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Lei de execuções penais LEP

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Lei de execuções penais – LEP
APRESENTAÇÃO
A aplicação da pena é decorrência de uma condenação em virtude do cometimento de um delito. 
Contudo, para que seja efetiva, a pena deve ser cumprida de maneira justa, considerando os 
princípios vigentes no ordenamento jurídico e preservando os direitos essenciais do indivíduo, 
ainda que condenado. Nesse contexto, surge a Lei de Execução Penal (LEP), cuja importância 
está na dedicação em regular aspectos fundamentais para a efetividade das penas e, 
consequentemente, para o funcionamento de todo o sistema penal brasileiro. Destaca-se, nesse 
sentido, o princípio da humanidade, que, adotado pela Constituição Federal, atinge diretamente 
o Direito de Execução Penal e serve de diretriz para a sua aplicação. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você lerá sobre os fundamentos da LEP, os seus principais 
instrumentos e o posicionamento dos tribunais brasileiros sobre o tema. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer a importância da Lei de Execução Penal no sistema penal brasileiro.•
Explorar os principais instrumentos da Lei de Execução Penal.•
Analisar decisões judiciais acerca da aplicação da Lei de Execução Penal.•
INFOGRÁFICO
A Lei de Execução Penal apresenta vários instrumentos visando ao atendimento dos seus 
objetivos de fazer cumprir a sentença condenatória de maneira que o preso possa ser reintegrado 
à sociedade, garantindo os seus direitos básicos. 
No Infográfico a seguir, você vai ver os principais instrumentos trazidos pela Lei n.º 7.210/84, 
assim como as suas caracteríticas mais importantes.
CONTEÚDO DO LIVRO
A Lei de Execução Penal (LEP) percorreu um longo trajeto legislativo até que fosse publicada e 
entrasse em vigor. Do primeiro projeto até a versão original, de 1984, foram 50 anos de estudos 
e propostas que atendessem a finalidade a qual a referida lei se destina: assegurar a efetividade 
das disposições da sentença condenatória e proporcionar a reintegração social do condenado.
No capítulo Lei de Execuções Penais, da obra Direito Penal II, base teórica desta Unidade de 
Aprendizagem, você vai compreender a importância da LEP, seus principais aspectos e sua 
retrospectiva histórica.
Boa leitura. 
DIREITO 
PENAL II
Cinthia Louzada 
Ferreira 
Giacomelli
 
Lei de Execução Penal
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer a importância da Lei de Execução Penal no sistema penal 
brasileiro.
  Explorar os principais instrumentos da Lei de Execução Penal.
  Analisar decisões judiciais acerca da aplicação da Lei de Execução Penal.
Introdução
A aplicação da pena é decorrência de uma condenação em virtude do 
cometimento de um delito. Contudo, para que seja efetiva, a pena deve 
ser cumprida de maneira justa, considerando os princípios vigentes no 
ordenamento jurídico e preservando os direitos essenciais do indivíduo, 
ainda que condenado.
Nesse contexto, surge a Lei de Execução Penal (LEP), cuja importância 
está na dedicação em regular aspectos fundamentais para a efetividade 
das penas e, consequentemente, para o funcionamento de todo o sistema 
penal brasileiro. Destaca-se, nesse sentido, o princípio da humanidade, 
que, adotado pela Constituição Federal, atinge diretamente o Direito de 
Execução Penal e serve de diretriz para a sua aplicação.
Neste capítulo, você vai ler sobre os fundamentos da LEP, os seus 
principais instrumentos e o posicionamento dos tribunais brasileiros 
sobre o tema.
Importância da Lei de Execução Penal
A Lei nº. 7.210, de 11 de julho de 1984, institui a execução penal, que, nos 
termos no art. 1º, defi ne: “Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar 
as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para 
a harmônica integração social do condenado e do internado” (BRASIL, 1984, 
documento on-line).
Antes que fosse estabelecida no sistema jurídico penal brasileiro, surgiram 
diversas tentativas de codificação nesse sentido. Em 1933, houve o projeto 
do Código Penitenciário da República, que acabou obsoleto, tendo em vista 
a publicação do Código Penal de 1940, do qual era bastante discrepante. 
Contudo, para Mirabete e Fabbrini (2007, p. 23):
[...] desde tal época, a necessidade de uma LEP em nosso ordenamento jurí-
dico foi posta em relevo pela doutrina, por não constituírem o Código Penal 
e o Código de Processo Penal lugares adequados para um regulamento da 
execução das penas e medidas privativas de liberdade.
Até 1984, quando publicada a LEP que conhecemos atualmente, muitos 
foram os projetos que pretendiam estabelecer regras para a execução das penas 
no Brasil. Hoje reconhecido como um ramo autônomo do Direito, o Direito de 
Execução Penal possui princípios próprios, mas sem desvincular-se do Direito 
Penal e do Direito Processual Penal. 
A importância da LEP reside, portanto, na dedicação em regular aspectos 
fundamentais para a efetividade das penas e, consequentemente, para o 
funcionamento de todo o sistema penal brasileiro. Destacamos, nesse sentido, 
o princípio da humanidade, que, adotado pela Constituição Federal, atinge 
diretamente o Direito de Execução Penal e serve de diretriz para a sua aplicação.
Assim prevê o art. 3º da LEP: “Art. 3º Ao condenado e ao internado serão 
assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei. Parágrafo 
único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou 
política” (BRASIL, 1984, documento on-line). Nesse sentido, também prevê 
o art. 40 da referida legislação: “Art. 40 Impõe-se a todas as autoridades o 
respeito à integridade física e moral dos condenados e dos presos provisórios” 
(BRASIL, 1984, documento on-line).
Podemos afirmar, portanto, que a LEP objetiva a garantia do cumprimento 
da pena, a fim de efetivar a sanção imposta pelo Estado para aqueles que 
desrespeitam a harmonia e a segurança social, além de promover a ressociali-
zação do condenado e prepará-lo para o retorno ao convívio com a sociedade.
O objetivo principal da LEP é efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e 
proporciona condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.
Lei de Execução Penal2
Quando se tratar de preso não condenado em definitivo, haverá a incidência 
da LEP? A resposta é sim. Aqueles detidos provisoriamente — como em prisão 
privativa ou prisão temporária, antes do trânsito em julgado da sentença con-
denatória — devem ser submetidos às mesmas regras que regem a execução 
penal. Assim prevê o parágrafo único do art. 2º da Lei nº. 7.210/1984:
Art. 2º [...]
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao 
condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabeleci-
mento sujeito à jurisdição ordinária (BRASIL, 1984, documento on-line).
Assim, a esses indivíduos são asseguradas as suas integridades física e 
moral, bem como os mesmos direitos que o condenado definitivo, como ali-
mentação, vestuário, auxílio médico, assistência jurídica, entre outros. Nucci 
(2013, p. 1.023) ressalta que “[...] outros enfoques, decorrentes do previsto neste 
artigo, foram surgindo com o tempo, incorporados pela jurisprudência”. Um 
exemplo é a possibilidade de o preso provisório trabalhar, acumulando tempo 
para desconto na pena decorrente de eventual condenação.
Principais instrumentos
Os principais instrumentos de proteção dos direitos do preso trazidos pela 
LEP são: 
  possibilidade de trabalho; 
  autorizações de saída; 
  remição da pena; 
  livramento condicional;
  suspensão condicional da pena.
Observaremos a seguir os principais aspectos de cada um.
Trabalho interno e trabalho externo
De acordo com o art. 31 e seguintes da LEP, o preso está obrigado a trabalhar. 
Trata-se da atenção à função ressocializadora da prisão, de forma que a ativi-
dade desempenhada pelo preso poderá ser dentro ou fora do estabelecimentoprisional. O trabalho do preso deve ser obrigatoriamente remunerado, não 
3Lei de Execução Penal
podendo o valor ser inferior a três quartos do salário-mínimo. Contudo, as 
atividades laborais desempenhadas por ele não são regidas pela Consolidação 
das Leis do Trabalho (CLT): não incide décimo terceiro salário ou gozo de 
férias. Isso não signifi ca, contudo, que o preso não tenha direito a condições 
dignas de trabalho, como qualquer outro trabalhador.
O trabalho pode ser externo ou interno. O trabalho interno é realizado no próprio 
estabelecimento prisional e será atribuído ao preso, considerando suas aptidões e 
capacidade. Já o trabalho externo é aquele realizado fora da prisão, no entanto, somente 
poderá ocorrer em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração 
Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga 
e em favor da disciplina. Porém, trata-se de hipótese excepcional. 
Autorizações de saída
Podem ser concedidas ao condenado as chamadas autorizações de saída, das 
quais são espécies a permissão de saída e a saída temporária.
A permissão de saída permite que o condenado saia do estabelecimento, 
mediante escolta, nas situações previstas pelo art. 120 da LEP (BRASIL, 1984): 
  falecimento ou doença grave de cônjuge, companheiro(a), ascendente, 
descendente ou irmão(ã);
  necessidade de tratamento médico.
A permissão de saída deve ser deferida pelo diretor do estabelecimento 
prisional.
 Já a saída temporária é regulamentada pelo art. 122 da LEP e poderá ser 
concedida para presos do regime semiaberto com a finalidade de (BRASIL, 
1984): 
  visita à família; 
  frequência a curso de ensino técnico ou superior;
  participação em atividades que contribuam para a ressocialização. 
Lei de Execução Penal4
Nos termos dos arts. 123 e 124 da LEP:
Art. 123 A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da execução, 
ouvidos o Ministério Público e a administração penitenciária e dependerá da 
satisfação dos seguintes requisitos: 
I — comportamento adequado;
 II — cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for 
primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente; 
III — compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.
Art. 124 A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, 
podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano (BRASIL, 
1984, documento on-line).
Não podemos confundir as autorizações de saída com o indulto: o indulto é o perdão 
ou redução da pena, concedido pelo Presidente da República, de acordo com requisitos 
estabelecidos pela legislação. No Brasil, geralmente o indulto é concedido no Natal.
Remição da pena
A remição da pena se refere ao direito do preso de, por meio do trabalho ou do 
estudo, reduzir a pena a ele imposta. É regulamentada pelos arts. 126 a 130 da LEP. 
A remição por meio do trabalho está prevista na LEP, garantindo um dia de 
pena a menos a cada três dias de trabalho, caracterizando-se como um direito 
de quem cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto. Já a remição por 
meio do estudo, de acordo com a legislação em vigor, permite que o condenado 
que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto possa remir um dia de 
pena a cada 12 horas de frequência escolar, caracterizada por atividade de 
ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, superior ou ainda 
de requalificação profissional. 
Livramento e suspensão condicional
Previstos na LEP, o livramento condicional e a suspensão condicional da pena, 
também conhecida como sursis, são instrumentos que não podem ser confundidos.
5Lei de Execução Penal
Por livramento condicional, entendemos a antecipação da liberdade, que ocorre de 
maneira gradual, com o objetivo de reintegrar o condenado à sociedade, mediante 
condições específicas impostas ao indivíduo que já cumpriu parte da pena a ele 
atribuída. Já a suspensão condicional da pena refere-se à suspensão parcial da execução 
de pena privativa de liberdade não superior a dois anos, pelo período de dois a quatros 
anos, desde que observados os requisitos impostos pelo art. 156 e seguintes da LEP.
Jurisprudência
O art. 1º da LEP prevê que o cumprimento da pena não objetiva apenas a efeti-
vidade da sentença proferida contra o indivíduo, mas também deve proporcionar 
condições para a sua ressocialização. E uma dessas condições é o trabalho.
Garantir o acesso do condenado ao trabalho, segundo a LEP, é um dever 
social e condição de dignidade humana. Além disso, devemos considerar que 
o condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá 
remir parte do tempo de sua execução. Nesse sentido, foi o entendimento 
do Superior Tribunal de Justiça (STJ), diante do caso de um juiz da vara de 
execuções criminais, que decretou a perda de dias remidos de um preso, em 
razão de ter se recusado, injustificadamente, a trabalhar no presídio.
Assim dispõe a decisão (Habeas Corpus [HC] 262.989): 
[...] constitui falta disciplinar de natureza grave a recusa injustificada à exe-
cução do trabalho, tarefas e ordens recebidas no estabelecimento prisional. 
Ainda, determina o art. 31 da LEP a obrigatoriedade do trabalho ao apenado 
condenado à pena privativa de liberdade, na medida de suas aptidões e capa-
cidades. A pena de trabalho forçado, vedada constitucionalmente no art. 5º, 
inciso XLVIII, alínea “c”, da Constituição Federal, não se confunde com o 
dever de trabalho imposto ao apenado, consubstanciado no art. 39, inciso V, 
da LEP, ante o disposto no art. 6º, 3, da Convenção Americana de Direitos 
Humanos (BRASIL, 2015, documento on-line).
Com relação às saídas temporárias, a jurisprudência majoritária defende a 
necessidade de atendimento de todos os requisitos previstos pelo art. 123 da 
LEP. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal entendeu (HC 102773/RJ) que 
o fato de o condenado cumprir a pena sob regime semiaberto não autoriza a 
saída temporária de maneira automática. Assim dispõe o julgado: 
Lei de Execução Penal6
[...] o fato de o paciente ter sido beneficiado com a progressão de regime 
para o semiaberto não obriga a concessão do benefício de visita à família. 
Cumpre ao juízo das execuções criminais avaliar em cada caso a pertinência 
e razoabilidade da pretensão, observando os requisitos subjetivos e objetivos 
do paciente (BRASIL, 2010, documento on-line).
Quanto à remição da pena, os dias de trabalho e os dias de estudo pelo 
condenado poderão ser abatidos da pena que lhe foi atribuída, diminuindo o 
período de recolhimento ao estabelecimento prisional. No entanto, cumpre 
esclarecer que tais dias poderão ser desconsiderados se o apenado incorrer 
em falta grave, nos termos do art. 127 da LEP: “Art. 127. Em caso de falta 
grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado 
o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração 
disciplinar” (BRASIL, 1984, documento on-line).
A revogação da remição limitada a um terço do tempo cumprido pelo 
preso trata-se de uma alteração legislativa de 2011, pois, na redação original 
do dispositivo, todo o tempo remido poderia ser desconsiderado, se verificada 
a ocorrência de falta grave.
Nesse sentido, o STJ entende (HC 248.232/RJ) que:
[...] o art. 127 da Lei de Execução Penal (LEP) com a nova redação dada 
pela Lei nº 12.433/2011, confere ao juízo da execução certa margem de 
discricionariedade para determinar a perda dos dias remidos, no patamar 
que entender cabível, observados os parâmetros dispostos no art. 57 do 
mesmo estatuto, expondo, sempre, as razões de sua decisão (BRASIL, 
2014, documento on-line).
Assim, podemos afirmar que esse entendimento objetiva evitar a automa-
ticidade da perda dos dias remidos em um terço. Dessa forma, o juiz deverá 
fundamentar detalhadamente a sua opção, atendendo ao princípio da indivi-
dualização da pena, de acordo com:
  natureza do fato;
  motivos do fato;
  circunstâncias do fato;
  consequências do fato;
  pessoa do faltoso;
  seu tempo deprisão.
7Lei de Execução Penal
O princípio da individualização da pena incide também no Direito de Execução Penal 
e prevê que, para cada agente criminoso, deve ser estabelecida uma pena exata e 
merecida, evitando-se a pena padrão.
BRASIL. Lei nº. 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Diário 
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13 jul. 1984. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7210.htm>. Acesso em: 26 ago. 2018.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Habeas Corpus nº. 277.224/RS. 5ª Turma. Relator: 
Min. Newton Trisotto. Julgado em: 14 out. 2014. Disponível em: <https://ww2.stj.jus.
br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=1353757&
num_registro=201303079764&data=20141014&formato=PDF>. Acesso em: 26 ago. 2018.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Habeas corpus substitutivo de recurso especial. 
Execução penal — HC 264.989/SP. Relator: Ministro Ericson Maranho. DJe, Brasília, 19 
ago. 2015. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/
detalhes/9457fc28ceb408103e13533e4a5b6bd1>. Acesso em: 30 ago. 2018.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Habeas Corpus nº. 102.773/RJ. 2ª Turma. Relatora: 
Min. Ellen Gracie. Julgado em: 22 jun. 2010. Disponível em: <http://redir.stf.jus.br/
paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=613021>. Acesso em: 26 ago. 2018.
MIRABETE J. F.; FABBRINI, R. N. Execução penal. São Paulo: Atlas, 2007.
NUCCI, G. S. Manual de processo penal e execução penal. São Paulo: Revista dos Tribu-
nais, 2013.
Leituras recomendadas
MIRABETE J. F.; FABBRINI, R. N. Manual de Direito Penal. São Paulo: Atlas, 2014.
NUCCI, G. S. Manual de Direito Penal: parte geral e parte especial. São Paulo: Revista 
dos Tribunais, 2009.
Lei de Execução Penal8
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
A remição de pena é permitida pela Lei de Execução Penal por meio do trabalho e do estudo. 
Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça emitiu a Recomendação n.° 44, incentivando a 
remição da pena por meio da leitura. Essa inovação já está implantada em alguns presídios 
brasileiros, apresentando resultados satisfatórios.
Na Dica do Professor a seguir, você vai poder ver os principais aspectos da remição de pena por 
leitura, e como esta pode ser viabilizada no sistema prisional.
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EXERCÍCIOS
1) Sobre a Lei de Execução Penal, é correto afirmar que:
A) é uma importante legislação, pois permite a cassação de todos os direitos do preso, 
garantindo que a prisão promoverá a sua ressocialização.
B) os direitos do preso são garantidos por meio dessa legislação, permitindo a distinção de 
natureza, tanto social quanto política.
C) ela trata do Direito de Execução Penal, que não é um ramo autônomo do Direito, 
vinculando-se somente ao Direito Penal.
D) é aplicada também aos presos provisórios e temporários, incidindo sobre eles os mesmos 
direitos conferidos aos que cumprem pena definitiva.
E) o único princípio excluído da Lei de Execução Penal é o princípio da humanidade, tendo 
em vista que trata apenas da execução da sentença condenatória.
Considere as seguintes afirmações sobre o trabalho do preso e assinale a alternativa 2) 
correta.
A) Preferencialmente, o trabalho do preso deve ocorrer fora do estabelecimento prisional.
B) As atividades laborais desempenhadas pelo preso fora do estabelecimento prisional devem 
ser uma medida excepcional.
C) Em atenção ao princípio da humanidade, o trabalho do preso é regulamentado pela 
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
D) O trabalho interno do preso deve ser obrigatoriamente remunerado; o trabalho externo, 
não.
E) O trabalho deve ser atribuído ao preso independentemente das suas aptidões e capacidades.
3) Qual das alternativas a seguir indica um requisito para a permissão de saída do preso 
do estabelecimento prisional?
A) A pena deve ser cumprida em regime fechado.
B) O preso deve ter um comportamento adequado.
C) Depois de cumprir 1/6 da pena, caso o condenado seja réu primário.
D) Se o condenado for reincidente, deve ter sido cumprido 1/4 da pena.
E) A saída deve ser compatível com os objetivos da pena.
A possibilidade de antecipação da liberdade, a qual deve ocorrer de maneira gradual, 
com o objetivo de reintegrar o preso à sociedade, mediante condições específicas, dá-
4) 
se o nome de:
A) suspensão condicional da pena.
B) suspensão condicional do processo.
C) sursis.
D) livramento condicional.
E) liberdade condicionada.
5) Sobre a revogação da remição da pena, qual é o entendimento do Superior Tribunal 
de Justiça?
A) A revogação da remição da pena deve ser de 1/3 em caso da falta grave cometida pelo 
preso.
B) É vedada a revogação da remição da pena, ainda que cometida falta grave.
C) Caberá ao juiz da execução penal estabelecer o quanto da remição será revogada em caso 
de falta grave.
D) Por se tratar de uma previsão legal expressa, a revogação da remição da pena não 
prescinde de fundamentação.
E) Somente poderão ser revogados, em caso de falta grave, os dias remidos em virtude de 
estudo.
NA PRÁTICA
O trabalho do preso é uma das garantias regulamentadas pela Lei de Execução Penal (LEP), de 
forma que prioriza-se o trabalho desenvolvido pelo condenado no próprio estabelecimento 
prisional, considerando suas aptidões e capacidades. O trabalho deve ser obrigatoriamente 
remunerado e as atividades desempenhadas não são regidas pela Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT), ou seja, não há incidência de 13.º salário e direito a férias.
Veja o caso a seguir.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Remição de pena
O seguinte vídeo fala sobre a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o qual reconhece a 
remição de pena por trabalho exercido durante o período em que o detento esteve preso em casa.
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