Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
* * DOENÇAS DO ESÔFAGO Esôfago normal Estrutura anatômica situada entre 15 e 40 cm dos dentes incisivos superiores, estando a junção esofagogástrica no limite dos 40 cm distais * * Anatomia Tubo muscular com pregueamento transversal e longitudinal Linha Z: transição esofagogástrica * * Histologia Histologia Epitélio escamoso estratificado Camada basal Submucosa Muscular * * Malformações congênitas Atresia esofagiana Falha no desenvolvimento durante as 6 primeiras semanas de gestação (separação do intestino anterior e trato respiratório) Malformação mais comum neste órgão (1:3000 a 1:5000 nascidos vivos) Na maioria das vezes acompanhada por fístula traqueoesofágica * * Malformações associadas Em 50% dos casos a atresia está associada a outras malformações VACTERL Vertebrais Anorretais Cardíacas TraqueoEsofágicas Renais Limbs (defeitos nos membros) * * CLASSIFICAÇÃO DAS ATRESIAS A: Atresia sem fístula B: Atresia com fístula proximal C: Atresia com fístula distal (85%) D: Atresia com dupla fístula E: Fístula sem atresia F: Estenose esofágica * * Diagnóstico de atresia Polidramnio materno, história familiar RN: salivação abundante, crises de cianose e asfixia Com fístula: abdome distendido por ar no estômago Sem fístula: abdome escavado Diagnóstico durante passagem de sonda nasogastrica, confirmado por administração de ar ou contraste e imagem * * Hérnia de hiato Alargamento do espaço entre os pilares diafragmáticos e a parede esofágica 1 a 20% dos adultos, ocasional em crianças 9% sintomas de azia ou regurgitação Complicações Ulceração, hemorragia, perfuração Nas paraesofágicas, estrangulamento ou obstrução * * Padrões anatômicos Por deslizamento: 15% da população e 60% nos maiores de 60 anos. A JGE e o fundo gástrico estão acima do diafragma Paraesofágica: ou por rolamento: A JGE permanece e o fundo sobe Mista: A JGE se hernia e o fundo também, fazendo uma dobra sobre a junção * * Divertículos esofágicos Evaginações da parede doTGI, formando estrutura sacular Verdadeiros: herniação de toda a parede Falsos: somente mucosa e submucosa (pseudodivertículos) Intramurais: não ultrapassam o limite da parede, ficando confinados na muscular De tração por retração inflamatória no mediastino, são verdadeiros (tbc, histoplasmose) De pulsão por dismotilidade esofagiana (acalásia, aumento da pressão intraluminal) * * Divertículos esofágicos Zenker ou faringoesofágico: na hipofaringe superior (pulsão, comum) Médio-esofágico (geralmente por tração ou combinado) Epifrênico (de pulsão), próximo ao EEI - Disfagia, regurgitação, sensação de “bolo na garganta” - Complicação: aspiração com pneumonia * * Divertículos esofágicos * * Divertículos esofágicos Imagem endoscópica Correção cirúrgica * * Tumores benignos do esôfago Localizam-se dentro da parede esofágica e tem origem mesenquimal (tecido conjuntivo) Leiomiomas Fibromas Lipomas Hemangiomas Neurofibromas Linfangiomas Pólipos fibrovasculares Papilomas escamosos (relacionados ou não ao HPV) Pseudotumor inflamatório ou pólipo inflamatório * * Tumores benignos do esôfago Leiomiomas Raros, derivam do músculo liso São considerados tumores mesenquimais (tecido conjuntivo embrionário) Terço médio e inferior, entre 30-50 anos,mais em homens Hoje são classificados como GIST (Gastrointestinal Stromal Tumor), com mutação no protooncogen c-KIT * * Leiomiomas esofágicos Sintomas nos maiores que 5,0cm Sensação de pressão retroesternal ou disfagia mecânica Endoscopia: compressão extrínseca, mucosa normal US endoscópico: massa hipoecoica na camada muscular Esofagoscopia baritada: mucosa sem alterações Evitar biópsia endoscópica (aderência da mucosa ao tumor) * * Tumores malignos do esôfago Carcinoma de células escamosas Adenocarcinoma Tipos raros Leiomiossarcoma Melanoma Linfoma Plasmocitoma MTX : mama, pulmão, melanoma primário da pele * * Carcinoma de células escamosas É o tipo mais comum de carcinoma do esôfago Adultos maiores de 50 anos Relação homem:mulher varia de 2:1 a 20:1 Maiores incidências Irã, China central, África do Sul e sul do Brasil, Porto Rico e Leste Europeu No sul do Brasil a incidência é de 100:100.000 e a taxa de mortalidade é de 20% dos óbitos por Ca Nos EUA, incidência de 2 a 8:100.000 * * CCE – etiologia e patogenia Fatores ambientais e alimentares aumentam o risco e deficiências nutricionais potencializam os efeitos dos carcinógenos ambientais Alterações genéticas presentes Mutação de p-53, p16INK4 Amplificação de Cyclina D1, C-Myc e EGFR As mutações no K-RAS e APC são raras neste tumor A esofagite crônica pode evoluir para displasia e carcinoma nas áreas de alta incidência por aumento da exposição aos carcinógenos * * Fatores associados ao carcinoma escamoso Dieta Deficiência de vitaminas e oligoelementos: vit A, C, riboflavina, tiamina, piridoxina, zinco, molibdênio Alimentos contaminados por fungos Alto teor de nitritos e nitrosaminas (defumados) Hábito de mascar bétel Estilo de vida Etilismo, tabagismo, bebidas quentes, poluição urbana Distúrbios esofágicos Acalásia, esofagite crônica, síndrome de Plummer-Vinson Predisposição genética Doença celíaca crônica, displasia ectodérmica, epidermólise bolhosa, predisposição racial * * CCE - morfologia Localização 50% terço médio 30% terço inferior 20% terço superior Início lesão in situ (neoplasia intra epitelial) Inicialmente pequenas elevações na mucosa ou leve espessamento em placa Após meses ou anos de evolução: massas tumorais * * CCE – padrões morfológicos Protruso: 60% Lesão exofítica que se projeta para a luz Escavado ou Ulcerado: 25% Ulcera necrótica que pode perfurar a parede em direção ao mediastino, pericárdio, árvore respiratória ou aorta Plano: 15% Propagação para o interior da parede esofágica, causando espessamento, rigidez e estreitamento da luz * * Carcinoma vegetante * * Carcinoma escavado * * Carcinoma plano ulcerado * * CCE - diferenciação A maioria tem diferenciação moderada ou alta, possibilitando o reconhecimento histológico, com formação de rolhas de queratina e presença de desmossomas Existem variantes como de células fusiformes, verrucoso e de células basalóides Os tumores iniciam na camada epitelial, invadindo progressivamente a lâmina própria, submucosa, camada muscular * * CCE - evolução * * CCE - disseminação Tumores do terço superior MTX para linfonodos cervicais profundos (supraclaviculares), paraesofágicos Tumores do terço médio MTX para linfonodos mediastínicos, traqueobrônquicos e paratraqueais Tumores do terço inferior MTX para linfonodos paraesofágicos, gástricos e celíacos e do hilo esplênico MTX à distância: fígado, pulmão * * CCE - clínica Início insidioso Disfagia e obstrução crônica e tardia Adaptação inconsciente da dieta Emagrecimento e debilidade física Hemorragia e septicemia Aspiração de alimentos por fístula traqueoesofágica * * CCE - prognóstico Diagnóstico tardio Triagem endoscópica melhora a ressecabilidade Recidivas locais e a distância são comuns Sobrevida em torno de 9% em 5 anos tumor superficial 75% com cirurgia e tratamento: 25% MTX em linfonodos reduz a sobrevida em 5 anos * * Adenocarcinoma esofágico Tumor epitelial maligno com diferenciação glandular Aumento na incidência, principalmente em homens brancos Nos EUA, a incidência é semelhante ao CCE Origem principalmente no esôfago de Barrett O risco de desenvolver câncer a partir da mucosa de Barrett é de aproximadamente 10% * * Barrett * * Adenocarcinoma esofágico Fatores de risco Tabagismo e obesidade Helicobacter pylori (não existe consenso) Patogenia Período de latência longo, com muitas alterações genéticas DRGE seguido por esôfago de Barrett, displasia e finalmente adenocarcinoma Neste processo existem várias alterações genéticas presentes Mutação no P-53, amplificação cromossoma 4, translocação da β-catenina, amplificação do c-Erb-B2, tetraploidia e aneuploidia * * Adenocarcinoma esofágico - morfologia Quando surgem no Barrett, a localização é no esôfago distal, podendo invadir o cárdia Surgem como fragmentos de mucosa aplainada ou elevada, podendo se tornar massas nodulares de grande tamanho, ulceras ou ter infiltração difusa * * Adenocarcinoma esofágico - histologia Existem duas apresentações mais frequentes Adenocarcinoma tipo glandular ou intestinal, com produção de muco Adenocarcinoma tipo anel de sinete ou difuso, onde as células invadem a parede esofágica de forma isolada * * Adenocarcinoma esofágico - clínica Homens > mulheres Brancos > negros Acima dos 40 anos, média de 60 anos Dificuldade para deglutir, perda de peso progressiva, hemorragia, dor retroesternal mal definida (“indigestão”)e vômitos Na doença avançada, halitose, tosse após ingestão de líquidos, rouquidão, hematêmese. Nas MTX, icterícia e dispnéia 50% mostram sintomas de longa duração, como azia, regurgitação e dor, relacionados com a DRGE e hérnia de hiato a disfagia mecânica ocorre quando 2/3 da luz esofágica está comprometida Sobrevida em 5 anos menor que 20% A retirada precoce (até submucosa) aumenta a sobrevida para 80% dos casos. * * Evolução do carcinoma do esôfago Comportamento agressivo Disseminação facilitada por ausência de camada serosa para LN regionais Invasão Terço superior e médio: árvore traqueobrônquica, aorta e nervo laríngeo recorrente Terço distal: diafragma, pericárdio e estômago
Compartilhar