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Fertilização 1 Fertilização A fertilização, também conhecida como fecundação, normalmente ocorre na ampola da tuba uterina, embora ela possa ocorrer em outras partes dessa tuba. Os oócitos (células germinativas femininas), junto com as células foliculares circundantes, secretam sinais químicos que atraem e guiam os espermatozoides capacitados em direção ao oócito. No corpo do útero não ocorre fecundação Sabe-se que a fecundação é um processo complexo, que respeita a ocorrência de eventos sequenciais coordenados iniciados com o contato entre um espermatozoide e um oócito, e termina com a mistura dos cromossomos maternos e paternos na metáfase da primeira divisão mitótica do zigoto (embrião unicelular). Esse processo de fecundação dura, em média, 24 horas. Como dito acima, trata-se de um processo que ocorre em fases, sendo elas: Passagem do espermatozoide através da corona radiata Durante esse processo uma enzima tem um papel muito importante, a hialuronidase, liberada pela vesícula acrossômica do espermatozoide, que tem como função causar a dispersão das células foliculares da corona radiata. Além disso, algumas enzimas da mucosa da tuba uterina também parecem auxiliar nesse processo. Por fim, os movimentos da cauda do espermatozoide também são importantes durante a penetração da corona. Penetração da zona pelúcida Essa passagem também é resultado da ação de enzimas acrossômicas: acrosina, esterases e neuramidase. A enzima mais importante é a acrosina, sendo a principal responsável pela dissolução da zona pelúcida. Reação zonal Após a penetração do espermatozoide na zona pelúcida, ocorrem alterações nas propriedades da zona pelúcida, tornando-a impermeável a outros espermatozoides, sendo essa a reação zonal. Fusão das membranas plasmáticas do oócito e do espermatozoide Fertilização 2 Essas membranas se fundem permitindo que a cabeça e a cauda do espermatozoide entrem no citoplasma do oócito. A membrana celular espermática e as mitocôndrias, entretanto, ficam para trás. Término da segunda divisão meiótica do oócito e formação do pronúcleo feminino Após a penetração do espermatozoide, o oócito é ativado e termina a segunda divisão meiótica, formando o oócito maduro e um segundo corpo polar. Dando seguimento, os cromossomos maternos são descondensados e o núcleo do oócito se torna o pronúcleo feminino. Formação do pronúcleo masculino O núcleo do espermatozoide, dentro do citoplasma do oócito, aumenta seu tamanho para formar o pronúcleo masculino. A cauda do espermatozoide é degenerada nessa fase. Durante o crescimento dos pronúcleos, eles replicam seu DNA-n (haploide), com duas cromátides. Nesse contexto, o oócito contendo os dois pronúcleos haploides é denominado de oótide. Fusão do pronúcleos Quando esse evento acontece, forma-se um único agregado diploide de cromossomos e a oótide se torna um zigoto. Os cromossomos se organizam em um fuso de clivagem, em preparação para as divisões futuras. Fertilização 3 O zigoto é genetizamente único porque metade de seus cromossomos vem da mãe e a outra metade é proveniente do pai. Este mecanismo é a base para a herança biparental e variação da espécie humana. A meiose possibilita a segregação independente dos cromossomos maternos e paternos entre as células germinativas. O cruzamento de cromossomos, realocando os segmentos dos cromossomos paternos e maternos, "embaralha" os genes, produzindo assim uma recombinação de material genético que já determina as características e o sexo do indivíduo. O sexo cromossômico do embrião é determinado na hora da fecundação e depende do tipo de espermatozoide que fecunda o oócito. Sendo assim, quando a fecundação é por um espermatozoide que carrega o cromossomo X, produz um zigoto XX (feminino), mas quando é por um cromossomo Y, produz um zigoto XY (masculino). Fertilização 4 Tecnologia de reprodução assistida: A fertilização in vitro FIV de oócitos e a transferência de zigotos em clivagem compreendem a uma outra forma de fecundação. As etapas desse processo são: Os embriões em estágios iniciais resultantes da FIV podem ser preservados por longos períodos quando congelados em nitrogênio liquido com um crioprotetor (glicerol ou dimetilsulfóxido). Essa é a criopreservação de embriões. Segmentação Nesse momento, o zigoto formado sofrerá repetidas divisões mitóticas, resultando em um aumento rápido do número de células (blastômeros). A Fertilização 5 clivagem ocorre conforme o zigoto passa pela tuba uterina e as células vão se tornando menores a cada divisão. Como visto nas imagens abaixo, durante a divisão, o zigoto continua envolto pela zona pelúcida. A divisão do zigoto em blastômeros se inicia aproximadamente 30 horas após a fecundação. Após atingirem um número de 8 células, ocorrem mudanças na forma dos blastômeros, sendo agrupados uns aos outros para formar uma "bola" compacta de células. Esse fenômeno é conhecido como compactação e, provavelmente, é mediado por glicoproteínas de adesão da superfície celular. Sabe-se que a compactação é um evento necessário para que ocorra a separação das células internas, que formam o embrioblasto, uma massa celular interna do blastocísto. Quando a divisão chega a 1232 blastômeros, o embrião em desenvolvimento é chamado de mórula. A formação da mórula se inicia cerca de 3 dias após a fecundação e é nesse estágio que o embrião chega ao útero. Fertilização 6 Formação do blastocísto Após a mórula alcançar a cavidade uterina, cerca de 4 dias após a fecundação, surge no seu interior um espaço preenchido por líquido, a cavidade blastocística. Esse líquido é proveniente da cavidade uterina, passando pela zona pelúcida para formar esse espaço. Observa-se a importância desse líquido, pois conforme ele aumenta na cavidade blastocística, há separação dos blastômeros em duas partes (trofoblasto e o embrioblasto). Uma proteína imunossupressora, secretada pelas células trofoblásticas, o fator de gestação inicial, aparece no soro materno com 24 - 48 horas após a implantação. Sendo esse fator, a base do teste de gravidez nos primeiros dias de desenvolvimento. Fertilização 7 Durante esse estágio de desenvolvimento, conhecido como blastogênese, o concepto é chamado de blastocísto. Diante disso, após 2 dias da formação do blastocísto, a zona pelúcida é degenerada e desaparece gradualmente. Dando seguimento, cerca de 6 dias após a fecundação o blastocísto se adere ao epitélio endometrial, quando o trofoblasto se prolifera rapidamente e se diferencia em duas camadas (interna - citrofoblasto e externa - sinciciotrofoblasto). Fertilização 8 Esses acontecimentos fazem parte da primeira semana após a fecundação. Fertilização 9 Referências: Embriologia clínica - Moore 10ª edição) Embriologia médica - Langman 13ª edição)
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