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PROCESSO DE SOLDAGEM POR ELETROESCÓRIA – ESW 1. HISTÓRICO DO PROCESSO Denomina-se eletroescória o processo de soldagem no qual a fusão do eletrodo de consumo e da superfície das partes a serem soldadas é promovida pelo calor proveniente de uma escória(ou fundente), mantida a alta temperatura. O banho de escória sobrenada e protege a poça de fusão da contaminação atmosférica; todo o conjunto fica contido no espaço formado pelas superfícies da junta e as sapatas de resfriamento, convenientemente posicionadas, e que se deslocam verticalmente á medida que a soldagem progride. O equilíbrio do sistema é promovido pela passagem da corrente de soldagem através da escória, ou seja, por efeito Joule. Os fundamentos do processo de eletroescória já eram conhecidos por volta do ano de 1900, mas somente a partir de 1950 o processo de soldagem propriamente dito foi desenvolvido no instituto de Soldagem elétrica E.O.. Paton em Kiev, na URSS. Quase simuntaneamente, em outro instituto de pesquisa na Checoslováquia, o instituto Bratislava, também anunciava a homologação de um processo de soldagem capaz de executar soldas verticais por meio de um único passe. Parece que foi nesse último instituto que engenheiros belgas conseguiram absorver as técnicas do processo e as divulgaram ao mundo ocidental, por volta de 1960. 2. DESCRIÇÃO DO PROCESSO A soldagem por eletroescória é um processo que produz a coalescência de metais através da fusão do metal de adição e das partes a unir por meio do calor gerado pela passagem de corrente elétrica por uma poça de escória fundida. O processo é iniciado pela abertura de um arco elétrico entre um eletrodo e uma peça metálica. Um fundente ou fluxo de soldagem é então adicionado ao arco, de modo que uma vez fundido, forme uma camada de escória que sirva como resistência elétrica e proteja a poça de fusão contra a contaminação pela atmosfera. Quando a poça de escória atinge um tamanho suficiente, o arco é extinto e a corrente elétrica flui através do eletrodo (ou eletrodos) e da escória, gerando por efeito joule, calor suficiente para fusão do (s) eletrodo( s) e das superfícies da peças que serão unidas. Eletroescória é portanto um processo de solda na vertical , produzindo coalescência com escória fundida, a qual funde o material de adição e a superfície das peças a serem soldadas. Confinados por sapatas refrigeradas, a poça de solda em fusão, é protegida pela escória fundida que se desloca ao longo de toda seção da junta à medida que a solda avança. A escória condutora é mantida em estado de fusão por sua resistência à corrente elétrica passando entre o eletrodo e a peça. A soldagem por eletroescória pode ser considerada um processo progressivo de fusão e fundição, no qual o calor de um banho de fluxo em fusão é utilizado para fundir o metal de adição e as bordas das placas a serem soldadas. Durante este processo, o fluxo é adicionado periodicamente ou continuamente, a fim de manter uma cobertura adequada de escória sobre o poço de metal em fusão. Duas ou mais sapatas de retenção mantêm o material em fusão no seu lugar até se solidificar, em operação normal com fonte de potencial constante, o eletrodo funde, enquanto mergulha apenas parcialmente através de banho de fluxo e se junta na poça de metal em fusão. A corrente de solda é diretamente responsável pela taxa de fusão do eletrodo, enquanto que a tensão influência a penetração no metal base e na largura do cordão de solda. Ambas as variáveis são sensíveis às propriedades físicas do fluxo de solda, tal como resitividade elétrica e fluidez. 2.1 Fundamentos do Processo 2.1.1 Condições do fluxo térmico A solda eletroescória é bem similar à da fundição in situ, com elevados volumes de metal em fusão e alto teor de calor. Quando comparada com outros processos de solda a arco, solda eletroescória têm um longo ciclo térmico com taxa de resfriamento muito lenta. A solda eletroescória geralmente consome centenas de kilojoules por polegada, comparada com os 10 a 40 kj/mm (250 a 1000 kj/pol.) encontrados na maioria das soldas a arco. Como conseqüência da experiência térmica, a solidificação do metal de solda é extremamente lenta, resultando em estrutura grosseira da solidificação primária. O calor absorvido pelo metal base também gera uma ZTA extremamente grande. Um diagrama do balanço térmico de uma solda eletroescória típica é aproximadamente 60% do calor absorvido pela peça, perto de 25% do calor total é gasto para fusão do eletrodo, e aproximadamente 10% do calor é utilizado para superaquecer o metal em fusão. A quantidade de calor extraído pelas sapatas refrigerantes varia, dependendo da espessura da placa e das condições de solda. Na solda das placas de aço com espessura 90 mm (3-1/4 pol.), menos que 10% do calor da escória em fusão e da poça de metal são transferidos às sapatas refrigerantes. No caso de placas mais finas, entretanto, as sapatas refrigerantes desempenham um papel mais significativo no balanço térmico. Modelos matemáticos são utilizados na solda eletroescória para estimar o campo tridimensional da temperatura na escória, na poça de metal e nas regiões metálicas, e para predizer a grandeza da ZTA e o crescimento dos grãos na ZTA. A figura abaixo mostra um exemplo da distribuição calculada da temperatura para uma placa base de espessura 25,4 mm (1 pol.), comprimento 470 mm (18,5 pol.), e largura 610 mm (24 pol.), no momento correspondente à metade do tempo total necessário para completar a solda. A temperatura máxima atingida na escória e no poço de solda foram respectivamente 2230 K (3555°F) e 1900 K (2960°F). A distribuição da temperatura em uma solda ao longo de planos paralelos e perpendiculares à superfície da placa vizinha também pode ser representada sob forma de diagrama isométrico da temperatura. O balanço térmico na fase escória é resumido na tabela 1. Uma parte importante do calor gerado na camada de escória foi transferida para as sapatas refrigerantes (36,1%). Aproximadamente 22 e 15% do calor foram usados respectivamente no aquecimento do metal base e na fusão do eletrodo. Os formatos da geração de calor são muito sensíveis à localização geométrica do eletrodo na escória. Com controle cuidadoso das variáveis do processo (tal como distância do "gap" e supressão do fluxo de convexão), mediante aplicação externa de um campo eletromagnético, uma redução de duas a três vezes da absorção de calor pode ser praticável. A fim de distribuir a energia uniformemente através da espessura da solda, foram desenvolvidas regras empíricas para determinar número preferencial dos eletrodos, espaçamento entre fios, distância transversal (de oscilação). As velocidades de oscilação dependem da espessura da placa, usualmente permitindo um tempo de travessia de 3 a 5 s, um tempo de permanência no fim de cada passe assegurando penetração adequada nas bordas da placa. 2.1.2. Transferência do Metal e Morfologia do Poço de Solda A taxa de transferência de gotículas e o tempo que cada gotícula está em contato com a camada de escória, afetam profundamente a composição química e as características metalúrgicas do poço de solda. 2.1.2.1 Formação de gotículas Em operação estável, o material de adição em fusão é transferido ao poço de solda de modo globular. Os oscilogramas de corrente e tensão indicam que, apesar da diminuição do tamanho das gotículas com tensão crescente, a corrente de solda não exerce efeito significativo sobre o tamanho das gotículas. Pelo contrário, o tempo em que uma gotícula está em contato com a escória aumenta com a tensão, tendo em vista que a ponta da gotícula se encontra mais longe do poço de metal em fusão. A extensão da interação entre uma gotícula metálica e a camada de escória determina a composição química do poço de solda. 2.1.2.2 Morfologia do poço de solda Na solda eletroescória,a solidificação se inicia na linha de fusão, superfícies adjacentes às sapatas de retenção, e progride para o centro da solda. Devido ao processo ser contínuo em posição vertical ou quase vertical, a solidificação também progride do fundo para o topo em parte da junção. Os ângulos nos quais os grãos colunares se encontram no centro da solda dependem da forma do poço de solda. O fator de forma é definido como a relação entre a largura W e a profundidade máxima h do poço. Soldas com alto fator de forma (>2,0) terão grãos se encontrando em ângulo agudo na linha do centro, enquanto que soldas com baixo fator de forma (<1,0) solidificarão com os grãos se encontrando em ângulo obtuso. Um baixo fator de forma é altamente indesejável, devido à acumulação potencial de elementos residuais no centro da junção da solda. Corrente de solda elevada usualmente resulta em um baixo fator de forma, enquanto que baixa corrente de solda geralmente resulta em alto fator de forma e poços de metal rasos. Tensão elevada provoca poços rasos e tensão baixa. Um fator adicional controlando a morfologia da poça de solda é a condutividade do fluxo de solda. Efetivamente, a maior parte da energia elétrica é convertida em energia térmica dentro de uma camada fina de escória contígua à ponta do eletrodo, a qual atua como a fonte de calor na ESW. Fluxos de condutividade elevada geram menos calor e resultam em menor penetração do metal base e poços de solda mais rasos. 2.1.3 ESW fora de posição (não vertical) Solda eletroescória foi efetuada com sucesso em junções inclinadas em relação à posição vertical. A estabilidade do processo e a qualidade da junção da solda são ambas função do ângulo de inclinação. Morfologia da solda, incluindo penetração, ZTA, e microestrutura do metal de solda são sensíveis aos parâmetros de solda. Aquecimento preferencial por radiação da superfície superior da solda é considerada como sendo a causa da penetração assimétrica e da geometria da ZTA 2.2 APLICAÇÕES O processo é utilizado para soldar materiais de grandes espessuras em posição vertical ou quase vertical, entre sapatas de retenção. As espessuras dos materiais normalmente variam de 50 a 300 mm, envolvendo grande aporte de energia, em comparação com outros processos de solda, resultando em características mecânicas geralmente inferiores na zona afetada termicamente (ZTA). No caso de aço de baixo carbono, a temperatura do banho é aproximadamente 1650°C. Apesar de suas limitações quanto a posição de soldagem, permite produzir união de peças estruturais, revestimento e recuperação. Devido às suas características, tem grande aplicação na soldagem de chapas grosas e de peças forjadas ou fundidas de grande porte. Quanto aos materiais soldáveis, o processo tem sido usado em aços carbono e de baixa liga e aços inoxidáveis austeníticos, sendo que em alguns casos há necessidade de uso de tratamentos térmicos pós -soldagem. Equipamentos como prensas de grande porte, fornos, vasos de pressão , carros torpedos, anéis de turbina, cascos de navios, têm sido soldados por eletroescória, com excelentes resultados. Entretanto, a taxa elevada de deposição, economia de energia e tempo em relação aos processos de soldagem a arco, e ao custo relativamente baixo do processo, as tornam atrativas para a fabricação de estruturas pesadas. 2.2.1 Aços carbono e baixa Liga A junção de aços de seção pesada é a aplicação mais comum da ESW. Como dito acima, a ESW é comumente efetuada em placas de espessura 50 mm (2 pol.) e acima. De fato, a economia é muito aumentada se a espessura das placas for maior que 100 mm (4 pol.). Quando comparada com processos de solda a arco, as vantagens mais importantes são distorção mínima, posição vertical, e penetração mínima da junção. Aplicações típicas incluem fabricação de vasos de pressão, componentes nucleares, equipamento de geração de potência, laminadores, prensas pesadas, pontes, navios e estruturas de perfuração de poços de petróleo. Outras aplicações estruturais registradas são carcaças de alto forno (aço carbono) e uma estrutura de túnel de vento (aço HY-100). 2.2.1.1 Aços estruturais Um número considerável de pontes rodoviárias foram fabricadas utilizando a ESW antes de sua proibição para construção de pontes. Algumas falhas têm sido atribuídas a defeitos tais como trinca por hidrogênio, falta de fusão, baixas características de fadiga da ZTA, etc. Entretanto, soldas adequadamente efetuadas foram constatadas estarem em conformidade com os padrões radiográficos requeridos para impacto e carga de fadiga de elementos estruturais. No caso de aços baixa liga para aplicações estruturais, tratamento térmico austenizante pós-solda tem sido considerado necessário para soldas eletroescória. Entretanto, quando se presta atenção apropriada à seleção dos materiais de consumo (fluxo e eletrodo), um tratamento térmico de alívio de tensões é geralmente suficiente para se obter boas propriedades de impacto. 2.2.1.2 Construção naval ESW pode ser utilizada para soldar componentes de navio. Uma aplicação é o conjunto console da hélice de navios tanque para gás natural e petróleo. Partes da estrutura da popa, placas pesadas do batente do leme, reforços longitudinais e verticais do casco, e longarinas do eixo são freqüentemente soldados por eletroescória. 2.2.1.3 Vasos de pressão Recipientes sob pressão de parede espessa, utilizados nas indústrias química, geração de energia, petróleo e naval, são fabricados utilizando ESW. Placas são calandradas para formar o casco do recipiente sob pressão, e em seguida a junta longitudinal criada é soldada. Os olhais para levantamento no recipiente, bicos e tubos de derivação também são soldados por eletroescória em recipientes de parede espessa. Devido ao elevado aporte de calor. O processo deve ser rigorosamente controlado. Quando exigências do processo for especificada, um tratamento térmico de normalização também deve ser efetuado. Alguns equipamentos tais como bicos e conexões de tubos, são freqüentemente dispendiosos para soldar em recipientes sob pressão pelos processos convencionais. Um método particular, empregando técnicas de solda e de fundição, foi proposto por Norcross. Um molde cilíndrico resfriado por água é fixado e apertado na superfície externa do recipiente, e o metal de solda é fundido no local. O furo do bico é então usinado a fim de proporcionar uma abertura no recipiente, na extremidade do qual tubos e outras conexões podem ser facilmente soldados. Mesmo elementos penetrantes de grande diâmetro podem ser efetuados desta maneira, fundindo cilindros ocos depois de primeiro preparar um cone na parede do recipiente, a fim de permitir a zona de início da solda eletroescória ser retirada por usinagem. 2.2.1.4 Maquinas pesadas Grandes prensas e ferramentas de máquinas são freqüentemente fabricadas a partir de placas maiores que os laminadores conseguem produzir, de modo que ESW é utilizada para unir grandes placas. Carcaças de motores, carcaças de prensas, blanks para engrenagens, anéis de turbinas, trilhos de pontes rolantes, e corpos de britadores são algumas das aplicações mais comuns. Nas indústrias de transmissão por tubulações, válvulas esfera e válvulas gaveta de bloqueio são freqüentemente soldadas por eletroescória. 2.2.1.5 Junção de metais dissimilares Refusão por eletroescória tem sido utilizada para desenvolver peças de transição para tubulações de vapor de parede espessa, onde tubos de aço baixa liga cromomolibdênio devem ser unidos a tubos inoxidáveis de aço austenítico. Dois lingotes redondos, um de liga ferrítica e um de aço inoxidável austenítico, são soldados juntos para formar um eletrodo para refusão por eletroescória. À medida que o eletrodo funde no banho de escória em fusão, a composição se modifica gradualmente de uma para outra, depositando uma barra de liga gradativaque posteriormente é perfurada e conformada em uma peça de transição. 2.2.1.6 Junção e reparos de peças fundidas Solda eletroescória também é usada para soldar componentes fundidos. Em vez de produzir um grande fundido, muitos pequenos fundidos de custo menor e fabricação mais simples são produzidos e soldados juntos. Uma tal aplicação é descrita por Brosholen, Skaug e Vesser para construir um console em aço fundido para eixo de hélice. Ferro fundido tem sido soldado por eletroescória, utilizando um fio com núcleo contendo pós de ferro branco ou cinzento e um bico de grafite. Seções espessas defeituosas de aços fundidos podem ser consertadas por ESW, mediante perfuração de furos conectores no zona defeituosa. Um molde apertado firmemente ajustado, resfriado a água, é inserido dentro de um dos furos, enquanto a solda procede no furo adjacente. Ao se completar esta solda, o molde é deslocado ao furo seguinte antes da escória fundida ter-se resfriado, o que permite à ESW iniciar no furo desocupado. 2.2.1.7 Superposição e solda de ferramenta e matriz es Os ciclos térmicos lentos envolvidos na ESW são favoráveis para depositar ligas endurecíveis. Para grandes martelos de forja e matrizes de forma, ligas duras resistentes ao desgaste podem ser derramadas na superfície de um apoio de aço carbono, utilizando eletrodos múltiplos e técnicas de corrente pulsante. 2.2.1.8 Aço inoxidável e ligas à base de níquel Duas metades de grandes bombas de 38 toneladas (42 tons) em aço inoxidável fundido para instalações em usina nuclear foram unidas com sucesso por solda circunferencial de suas superfícies equatoriais, e qualificadas para exigências rígidas do código nuclear. Foi demonstrado que a ESW é usada para soldar placas em liga 600 com espessura de 25 mm (1 pol.), e em liga 800 com espessuras de 25 mm (1 pol.) e 114 mm (4- 1/2 pol.). A junção de metais de adição com metal de adição incomel 82 resultou em soldas com excelente resistência a temperaturas elevadas e à ruptura por tensão. Tendo em vista que aços inoxidáveis e ligas a base de níquel não passam por transformações alotrópicas, as soldas eletroescória não requerem tratamento térmico pós-solda a temperatura elevada. 2.2.1.9 Alumínio A ESW têm sido utilizadas para unir seções espessas de alumínio. Uma tal aplicação consiste em unir condutores elétricos (barramentos) de 240 mm (9,5 pol.) de espessura. Em vez das típicas sapatas de cobre, sapatas de grafite são utilizadas para obter superfícies de solda satisfatórias e penetração das bordas. Gagan et al, relatam ter encontrado penetração errática em ESW de alumínio de seção espessa, devida aos campos magnéticos gerados pelo processo de solda, o qual requer telas de blindagem especiais em torno da zona de solda. A condutividade elevada do alumínio e a pronta formação de um óxido refratário também são preocupantes. Fluxos com teor elevado de fluoretos e uma blindagem por gás inerte tipicamente dão bons resultados na solda de alumínio de seção espessa. À medida que a solda progride, são feitas adições ao fluxo contendo 30% em peso de KCL, LiF e MgO2 cada e 10% MgF. Está sendo relatado que este fluxo trabalha bem com ESW de alumínio com sapatas de cobre. 2.2.10 Titânio A reatividade do titânio requer que elementos residuais, tais como hidrogênio e nitrogênio, sejam minimizados na ESW. Um banho de escória com teor elevado de haletos e contendo virtualmente nenhum óxido, e uma proteção por gás inerte (argônio) acima do banho, são necessários. Eletrodos de placa parecem dar resultados melhores. Usualmente os fluxos são compostos de haletos baseados em CaF2, com adições de terras raras a fim de produzir soldas com baixo teor de oxigênio, nitrogênio e hidrogênio. Devletian relata que, devido à elevada resistividade do titânio promover aquecimento ôhmico rápido dos materiais de consumo de titânio, operação estável de solda geralmente requer eletrodos de grande diâmetro para solda com guia não consumível, e bicos ou placas guia para solda com guia consumível. 2.3 EQUIPAMENTOS O equipamento é o mesmo para ambos os métodos do processo ESW, exceto o projeto do tubos-guia dos eletrodos e as exigências para o deslocamento vertical. A seguir estão listados os componentes mais importantes de equipamentos de solda eletroescória: 1) Alimentação de potência; 2) Alimentador do fio e oscilador; 3) Tubo-guia do eletrodo; 4) Controles da solda; 5) Cabeçote de solda; 6) Sapatas de retenção (barragens). 2.3.1 Alimentação de Potência As fontes de potência são tipicamente do tipo transformador-retificador de tensão constante, corrente nominal 750 a 2000 A CC, para ciclo de serviço de 100%. As fontes são similares àquelas empregadas para solda de arco submerso. As tensões sob carga geralmente estão na faixa de 30 a 55 V; portanto a tensão mínima em vazio da fonte de potência deve ser 60 V. Fonte de potência de tensão CA constante, com valore nominais similares, são utilizadas para algumas aplicações. Uma fonte de potência separada é necessária para cada eletrodo. A fonte de potência geralmente está equipada com um contator, um meio de controlar a tensão de saída, um meio para balancear múltiplas instalações de eletrodos, uma chave de potência geral, um amperímetro e um voltímetro. 2.3.2 Alimentador Do Arame E Oscilador A função de um dispositivo alimentador de eletrodo é fornecer ao arame do eletrodo a velocidade constante, da fonte do arame, através do tubo-guia, ao banho de escória em fusão. O alimentador de arame é usualmente montado sobre o cabeçote de solda. Em geral cada arame de eletrodo é acionado pelos seu próprio motor de acionamento e seus rolos alimentadores. Pode-se utilizar um redutor duplo para acionar dois eletrodos a partir de um motor, mas isto não proporciona redundância no evento de um problema na alimentação. No caso de solda com múltiplos eletrodos, a falha de uma unidade acionadora de arame não interrompe necessariamente toda a operação de solda, caso uma medida corretiva puder ser efetuada rapidamente. No entanto é preciso ressaltar que, para solda eletroescória com sucesso, é vital evitar interrupções, pois cinqüenta ou mais horas contínuas de operação são exigidas deste acionamentos de arame para soldas pesadas e longas. Os alimentadores de arame acionados por motor são similares em projeto e operação àqueles utilizados em outros processos contínuos de solda por eletrodo, tal como soldas por arco metal-gás e por arco submerso. Os rolos alimentadores geralmente consistem de um par engrenado, a força de acionamento sendo pois aplicada a ambos os rolos. A configuração da ranhura do rolo pode variar, dependendo de se for utilizado um eletrodo sólido ou um com núcleo. Com arame sólido deve-se tomar cuidado, para que o arame seja alimentado sem escorregamento, mas não ficar tão apertado que fique recartilhado. Arame recartilhado pode provocar o efeito de uma lima, e desgastar os componentes entre os rolos de alimentação e a solda. Rolos com configuração de ranhura oval têm sido achados os melhores para ambos os tipos de arame, sem perigo de esmagar eletrodos metálicos com núcleo. Um desempenador de arame, do tipo simples de três rolos ou do tipo rotativo mais complexo, deveria ser utilizado para remover a crosta no arame de eletrodo. Uma crosta provocará desvio do eletrodo quando ele emerge da guia. Isso, por sua vez, pode provocar alterações da posição do poço de metal em fusão, resultando em defeitos, tal como falta de fusão. Uma crosta no eletrodo provoca problema mais sério em soldas grandes e pesadas. A velocidade do eletrodo depende da corrente necessária para a taxa de deposição desejada, e também do diâmetro do tipo do eletrodo sendo utilizado. Geralmente uma faixa de velocidade de 40 a 250 pol./min (17 a 150 mm/s) convém perfeitamente para uso com eletrodos metálicos sólidos ou com núcleo de3/32 pol. (2,4 mm) ou 1/8 pol. (2,1 mm). Os eletrodos devem ser empacotados para alimentação uniforme e ininterrupta. O fornecimento do arame deve permitir alimentação com necessidade mínima de torque acionado, de modo que não haja agarramento ou parada do arame. O pacote de arame deve ser de tamanho adequado para completar toda a solda sem parada. Dispositivos de oscilação do eletrodo são necessários quando a espessura da junção ultrapassa aproximadamente 2-1/4 pol. (57 mm) por eletrodo. Oscilação do(s) tubo(s)-guia do eletrodo pode ser proporcionada por mecanismos com acionamento mecânico operado por motor, tal como parafuso direcionador ou cremalheira com pinhão. O acionamento deve ser ajustável em distância do deslocamento, velocidade de deslocamento, e intervalo variável no fim de cada curso. O controle do movimento oscilatório é geralmente efetuado com circuitos eletrônicos. 2.3.3 Tubo-Guia Do Eletrodo 2.3.3.1 Método convencional Na solda eletroescória convencional, o tubo-guia não-consumível (o "snorkel") guia o eletrodo dos rolos de alimentação do fio para dentro do banho de escória em fusão. Ele também funciona como um contato elétrico para energizar o eletrodo. A extremidade de saída do tubo está localizada perto da escória em fusão, e com o tempo ela deteriorará. Tubos-guia são geralmente feitos em liga berílio-cobre e suportados por duas barras retangulares estreitas, soldadas neles com solda amarela. O berílio-cobre é utilizado devido ao fato de manter resistência considerável a temperaturas elevadas. Os tubos estão envoltos em fita isolante a fim de evitar curto-circuitos com a peça. Para alimentar os eletrodos verticalmente para dentro da escória em fusão, as guias devem ser curvas e suficientemente estreitas para caber dentro da raiz da abertura da junção. Elas geralmente têm diâmetro menor que 1/2 pol. (13 mm). Desempeno integral do fio pode ser previsto nos tubos, a fim de evitar crosta no eletrodo. 3.3.3.2 Método da guia consumível O tubo-guia consumível é feito de aço compatível com o metal-base, e ligeiramente mais comprido que a junção a ser soldada. Ele comumente tem diâmetro externo de 1/2 a 5/8 pol. (12 a 16 mm), e diâmetro interno de 1/8 a 3/16 pol. (3,2 a 4,8 mm). Diâmetros menores são necessários para soldar seções de espessura inferior a ¾ pol. (19 mm).O tubo- guia é fixado a um tubo-suporte de liga de cobre, montado no cabeçote de solda. A corrente de solda é transmitida do tubo de cobre ao tubo de aço e de lá ao eletrodo. Para soldas mais compridas que 2 a 3 pés (600 a 900 mm), é necessário isolar os tubos-guia, a fim de evitar curto-circuitos com a peça. Todo o comprimento do tubo pode estar revestido com fluxo; ou então aneis isolantes, espaçados de 12 a 18 pol. (300 a 450 mm) são deslisados sobre o tubo, e mantidos no seu lugar com pequenos botões de solda no tubo. A cobertura de fluxo ou os anéis isolantes fundem e ajudam a abastecer o banho de escória à medida que o tubo é consumido. 2.4 CONSUMÍVEIS 2.4.1 Material de Consumo do ESW 2.4.1.1 Fluxos ESW De maneira similar aos fluxos utilizados em outros processos de solda, fluxos ESW são formulados para refinar o metal de solda, revestir a superfície das sapatas de retenção e o metal soldado completado, e proteger o material fundido contra oxidação. Entretanto, diversas características físicas e químicas distinguem fluxos ESW dos outros utilizados em solda a arco. Fluxos ESW são invariavelmente fundidos em vez de aglomerados. Comparando com os fluxos em solda a arco, os fluxos para ESW tem maior resistividade, devido ao fato do arco ser extinto logo após o processo se tornar estável. Às vezes um fluxo aglomerado de partida, com condutividade elevada, é utilizado para iniciar o processo e formar o poço de solda. Depois disso, um fluxo contínuo de resistividade elevada é adicionado a fim de gerar calor para fundir o metal de adição e manter a operação de solda estável. De fato, para solda de corrente elevada, freqüentemente se omite a utilização do fluxo de partida. Um fluxo típico para aços baixo carbono tem a seguinte composição: Resistividade Elétrica Um fluxo de resistência elevada (ou condutividade baixa) puxará menos corrente, resultando em um poço de solda mais frio e menor penetração no metal base. Ele também permitirá que o fio penetre mais profundamente no poço. Por outro lado, um fluxo de baixa resistência pode puxar corrente excessiva, aumentando a temperatura do banho até o processo se estabilizar com extensão mais curta do eletrodo. Entretanto, se a resistência for baixa demais, poderá ocorrer formação de arco entre o eletrodo e a superfície do banho de escória, especialmente com tensões mais elevadas. Esta condição é agravada no caso de fluxos apresentando condutividade fortemente crescente com a temperatura. Em termos de condições do processo, menor resistividade da escória pode resultar em operar a tensão mais baixa. Fluidez Além de sua capacidade de gerar calor, a escória em fusão também deve ter fluidez suficiente para provocar convecção rápida e boa circulação, necessárias para distribuir o calor através da junção da solda. A fluidez de uma escória depende principalmente de suas características químicas e da temperatura operacional. O ponto de fusão de um fluxo deve ser abaixo daquele do metal base, para que haja refino do poço de solda, e sua temperatura de ebulição deve ser mais elevada que a temperatura operacional, a fim de evitar perdas por vaporização. Qualquer perda preferencial (de um ou mais ingredientes) alterará a composição do banho, o que pode alterar muito a fluidez da escória e a condutividade elétrica, resultando em blindagem inadequada. Caso a composição dos fluxos for alterada durante a operação, a alteração da energia levada à escória pode causar um aumento da temperatura e da condutividade durante a solda de emendas compridas, o que pode fazer surgir a formação de arcos na superfície superior do banho de escória. Fluidez baixa tenderá a capturar inclusões de escória no metal de solda; fluidez excessiva provocará vazamento através do pequeno espaço entre a peça e as sapatas de retenção. Para unir as placas, fluxos de fluidez mais elevadas são desejáveis para obter boa circulação no banho relativamente pequeno. Compatibilidade Metalúrgica Finalmente, a escória deverá ser metalurgicamente compatível com a liga sendo soldada. Para solda de aço, os fluxos geralmente são uma mistura de óxidos de silício, manganês, titânio, cálcio, magnésio e alumínio. Estes óxidos componentes desempenham um papel importante na blindagem e no refino do poço de solda. Fluoreto de Cálcio (CaF2) é adicionado aos óxidos ou silicatos básicos para alcançar resistividade e fluidez apropriadas. Aumento de CaF2 reduz viscosidade, ponto de fusão e resistividade. Adições de TiO2 também reduzem a resistividade, enquanto que Al2O3 a aumenta. Entretanto TiO2 também aumenta a viscosidade da escória. Aplicações especiais, tal como controle de inclusão ou remoção de enxofre, podem necessitar a adição de compostos de terras raras. A capacidade de desprendimento da escória após solidificação do metal de solda não constitui problema maior na ESW. A adição de grandes quantidades de TiO2, entretanto, freqüentemente resultará em remoção difícil da escória. Adições de fluoretos melhoram o desprendimento da escória. 2.4.1.2 Eletrodos ESW Há várias técnicas de ESW disponíveis, dependendo do tipo de eletrodo e do mecanismo de alimentação. Os eletrodos podem ser fios sólidos, fios tubulares com núcleo de fluxo, eletrodos sólidos de larga seção e eletrodos de larga seção com núcleo. As guias ou bicos podem ser consumíveis ou não consumíveis. O método convencional utiliza guias não consumíveis (também conhecidas como snorkels), mantidas a aproximadamente 50 a 75 mm (2,0 a 3,0 pol.) acima do fluxo em fusão. Neste casoutiliza-se um cabeçote móvel de alimentação, que é levantado verticalmente para corresponder à velocidade de deslocamento do poço de solda. Caso o mecanismo de alimentação do eletrodo for estacionário. O bico será "consumido", tornando-se parte do metal de solda quando atinge o poço de escória. Consequentemente, os materiais utilizados nas guias consumíveis geralmente correspondem à composição química do eletrodo ou do metal base. Uma guia consumível pode ser um tubo de parede fina ou um conjunto de placas ou hastes com condutos para alimentar o fio do eletrodo. Tubos guia em forma de aletas são preparados soldando tramas a tubos guia de seção circular a fim de obter aquecimento mais uniforme do poço de solda. Entre os diferentes tipos de eletrodos tipo fio e os eletrodos larga seção com núcleo requerem a utilização de bicos para levar o eletrodo no gap da raiz. Guias nuas às vezes necessitam isolamento ao longo de suas superfícies laterais, caso não possam ser exatamente alinhadas dentro da junção de solda. Uma solução consiste em inserir plugs em locais críticos do conjunto. Bicos consumíveis revestidos com fluxo estão disponíveis para minimizar o problema de isolar o conjunto do eletrodo. 3. VANTAGENS E LIMITAÇÕES O ESW é um processo especificamente projetado por soldar material com espessuras mais grossas. Comprando com o processo de soldagem similar SAW, as vantagens e limitações do processo de ESW são as seguintes: Vantagens: • Alta taxa de deposição em relação a outros processos, onde a taxa de deposição é por unidade de tempo. • Velocidade de enchimento da junta é muito maior quando soldamos chapas acima de 2 pol. (50 mm) com o processo ESW. • Preparação da junta é relativamente fácil para o processo ESW. • Movimentação do equipamento de ESW é requerido quando soldamos peças pesadas. Não é necessário a movimentação das peças desde que as mesmas estejam alinhadas e na posição vertical. • Não é requerido pré aquecimento para chapas muito grossas, devido a baixa taxa de refrigeração. • A taxa de metal depositado é considerado 100%, desde que não haja sujeira, vaporização ou pedaços de eletrodos na junta a ser soldada. • Não é necessário limpeza interpasses no processo ESW. • Distorção angular mínima pode ocorre no ESW. Por exemplo, nenhuma distorção ocorre no plano horizontal, no plano vertical se ocorrer a distorção, a mesma é mínima, e é facilmente compensável. • Alta integridade do metal depositado em ESW. Isto é devido ao fato de que a poça de solda fica fundida durante um tempo relativamente longo que permite gases e partículas de escória para escaparem para a superfície. • No processo ESW, não é requerido grande habilidade do soldador. Isto é devido à facilidade de controle do processo, existe pequena interferência do soldador no processo, devido a alta mecanização inerente em ESW. Como resultado, há pouco desgaste do soldador e disponibilidade relativamente alta de pessoal. • O processo de ESW é muito econômico quando aplicado em chapas de espessuras grandes. Limitações : • Geração de calor muito alta, o que resulta em taxa de refrigeração muito lenta, provocando dessa forma reações na metalurgia dos materiais, como: a) Estrutura grosseira no metal de solda com propriedades mecânicas anisotrópicas. b) Solidificação induzida pela alta textura de granulometria do material e segregaçãode elementos que provocam trincas a quente no centro da solda. c) Granulometria grosseira na ZTA que é mais susceptível a fratura frágil • Alguns materiais sensíveis ao calor não podem ser soldados, devido à alta geração de calor associada ao processo ESW. • O processo ESW não pode ser usado para materiais com espessuras muito finas ¾ in (19 mm). • Juntas devem ser soldadas na posição vertical ou próximo da posição vertical. • A velocidade de enchimento da junta é mais baixo, quando comparado com o processo SAW para soldar chapas com espessura de 1 ½ in (38 mm). • Qualquer interrupção durante a soldagem no processo ESW é considerado crítico, pois uma vez que o processo é reiniciado pode provocar defeitos na solda. • Reparos de solda no processo ESW, requer a utilização de outro processo de soldagem para realizar a recuperação. 4. PROBLEMAS E CONTROLE DA QUALIDADE 4.1 Zona de Fusão Dendritas tanto celulares como colunares são observadas na estrutura da solidificação de uma solda eletroescória. Particularmente nos casos de soldas com baixo fator de forma, nas quais transição de dendritas celulares para colunares ocorre perto da linha de centro da solda e os grãos se encontram em ângulo obtuso, trinca na linha de centro e trinca radial a quente são observadas mais freqüentemente. Estes defeitos podem ser atribuídos ao efeito combinado de gradiente da temperatura, taxa de solidificação, grau de restrição na ajustagem da solda, velocidade elevada de solda, e baixo fator de forma. Em geral, uma estrutura comprida de grãos colunares de lados retos ( o resultado de velocidade elevada de solda) tende a ser mais fraca sob carga do que uma mais coaxial com estrutura de grãos mais finos de uma solda de baixa velocidade. Ao mesmo tempo, a estrutura celular pode ser mais grosseira e com segregação maior no caso de velocidade baixa de solda. 4.2 Zona Parcialmente Fundida Trinca por liquação é associada com a fusão de divisas fortemente segregadas dos grãos perto da região da linha de fusão. Carbono e manganês são os elementos liga mais comuns envolvidos na formação de compostos, tal como (Mn,Fe)S, que abaixam a temperatura de fusão das divisas dos grãos. Fósforo, nitrogênio, e boro são alguns dos outros agentes de fragilidade encontrados em ligas ferrosas. Durante o resfriamento, tensões residuais podem formar e romper estas divisas enfraquecidas. 5.3 Fragilidade por Têmpera Placas de seção espessa de aço 2-1/4Cr-1Mo utilizadas em recipientes sob pressão para serviço em petróleo e na química sob temperaturas elevadas, são em serviço suscetíveis a fragilidade por têmpera. O problema tem sido atribuído à presença de elementos residuais tal como fósforo e antimônio. 4.4 Trinca por Hidrogênio Falando em geral, a ESW é efetuada sob condições de proteção perfeita pela escória, e a taxa de utilização de resfriamento da solda é baixa. Portanto, a ocorrência de trincas induzidas pelo hidrogênio é mínima. Entretanto, uma atmosfera com elevado teor de vapor de água estará presente nas circunstâncias requerendo o uso de um material argiloso úmido, a fim de evitar que a escória vaze através da região da junção. Microtrincas, e às vezes furos de sopro, podem resultar no metal de solda. Separação grosseira das divisas, observada em algumas soldas eletroescória, podem ser completamente eliminadas por tratamento térmico pós-solda a 300°C (570°F) imediatamente após a solda, o que indica que deixando o hidrogênio difundir para fora da peça torna possível manter a integridade das soldas. Aumentando-se a profundidade do poço, a taxa de resfriamento diminui, e o hidrogênio escapa por difusão antes de provocar danos. 4.5 Distorção da Solda Quando comparadas com soldas produzidas usando outros processos, soldas por eletroescória não apresentam problemas significativos de distorção. Medições mostram que distorção tanto transversal como angular está presente, e que a distância do gap se modifica à medida que a solda progride. Entretanto, a distorção é da ordem de apenas 2%. Distorção angular ocorre devido ao resfriamento rápido da parte soldada da junção, o que tende a apertar as partes juntas, reduzindo a distância do gap. Material na frente da solda é separado por um gap, de modo que o aquecimento não tem efeito. 4.6 Tratamento Térmico Pós-Solda Na maioria das soldas por eletroescória assim como a solda têm estrutura muito grosseira como fundido no metal de solda e grãosgrosseiros na ZTA. Como resultado, tais soldas por eletroescória podem não se enquadrar em muitas especificações críticas. 5. CONSIDERAÇÕES QUANTO À SEGURANÇA Assim como em qualquer tipo de solda, deve-se exercer cuidado razoável nos procedimentos de instalação, solda e pós-solda para a ESW. Há determinado número de riscos, alguns menores e alguns sérios, mas tudo pode ser eliminado. O não uso de equipamentos de proteção , ou não seguir práticas seguras, pode provocar danos em peças produzidas, equipamentos e facilidades, e perigo físico para o pessoal. Roupa adequada e conveniente deve ser usada para proteger contra radiações de arco de outros equipamentos de solda, calor irradiado de peças quentes, e riscos provenientes de escória fundida quente. Luvas devem ser usadas permanentemente.Óculos de segurança com proteção lateral são recomendados devido à escória quente, ou "bolas salpicantes", que podem voar da junção durante a solda. Tom N.º 12 é recomendado caso o arco possa ser observado antes do banho de escória se ter estabelecido. Tom N.º 4 é recomendado para observar o banho de escória. Cuidado considerável deve ser tomado quando as sapatas refrigerantes são removidas. Escória solidificada é essencialmente vidro, e pode quebrar e estilhaçar erradamente. O risco de choque elétrico existe com qualquer equipamento elétrico. Com ESW, entretanto, o operador não toca nos equipamentos, exceto para ajustes ocasionais. O arame do eletrodo, e na realidade tudo que entra em contato com ele, está "eletricamente quente". O arame do eletrodo e outras parte "vivas" do sistema de solda não devem ser tocados pelo operador ou outro pessoal na área. Como procedimento normal, o operador deve efetuar uma verificação preliminar do equipamento a fim de perceber problemas potenciais. Riscos elétricos, tal como conexões soltas ou gastas, isolamento desgastado, ou cabos dentro ou em torno de água, devem ser consertados ou o risco deve ser eliminado. Deve-se tomar cuidado para evitar vazamento de água das sapatas refrigerantes, ou de circulação, em torno do equipamento de ESW. As recomendações do fabricante a respeito de tamanho do cabo, instalação, utilização e manutenção dos equipamentos sempre devem ser seguidas. Peças a serem soldadas por eletroescória são geralmente grandes e, pelo fato de serem soldadas na vertical, são às vezes altas e posicionadas desajeitadamente. Deve- se tomar cuidado em posicionar estes componentes, e soldadores qualificados devem ser empregados para soldar os necessários suportes, grampos, apoios e outras fixações ou elementos. O mesmo cuidado deve ser tomado quando se remover estes elementos por corte ou goivagem. ESW gera fumaça, assim como outros processos de solda, mas não é necessário que o operador de ESW se encontre constantemente dentro ou em torno dela. O processo é automático por natureza, embora o operador ocasionalmente monitore o processo. Caso a solda for efetuada em uma área mal ventilada, será preciso empregar exaustores ou extratores de fumaça. Escória quente pode derramar sobre o topo da junção, ou vazar em torno da sapata refrigerante. Fixação mal feita da sapata refrigerante ou mal alinhamento dos poços também podem abrir folgas abertas, onde vazamentos poderão ocorrer. Vazamento de escória pode ser especialmente perigoso devido ao grande volume do banho de escória associado com o processo de ESW. Pelo mesmo motivo, atenção especial deve ser dada à fixação e ao alinhamento das sapatas, e as sapatas refrigerantes devem ser deixadas no seu lugar após completar a solda, até que a escória se tenha solidificada. Sapatas refrigeradas a água são muito mais seguras para serem manuseadas do que sapatas sólidas, porém ambos os tipos podem provocar graves queimaduras. Não soldar perto de materiais combustíveis. Assegurar que solventes utilizados para limpar a área de junção da solda sejam completamente removidos. Não colocar latas de aerosol perto da solda, pois elas podem explodir.
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