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Perícia Econômico-Financeira

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Prévia do material em texto

Autor: Prof. Alexandre da Silva de Oliveira
Colaboradores: Prof. Mauricio Felippe Manzalli
 Prof. José Carlos Morilla
Perícia 
Econômico-Financeira
Professor conteudista: Alexandre da Silva de Oliveira
Graduado em Economia pela PUC-SP e mestre em Economia pela Columbia University (EUA). Delegado distrital 
do Conselho Regional de Economia – Corecon/SP. Economista profissional com mais de dez anos de experiência em 
companhias industriais e de serviços. Consultor de valores mobiliários e autorizado pela CVM. É economista perito 
desde 2013 e atua como professor na UNIP e na Fundação Instituto de Administração (FIA). Possui artigos publicados 
no Brasil e no exterior nas seguintes áreas: macroeconomia; economia e negócios; planejamento econômico; cenários 
econômicos e análise de conjuntura; estudos setoriais; mercados financeiros e capitais. 
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
O48p Oliveira, Alexandre da Silva.
Perícia Econômico-Financeira / Alexandre da Silva de Oliveira. – 
São Paulo: Editora Sol, 2020.
140 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Perícia. 2. Mercado financeiro. 3. Inteligência financeira. I. Título.
CDU 657.6
U509.21 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Vitor Andrade
 Kleber Souza
 Lucas Ricardi
Sumário
Perícia Econômico-Financeira
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 A ATUAÇÃO PROFISSIONAL DA PERÍCIA ECONÔMICO-FINANCEIRA ............................................9
1.1 Economia institucional e Teoria dos Contratos Incompletos ................................................9
1.2 Mercado de trabalho e ética profissional ................................................................................... 11
2 AMBIENTE INSTITUCIONAL E REGULAMENTAÇÃO DA ATIVIDADE DE 
PERÍCIA ECONÔMICO-FINANCEIRA ............................................................................................................. 11
2.1 Conselho Federal de Economia (Cofecon) .................................................................................. 11
2.2 Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP) ............................................ 12
3 ATIVIDADES PROFISSIONAIS E RELAÇÕES ENTRE AUDITORIA, 
PERÍCIA E ARBITRAGEM ................................................................................................................................... 13
3.1 Atividades da perícia econômico-financeira............................................................................. 13
3.2 As relações entre auditoria, perícia e arbitragem .................................................................. 23
4 ASPECTOS INSTITUCIONAIS PARA A PERÍCIA ECONÔMICO-FINANCEIRA ................................ 26
4.1 Tópicos do Código Civil ...................................................................................................................... 28
4.2 Tópicos do Código de Processo Civil ............................................................................................ 28
4.3 Meios de solução de conflitos judiciais, arbitragem e mediação ..................................... 29
Unidade II
5 MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS COMO OBJETO DE ATUAÇÃO DO PERITO ................ 37
5.1 Organização e funcionamento do sistema financeiro 
nacional (SFN) e a intermediação financeira.................................................................................... 37
5.2 Mercado de crédito e suas características ................................................................................. 43
5.2.1 Produtos financeiros mais sensíveis à atuação da 
perícia econômico-financeira ....................................................................................................................... 45
6 O CAMPO DA PERÍCIA ECONÔMICO-FINANCEIRA ............................................................................ 51
6.1 Principais demandas periciais e práticas abusivas ................................................................. 51
6.2 Fatores controversos na área econômico-financeira ............................................................ 60
6.3 A perícia econômico-financeira privada: condições e exemplo prático ........................ 62
Unidade III
7 A PERÍCIA ECONÔMICO-FINANCEIRA PÚBLICA: O CASO DA UNIDADE 
DE INTELIGÊNCIA FINANCEIRA (UIF) ........................................................................................................... 74
8 A PERÍCIA ECONÔMICO-FINANCEIRA PÚBLICA: O CASO DO TRIBUNAL DE CONTAS 
DA UNIÃO (TCU) E A PERÍCIA SOBRE AS CONTAS DO GOVERNO DILMA ROUSSEFF ............... 82
7
APRESENTAÇÃO
Esta disciplina proporciona uma visão sistemática das condições de atuação do perito técnico e do 
assistente perito economista. A sociedade moderna necessita de profissionais treinados para solucionar 
seus problemas relacionados a assuntos e controvérsias econômicas.
O objetivo geral é contribuir para o desenvolvimento das competências requeridas dos alunos, 
conforme definido no Projeto Pedagógico do Curso (PPC) e nas Diretrizes Curriculares Nacionais 
relacionadas. Ao desenvolver os conhecimentos e os casos conceituais, o intuito é fazer com que os 
alunos tornem-se aptos, pelos termos da lei, a ingressar no mercado de trabalho de perícia e assistência 
técnica judicial e extrajudicial na área econômico-financeira.
O objetivo específico é que alunos detenham conhecimentos necessários para sua atuação 
profissional como perito técnico e assistente perito economista. Além disso, busca-se reconhecer a 
importância da formação teórica e prática, histórica e quantitativa na área das ciências econômicas e 
discutir o conjunto de requisitos indispensáveis para essa atuação profissional.
INTRODUÇÃO
A perícia econômico-financeira é um campo de atuação profissional no qual o economista, formado 
e devidamente registrado no seu Corecon, pode optar por seguir. Esse campo permite ao economista a 
aplicação de suas habilidades no mundo prático. Na iniciativa privada, pode atuar como funcionário ou 
prestador de serviços, bem como assistente perito economista para empresas, consultorias, escritórios 
de advocacia e assessorias. Na iniciativa pública, poderá atuar como servidor público ou perito 
nomeado pela Justiça.
Nesse sentido, cabe ao economista a responsabilidade de prover respostas técnicas aos fatos 
econômicos e financeiros específicos, por meio de análises, avaliações, investigações e cálculos, os 
quais poderão constar em um relatório com a emissão de parecer técnico do economista, seja como 
consultor, perito ou técnico assistente, de modo que subsidiará a tomada dedecisão do contratante ou 
demandante do respectivo serviço.
Devido ao relativo desconhecimento desse campo de atuação profissional pelos próprios economistas, 
recentemente esta disciplina foi inserida na grade curricular de cursos de Ciências Econômicas de 
algumas instituições educacionais do país. Este livro-texto visa trazer uma resposta a tais lacunas, sendo 
uma alternativa à relativa escassez de materiais para o uso específico dos economistas em formação ou 
já formados na área de perícia econômica. 
Para desenvolver nosso estudo, serão apresentadas as normas técnicas de acordo com o Conselho 
Federal e Regional e algumas aplicações práticas.
Inicialmente, será ilustrada a atuação profissional da perícia econômico-financeira, seu ambiente, os 
aspectos institucionais e a regulamentação da atividade, abrangendo as ações profissionais desenvolvidas 
e as relações entre auditoria, perícia e arbitragem. Depois, estudaremos o mercado financeiro 
8
e de capitais como objeto de atuação do perito. Nesse contexto, haverá a discussão da perícia 
econômico-financeira, acentuando as principais demandas periciais, as práticas abusivas e os fatores 
controversos. Também serão elencadas as aplicações práticas de perícias públicas, com destaque 
para as referências legais da Unidade de Inteligência Financeira (UIF) e do Tribunal de Contas da 
União (TCU), bem como o estudo de caso da perícia econômico-financeira do TCU sobre as contas 
do governo Dilma Rousseff. 
9
PERÍCIA ECONÔMICO-FINANCEIRA
Unidade I
1 A ATUAÇÃO PROFISSIONAL DA PERÍCIA ECONÔMICO-FINANCEIRA
Antes de conceituar a atividade de perícia econômico-financeira, é importante apresentar sua 
definição. Trata-se de um conjunto de procedimentos e habilidades técnicas que têm por objetivo a 
emissão de parecer sobre questões de valorização econômica, relações patrimoniais, montantes e efeitos 
econômico-financeiros, por meio de análises, exames, avaliações, arbitramentos ou certificações.
Vamos estudar as características da profissão, com a discussão da Teoria dos Contratos e a economia 
institucional, seguida de apresentação do mercado de trabalho, ética profissional, normas técnicas da 
profissão do economista etc. 
1.1 Economia institucional e Teoria dos Contratos Incompletos
No Brasil, predominam algumas características, como um histórico de mercados imperfeitos, 
contratos incompletos e práticas abusivas em contratos financeiros. Essa seção contextualizará o país 
na ótica do pensamento da economia institucional e da Teoria dos Contratos Incompletos.
 Observação
Os mercados incompletos são marcados pelas falhas de mercado. Para 
Pindyck e Rubinfeld (2010, p. 277), as falhas de mercado são: “situações nas 
quais um mercado competitivo desregulamentado é ineficiente porque os 
preços não fornecem sinais adequados aos consumidores e produtos”. 
A Teoria da Economia Institucional, originada nos Estados Unidos no fim do século XIX, tem como 
autores mais reconhecidos Thorstein Veblen, John Commons e Wesley Mitchell. Nessa abordagem teórica, 
as instituições de um país condicionam a economia popular, determinando padrões de produção e de 
consumo de uma nação. O institucionalismo, como é conhecido, se relaciona ao indivíduo pertencente 
a certa coletividade, com previsão legal no contrato social, que é representado pela Constituição do país 
e demais leis; dessa forma, pode-se afirmar que instituições têm o papel de moldar o comportamento, 
pois conferem direitos e obrigações aos indivíduos.
Nesse contexto, Ronald Coase (1937) desenvolveu a Teoria dos Custos de Transação. Essa tese buscou 
compreender por qual razão as firmas são responsáveis pela produção (make) de suas necessidades – 
por exemplo, gastos em recursos em serviços de segurança ou limpeza – ou optam por terceirizar 
esses tipos de atividades, por meio de contratos com fornecedores (buy) de bens e serviços. Assim, essa 
decisão – make ou buy – se relaciona com os custos de transação e, eventualmente, com a análise da 
10
Unidade I
relação contratual entre as partes. De fato, esses componentes guiam a tomada de decisão econômica, 
ou seja, a análise contratual tem conexão direta com a busca pela eficiência na minimização dos custos 
de transação por parte das organizações.
Já a partir dos anos 1970, pesquisas de autores como Oliver Williamson e Douglass North apresentaram 
aperfeiçoamentos ao institucionalismo original, com a denominada nova economia institucional. 
Cavalcante (2014) aponta que:
através da proposição do conceito de custos de transação, Coase teria 
lançado as bases da nova economia institucional, embora North e Williamson 
tenham utilizado tal conceito de forma diversa. Nesse sentido, os custos de 
transação são todos aqueles envolvidos numa transação econômica, como 
a pesquisa de preços, os contratos, bem como o próprio conhecimento do 
mercado (CAVALCANTE, 2014, p. 379).
Caminha e Lima (2014, p. 192), no mesmo sentido, reforçam a tese da importância dos contratos 
e destacam que:
não é exagero dizer que todo contrato, ainda que de cunho eminentemente 
jurídico, tem consequências econômicas. De uma simples cláusula criada para 
proteger a parte vulnerável até a estipulação de pesadas multas em caso de 
descumprimento, os contratos se inserem diretamente na seara econômica.
De acordo com as mesmas autoras, embora sejam relevantes, os contratos se mostram incompletos, 
pois é reduzida a possiblidade de se prever todas as condições e situações em uma relação contratual. 
Assim, as autoras acentuam que: 
a incompletude contratual pode se expressar de várias formas, cujos conceitos 
são identificados na doutrina estrangeira. [...] Cabe ao ordenamento jurídico 
completar os contratos, guardando sempre o cuidado de não incorrer 
em onerosidade excessiva e dar-lhes a efetividade e eficácia desejadas 
(CAMINHA; LIMA, 2014, p. 193).
Assim, a partir das referências apresentadas, constata-se a relevância dos contratos e os custos de 
transação na regulação das relações entre particulares e que cabe à Justiça prover os meios de salvaguardar 
os direitos previstos e completar entendimentos sobre as cláusulas nos contratos, com a redução de suas 
incertezas. No Brasil, a partir da edição de legislação especializada, também são reconhecidas formas 
extrajudiciais de solução de controvérsias, entendendo-se como ocorrem a arbitragem, a conciliação e a 
mediação para tutelar os mesmos direitos e promover a segurança jurídica. Nesse contexto, a atividade 
de perícia econômico-financeira é um elemento presente para criar condições de uma estrutura estável 
para relações contratuais.
11
PERÍCIA ECONÔMICO-FINANCEIRA
 Observação
A abordagem teórica institucionalista tem por objetivo principal reunir 
atributos das ciências econômicas com as características das instituições 
de determinado país.
1.2 Mercado de trabalho e ética profissional
A atuação do economista no campo profissional da perícia econômico-financeira subdivide-se em 
duas vertentes principais: a iniciativa privada e a iniciativa pública.
Na iniciativa privada, compete ao economista contribuir com assistência técnica por meio de seus 
relatórios, pesquisas, análises, pareceres e certificados em empresas, consultorias, assessorias e escritórios 
de advocacia para explicar fatos econômico-financeiros que fazem parte da vida dessas organizações.
Na iniciativa pública, o economista atuante no campo de perícia econômico-financeira ocupa o 
cargo de servidor público de carreira ou perito nomeado pela Justiça, com o objetivo de elaborar análises, 
investigações, avaliações e cálculos que envolvam conflitos econômicos na Justiça.
Quanto à ética profissional, a perícia econômico-financeira pode ser exercida pelo profissional registrado 
no Corecon do respectivo local de residência do profissional, conforme previsto na Lei n. 1.411, de 
13 de agosto de 1951, e resoluções do Conselho Federal de Economia (Cofecon). Embora não previstos 
textualmente, os princípios éticos da atividade são: condutaética; imparcialidade; honestidade; 
independência; e qualidade técnica.
2 AMBIENTE INSTITUCIONAL E REGULAMENTAÇÃO DA ATIVIDADE DE PERÍCIA 
ECONÔMICO-FINANCEIRA
Este capítulo destacará as normas de origem do Cofecon e do Corecon de São Paulo.
2.1 Conselho Federal de Economia (Cofecon)
É a entidade pública responsável por normatizar o exercício do economista em todo o território 
brasileiro. O órgão é encarregado de criar, regulamentar e fiscalizar o exercício da profissão do economista, 
garantir o desenvolvimento do trabalho econômico e contribuir para o progresso do país.
Cabe ao profissional da perícia econômico-financeira solicitar o devido registro profissional. Segundo 
o Cofecon, o economista em situação regular no respectivo Corecon poderá solicitar certidão ao órgão 
em que estiver inscrito, para comprovar a habilitação para a realização de perícias, inclusive para os 
efeitos previstos no art. 145, § 2º, do Código de Processo Civil.
12
Unidade I
Com relação à prática profissional, o Cofecon dispõe das condutas compatíveis com a atividade, das 
quais se pode destacar: tomar conhecimento do conjunto de questões a ele formuladas pelo juiz ou 
pelas partes; abordar de forma inicial o objeto de seus exames, de forma a dispor de uma visão geral de 
sua natureza e extensão e identificar a legislação aplicável; identificar os pré-requisitos para a realização 
do trabalho pericial; estimar os recursos e prazos envolvidos, bem como a necessidade de acesso a 
informações de diferentes fontes; desenvolver plano detalhado do trabalho; subsidiar a proposta de 
honorários a ser submetida aos clientes. 
De acordo com o Cofecon, compete ao profissional apresentar um esquema de trabalho que denote 
transparência e autenticidade para resolução de conflitos econômico-financeiros de seus contratantes 
ou demandantes, tais como: natureza, oportunidade e extensão dos exames a serem realizados, 
vinculando-os com cada uma das questões ou quesitos que lhe forem formulados; cronograma das 
atividades a serem desenvolvidas, incluindo todas as etapas da perícia até a entrega final do produto ao 
cliente; extensão e condições da participação de outros profissionais no desenvolvimento dos trabalhos.
Como o trabalho do economista pode ser requisitado tanto em âmbito público quanto privado pelas 
partes envolvidas em um conflito judicial ou extrajudicial, o profissional da perícia econômico-financeira 
deve obedecer ao mesmo conjunto de normas e leis que os envolvem.
 Saiba mais
Para a devida compreensão do papel da perícia no campo profissional 
do economista, acesse o site do Cofecon: 
https://www.cofecon.org.br/
2.2 Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP)
Conforme as normas desse conselho, os procedimentos para que haja o cadastramento dos 
profissionais na área de perícia seguem a Resolução n. 468/2006. A resolução trata, em alguns de seus 
artigos, do desempenho das atividades que o profissional pode assumir no campo da perícia judicial.
O atestado de cadastramento do profissional economista, de acordo com o Corecon de São Paulo 
(2006), tem a validade de dois anos e pode ser utilizado se apresentado em via original ou por meio de 
uma cópia autenticada. Deve ser composto de itens como Termo de Convênio, firmado entre o Tribunal 
de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) e o Corecon.
As informações contidas nos itens do capítulo do Termo de Convênio são, respectivamente: o 
nome da instituição de ensino em que o profissional concluiu a graduação, a data da conclusão, a 
menção de possíveis cursos de especialização e dados referentes à experiência nas áreas de atuação 
de tal profissional; informação sobre procedimento disciplinar contra o profissional, se este existir; 
13
PERÍCIA ECONÔMICO-FINANCEIRA
conteúdo das certidões de distribuição cível, criminal e de “objeto e pé”; data de expedição das certidões 
apresentadas, sendo que aquelas que se referem a cível e a criminal devem ter uma data que não seja 
anterior a sessenta dias. Observe o excerto a seguir: 
Artigo 9º - As taxas e demais despesas referentes à expedição do atestado 
de cadastramento serão suportadas pelo economista perito, nas mesmas 
condições da já existente certidão de perícia e repassados ao Sindecon, na 
proporção de 50% para ressarcimento de parte dos custos de aprimoramento 
da atividade de perito judicial (CORECON-SP, 2006, p. 4).
 Saiba mais
Para a devida compreensão do papel da perícia no campo profissional 
do economista, acesse o site do Corecon de São Paulo: 
https://www.coreconsp.gov.br/
Por fim, no tocante ao aprimoramento profissional para a área de perícia econômico-financeira, 
cabe citar que alguns cursos específicos são oferecidos pelo Sindicato dos Economistas no Estado de 
São Paulo (Sindecon-SP), com o objetivo de gerar maior conhecimento aos profissionais. Os certificados 
desses cursos oferecidos, assim como os promovidos por outras entidades, devem ser registrados nos 
devidos prontuários e arquivados no Corecon.
 Observação
O Cofecon tem por objetivo determinar diretrizes profissionais em 
âmbito nacional. Assim, o Corecon de cada estado deve seguir as normas 
nacionais e adaptá-las.
3 ATIVIDADES PROFISSIONAIS E RELAÇÕES ENTRE AUDITORIA, PERÍCIA 
E ARBITRAGEM
Este capítulo vai tratar das atividades profissionais da perícia econômico-financeira e apresentar sua 
relação com a auditoria e a arbitragem.
3.1 Atividades da perícia econômico-financeira
É necessária uma delimitação da perícia econômico-financeira. No Brasil, esse profissional é regido 
pela Lei n. 1.411, de 13 de agosto de 1951, na qual se tem a designação do profissional economista.
14
Unidade I
Há, ainda, o Decreto n. 31.794, de 17 de novembro de 1952, que contém algumas complementações 
à atuação do economista, no qual diz que tal profissão se exerce nas dimensões pública e privada. No 
artigo 2º, acentua o seguinte: 
a) nas entidades que se ocupem das questões atinentes à economia nacional 
e às economias regionais, ou a quaisquer de seus setores específicos, e dos 
meios de orientá-las ou resolvê-las através das políticas monetária, fiscal, 
comercial e social; 
b) nas unidades econômicas públicas, privadas ou mistas, cujas atividades 
não se relacionem com as questões de que trata a alínea anterior, mas 
envolvam matéria de economia profissional sob aspectos de organização e 
racionalização do trabalho (BRASIL, 1952).
Portanto, cabe ao economista a execução de atividades analíticas, podendo emitir laudos e 
relatórios que possam expressar seu parecer. O perito é o profissional regrado em seu órgão ou conselho 
profissional. Pode ser perito assistente, contratado pela parte interessada no fato econômico-financeiro, 
ou designado por um magistrado (juiz), como também pode ser um perito público, ou seja, estabelecido 
na legislação do país.
Perito assistente 
Contratado e indicado 
pela parte
Economista registrado
Exerce a atividade pericial 
(profundo conhecedor)
Perito do juízo
Nomeado pelo juiz, árbitro 
ou autoridade
Perito oficial
Investido por lei 
(órgão especial) – Estado
Perito
Figura 1 – Peritos
Para Dinamarco (2004, p. 5), em relação às provas que são objeto do trabalho do profissional em 
perícia econômico-financeira: “a prova pericial é adequada sempre que se trate de exames fora do 
alcance do homem dotado de cultura comum, não especializado em temas técnicos ou científicos, 
como são as partes, os advogados e o juiz”. Assim, o profissional de perícia econômico-financeira está 
inserido no Poder Judiciário para suprir a falta de conhecimento específico dos advogados e juízes, ou 
seja, assuntos que vão além do campo do Direito.
A partir da Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015, artigo 375 do Código de Processo Civil, 
“o juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente 
acontece e, ainda, as regras de experiência técnica, ressalvado, quanto a estas, o exame pericial” (BRASIL, 
2015a). Assim, o economista, dotado de sua expertise,tem o papel de auxiliar as partes de forma a 
investigar e emitir seu parecer por meio de laudo ou relatório, que é utilizado como meio de subsídio 
para eventual sentença ou de tomada de decisão para seu demandante. 
15
PERÍCIA ECONÔMICO-FINANCEIRA
Dinamarco (2004, p. 6) define a atuação do perito como: 
pessoas chamadas a expor ao juiz não só as observações de seus sentidos e 
as impressões pessoais sobre os fatos observados, como também as ilações 
que devem ser extraídas objetivamente dos fatos observados ou que eles 
tenham por existentes. 
O perito é detentor de conhecimentos teóricos ou práticos que não são encontrados dentro do 
Direito; assim, o juiz precisa de um profissional que supra essa lacuna e contribua para esclarecer 
fatos, situações ou circunstâncias específicas no campo econômico-financeiro para a devida 
sentença judicial.
No excerto a seguir, são elencadas as atribuições do economista em seu exercício:
De acordo com o Decreto n. 31.794/52, a atividade profissional privativa 
do economista exercita-se, liberalmente ou não, por estudos, pesquisas, 
análises, relatórios, pareceres, perícias, arbitragens, laudos, certificados, 
ou por quaisquer atos, de natureza econômica ou financeira, inclusive 
por meios de planejamento, implantação, orientação, supervisão ou 
assistência dos trabalhos relativos às atividades econômicas ou financeiras, 
em empreendimentos públicos, privados ou mistos, ou por quaisquer 
outros meios que objetivem, técnica ou cientificamente, o aumento ou a 
conservação do rendimento econômico.
Conforme o disposto pelo Conselho Federal de Economia, para efeitos 
de enquadramento de qualquer cargo ou emprego como privativo ou 
inerente à profissão de economista, considerar-se-ão exclusivamente 
o conteúdo ocupacional do cargo e as atividades concretamente 
desempenhadas pelo profissional, sendo irrelevante a denominação do 
cargo ou do emprego.
São inerentes ao campo profissional do economista, em conformidade com 
a legislação pertinente, as seguintes atividades:
a) assessoria, consultoria e pesquisa econômico-financeira;
b) estudos de mercado e de viabilidade econômico-financeira;
c) análise e elaboração de cenários econômicos, planejamento estratégico nas áreas social, 
econômica e financeira;
d) estudo e análise de mercado financeiro e de capitais e derivativos;
16
Unidade I
e) estudo de viabilidade e de mercado relacionado à economia da tecnologia, do conhecimento e da 
informação, da cultura e do turismo; 
f) produção e análise de informações estatísticas de natureza econômica e financeira, incluindo 
contas nacionais e índices de preços;
g) planejamento, formulação, implementação, acompanhamento e avaliação econômico-financeira 
de política tributária e finanças públicas;
h) assessoria, consultoria, formulação, análise e implementação de política econômica, fiscal, 
monetária, cambial e creditícia.
i) planejamento, formulação, implementação, acompanhamento e avaliação de planos, programas e 
projetos de natureza econômico-financeira;
j) Avaliação patrimonial econômico-financeira de empresas e avaliação econômica de bens intangíveis;
k) perícia judicial e extrajudicial e assistência técnica, mediação e arbitragem, em matéria de natureza 
econômico-financeira, incluindo cálculos de liquidação;
l) análise financeira de investimentos;
m) estudo e análise para elaboração de orçamentos públicos e privados e avaliação de seus resultados;
n) estudos de mercado, de viabilidade e de impacto econômico-social relacionados ao meio ambiente, 
à ecologia, ao desenvolvimento sustentável e aos recursos naturais;
o) auditoria e fiscalização de natureza econômico-financeira;
p) formulação, análise e implementação de estratégias empresariais e concorrenciais;
q) economia e finanças internacionais, relações econômicas internacionais, aduanas e 
comércio exterior;
r) certificação de renda de pessoas físicas e jurídicas e consultoria em finanças pessoais;
s) regulação de serviços públicos e defesa da concorrência;
t) estudos e cálculos atuariais nos âmbitos previdenciário e de seguros;
u) consultoria econômico-financeira independente (incluído pela Resolução n. 1913, de 30/05/2014) 
(CORECON-SP, s.d.).
17
PERÍCIA ECONÔMICO-FINANCEIRA
 Lembrete
O profissional de perícia econômico-financeira está inserido no Poder 
Judiciário para suprir a falta de conhecimento específico dos advogados e 
juízes, ou seja, assuntos que vão além do campo do Direito.
Segundo Crepaldi (2019), há dois tipos de perícia: a judicial e a extrajudicial. A primeira se refere ao 
trabalho técnico realizado no âmbito do Poder Judiciário, enquanto a segunda diz respeito ao trabalho 
prestado no âmbito da iniciativa privada. O autor complementa: 
A perícia judicial é a requerida pelo juiz de direito e exercida sob a tutela do 
sistema judiciário brasileiro. É feita a comando do juiz, visando esclarecer 
fatos ou produzir provas sobre a questão. [...] A perícia extrajudicial, por sua 
vez, é a que não está sob a tutela da Justiça. É realizada a comando de uma 
ou mais partes interessadas, visando produzir as constatações necessárias 
(CREPALDI, 2019, p. 66). 
A figura a seguir ilustra os tipos de perícia.
Perícia judicial
Poder Judiciário Arbitral (Lei de Arbitragem)
Perícia extrajudicial
Estatal 
(MP, PF, CPI, TCU, 
Coaf, UIF)
Voluntária
Figura 2 – Tipos de perícia
A atuação do perito e do assistente perito economista está resumida na figura a seguir. Normalmente, 
o segundo tem relação mais próxima com os profissionais advogados, atuando como assessor da 
parte contratante. 
O perito economista, por outro lado, atua diretamente com o juiz da causa em referência. Compete 
ao economista perito a inscrição nas varas e comarcas da Justiça. Por outro lado, a nomeação do 
economista perito em processos judiciais cabe ao juízo competente para o julgamento da referida 
ação. É importante registrar que não há relação de hierarquia entre o perito economista e o assistente 
perito economista, visto que as funções se distinguem pelo campo de competência de cada profissional, 
inclusive ambos podem até mesmo trabalhar em parceria.
18
Unidade I
Advogado A
Assistente perito economista A
Justiça
Conflito
Perito economista
Advogado B
Assistente perito economista B
Figura 3 – Atuação do perito/assistente economista
Para observar os pormenores do que foi retratado na figura anterior, observe o conteúdo 
exposto a seguir: 
Perícias judiciais e extrajudiciais
a) A perícia econômica ou econômico-financeira consiste em exame, 
vistoria ou avaliação para constatação minuciosa dos fatos de natureza 
técnico-científica em qualquer matéria inerente ao campo profissional do 
economista, podendo ser desenvolvida tanto em processos judiciais, mediante 
determinação de autoridade judicial competente, quanto extrajudicialmente, 
por solicitação de qualquer pessoa ou autoridade administrativa.
b) Pelo seu próprio conteúdo técnico, a perícia econômica ou 
econômico-financeira inclui os cálculos financeiros para liquidação de 
sentenças e para os diversos fins no processo judicial.
c) O amparo legal da atuação do economista em perícias judiciais e 
extrajudiciais reside no artigo 14 da Lei n. 1.411/51 e no Decreto n. 31.794/52. 
Avaliações
A avaliação é o ato de fixação do valor de um bem ou de um direito a partir 
da aplicação de critérios técnicos de natureza econômica e financeira. 
Arbitramentos
a) o arbitramento ou arbitragem é a solução de litígios relativos a direitos 
patrimoniais disponíveis e submetidos voluntariamente pelas partes a 
um terceiro habilitado, regulamentada pela Lei n. 9.307/1996 e pelas 
alterações subsequentes;
b) o arbitramento ou arbitragem faz-se mediante mútua, livre e expressa 
aceitação pelas partes da sua aplicação, da pessoa ou pessoas dos árbitros, 
das regras de direito aplicáveis (podendo basear-se nos princípios gerais de 
19
PERÍCIA ECONÔMICO-FINANCEIRA
direito, nos usos e costumes e nas regras internacionais de comércio,ficando 
ressalvada a manutenção dos costumes e da ordem pública);
c) o exercício da função de árbitro em qualquer matéria ou assunto do 
campo profissional do economista representa serviço técnico-profissional 
tal como definido nesta consolidação;
d) a arbitragem, exercida nos termos da Lei n. 9.307/1996 por parte 
do economista, não exclui a aplicação da regulamentação profissional 
contida nesta consolidação, sempre que não conflitem com os dispositivos 
daquela Lei e, em seus termos, da respectiva convenção de arbitragem 
(CORECON-SP, s.d.). 
 Saiba mais
O Corecon-SP dispõe sobre auditoria e outros termos. Para aprofundar 
seu conhecimento, leia: 
CONSELHO REGIONAL DE ECONOMIA DE SÃO PAULO (CORECON-SP). 
Campo profissional. São Paulo: Corecon, [s.d.]. Disponível em: https://www.
coreconsp.gov.br/campo-profissional. Acesso em: 16 out. 2020.
Na atividade econômico-financeira, há elementos de provas a serem avaliados, à luz da boa técnica 
econômico-financeira, como a observação de normas vigentes para o economista e a resposta de 
quesitos ou de termos que suscitam dúvidas econômicas, que constam nos laudos e pareceres, que 
podem ser de caráter judicial ou extrajudicial.
 
Perícia 
econômico-financeira
Normas
Quesitos
ProvasLaudo
Perito
Parecer 
judicial e 
extrajudicial
Figura 4 – Atividade da perícia econômico-financeira
20
Unidade I
No exercício de atividades de perícia econômico-financeira, o economista se utiliza de relatório para 
expressar seu parecer técnico acerca de questões e temas econômicos. Segundo Crepaldi (2019, p. 128), 
o laudo ou relatório pericial deve conter, pelo menos: “a exposição do objeto da perícia; a análise técnica 
ou científica realizada pelo perito; a indicação do método utilizado; e resposta conclusiva a todos os 
quesitos apresentados”. 
O relatório de perícia é disposto de folha de rosto, sumário, apresentação do fato econômico-financeiro, 
ou seja, o tema do relatório, a emissão do parecer técnico, com base nos quesitos a serem respondidos 
e, por fim, a apresentação das conclusões da perícia.
O parecer técnico do economista perito deve ter, obrigatoriamente, uma folha de rosto com 
a identificação do profissional, ou seja, o nome completo e o número de registro profissional. Além 
disso, na folha de rosto, deve-se identificar o juízo competente (no exemplo, a Justiça Federal), a seção 
judiciária respectiva e o processo correspondente ao laudo apresentado, conforme o quadro a seguir:
LAUDO PERICIAL
NOME DO PERITO
CRC-PR CO 033.333/0-3
JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ
42a VARA FEDERAL DE CURITIBA
PROCESSO: 88.00.000-2
AÇÃO: MONITÓRIA
EXEQUENTE: NOME DO EXEQUENTE
NOME DO PERITO
Perito contador 
CPF 111.111.111-11
CRC-PR CO 033.333/0-3
No laudo, é essencial destacar a estrutura do texto a ser apresentado no formato de um sumário. 
Nesse sumário, são elencados o objetivo, as respostas aos quesitos, a conclusão do parecer e, em seguida, 
o encerramento do trabalho técnico.
O laudo deve conter uma folha de apresentação do trabalho, com introdução a aspectos como: 
objetivo do texto técnico, planejamento dos trabalhos do perito e dos quesitos a serem respondidos, 
com base nos dados e nas informações disponíveis no processo. O excerto a seguir traz um exemplo de 
uma folha de apresentação. 
21
PERÍCIA ECONÔMICO-FINANCEIRA
Folha de apresentação
O presente trabalho tem por objetivo responder aos quesitos, para dirimir os conflitos 
e dúvidas que possam haver entre as partes e auxiliar a tomada da decisão da lide, 
constituindo-se do conjunto de procedimentos técnicos necessários destinados a levar à 
instância decisória elementos de prova necessários à solução do litígio, na forma de laudo 
pericial, em conformidade com as normas aplicáveis e a legislação específica pertinente. 
Na realização do trabalho, o planejamento envolveu o estudo prévio do processo, 
da tomada de ciência do conteúdo e das abordagens dadas pelos quesitos das partes, 
permitindo e facilitando o exame dos documentos necessários. Foi realizada diligência 
para solicitação de documentos e informações em 14 de maio de 2009, dirigida à NOME 
DA EXEQUENTE, solicitando planilhas com a indicação das taxas praticadas no contrato 
com o executado, contrato original assinado pelo cliente, documentos internos contendo 
informações discriminadas sobre inadimplência, custos de captação em CDB incorridos 
pela INSTITUIÇÃO FINANCEIRA e as taxas de rentabilidade aplicáveis às operações, 
especificamente para o contrato citado, em conformidade com a disponibilidade prevista 
no parágrafo quinto da cláusula quinta do mesmo contrato, além das normatizações 
e outras determinações legais adotadas pela exequente no enquadramento do referido 
contrato. Em resposta ao ato diligencial, atendido pela GIPRO/CT, setor encarregado 
do atendimento na INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, obteve-se a resposta que consta como 
anexo I – Informações da INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, onde constam as taxas de juros 
praticadas, índices mensais de captação em CDB e rentabilidade. Adicionalmente, foi 
recebido o documento constante do anexo II – Demonstrativo de débito e evolução da 
dívida, também fornecido pela INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. No entanto, os documentos 
supostamente disponíveis, previstos no parágrafo quinto da cláusula quinta do contrato, 
constante das folhas 6 (seis) a 8 (oito) dos autos, não estão dispostos de outra forma 
que não eletronicamente, dentro dos sistemas da exequente. Assim, há prejuízo na 
informação, o que não permite, portanto, perfeita avaliação dos objetos estudados em 
particular, mas que contribuíram com as conclusões apresentadas nas respostas de cada 
quesito. Os quesitos transcritos foram apresentados pela exequente às folhas 126 e 127 
dos autos, em requerimento que apresenta a Sr(a) NOME DA ASSISTENTE TÉCNICA como 
assistente técnica para este processo, a qual informou que o atendimento ao procedimento 
diligencial seria realizado pelo setor GGG/CC da INSTITUIÇÃO FINANCEIRA.
Fonte: Santos (2011, p. 80-81).
 Lembrete
O laudo ou relatório pericial deve conter, pelo menos: “a exposição do 
objeto da perícia; a análise técnica ou científica realizada pelo perito; a 
indicação do método utilizado; e resposta conclusiva a todos os quesitos 
apresentados” (CREPALDI, 2019, p. 128).
22
Unidade I
Em seguida, com base nos dados e nas informações disponíveis no processo, iniciam-se as respostas 
aos quesitos do juízo competente. Nota-se, no exemplo a seguir, que o juízo questiona: “Qual a origem 
dos recursos nos contratos de abertura de crédito rotativo em conta-corrente – Cheque Azul em 
questão?”. Com base nesse questionamento, o perito, a partir de dados do processo, responde que “não 
há no contrato informação da origem dos recursos” (SANTOS, 2011, p. 81). Percebe-se, ainda, o teor 
analítico emitido pelo perito em seu parecer técnico no exame do respectivo contrato do exemplo.
Respostas aos quesitos do juízo competente
1) Qual a origem dos recursos nos contratos de abertura de crédito rotativo em 
conta-corrente – Cheque Azul em questão? Resposta: não há no contrato informação da 
origem dos recursos. Os recursos utilizados para operações de crédito rotativo são recursos 
oriundos da captação de depósitos efetuados na instituição financeira, que é a exequente 
neste processo. 
2) Qual a taxa de juros para a captação de recursos no contrato? Resposta: está previsto 
no contrato apresentado às folhas 6 a 8 dos autos, no parágrafo segundo da cláusula 
quinta, que “os juros remuneratórios serão calculados com base nas taxas de juros vigentes 
para as operações da espécie, até o percentual máximo correspondente à composição dos 
custos de captação em CDB para 30 (trinta) dias, incorridos pela INSTITUIÇÃO FINANCEIRA 
na última semana de cada mês, acrescidos da taxa de rentabilidade de até 10% (dez por 
cento) ao mês”. 
3) Comparando a taxa de juros aplicada pela Instituição Financeira com custo de 
captação da Caderneta de Poupança, qual é o spread que o Banco mensalmenteganha? 
Resposta: o valor está evidenciado na planilha 1 do anexo III – Taxa de juros e poupança. No 
entanto, os recursos de captação da caderneta de poupança são destinados a financiamentos 
habitacionais especificamente. 
4) Qual a taxa de juros anual empregada no contrato? Essa taxa consta do contrato, 
assim como seu crescimento? Resposta: os valores anuais estão evidenciados em planilha no 
anexo IV – Demonstração da taxa anual de juros. Esses valores, assim como seu crescimento, 
não estão evidenciados de forma expressa no contrato. 
5) Em função da aplicação das taxas de juros sobre os valores contratados, no momento 
da sua assinatura, qual o valor do débito e qual o percentual de aumento em relação 
ao percentual ao que se pensava estar contratando? Resposta: o contrato de Crédito 
Rotativo/Cheque Azul foi assinado pelo executado em 29 de janeiro de 1993, com limite 
expresso de Cr$ 20.000.000,00 (vinte milhões de cruzeiros).
Fonte: Santos (2011, p. 81-82).
Em adição aos quesitos apresentados anteriormente, o juízo questiona, por exemplo, se houve 
cobrança de juros capitalizados no contrato de conta-corrente celebrado pelo correntista e a instituição 
23
PERÍCIA ECONÔMICO-FINANCEIRA
financeira, entre outros quesitos. Para responder ao questionamento, o perito justificou que “a metodologia 
de cálculo utilizada na operação contempla os juros de forma capitalizada” (SANTOS, 2011, p. 83). 
A seguir, constam quesitos que direcionam o perito para as conclusões do trabalho e seu 
respectivo encerramento. Como exemplo, o juízo apresenta o quesito: “e) por fim, forneça o Sr. Perito 
esclarecimentos complementares que julgar pertinentes”. Para responder o questionamento, o perito respondeu: 
“não há esclarecimentos complementares, salvo os já dispostos no item 1 – Objetivo deste Laudo” 
(SANTOS, 2011, p. 86). 
Por fim, o perito apresenta os termos do encerramento do parecer técnico, com a lavratura do 
laudo pericial com a quantidade de páginas, numeração e os respectivos anexos de informações, 
demonstrativos e demais dados utilizados para a análise do objeto do trabalho. 
 Saiba mais
Para ler o conteúdo na íntegra, lei a obra a seguir:
SANTOS, F. C. S. Perícia contábil. Recife: Clube dos Autores, 2011.
 Observação
Contexto: o termo quesito se remete ao questionamento ou dúvida 
relativa à causa econômica, que deve ser respondida por perito economista 
devidamente registrado.
Exemplo: para responder ao questionamento, o perito pode justificar, por 
exemplo, que metodologia de cálculo utilizada na operação contempla juros 
simples ou compostos.
3.2 As relações entre auditoria, perícia e arbitragem 
O campo de perícia econômico-financeira é, por essência, multidisciplinar. Considerando os princípios 
emprestados das ciências contábeis, localizamos a perícia entre as quatro técnicas fundamentais, a 
saber: escrituração (registros); demonstrações (síntese dos fatos contábeis, em relatórios); análise 
das demonstrações (tomada de decisão); auditoria, sendo que a perícia é uma especialização da 
área da auditoria.
Nesse sentido, é importante estabelecer as relações entre auditoria e perícia. Para Brito e Fontenelle 
(2016, p. 2): “a auditoria tem origem na palavra latina audire, que significa ouvir, e da palavra de origem 
inglesa audit, que se remete ao termo verificação”. A auditoria refere-se a uma consulta feita em diversas 
24
Unidade I
áreas da empresa, com a finalidade de verificar se as funções estão sendo exercidas de maneira correta, 
dentro de padrões ou normas exigidas pela política da empresa.
Já a perícia é uma avaliação realizada por uma equipe ou profissionais especializados para esclarecer 
fatos ocorridos, apurar as causas e chegar a uma conclusão definitiva do fato econômico. Como exemplo, 
em um caso hipotético de um acidente com ou sem vítimas fatais, é preciso que a perícia seja chamada 
para definir as causas e a responsabilização, em âmbito cível, criminal e, eventualmente, econômico.
Dessa forma, a perícia deriva da área de auditoria, pois se ocupa da emissão de parecer do especialista, 
por meio de relatório sobre sua área de conhecimento. O quadro a seguir destaca as principais 
características da perícia e da auditoria.
Quadro 1
Perícia Auditoria
Executada somente por pessoa física, 
profissional de nível superior
Pode ser executada tanto por pessoa 
física quanto por pessoa jurídica
A perícia se prende ao caráter científico de uma prova 
com o objetivo de esclarecer controvérsias
Tende à necessidade constante. Exemplo: auditoria de 
demonstrações financeiras, repetindo-se anualmente
É específica, restrita aos quesitos e pontos 
controvertidos, especificados pelo condutor judicial
Pode ser específica ou não. Exemplo: auditoria de 
recursos humanos ou em toda a empresa
Sua análise é irrestrita e abrangente Feita por amostragem
Usuários do serviço: as partes e, 
principalmente, a Justiça
Usuários do serviço: sócios, 
investidores e administradores
Adaptado de: Crepaldi (2019, p. 69).
Por outro lado, no quadro a seguir constam as principais diferenças entre o perito economista e o 
assistente perito economista no exercício da atividade econômico-financeira. O primeiro se submete aos 
preceitos da Justiça, e o segundo atende às demandas do advogado.
Quadro 2
Perito economista Assistente perito economista
Nomeado pelo juiz Indicado pelo litigante
Perito habilitado Economista habilitado
Sujeito a impedimento ou a suspeição Não está sujeito ao impedimento
Recebe seus honorários mediante alvará 
determinado pela Justiça
Recebe seus honorários diretamente 
da parte que o indicou
O prazo para entrega dos trabalhos é 
determinado pelo juiz
O prazo de manifestação para opinar sobre o laudo do 
perito é de dez dias após a publicação
Profissional de confiança do juiz Profissional de confiança da parte
Fonte: Crepaldi (2019, p. 98).
25
PERÍCIA ECONÔMICO-FINANCEIRA
Para a realização eficaz da perícia econômico-financeira, recomenda-se que sejam cumpridas cinco 
fases em um fluxo contínuo. A perícia deve se iniciar com o planejamento, com a idealização dos planos 
de trabalhos e os objetivos a serem cumpridos. A figura a seguir ilustra o ciclo de atividades a serem 
executadas por uma perícia, que deverá emitir um relatório e o acompanhamento da questão perante o 
juízo competente ou o contratante.
Planejamento
PreparaçãoAcompanhamento
RealizaçãoRelatório
Figura 5 – Fases da perícia
Por sua vez, a arbitragem é um método de resolução de conflitos no qual as partes definem que 
uma pessoa ou uma entidade privada irá solucionar a controvérsia apresentada pelas partes, mas sem 
a participação do Poder Judiciário. Caracterizada pela informalidade, embora com um procedimento 
escrito e com regras definidas por órgãos arbitrais e pelas partes, a arbitragem costuma oferecer decisões 
especializadas e mais rápidas que as judiciais. 
A sentença arbitral é reconhecida por ter o mesmo efeito da sentença judicial, pois é obrigatória 
para as partes envolvidas na controvérsia, sendo prevista na relação contratual. Por envolver decisões 
proferidas no âmbito de um mecanismo privado de resolução de controvérsias, a arbitragem desponta 
como uma alternativa célere à morosidade do sistema judicial estatal. Nesse sentido, o quadro a seguir 
acentua as principais diferenças entre as características da arbitragem e da justiça comum.
Quadro 3
Arbitragem Justiça comum
Tramitação simples Tramitação complexa
Sentença arbitral em única instância Sentença recorrível
Prazo definido entre as partes Prazo definido pela Justiça
Ampla possibilidade de diálogo Possibilidade restrita de diálogo
Árbitros escolhidos pelas partes Juiz imposto pelo Poder Judiciário
Processo sigiloso Processo público
26
Unidade I
Em razão da importância do assunto, na legislação, além da arbitragem, há institutos como 
mediação, conciliação e negociação. Dentre as alternativas extrajudiciais de soluções de controvérsias, a 
negociação é a única que não é previstana legislação, pois compete aos particulares exercê-la. O quadro 
a seguir dispõe os principais aspectos desses institutos e suas aplicações.
Quadro 4 – Comparação
Negociação Arbitragem Mediação Conciliação
Relação direta entre as 
partes
Presença de terceiro: 
árbitro
Presença de terceiro: 
mediador
Presença de terceiro: 
conciliador
Processos de conversas e 
concessões recíprocas Tem poder de decisão
Objetiva restabelecer a 
comunicação entre as 
partes
Objetiva postura mais 
ativa do que a mediação 
na busca pela solução da 
controvérsia
Em caso de frustração, 
recorre-se à mediação
Busca por consenso, mas 
impõe sentença em caso de 
divergência
Atua apenas como 
facilitador das negociações
Não apenas observa, mas 
também propõe medidas 
às partes
Totalmente extrajudicial
Lei n. 13.105/15
Lei n. 9.307/96
Lei n. 13.129/15
Lei n. 13.105/15
Lei n. 13.140/15 Lei n. 13.105/15
4 ASPECTOS INSTITUCIONAIS PARA A PERÍCIA ECONÔMICO-FINANCEIRA
A atuação do economista na atividade de perícia econômico-financeira é multidisciplinar; além das 
técnicas e do conhecimento das ciências econômicas, o exercício dessa atividade é influenciado por 
outras áreas do conhecimento, como o direito, a contabilidade e a administração. Nesta seção, serão 
apresentados os principais aspectos da área do direito no cotidiano do economista que atua com perícia 
econômico-financeira.
Assim, será discutido o ambiente institucional para a perícia econômico-financeira no Brasil, com a 
apresentação de tópicos do Código Civil, do Código de Processo Civil e os meios de solução de conflitos 
judiciais, arbitragem, mediação e conciliação. A seguir, destaca-se o artigo 170 da Constituição Federal 
(BRASIL, 1988), que condiciona a economia brasileira.
Título VII
Da Ordem Econômica e Financeira
Capítulo I
Dos Princípios Gerais da Atividade Econômica
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e 
na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme 
os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
27
PERÍCIA ECONÔMICO-FINANCEIRA
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado, 
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos 
de elaboração e prestação;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas 
sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no país.
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade 
econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo 
nos casos previstos em lei (BRASIL, 1988).
 Observação
Contexto: a Constituição Federal de 1988 é a principal lei do país, com 
influência sobre todas as demais leis. Para o economista, é importante o 
conhecimento, em especial, do artigo 170.
Exemplo: a livre concorrência e a propriedade privada são atributos 
econômicos importantes no estudo da economia do país e estão previstos, 
respectivamente, no inciso IV e II.
A atuação do economista no campo profissional da perícia econômico-financeira subdivide-se em 
duas vertentes principais: a iniciativa privada e a iniciativa pública. A respeito dessas vertentes, de 
acordo com Lenza (2014, p. 63): “O Direito deve ser definido e estudado como um grande sistema, em 
que tudo se harmoniza no conjunto. A divisão em ramos do Direito é meramente didática, a fim de 
facilitar o entendimento da matéria [...]”. 
28
Unidade I
Público Privado
Civil
Empresarial etc.
Interno
Constitucional
Penal
Processual etc.
Externo
Internacional
Direito
Figura 6 – Ramos do Direito
4.1 Tópicos do Código Civil
O Código Civil é um conjunto de normas que regulam os direitos e deveres do âmbito privado relativas 
a pessoas, seus bens e suas relações. Pauta-se nos parâmetros do direito civil, que é um ramo jurídico 
que lida com as relações de natureza civil, desde o nascimento até a morte das pessoas físicas e jurídicas.
A importância do Código Civil está no fato de servir como um ponto de equilíbrio para a preservação 
da justiça e a convivência social igualitária e menos conflituosa. Os principais dispositivos legais para 
o exercício profissional do perito estão acentuados a seguir.
Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode 
ser provado mediante:
I - confissão;
II - documento;
III - testemunha;
IV - presunção;
V - perícia.
Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova 
que se pretendia obter com o exame (BRASIL, 2002).
4.2 Tópicos do Código de Processo Civil
O Código de Processo Civil (CPC, Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015) é a lei que regulamenta o 
processo judicial civil no país (BRASIL, 2015a). Em vigor desde o dia 18 de março de 2016, sucedeu 
o Código de Processo Civil de 1973 e estabeleceu como deve tramitar um processo comum na Justiça, 
29
PERÍCIA ECONÔMICO-FINANCEIRA
incluindo prazos, recursos, competências e tramitação. O excerto a seguir ilustra os principais dispositivos 
da lei para a atuação do profissional da perícia econômico-financeira:
Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme 
os valores e as normas fundamentais estabelecidas na Constituição da 
República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.
Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites 
de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, 
na forma da lei.
Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de 
conhecimento técnico ou científico.
§ 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados 
e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro 
mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado.
Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.
§ 1º O juiz indeferirá a perícia quando:
I - a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico;
II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas;
III - a verificação for impraticável (BRASIL, 2015a).
4.3 Meios de solução de conflitos judiciais, arbitragem e mediação
Já estudamos as características das soluções judiciais e extrajudiciais. Agora vamos destacar os 
principais diplomas legais acerca da arbitragem e da mediação. 
A Lei n. 9.307/96, alterada pela Lei n. 13.129/2015, trata do instituto da arbitragem e define as regras 
de solução extrajudicial de conflitos com procedimentos, prazos e condições para os acordos, como 
definido a seguir:
Capítulo I
Disposições Gerais
Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para 
dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.
30
Unidade I
§ 1º A administração pública direta e indireta poderá utilizar-se da arbitragem 
para dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis. (Incluído 
pela Lei n. 13.129, de 2015) (Vigência)
§ 2º A autoridade ou o órgão competente da administração pública direta 
para a celebração de convenção de arbitragem é a mesma para a realização 
de acordos ou transações. (Incluído pela Lei n. 13.129, de 2015) (Vigência)
Art. 2º A arbitragem poderá ser de direito ou de equidade, a critério das partes.
§ 1º Poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que serão 
aplicadas na arbitragem, desde que não haja violação aos bons costumes e 
à ordem pública.
§ 2º Poderão, também, as partes convencionar que a arbitragem se realize 
com base nos princípios gerais de direito, nos usos e costumes e nas regras 
internacionais de comércio. 
§ 3º A arbitragem que envolva a administração pública será sempre de 
direito e respeitará o princípio da publicidade (Incluído pela Lei n. 13.129, 
de 2015) (Vigência)(BRASIL, 2015b).
No capítulo seguinte, a lei trata da convenção de arbitragem e seus efeitos. No artigo 3, acentua: 
“As partes interessadas podem submeter a solução de seus litígios ao juízo arbitral mediante convenção 
de arbitragem, assim entendida a cláusula compromissória e o compromisso arbitral” (BRASIL, 2015b).
Observe com atenção o artigo a seguir:
Art. 7º Existindo cláusula compromissória e havendo resistência quanto à 
instituição da arbitragem, poderá a parte interessada requerer a citação da 
outra parte para comparecer em juízo a fim de lavrar-se o compromisso, 
designando o juiz audiência especial para tal fim.
§ 1º O autor indicará, com precisão, o objeto da arbitragem, instruindo o 
pedido com o documento que contiver a cláusula compromissória.
§ 2º Comparecendo as partes à audiência, o juiz tentará, previamente, a 
conciliação acerca do litígio. Não obtendo sucesso, tentará o juiz conduzir 
as partes à celebração, de comum acordo, do compromisso arbitral.
§ 3º Não concordando as partes sobre os termos do compromisso, decidirá 
o juiz, após ouvir o réu, sobre seu conteúdo, na própria audiência ou no 
prazo de dez dias, respeitadas as disposições da cláusula compromissória e 
atendendo ao disposto nos artigos 10 e 21, § 2º, desta Lei.
31
PERÍCIA ECONÔMICO-FINANCEIRA
§ 4º Se a cláusula compromissória nada dispuser sobre a nomeação de 
árbitros, caberá ao juiz, ouvidas as partes, estatuir a respeito, podendo 
nomear árbitro único para a solução do litígio.
§ 5º A ausência do autor, sem justo motivo, à audiência designada para a 
lavratura do compromisso arbitral, importará a extinção do processo sem 
julgamento de mérito.
§ 6º Não comparecendo o réu à audiência, caberá ao juiz, ouvido o autor, 
estatuir a respeito do conteúdo do compromisso, nomeando árbitro único.
§ 7º A sentença que julgar procedente o pedido valerá como compromisso 
arbitral (BRASIL, 2015b).
Nesse instante, cabe destacar como se encerra o compromisso arbitral: 
Art. 12. Extingue-se o compromisso arbitral:
I - escusando-se qualquer dos árbitros, antes de aceitar a nomeação, desde 
que as partes tenham declarado, expressamente, não aceitar substituto;
II - falecendo ou ficando impossibilitado de dar seu voto algum dos árbitros, 
desde que as partes declarem, expressamente, não aceitar substituto; e
III - tendo expirado o prazo a que se refere o artigo 11, inciso III, desde que 
a parte interessada tenha notificado o árbitro, ou o presidente do tribunal 
arbitral, concedendo-lhe o prazo de dez dias para a prolação e apresentação 
da sentença arbitral.
 Saiba mais
Para estudar outros capítulos da Lei n. 13.129, consulte a 
referência a seguir:
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei n. 13.129, de 26 de maio 
de 2015. Brasília, 2015b. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2015-2018/2015/lei/l13129.htm#:~:text=%C2%A7%201%C2%BA%20
Inst itu%C3%ADda%20a%20arbitragem,integrante%20da%20
conven%C3%A7%C3%A3o%20de%20arbitragem. Acesso em: 16 out. 2020.
32
Unidade I
A seguir, serão apresentados os diplomas legais acerca da arbitragem e a mediação. A Lei n. 13.140/2015 
trata do instituto da mediação e nela constam regras, condições, documentos necessários e prazos a 
serem utilizados em soluções de conflitos extrajudiciais. 
Observe o que dispõe a legislação:
Art. 2º A mediação será orientada pelos seguintes princípios:
I - imparcialidade do mediador;
II - isonomia entre as partes;
III - oralidade;
IV - informalidade;
V - autonomia da vontade das partes;
VI - busca do consenso;
VII - confidencialidade;
VIII - boa-fé.
§ 1º Na hipótese de existir previsão contratual de cláusula de mediação, as 
partes deverão comparecer à primeira reunião de mediação.
§ 2º Ninguém será obrigado a permanecer em procedimento de mediação.
Art. 3º Pode ser objeto de mediação o conflito que verse sobre direitos 
disponíveis ou sobre direitos indisponíveis que admitam transação.
§ 1º A mediação pode versar sobre todo o conflito ou parte dele.
§ 2º O consenso das partes envolvendo direitos indisponíveis, mas transigíveis, 
deve ser homologado em juízo, exigida a oitiva do Ministério Público.
Na Seção II, a lei trata dos mediadores. Observe com atenção o que a legislação preceitua:
Art. 4º O mediador será designado pelo tribunal ou escolhido pelas partes.
§ 1º O mediador conduzirá o procedimento de comunicação entre as partes, 
buscando o entendimento e o consenso e facilitando a resolução do conflito.
33
PERÍCIA ECONÔMICO-FINANCEIRA
§ 2º Aos necessitados será assegurada a gratuidade da mediação.
Art. 5º Aplicam-se ao mediador as mesmas hipóteses legais de impedimento 
e suspeição do juiz.
Parágrafo único. A pessoa designada para atuar como mediador tem o 
dever de revelar às partes, antes da aceitação da função, qualquer fato 
ou circunstância que possa suscitar dúvida justificada em relação à sua 
imparcialidade para mediar o conflito, oportunidade em que poderá ser 
recusado por qualquer uma delas.
Art. 6º O mediador fica impedido, pelo prazo de um ano, contado do término 
da última audiência em que atuou, de assessorar, representar ou patrocinar 
qualquer das partes.
Art. 7º O mediador não poderá atuar como árbitro nem funcionar como 
testemunha em processos judiciais ou arbitrais pertinentes a conflito em 
que tenha atuado como mediador.
Art. 8º O mediador e todos aqueles que o assessoram no procedimento de 
mediação, quando no exercício de suas funções ou em razão delas, são 
equiparados a servidor público, para os efeitos da legislação penal.
 Saiba mais
Para estudar outros aspectos dessa lei, como mediador e mediação 
judicial e extrajudicial, acesse:
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei n. 13.140, de 26 de 
junho de 2015. Brasília, 2015c. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13140.htm. Acesso em: 16 out. 2020.
Estudamos os principais diplomas legais acerca da arbitragem e da mediação, com destaque para 
a Lei n. 9.307/96, alterada pela Lei n. 13.129/2015, que trata do instituto da arbitragem. As soluções 
extrajudiciais de conflitos são relevantes em um país em que há excesso de processos e são gerados 
custos financeiros para a sociedade.
34
Unidade I
 Resumo
A atividade de perícia econômico-financeira é uma especialização do 
bacharel em Ciências Econômicas. Para entendê-la, foram estudadas a 
economia institucional e a Teoria dos Contratos Incompletos. 
Para o adequado desempenho das atividades práticas da perícia 
econômico-financeira, o economista deve analisar o mercado de trabalho 
e ética profissional, sobretudo com um exame das normas técnicas 
profissionais advindas do Conselho Federal de Economia (Cofecon) e do 
Conselho Regional de Economia (Cofecon-SP), bem como as relações entre 
auditoria, perícia e arbitragem.
Para tanto, foram estudados aspectos institucionais para a perícia 
econômico-financeira, com destaque para os tópicos mais importantes do 
Código Civil, do Código de Processo Civil e a legislação sobre a solução de 
conflitos judiciais, arbitragem e mediação.
 Exercícios
Questão 1. Leia o texto a seguir.
Auditoria e perícia são duas especializações que se assemelham nos procedimentos, mas diferenciam-se 
quanto aos objetivos e às finalidades. Mesmo assim, não raras são as confusões entre ambas, seja por 
suas semelhanças, seja por falta de conhecimento sobre suas especificidades. Essas confusões conduzem 
à errônea convicção de que ambas estão voltadas para a descoberta de fraudes econômicas.
PERON, T. B. Diferenças e semelhanças entre a auditoria e a perícia contábil.
Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/140564. Acesso em: 1º set. 2020 (com adaptações).
 Com base na leitura e nos seus conhecimentos, analise as afirmativas.
I – A perícia tem por finalidade o esclarecimento de fatos na resolução de demandas e de disputas.
II – A auditoria é uma análise cautelosa e sistemática cujo objetivo é verificar se um programa está 
sendo desenvolvido conforme o planejado.III – A auditoria externa é feita quando o profissional, na empresa em que trabalha, emite parecer 
em outro departamento.
É correto apenas o que se afirma em:
35
PERÍCIA ECONÔMICO-FINANCEIRA
A) I.
B) I e II.
C) II.
D) I e III.
E) II e III.
Resposta correta: alternativa B.
Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta.
Justificativa: a perícia consiste em exame, vistoria ou avaliação para constatação minuciosa dos 
fatos de natureza técnico-científica em qualquer matéria inerente ao campo da economia. Ela pode ser 
desenvolvida tanto judicialmente, mediante determinação de autoridade judicial competente, quanto 
extrajudicialmente, por solicitação de qualquer pessoa ou autoridade administrativa.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: a auditoria é um exame sistemático das atividades desenvolvidas em determinada 
empresa ou setor, cujo objetivo é determinar se elas estão de acordo com o planejado, se foram 
implementadas com eficácia e se estão adequadas.
III – Afirmativa incorreta.
Justificativa: a auditoria externa é um serviço destinado a um profissional técnico de fora da 
organização, para que ele avalie determinada matéria ou informação e expresse uma conclusão com 
o nível de confiança compatível com os dados disponíveis. A auditoria interna é uma atividade de 
avaliação independente, interna à organização da qual o profissional faz parte e que tem por objetivo o 
exame e a avaliação da adequação, da eficiência e da eficácia da empresa.
Questão 2. Leia o texto a seguir.
A arbitragem é um meio privado de solução de conflitos. Ela pode ser usada para resolver problemas 
jurídicos sem a participação do Poder Judiciário. É um mecanismo voluntário e ninguém pode ser 
obrigado a se submeter à arbitragem contra a sua vontade.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS (TJDFT). Exercício do Direito. 
Disponível em: https://www.tjdft.jus.br/informacoes/perguntas-mais-frequentes/ 
exercicio-do-direito. Acesso em: 1º set. 2020. Adaptada. 
36
Unidade I
Com base na leitura e nos seus conhecimentos, analise as asserções a seguir e a relação proposta 
entre elas.
I – A sentença arbitral não tem o mesmo efeito da sentença judicial.
PORQUE
II – Envolve decisões proferidas no âmbito de um mecanismo privado de resolução de controvérsias.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é uma justificativa da I.
C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
E) As asserções I e II são proposições falsas.
Resposta correta: alternativa D.
Análise da questão
A arbitragem é um método de resolução de conflitos no qual as partes definem que uma pessoa, 
ou uma entidade privada, irá solucionar a controvérsia existente. A arbitragem é caracterizada pela 
informalidade, sem a participação do Poder Judiciário. 
Na arbitragem, o procedimento tem regras definidas, pois foi regulamentada pela Lei n. 9.307/1996. 
Na arbitragem, existe uma sentença feita por escrito. 
Com relação ao efeito, a sentença arbitral tem o mesmo efeito da sentença judicial, sendo obrigatória 
para as partes envolvidas na controvérsia. A arbitragem é uma alternativa célere à morosidade do sistema 
judicial estatal e costuma oferecer decisões especializadas e mais rápidas do que as decisões judiciais.
I – Asserção falsa.
Justificativa: a sentença arbitral tem o mesmo efeito da sentença judicial e seus efeitos são 
obrigatórios para as partes envolvidas.
II – Asserção verdadeira.
Justificativa: a arbitragem é feita fora do âmbito do sistema judicial estatal. Ela é um mecanismo 
privado de resolução de disputas.

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