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REVISÃO FINAL DE LITERATURA ENEM

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REVISÃO FINAL DE LITERATURA 
PROF.THIAGO SILVA 
01. 
 
Brazil, capital Buenos Aires 
 
No dia em que a bossa nova inventou o Brazil 
Teve que fazer direito, senhores pares, 
Porque a nossa capital era Buenos Aires, 
A nossa capital era Buenos Aires. 
E na cultura-Hollywood o cinema dizia 
Que em Buenos Aires havia uma praia 
Chamada Rio de Janeiro 
Que como era gelada só podia ter 
Carnaval no mês de fevereiro. 
Naquele Rio de Janeiro o tango nasceu 
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E Mangueira o imortalizou na avenida 
Originária das tangas 
Com que as índias fingiam 
Cobrir a graça sagrada da vida. 
 
*O texto de Tom Zé, crítico de música, letrista e cantor, insere-se em um contexto 
histórico e cultural que, dentro da cultura literária brasileira, define-se como: 
 
a) expressão do modernismo brasileiro influenciado pelas vanguardas europeias. 
b) representante da literatura engajada, de resistência ao Estado Novo. 
c) sucessor do Romantismo e de seus ideais nacionalistas. 
d) contemporâneo à poesia concretista e por ela influenciado. 
e) precursor do movimento de afirmação nacionalista, o Tropicalismo. 
 
02. 
 
Lépida e leve 
 
Língua do meu Amor velosa e doce, 
que me convences de que sou frase, 
que me contornas, que me vestes quase, 
como se o corpo meu de ti vindo me fosse. 
Língua que me cativas, que me enleias 
os surtos de ave estranha, 
em linhas longas de invisíveis teias, 
de que és, há tanto, habilidosa aranha... 
[...] 
Amo-te as sugestões gloriosas e funestas, 
amo-te como todas as mulheres 
te amam, ó língua-lama, ó língua-resplendor 
pela carne de som que à ideia emprestas 
e pelas frases mudas que proferes 
nos silêncios de amor!... 
 
(MACHADO, G. In: MORICONI, I. (org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. 
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001) 
 
*A poesia de Gilka Machado identifica-se com as concepções artísticas simbolistas. 
Entretanto, o texto selecionado incorpora referências temáticas e formais modernistas, já 
que, nele, a poeta: 
 
a) procura desconstruir a visão metafórica do amor e abandona o cuidado formal. 
b) concebe a mulher como um ser sem linguagem e questiona o poder da palavra. 
c) questiona o trabalho intelectual da mulher e antecipa a construção do verso livre. 
d) propõe um modelo novo de erotização na lírica amorosa e propõe a simplificação 
verbal. 
e) explora a construção da essência feminina, a partir da polissemia de "língua", e inova 
o léxico. 
 
03. 
 
TEXTO I 
 
O meu nome é Severino, 
não tenho outro de pia. 
Como há muitos Severinos, 
que é santo de romaria, 
deram então de me chamar 
Severino de Maria; 
como há muitos Severinos 
com mães chamadas Maria, 
fiquei sendo o da Maria 
do finado Zacarias, 
mas isso ainda diz pouco: 
há muitos na freguesia, 
por causa de um coronel 
que se chamou Zacarias 
e que foi o mais antigo 
senhor desta sesmaria. 
Como então dizer quem fala 
ora a vossas senhorias? 
 
(MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro, Aguilar, 1994) 
TEXTO II 
 
João Cabral, que já emprestara sua voz ao rio, transfere-a, aqui, ao retirante Severino, 
que, como o Capibaribe, também segue no caminho do Recife. A autoapresentação do 
personagem, na fala inicial do texto, nos mostra um Severino que, quanto mais se define, 
menos se individualiza, pois seus traços biográficos são sempre partilhados por outros 
homens. 
 
(SECCHIN, A. C. João Cabral: a poesia do menos. Rio de Janeiro, Topbooks, 1999) 
 
*Com base no trecho de Morte e Vida Severina (Texto I) e na análise crítica (Texto II), 
observa-se que a relação entre o texto poético e o contexto social a que ele faz referência 
aponta para um problema social expresso literariamente pela pergunta: "Como então dizer 
quem fala / ora a vossas senhorias?". A resposta à pergunta expressa no poema é dada por 
meio da: 
 
a) descrição minuciosa dos traços biográficos do personagem-narrador. 
b) construção da figura do retirante nordestino com um homem resignado com a sua 
situação. 
c) representação, na figura do personagem-narrador, de outros Severinos que 
compartilham sua condição. 
d) apresentação do personagem-narrador como uma projeção do próprio poeta em sua 
crise existencial. 
e) descrição de Severino, que, apesar de humilde, orgulha-se de ser descendente do 
coronel Zacarias. 
 
04. 
 
Texto I 
 
Chão de esmeralda 
Me sinto pisando 
Um chão de esmeraldas 
Quando levo meu coração 
À Mangueira 
Sob uma chuva de rosas 
Meu sangue jorra das veias 
E tinge um tapete 
Pra ela sambar 
É a realeza dos bambas 
Que quer se mostrar 
Soberba, garbosa 
Minha escola é um catavento a girar 
É verde, é rosa 
Oh, abre alas pra Mangueira passar 
 
(BUARQUE, C.; CARVALHO, H. B. Chico Buarque de Mangueira. Marola Edições Musicais Ltda. 1997) 
 
Texto II 
 
Quando a escola de samba entra na Marquês de Sapucaí, a plateia delira, o coração dos 
componentes bate mais forte e o que vale é a emoção. Mas, para que esse verdadeiro 
espetáculo entre em cena, por trás da cortina de fumaça dos fogos de artifício, existe um 
verdadeiro batalhão de alegria: são costureiras, aderecistas, diretores de ala e de 
harmonia, pesquisador de enredo e uma infinidade de profissionais que garantem que 
tudo esteja perfeito na hora do desfile. 
 
(AMORIM, M.; MACEDO, G. O espetáculo dos bastidores. Revista de Carnaval 2010:Mangueira. Rio de Janeiro: 
Estação Primeira de Mangueira, 2010) 
 
*Ambos os textos exaltam o brilho, a beleza, a tradição e o compromisso dos dirigentes 
e de todos os componentes com a escola de samba Estação Primeira de Mangueira. Uma 
das diferenças que se estabelece entre os textos é que: 
 
a) o Texto I sugere a riqueza material da Mangueira, enquanto o Texto II destaca o 
trabalho na escola de samba. 
b) a linguagem poética, no Texto I, valoriza imagens metafóricas e a própria escola, 
enquanto a linguagem, no Texto II, cumpre a função de informar e envolver o leitor. 
c) a letra de música privilegia a função social de comunicar a seu público a crítica em 
relação ao samba e aos sambistas. 
d) ao associar esmeraldas e rosas às cores da escola, o Texto I acende a rivalidade entre 
escolas de samba, enquanto o Texto II é neutro. 
e) o artigo jornalístico cumpre a função de transmitir emoções e sensações, mais do que 
a letra de música. 
 
05. 
 
Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, 
novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de 
junho de 1839. Filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco José de 
Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior 
escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, 
Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, 
única que frequentou o autodidata Machado de Assis. 
 
*Considerando os seus conhecimentos sobre os gêneros textuais, o texto citado constitui-
se de: 
 
a) fatos ficcionais, relacionados a outros de caráter realista, relativos à vida de um 
renomado escritor. 
b) representações generalizadas acerca da vida de membros da sociedade por seus 
trabalhos e vida cotidiana. 
c) explicações da vida de um renomado escritor, com estrutura argumentativa, destacando 
como tema seus principais feitos. 
d) questões controversas e fatos diversos da vida de personalidade histórica, ressaltando 
sua intimidade familiar em detrimento de seus feitos públicos. 
e) apresentação da vida de uma personalidade, organizada sobretudo pela ordem 
tipológica da narração, com um estilo marcado por linguagem objetiva. 
 
06. O “politicamente correto” tem seus exageros, como chamar baixinho de 
“verticalmente prejudicado”, mas, no fundo, vem de uma louvável preocupação em nãoofender os diferentes. É muito mais gentil chamar estrabismo de “idiossincrasia ótica” 
do que de vesguice. O linguajar brasileiro está cheio de expressões racistas e 
preconceituosas que precisam de uma correção, e até as várias denominações para 
bêbado (pinguço, bebo, pé-de-cana) poderiam ser substituídas por algo como “contumaz 
etílico”, para lhe poupar os sentimentos. O tratamento verbal dado aos negros é o melhor 
exemplo da condescendência que passa por tolerância racial no Brasil. Termos como 
“crioulo”, “negão” etc. são até considerados carinhosos, do tipo de carinho que se dá a 
inferiores, e, felizmente, cada vez menos ouvidos. “Negro” também não é mais correto. 
Foi substituído por afrodescendente, por influência dos afroamericans, num caso de 
colonialismo cultural positivo. Está certo. Enquanto o racismo que não quer dizer seu 
nome continua no Brasil, uma integração real pode começar pela linguagem. 
 
(VERÍSSIMO, L. F. Peixe na cama. Diário de Pernambuco. 10 jun. 2006) 
 
*Ao comparar a linguagem cotidiana utilizada no Brasil e as exigências do 
comportamento “politicamente correto”, o autor tem a intenção de: 
 
a) criticar o racismo declarado do brasileiro, que convive com a discriminação camuflada 
em certas expressões linguísticas. 
b) questionar a condenação de certas expressões consideradas “politicamente incorretas”, 
o que impede os falantes de usarem a linguagem espontaneamente. 
c) mostrar que os problemas de intolerância racial, no Brasil, já estão superados, o que se 
evidencia na linguagem cotidiana. 
d) defender o uso de termos que revelam a despreocupação do brasileiro quanto ao 
preconceito racial, que inexiste no Brasil. 
e) sugerir que o país adote, além de uma postura linguística “politicamente correta”, uma 
política de convivência sem preconceito racial. 
 
07. 
 
Texto 1 
 
Canção do exílio 
 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá. 
Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores. 
[...] 
Minha terra tem primores, 
Que tais não encontro eu cá; 
Em cismar — sozinho, à noite — 
Mais prazer eu encontro lá; 
Minha terra tem palmeiras 
Onde canta o Sabiá. 
Não permita Deus que eu morra, 
Sem que eu volte para lá; 
Sem que desfrute os primores 
Que não encontro por cá; 
Sem qu’inda aviste as palmeiras 
Onde canta o Sabiá. 
 
(DIAS, G. Poesia e prosa completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1998) 
Texto 2 
 
Canto de regresso à Pátria 
 
Minha terra tem palmares 
Onde gorjeia o mar 
Os passarinhos daqui 
Não cantam como os de lá 
Minha terra tem mais rosas 
E quase tem mais amores 
Minha terra tem mais ouro 
Minha terra tem mais terra 
Ouro terra amor e rosas 
Eu quero tudo de lá 
Não permita Deus que eu morra 
Sem que volte para lá 
Não permita Deus que eu morra 
Sem que volte pra São Paulo 
Sem que eu veja a rua 15 
E o progresso de São Paulo 
 
(ANDRADE, O. Cadernos de poesia do aluno Oswald. São Paulo: Círculo do Livro, s/d) 
 
*Os textos 1 e 2, escritos em contextos históricos e culturais diversos, enfocam o mesmo 
motivo poético: a paisagem brasileira entrevista a distância. Analisando-os, conclui-se 
que: 
 
a) o ufanismo, atitude de quem se orgulha excessivamente do país em que nasceu, é o tom 
de que se revestem os dois textos. 
b) a exaltação da natureza é a principal característica do texto 2, que valoriza a paisagem 
tropical realçada no texto 1. 
c) o texto 2 aborda o tema da nação, como o texto 1, mas sem perder a visão crítica da 
realidade brasileira. 
d) o texto 1, em oposição ao texto 2, revela distanciamento geográfico do poeta em relação 
à pátria. 
e) ambos os textos apresentam ironicamente a paisagem brasileira. 
 
08. 
 
Confidência do Itabirano 
 
Alguns anos vivi em Itabira. 
Principalmente nasci em Itabira. 
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. 
Noventa por cento de ferro nas calçadas. 
Oitenta por cento de ferro nas almas. 
E esse alheamento do que na vida é porosidade e 
[comunicação. 
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho, 
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e 
[sem horizontes. 
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte, 
é doce herança itabirana. 
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço: 
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil, 
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval; 
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas; 
este orgulho, esta cabeça baixa... 
Tive ouro, tive gado, tive fazendas. 
Hoje sou funcionário público. 
Itabira é apenas uma fotografia na parede. 
Mas como dói! 
 
(ANDRADE, C. D. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003) 
 
*Carlos Drummond de Andrade é um dos expoentes do movimento modernista brasileiro. 
Com seus poemas, penetrou fundo na alma do Brasil e trabalhou poeticamente as 
inquietudes e os dilemas humanos. Sua poesia é feita de uma relação tensa entre o 
universal e o particular, como se percebe claramente na construção do poema Confidência 
do Itabirano. Tendo em vista os procedimentos de construção do texto literário e as 
concepções artísticas modernistas, conclui-se que o poema acima: 
 
a) representa a fase heroica do modernismo, devido ao tom contestatório e à utilização de 
expressões e usos linguísticos típicos da oralidade. 
b) apresenta uma característica importante do gênero lírico, que é a apresentação objetiva 
de fatos e dados históricos. 
c) evidencia uma tensão histórica entre o “eu” e a sua comunidade, por intermédio de 
imagens que representam a forma como a sociedade e o mundo colaboram para a 
constituição do indivíduo. 
d) critica, por meio de um discurso irônico, a posição de inutilidade do poeta e da poesia 
em comparação com as prendas resgatadas de Itabira. 
e) apresenta influências românticas, uma vez que trata da individualidade, da saudade da 
infância e do amor pela terra natal, por meio de recursos retóricos pomposos. 
 
09. 
 
Seca d’água 
 
É triste para o Nordeste 
o que a natureza fez 
mandou 5 anos de seca 
uma chuva em cada mês 
e agora, em 85 
mandou tudo de vez. 
A sorte do nordestino 
é mesmo de fazer dó 
seca sem chuva é ruim 
mas seca d’água é pior. 
Quando chove brandamente 
depressa nasce o capim 
dá milho, arroz, feijão 
mandioca e amendoim 
mas como em 85 
até o sapo achou ruim. 
[...] 
Meus senhores governantes 
da nossa grande nação 
o flagelo das enchentes 
é de cortar o coração 
muitas famílias vivendo 
sem lar, sem roupa e sem pão. 
 
(ASSARÉ, Patativa do. Digo e não peço segredo. São Paulo: Escritura, 2001, p. 117-118) 
 
*Esse é um fragmento do poema Seca d’água, do poeta popular Patativa do Assaré. Nesse 
fragmento, a relação entre o texto poético e o contexto social se verifica: 
 
a) de modo explícito, mediada por oposições, como a apresentada no título. 
b) de forma direta e simples, que dispensa o uso de recursos literários, como rimas e 
figurações. 
c) de maneira idealizada, deturpando a realidade pela sua formulação amena e cômica. 
d) na preocupação maior com a beleza da forma poética que com a representação da 
realidade do Nordeste. 
e) por meio de metáforas complexas, ao gosto da tradição poética popular. 
 
10. (Prof.Thiago Silva-2021). As Vanguardas Europeias representam um conjunto de 
movimentos artístico-culturais que ocorreram em diversos locais da Europa a partir do 
início do século XX. As vanguardas artísticas europeias que se destacaram foram: 
Expressionismo, Cubismo, Futurismo, Dadaísmo e Surrealismo. Juntos, esses 
movimentos influenciaram a arte moderna mundial desde pintura, escultura, arquitetura, 
literatura, cinema, teatro música, entre outras. As vanguardas artísticas ultrapassaram o 
limite até então encontrado nas artes, propondo assim, novas formas de atuaçãoestética 
ao questionar os padrões impostos. De acordo com as imagens abaixo assinale a 
alternativa correta: 
 
 I II III 
 
 
a) Dadaísmo, Surrealismo e Expressionismo. 
b) Cubismo, Futurismo e Surrealismo. 
c) Expressionismo, Cubismo e Surrealismo. 
d) Futurismo, Expressionismo e Surrealismo. 
e) Expressionismo, Surrealismo e Futurismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
01. E 
02. E 
03. C 
04. B 
05. E 
06. E 
07. C 
08. C 
09. A 
10. E

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