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Empreendedorismo - Unidade 2 Site: FACULDADE QI BRASIL Curso: [20/11/2020] EMPREENDEDORISMO Livro: Empreendedorismo - Unidade 2 Impresso por: Sabrina Steiner Ferreira Data: sexta, 27 Nov 2020, 13:16 https://distancia.qi.edu.br/ Sumário Apresentação Introdução Origens no Brasil Início difícil Reflexos do passado no nosso presente e futuro Conexão do Empreendedorismo e Sociedade Empreendedorismo na Sociedade – Um Estado de Espírito Ética Empreendedora A ética nas organizações Ética e moral: Nós, o nosso negócio e os outros Empreendedorismo e Mercado de Trabalho Intraempreendedor, um visionário O “espírito empreendedor” O trabalhar-gerente OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS Referências Apresentação Esta Unidade Curricular está dividida em quatro partes: as duas primeiras falaremos de Empreendedorismo na Sociedade e Ética Empreendedora e nas demais oportunidades de negócio e, empreendedorismo e mercado de trabalho, nesta ordem. Inicialmente trataremos da constituição da sociedade brasileira, alguns motivos pelos quais a atividade empreendedora foi tardia neste pais, consequências por sermos à época colônia, sob o governo de mandatários com interesses sociais escusos. O perfil do trabalhador, o escravo e o pequeno comerciante. Você também irá receber orientações sobre empreendedorismo na sociedade, ética nos negócios e muito mais. Agora que você iniciou e conheceu a estrutura do trabalho final da unidade, vamos seguir dando dicas valiosas. Introdução No conteúdo anterior vimos que o termo Empreendedorismo se origina do francês "entrepreneur" – O intermediário que a partir do século XVIII era utilizado para designar o indivíduo que participava ativo nos negócios, diz a história que até incentivava brigas para intermediar apostas. Os quadros a seguir mostram alguns percussores do pensamento empreendedor, na maioria de vertente comercial, escolhidos pelo seu professor. Richard Cantillon (1680 – maio de 1734) foi um economista franco-irlandês e autor de Essai sur la Nature du Commerce en Général (Ensaio sobre a Natureza do Comércio em Geral), um livro como o "berço da economia política". Fonte: http://fundamentalglobal.com Jean-Baptiste Say (1767 a novembro de 1832), economista Francês, formulador da teoria que leva seu nome – Lei de Say, segundo a qual “a oferta cria sua própria demanda”. Fonte: http://commons.wikimedia.org A partir do século XVIII, os economistas Cantillon e Jean-Baptiste Say, passaram a denominar aquele que identificava oportunidades de negócios, como Empreendedor, mais audacioso que inovava e que era agente de mudanças. O austríaco Joseph A. Schumpeter, na década de 1930, também apoiava esta linha de conceituação. Paralelamente, haviam aqueles autores que procuravam conceituar, mais baseados nos comportamentos dos que nas ações decorrentes, como o primeiro grupo citado. Neste segundo grupamento, encontram-se Max Weber, por volta de 1900, e mais recentemente, em 1961, David MacClelland, que procuraram estudar os comportamentos daqueles que praticam o Empreendedorismo. A partir destas duas correntes, Martins (2017) define a maioria dos autores modernos tem estabelecido suas definições do que vem a ser Empreendedorismo e Empreendedor. Joseph Schumpeter (1883 a janeiro de 1950). É considerado um dos mais importantes economistas da primeira metade do século XX, e foi um dos primeiros a considerar as inovações tecnológicas como motor do desenvolvimento capitalista. Fonte: www.quora.com Max Weber (1864 a junho de 1920). É considerado um dos fundadores do estudo moderno da sociologia, mas sua influência também pode ser sentida na economia, na filosofia, no direito, na ciência política e na administração. Fonte: http://sociologylegacy.pbworks.com, foto do site David Mac Clelland (1917 a março de 1998) Psicólogo Norte-americano, com destaque para os trabalhos sobre as motivações humanas e sua teoria sobre as motivações para a realização de projetos. Mac Clelland acredita em três teorias, a necessidade de realização, necessidade de poder e necessidade de associação. Fonte: Blog Motivação e psicose, foto do site. Origens no Brasil Uma base produtiva assentada na grande propriedade fundiária, no trabalho escravo e nas fases econômicas monocultoras, gerou uma sociedade em que as classes e grupos sociais fossem extremamente desiguais. O Estado, no Brasil, foi praticamente uma transferência dos aparatos burocráticos portugueses, com sua ética patrimonialista. A economia, em suas diversas esferas, foi quase sempre, negócios de poucos (os grandes proprietários), pois os escravos, e, posteriormente, os trabalhadores livres e assalariados, pouco participaram como empreendedores[1]. Pois que a sociedade brasileira até o estabelecimento do trabalho livre e assalariado (com a abolição da escravatura), foi incapaz de oferecer um ambiente propício ao desenvolvimento das características dos agentes empreendedores. As relações entre o Estado e a sociedade, bem como entre o Estado e a esfera econômica, traz, preponderantemente, a ação do Estado como catalisador do progresso econômico. As conquistas burguesas – liberdade, igualdade e fraternidade – são, aqui, diferentes dos modelos clássicos de revoluções burguesas. O pequeno comerciante empreendedor apareceu bem depois no Brasil, mas ligado a proprietários rurais. Assim, essa camada social dita moderna e empreendedora para economia será conservadora e retrógrada nos aspectos políticos e sociais (Revista de Negócios, 2010). Nossa histórica, em seus cerca de 500 anos, não privilegiou a liberdade, seja econômica, social ou política. Ao empreendedor a liberdade é de suma importância. Da Colônia à Abolição, a estrutura social brasileira manteve-se praticamente inalterada. Uma constatação dura! [1] Jornal Estado de São Paulo, André Lara Rezende, dez,2013 Início difícil Leia a introdução do livro de Ramos e Morais, intitulado “Eles formaram o Brasil” na página 9 Após volte ao texto para aguçar seu espírito crítico. Fonte: educaja.com.br Embora o país tenha sido oficialmente descoberto no ano de 1500 e apenas alguns anos depois da descoberta da América por Colombo, as populações aqui instaladas diferem em muito daquelas do hemisfério norte. Lá, com um clima mais adverso, os índios se viam forçados a planejar o alimento e a sua proteção, desenvolvendo cultura de história oral, pictografias para calendários e eventos relevantes. Já aqui, em função das temperaturas mais amenas, não tiveram dificuldades para permanecer colhendo da terra durante as estações do ano e apenas fizeram uma cultura extrativista simples: pesca, plantação de mandioca e caça a pequenos animais. Comparado as populações do hemisfério norte, aqui sem dificuldades do clima, os nativos não tiveram a urgência de sobreviver, então se pode inferir que a dificuldade também providencia criatividade e evolução. Martins (2017 p.154 a 157), também faz referência as políticas de trabalho no Brasil. Fonte: Image Bank A imagem acima retrata escravos amarrados em grupo e conduzidos por uma cangalha. Agora acesse este endereço e preste atenção na narrativa sobre o período da história brasileira e os motivos pelos quais a questão dos escravos não ficou mais interessante aos grandes conglomerados comerciais da época. Narrativa: após continue sua leitura para melhor entender o processo que se dá neste período e tem reflexos ainda hoje. A ESCRAVIDÃO NO BRASIL E SUAS MARCASA ESCRAVIDÃO NO BRASIL E SUAS MARCAS https://www.youtube.com/watch?v=bdrLaShPy20 Reflexos do passado no nosso presente e futuro O processo de abolição da escravatura no Brasil foi gradual e começou com a Lei Eusébio de Queirós de 1850 (www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/lim581.htm), seguida pela Lei do Ventre Livre de 1871, a Lei dos Sexagenários de 1885 e finalizada pela Lei Áurea em 1888. Martins (2017 p.157) ressalta que “a senzala não acabou em 1888” e o prof. Roberto da Matta, antropólogo, no livro “O que faz o Brasil, Brasil”, costuma dizer que passados mais de 300 anos, ainda não tínhamosindivíduos capacitados, nem mão de obra com um mínimo de cultura para empreender; continuávamos com a estrutura social do colono, o burguês explorador de pequena nobreza e do escravo. Uma reprodução delapidada dos modelos burocráticos portugueses ou europeus. Marcas presentes na sociedade até hoje: dependência do mercado externo, a grande propriedade, poucos produtos competitivos, altas taxas e impostos, o subemprego e suas consequências; “grifo nosso”. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/lim581.htm Conexão do Empreendedorismo e Sociedade Inspiração Se você achou interessante a pesquisa sobre as raízes proletárias brasileiras e se questionou os motivos pelos quais integramos as leituras ao texto no empreendedorismo, fique calmo, pois já explicamos como foi criado o tecido social, agora vamos falar de que forma nossos empreendedores de hoje estão atuando e você caro estudante verá por que o empreendedorismo no Brasil não pode ser igual àquele estabelecido em outros países. Então minha gente, seguimos aqui as bases clássicas e vamos usar tudo o de melhor do povo brasileiro do século XXI para estabelecer um novo patamar. E nós somos muito criativos! Papo Reto em duas frases - Errar no papel é bem melhor do que errar na vida de empreendedor! Faça o plano. - Carmem Murara[1], nos conta que quando nos perguntamos como “transformar a sociedade por meio do empreendedorismo e da inovação e, assim, atingirmos a sustentabilidade social, ambiental e econômica, abrimos um leque de alternativas...”. Como transformar o mundo pelo empreendedorismo? Antigamente uma empresa imaginava um produto fazia alguns testes de produto, considerava bom e colocava em produção para depois pressionar o pessoal de vendas para empurrar nos clientes. Assista ao Vídeo: O vídeo fala do empreendedor pequeno que inicia o negócio e isto influencia o contexto social onde ele atua. No exemplo, o pequeno empreendedor leva alimento para vender num local mais perto dos consumidores, está facilitando a vida das pessoas e mudando, talvez, hábitos de consumo o que denota a importância do empreendedorismo na sociedade. Hoje identificamos problemas a serem resolvidos e fazemos testes com prováveis clientes deste produto ou serviço, o empreendedor aceita o risco, assim quando uma empresa identifica uma falta no mercado consumidor e cria meios para atender esta demanda, está praticando a transformação pelo empreendedorismo. A transformação de cada negócio aberto amplia o mercado e melhora a vida dos consumidores: o empresário e seus clientes participam. Desta forma, surge uma vertente do lado do empreendedor e quando as partes se juntam na relação, então tecnicamente estão a resolver problemas e dar soluções aos consumidores. Uma indústria leiteira se aproxima do pequeno produtor e o ajuda a aumentar a produtividade. Assim, está ampliando a dinâmica social, entregando técnicas mais modernas e aumentando o valor comum. Quando o conglomerado fabril investe na formação de jovens para futuro aproveitamento desta mão-de-obra mais preparada, está promove melhoria social. Conforme André Rezende da Prática Fornos – www.praticabr.com, quando sua organização promove o treinamento contínuo para retenção de pessoas, está praticando uma melhoria social. Quando aplica recursos na melhoria da comunidade onde está inserida e assim fica mais bem vista por futuros e atuais colaboradores e mesmo clientes, está praticando valor compartilhado. Da mesma forma quando aplica recursos em ações culturais que tenham relação com sua área de atuação. Todas estas iniciativas, entre muitas outras, criam valor para a empresa e para a sociedade. O abaixo vídeo apresenta o Sr. André Rezende comentando o valor da oportunidade e empreender na crise. O Papel do Empreendedor na Economia e na SociedadeO Papel do Empreendedor na Economia e na Sociedade http://distancia.qi.edu.br/mod/book/view.php?id=30526 https://www.youtube.com/watch?v=GEBVv0tzkXs Existem inúmeros empreendedores puramente sociais que merecem ter suas iniciativas fomentadas e apoiadas. Não há dúvida da importância do seu papel. Também as entidades que visam lucro, seja do tamanho que forem, desde um mercadinho de bairro a uma multinacional, podem e devem assumir um papel cada vez mais relevante neste quadro, e tornarem estas ações fontes de vantagem competitiva. [1] Carmem Murara, especialista em Comunicação e Branding, diretora da Be Your Brand As lições de quem já empreendeu na criseAs lições de quem já empreendeu na crise https://www.youtube.com/watch?v=Mt6o2lP03PI Empreendedorismo na Sociedade – Um Estado de Espírito No atual contexto de incertezas e desafios, o desenvolvimento e até mesmo a sobrevivência das organizações depende, em grande parte da formação e da capacitação de seus atores. Essa formação, que cada vez mais necessita permear todo o processo de vida das pessoas, está voltada não só para conhecimentos e habilidades, mas também busca a criatividade e a auto realização do indivíduo, o que expressa um dos aspectos fundamentais do empreendedorismo. Leia a reportagem da Revista Exame: https://exame.abril.com.br/pme/de-2-kombis-para-268-lojas-pelo-brasil-conheca-a-historia-da-ecoville/ Leonardo e Leandro tinham menos de 5 anos, mas até hoje lembram do que o pai, José Edmar Castelo, dizia para eles. Formado em engenharia e chefe de manutenção de uma grande empresa, ele enxergava para os filhos um futuro empreendedor. Estes dois irmãos se reinventaram para abrir o negócio. Ou seja, o empreendedorismo é, também, um estado de espírito que pode muito bem ser pensado como o espírito de iniciativa, de crítica e a vontade de vencer. O desenvolvimento de políticas e projetos como forma de resposta às demandas sócio, político e econômicas de uma sociedade, necessita de implementadores que tenham comportamento empreendedor. Isso é, atores com característica especial que, considerando a complexidade do cotidiano social e organizacional, sejam capazes de imaginar situações e cenários nos quais se criarão e implementarão projetos, bem como as alternativas para que os mesmos se organizem. Possibilitando, dessa forma, que, passo a passo, a realidade organizacional seja reconstruída para atender não só as demandas, mas as exigências por resultados e capacidade de gestão. Disseminar a cultura empreendedora na sociedade O empreendedorismo é um tema relevante e atual e ainda muito novo no campo acadêmico. A implementação de cursos voltados para o empreendedorismo justifica-se pela crescente conscientização e tomada de posição por parte das universidades, no sentido de proporcionar aos estudantes, competências que possibilitem não só a sua inserção no mundo do trabalho, como também a sua sobrevivência em uma sociedade altamente competitiva. Desenvolver o perfil empreendedor é capacitar o aluno para que crie, conduza e implemente o processo criativo de elaborar novos planos de vida, de trabalho, de estudo, de negócios, sendo, com isso, responsável pelo seu próprio desenvolvimento e o de sua Organização. Sob essa perspectiva, ao disseminar a cultura do empreendedorismo, está sendo criado um novo comportamento, individual e organizacional, e uma das questões daí advindas é como realizar essa formação? Como desenvolver uma competência empreendedora? A partir dos anos 1980, inicia-se institucionalmente no Brasil o ensino do empreendedorismo. Foi criada a disciplina Novos Negócios, no curso de Especialização em Administração para Graduados da Escola de Administração da Fundação Getúlio Vargas, sendo, em seguida, estendida para alunos de graduação (anais do EGEPE, 2001). A USP passa a oferecer a disciplina Criação de Empresas no Curso de Graduação em Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no Departamento de Ciência da Computação, cria a disciplina de Ensino de Criação de Empresas. A partir de 1990, o Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa – SEBRAE aparece no cenário nacional como ator de importância napromoção da disseminação da cultura empreendedora, dando apoio a vários organismos para a criação do Programa de Formação de Empreendedores e a Universidade de Santa Catarina cria a Escola de Novos Empreendedores e a Faculdade QI do Rio Grande do Sul já nasce com um programa de empreendedorismo em todos os seus cursos, inclusive para Análise e Desenvolvimento de Software. Empreendedor Social Os Empreendedores Sociais são pessoas que atuam em ONGs e outras instituições de caráter social, sem fins lucrativos. Diferente do "entrepreneur" e do "intrapreneur" que, além da realização pessoal, desejam também uma recompensa financeira, o Empreendedor Social sente-se satisfeito e realizado quando o fruto de seu trabalho promove outras pessoas (reduzindo a pobreza; possibilitando o acesso à educação, à saúde e à habitação; resgatando direitos humanos), ajuda a conservar monumentos históricos e preservar a natureza; estimula o desenvolvimento das artes e facilita o aprimoramento dos artistas, entre outras importantes atividades comunitárias. Estes Empreendedores vêm profissionalizando as ONGs. Organizações sem fins lucrativos Em uma sociedade globalizada, ultracompetitiva e mais bem informada, os consumidores têm amplo poder de escolha e já não basta oferecer um bom produto, é necessário vender também a imagem da empresa. Uma pesquisa mundial – Ford e Nações Unidas[2], concluiu que em todos os lugares, os consumidores, principalmente os jovens, preferem empresas que tenham preocupação social, para trabalharem e adquirirem os seus produtos. Diante deste mercado dinâmico surge a figura do “Empreendedor Social”, com suas redes de contato, parcerias corretas, visão social e disposição inigualável, cria Fundações, Cooperativas, Empresas sociais e desenvolve na sociedade o espírito de cidadania empresarial, fugindo dos já conhecidos “Balanços Sociais das Empresas”, buscando a aplicação prática dos conceitos de empreendedorismo social na definição de uma nova relação de trabalho, onde o social é parte ativa nas decisões das organizações. O trabalho do “Empreendedor Social” traz os seguintes benefícios para as organizações: https://exame.abril.com.br/pme/de-2-kombis-para-268-lojas-pelo-brasil-conheca-a-historia-da-ecoville/ a) Fortalecimento de sua imagem; b) Capacidade de atrair e reter talentos profissionais; c) Maior comprometimento e lealdade dos empregados; d) Maior facilidade de acesso a financiamentos, pois é real a tendência de que fundos de investimentos passem a financiar apenas empresas socialmente responsáveis; e) Contribuição para garantia do futuro das empresas, pois o desenvolvimento econômico pode ficar comprometido se não houver desenvolvimento social. Muitas vezes, o “Empreendedor Social” e o administrador se completam numa só pessoa, mas na maioria das vezes, isto não se torna realidade. Desta forma, podemos afirmar que o “Empreendedor Social” tem uma visão social das oportunidades, iniciativa, ousadia, inovação, percebe circunstâncias, detalhes da comunidade, situações sociais despercebidas por outros. Nenhum século na história passou por tantas transformações sociais como séc. XX e agora mais acelerado no séc. XXI. Nos países desenvolvidos, o trabalho e a força de trabalho, a sociedade e a forma de governo são, nesta última década, totalmente diferentes de tudo que existiu em qualquer outro momento. Face às mudanças e crescentes expectativas de clientes, de fornecedores, do pessoal interno e dos administradores, a organização do futuro tem que agir de forma responsável em seus relacionamentos com a sociedade e com o meio-ambiente. O empreendedorismo social é um campo de ação socioambiental e de realização de negócios que visa atingir duas metas consideradas irreconciliáveis: geração de impacto social e de valor econômico. Atualmente, desenvolve-se um debate sobre a definição desse campo de atuação, envolvendo o papel do empreendedor social na economia e sua interação com a sociedade civil e as políticas públicas (Arantes, 2014). Arantes (2014), definiu os empreendedores sociais como indivíduos que atuam como 3 agentes de mudança, desenvolvem novas soluções para os problemas sociais, implementam estas soluções em larga escala e contribuem para transformar a sociedade. Na prática do empreendedorismo social, são enfatizados os aspectos da inovação e da visão social, ou seja, a inovação no modelo de negócios e na forma de operação, bem como a construção de uma visão compartilhada de como atender as demandas sociais e resolver os problemas ambientais, conforme propõem Arantes (2014): "um processo que envolve uma combinação inovadora de recursos para explorar oportunidades que atendem a necessidades sociais e catalisam a mudança social". Sobre este tema apresentou as diferentes definições utilizadas nas literaturas nacional e internacional para identificar os empreendimentos sociais. Segundo a autora, a empresa social (social enterprise), o negócio inclusivo (inclusive business) e o negócio social (social business) são alguns dos termos usados para identificar as organizações que "visam solucionar problemas sociais com eficiência e sustentabilidade financeira por meio de mecanismos de mercado". Chiavenato (2012) explica que utilizar mecanismos de mercado significa que estes negócios devem funcionar sob as mesmas regras comerciais de qualquer outro negócio, isto é, operar pela lei da oferta e demanda do mercado. Segundo Arantes (2014), esses empreendimentos são planejados a fim de gerar os recursos suficientes para cobrir a totalidade de suas operações e ainda contribuir para seu crescimento. Porém, nesses negócios o lucro não é um fim em si mesmo, mas um meio para desenvolver soluções que ajudem a reduzir a pobreza, a desigualdade social e a degradação ambiental. Em síntese, os estudos sobre o empreendedorismo social indicam que o campo está em expansão mundial, assim como sua potencialidade e dinamismo estão baseados na diversidade das organizações e dos atores envolvidos, sejam organizações da sociedade civil ou empreendedores que criam negócios visando o impacto socioambiental e a distribuição dos lucros simultaneamente. Na pluralidade e heterogeneidade dos empreendedores sociais, há em comum a intenção de provocar mudanças nas condições de vida dos segmentos populacionais mais vulneráveis e de baixa renda, com base em modelos de negócios inovadores, pois o empreendedorismo destaca-se por seu papel na sociedade para os ganhos individuais, gerados por oportunidades que contribuem para facilitar a expansão econômica, pois inexiste aumento de emprego sem que haja crescimento elevado da empreendedora. Fonte: FranciscoBanha.com [2] http://unctad.org/en/PublicationsLibrary/ Ética Empreendedora Introdução a reflexão da ética Este momento será dedicado a avaliarmos e analisarmos a ética do indivíduo, a ética da sociedade e a ética do profissional empreendedor, que não deve ser abalada pelas notícias ruins ou vicissitudes da vida. Mesmo que os maus exemplos sejam mais noticiados pelos meios de comunicação, não há razão para o indivíduo deixar aquilo que aprendeu com seus familiares e/ou pelos códigos de postura ou, abrir mão do correto para passar a compactuar com os maus. Este são valores éticos. O grande pensador, diplomata e políticos brasileiro, Ruy Barbosa (foto abaixo), já a quase um século tratava do dilema da escolha e em uma de suas frases nos fala desta contradição de caminhos: Fonte: Biblioteca Nacional www.bn.gov.br “De tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar-se o poder nas mãos dos maus, o homem chega a rir-se da sua honra, desanimar- se da justiça e ter vergonha de ser honesto ...” O apóstolo Paulo escreve na Carta aos Coríntios sobre o que ele chama de “coisas lícitas”. Observem a frase: “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém...”. A citação tem mais de dois mil anos e não perdeu a razão de ser. Há coisas que você pode fazer, mas não é correto, então você não faz, não pratica, pois não faz parte da sua ética. A éticanas organizações O ambiente empresarial, como não poderia ocorrer de outro modo, o comportamento ético sempre mereceu destaque não só no âmbito do trabalho, mas, indiscutivelmente, nos aspectos que perpassam as relações sociais de qualquer natureza. Pelas várias crises mundiais e conjunturas econômicas pelas quais passamos, tiveram sua origem em desvios de conduta éticas de profissionais em diversas áreas e aí inclui-se grandes corporações. Ouça as palavras do Prof. Cortella, filósofo, que descreve de maneira simples a ética de cada um. Neste contexto, ao abordarmos a ética adotada por administradores, estes ensinamentos lidos até aqui, servem de orientação para você que irá se tornar profissional de mercado e muitas vezes terá de decidir pela sua ética sobre as consequências profissionais e sociais advindas das suas ações no exercício profissional. A urgência na área profissional, na ética dos negócios e o entendimento da dinâmica da ética nas organizações, se faz necessária porque diariamente ouvimos, vemos e abrimos os nossos tablets com notícias do mundo corporativo e escândalos empresariais, corrupção, operações de investigação fiscal, personalidade públicas sob suspeita e o uso de recursos públicos para fins pessoais. O mundo acadêmico não pode ignorar que há uma crise de ética que precisa ser estudada e corrigida desde os bancos escolares. Estas situações se tornaram tão frequentes que talvez você já tenha enfrentado algum dilema ético. Ao buscarmos um ditado conhecido no dicionário informal (www.dicionarioinformal.com.br), podemos ver claramente a inclusão da ética no contexto empresarial. Por exemplo, “Amigos, amigos, negócios à parte! ”; lá no dicionário diz que um indivíduo está informando ao seu amigo que diante de um negócio o tratará como trata a todos clientes. Se você pretende usar de influência para obter vantagem já configura problema ético, por isso como seu amigo o indivíduo te alertou sobre as condições do negócio. Estranho ouvir isso não é mesmo? Mas é a lógica profissional. Leiam o que diz nas páginas do livro eletrônico (pág. 49 a 53) da nossa biblioteca: Texto: Trabalho e Realização Humana (Gallo, 2015) http://qi.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788530811525/pages/49 O professor Sílvio Gallo (2015) comenta que se ocorresse o contrário, se o vendedor solicitasse cobrar a mais, por ser o negócio para um amigo, afinal amigos devem se ajudar! Esta lógica não parece coerente! No entanto, experimente trocar a palavra “negócios” por “ética” na mesma frase então teríamos “Amigos amigos, ética à parte! Huumm! Provavelmente não concordaria com isto. Ou Negócios são negócios, ética à parte! Piorou? Sim. Imaginem que uma escola ao final do ano os alunos contribuem para um churrasco oferecido aos professores, num simples ritual de encerramento. Ocorre que algum aluno pode confundir pagar um almoço com ser aprovado nas disciplinas. Vejam mais um caso de “alunos, alunos, resultado dos estudos e correção de provas, à parte! ”. Ética por Mario Sergio CortellaÉtica por Mario Sergio Cortella Fonte: demonstre.com http://www.dicionarioinformal.com.br/ http://qi.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788530811525/pages/49 https://www.youtube.com/watch?v=k-FSzAyzsbE Embora muitos acreditem que é necessário adotar comportamentos considerados éticos ao realizar atividades profissionais este pensamento é questionável no mundo dos negócios. E aqueles que defendem a ética frequentemente são vistos com ingênuos e malsucedidos no mundo empresarial. O comportamento ético conduz ao lucro? Independentemente do que aquele anjinhos e diabinho no seu ombro fiquem dizendo, o comportamento ético no mundo dos negócio e práticas corporativas veio para ficar. Fonte: Google imagens Ética e moral: Nós, o nosso negócio e os outros Primeiramente, faz-se necessário definir o que é ética e o que é moral, para depois chegar-se a definição de ética empresarial. De acordo com nossas pesquisas em Gallo (2015) moral é um conjunto de valores e regras de comportamento, um código de conduta que coletividades adotam, quer sejam uma nação, uma categoria social, uma comunidade religiosa ou uma organização. A ética é uma disciplina teórica que estuda a moral. É a reflexão sobre as morais históricas e as condutas das pessoas. Segundo Gallo (2015), quando se fala em empresa ética, na maioria das vezes, se quer denominar uma empresa moralmente inatacável, em acordo com a moral de seu tempo e local. Para o autor, empresas éticas seriam aquelas que subordinam suas atividades ou estratégias a uma prévia reflexão ética e agem de forma socialmente responsável. Isso nem sempre ocorre pois são muitos interesses em jogo quando uma decisão é tomada em uma empresa, e nem sempre os que norteiam a decisão são aqueles que respeitam a moral vigente e condizem com uma empresa socialmente responsável. A série de práticas consideradas questionáveis, segundo Antunes (2012) listadas em vários meio de comunicação, e que deveriam ser alvo de reflexão ética das empresas: Os subornos para dirigir licitações públicas ou os pedágios para obter o pagamento das respectivas faturas; a sonegação fiscal; os danos ao meio ambiente; a espionagem industrial e econômica; a manufatura de produtos clones; a contratação de gestores por empresas concorrentes sequiosas por informações confidenciais; os furtos de matérias-primas, equipamentos e mercadorias por funcionários; o uso de informações privilegiadas; as propinas para obter contratos internacionais; os ataques de hackers; as extorsões sofridas por empresas em troca de boas graças de autoridades; a falsificação de medicamentos. Como se pode ter ideia, as ações questionáveis são inúmeras, sendo que é possível deparar-se com muitas delas no dia-a-dia, tanto como consumidores, como funcionários ou como empresários. Ética empresarial ou ética nos negócios significa estudar e tornar inteligível a moral vigente nas empresas capitalistas contemporâneas e, em particular, a moral predominante em empresas nacionais. O que é o bem e o que é o mal vai variar segundo os fundamentos históricos e sociais da coletividade que se analisa. Um ponto é crucial: o conflito de interesses que envolve a moral. Para Chiavenato (2012) quando se observa os costumes se pede um posicionamento, se faz fazer escolhas, não é possível o campo neutro. E aí surge uma questão: A quem se deve lealdade? As opções podem ser inúmeras, por exemplo, deve-se lealdade à organização ou ao chefe, aos colegas ou amigos de fora, à classe social ou ao país, somente a nós mesmos ou a coletividade? Sempre, nas opções que se tenha, uma atitude tomada pode dar mais privilégio a um do que a outro, ou mesmo pode lesar o outro lado. A questão em tela mostra igualmente nas decisões empresariais, pois essas sempre têm consequências e podem provocar grandes efeitos e afetar um número maior de indivíduos ou até uma nação. Ou seja, afetam todos aqueles que tem investimento ou interesse no negócio, isto é, todos os agentes sociais e econômicos, grupos ou indivíduos que afetam ou são afetados pela empresa. Chiavenato (2012) os define como os agentes que mantém vínculos com dada organização, isto é, os partícipes e os divide em dois grupos: um interno, composto pelos trabalhadores, gestores e proprietários, e um externo, composto por clientes, fornecedores, governo, comunidade, credores, concorrentes, mídia e entidades da sociedade civil. Chiavenato (2012) ressalta que em um ambiente competitivo, a imagem, reputação e marca da empresa são itens que ela deve resguardar para a sua própria sobrevivência. Isso é essencialmente importante em países onde a sociedade civil tem condições e poder para se mobilizar e promover retaliações às empresas socialmente irresponsáveis ou antiéticas. É o que se chama de “política pela ética” e pode forçar às empresas a adotar posturas morais que não adotariam de outro modo. Alguns dos meios disponíveis, exemplificados pelo autor, para viabilizar essa prática são: recorrer à Justiça, à mídia, boicotaros produtos da empresa, acionar agências de defesa do consumidor, reunir-se em associações comerciais para proteger o seu negócio dos concorrentes desleais entre outras. Somente em países onde os regimes políticos e econômicos são abertos pode acontecer a prática da “política da ética”, pois em países totalitários ou de economia fechada, a sociedade civil não tem canais de expressão que permitem colocar em ação estratégias para viabilizar a adoção de práticas morais por parte das empresas. E acrescenta: ... a ética reúne boas condições para florescer quando o chamado poder de mercado das empresas está distribuído, quando existe competição efetiva e possibilidades reais de escolha por parte de clientes e usuários finais. Os empresários éticos reunidos podem mudar o mercado contra práticas desleais ou corporações estrangeiras desonestas. É uma boa razão para melhorar a sociedade e a atividade empresarial. Nossa! O texto sobre ética empreendedora deu o seu recado para você ficar esperto quando for tentado algo que é permitido, mas não lhe convém, não é mesmo? Empreendedorismo e Mercado de Trabalho As empresas buscam cada vez mais desenvolver em todos os seus quadros funcionais colaboradores empreendedores, ou o famoso “vestir a camisa” da organização. Isso porque empreender não se refere somente a ter o próprio negócio. Para Chiavenato (2012, p.4) [...] “as empresas querem ter pessoas trabalhando como se fossem sócias ou parceiras de seu negócio e plenamente engajadas e comprometidas em alcançar os objetivos organizacionais”. Um modelo clássico de trabalho se desenvolveu desde as primeiras décadas do século passado, caracterizada pela: Racionalização do trabalho Supervisão e treinamentos rigorosos Ausência de autonomia Utilização da esteira transportadora Produção e consumo em massa Abaixo, livro de Idalberto Chiavenato sobre Empreendedorismo e link para acesso do mesmo na biblioteca virtual. Este modelo é um contrassenso ao Empreendedorismo intraorganizacional. O novo tempo, a era do empreendedorismo (Degen (2009) que estamos vivendo agora, requer uma nova aptidão dos colaboradores, agora chamados a participarem do processo de inteligência da organização, seja em qual for o nível organizacional. O esgotamento do padrão taylorista-fordista de produção, vigente na era industrial, e o aumento da flexibilização no processo produtivo explicam a necessidade de uma nova força de trabalho. A necessidade de novas competências profissionais para sobreviver no mercado de trabalho e desenvolver carreiras em organizações passou a significar que muitos empregados e profissionais precisam possuir conhecimentos de administração e atitude empreendedora, mesmo dentro de empresas já consolidadas, precisam ser empreendedores corporativos ou intraempreendedores. Moraes (2013, p.8) refere que “O mundo do trabalho neste inicio de século é reflexo direto de uma complexidade de fatores decorrentes dos avanços tecnológicos e passa a exigir profissionais cada vez mais adequados e alinhados com este novo modelo.” http://qi.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788578680978/pages/21 O Empreendedor intraorganizacional é o colaborador que empreende internamente, que empreende na empresa onde trabalha, ou seja, que inova à medida que cria novas oportunidades de negócio para a organização a partir de novas idéias. A exemplo do empreendedor, o intraempreendedor também é um visionário que leva um projeto da concepção a realização, visão que se transforma em realidade, identificando o que fazer e a melhor forma de transformar a inovação em realidade, empregando muita energia e vontade para alcançar os objetivos. Eles desenvolvem compromisso que se manifesta na forma de pensar, desenvolvendo novas idéias que finalizam com ações concretas que são realizadas. Algumas organizações incentivam este processo visionário, diz Biagio (2012) permitindo que seus gestores alternem suas atividades entre funções de linha e de assessoria aos demais cargos do organograma. http://qi.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788520432778/pages/-18 http://qi.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788578680978/pages/21 Intraempreendedor, um visionário A prática intraempreendedora é classificada por Filion (2004) em níveis. Os estudos feitos por ele trazem diferentes graus de intraempreendedorismo, tais: como vegetativo, bondoso, comprometido, inovador e visionário. Os empregados e gerentes são classificados como vegetativos, em função do compromisso dos mesmos ser mínimo e, ser intraempreendedor, exige ter alto nível de comprometimento e compromisso com as suas tarefas, além de capacidade de sustentar a continuidade da execução das ações iniciadas, gerando uma redução da resistência a mudanças, ou seja, o intraempreendedor é um colaborador que apresenta alto nível de flexibilidade às mudanças. Empregados e dirigentes bondosos são aqueles que buscam formas de fazer as coisas melhor enquanto os comprometidos as aprendem buscando fazê-las com perfeição a fim de obter maior qualidade. Para Filion (2004), “Os indivíduos inovadores podem criar novos métodos de trabalho, enquanto os intraempreendedores visionários envolvem os outros quatro tipos de intraempreendedor nas suas próprias ações para criar uma cultura organizacional na qual todos são parte de um processo e se sentem comprometidos, desejando se superar para ajudar a realizar a visão”. A passagem de um nível de empreendedorismo para outro mais elevado, diz Moraes (2013), leva os colaboradores a aumentar o comprometimento intelectual utilizado na realização de suas tarefas. O que leva ao aumento da qualidade dos resultados da organização, incorporando-a a cultura da empresa. http://gorila.furb.br/ojs/index.php/rn/article/view/288 http://gorila.furb.br/ojs/index.php/rn/article/view/288 O “espírito empreendedor” Empreendedorismo é transformar idéias em oportunidades de negócios, quer seja para si ou para a empresa onde o colaborador atua, intraempreendedores são pessoas que desempenham um papel empreendedor dentro das organizações. Empreendedor e intraempreendedor têm semelhanças, mas para o intraempreendedor o risco é bem menor, uma vez que não utilizam seu próprio dinheiro e sim o da empresa. No entanto, se não forem bem sucedidos, se falharem, perderão sua reputação e a credibilidade dos colegas para apoiá-los em projetos futuros. Além disso, refere Moraes (2012), tem menos autonomia do que o empreendedor, pois não são proprietários do negócio, precisam seguir regras e normas que estão fora de seu controle. O "espírito empreendedor" pode ser identificado mediante indicadores tais como o interesse por autonomia e por exercitar uma paixão. Moraes (2013) cita as características e comportamentos fundamentais para o profissional do futuro, na dimensão empreendedora. São elas: Constante procura de oportunidades: é a capacidade de estar conectado, ligado e perceber o ambiente a sua volta na busca de oportunidades de mercado. As organizações valorizam cada vez mais esta característica em um colaborador, sendo esta uma das capacidades a serem identificadas nos processos seletivos. Ter iniciativa: encontrada a oportunidade, é preciso agir! Não basta ter informação, é preciso também fazer acontecer. Esta capacidade é avaliada em processos seletivos através de dinâmicas de grupo. Profissionais com esta característica são largamente valorizados pelas corporações. Ter visão de futuro e estipular metas: é enxergar aonde quer chegar e ter clareza de como alcançar. A meta é muito mais que um desejo de alcançar, são ações detalhadas e planejadas para atingirem os objetivos. Ser comprometido e perseverante: só é possível ser persistente quanto se tem metas e objetivos. O persistente tem claro o quer e tem fundamentação no que pretende objetivos específicos, toma decisões com base em informações e tem clareza sobre suas idéias e projetos. Quem não sabe o quer, deseja por impulso é somente um teimoso e não um persistente! Saber se comunicar de forma assertiva; tão importantequanto comunicar corretamente para a equipe uma nova idéia, um novo projeto, é a forma como nos comunicamos com as pessoas. Esta capacidade, que faz parte das relações interpessoais, é considerada diferencial entre os profissionais e classificada como uma nova forma de inteligência. Estabelecer redes de relacionamento: este é um dos grandes comportamentos empreendedores de um profissional do futuro. Cuidar dos relacionamentos, manter redes de contato (networking) dentro e fora da empresa é fundamental para chegar mais longe e alcançar cargos mais elevados. Fonte: Google Imagens O trabalhar-gerente Há uma clara relação entre a atuação empreendedora do colaborador com o processo de reestruturação produtiva, face à emergência de uma nova força de trabalho caracterizada pela figura do trabalhador-gerente, que se autogerencia em nome dos interesses da empresa, diferenciando-se, assim, do operário que apenas obedece às ordens. O trabalhador-gerente apresenta características tais como trabalhar em equipes que se autogerenciam, é flexível, criativo, proativo e generalista. A valorização do comportamento empreendedor, da "cultura empreendimentista" (Chiavenato, 2012 apud Harvey, 1992), encontra-se, dessa forma, vinculada aos desajustes entre o modelo de ser humano/trabalhador que predominou em grande parte do século passado e as novas necessidades do mundo do trabalho onde o empowerment - processo de transferência de poder, responsabilidade e autoridade dos gerentes para os empregados - é cada vez mais utilizado no dia a dia organizacional. Trabalhadores investidos de poder podem dar sugestões, sentem-se responsáveis, têm mais iniciativa, valorizam o trabalho, atingem um nível desejável de auto-estima Não basta simplesmente produzir, executando suas tarefas no sentido estrito. Os trabalhadores-gerente precisam pensar constantemente no que é melhor para a empresa (mesmo que se trate de uma "empresa de um homem só" (empreendedor individual), para a qualidade dos produtos e serviços, para as necessidades do cliente. Como suplantar a concorrência, em um mercado competitivo, torna-se um problema seu. Então, ser intra-empreendedor é ter uma postura empreendedora dentro da organização em que atua. Para isto, cabe ao colaborador ter uma atuação proativa, sempre inovando e desenvolvendo sua criatividade, gerando valor para a organização. Esta conduta, certamente conduzirá o colaborador empreendedor a alavancar sua carreira, valorizando sua marca pessoal, seu nome. Importante clarificar aqui o conceito de valor. Conforme o Dicionário Aurélio, valor é a qualidade que faz com que algo se torne importante para alguém. O valor é a “[...]relação entre o somatório dos benefícios tangíveis e intangíveis proporcionados pelos produto [...] (kotler e keller, 2012). o valor de um produto/serviço surge quando temos o somatório de qualidade, serviço e preço. Para você saber mais sobre este e outro conceitos básicos de marketing, acesse a biblioteca virtual: Ser intra-empreendedor é caminho certo para uma carreira bem sucedida, pois a carreira é da responsabilidade do colaborador, sendo a organização apenas o espaço onde a carreira acontece. http://qi.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788581430003/pages/-28 OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS Todo candidato a ser um empreendedor precisa inicialmente de uma idéia, ou mais de uma idéia. Mas a quantidade de idéias que ele tem não tem muita importância. O que importa é a forma como ele utiliza sua idéia, sendo ela nova ou não, o meio de transformá-la em um serviço ou em um produto que alavanque o novo negócio ou leve a empresa em que o intraempreendedor trabalha crescer. Degen (2012) refere que as oportunidades de negócios geralmente são únicas, mas estão em toda parte, tem variadas formas. Mas para serem identificadas é necessário predisposição, criatividade por parte do futuro empreendedor, além de conhecimento sobre as atividades que envolvem o desenvolvimento do negócio, para então escolher o empreendimento. Para Sertek(2012, p.121) existem tres etapas essencias a serem cumpridas quando se fala em oportunidade de negócios que devem ser seguidas por quem quer implementar um projeto e iniciar um empreendimento. São elas: Etapas a serem cumpridas para iniciar um negócio: 1- Identificar a oportunidade de negócio O empreendedor, precisa estar atendo ao mercado, deve ir além da observação e conhecer os negócios que orbitam a sua volta. Sua atenção também é essencial em relação às necessidades do cliente, e a inovação. “O sentir o mercado é a chave para a inovação e a implantação de novo produtos” (SERTEK, 2012). Exemplo disso é a venda da máquina de fax disseminada pelos japoneses e não pelos americanos que a inventaram. As pesquisas feitas pelos EUA trouxeram que não havia demanda de mercado para o fax em função do preço e do que ela poderia fazer. No entanto, os japoneses não olharam para as pesquisas, olharam para a pergunta: qual o mercado para o que ela faz? Para ler mais sobre este case acesse http://qi.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788565704199/pages/127 Direcionar a procura de oportunidades de negócios pode ser feito a partir de três caminhos refere Degen (2012): O empreendedor precisa entender quais as necessidades dos clientes e, dentre elas, identificar as necessidades não atendidas. Atender melhor o cliente à medida que observa as deficiências existentes do atendimento Atender as novas necessidades surgidas a partir das novas tendências que mudam as necessidades dos clientes. O sucesso, refere o mesmo autor, deve ser construido degrau por degrau, sendo o primeiro degrau o da observação de outros negócios (conhecer e avaliar negócios); o segundo degrau é o da predisposição (reconhecer as fórmulas de sucesso dos negócios); o terceiro degrau é o da criatividade (adotar a fórmula de sucesso de um negócio em outro); o quarto degrau fica por conta do saber o que quer (avaliar o trabalho, o conhecimento necessário e o estilo de vida dos negócios). O último degrau é o de finalmente, escolher o negócio. Grande parte dos empreendedores refere Sertek (2012) citando o livro Oportunidades Disfarçada de Carlos Domingos, que tiveram sucesso em seus negócios, apresentaram capacidades de, diante de situações corriqueiras do dia a dia, captarem oportunidades de negócios disfarçadas. Peter Drucker (1996) também citado por Sertek(2012) traz sobre situações inusitadas como geradoras de idéias alavancadoras que provocaram mudanças significativas tanto na indústria quanto na área de serviços, tais como o conceito de inovação de valor – fornecer maior valor aos consumidores com menor impacto possível nos custos da empresa- de Kim e Mauborgne (2005) e o livro Estratégia do Oceano Azul, que traz a abordagem conhecida como oceano azul, onde novas oportunidades de negócio podem ser criadas a partir de novas tendências ofertadas pelos mercados atuais, é citada por Sertek (2012), para exemplificar que em todos os setores existe uma oportunidade de projetar um novo negócio gerado pela necessidade de um não consumidor, um campo de não consumo possível dentro do negócio já existente. Fonte: Adaptado de Sertek (2012) http://qi.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788565704199/pages/127 Um caso clássico trazido por Sertek (2012) é sobre o Cirque du Soleil: “O Cirque du Soleil revolucionou a arte dos picadeiros, por isso é hoje um dos estudos de caso mais interessantes e discutidos no mundo, foco de pesquisas inclusive da Harvard Business School, por principalmente surpreender o espectador em todo o processo de seus espetáculos exuberantes. Na tenda principal não há serragens, mas piso de madeira; não há arquibancada de ripas, mas cadeiras de plástico; não há picadeiro, mas tablado que lembra uma semi-arena de teatro; não há trailer, mas contêineres. Abandonou a estrutura convencional dos circos, tirando os animais de cena (eliminando assim uma das maiores despesas de um circo e também a mais controversa), mudou o foco para o público adulto (o queantes era uma diversão para crianças, se tornou uma paixão para os adultos) e baseou seus espetáculos na linguagem corporal, na sofisticação intelectual do teatro e do balé e na utilização de tecnologia. Ao fazer isso, o Cirque reinventou o modelo de preços das entradas.” https://www.bonde.com.br/mundo-corporativo/aprendendo-com-o-cirque-du-soleil-65295.html Para descobrir novas oportunidades, o empreendedor precisa ter iniciativa e interesse para encontrá-las, estar atendo ao mercado, a necessidade das pessoas, conhecer profundamente o produto ou serviço a oferecer e criatividade para desenhar ou redesenhar o negócio. Pesquisar e buscar enxergar novas oportunidades são os primeiros movimentos que levam a identificação de um bom negócio, refere Chiavenato (2012); não é difícil vislumbrar uma oportunidade quando o empreendedor já tem claro o ramo em que quer atuar, quando sabe como fazer, quais as atividades que envolvem o fornecimento do produto/serviço de forma diferenciada em relação aos concorrentes. Uma nova idéia pode se transformar em uma iniciativa brilhante quando o empreendedor identifica um nicho de mercado onde não tenha concorrentes, mas deve também redobrar sua atenção e cuidados e analisar cuidadosamente, pois se não tem competidores à vista é porque, não há cliente potencial. 2- Desenvolver o conceito do negócio Conceito de negócios consiste em definir uma proposta de valor a ser oferecida ao cliente (Sertek, 2012, p.149). A definição desta proposta representa de forma clara o que será oferecido ao cliente e em que o produto/serviço irá se diferenciar dos concorrentes. http://qi.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788565704199/pages/149 Para conceituar o negócio é essencial saber qual a necessidade do cliente e do mercado; qual o grupo de clientes será atendido e o modo como o cliente será atendido. Mas como fazer isso? O empreendedor precisa observar os negócios similares que já estão no mercado a fim de identificar necessidades não atendidas. Uma forma de fazer esta observação é através da técnica de benchmarking que consiste em fazer a medição de serviços ou produtos de forma contínua, comparando-o com os principais concorrentes (Sertek, 2012, p.131). A partir deste diagnóstico, procurar clientes que o negócio observado não está atendendo ou não está atendendo de maneira satisfatória e desenvolver produtos ou serviços para satisfazê-los, mas com um custo que o cliente se proponha a pagar. Negócio, diz Chiavenato, “[...] é uma atividade baseada no esforço organizado de determinadas pessoas para produzir bens e serviços a fim de vendê- los em um determinado mercado e alcançar recompensa financeira pelo seu esforço” (2012, p.32). O empreendedor precisa, primeiramente, decidir qual é o negócio a fim de ter um foco definido, pois é a partir do foco que as forças são concentradas em um ponto específico, impedindo a diluição da energia do empreendedor. Chiavenato (2012, p. 86) lista os aspectos que precisam ser conhecidos pelo empreendedor antes de iniciar um negócio: O que produzir? Como produzir? Onde produzir? Quais produtos/serviços? Para quem? Em que volume? Por qual preço? Com quais características únicas? Fonte: Google Imagens https://www.bonde.com.br/mundo-corporativo/aprendendo-com-o-cirque-du-soleil-65295.html http://qi.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788565704199/pages/149 Com quais vantagens competitivas? O empreendedor deve responder de forma clara estas perguntas a fim da dar foco para seu negócio. Desta forma ele irá em busca de conhecimento sobre o mercado no qual pretende se inserir. Muitas vezes, a opção é por um produto ou serviço já conhecido, do qual o empreendedor já tem alguma experiência profissional. No entanto, esta experiência não é garantia de sucesso. Se o mercado para aquele produto ou serviço está saturado, a experiência do empreendedor de nada servirá. 3- Implantar o empreendimento Após conhecer e aprender sobre os processos que serão necessários para a implementação do negócio escolhido, o empreendedor deve fazer o planejamento do mesmo. Para este planejamento ele irá se utilizar o Plano de Negócios. O Plano de Negócios visa o estudo de forma mais aprofundada e racional as ações que deverão ser implementadas para que o negócio seja bem sucedido, pois, diz Chiavenato (2012, p.149) “Improvisar jamais. Saltar no escuro não é exatamente uma boa pedida. Planejar significa estudar antecipadamente a ação que será realizada ou colocada em prática e quais os objetivos que se pretende alcançar”. O Plano tem como foco prever, programar e coordenar a seqüência de eventos que, se bem-sucedidos, irão culminar no sucesso da empresa. Esta ferramenta é essencial para definir o empreendimento, podendo ser utilizado, também, pra fazer a prever o futuro do negócio. Chiavenato (2012, p.160) traz algumas utilidades do plano de negócios, a saber: Evidencia os aspectos internos e externos do negócio; Permite uma visão atual e de futuro do negócio; Delineia um caminho a ser seguido na condução do negócio; Permite que o mercado seja informado do negócio que será lançado; Permite que os parceiros internos e externos conheçam as características do negócio; Serve como um avaliador dos desdobramentos do negócio. O Plano de negócios é comparado por Chiavenato (2012) como um plano de vôo que delineia o inicio, meio e fim do empreendimento, analisando o ambiente e suas dificuldades e facilidades e deve ser revisado periodicamente. As partes que compõe um Plano de Negócio já foi esboçado na Unidade 1 deste componente curricular, mas retornaremos a ele mais adiante. Fonte: Google Imagens Fonte: Google Imagens Referências ANAIS do EGEPE, p.241. Londrina, 2001. ANTUNES, Maria Tereza P. Ética: Bibliografia universitária Pearson. São Paulo: Pearson Education, 2012. ARANTES, Eliane Cristina. Empreendedorismo Social [livro eletrônico] / Arantes, E., Halicki, Z., Adriano Stadler (org. ). Curitiba: Intersaberes, 2014. BIAGIO, Luiz Arnaldo. Empreendedorismo: construindo seu projeto de vida. Barueri, SP: Manole, 2012. CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. 4ed. Barueri, São Paulo: Manole,2012. _______. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. 4ed. 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