ação de alimentos;
b) Caso o Egrégio Tribunal não entenda dessa forma, que seja fixado os alimentos em 30% dos rendimentos do apelado, em caso de vínculo trabalhista e 50% do salário-mínimo, em caso dele ficar desempregado;
c) Reitera pelo pedido de Justiça Gratuita à Apelante, posto que a mesma seja pobre nos termos da Lei, tudo como medida de mais lídima justiça.
Nestes termos, 
Pede deferimento.
CIDADE, 17 de novembro de 2021. 
ADVOGADO
OAB/XX XXX.XXX