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HEPATITES VIRAIS O que são hepatites virais? É uma inflamação do fígado causada por vírus. Existem vários tipos de hepatite viral, sendo eles denominados por A, B, C, D, E e G. Apesar de serem diferentes doenças, eles possuem em comum sintomas básicos, sendo o mais comum a icterícia. Icterícia É a dificuldade do fígado danificado em transportar bilirrubina para os ductos biliares. A bilirrubina é formada quando a hemoglobina é decomposta no fim da vida dos eritrócitos, esse composto é transportado do baço para o fígado, onde se conecta a bile. Posteriormente é levada aos canais biliares até o trato digestivo, onde será eliminada do corpo pelas fezes e urina Caso todo esse processo não ocorra e a bilirrubina fique presa ou não passe pelo fígado e canais biliares, ela se acumula no sangue e se deposita na pele causando a coloração amarela. HEPATITE A A hepatite A é comumente conhecida como Hepatite Infecciosa. Possui como vírus o HAV, da família a Picornaviridae e do gênero hepatovírus. O período de incubação dessa doença está em um intervalo entre a exposição do sujeito ao vírus até início dos sintomas que pode variar de 15 a 50 dias, ou seja, em média 30 dias. Transmissão: A principal forma de transmissão é via fecal-oral por ingestão de água, frutos do mar e alimentos contaminados. Sintomas: febres, dores musculares, cansaço, mal-estar, inapetência, náuseas, vômito, diarreia e anorexia. Estrutura (Genoma): HAV é um patógeno não envelopado com capsídeo icosaédrico. O genoma é uma fita simples de RNA Diagnóstico: através de marcadores sorológicos: anti-HAV da classe IgM e Anti-HAV IgG. Tratamento: não existe tratamentos específicos para fases agudas. Porém caso necessário tratar-se os sintomas. Prevenção e Controle: Saneamento básico, Higiene pessoal e Vacina HEPATITE B Conhecida como umas das infecções virais mais frequentes no mundo Possui como vírus o HBV da família hepadnavírus e do gênero Orthohepadnavirus. Período de incubação: 30 a 180 dias, ou seja, uma média de 70 dias. Transmissão: Sexual, Parenteral durante a gestação e o parto e contato familiar Epidemiologia: 350 milhões são portadores crônicos, um milhão de óbitos por ano relacionados a complicações da hepatite crônica. Sintomas: Na fase aguda existe 3 etapas: pré-ictérica: febre, astenia, dores musculares ou articulares e sintomas digestivos. Fase ictérica e fase de Convalescença fase crônica: sintomas não são específicos, porém essa fase é predominada por fadiga, mal-estar geral e sintomas digestivos. -evolução cirrose, edema, ascite, varizes e hepatocarcinoma Estrutura (Genoma) -HBV é um vírus com um envelope bilipídico, com a proteína membranar viral HBs -O capsídeo interno ao envelope, é formado pela proteína HBc -O genoma é uma fita dupla, pequena e circular de DNA Diagnóstico laboratorial: Os marcadores sorológicos: HBsAg, Anti-HBc, Anti-HBc IgM, Anti-HBs, HBeAg, Anti-Hbe Tratamento: para fase aguda é repouso, dieta, evitar consumo alcoólico. - Para a fase crônica o tratamento deve ser realizado em ambulatório especializado devido a sua complexidade. Prevenção e Controle: Uso de preservativos, triagem de sangue e órgãos, esterilização: agulhas (piercings, tatuagens), alicates de unha e vacinação (ao nascer e aos 2, 4 e 6 meses) HEPATITE C é conhecida como Não-A Não-B. Possui como vírus HCV da família flavivírus, do gênero Hepacivirus Período de incubação: 15 a 150 dias. Fase Aguda e Crônica: A hepatite crônica acontece pela permanência da reação inflamatória em casos agudos por mais seis meses. Imunidade: De forma geral tem se pacientes que se recuperam espontaneamente da infecção pelo HCV pois estabelecem respostas imunes fortes. Transmissão: transfusão, tatuagens, piercings, instrumentos cortantes mal esterilizados, doação de sangue, transplacentária, contato sexual, via parenteral, contatos familiares, pessoas que compartilham seringas, agulhas e outros instrumentos para uso de drogas Estrutura (Genoma): -HCV possui 65nm e um envelope lipoproteico, contendo as duas glicoproteínas de envelope (E1 e E2), -um capsídeo proteico, composto pela proteína de capsídeo © -genoma viral constituído por uma única molécula de RNA. Epidemiologia: estimasse que 3% da população mundial esteja infectada. No Brasil ela apresenta concentração na região sul e sudeste e o estado brasileiro o Rio Grande do Sul. Sintomas :Febre, anorexia, náusea, vômito, icterícia, urina escura, fezes claras. E possui como dano hepático crônico: cirrose e predisposição ao carcinoma hepatocelular. - Na cavidade bucal alguns estudos relacionam o líquen plano doença mucocutânea com a hepatite c mas visto em consulta odontológico pode se tornar um indicio sugestivo de HCV. Diagnóstico laboratorial: é feito pelo teste sorológico de ELISA, teste RIBA, PCR. Tratamento: -Não há vacina para o HCV - tratamento da hepatite C aguda para reduzir pacientes à virem ser portadores crônico é o uso de alfa interferon. -Para o meio crônico: peginterferon e ribavirina Prevenção: cuidado de não dividir itens de higiene pessoais, agulhas/seringas possivelmente contaminada, praticar sexo seguro e mulheres gravidas devem fazer exames no pre-natal para detectar as hepatites B e C, aids e sífilis. HEPATITE D Conhecida como Delta O paciente deve apresentar simultaneamente com vírus B, com HBsAg positivo, para que o Delta se instale coinfecção simultânea com o HBV e superinfecção do HDV em um indivíduo com infecção crônica pelo HBV. é considerada a mais grave, podendo acarretar de forma rápida a cirrose, descompensação, CHC e morte. Estrutura (Genoma): O HDV é um vírus envelopado com genoma de RNA de fita simples, circular, covalente fechado, de polaridade negativa. Transmissão: Relações sexuais,de forma transplacentária, compartilhamento de seringas ou agulhas, doação de sangue, materiais de higiene pessoal compartilhados, Transfusão de sangue. Sintomas: cansaço, tontura, enjoo, vômitos, febre, dor abdominal, icteria, urina escura e fezes claras. -A coinfecção crônica com hepatite B e D, se não tratada, pode causar cirrose. E resultar em hepatite fulminante que pode progredir para um coma em dias ou semanas. A hepatite fulminante pode ser fatal, especialmente em adultos. Diagnóstico laboratorial: Anticorpos IgM anti-Delta no soro, Rt-PCR em busca do genoma viral, Ag Delta no soro ou fígado (biópsia) Tratamento: Não há cura com medicamentos, o tratamento é feito para o controle do dano hepático. O SUS disponibiliza terapia para pacientes portadores de Hepatite delta. Imunidade: Anticorpos IgG contra o antígeno delta não são detectados por longo período após a infecção; desse modo, a existência de imunidade de longo prazo contra HDV é incerta. Epidemiologia: predominantes no Acre, Roraima, Amazonas, Rondônia e Para; raros casos no sul e sudeste. No mundo 15 a 20 milhões de pessoas são acometidas pelo HDV HEPATITE E É causada pelo vírus E (HEV) da família Caliciviridae e do gênero Hepevirus Período de incubação: 15 a 60 dias, ou seja, uma média de 40 dias. Transmissão: Via fecal-oral, alimentar-zoonótica e parenteral. Epidemiologia: possui surtos epidémicos na Ásia, África e América e alta taxa de mortalidade entre as mulheres grávidas, que contraem o vírus no terceiro trimestre da gestação. Sintomas: fadiga, mal-estar, febre, dores musculares, enjoos, cansaço. Estrutura(genoma): é constituído por uma fita de RNA O VHE é um vírus pequeno, esférico, sem evelope de 32 a 34 nm de diâmetro. Apresenta simetria icosaédrica com 32 depressões e prolongamentos, semelhantes a espículas Diagnóstico laboratorial: marcadores sorológicos: Anti-HEV IgM, Anti-HEV IgG e por RT- PCR em amostras de fezes Infecção Tratamento: é solucionada pelo próprio organismo, sendo necessário apenas repouso, dieta pobre em gordura, restrição a álcool e hidratação Prevenção: melhoria das condições de saneamentobásico e medidas educacionais de higiene não existe vacina contra a hepatite E HEPATITE G A hepatite G é uma doença que foi descoberta recentemente (1995), possui como vírus o HGV, da família a flavivíruse. Transmissão: através de contato sanguíneo Epidemiologia: pouco conhecido, mas não é raro. Altos índices pelo mundo. Não existe dados suficientes sobre a prevalência do vírus G no Brasil. Sintomas: pode ser assintomático ou causar danos hepáticos histológicos suaves. Estrutura (Genoma):O HGV contem um RNA como material genético. Diagnóstico: Ainda não existem testes capazes de detectar os anticorpos anti-VHG no sangue, seu diagnóstico é feito através do exame PCR Tratamento: Não existir nenhum tipo de tratamento IMUNIDADE Para as hepatites agudas: Interferon tipo I (INF-I) e células Natural Killer (NK) A resposta adaptativa : Linfócitos T CD8+ (CTLs). A eliminação dos vírus que se encontram dentro das células é mediada pelos CTLs, os quais possuem como função a vigilância contra infecções virais. Uma consequência da infecção pelos vírus da hepatite é a formação de complexos imunes circulantes ou compostos de antígenos virais e anticorpos específicos ou seja excesso de antigenos. Esses complexos são depositados nos vasos sanguíneos e levam à vasculite sistêmica(inflamação da parede do vaso