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Ordem Diptera Artigo para as questões assíncronas: https://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v40n2/a06v40n2.pdf Ver: @parasitoemfoco – Instagram de Parasitologia da professora Lilian I – Correta. Cochliomyia hominivorax deposita seus ovos apenas em tecidos vivos e é parasita obrigatório, ela não consegue se desenvolver em nenhum outro tipo de substrato. Suas larvas dependem, obrigatoriamente, de um tecido vivo para se desenvolver. Então, são classificados como agentes causadores de miíases obrigatórias. II – Correta. “Na primeira categoria, as larvas, invadem a pele e as cavidades naturais, desenvolvem-se exclusivamente em tecido vivo e dispõem de mecanismos sofisticados que impedem as reações imunológicas do hospedeiro.” “Os parasitas obrigatórios são larvas que se desenvolvem em tecidos íntegros ou feridos recentemente. As espécies bioagentes mais frequentes na região Neotropical são Cochliomyia hominivorax e Dermatobia hominis.” I – Incorreta. As miíases provocadas por esse caso, por exemplo, são miíases obrigatórias, que se alimentam de tecido vivo. DISCIPLINA PARASITOLOGIA II DATA DA AULA 09/11/20 PROFESSOR LILIAN BATISTA ALUNO RESP. BERNARDO ENTRINGE https://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v40n2/a06v40n2.pdf “A classificação parasitológica baseia-se no comportamento biológico das larvas e no tipo de tecido invadido, separando-as em três categorias: obrigatórias, facultativas e acidentais. Na primeira categoria, as larvas, invadem a pele e as cavidades naturais, desenvolvem-se exclusivamente em tecido vivo e dispõem de mecanismos sofisticados que impedem as reações imunológicas do hospedeiro. Na segunda categoria estão as larvas que usualmente desenvolvem-se em cadáveres, mas podem também invadir feridas. Quando ovo e/ou larvas são acidentalmente ingeridos produzem as miíases acidentais, caracterizando a terceira categoria.” II – Correta. As moscas são atraídas pelo odor das secreções... (inclusive, no artigo é citado a pediculose). “Dos casos avaliados, 71,7% apresentavam outra doença associada a miíase enquanto 26,9% não possuíam doença associada. Em 1,4% dos casos, esta informação estava ausente. Dentre essas, as associações mais frequentes foram com a pediculose (22,5%), seguida pela úlcera nos membros inferiores (14,1%) e diabetes (11,3%).” “Maus hábitos de higiene + falta de educação sanitária = pediculose → prurido → feridas expostas = oviposição de moscas = miíase” Ordem Diptera • Objetivos de Aprendizagem do dia: - Relembrar a Ordem Diptera; - Reconhecer espécies pertencentes à subordem Brachycera Infraordem Muscomorpha; - Relacionar aspectos inerentes ao ciclo biológico com infestações em seres humanos; - Atribuir importância de moscas em saúde pública. • Relembrando: Mosquitos: corpo delgado, bem fininho, obrigatoriamente apresentam 10 artículos nas antenas, patas longas, apresentam ciclo biológico compreendendo as fases de ovo, larva, pupa e adulto. Os mosquitos podem ser diferenciados em suas fases de ovo, larva, pupa e adulto. Na fase adulta, temos mais caracteres morfológicos simples para a diferenciação, mas também conseguimos diferenciar a partir das larvas (se tem sifão respiratório ou não); os ovos se apresentam flutuadores ou se são isolados. A identificação das larvas, depois dos adultos, é a que vai ter maior importância uma vez que se acumulam em coleção de água. Eventualmente podemos encontrar, por isso é importante saber diferenciar para podermos fazer a identificação. Todas as fêmeas precisam de sangue para fazer a maturação dos ovos e os machos se alimentam apenas de seiva vegetal, de açúcares. O macho não se alimenta de sangue. • Hoje, nosso foco é falar sobre as moscas, mas falaremos também um pouco sobre as mutucas. Nesse momento, a professora Lilian dá uma aula que já tivemos. Portanto, eu copiei o texto da aula que foi digitada também por mim sobre esse assunto (Ordem Diptera) e acrescentei informações adicionais (escritas em Times New Roman) caso ela tenha falado. Os tópicos sobre mosquitos quase não foram falados pela professora Lilian nessa aula, mas eu copiei e colei da antiga aula de Ordem Diptera mesmo assim para servir de comparação com as moscas e mutucas, sendo essas sim o foco da aula de hoje (principalmente as moscas). Membros da ordem Diptera: mosquitos (1), moscas (2) e mutucas (3). Ver: balancis ou halteres no metatórax (4). • Grego: Di – “duas”, ptera – “asas” São insetos (fazem parte do filo Arthropoda, da classe Insecta) que apresentam duas asas, apenas, bem desenvolvidas no segmento mais desenvolvido, que é o segmento do meio do tórax (mesotórax). • Um par de asas no mesotórax (bem desenvolvido) Se essa asa vai fazer com que o inseto se movimente/se desloque de um local para outro, ela precisa estar implantada no segmento mais desenvolvido do tórax (mesotórax – segmento do meio). • Balancins ou halteres no metatórax São como asas pequenas auxiliares (mini asas/micro asas), servem para que o inseto tenha equilíbrio durante o voo. Se localiza no metatórax (último segmento do tórax). Os mosquitos são mais fáceis de diferenciar das moscas e mutucas por conta do seu corpo fino, delgado. Alguns autores consideram os balancins como asas auxiliares, mas é importante entender que eles não vão bater esses balancins, não vão fazer movimento durante o voo. Só vão utilizar mesmo para se equilibrarem nele, não vão utilizar para voar não. Ciclo biológico O ciclo é igual com relação às fases para todos os dípteros. O ciclo das moscas e das mutucas é um ciclo que também passa pelas fases de ovo, larva, pupa e adulto. • Holometabólicos Ovo → larva → pupa → adulto. Ciclo holometabólico é aquele ciclo que sofre bastante modificação entre uma fase e outra (ovo bem diferente da larva, que por sua vez é diferente da pupa, que também é diferente no adulto). A maioria das moscas depositam ovos com essa coloração branca. • Reprodução sexuada (grande maioria) Cópula entre macho e fêmea. • Maioria ovípara Colocam ovos, mas existem exceções (há moscas que depositam larvas diretamente). • T° e nutrição Vão depender sempre de temperatura e nutrição (elementos essenciais para a sobrevivência desses insetos). Em hematófagos o repasto sanguíneo é essencial. Já quando ele não depende de sangue (um mosquito macho, por exemplo, que não se alimenta de sangue uma vez que nesse caso só as fêmeas sugam), ele vai viver a vida dele toda se alimentando de néctar, seiva vegetal, de açúcares em geral. Para as espécies de moscas que são hematófagas, o repasto sanguíneo vai ser essencial. Assim, a mosca que não se alimenta de sangue já é adaptada para isso, ela não vai ingerir sangue (não precisa) para maturar seus ovos. Já as que são hematófagas, elas sim vão precisar ingerir sangue para fazer essa maturação. Nesse caso, o repasto sanguíneo para essa fêmea é obrigatório. Logo, no caso das moscas é diferente. Não significa que todas têm que se alimentar de sangue. A fêmea se alimenta também desses nutrientes, mas como ela é hematófora, o hematofagismo para ela é essencial. Senão ela não vai conseguir fazer a postura dos seus ovos, ela não vai conseguir realizar esse processo de maturação. Ovo Varia muito de um grupo para o outro (o professor Roberto Nunes especificará mais isso). Há mosquitos que colocam ovos isolados/separados e há mosquitos que colocam ovos em “jangada”. Isto é, são colocados com uma substância “cimentante” e eles ficam grudados. São mosquitos que geralmente depositam ovos em água e, por isso, são chamados de “jangada”, como se fosse uma embarcação. Os ovos também podem ser colocados como as mutucas fazem: todos os ovos aglomerados/unidos em folhas como se fossem um cacho de ovos (vários ovos juntos). Lembrando que as formas isoladas não são depositadas com substância“cimentante” (por isso, ficam isolados), apenas as que ficam juntas (ovos em “jangada”). Essa substância “cimentante” faz com que os ovos fiquem bem aderidos. Larva As larvas, independentemente do tipo de díptero (mosquito, mosca ou mutuca), serão sempre ápodes. Isto é, não apresentem patas. Podem ter uma cabeça destacada: eucéfala. Dessa forma, é possível distinguir o que é cabeça, tórax e abdômen. Exemplo: mosquito. As larvas que geralmente se acumulam em água parada, piscina são de mosquito (larvas eucéfalas). Ou a cabeça pode não se destacar: acéfala. Assim, não dá para ter certeza de onde é a cabeça (se é extremidade posterior ou anterior). Exemplo: mosca e mutuca. As larvas de mosca são típicas de miíase (“bicheira”). Na larva de mosca (não tem a cabeça destacada), essa larva tem a cutícula sem nenhuma projeção. Enquanto a larva de mutuca apresenta “falsos pés”, como se fossem pequenas estruturas ao longo da cutícula que auxiliam no processo de movimentação dessa larva. Pupa Há variações. A pupa do mosquito, por exemplo, vive dentro da água/ambiente aquático (professor Roberto Nunes falará das exceções). Assim, ela possui um cefalotórax e um abdômen porque sofreu metamorfose. Isto é, antes a larva tinha cabeça, tórax e abdômen; agora ela sofreu uma metamorfose e passou a ter um cefalotórax e um abdômen. No caso das moscas e mutucas, elas fazem pupas terrestres. Então, elas têm um formato quitinoso (proteção das condições ambientais adversas), sendo duras/enrijecidas. Se eu encontrar um pupário no meio ambiente, eu consigo saber se aquele pupário foi de uma mosca ou de uma mutuca observando a abertura desse pupário. Se ela for circular, é uma pupa de mosca. Se ela não abrir um círculo perfeito, é uma pupa de mutuca. Nesse caso, esse pupário faz uma fenda na região superior e essa fenda se abre para que a mosca (no áudio ela fala mosca, mas acho que quis dizer mutuca) adulta consiga voar. Obs.: quando está saindo do pupário, ela já é adulta (nesse caso, não utilizamos mais essa classificação de acéfala e eucéfala). Na verdade, ela já é uma adulta, possui cabeça, tórax e abdômen. Só que para sair do pupário, uma parte da cabeça dela que é chamada de pitlíneo é utilizada. Então, fica inflando para poder forçar a abertura daquela fenda do pupário. Daí, depois isso se torna uma sutura, vira uma cicatriz na frente da cabeça da mosca. Então, ela não vai ficar com aquela cabeça “molenga”, a gente vai ver a cabeça da mosca normalmente porque esse pitlíneo só foi utilizado para ela sair de dentro do casulo, ou seja, de dentro do seu pupário. Acéfala e eucéfala só utilizamos para larva (no caso das moscas, são acéfalas)! Adulto Vão variar bastante, podendo ser mosquito – corpo bem delgado e antenas longas ou pelo menos com 10 segmentos (professor Roberto Nunes falará isso na aula de mosquito) ou moscas e mutucas, que têm antena curta. O que dá o “start” para elas saírem da fase de pupa? É só elas estarem adultas, desenvolvidas. Ao contrário das pulgas, em que as pulgas tinham que esperar uma vibração/alteração de luminosidade (podiam ficar até um ano na fase de pupa) para tal. Nos dípteros, basta estarem prontas como adulto para que consigam sair. Nesse caso, utilizam sua cabeça e vão tocando e tocando e tocando numa parte mais flexível que existe na pupa (região anterior) e, com isso, conseguem finalmente sair. Nessa parte da aula, a professora Lilian passa um vídeo ilustrando esse processo. Os adultos, então, têm morfologia diferenciadas podendo ter um corpo bem delgado e um corpo mais robusto. Podem ter antenas diferenciadas também, isso vai nos permitir fazer a diferenciação. Ver: vídeo no YouTube “sinistro – ciclo de vida da mosca.”: https://www.youtube.com/watch?v=Ujn9BOhLals Nesse vídeo, vemos a mosca colocando o ovo. Ovos brancos, isolados, só que ela coloca uma quantidade grande de ovos. Depois as larvas que eclodem aqueles ovos, depois a formação das pupas, aí como foi falado no próprio vídeo. Na verdade, acontece uma modificação no tegumento dessa mosca para que ela consiga (lembrar da cápsula mais dura, enrijecida). Após isso, as moscas se tornam adultas, eclodem aquele pupário e se tornam adultas. Aquela cabeça inflada que vemos no vídeo, ela vai forçando para frente só existe no momento que a mosca está saindo do pupário, depois ele deixa de existir e aquilo se torna uma cicatriz na cabeça da mosca, na frente da cabeça da mosca. 1- Ordem Diptera 1.1- Subordem Brachycera Brachy = curtas. Mutucas e moscas, são parecidas. Ver: diferenças. 1.1.1- Infraordem Tabanomorpha “mutucas” A parte de trás da cabeça da mutuca é reta, não é uma cabeça globosa/circular. Então, é uma cabeça semicircular. Com isso, já sei que não é uma mosca. Antena curta, voltada para cima, sem aristas. A cabeça semicircular é, na verdade, uma cabeça que é arredondada na região anterior e ela se torna reta (sofre quase que um corte) na parte posterior da cabeça (parte que faz conexão com o tórax). A cabeça é bem mais larga que o tórax e as asas são diferenciadas. Todas as mutucas têm uma célula diferenciada na asa. https://www.youtube.com/watch?v=Ujn9BOhLals 1.1.2- Infraordem Muscomorpha “moscas” Apresentam cabeça arredondada. Lembrando que a subordem Nematocera (mosquitos) é bem fácil de a gente identificar uma vez que eles têm o corpo bem diferente daqueles que pertencem a subordem Brachycera. Agora, como diferenciamos os Brachyceros (moscas e mutucas)? Mosca está dentro da infraordem Muscomorpha, tem cabeça redonda/circular e aristas nas antenas. Aristas são estruturas/hastes que podem conter cerdas ou não e que têm função sensorial (temperatura, presença de hospedeiro, umidade). Então, a mosca vai sempre ter sua antena para baixo e, no último segmento da antena, parte essa arista (estrutura sensorial). Toda mosca vai apresentar arista (fator que difere da mutuca – infraordem Tabanomorpha). Essas aristas podem ser nuas (sem cerdas), pectinadas (cerdas em um dos lados apenas, forma de pente) ou bipectinadas (cerdas dos dois lados). Aparelho bucal Como as moscas vão se alimentar? Os olhos são compostos (visão de 360°), podem apresentar aparelho bucal do tipo picador-sugador e lambedor. Quando o aparelho bucal é picador sugador (moscas que se alimentam de sangue, por exemplo), ele é retilíneo, apresenta um estojo onde fica guardado o estilete (faz a perfuração) no probóscide. Já quando ele é lambedor, ele apresenta uma estrutura que parece uma esponja (labela) na extremidade do aparelho bucal. Essa estrutura serve para fluidificar o alimento que ela ingerir (no caso da mosca doméstica, por exemplo). Ocorre liberação de saliva também, seguido da absorção do material orgânico. Veremos um vídeo sobre isso. Por fim, elas também podem ter o aparelho bucal atrofiado. Nesse caso, vão viver muito pouco (não vão se alimentar). Vivem de reserva da fase ainda de pupa, vivem pouco tempo na fase adulta. Exemplo: mosca do berne. Não significa que a mosca só vai ter importância se ela se alimentar de sangue. As moscas têm uma importância muito grande em saúde pública mesmo quando elas não têm aparelho bucal, mesmo quando o aparelho bucal é lambedor. Isso porque elas atuam como voadoras mecânicas de muitos agentes infecciosos. São capazes de carrear muitos microrganismos em suas patas, pousam em vários locais diferentes (de um local para o outro) independentemente do seu aparelho bucal. Ver: vídeo no YouTube do processo de alimentação de uma mosca com aparelho bucal do tipo lambedor: “Close-up of a house fly (Musca domestica) eating from a slice of pizza.”: https://www.youtube.com/watch?v=gJq-BvZSLh8 No vídeo, ela posiciona a sua labela em cima do alimento (um pedaço depizza). Se ele tiver parte líquida, ela já suga, caso o contrário ela libera uma saliva que vai dissolver aquele tipo de alimento e, através da labela, ela consegue sugar aquele alimento. No vídeo, podemos ver palpos, que também têm função sensorial. Esse é um tipo de aparelho bucal que mosca doméstica (aquela que entra nas residências, pousa no grão de arroz) apresenta. Em sua fase adulta, as moscas apresentam diferentes conformidades, cores e características específicas. Isto é, tem mosca que tem arista pectinada, bipectinada, aparelho bucal lambedor, isso tudo vai variar em função do grupo. • Por que estudar os dípteros? Berne – larva de mosca (foto do canto superior esquerdo). É muito comum que o paciente apresente berne e chegue no hospital. Miíase (“bicheira”) – larva de mosca (foto do canto superior direito). Como que isso chega aqui? Mosca em alimento é um problema porque carreia bactéria, vírus, parasitas (ovo de Ascaris lumbricoides, cistos de amebas, por exemplo). Logo, seu estudo é de importância médica. Quando a mosca pousa sobre um alimento (independentemente de onde ela pousar), ela tem o hábito de ficar “esfregando” as patas. Ver: vídeo no YouTube “Mosca Lavando as Mãos!”: https://www.youtube.com/watch?v=wgTVmU6f_AI Ver: vídeo no YouTube “Documentário – Mosca Doméstica”: https://www.youtube.com/watch?v=_DM40Iy2IDk “Planejando algo maligno...” Mutuca faz isso também? Não, mutuca é bem mais raro. Por que as moscas, então, fazem isso? Porque elas apresentam estruturas sensoriais na base das cerdas que existem nas suas patas. Assim, quando ela está fazendo aquele movimento, significa que ela está se “limpando” (se ela ficar com acúmulo de sujidade, ela não consegue ter mais percepção sensorial e de odores). Os receptores que existem na base das cerdas que existem nas patas também permitem que as moscas consigam perceber os odores. Qual é o problema? Muitas moscas preferem se alimentar em fezes. Quando elas não se alimentam em fezes, acabam indo em outros materiais orgânicos. Com isso, ela pousa no alimento e limpa a sua pata, mas ao fazer isso acaba jogando a sujidade que estava grudada nela, naquele alimento. Por esse motivo, já podemos verificar que é extremamente importante o estudo das moscas (qualquer que seja o patógeno que esteja no local onde ela pousou. Se ela pousa em outro local, ela pode carrear aquele microrganismo). • Por que estudar as moscas? - Sinantropismo - Causam e transmitem doenças - Larvas em tecidos animais e humanos (miíases) - Podem se desenvolver em material orgânico em decomposição, fezes, cadáveres • Formas imaturas https://www.youtube.com/watch?v=gJq-BvZSLh8 https://www.youtube.com/watch?v=wgTVmU6f_AI https://www.youtube.com/watch?v=_DM40Iy2IDk Ovos: - Alongado, perolado (geralmente) - Postura em variados locais Nas formas imaturas, os ovos são isolados, geralmente de coloração branca. Larvas: - Vermiformes, ápodes, acéfalas - Espiráculo rodeado por peritrema Nas formas imaturas, as larvas são ápodes e acéfalas (como já foi dito). E na extremidade posterior fica o aparelho respiratório dessa larva. Obs.: essa imagem da setinha preta não é um berne, mas a seta aponta para a região posterior. Quando é a larva da Dermatobia hominis (mosca do berne), ela vai ficar sempre com a região anterior voltada para baixo (se alimentar) e extremidade posterior voltada para fora (captar oxigênio). De acordo com o formato desse aparelho respiratório, a gente consegue saber a família dessa mosca, gênero... Antenas curtas. Vamos ver que desde a fase ovo, para esses insetos deixarem seus ovos em algum lugar, eles têm que ter o estímulo para eles se alimentarem. Então, eu encontro um paciente que tem miíase, essas larvas saíram dos ovos que foram deixados ali na lesão. Por que aquela mosca deixou aquele ovo ali? Porque ela também tinha onde se alimentar (Ôpa! Vou deixar meus ovos aqui porque as larvas vão ter o que comer). Aparelho respiratório na extremidade posterior. É por isso que o berne, por exemplo, consegue ficar dentro da pele e não morre porque ele fica com o aparelho respiratório virado para fora. Vamos ver a relação das moscas (incluindo as “varejeiras”, que são essas brilhantes; foto da esquerda) e as mutucas, que fazem um rasgo no vaso sanguíneo para se alimentarem (foto da direita), por isso sua picada dói muito. Pupa: Fase que vem depois da fase de larva, os adultos têm um pitlíneo que eles forçam aqui na cápsula da pupa para saírem de dentro desse pupário. Adultos: Possuem uma morfologia diferenciada de acordo com o gênero. Exemplos (na ordem): - Mosca varejeira – coloração metálica, quando entram em casa fazem barulho, ficam batendo na parede. - Sarcophaga spp lembra um pouco a mosca doméstica só que ela é bem grande, tem um abdômen claro e escuro (xadrezado). - Dermatobia hominis (mosca do berne) possui patas alaranjadas e um abdômen violeta. - Stomoxys calcitrans (mosca dos estábulos) se alimenta de sangue de cavalo. Como é hematófaga, também se alimenta de sangue de cães, gatos e seres humanos. As mais comuns causadores de miíases traumáticas são as “varejeiras” (por exemplo, Lucilia spp.), que têm o corpo metálico. Mas também existe uma mosca chamada Sarcophaga spp. que eventualmente entra nas residências, parece uma mosca doméstica, mas é bem grande, barulhenta e se você mata com uma raquete ou chinelada, libera larva (é um tipo de mosca larvípara). Tudo isso o professor Roberto Nunes falará ainda. Cochliomyia macellaria é a principal mosca que causa miíase em tecido morto (cadáver ou tecido necrosado). Professor Roberto Nunes explicará o que é uma miíase obrigatória, miíase secundária... Criança que comeu bicho de goiaba. É larva de mosca também, só que larva de mosca de fruta. Aí, se a pessoa comer muito bicho de goiaba, ela pode apresentar desconforto, náusea (atentar para as larvas no meio das sementes). • Moscas podem causar miíases. Quais? As moscas, além de contaminar alimento, podem causar berne (é um tipo de miíase ou “bicheira”). Vamos chamar de miíase toda vez que houver infestação por larva de mosca em tecido vivo ou morto. Que moscas podem causar miíase? - Dermatobia hominis: não tem aparelho bucal, vive muito pouco, vive só em área de mata (por isso, usa uma mosca transportadora). É a única que causa miíase furunculosa. É esse tipo de miíase que causa essa elevação/inchaço. As outras moscas causam miíases traumáticas, que são aquelas miíases cutâneas não furunculosas (“bicheira”). Como que essa larva que o médico retirou do olho do paciente chegou ali? Porque uma mosca transportadora foi se alimentar de secreção, sangue, e o calor do corpo estimulou a emergência de larva (várias, em alguns casos). Entretanto, como é preciso penetrar a pele, penetrar o folículo piloso, muitas larvas não conseguem entrar. Por isso, muitas vezes encontramos apenas uma única larva no local. São larvas que têm espinhos (utilizam para se fixar/prender no tecido). Esses espinhos que ficam ao redor da larva, quando essa larva se movimenta, paciente sente dor, ferroada, desconforto. Pergunta: então infestação de berne seria um tipo de miíase? Resposta: sim, miíase furunculosa, causada por Dermatobia hominis. As outras miíases, que são as traumáticas, podem ser causadas por diferentes moscas. As mais comuns são conhecidas popularmente como “varejeiras”. São essas de coloração esverdeada, acobreada, arroxeada (são mais comuns, mas outras moscas também podem causar). Cadáver com larva de mosca dentro do nariz. Indivíduo vivo portador de miíase. Como que isso pode acontecer? Geralmente, pode ser morador de rua, falta de higienização bucal adequada, paciente com deficiência mental em que a famílianão cuida dos dentes (saúde bucal). Dessa forma, vão acontecer problemas periodontais (inflamação, secreção, odor fétido). Aí, a mosca vem se alimentar e deposita sua massa de ovos aqui. Nesse caso é diferente, na foto temos uma miíase traumática (diferente da furunculosa). Aí, não precisou do calor do corpo para que aquelas larvas caíssem dos ovos e chegassem no hospedeiro. Aqui, na verdade, a mosca deposita os ovos de forma intencional. Isso porque ela chegou para se alimentar (Ôpa! Teve comida para mim, vou deixar meus ovos aqui) e, com isso, deixa uma massa de ovos branquinhos (como foi mostrado no início da aula) que vão eclodir e dar origem às larvas que vão se desenvolver no mesmo local. Pergunta: como que a D. hominis transmite miíase se depende da transportadora para chegar até o hospedeiro? Resposta: dizemos que é a D. hominis que causa miíase porque a larva que está aqui dentro da D. hominis (foto da esquerda) é larva dela. Se essa larva (foto da direita) cair no chão, ela vai formar pupa e virar essa mosca adulta (foto da esquerda). Logo, é D. hominis quem causa miíase furunculosa. Quem é que transmite/carreia? É uma mosca transportadora (foto inferior esquerda), chamamos de vetor forético. Isto é, é um vetor que vai transmitir algum agente patogênico (pode ser um parasita, por exemplo), mas que não vai sofrer nenhuma modificação nesse vetor (é só uma forma de transporte). Por fim, quem causa a larva, a doença é Dermatobia porque essa larva aqui (foto da direita) é a larva dessa mosca (foto da esquerda). No caso das moscas “varejeiras”, quando elas vêm se alimentar. Vamos imaginar: se ao invés desse paciente ter berne/miíase furunculosa, ele tivesse miíase traumática, o que teria acontecido? Uma mosca dessas (foto da esquerda) teria vindo aqui se alimentar desse paciente com conjuntivite não tratada, por exemplo (lembra a foto da direita), presença de muita mosca na casa... Com isso, essa mosca veio aqui enquanto o paciente estava dormindo, se alimentou e ôpa, vou depositar meus ovos aqui (consegui me alimentar então vou depositar meus ovos aqui porque as larvas vão conseguir também). No dia seguinte, isso aqui vai estar cheio de larva, aí é miíase traumática. Acontecem em grande quantidade uma vez que são oriundos de massas de ovos que são depositadas naquele local. Musca domestica (parte 1) - Vetora mecânica de vários microrganismos - Postura é feita 4 dias após a cópula em matéria orgânica de origem vegetal, mas a preferência é por fezes humanas ou de animais - Ovo a adulto (30°C) = 10 dias; 46 dias (16°C): é por isso que no verão temos uma quantidade maior de moscas. - Transporte forético: Microrganismos que levam à disenteria, Salmonelose Protozoários como Entamoeba, Giardia Helmintos como Ascaris sp., Taenia spp. e Dipylidium: qualquer parasita que seja eliminado através das fezes e que não precisa de hospedeiro intermediário para completar o ciclo. No caso de Taenia, se a mosca veicular os ovos, vai ser para o indivíduo desenvolver cisticercose porque quando o indivíduo ingere ovo de Taenia ele desenvolve cisticercose, se esse ovo for de Taenia solium. Veiculadora dos ovos de Dermatobia hominis: (ovos da mosca do berne). Muitas vezes a pessoa que tem berne não teve contato com a mosca do berne. Isso porque a mosca do berne vive muito pouco, ela não se alimenta, não tem aparelho bucal. Dessa forma, ela utiliza uma mosca transportadora, e essa mosca transportadora, geralmente, é uma doméstica. A Dermatobia encontra essa mosca voando, ela dá um giro com essa mosca no ar, ela gruda nessa mosca e deposita seus ovos no abdômen dessa outra mosca. Ciclo biológico Ver: vídeo no YouTube “sinistro – ciclo de vida da mosca.”: https://www.youtube.com/watch?v=Ujn9BOhLals Pergunta: as formigas acabam estimulando esses ovos? Resposta: as formigas, muitas vezes, acabam predando (comendo) esses ovos. A mesma coisa acontece com ovo de pulga (formiga também come). • Exemplo de ciclo de um díptero que utiliza um vetor forético De acordo com o tipo de mosca, existem vários artifícios que elas utilizam para se desenvolver. Por exemplo, existem moscas que não levam seus ovos diretamente ao hospedeiro, como a “mosca do berne” (Dermatobia hominis) – sua larva é conhecida como berne. É um exemplo de mosca que tem o aparelho bucal atrofiado (vive pouco), voa por distâncias curtas. Por esse motivo, ela utiliza uma mosca transportadora. Assim que o adulto sai do pupário, os machos e as fêmeas vão copular, as fêmeas põem o ovo, esse ovo fica grudado no abdômen dela e ela vem voando. Quando ela encontra uma mosca ou um mosquito no ar, ela faz um encontro com essa mosca, ela gira e coloca os ovos no abdômen dessa mosca ou mosquito. Com isso, outra mosca ou mosquito chegam perto do outro hospedeiro para se alimentar (pode ser que esse hospedeiro tenha alguma lesão ou tenha alguma marca de sangue por carrapato, por exemplo). Em seguida, o calor do corpo desse hospedeiro vai fazer com que a larva saia do ovo que estava ali preso no abdômen, dando início ao parasitismo. São artifícios que esses insetos vão utilizando. Ver: vídeo no YouTube “Botfly Invasion | Monsters Inside Me”: https://www.youtube.com/watch?v=90exkFR2iSM No vídeo, o Dermatobia hominis captura um mosquito. Com isso, ela captura e deposita seus ovos no abdômen. Pergunta: para essa larva sair do ovo, tem que estar no tecido de um hospedeiro ou não necessariamente? Resposta: precisa estar sim por conta do calor do corpo. Algumas vezes, se a Dermatobia estiver na fase final (estiver morrendo) e ela não encontrar nenhum hospedeiro, ela até pode largar os ovos dela em alguma folhagem. Entretanto, aquelas larvas que estão dentro dos ovos só vão eclodir se houver proximidade de calor de corpo, aí sim elas conseguem eclodir, aí elas penetram na pele. A professora Lilian colocou esse ciclo mais por curiosidade porque, segundo ela, berne é algo que iremos nos deparar bastante na nossa rotina. Como que esse paciente adquiriu? (professor Roberto Nunes vai falar) Geralmente em locais onde existe criação de bovinos (são os principais hospedeiros). Com moscas presentes naquele local, eventualmente a mosca pousa sobre a pessoa/ser humano e o calor do corpo acaba também estimulando a emergência dessa larva (vai sair do ovo) e penetrar o folículo piloso. Por fim, ela penetra esse folículo piloso e cresce. Quando ela está pronta (fase desenvolvida – larva III), ela relaxa e contrai, e cai do hospedeiro visando enterrar no solo e formar um pupário (virar fase de pupa). https://www.youtube.com/watch?v=Ujn9BOhLals https://www.youtube.com/watch?v=90exkFR2iSM Isso é importante porque o paciente pode chegar e falar que está com o berne, mas que nunca viu a mosca do berne na casa dele. A explicação é que a mosca do berne vive na área de mata, ela utiliza outra mosca (pode ser até a mosca doméstica mesmo). Assim, a recomendação para o paciente seria a instalação de telas na casa, controle de mosca. • Mosca transportadora, com ovos de Dermatobia hominis Foto de uma mosca doméstica, comum com vários ovos de Dermatobia presos no abdômen. Assim que Dermatobia faz: captura essa mosca e gruda os ovos no abdômen dela. Musca domestica (parte 2) Toda Musca domestica vai apresentar 4 faixas negras no tórax e vai apresentar essa nervura em forma de cotovelo. Nervura essa que vem descendo no ápice da asa e de repente ela faz uma quebra (um cotovelo) e isso é típico de mosca doméstica. Se estiver em dúvida se é Musca domestica ou não, basta observar a nervura da asa (é possível observar a olho nu). Arista bipectinada. Stomoxys calcitrans “mosca dos estábulos” Assemelha-se a M. domestica porém a probóscide (longa) é projetada horizontalmente para a frente da cabeça, corpo escuro com polinosidadeacinzentada, palpos muito curtos. Como que faz para diferenciar de mosca doméstica? A nervura da asa, que no caso da Stomoxys calcitrans não forma cotovelo. A nervura vai descendo e encontra a nervura anterior de uma maneira mais suave, sem aquela curvatura rápida como vemos em M. domestica. Desenvolve seu ciclo muito bem em cama de cavalo (espécie de chão para proteger o casco do cavalo) e alimento de cavalo, em feno (são utilizados para complementar a alimentação dos equinos). Paciente de área rural informando que tem sofrido picada de mosca, tem desenvolvido alergia, lesão puntiforme... Também tem 4 faixas negras no tórax e a arista tem um lado só de cerdas bem desenvolvidas (o outro lado não tem cerdas). - Raramente em residências - Larvas se desenvolvem em matéria orgânica vegetal em decomposição, cama de aniamis misturada com fezes, palha, feno, restos de lavouras, alfafa, grãos ou farinhas umedecidas. - Ciclo completo: 3-4 semanas (climas quentes), pode durar mais do que 2 meses (climas frios). • Importância - Veiculadora de ovos de Dermatobia hominis: assim como a Musca domestica também veicula. - Irritação - Veiculação de bactérias - Picam sobre as roupas: apresentam aparelho bucal bem desenvolvido. São vorazes por sangue. - Causam apenas miíases acidentais. Isso quando suas larvas são ingeridas acidentalmente. “Moscas causadoras de miíases” “Myia” = mosca Sufixo “iasys” = moléstica, lesão Miíase é o desenvolvimento de larvas de moscas em tecidos humanos ou animais, alimentando-se de tecidos vivos ou mortos (...) e de seus fluidos ou alimentos ingeridos (NEVES, 2005; NEVES, 2009) Pode ser obrigatória, facultativa ou acidental. Atentar para moradores de rua sem higiene bucal, procedimentos pós cirúrgicos sem tratamento adequado, feridas em geral, tecido necrosado em indivíduos vivos... Obs.: larva de mosca para recuperação de feridas em pacientes com dificuldade de cicatrização (diabéticos, por exemplo). Assim, utilizam larvas de moscas criadas em colônias. São moscas que não tiveram contato com nenhum tipo de agente contaminante e essas larvas, filhas dessas moscas, são colocadas nas feridas para que elas comam o tecido necrosado/morto para reavivar aquela ferida e facilitar o processo de cicatrização. O paciente da foto, então, apresenta miíase furunculosa (classificação da miíase para as larvas de Dermatobia hominis). Dermatobia hominis - Irritação - Lesão furunculosa e dolorosa - Dor em ferroada - Infecção secundária - Predisposição à miíase por outras moscas Vimos isso na aula introdutória sobre Ordem Diptera (aula essa que eu mesmo digitei, e coloquei informações dela nessa aula de hoje) em relação a captura da mosca transportadora. Ver: ciclo biológico. - Comum na clínica: não tem relação com o fato de não fazer o cuidado adequado de uma ferida. Você pode ser um adulto hígido (saudável) e que foi fazer uma caminhada/trilha ou em casa em uma região próxima a mata e que acabou sendo infestado por larva de Dermatobia. É uma larva que tem espinhos ao redor do corpo, esses espinhos servem para a larva se fixar no hospedeiro e, conforme a larva se mexe, o indivíduo relata dor e ferroada por conta desses espinhos. A parte maior fica voltada para dentro, a parte afilada fica voltada para fora (onde fica o aparelho respiratório). Atentar para paciente com berne ou com suspeita de berne, com uma lesão furunculosa e, nessa lesão, com um ponto de abertura (foto superior direita). Para tratar, podemos tampar esse orifício com pomada, vaselina e bloquear aquele orifício. Assim, a larva vai se desesperar porque ela precisa respirar. Então, ela vai retrair os seus espinhos e vai tentar sair. Nesse momento que ela retrai os espinhos, você aproveita para espremer com mais facilidade. Ao mesmo tempo que você espreme, você também puxa com uma pinça visando promover uma tração por igual para essa larva não se romper. Se ela se romper, acaba sendo um corpo estranho e o indivíduo pode reagir, por exemplo, com a formação de um abscesso, reação tecidual em resposta a forma parasitária que ficou dentro do tecido. O berne é muito comum em bovinos, então esse ciclo fica acontecendo na natureza de uma maneira muito constante. De forma que um bovino pode apresentar várias lesões no coro e essas lesões são em decorrência pelo furúnculo formado pela larva, forma ali uma elevação e cada nódulo desse tem uma larva em desenvolvimento dentro. A larva passa por suas fases do ciclo biológico nesse local. Quando a larva chega em seu estágio 3, que é a última fase, essa larva vai retrair seus espinhos, vai sair desse tecido/pele e cair no chão. No chão, ela vai se transformar em pupa, depois em adulto. E esse adulto, como não se alimenta, não tem aparelho bucal, vive pouco, ele vai procurar por uma mosca ou um mosquito que sejam transportadores dos seus ovos para outros hospedeiros. Isso já foi falado nessa aula. Então, ela captura esse inseto durante o voo, gruda os ovos no abdômen desse outro inseto. E esse outro inseto, quando se aproxima do animal para se alimentar por exemplo (às vezes, o animal está com uma infestação de carrapato, daí a mosca vai para lamber o sangue que fica extravasado) e, com isso, o calor do corpo do hospedeiro vai ser um estímulo para a saída das larvas desses ovos. Pessoas de região rural ou área de mata vão ter chance desse mesmo tipo de desenvolvimento. Isto é, a larva se desenvolvendo no tecido e, se essa larva sendo retirada não for jogada fora, pode ter a possibilidade inclusive de se transformar em pupa, caso essa larva já fosse de 3° estágio. Ver: vídeo no YouTube “Botfly Invasion | Monsters Inside Me”: https://www.youtube.com/watch?v=90exkFR2iSM • Larva de Dermatobia hominis 1. Espinhos e ganchos na parte mais larga do corpo 2. Extremidade anterior 3. Extremidade posterior • Extremidade anterior Observamos garras que as larvas apresentam nessa parte do corpo. Essas garras auxiliam no processo de fixação dessa larva. Por isso que além dos espinhos laterais, esses ganchos também contribuem muito para as ferroadas que o paciente diz sentir. • Pupas São reconhecidas no campo, no sítio, de uma maneira bem simples porque é um tipo de pupa que possui dois tufos amarelos na extremidade. Só ela possui essa característica fácil de diferenciar. https://www.youtube.com/watch?v=90exkFR2iSM Gênero Cochliomyia Essas outras são miíases traumáticas. Isto é, acontecem nos tecidos mediante algum fator estimulante. Nesse caso, a mosca vai ser atraída por odor, de secreção, de sangue por exemplo e vai fazer a postura dos seus ovos naquele local. - C. hominivorax: mosca que causa miíase em tecido vivo. É um tipo de mosca que tem larva biontófaga porque só se alimenta de tecido vivo. - C. macellaria: mosca que causa miíase em tecido morto/necrosado. Se alimenta de tecido morto. São bem parecidas as duas. Possuem listras negras no tórax, aristas que são pectinadas. A diferença bem sutil entre uma e outra é que a C. macellaria tem cerdas bem fininhas embaixo do abdômen, que são clarinhas (meio prateadas). Com isso, a gente consegue diferenciar. Outra estrutura de diferenciação é a basicosta. A basicosta é essa estrutura do início da asa. Estruturas mais minuciosas devem ser observadas para a identificação. C. hominivorax possui basicosta negra Em C. macellaria é amarela Imagem: Basicosta (4) Miíase causada por C. hominivorax em cachorro (foto inferior direita) Pergunta: a acidez do estômago não mata as larvas? Mata na maioria das vezes, mas como ela já está lá dentro a gente chama de miíase mesmo assim porque tem larva lá dentro. Entretanto, ela não vaicausar nenhuma lesão lá dentro. Miíase causada por C. hominivorax (fotos superiores da esquerda e do meio). Miíase casada por C. macellaria em cadáver (foto superior direita). Sendo cadáver pensamos em C. macellaria (mais comum), mas podendo ser Sarcophaga spp. e Chrysomyia spp. Isto já foi falado nessa aula. Essas larvas causadoras de feridas traumáticas têm um ciclo incomum. Na verdade, as moscas depositam os ovos porque essas moscas foram se alimentar naquele local e como elas conseguiram se alimentar, elas também deixam seus ovos ali porque já sabem que as larvas terão onde se alimentar também (Ôpa! Vou deixar meus ovos aqui porque as larvas vão ter o que comer). Depois que essas moscas deixam esses ovos no local, esses ovos levam mais ou menos 24h para sofrerem eclosão pelas larvas. Em seguida, as larvas começam a se alimentar ativamente, essas larvas liberam substâncias anestésicas para fazer com que o indivíduo não sinta muito o parasitismo. Elas se desenvolvem ali no tecido, ficam aproximadamente uma semana (elas vão passar por 3 fases de larva) e depois, quando ela está na última fase de larva (L3), essa L3 cai do tecido. Com isso, ela vai se enterrar no solo para formar uma pupa e depois se transformar em adulto. Se estiver em ambiente doméstico, como faz para completar esse ciclo? A mosca não terá o solo para formar a pupa. Por isso, algumas são capazes de formar pupa independentemente da presença do solo. Entretanto, as que não conseguirem morrerão. No solo, portanto, elas têm uma maior garantia. Depois que se tornaram pupas, vão depender da temperatura e umidade. Então, de 7 dias até dois meses. Quanto mais quente, mais rápido o ciclo, rápido a transformação para adulto. Ao se tornar adulto, machos e fêmeas vão copular e as fêmeas vão depositar seus ovos de novo. Existem moscas causadoras de miíases que, ao invés de depositarem ovos, depositam larvas (isso já foi falado). Um exemplo é a mosca Sarcophaga spp. Essa mosca costuma entrar nas residências, quando ela entra é uma mosca bem grande. Se você pegar uma raquete e dar uma “raquetada” nela, é bem comum que ela comece a depositar suas larvas antes dela morrer. Isso porque a última estratégia dela é justamente tentar fazer a deposição das larvas para que o ciclo biológico tenha continuidade. Então, elas são bem estrategistas. “O conceito de estratégia, em grego strateegia, em latim strategi, em francês stratégie...” Cochiomyia hominivorax • Larva alimenta-se de tecido vivo (biontófagas) • Causam miíase primária Como já foi falado, as larvas das moscas são acéfalas. Isto é, não consigo saber onde é a extremidade anterior, onde é a posterior. Entretanto, eu consigo saber, por exemplo, que essa aqui é a região posterior porque eu vejo o aparelho respiratório. Na ponta, existe o espiráculo (onde o oxigênio vai entrar) e essa parte mais escura é a traqueia (troncos traqueais), que são duas. No caso de Cochiomyia hominivorax, elas são bem pigmentadas. Estando essa larva no tecido, eu também consigo identificar. Cochliomyia macellaria • Larva alimenta-se de tecido morto (necrobiontófagas) • Causadoras de miíases secundárias ou facultativas: significa que ela precisa de uma lesão pré-existente. Gênero Chrysomyia • Alimenta-se de fezes, lixo, feridas necrosadas e carcaças Logo, são facultativas. Se alimentam de uma coisa ou outra. Gênero Lucilia • Alimenta-se de fezes, matéria orgânica em decomposição, tecidos humanos necrosados Logo, são facultativas. Se alimentam de uma coisa ou outra. Sarcophaga spp. • Corpo de coloração acizentada (sem brilho metálico) • Três faixas negras longitudinais no mesonoto: três faixas, ao invés de 4. Serve como critério de diferenciação. • Abdômen xadrezado (áreas claras e escuras) • Ap. bucal lambedor • Nervura semelhante a cotovelo Eventualmente entra nas residências, parece uma mosca doméstica, mas é bem grande, barulhenta e se você mata com uma raquete ou chinelada, libera larva (é um tipo de mosca larvípara). Ver: conceito de estratégia. Deposita larvas ao invés de ovos. Em uma competição por carcaça, ela vai levar vantagem porque já vai depositar larva diretamente. Logo, já começam a se alimentar de uma maneira mais precoce. Sarcophaga – biologia - Fêmea deposita larvas de 1° ínstar: vantagem com relação às ovíparas na competição por carcaças - Larvas vivem em cadáveres ou matéria orgânica em decomposição - Enterram no solo para pupar - Ciclo de aprox. 30 dias - Provocam miíases secundárias: precisam de uma lesão pré-existente. - Veiculadoras de patógenos: assim como as anteriores, através de suas patas. - Entomologia forense: para estudo de fauna cadavérica, por exemplo. Há quanto tem um determinado corpo está em um determinado terreno a partir da larva que esse corpo apresenta, do estágio da larva. Se você encontrar uma larva de 3° estágio, por exemplo, você já sabe que o corpo não apareceu ali no dia anterior. Logo, o corpo deve estar ali há pelo menos uma semana. Identificação de Larvas: Placas Estigmáticas Identificação da larva pelo aparelho respiratório. É realizado um corte na extremidade posterior e essa extremidade posterior pode ser colocada entre lâmina e lamínula para uma melhor observação do formato desse espiráculos respiratórios. - Dessa forma, aquelas que são varejeiras, por exemplo, têm abertura. Parecem dedos. Ver: família Calliphoridae. - Stomoxys a literatura traz como se fosse formato de “S”. - Musca: formato de “M”. - Sarcophagidae: 3 estruturas com ponto anterior. - Sendo sempre essas estruturas em números pares. Miíases • É o desenvolvimento de larvas de moscas nos tecidos humanos ou de animais. • Quanto ao grau de invasão tecidual: primárias ou secundárias. As primárias são aquelas que iniciam o processo parasitário, iniciam a miíase. Isto é, não precisam de lesão pré-existente. Exemplos: mosca do berne, Cochliomyia hominivorax. Nesse caso, precisa apenas de odor de secreção e sangue, pode ser por carrapato fixado no corpo, não precisa necessariamente ter uma ferida aberta. • Quanto ao parasitismo: miíases obrigatórias, facultativas ou acidentais. Vimos no artigo no início da aula. • Quanto a biologia das larvas: biontófagas (se alimentam de tecido vivo) ou necrobiontófagas (se alimentam de tecido morto). • Berne: miíase furunculosa. De que tipo? Primária porque não precisa de lesão pré-existente; obrigatória porque só se desenvolve realizando o parasitismo, não se desenvolve em nenhuma hipótese fora do hospedeiro; e biontófaga porque se alimenta exclusivamente de tecido vivo. Miíase furunculosa: tipo primária, obrigatória e biontófaga. Um indivíduo com inchaço/nódulo na região dos olhos que estava sendo provocado por uma larva de Dermatobia. Isto é, esse paciente tinha uma miíase furunculosa. Nesse caso, o que atraiu a mosca poderia ter sido uma conjuntivite, uma secreção na região... Encerramos a aula aqui. • Infraordem Tabanomorpha (“mutucas”) Morfologia que lembra as moscas (infraordem Muscomorpha), mas as mutucas têm uma cabeça semicircular (parte de trás é bem reta), olhos na maioria das vezes são bem coloridos (alguns variam a cor; furta- cor) e aparelho bucal adaptado para rasgar o vaso (por isso sua picada dói muito). Com relação a transmissão de doença, elas não têm uma importância epidemiológica de expressão. A importância se dá mais pelas picadas que são dolorosas. Preferência por áreas que tem água, vegetação, cachoeira. • Diferenciação morfológica das estruturas da cabeça de Tabanomorpha e Muscomorpha Diferente das moscas, não apresentam aristas (fator de diferenciação). Foto daesquerda (mutuca): não tem arista, antena também é curta, segmentos diferenciados. Foto da direita (mosca): cabeça de mosca (toda mosca tem arista – nua, pectinada ou bipectinada). Toda mutuca tem cabeça semicircular e tem essa célula (porção da asa que é toda delimitada, limitada por nervuras). As nervuras são essas linhas. Toda mutuca tem uma célula fechada, que é chamada de célula discal fechada (fator que difere da mosca). É uma célula toda fechada por nervura, assim não se comunica com o ápice da asa e dessa célula partem nervuras que formam como se fosse a letra “M”. Gêneros Chrysops spp. e Tabanus spp. Inclusive essa última dá o nome da infraordem (Tabanomorpha). São as mais comuns. Cabeça semicircular, ausência de aristas, célula fechada com as nervuras em “M”. Ver: célula discal fechada na altura dessa mancha da asa de Chrysops e a nervura em forma de “M”, que é bem característica. Subordem Brachycera • Muscomorpha x Tabanomorpha Aquilo que a gente tinha visto no início: ambas são parecidas, mas que apresentam características morfológicas capazes de diferenciá-las. Tabanomorpha recebe esse nome por causa de Tabanus. Muscomorpha recebe esse nome por causa de Musca domestica, que é a mosca mais conhecida, bem domiciliar (está no vídeo que a professora Lilian passou sobre ciclo biológico). 1.2- Subordem Nematocera “mosquitos” Nemato = filamentos. Mosquitos, então, têm antena filamentosa. Na maioria das vezes cilíndrica e que apresenta ao menos 10 segmentos (pode ser uma antena longa ou uma mais curtinha, desde que tenha 10 segmentos). Professor Roberto Nunes ainda fará uma aula só sobre esse grupo. Corpo fino, patas longas, antenas com pelo menos 10 segmentos, conhecidos popularmente como mosquitos. Mosquito do gênero Simulium ("borrachudo" – picada dolorosa) apresenta antena curta, mas com 10 segmentos achatados. Classificamos como Nematocera pois possui 10 segmentos nas antenas. 1. “Mosquito da dengue” Aedes spp.: transmite dengue, zika vírus, febre amarela, chikungunya. 2. “Mosquito noturno” Culex spp.: coloração amarronzada (diferente do Aedes, que é preto, tem manchas esbranquiçadas no corpo, patas rajadas de preto e branco), corpo marrom. É aquele que fica zunindo no ouvido durante a noite atraído pela respiração (gás carbônico). Transmite Wuchereria bancrofti, causa elefantíase. 3. “Mosquito diurno” Anopheles spp.: geralmente na primeira parte da manhã ou no final do dia (temperatura mais amena). Lembra o Culex, mas quando ele pousa faz um ângulo perpendicular à superfície (“mosquito prego”). Transmite malária. 4. “Mosquito pólvora” Culicoides spp.: asas manchadas. Picadas dolorosas que incomodam, que causam insônia. 5. “Borrachudo” Simulium spp.: antena mais curta, segmentos achatados, asas bem transparentes (sendo apenas as primeiras mais quitinizadas). Picadas dolorosas que incomodam, que causam insônia. 6. “Mosquito palha” Lutzomyia spp.: coloração bem clarinha, aspecto corcunda (cabeça fletida, voltada para baixo). Transmite leishmaniose. 1, 2 e 3: são os mais comuns/domiciliares (os que costumam entrar mais nas nossas residências).
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