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Resumo Cadeias de valor

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Prévia do material em texto

Universidade Federal Rural da Amazônia
Discente: Luís Arthur da Conceição Santos Almeida – 2018004620
Da semente até a mesa:
Desenvolvendo cadeias de valor na agricultura urbana.
RESUMO
	O texto elaborado pelos autores, introduz o leitor a uma simples análise demonstrando que, naturalmente, quando agricultores urbanos pensam em modos de elevar sua renda recorrem a atividades com um baixo custo de entrada, como a produção de galinhas e preparo de refeições. Tal situação é oriunda principalmente pelo fato de não serem capazes de investir o suficiente para começar um negócio mais estudado e rentável. Tal padrão normalmente resulta em uma rápida saturação do mercado, aliada a baixos níveis de produtividade e alta competição, fazendo com que haja pouco retorno financeiro para esse produtor. Os autores ressaltam a importância de se conhecer e entender as nuances das Cadeias de Valor na agricultura urbana, sobretudo para os produtores.
	De modo inicial, é necessário entender que, exceto pelos pequenos horticultores e agricultores de subsistência, qualquer agricultor que tenha algum excedente, pode fazer parte de uma cadeia de valor. As cadeias de valor podem ser interpretadas de duas formas: em um sentido estreito ou em sentido amplo. Visualizando-a de maneira estreita, é possível observar a gama de atividades envolvendo setores de produção, processamento e comercialização do produto. Geralmente é um modo de enxergar a cadeia de valor de uma determinada empresa ou grupo cooperativo, tudo em prol de um resultado final. É conhecida também como cadeia de valor de Integração Vertical ou Upgrading funcional.
	Para a cadeia de valor em sentido amplo, é considerada a gama de atividades realizadas por diversos atores, tais como produtor primário, fornecedor de insumos, vendedores, processadores, atacadistas, varejistas etc. Então, dessa forma há a análise de todas as atividades realizadas, juntamente com seus elos funcionais, que ligam tais atores diretos a organização, coordenação e as relações de poder entre eles. Esse sentido amplo tem como objetivo uma melhor coordenação do abastecimento, da produção, do processamento etc. para poder assegurar um fluxo de produção eficiente, atendendo as necessidades específicas do mercado. Para isso, os atores necessitam investir nos negócios a longo prazo, focando na otimização da cadeia, somando valor a cada processo.
	Quanto ao mercado agrícola, é dito que o produto vai “da semente pra mesa”, esse termo pode ser interpretado no sentido em que os produtos e bens fluem de baixo para cima, enquanto o lucro flui de cima pra baixo. Dessa maneira, é possível dividir as cadeias de valor agrícolas de modo curto, em que o produtor poderia vender o produto na “porteira do sítio”, como cita o livro, diretamente para os consumidores; da mesma forma em que podemos dividi-la em cadeias longas, que ocorrem quando o bem passa pelas mãos de diversos intermediários até chegar aos consumidores, adicionando custos e, consequentemente, ficando mais caro em seu valor final. O texto reitera que, embora a cadeia curta pareça mais atrativa ao consumidor devido ao seu preço mais reduzido, deve-se lembrar que muitas vezes o produto não possui uma qualidade elevada e pode sofrer empecilhos até ter contato com o consumidor (instituições reguladoras, controle sanitário, aspectos ambientais etc.)
	Outrossim, o texto também analisa a diferença entre as cadeias globais e locais. Com o advento da globalização, internet e transportes cada vez mais rápidos, os alimentos passaram a ser um negócio global, pela possibilidade atual de percorrer maiores distâncias. Por exemplo, o livro cita a questão do aumento da distância média percorrida pelos alimentos consumidos pelos estadunidenses entre 1997 e 2004, crescendo 22%. Infelizmente, com esse processo há um aumento na questão do efeito estufa, por requerer uma maior necessidade de transporte e resfriamento, liberando então mais gases prejudiciais à camada de ozônio do planeta. Além do aspecto ambiental é importante frisar as consequências sociais que as cadeias globais geram, por exemplo o transporte de produtos da África para o Reino Unido, no qual é responsável por manter a renda de diversos pequenos produtores agricultores, embaladores etc. Os autores citam que cerca de 1,5 milhão de famílias na África subsaariana dependem direta e indiretamente do Reino Unido, quanto as cadeias de abastecimento. Dessa forma, há riscos que podem complicar a funcionalidade desse sistema, como ocorreu durante a última crise financeira, em que vários trabalhadores quenianos ficaram desempregados devido a uma grande queda na demanda de flores por parte da Europa.
	Como alternativa a esses problemas, organizações realizaram a criação de cadeias de valor locais (“circuitos curtos”). Ela é caracterizada por ser relativamente complexa para gerir, devido as variações que eventualmente podem surgir (produtos, quantidade qualidade etc.) e está sendo cada vez mais sendo adotada por grupos de produtores urbanos, onde são aplicados métodos de cultivo ecológicos e orgânicos, como é possível observar inclusive no mercado local brasileiro. Dessa forma, assume-se um tipo de controle de qualidade, como é o caso do selo verde, que indica que o produto foi produzido com impacto reduzido no meio ambiente. Além desses aspectos, é comum observar esse tipo de produtor vender sua mercadoria diretamente ao consumidor, por meio de entrega de cestas, pontos de vendas e até em supermercados, na área de alimentos orgânicos. É possível observar um comportamento similar na agricultura familiar que ocorre na UFRA, pela proximidade do produtor do alimento orgânico com seu consumidor.
	Por conseguinte, um fenômeno social vem ocorrendo recentemente conhecido como “Slow Food”, em que os consumidores começaram a pagar preços maiores por alimentos produzidos localmente e com qualidade superior (sem uso exacerbado de agrotóxicos, por exemplo). Em contrapartida, o alimento oriundo de regiões externas e/ou ultra processados vem aumentando, devido à escalada de preço do combustível, contribuindo ainda mais para a conscientização ecológica da população. Os autores entendem que tal fenômeno ainda precisa ser confirmado para saber se representará uma alternativa aos grandes segmentos populacionais. Essas cadeias locais são importantes para o desenvolvimento da economia por agregarem valor não só aos produtos, mas a outros serviços envolvidos no processo (comércio local, mercado de roupas regionais, música etc., considerando campanhas do tipo de “Coma Local”).
	O capítulo apresenta análises e maneiras de aplicar o desenvolvimento das cadeias de valor. Os autores afirmam que o objetivo principal de cadeias de valor é otimizar todo o fluxo de um produto, da sua origem até o consumidor, procurando gargalos dentro dessa cadeia, melhorando a relação entre os atores para habilitar os produtores a atenderem padrões e requisitos do mercado. Ele deve ser entendido como uma ferramenta que estimula o crescimento econômico, ajudando assim, a elevar o lucro das pessoas em desvantagem econômicas e pequenos produtores. Como exemplo disso, é citado que os produtores que interligam a produção do alimento ao seu processamento e comercialização podem aumentar o retorno oferecido a esses produtos. Entretanto, o livro deixa claro que é necessário entender os custos e riscos da implementação da integração vertical por meio de cadeias de valor. Para tal, requer-se recursos e talentos: inovação tecnológica; acesso a financiamento; recursos humanos mais capacitados e estruturas organizacionais, desse modo, os produtores precisariam atender tais necessidades para garantir o sucesso dentro da cadeia de valor. O texto mostra que, em suma, tais cadeias deveriam focar na facilitação do desenvolvimento de empresas, incluindo os pequenos produtores e microempreendedores, melhorando a produtividade e acessando novos mercados, gerando então agregação de valores e melhorando alianças com outros atores.
	Os autores Yves Cabannes, Gordon Prain e Pay Drechselfazem uma análise minuciosa e muito importante a respeito de um artigo do livro em questão, tratando do impacto da agricultura urbana, trazendo um texto em forma de apêndice. É apontado que, diferentemente do texto criticado, os autores consideram a substituições de despesas algo coerente e que precisa ser frisado, na medida que favorece o auto provimento de alimentos, mostrando que a AU pode trazer melhorias na saúde dos pobres urbanos, por permitir uma alimentação de maior qualidade para essas pessoas. Além disso, é essencial entender que as AU corroboram na manutenção e segurança dos espaços abertos urbanos e na criação de empregos, criando assim postos de trabalho para uma ampla variedade de atores nas diferentes etapas da cadeia de valor. Outrossim, é mencionado também que a agricultura urbana afeta positivamente os pobres e seu ambiente, entre outros fatores, a produção de insumos e o agroprocessamento, que agregam valor às colheitas ou animais produzidos. Com isso em vista, os autores incentivam o desenvolver da AU, pois ela permite um desenvolvimento social justo, promovendo uma distribuição mais equitativa do valor gerado para os produtores pobres urbanos.
	Além disso, o texto ilustra que embora o desenvolvimento da cadeia de valor possa oferecer aos produtores possibilidade de acessar novos mercados e agregar valor a seus produtos, as cadeias, sobretudo as globais, muitas vezes excluem os produtores mais vulneráveis. Tais produtores não tem capacidade de atender a demanda de padronização e outros requisitos exigidos, além de alguns só conseguirem se beneficiar marginalmente devido à distribuição totalmente desigual de poder, que são controlados majoritariamente pelos principais processadores ou supermercados. Isso gera o problema da exclusão dos atores produtores dessa cadeia de valor, em que o texto apresenta como contraproposta a inclusão desses atores para contribuírem ativamente no planejamento, condução e cooperação do processo. Os autores definem a governança da cadeia como a determinante das condições das atividades desenvolvidas, isto é, participação dos produtores na gestão dos processos, definição dos padrões de qualidade, definição dos alvos consumidores, gestão da inovação etc. “Aumentar a organização, criando cooperativas, é um meio viável para os pequenos produtores fortalecerem sua voz e posições [...]”. O livro finaliza esse ponto mostrando mais uma vez o importante impacto potencial que as cadeias de valor têm na redução da pobreza, que gera uma renda absoluta mais alta para os produtores pobres.
	O livro entra em um novo tópico, que é o de exemplificar os processos de desenvolvimento das cadeias de valor. Ele mostra que existem basicamente três abordagens para seu desenvolver.
	Ao agregar valor no produto por meio do processamento, o desenvolver é focado na evolução e melhoramento funcional, promovendo uma maior integração vertical. Um exemplo disso é o programa brasileiro PROVE, que visa melhorar a produção, a comercialização e o processamento da pequena produção agrícola, por meio de horticultura, fruticultura e criação de animais. Esse programa, durante um curto período de anos, gerou mais de 700 postos de trabalho, aumentando a renda mensal per capita das famílias de 25 para 100 dólares. A atuação desse programa foi baseada na orientação do produto, melhorando o valor do que já era previamente produzido pela família, para isso ele baseou-se basicamente na intervenção governamental para aliviar as limitações dificultantes para o produtor:
· Apoio insuficiente (ou inadequado) dos serviços públicos;
· Acesso insuficiente aos recursos produtivos e insegurança quanto à posse da terra;
· Acesso insuficiente a financiamento;
· Baixo nível de organização dos produtores urbanos;
· Baixa produtividade de lucratividade insatisfatória;
· Baixo nível de planejamento do negócio e da comercialização;
· Pouca informação.
Já na produção focada em nichos do mercado, é utilizado como exemplo o programa da Fundação RUAF, “da semente até a mesa”, que visa melhorar a capacidade dos produtores urbanos, inovando seus sistemas agrícolas baseado na escolha de um produto “mais promissor”. Para tal, ela visa fortalecer grupos de agricultores para agregar valor a seus produtos de formas simples nas embalagens, identificações, processamento e comercialização direta, além de focar a produção em nichos do mercado (como é o caso do orgânico/ecológico, supermercados ou indústria turística). Reduzindo os custos de produção, a RUAF visa as trocas como aprendizado prático e melhoria das relações com outros atores da cadeia. Para essa abordagem ter sucesso, é primordial o aprendizado dos produtores em um melhor atendimento da demanda do mercado e dos consumidores, quanto a variedade, segurança de entrega e qualidade).
Outra abordagem entende que intervir em outras partes da cadeia de valor passa a ser um fator crucial para o desenvolvimento do mercado, pois, para tal prática, deve-se escolher uma cadeia específica, olhar todos seus aspectos para então, decidir onde ela precisa ser fortalecida. Os autores mostram que essa análise geralmente desdobra na visualização que o maior impacto pró-pobre dá-se em trabalhar como processador ou negociante, e não necessariamente no segmento da produção. Essa análise colabora para o melhor entendimento quanto aos benefícios e ganhos e como estão distribuídos entre eles, tendo como objetivo melhorar a organização e coordenação dos atores beneficiando um ator em particular, elevando o nível de renda e emprego, melhorando a governança ou reduzindo a pobreza. Como resultado, deve-se haver a criação de um contrato vertical, em que os produtores assinem um contrato de longo prazo com os compradores, com favorecimento mútuo, gerando um melhoramento de produto, melhoramento de processo ou em um melhoramento intercadeias.
Concomitantemente, o livro demonstra que o grau de organização dos produtores agrícolas urbano é muito baixo e pouco eficaz, dificultando o desenvolvimento, limitando a capacidade de negociação com as autoridades locais e fornecedores. Além de agregar valor a seus produtos primários, gerando maior despesa a esse produtor. Os autores reforçam que uma organização efetiva de produtores pode desempenhar papéis essenciais nas cadeias de valor, intermediando produtores entre si e entre outros atores. Com uma organização concreta e bem estruturada é possível dividir várias funções como a de compras coletivas, controle da qualidade, bem como oferecer capacitação técnica de comercialização, orientação e treinamento aos membros. Dessarte, implementando um melhor gerenciamento permitirá melhorar as chances de sucesso para os projetos desenvolvidos pelos próprios produtores. É mencionado também que recursos financeiros muito provavelmente serão necessários para a implementação de uma boa prática conjunta de produtores, pela necessidade de apoio no fortalecimento organizacional e a capacitação da organização para seus membros.
Para o desenvolvimento sadio e planejado de cadeias de valor na agricultura urbana, é necessário a criação de políticas facilitadoras, para gerar mais renda a famílias pobres e de classe média urbana, tendo em vista que a quantidade de empregos gerados é substancial. As necessidades de apoio são baseadas em melhorias de vários âmbitos, tais como: processamento, qualidade, organização, comercialização, acesso a capital, créditos, cooperação dos produtores, novos canais de distribuição e informações sobre os mercados. Para tal, os autores citam órgãos que podem promover mudanças nesses aspectos, citando-as de acordo com cada organização. Programas municipais devem aumentar a participação de instituições urbanas dos produtores, bem como as prefeituras devem ajustar a legislação a melhorar o acesso a capital para os pobres, abrindo novas possibilidades de comercialização. As organizações internacionais (prefeituras também) podem encorajar as instituições de crédito já existentes a desenvolverem meios especiais de crédito para o agricultor urbano, gerandoum fundo de garantia.
	Por conseguinte, deve haver um chamado “princípio de corresponsabilidade” envolvendo o governo, empreendedores e o setor privado. Contribuindo com subsídios e fundos de garantia, diminuindo valores de dívidas e, finalmente, gerando linhas de crédito, respectivamente. Entretanto, também é papel da prefeitura, junto a organizações locais ajudarem o desenvolvimento desses pequenos produtores, oferecendo acesso aos mercados existentes, apoiando estabelecimentos de “selos verdes”, oferecendo licenças provisórias e subsídios com redução de impostos, oferecer informações tempestivas sobre o mercado, além da elaboração de normas que exijam que parte da produção de alimentos locais sejam destinados a merenda escolar da região, como acontece em boa parte do território nacional com a agricultura familiar. Dessa forma, é possível constituir um alicerce para a melhoria do acesso ao capital para as pessoas mais pobres.
É sabido que um dos aspectos cruciais para o início e desenvolvimento de um negócio é a possibilidade de financiamento. Na agricultura urbana por exemplo, os produtores necessitam de capital de giro para investirem em insumos e equipamentos. Os negociantes precisam de recursos para pagar os produtores. Os processadores precisam de capital para expandir suas operações e comprar insumos. Entretanto, no caso da AU, o crédito e outras formas de financiamento não são disponibilizados facilmente dentro das normas bancárias, pelo fato dos provedores desses serviços não conhecerem plenamente o funcionamento do setor, eles veem normalmente como uma ação muito arriscada e acabam não cedendo créditos e outros subsídios para os produtores pobres urbanos, com isso, houve o advento esquemas autogeridos. Os autores citam o exemplo da AGRUPAR, que por meio de uma “sociedade dos agricultores urbanos” criaram um sistema de microcrédito adaptados para as necessidades dos agricultores urbanos, oferecendo um impulso inicial em seus trabalhos profissionais.
Essas formas de microcrédito podem colaborar com sociedades de produtores, auxiliando-os com pequenos empréstimos, enquanto essa empresa processadora é fornecida com empréstimo por bancos. Um exemplo citado no texto é o financiamento de cadeia de valor que está sendo realizado em Bulawayo (Zimbábue), em que em um sistema de produção de cogumelos está sendo financiado por um consórcio de supermercados e restaurantes, em que o dinheiro investido vai para um banco que age como moderador, administrando o empréstimo em nome do consórcio. Para isso, os produtores devem vender metade da produção dos cogumelos para esse consórcio e o resto para outros compradores. Esse dinheiro aplicado só pode ser destinado em insumos e infraestrutura, com o banco providenciando treinamento para os produtores, sem custos para as técnicas básicas de contabilidade e gestão.
	Por fim, o livro explica que existem limites no desenvolvimento da cadeia de valor. Esse método de mercado é beneficial para os produtores e administradores das cidades, entretanto, tais produtores necessitam de apoio para desenvolver os projetos para o andamento da cadeia, focando em inovações na produção, na comercialização dos produtos em questão e em seu processamento. Nisso, para tais objetivos serem alcançados, os produtores precisam atender alguns critérios: orientação para o mercado, em que esse grupo de pessoas já deve estar comercializando seus excedentes de produção; homogeneidade dos produtos, na qual os produtores a serem apoiados devem desempenhar trabalho em sistemas similares (todos de hortaliças, por exemplo) e trabalhar em similares condições; proximidade, de preferência os produtores devem estar agrupados em regiões próximas para facilitar o contato entre si; organização, esses atores devem já estarem participando de alguma associação, mesmo que em estágio inicial; e adequação, em que o desenvolvimento de cadeias de valor não pode ser aplicado para o produtor de subsistência ou produtores comunitários. Diante da leitura, faz-se muito mais claro o rumo que devemos tomar em se tratando de agricultura urbana, e como aplicar na prática as cadeias de valor em todas suas nuances.

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