Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
@yasmincampos_vet Ginecologia e obstetrícia FECUNDAÇÃO E CLIVAGEM GAMETA FEMININO A unidade funcional da gônada feminina, que contém o gameta feminino é o folículo. O folículo é uma estrutura constituída pelo ovócito, circundada por células foliculares. A principal função do folículo é proporcionar um ambiente ideal para o crescimento e maturação do ovócito, além de produzir hormônios como o estrógeno e o estradiol. Os folículos são classificados como folículos pré- antrais - que não possuem antro ou cavidade antral - e folículos antrais - que possuem cavidade antral no seu interior e que é repleta de líquido folicular. Os folículos pré-antrais são divididos em: primordial, primário ou secundário, de acordo com seu desenvolvimento. Folículo primordial e primário Folículo secundário Os folículos antrais são divididos em: terciário e ovárico vesiculoso. Esses são constituídos por um ovócito circundado pela zona pelúcida e corona radiata. @yasmincampos_vet Próximo a ovulação esses folículos apresentam um ovócito secundário. QUESTÃO DE PROVA: fases do folículo e do ovócito em imagens de histologia. NÃO CONFUNDIR: • Folículo = gameta + células adjacentes • Oócito: somente gameta • Oócito primário: presente no folículo primordial, folículo primário, folículo secundário • Na ovulação: pico de LH, primeira divisão meiótica, oócito se transforma em secundário na tuba uterina • Zona pelúcida: “casca do ovo” • Fluído folicular: “líquido intracelular”, cavidade é chamada de antro, por isso o nome é folículo antral (terciário/pré- ovulatório/Graff). Esse já responde a hormônio e consegue entrar no ciclo da fêmea. • Células da teca interna: células achatadas em volta • Células da teca interna tem receptor de LH, quando colesterol chega ela recebe e o transforma em testosterona. Mulheres não ficam com aspectos masculinos porque a testosterona não é jogada na corrente sanguínea, ela é rapidamente absorvida pelas células da granulosa que a convertem em estrógeno • Oótide: folículo fecundado com dois núcleos GAMETA MASCULINO O testículo é constituído por túbulos seminíferos imersos em uma trama de tecido conjuntivo frouxo e envolvido por uma cápsula, a túnica @yasmincampos_vet albugínea. Essa cápsula é constituída, basicamente, por dois tipos celulares: as células de Sertoli, de sustentação, e as células germinativas em várias fases de desenvolvimento. As células germinativas passam por uma série contínua de divisões celulares e modificações que caracterizam um processo denominado espermatogênese. ESPERMATOGÊNESE A espermatogênese é definida como o processo de divisão e diferenciação celular que resulta na formação do espermatozoide e ocorre no interior dos túbulos seminíferos. Mais especificamente, a espermatogênese é o processo cronológico por meio do qual espermatogônias se dividem, por mitose, para manter constante sua população e produzir outros tipos de espermatogônias que proliferam, ainda por mitose, e se transformam em espermatócitos primários, que por sua vez entram em meiose produzindo espermátides haploides que se diferenciam em espermatozoides. A espermatogênese pode ser dividida em 3 fases com duração semelhante: mitótica ou espermatocitogênese, meiótica e espermiogênica. FASE MEIÓTICA Os espermatócitos em descanso são as últimas células da sequência espermatogênica que permanecem na fase de síntese (S) do ciclo celular. Durante a fase S da interfase ocorre a duplicação do DNA. Na fase G2 ocorre uma mudança que direcionará a célula para que ela entre em meiose e não em mitose. A redução dos cromossomos ocorre na 1ª divisão celular, e a redução da quantidade de DNA se processa na 2ª divisão. A recombinação genética conhecida como crossing over ocorre nesse período, levando as células germinativas a apresentarem uma combinação de material genético distinta daquelas das células somáticas do animal. A metáfase, a anáfase e a telófase da meiose I sucedem a prófase e as células originadas são os espermatócitos II, que rapidamente iniciam a 2ª divisão meiótica, originando as espermátides. *Os espermatócitos II têm uma vida muito curta, pois rapidamente se dividem, formando as espermátides. FASE ESPERMIOGÊNICA A espermiogênese corresponde ao conjunto de transformações morfológicas que a espermátide sofre até se transformar em espermatozoide. Este processo ocorre sem divisão celular e é a maior transformação morfológica celular que ocorre no indivíduo. Desenvolvimento do flagelo: A primeira evidência do flagelo é observada na espermátide recém-formada. A mitocôndria é responsável pela origem da motilidade da cauda do espermatozoide. Apesar de o flagelo conferir motilidade ao espermatozoide, os espermatozoides liberados no testículo são imóveis, e a capacidade de se movimentar só é adquirida durante o trajeto destes pelo epidídimo. Desenvolvimento do acrossomo: A formação do acrossomo também é um processo lento que não se completa até o final da espermiogênese. Logo após a formação das espermátides, o aparato de Golgi é envolvido na produção de pequenos vacúolos em @yasmincampos_vet condensação ou vesículas pró-acrossomais que contêm os grânulos pró-acrossomais. Eventualmente esses grânulos coalescem em uma grande vesícula membranosa, a vesícula acrossomal. Então ela se torna achatada em contato com a superfície nuclear, sobre a qual se estende até que 2/3 do núcleo espermático esteja recoberto por um saco membranoso firmemente aderido ao envelope nuclear. A membrana da vesícula acrossomal em contato com o núcleo é denominada membrana acrossomal interna, e a que não está em contato com o núcleo, membrana acrossomal externa. Eliminação do citoplasma: A espermátide é reduzida a aproximadamente 25% de seu volume antes da espermiação. Existem duas fases nesse processo de diminuição das espermátides: - A água deve ser eliminada do núcleo e do citoplasma durante o alongamento da espermátide. Como resultado, espermátide alongada aparece mais densa do que os outros tipos celulares. - A eliminação do citoplasma empacotado (corpo residual) é responsável pela redução de até 1/4 do volume. O corpo residual é formado por um agregado citoplasmático que é eliminado no momento da espermiação. Estes fragmentos citoplasmáticos são fagocitados pelas células de Sertoli e transportados até a parte basal da célula onde, então, são digeridos. Após a eliminação do corpo residual uma pequena quantidade de citoplasma, a gota citoplasmática, permanece ao redor do colo da espermátide. Assim como o ovócito, o gameta masculino deve sofrer um processo de maturação para adquirir a capacidade de fertilizar o óvulo. Gota citoplasmática *Células de sertoli: são as mesmas da granulosa que tem na fêmea, que pegam testosterona e transformam em estrógeno. *Células de Leydig: são as mesmas que dá teca interna na fêmea, que produzem testosterona. O citoplasma é esbranquiçado na histologia devido a gordura (que não cora), já que o estrógeno é formado por colesterol. *Gota citoplasmática (ponto na cauda do espermatozoide): é um sinal de imaturidade do espermatozoide, ocorre em machos com muita frequência de cobertura de fêmeas ou na coleta de sêmen. *Barreira hemato-testicular: não pode ter vasos sanguíneos em contato com os túbulos seminíferos para que o espermatozoide, acrossoma e enzima degradante não circulem no corpo. A circulaçãopoderia causar reação imune ou reação de corpo estranho. EMBRIOGÊNESE Gametas são produzidos a partir das células germinativas, que se diferenciam em células tronco e se transformam em espermatogônia nos @yasmincampos_vet machos e oogônias nas fêmeas. As células se movimentam a caminho da crista gonadal, que posteriormente formará os testículos ou os ovários. Quando não se movimenta para as gônadas, deve ocorrer apoptose, se não ocorrer pode se transformar em um teratoma (tumor de célula tecidual). Em machos, a crista gonadal deve se estimular o crescimento dos testículos e a descida dos mesmos para a bolsa escrotal. Em fêmeas, já nascem com óvulos (folículos primordiais), que se formam e vão se transformando até o momento do nascimento. Somente fazem meiose antes do nascimento, diferente dos machos. O hormônio que induz a ovulação é o hormônio luteinizante (LH), que transforma folículo em o corpo lúteo. Obs.: o estrógeno aumenta a vitalidade e a progesterona diminui a vitalidade da mulher. Quando cai os dois é quando ocorre a tensão pré- menstrual. OVOGÊNESE Ao nascimento as fêmeas possuem em seus folículos primordiais ovócitos estacionados no estágio da prófase 1 da meiose. Esses ovócitos não possuem capacidade de reassumir a meiose ou sofrer fertilização, permanecendo imaturos. O processo de maturação ocorre em duas fases. A primeira é a fase de crescimento do folículo e confere ao ovócito a capacidade de reiniciar a meiose. Durante a fase de crescimento do folículo a célula germinativa também cresce através das ligações tight junction, que favorecem a troca de nutrientes. A cada ciclo diversos folículos antrais são recrutados e iniciam seu desenvolvimento, entretanto, poucos chegam até a ovulação. A segunda fase é o reinício da meiose, chamada de maturação final e ocorre somente após a puberdade no folículo pré-ovulatório. Esse processo é regulado por hormônios esteroides e gonadotrofinas. Entende-se por maturação as mudanças que ocorrem no ovócito, que são a duplicação e a divisão do DNA. O reinício da meiose é marcado pela condensação dos cromossomos e rompimento da vesícula germinativa, liberando-os para a primeira divisão da meiose (metáfase 1). Na primeira divisão ocorre a redução do número de cromossomos pela metade. Um dos núcleos resultantes permanece no ovócito e o outro é eliminado formando o corpúsculo polar. Logo após, os cromossomos do ovócito entram na segunda divisão da meiose (metáfase 2). Esse ovócito é conhecido como ovócito secundário, na maioria das espécies os ovócitos são ovulados nessa fase. A partir disso, a maturação ovocítica é mediada pela interação do hormônio luteinizante (LH). E o ovócito após ser fecundado sofre o desenvolvimento embrionário. FORMAÇÃO DOS GAMETAS FEMININO E MASCULINO DNA é separado em fitas menores chamadas de alelos (genes), estão juntos no cromossomo, existem 23 pares nos humanos, sendo um par da mãe e um par do pai. Quando a célula vai fazer meiose, ela entra na fase S (síntese), é o momento em que o DNA é duplicado (visto em “X”). A primeira divisão divide os cromossomos homólogos. Corpúsculo polar é o DNA em excesso que é “jogado fora”, como se fosse o núcleo da outra @yasmincampos_vet célula que ele não fez, não tem função biológica. Indica que a fêmea já está em oócito secundário. Fêmeas nascem na fase da prófase 1, somente quando houver o pico de LH que a fêmea irá ovular. DNA duplicado deve ser divido novamente por meiose, que é estimulada pela fecundação, com a entrada do espermatozoide, fazendo com que ocorra liberação do segundo corpúsculo polar (oótide). Espermatozoide trás novo cromossomo com DNA do pai. Pronúcleo é o que ainda não é núcleo, pode ser feminino ou masculino, ele anda e se junta, formando o embrião, que é chamado de zigoto, que é o embrião de uma célula só. QUESTÃO DE PROVA: Na embriogênese quando uma célula mãe dá origem a 4 é macho, quando dá origem a uma célula filha é fêmea, quando dá origem a duas células filha não é nenhum. Pronucleo QUESTÃO DE PROVA: Time lapse do desenvolvimento embrionário (estruturas e nome das fases). QUESTÃO DE PROVA: divisão celular. Ocorre mitose nas células germinativas para dar origem às células iguais. Na fêmea só ocorre na vida fetal (pré-natal), nos machos ocorre na puberdade. Já a meiose é concluída na liberação do gameta em machos e na fêmea depende da fecundação. PERGUNTA: Após a reativação da meiose, quem é responsável? Qual espécie se difere? O responsável é pico de LH. A cadela é espécie que se difere devido ao maior tempo para terminar a meiose e entrar no pico de LH. @yasmincampos_vet FECUNDAÇÃO A fecundação é a fusão de dois gametas, o espermatozoide e o óvulo, e estimula o zigoto a iniciar o desenvolvimento embrionário. A fecundação realiza então duas atividades, a sexual (combinação dos genes dos pais) e a reprodutiva (criação de um novo organismo). Portanto, a primeira função envolve a transmissão dos genes dos pais para os descendentes e a segunda é iniciar no citoplasma do ovo as reações que permitem que o desenvolvimento ocorra. A fecundação ocorre me 5 passos: 1. Contato e reconhecimento espécie- específico entre espermatozoide e óvulo, através da ligação do espermatozoide a zona pelúcida do óvulo 2. Reação acrossomal e penetração na zona pelúcida 3. Ligação e fusão com a membrana vitelínica 4. Fusão do material genético dos pró- núcleos masculino e feminino no interior do óvulo 5. Ativação de metabolismos do óvulo que iniciam o desenvolvimento PASSO 1 – SPTZ LIGANDO COM A ZP A ligação do espermatozoide com a zona pelúcida é espécie-específica, ou seja, as moléculas da ZP de uma determinada espécie somente são reconhecidas por sptz da mesma espécie através de receptores específicos. A molécula presente na ZP se liga ao receptor primário do sptz e induz a reação acrossomal. PASSO 2 – REAÇÃO ACROSSOMAL Logo após a ligação à ZP o sptz sofre um processo de exocitose celular, a reação acrossomal. O acrossomo é uma organela derivada do complexo de Golgi, contendo enzimas semelhantes às lisossomais líticas. O acrossomo recobre parte apical do núcleo e é envolto por uma única membrana que, na região em que esta faz contato com a membrana plasmática do sptz, chamada de membrana acrossomal externa, e a membrana que faz contato com a membrana nuclear é membrana acrossomal interna. A reação acrossomal é a fusão múltipla da membrana acrossomal externa com a membrana plasmática da cabeça espermática, resultando na formação de vesículas híbridas (metade membrana acrossomal externa e metade membrana plasmática) e liberação do conteúdo acrossomal. Entre essas membranas hibridas são liberadas enzimas que fazem a digestão pontual, abrindo espaço para o sptz passar com sua motilidade. *A digestão da ZP é pontual devido a enzima acrosina, somando a motilidade do sptz ocorre a penetração da ZP *Somente os sptz que sofreram a reação acrossomal podem penetrar a ZP e se fundir à membrana vitelínica. *Se macho não tem proteína de reconhecimento são estéreis. *Glicocálix = antenas envolta do espermatozoide. @yasmincampos_vet A – Espermatozoide inteiro com acrossoma dentro B – Início da reação acrossomal C – Pode ser encontrado ligado a zona pelúcida realizando processo de reação acrossomal, membrana deve ser híbrida D – Espermatozoide encontrado dentro do espaço perivitelínico PASSO 3 – LIGAÇÃO E FUSÃO COM A MEMBRANA VITELÍCA (OOLEMA) Após atingir o espaço perivitelínico, o sptz reagido se liga e se funde à membrana do ovócito pela região pós-acrossomal. Uma proteína, a fertilina - que está presente apenas em espermatozoidesque passaram por processo de reação acrossomal - é responsável pela ligação fusão do sptz com a membrana do oócito, Após a fusão da membrana do sptz com o óvulo forma-se o cone de fertilização, o qual é uma extensão do citoplasma do óvulo, que recobre a cabeça do sptz. Normalmente, todo o sptz, penetra no citoplasma do óvulo. O cone de fertilização engloba o sptz e pontes citoplasmáticas se formam entre os dois gametas, as quais vão se alargando até que todo o núcleo espermático passe por elas. Microfilamentos presentes no cone de fertilização são responsáveis por guiar o núcleo espermático para o interior do citoplasma do óvulo. Logo após a penetração do sptz no óvulo, a membrana vitelínica perde a habilidade de se fundir com outros sptz, denominado bloqueio da polispermia, que impede a passagem de outros sptz. O bloqueio rápido é mediado por despolarização elétrica da membrana do ovócito que ocorre poucos segundos após o contato do sptz com o a membrana perivitelínica. O bloqueio lento é mediado pela reação cortical, onde ocorre liberação dos grânulos corticais, que se fundem à membrana plasmática do óvulo, liberando seu conteúdo para o espaço perivitelínico. A liberação de enzimas contidas nos grânulos corticais modifica as moléculas que interagem com os sptz na ZP, de maneira que estas não se liguem mais aos sptz. Além disso, essa alteração citoplasmática e de pH ativa a reativação da meiose para o oócito liberar o segundo corpúsculo polar. *Enzimas proteolíticas são liberadas para digerir os fatores de acrossomo para impedir que outros espermatozoides entrem (bloqueio da polispermia). * A primeira “bolinha” liberada é o corpúsculo polar (oócito secundário), a próxima é o segundo corpúsculo (oótide – já fecundado), é o momento onde ocorre meiose e se inicia a clivagem. PASSO 4 – FUSÃO DO MATERIAL GENÉTICO DO SPTZ E DO ÓVULO Após a passagem da ZP, ocorre um segundo reconhecimento à membrana vitelínica. Em mamíferos, o processo de fusão nuclear demora cerca de 12 horas. O núcleo do óvulo é chamado de prónucleo feminino e do sptz, de prónucleo masculino. O núcleo espermático penetra no ovócito, quando é incorporado pelo citoplasma do óvulo o envelope do núcleo masculino sofre @yasmincampos_vet vesiculação, onde rompe a membrana nuclear do sptz, expondo a cromatina altamente condensada do sptz ao citoplasma do óvulo. As protaminas que mantêm a cromatina condensada são substituídas por histonas derivadas do óvulo. Essa mudança permite a descondensação da cromatina. Logo, novas vesículas membranosas se agregam ao longo da periferia da massa de cromatina e se conectam com os fragmentos já existentes do antigo envelope nuclear para formar um novo envelope. O prónucleo masculino aumenta de tamanho, enquanto o núcleo do ovócito completa a segunda divisão meiótica. Cada um dos prónucleos migra em direção ao outro, replicando seu DNA durante o caminho. Quando se encontram, os dois envelopes nucleares se fragmentam, mas em vez de se formar um novo núcleo, a cromatina se condensa em cromossomos. O posicionamento dos prónucleos na região central do óvulo fertilizado é um pré-requisito para a correta disposição dos cromossomos no fuso e na finalização da primeira clivagem, para assim ocorrer o processo de singamia. Após esse processo é iniciado o processo de mitose. *Parte de dentro do ovulo é a medula e mais externa o córtex, proteínas estão* dentro dos grânulos corticais que estão no córtex. *Para não ocorrer duplicação do DNA, se entrar dois espermatozoides esse zigoto morre. *Singamia é a fusão de duas células individuais (gametas) que produzem um único organismo (zigoto). PASSO 5 – ATIVAÇÃO DO ÓVULO Após a fertilização, é iniciado o desenvolvimento embrionário, para isso são necessárias mudanças no citoplasma do óvulo, as quais são denominadas ativação do óvulo. Após a ligação do sptz ao óvulo ocorre o bloqueio da polispermia e o aumento intracelular de cálcio. Outra mudança é o aumento do pH intracelular, que é importante para a síntese de proteínas e replicação do DNA. Dois processos estão envolvidos, a interação de membranas plasmáticas do óvulo e sptz e intrusão de um fator espermático no interior do citoplasma do óvulo. QUESTÃO DE PROVA: Pode ocorrer reconhecimento de espécies semelhantes como asininos e equinos (jumento + égua = mula ou jumenta + garanhão = bardoto)? Sim, isso ocorre devido as duas espécies serem equídeos e possuírem os receptores espécie-específicos necessários para fecundação. PERGUNTAS: O que é fecundação? É a junção do óvulo e espermatozoide. Qual a função da fecundação? Tem função de variação genética, diferente de divisões assexuadas, como ocorre em bactérias, que se recriam em clones. É importante a variação genética para a evolução dos seres vivos. Exemplo: na pandemia, se todos fossem iguais e sensíveis ao vírus a população teria sido dizimada. Em qual estrutura ocorre a fecundação? Nas tubas uterinas. Quais os personagens para que isso ocorra? Espermatozoide e óvulo. Quais estruturas são importantes para esses personagens? Para o espermatozoide a estrutura importante é o acrossoma, que é uma bolsa cheia de enzimas para poder degradar o oócito e para o óvulo a estrutura importante é a zona pelúcida. Como espermatozoide reconhece ovulo? Contato e reconhecimento espécie-específico entre espermatozoide e óvulo, por meio de ligação do espermatozoide à zona pelúcida do óvulo. Receptores hormonais (proteínas) são como chave e fechadura na zona pelúcida (espécie-específicos – se não for da mesma espécie não encaixam). Por que o acrossoma está dentro do sptz e não fora? Dentro do espermatozoide existe o núcleo, como em qualquer célula, com DNA e envoltório nuclear. E o acrossoma é formado pelo complexo de golgi, por isso, ele está dentro do sptz. @yasmincampos_vet Quais as membranas presentes na reação acrossomal? Membrana plasmática, acrossomal externa, acrossomal interna e membrana nuclear. Por que ocorre a penetração do sptz à ZP? A penetração ocorre devido a uma combinação da motilidade espermática e da hidrólise enzimática causada pela liberação do conteúdo acrossomal. INÍCIO DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁ- RIO - CLIVAGEM A fertilização marca o início do período embrionário pré-implantação, caracterizado por uma sucessão de divisões celulares mitóticas até a ocorrência da primeira diferenciação celular no estágio de blastocisto e a liberação da ZP. Imediatamente depois da fecundação, inicia-se a clivagem. Denomina-se clivagem a série de divisões mitóticas, extremamente rápidas, por meio das quais o zigoto, que tem grande volume citoplasmático, é dividido em numerosas células pequenas. Estas células são chamadas de blastômeros. A primeira clivagem (estágio de 2 células) separa o zigoto em dois blastômeros de tamanhos iguais, e em todas as espécies de mamíferos, ocorre entre 11 e 20h após a fertilização. Existem algumas particularidades na clivagem dos mamíferos: 1. Lentidão relativa das divisões 2. Orientação dos planos de clivagem - sendo que na primeira clivagem a divisão é para os lados e a segunda clivagem a divisão é para “cima” e para “baixo”, chamado de clivagem rotacional 3. Assincronia marcante das divisões iniciais - os blastômeros não se dividem todos ao mesmo tempo, assim, embriões não crescem uniformemente do estágio de 2 células para o de 4 e de células, mas frequentemente contêm um número ímpar de células 4. Diferente da maioria dos outros animais, o genoma do mamífero é ativado durante as clivagens iniciais, produzindo as proteínas necessárias para que elas ocorram 5. Fenômeno de compactação - os blastômeros de mamíferos, até o estágio de 8células, formam um arranjo frouxo, com espaço abundante entre eles. Em seguida à 3ª ou 4ª divisão, os blastômeros sofrem uma drástica mudança em seu comportamento. Repentinamente se amontoam, aumentando o contato entre si, formando massa compacta de células. Este arranjo firmemente empacotado é estabilizado por junções de oclusão (tight junctions*) que se formam entre as células superficiais, vedando a passagem para o interior da esfera. As células internas da esfera formam entre si junções comunicantes (gap junctions*), tornando possível o transporte de pequenas moléculas e íons entre elas. *Gap junctions: canais formados entre células vizinhas que permitem o transporte de íons, água e outras substâncias usando proteínas de conexão para formar poros. *Tight junctions: são como “braços” que criam uma barreira impermeável entre duas células adjacentes. Existem evidências crescentes de que a compactação é causada por mudanças na arquitetura da superfície dos blastômeros. As células do embrião compactado se dividem para produzir uma mórula de 32 células que consiste em um pequeno grupo de células internas rodeadas por um grupo maior de células externas. A maioria das descendentes das células externas não produz estruturas embrionárias, transformando-se em células do trofoblasto que originam o cório ou porção embrionária da placenta. O cório é o tecido que possibilita ao feto obter oxigênio e alimento a partir da mãe. Ele também secreta hormônios, que possibilitam ao útero da mãe reter o feto, além de produzir reguladores da resposta imune, assim a mãe não @yasmincampos_vet rejeita o embrião. O embrião é derivado das descendentes das células internas da mórula no estágio de 32 células, suplementadas por uma célula ocasional originada do trofoblasto durante a transição para o estágio de 64 células. Estas células originam a massa celular interna (MCI) que dará origem ao botão embrionário. Próximo ao estágio de 64 células, as camadas celulares da MCI e do trofoblasto se separam. Assim, o primeiro evento de diferenciação do desenvolvimento embrionário dos mamíferos é a distinção entre os blastômeros do trofoblasto e da MCI. Inicialmente a mórula não tem uma cavidade interna. Entretanto, durante um processo chamado cavitação, as células do trofoblasto secretam um líquido para o interior da mórula, ocupando um espaço central, que dá origem à blastocele ou cavidade central da mórula. A massa celular interna posiciona-se de um lado do anel de células do trofoblasto, formando a estrutura característica da clivagem dos mamíferos, conhecida como blastocisto. A principal característica da fase de blastocisto é a diferenciação em trofoblasto e botão embrionário. A formação da MCI distinta do trofoblasto é um processo crucial no desenvolvimento embrionário. *Células de fora do trofoblasto tem tight junction para placenta e as internas têm gap junction pois vai se tornar o embrião. As células de fora começam a bombear sódio para dentro, causando osmose de água para dentro da célula, formando a blastocele, a ZP começa a se adelgaçar, fincando cada vez mais fina até romper e eclodir o blastocisto. *Uma protease semelhante à tripsina, chamada estripsina, localizada na membrana das células do trofoblasto, lisa a matriz fibrilar da zona pelúcida, formando o orifício. *ZP é importante pois impede a eclosão no local errado. Caso ocorra eclosão nas trompas, antes de chegar ao útero, ocorre a gestação ectópica (somente em primatas e humanos). A ZP não é aderente, é lisa e desliza até o chegar ao útero para formar a placenta. * Quando alcança o útero, o embrião precisa eclodir, isto é sair da ZP, de modo que possa aderir à parede do útero. Uma vez fora da ZP, o blastocisto pode fazer contato direto com o útero, onde as células do trofoblasto secretam outras proteínas, tais como colagenase, estromalisina e um ativador de plasminogênio. Estas enzimas, que hidrolisam proteínas, digerem a matriz extracelular do tecido uterino, capacitando o blastocisto a penetrar na parede uterina. DEFINIÇÕES: O que é clivagem? É a divisão embrionária onde célula se divide ao meio, em partes menores, mas não ocorre aumento morfológico. Não aumenta de tamanho porque não faz fase G1, somente fase S e mitose. Embrião está preocupado em dividir rapidamente. Mórula: quando não pode se contar quantas células. Mórula compacta: quando muito densa, perde definição entre as células. Blastocele: quando inicia a formação de um antro (cavidade com líquido), a cavidade é chamada de blastocele. Blastômero: é cada célula que está dentro do blastocisto. Blastocisto: célula com blastocele. Blastocisto inicial: blastocele tem metade do tamanho dele. Blastocisto: quando blastocele tem mais da metade do tamanho. Quando entra no útero, nos cornos uterinos, quem mantem ele vivo é a secreção das tubas uterinas Blastocisto em expansão ou expandido: quando blastocele começa a esticar, atingindo zona pelúcida, a deixando fina. Blastocisto eclodido: quando a blastocele rompe a zona pelúcida. É quando consegue se ligar ao útero para começar a formar a placenta. Trofoblasto: no blastocisto é a camada de células cheias de células, uma camada única, ficam no córtex do blastocisto. Se torna placenta ou córion. @yasmincampos_vet ATIVAÇÃO DO GENOMA EMBRIONÁRIO Em muitos animais, o início do desenvolvimento é controlado por produtos do genoma materno que são sintetizados durante a ovogênese, estocados no óvulo e ativados após a maturação meiótica e a fertilização. Embora a transcrição não seja essencial após a fertilização, a atividade de tradução é. Portanto, as proteínas necessárias para o desenvolvimento embrionário inicial resultam de uma tradução de novo de RNAm existentes no óvulo. Apesar de os componentes necessários para a tradução estarem presentes em óvulos não fertilizados, estes exibem níveis muito baixos de síntese de proteínas. O aumento da síntese após a fertilização depende, primariamente, da ativação dos componentes de tradução armazenados por meio das modificações dos níveis de Ca++ e pH intracelulares. Dessa maneira, os RNAm maternos são traduzidos durante a maturação ovocítica, originando quantidade suficiente de proteína para sustentar o início do desenvolvimento embrionário, após o que estes RNAm podem ser degradados. Em outros casos, o RNAm é estabilizado e transferido durante a clivagem para os blastômeros, sendo utilizado em diferentes etapas do desenvolvimento. Com o desenvolvimento do embrião ocorre uma mudança do controle do genoma materno para o embrionário. Em alguns organismos esta mudança é abrupta, em outros ela é gradual. Posteriormente este RNAm é reposto devido à transcrição do genoma embrionário. Apesar de a maior parte do RNAm sintetizado no zigoto codificar as mesmas proteínas do RNAm materno, novos transcritos específicos aparecem, modificando o padrão de síntese de proteína. *Pode ocorrer dominância materna inicial em híbridos interespecíficos. *O início da clivagem ocorre na ausência de um núcleo funcional. *Ocorre desenvolvimento até o estágio de blástula (exceto em mamíferos) quando a transcrição nuclear é bloqueada. *Heat Shock Proteins (HSP) - um grupo de proteínas que funcionam para reverter ou inibir a desnaturação ou desdobramento de proteínas celulares em resposta ao estresse ou alta temperatura. No verão (época de estresse) é possível realizar inseminação na vaca com o embrião congelado em blastocisto que já lê o próprio DNA e reproduzir essasproteínas HSP. PARTICULARIDADE DO EMBRIÃO DE EQUI- NOS No caso de embriões de equinos, algumas consi derações especiais devem ser feitas: 1. A fertilização do óvulo dos equinos ocorre na ampola do oviduto, como na maioria das espécies de mamíferos. A primeira clivagem ocorre aproximadamente 24 horas após a fecundação e a compactação se inicia no estágio de 8 a 16 células. A chegada do embrião ao útero ocorre em geral ao redor do 6º dia após a fecundação (tardio), no estágio de mórula ou blastocisto inicial. 2. Nas éguas observa- se um fenômeno raro, que é a retenção de óvulos no oviduto, devido a ação da prostaglandina. O óvulo pode ficar retido por mais de sete meses e geralmente acaba degenerando. 3. O processo de clivagem do ovo ou zigoto de equino é similar ao observado nos demais mamíferos. Entretanto, nesta espécie ocorre um processo de extrusão de material celular para o espaço vitelínico, chamado deutoplasmólise. A partir do estágio de 16 blastômeros o material extrudado vai diminuindo e desaparece. 4. O estágio de blastocisto, logo após a entrada do embrião no útero, caracteriza-se também pela formação de uma cápsula acelular entre a zona pelúcida e as células do trofoblasto. Durante alguns dias a cápsula permanece recoberta pela zona pelúcida, que vai se adelgaçando gradativamente até a ocorrência da eclosão do embrião, mas mesmo depois da eliminação da zona pelúcida, o embrião fica recoberto pela cápsula acelular até aproximadamente o 20º dia de gestação quando, então, aparentemente, está se fragmenta, ou se desintegra devido à ação de enzimas @yasmincampos_vet proteolíticas secretadas pelo trofoblasto, ou pelo endométrio uterino 5. Durante a migração, o formato esférico da vesícula sofre distorções, contudo a elasticidade e a resistência da cápsula protegem o embrião das contrações uterinas PARTICULARIDADES DO EMBRIÃO DE CADELA 1. Na cadela, aparentemente, todas as ovulações ocorrem em um curto intervalo de tempo. No entanto, os óvulos caninos ainda estão imaturos nesse momento, sendo ovulados como ovócito primário. Assim, o término da maturação ovular ocorre no oviduto e pode durar de 2 a 5 dias. 2. O momento da ovulação pode ser determinado a partir da mensuração da onda pré-ovulatória de LH. A ovulação ocorre cerca de 48 horas após o pico de LH na maioria das cadelas. 3. O embrião se desenvolve até a mórula nos segmentos iniciais do oviduto e a entrada do blastocisto no útero ocorre através da abertura da junção uterotubárica, ao redor do 10º dia após a ovulação, no estágio de mórula compacta ou blastocisto inicial. Após a entrada no útero, o embrião migra no corno ipsilateral à ovulação durante 3 dias e durante mais 3 dias migra de um corno para o outro. 4. O embrião em estágio de blastocisto é caracterizado por estar envolvido por uma estrutura muito mais fina que a ZP presente nos primeiros estágios de clivagem, entretanto, não se sabe se ocorre adelgaçamento da zona pelúcida ou se uma cápsula semelhante à dos equinos se forma. A eclosão ocorre ao redor do 16º dia, a estrutura se rompe e os locais de adesão começam a se estabelecer. 5. A implantação é evidente ao redor do 18º dia. Devido à variação no tempo de maturação ovular é muito difícil precisar o estágio de desenvolvimento do embrião através dos dias pós ovulação. Desse modo, no 5º dia podem tanto ser encontrados embriões de uma célula como embriões com 8 células. *Ocorre sincronia entre ovulações. *A maioria das espécies ovula ovócito secundário e a cadela ovula ovócito primário, sem extrusar o primeiro corpúsculo polar. *Essa maturação para virar secundário ocorre na tuba uterina e demora de 2 a 5 dias para poder ser fertilizado. Não adianta inseminar cadela na ovulação, deve-se esperar a maturação. *Embrião entra no útero com 10 dias, mais que outras espécies, devido a maturação do oócito. Se contar os 5 dias que levou para maturar e ser fecundado e tirar os 10, dá 5 dias como em outras espécies. *A fertilização ocorre de 2 a 3 dias pós ovulação.
Compartilhar