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LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 ................................................................. 2 
LEI Nº 12.288, DE 20 DE JULHO DE 2010. ............................................................... 13 
LEI N.º 13.694, DE 19 DE JANEIRO DE 2011. .......................................................... 24 
-CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. .................................... 28 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL ....................................................................................... 32 
ESTATUTO E REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO 
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (LEI COMPLEMENTAR NO 10.098/94, COM 
ALTERAÇÕES SUPERVENIENTES). ........................................................................ 40 
 
 
 
 
 
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 
TÍTULO I 
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para 
coibir e prevenir a violência doméstica e 
familiar contra a mulher, nos termos do § 8º 
do art. 226 da Constituição Federal, da 
Convenção sobre a Eliminação de Todas as 
Formas de Violência contra a Mulher, da 
Convenção Interamericana para Prevenir, 
Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher 
e de outros tratados internacionais 
ratificados pela República Federativa do 
Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados 
de Violência Doméstica e Familiar contra a 
Mulher; e estabelece medidas de 
assistência e proteção às mulheres em 
situação de violência doméstica e familiar. 
Art. 2º Toda mulher, 
independentemente de classe, raça, etnia, 
orientação sexual, renda, cultura, nível 
educacional, idade e religião, goza dos 
direitos fundamentais inerentes à pessoa 
humana, sendo-lhe asseguradas as 
oportunidades e facilidades para viver sem 
violência, preservar sua saúde física e 
mental e seu aperfeiçoamento moral, 
intelectual e social. 
Art. 3º Serão asseguradas às 
mulheres as condições para o exercício 
efetivo dos direitos à vida, à segurança, à 
saúde, à alimentação, à educação, à 
cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao 
esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à 
liberdade, à dignidade, ao respeito e à 
convivência familiar e comunitária. 
§ 1º O poder público desenvolverá 
políticas que visem garantir os direitos 
humanos das mulheres no âmbito das 
relações domésticas e familiares no sentido 
de resguardá-las de toda forma de 
negligência, discriminação, exploração, 
violência, crueldade e opressão. 
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao 
poder público criar as condições 
necessárias para o efetivo exercício dos 
direitos enunciados no caput. 
Art. 4º Na interpretação desta Lei, 
serão considerados os fins sociais a que ela 
se destina e, especialmente, as condições 
peculiares das mulheres em situação de 
violência doméstica e familiar. 
TÍTULO II 
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E 
FAMILIAR CONTRA A MULHER 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, 
configura violência doméstica e familiar 
contra a mulher qualquer ação ou omissão 
baseada no gênero que lhe cause morte, 
lesão, sofrimento físico, sexual ou 
psicológico e dano moral ou 
patrimonial: (Vide Lei complementar 
nº 150, de 2015) 
I - no âmbito da unidade doméstica, 
compreendida como o espaço de convívio 
permanente de pessoas, com ou sem 
vínculo familiar, inclusive as 
esporadicamente agregadas; 
II - no âmbito da família, 
compreendida como a comunidade formada 
por indivíduos que são ou se consideram 
aparentados, unidos por laços naturais, por 
afinidade ou por vontade expressa; 
III - em qualquer relação íntima de 
afeto, na qual o agressor conviva ou tenha 
convivido com a ofendida, 
independentemente de coabitação. 
Parágrafo único. As relações 
pessoais enunciadas neste artigo 
independem de orientação sexual. 
Art. 6º A violência doméstica e familiar 
contra a mulher constitui uma das formas de 
violação dos direitos humanos. 
CAPÍTULO II 
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA 
DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A 
MULHER 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art226%C2%A78
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art226%C2%A78
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp150.htm#art27vii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp150.htm#art27vii
 
 
Art. 7º São formas de violência 
doméstica e familiar contra a mulher, entre 
outras: 
I - a violência física, entendida como 
qualquer conduta que ofenda sua 
integridade ou saúde corporal; 
II - a violência psicológica, entendida 
como qualquer conduta que lhe cause dano 
emocional e diminuição da autoestima ou 
que lhe prejudique e perturbe o pleno 
desenvolvimento ou que vise degradar ou 
controlar suas ações, comportamentos, 
crenças e decisões, mediante ameaça, 
constrangimento, humilhação, manipulação, 
isolamento, vigilância constante, 
perseguição contumaz, insulto, chantagem, 
violação de sua intimidade, ridicularização, 
exploração e limitação do direito de ir e vir 
ou qualquer outro meio que lhe cause 
prejuízo à saúde psicológica e à 
autodeterminação; (Redação dada 
pela Lei nº 13.772, de 2018) 
III - a violência sexual, entendida como 
qualquer conduta que a constranja a 
presenciar, a manter ou a participar de 
relação sexual não desejada, mediante 
intimidação, ameaça, coação ou uso da 
força; que a induza a comercializar ou a 
utilizar, de qualquer modo, a sua 
sexualidade, que a impeça de usar qualquer 
método contraceptivo ou que a force ao 
matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à 
prostituição, mediante coação, chantagem, 
suborno ou manipulação; ou que limite ou 
anule o exercício de seus direitos sexuais e 
reprodutivos; 
 
IV - a violência patrimonial, entendida como 
qualquer conduta que configure retenção, 
subtração, destruição parcial ou total de 
seus objetos, instrumentos de trabalho, 
documentos pessoais, bens, valores e 
direitos ou recursos econômicos, incluindo 
os destinados a satisfazer suas 
necessidades; 
 
V - a violência moral, entendida como 
qualquer conduta que configure calúnia, 
difamação ou injúria. 
TÍTULO III 
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM 
SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 
E FAMILIAR 
CAPÍTULO I 
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE 
PREVENÇÃO 
 
Art. 8º A política pública que visa coibir a 
violência doméstica e familiar contra a 
mulher far-se-á por meio de um conjunto 
articulado de ações da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios e de 
ações não-governamentais, tendo por 
diretrizes: 
 
I - a integração operacional do Poder 
Judiciário, do Ministério Público e da 
Defensoria Pública com as áreas de 
segurança pública, assistência social, 
saúde, educação, trabalho e habitação; 
 
II - a promoção de estudos e pesquisas, 
estatísticas e outras informações 
relevantes, com a perspectiva de gênero e 
de raça ou etnia, concernentes às causas, 
às conseqüências e à freqüência da 
violência doméstica e familiar contra a 
mulher, para a sistematização de dados, a 
serem unificados nacionalmente, e a 
avaliação periódica dos resultados das 
medidas adotadas; 
 
III - o respeito, nos meios de comunicação 
social, dos valores éticos e sociais da 
pessoa e da família, de forma a coibir os 
papéis estereotipados que legitimem ou 
exacerbem a violência doméstica e familiar, 
de acordo com o estabelecido no inciso III 
do art. 1º , no inciso IV do art. 3º e no inciso 
IV do art. 221 da Constituição Federal ; 
 
IV - a implementação de atendimento 
policial especializado para as mulheres, em 
particular nas Delegacias de Atendimento à 
Mulher; 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13772.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13772.htm#art2
 
 
V - a promoção e a realização de 
campanhas educativas de prevenção da 
violência doméstica e familiar contra a 
mulher, voltadas ao público escolar e à 
sociedade em geral, e a difusão desta Lei e 
dos instrumentos de proteção aos direitos 
humanos das mulheres; 
 
VI - a celebração de convênios, protocolos, 
ajustes,termos ou outros instrumentos de 
promoção de parceria entre órgãos 
governamentais ou entre estes e entidades 
não-governamentais, tendo por objetivo a 
implementação de programas de 
erradicação da violência doméstica e 
familiar contra a mulher; 
 
VII - a capacitação permanente das Polícias 
Civil e Militar, da Guarda Municipal, do 
Corpo de Bombeiros e dos profissionais 
pertencentes aos órgãos e às áreas 
enunciados no inciso I quanto às questões 
de gênero e de raça ou etnia; 
 
VIII - a promoção de programas 
educacionais que disseminem valores 
éticos de irrestrito respeito à dignidade da 
pessoa humana com a perspectiva de 
gênero e de raça ou etnia; 
 
IX - o destaque, nos currículos escolares de 
todos os níveis de ensino, para os 
conteúdos relativos aos direitos humanos, à 
eqüidade de gênero e de raça ou etnia e ao 
problema da violência doméstica e familiar 
contra a mulher. 
CAPÍTULO II 
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM 
SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 
E FAMILIAR 
Art. 9º A assistência à mulher em 
situação de violência doméstica e familiar 
será prestada de forma articulada e 
conforme os princípios e as diretrizes 
previstos na Lei Orgânica da Assistência 
Social, no Sistema Único de Saúde, no 
Sistema Único de Segurança Pública, entre 
outras normas e políticas públicas de 
proteção, e emergencialmente quando for o 
caso. 
§ 1º O juiz determinará, por prazo 
certo, a inclusão da mulher em situação de 
violência doméstica e familiar no cadastro 
de programas assistenciais do governo 
federal, estadual e municipal. 
§ 2º O juiz assegurará à mulher em 
situação de violência doméstica e familiar, 
para preservar sua integridade física e 
psicológica: 
I - acesso prioritário à remoção 
quando servidora pública, integrante da 
administração direta ou indireta; 
II - manutenção do vínculo trabalhista, 
quando necessário o afastamento do local 
de trabalho, por até seis meses. 
 III - encaminhamento à assistência 
judiciária, quando for o caso, inclusive para 
eventual ajuizamento da ação de separação 
judicial, de divórcio, de anulação de 
casamento ou de dissolução de união estável 
perante o juízo competente. (Incluído 
pela Lei nº 13.894, de 2019) 
§ 3º A assistência à mulher em 
situação de violência doméstica e familiar 
compreenderá o acesso aos benefícios 
decorrentes do desenvolvimento científico e 
tecnológico, incluindo os serviços de 
contracepção de emergência, a profilaxia 
das Doenças Sexualmente Transmissíveis 
(DST) e da Síndrome da Imunodeficiência 
Adquirida (AIDS) e outros procedimentos 
médicos necessários e cabíveis nos casos 
de violência sexual. 
§ 4º Aquele que, por ação ou 
omissão, causar lesão, violência física, 
sexual ou psicológica e dano moral ou 
patrimonial a mulher fica obrigado a 
ressarcir todos os danos causados, 
inclusive ressarcir ao Sistema Único de 
Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS, 
os custos relativos aos serviços de saúde 
prestados para o total tratamento das 
vítimas em situação de violência doméstica 
e familiar, recolhidos os recursos assim 
arrecadados ao Fundo de Saúde do ente 
federado responsável pelas unidades de 
saúde que prestarem os 
serviços. (Vide Lei nº 13.871, de 
2019) (Vigência) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13871.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13871.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13871.htm#art1
 
 
§ 5º Os dispositivos de segurança 
destinados ao uso em caso de perigo 
iminente e disponibilizados para o 
monitoramento das vítimas de violência 
doméstica ou familiar amparadas por 
medidas protetivas terão seus custos 
ressarcidos pelo agressor. (Vide Lei nº 
13.871, de 2019) (Vigência) 
§ 6º O ressarcimento de que 
tratam os §§ 4º e 5º deste artigo não 
poderá importar ônus de qualquer natureza 
ao patrimônio da mulher e dos seus 
dependentes, nem configurar atenuante ou 
ensejar possibilidade de substituição da pena 
aplicada. (Vide Lei nº 13.871, de 
2019) (Vigência) 
§ 7º A mulher em situação de 
violência doméstica e familiar tem prioridade 
para matricular seus dependentes em 
instituição de educação básica mais 
próxima de seu domicílio, ou transferi-los 
para essa instituição, mediante a 
apresentação dos documentos 
comprobatórios do registro da ocorrência 
policial ou do processo de violência 
doméstica e familiar em 
curso. (Incluído pela Lei nº 
13.882, de 2019) 
§ 8º Serão sigilosos os dados da 
ofendida e de seus dependentes 
matriculados ou transferidos conforme o 
disposto no § 7º deste artigo, e o acesso às 
informações será reservado ao juiz, ao 
Ministério Público e aos órgãos 
competentes do poder 
público. (Incluído pela Lei nº 
13.882, de 2019) 
CAPÍTULO III 
DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE 
POLICIAL 
Art. 10. Na hipótese da iminência ou 
da prática de violência doméstica e familiar 
contra a mulher, a autoridade policial que 
tomar conhecimento da ocorrência adotará, 
de imediato, as providências legais cabíveis. 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto 
no caput deste artigo ao descumprimento de 
medida protetiva de urgência deferida. 
Art. 10-A. É direito da mulher em 
situação de violência doméstica e familiar o 
atendimento policial e pericial especializado, 
ininterrupto e prestado por servidores - 
preferencialmente do sexo feminino - 
previamente capacitados. (Incluído 
pela Lei nº 13.505, de 2017) 
§ 1º A inquirição de mulher em 
situação de violência doméstica e familiar ou 
de testemunha de violência doméstica, 
quando se tratar de crime contra a mulher, 
obedecerá às seguintes 
diretrizes: (Incluído pela Lei nº 13.505, 
de 2017) 
I - salvaguarda da integridade física, 
psíquica e emocional da depoente, 
considerada a sua condição peculiar de 
pessoa em situação de violência doméstica 
e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.505, 
de 2017) 
II - garantia de que, em nenhuma 
hipótese, a mulher em situação de violência 
doméstica e familiar, familiares e 
testemunhas terão contato direto com 
investigados ou suspeitos e pessoas a eles 
relacionadas; (Incluído pela Lei nº 
13.505, de 2017) 
III - não revitimização da depoente, 
evitando sucessivas inquirições sobre o 
mesmo fato nos âmbitos criminal, cível e 
administrativo, bem como questionamentos 
sobre a vida privada. (Incluído pela Lei 
nº 13.505, de 2017) 
§ 2º Na inquirição de mulher em 
situação de violência doméstica e familiar ou 
de testemunha de delitos de que trata esta 
Lei, adotar-se-á, preferencialmente, o 
seguinte procedimento: (Incluído pela 
Lei nº 13.505, de 2017) 
I - a inquirição será feita em recinto 
especialmente projetado para esse fim, o 
qual conterá os equipamentos próprios e 
adequados à idade da mulher em situação 
de violência doméstica e familiar ou 
testemunha e ao tipo e à gravidade da 
violência sofrida; (Incluído pela Lei nº 
13.505, de 2017) 
II - quando for o caso, a inquirição 
será intermediada por profissional 
especializado em violência doméstica e 
familiar designado pela autoridade judiciária 
ou policial; (Incluído pela Lei nº 13.505, 
de 2017) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13871.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13871.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13871.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13871.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13871.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13871.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13882.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13882.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13882.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13882.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
 
 
III - o depoimento será registrado em 
meio eletrônico ou magnético, devendo a 
degravação e a mídia integrar o 
inquérito. (Incluído pela Lei nº 13.505, 
de 2017) 
Art. 11. No atendimento à mulher em 
situação de violência doméstica e familiar, a 
autoridade policial deverá, entre outras 
providências: 
I - garantir proteção policial, quando 
necessário, comunicando de imediato ao 
Ministério Público e ao Poder Judiciário; 
II - encaminhar a ofendida ao hospital 
ou posto de saúde e ao Instituto Médico 
Legal; 
III - fornecer transporte para a 
ofendida e seus dependentes para abrigo ou 
local seguro, quando houver risco de vida; 
IV - se necessário, acompanhar a 
ofendida para assegurar a retirada de seus 
pertences do local da ocorrência ou do 
domicílio familiar; 
V - informar à ofendida os direitos a 
ela conferidos nesta Lei e os serviços 
disponíveis, inclusive os de assistência 
judiciária para o eventual ajuizamento 
perante o juízo competente da ação de 
separação judicial, de divórcio, de anulação 
de casamento ou de dissolução de união 
estável. (Redação dada pela Lei nº 
13.894, de 2019) 
Art. 12. Em todos os casos de 
violência doméstica e familiar contra a 
mulher, feito o registro da ocorrência, deverá 
a autoridade policial adotar, de imediato, os 
seguintes procedimentos, sem prejuízo 
daqueles previstos no Código de Processo 
Penal: 
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de 
ocorrência e tomar a representação a termo, 
se apresentada; 
II - colher todas as provas que 
servirem para o esclarecimento do fato e de 
suas circunstâncias; 
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta 
e oito) horas, expediente apartado ao juiz 
com o pedido da ofendida, para a concessão 
de medidas protetivas de urgência; 
IV - determinar que se proceda ao 
exame de corpo de delito da ofendida e 
requisitar outros exames periciais 
necessários; 
V - ouvir o agressor e as 
testemunhas; 
VI - ordenar a identificação do 
agressor e fazer juntar aos autos sua folha 
de antecedentes criminais, indicando a 
existência de mandado de prisão ou registro 
de outras ocorrências policiais contra ele; 
VI-A - verificar se o agressor possui 
registro de porte ou posse de arma de fogo 
e, na hipótese de existência, juntar aos 
autos essa informação, bem como notificar 
a ocorrência à instituição responsável pela 
concessão do registro ou da emissão do 
porte, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de 
dezembro de 2003 (Estatuto do 
Desarmamento); (Incluído pela Lei nº 
13.880, de 2019) 
VII - remeter, no prazo legal, os autos 
do inquérito policial ao juiz e ao Ministério 
Público. 
§ 1º O pedido da ofendida será 
tomado a termo pela autoridade policial e 
deverá conter: 
I - qualificação da ofendida e do 
agressor; 
II - nome e idade dos dependentes; 
III - descrição sucinta do fato e das 
medidas protetivas solicitadas pela 
ofendida. 
IV - informação sobre a condição de a 
ofendida ser pessoa com deficiência e se da 
violência sofrida resultou deficiência ou 
agravamento de deficiência 
preexistente. (Incluído pela Lei nº 
13.836, de 2019) 
§ 2º A autoridade policial deverá 
anexar ao documento referido no § 1º o 
boletim de ocorrência e cópia de todos os 
documentos disponíveis em posse da 
ofendida. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.826.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.826.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.826.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13880.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13880.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13836.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13836.htm#art1
 
 
§ 3º Serão admitidos como meios de 
prova os laudos ou prontuários médicos 
fornecidos por hospitais e postos de saúde. 
Art. 12-A. Os Estados e o Distrito 
Federal, na formulação de suas políticas e 
planos de atendimento à mulher em 
situação de violência doméstica e familiar, 
darão prioridade, no âmbito da Polícia Civil, 
à criação de Delegacias Especializadas de 
Atendimento à Mulher (Deams), de Núcleos 
Investigativos de Feminicídio e de equipes 
especializadas para o atendimento e a 
investigação das violências graves contra a 
mulher. 
Art. 12-B. (VETADO). (Incluído 
pela Lei nº 13.505, de 2017) 
§ 1º (VETADO). (Incluído pela 
Lei nº 13.505, de 2017) 
§ 2º (VETADO. (Incluído pela Lei 
nº 13.505, de 2017) 
§ 3º A autoridade policial poderá 
requisitar os serviços públicos necessários à 
defesa da mulher em situação de violência 
doméstica e familiar e de seus 
dependentes. (Incluído pela Lei nº 
13.505, de 2017) 
Art. 12-C. Verificada a existência de 
risco atual ou iminente à vida ou à 
integridade física da mulher em situação de 
violência doméstica e familiar, ou de seus 
dependentes, o agressor será 
imediatamente afastado do lar, domicílio ou 
local de convivência com a 
ofendida: (Incluído pela Lei nº 13.827, 
de 2019) 
I - pela autoridade 
judicial; (Incluído pela Lei nº 13.827, de 
2019) 
II - pelo delegado de polícia, quando 
o Município não for sede de comarca; 
ou (Incluído pela Lei nº 13.827, de 
2019) 
III - pelo policial, quando o Município 
não for sede de comarca e não houver 
delegado disponível no momento da 
denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.827, 
de 2019) 
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III 
do caput deste artigo, o juiz será 
comunicado no prazo máximo de 24 (vinte e 
quatro) horas e decidirá, em igual prazo, 
sobre a manutenção ou a revogação da 
medida aplicada, devendo dar ciência ao 
Ministério Público 
concomitantemente. (Incluído pela Lei 
nº 13.827, de 2019) 
§ 2º Nos casos de risco à integridade 
física da ofendida ou à efetividade da 
medida protetiva de urgência, não será 
concedida liberdade provisória ao 
preso. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 
2019) 
TÍTULO IV 
DOS PROCEDIMENTOS 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 13. Ao processo, ao julgamento e 
à execução das causas cíveis e criminais 
decorrentes da prática de violência 
doméstica e familiar contra a mulher aplicar-
se-ão as normas dos Códigos de Processo 
Penal e Processo Civil e da legislação 
específica relativa à criança, ao adolescente 
e ao idoso que não conflitarem com o 
estabelecido nesta Lei. 
Art. 14.Os Juizados de Violência 
Doméstica e Familiar contra a Mulher, 
órgãos da Justiça Ordinária com 
competência cível e criminal, poderão ser 
criados pela União, no Distrito Federal e nos 
Territórios, e pelos Estados, para o 
processo, o julgamento e a execução das 
causas decorrentes da prática de violência 
doméstica e familiar contra a mulher. 
Parágrafo único. Os atos processuais 
poderão realizar-se em horário noturno, 
conforme dispuserem as normas de 
organização judiciária. 
Art. 14-A. A ofendida tem a opção de 
propor ação de divórcio ou de dissolução de 
união estável no Juizado de Violência 
Doméstica e Familiar contra a 
Mulher. (Incluído pela Lei nº 13.894, 
de 2019) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art1
 
 
§ 1º Exclui-se da competência dos 
Juizados de Violência Doméstica e Familiar 
contra a Mulher a pretensão relacionada à 
partilha de bens. (Incluído pela Lei nº 
13.894, de 2019) 
§ 2º Iniciada a situação de violência 
doméstica e familiar após o ajuizamento da 
ação de divórcio ou de dissolução de união 
estável, a ação terá preferência no juízo 
onde estiver. (Incluído pela Lei nº 
13.894, de 2019) 
Art. 15. É competente, por opção da 
ofendida, para os processos cíveis regidos 
por esta Lei, o Juizado: 
I - do seu domicílio ou de sua 
residência; 
II - do lugar do fato em que se baseou 
a demanda; 
III - do domicílio do agressor. 
Art. 16. Nas ações penais públicas 
condicionadas à representação da ofendida 
de que trata esta Lei, só será admitida a 
renúncia à representação perante o juiz, em 
audiência especialmente designada com tal 
finalidade, antes do recebimento da 
denúncia e ouvido o Ministério Público. 
Art. 17. É vedada a aplicação, nos 
casos de violência doméstica e familiar 
contra a mulher, de penas de cesta básica 
ou outras de prestação pecuniária, bem 
como a substituição de pena que implique o 
pagamento isolado de multa. 
CAPÍTULO II 
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE 
URGÊNCIA 
Seção I 
Disposições Gerais 
Art. 18. Recebido o expediente com o 
pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo 
de 48 (quarenta e oito) horas: 
I - conhecer do expediente e do 
pedido e decidir sobre as medidas protetivas 
de urgência; 
II - determinar o encaminhamento da 
ofendida ao órgão de assistência judiciária, 
quando for o caso, inclusive para o 
ajuizamento da ação de separação judicial, 
de divórcio, de anulação de casamento ou 
de dissolução de união estável perante o 
juízo competente; (Redação dada 
pela Lei nº 13.894, de 2019) 
III - comunicar ao Ministério Público 
para que adote as providências cabíveis. 
IV - determinar a apreensão imediata 
de arma de fogo sob a posse do 
agressor. (Incluído pela Lei nº 
13.880, de 2019) 
Art. 19. As medidas protetivas de 
urgência poderão ser concedidas pelo juiz, 
a requerimento do Ministério Público ou a 
pedido da ofendida. 
§ 1º As medidas protetivas de 
urgência poderão ser concedidas de 
imediato, independentemente de audiência 
das partes e de manifestação do Ministério 
Público, devendo este ser prontamente 
comunicado. 
§ 2º As medidas protetivas de 
urgência serão aplicadas isolada ou 
cumulativamente, e poderão ser 
substituídas a qualquer tempo por outras de 
maior eficácia, sempre que os direitos 
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados 
ou violados. 
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do 
Ministério Público ou a pedido da ofendida, 
conceder novas medidas protetivas de 
urgência ou rever aquelas já concedidas, se 
entender necessário à proteção da 
ofendida, de seus familiares e de seu 
patrimônio, ouvido o Ministério Público. 
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito 
policial ou da instrução criminal, caberá a 
prisão preventiva do agressor, decretada 
pelo juiz, de ofício, a requerimento do 
Ministério Público ou mediante 
representação da autoridade policial. 
Parágrafo único. O juiz poderá 
revogar a prisão preventiva se, no curso do 
processo, verificar a falta de motivo para que 
subsista, bem como de novo decretá-la, se 
sobrevierem razões que a justifiquem. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13880.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13880.htm#art1
 
 
Art. 21. A ofendida deverá ser 
notificada dos atos processuais relativos ao 
agressor, especialmente dos pertinentes ao 
ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo 
da intimação do advogado constituído ou do 
defensor público. 
Parágrafo único. A ofendida não 
poderá entregar intimação ou notificação ao 
agressor . 
Seção II 
Das Medidas Protetivas de 
Urgência que Obrigam o Agressor 
Art. 22. Constatada a prática de 
violência doméstica e familiar contra a 
mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá 
aplicar, de imediato, ao agressor, em 
conjunto ou separadamente, as seguintes 
medidas protetivas de urgência, entre 
outras: 
I - suspensão da posse ou restrição 
do porte de armas, com comunicação ao 
órgão competente, nos termos da Lei nº 
10.826, de 22 de dezembro de 2003 ; 
II - afastamento do lar, domicílio ou 
local de convivência com a ofendida; 
III - proibição de determinadas 
condutas, entre as quais: 
a) aproximação da ofendida, de seus 
familiares e das testemunhas, fixando o 
limite mínimo de distância entre estes e o 
agressor; 
b) contato com a ofendida, seus 
familiares e testemunhas por qualquer meio 
de comunicação; 
c) freqüentação de determinados 
lugares a fim de preservar a integridade 
física e psicológica da ofendida; 
IV - restrição ou suspensão de visitas 
aos dependentes menores, ouvida a equipe 
de atendimento multidisciplinar ou serviço 
similar; 
V - prestação de alimentos 
provisionais ou provisórios. 
VI – comparecimento do agressor a 
programas de recuperação e reeducação; 
e (Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020) 
VII – acompanhamento psicossocial 
do agressor, por meio de atendimento 
individual e/ou em grupo de 
apoio.(Incluído pela Lei nº 13.984, de 
2020) 
§ 1º As medidas referidas neste artigo 
não impedem a aplicação de outras 
previstas na legislação em vigor, sempre 
que a segurança da ofendida ou as 
circunstâncias o exigirem, devendo a 
providência ser comunicada ao Ministério 
Público. 
§ 2º Na hipótese de aplicação do 
inciso I, encontrando-se o agressor nas 
condições mencionadas no caput e incisos 
do art. 6º da Lei nº 10.826, de 22 de 
dezembro de 2003, o juiz comunicará ao 
respectivo órgão, corporação ou instituição 
as medidas protetivas de urgência 
concedidas e determinará a restrição do 
porte de armas, ficando o superior imediato 
do agressor responsável pelo cumprimento 
da determinação judicial, sob pena de 
incorrer nos crimes de prevaricação ou de 
desobediência, conforme o caso. 
§ 3º Para garantir a efetividade das 
medidas protetivas de urgência, poderá o 
juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio 
da força policial. 
§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas 
neste artigo, no que couber, o disposto no 
caput e nos §§ 5º e 6º do art. 461 da Lei no 
5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de 
Processo Civil). 
Seção III 
Das Medidas Protetivas de 
Urgência à Ofendida 
Art. 23. Poderá o juiz, quando 
necessário, sem prejuízo de outras 
medidas: 
I - encaminhar a ofendida e seus 
dependentes a programa oficial ou 
comunitário de proteção ou de atendimento; 
II - determinar a recondução da 
ofendida e a de seus dependentes ao 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.826.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.826.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L13984.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L13984.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L13984.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.826.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.826.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.826.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.bak2#art461%C2%A75
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.bak2#art461%C2%A75
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.bak2#art461%C2%A75
 
 
respectivo domicílio, após afastamento do 
agressor; 
III - determinar o afastamento da 
ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos 
relativos a bens, guarda dos filhos e 
alimentos; 
IV - determinar a separação de 
corpos. 
V - determinar a matrícula dos 
dependentes da ofendida em instituição de 
educação básica mais próxima do seu 
domicílio, ou a transferência deles para essa 
instituição, independentemente da 
existência de vaga. (Incluído pela Lei 
nº 13.882, de 2019) 
Art. 24. Para a proteção patrimonial 
dos bens da sociedade conjugal ou 
daqueles de propriedade particular da 
mulher, o juiz poderá determinar, 
liminarmente, as seguintes medidas, entre 
outras: 
I - restituição de bens indevidamente 
subtraídos pelo agressor à ofendida; 
II - proibição temporária para a 
celebração de atos e contratos de compra, 
venda e locação de propriedade em comum, 
salvo expressa autorização judicial; 
III - suspensão das procurações 
conferidas pela ofendida ao agressor; 
IV - prestação de caução provisória, 
mediante depósito judicial, por perdas e 
danos materiais decorrentes da prática de 
violência doméstica e familiar contra a 
ofendida. 
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar 
ao cartório competente para os fins 
previstos nos incisos II e III deste artigo. 
Seção IV (Incluído pela Lei nº 
13.641, de 2018) 
Do Crime de Descumprimento de 
Medidas Protetivas de Urgência 
Descumprimento de Medidas Protetivas 
de Urgência 
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial 
que defere medidas protetivas de urgência 
previstas nesta Lei: (Incluído pela Lei 
nº 13.641, de 2018) 
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 
2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 
13.641, de 2018) 
§ 1º A configuração do crime 
independe da competência civil ou criminal 
do juiz que deferiu as 
medidas. (Incluído pela Lei nº 13.641, 
de 2018) 
§ 2º Na hipótese de prisão em 
flagrante, apenas a autoridade judicial 
poderá conceder fiança. (Incluído pela 
Lei nº 13.641, de 2018) 
§ 3º O disposto neste artigo não exclui 
a aplicação de outras sanções 
cabíveis. (Incluído pela Lei nº 13.641, 
de 2018) 
CAPÍTULO III 
DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO 
PÚBLICO 
Art. 25. O Ministério Público intervirá, 
quando não for parte, nas causas cíveis e 
criminais decorrentes da violência 
doméstica e familiar contra a mulher. 
Art. 26. Caberá ao Ministério Público, 
sem prejuízo de outras atribuições, nos 
casos de violência doméstica e familiar 
contra a mulher, quando necessário: 
I - requisitar força policial e serviços 
públicos de saúde, de educação, de 
assistência social e de segurança, entre 
outros; 
II - fiscalizar os estabelecimentos 
públicos e particulares de atendimento à 
mulher em situação de violência doméstica 
e familiar, e adotar, de imediato, as medidas 
administrativas ou judiciais cabíveis no 
tocante a quaisquer irregularidades 
constatadas; 
III - cadastrar os casos de violência 
doméstica e familiar contra a mulher. 
CAPÍTULO IV 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13882.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13882.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13641.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13641.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13641.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13641.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13641.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13641.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13641.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13641.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13641.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13641.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13641.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13641.htm#art2
 
 
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA 
Art. 27. Em todos os atos 
processuais, cíveis e criminais, a mulher em 
situação de violência doméstica e familiar 
deverá estar acompanhada de advogado, 
ressalvado o previsto no art. 19 desta Lei. 
Art. 28. É garantido a toda mulher em 
situação de violência doméstica e familiar o 
acesso aos serviços de Defensoria Pública 
ou de Assistência Judiciária Gratuita, nos 
termos da lei, em sede policial e judicial, 
mediante atendimento específico e 
humanizado. 
TÍTULO V 
DA EQUIPE DE ATENDIMENTO 
MULTIDISCIPLINAR 
Art. 29. Os Juizados de Violência 
Doméstica e Familiar contra a Mulher que 
vierem a ser criados poderão contar com 
uma equipe de atendimento multidisciplinar, 
a ser integrada por profissionais 
especializados nas áreas psicossocial, 
jurídica e de saúde. 
Art. 30. Compete à equipe de 
atendimento multidisciplinar, entre outras 
atribuições que lhe forem reservadas pela 
legislação local, fornecer subsídios por 
escrito ao juiz, ao Ministério Público e à 
Defensoria Pública, mediante laudos ou 
verbalmente em audiência, e desenvolver 
trabalhos de orientação, encaminhamento, 
prevenção e outras medidas, voltados para 
a ofendida, o agressor e os familiares, com 
especial atenção às crianças e aos 
adolescentes. 
Art. 31. Quando a complexidade do 
caso exigir avaliação mais aprofundada, o 
juiz poderá determinar a manifestação de 
profissional especializado, mediante a 
indicação da equipe de atendimento 
multidisciplinar. 
Art. 32. O Poder Judiciário, na 
elaboração de sua proposta orçamentária, 
poderá prever recursos para a criação e 
manutenção da equipe de atendimento 
multidisciplinar, nos termos da Lei de 
Diretrizes Orçamentárias. 
TÍTULO VI 
DISPOSIÇÕESTRANSITÓRIAS 
Art. 33. Enquanto não estruturados os 
Juizados de Violência Doméstica e Familiar 
contra a Mulher, as varas criminais 
acumularão as competências cível e 
criminal para conhecer e julgar as causas 
decorrentes da prática de violência 
doméstica e familiar contra a mulher, 
observadas as previsões do Título IV desta 
Lei, subsidiada pela legislação processual 
pertinente. 
Parágrafo único. Será garantido o 
direito de preferência, nas varas criminais, 
para o processo e o julgamento das causas 
referidas no caput. 
TÍTULO VII 
DISPOSIÇÕES FINAIS 
Art. 34. A instituição dos Juizados de 
Violência Doméstica e Familiar contra a 
Mulher poderá ser acompanhada pela 
implantação das curadorias necessárias e 
do serviço de assistência judiciária. 
Art. 35. A União, o Distrito Federal, os 
Estados e os Municípios poderão criar e 
promover, no limite das respectivas 
competências: 
I - centros de atendimento integral e 
multidisciplinar para mulheres e respectivos 
dependentes em situação de violência 
doméstica e familiar; 
II - casas-abrigos para mulheres e 
respectivos dependentes menores em 
situação de violência doméstica e familiar; 
III - delegacias, núcleos de defensoria 
pública, serviços de saúde e centros de 
perícia médico-legal especializados no 
atendimento à mulher em situação de 
violência doméstica e familiar; 
IV - programas e campanhas de 
enfrentamento da violência doméstica e 
familiar; 
V - centros de educação e de 
reabilitação para os agressores. 
Art. 36. A União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios promoverão a 
 
 
adaptação de seus órgãos e de seus 
programas às diretrizes e aos princípios 
desta Lei. 
Art. 37. A defesa dos interesses e 
direitos transindividuais previstos nesta Lei 
poderá ser exercida, concorrentemente, 
pelo Ministério Público e por associação de 
atuação na área, regularmente constituída 
há pelo menos um ano, nos termos da 
legislação civil. 
Parágrafo único. O requisito da pré-
constituição poderá ser dispensado pelo juiz 
quando entender que não há outra entidade 
com representatividade adequada para o 
ajuizamento da demanda coletiva. 
Art. 38. As estatísticas sobre a 
violência doméstica e familiar contra a 
mulher serão incluídas nas bases de dados 
dos órgãos oficiais do Sistema de Justiça e 
Segurança a fim de subsidiar o sistema 
nacional de dados e informações relativo às 
mulheres. 
Parágrafo único. As Secretarias de 
Segurança Pública dos Estados e do Distrito 
Federal poderão remeter suas informações 
criminais para a base de dados do Ministério 
da Justiça. 
Art. 38-A. O juiz competente 
providenciará o registro da medida protetiva 
de urgência. (Incluído pela Lei nº 
13.827, de 2019) 
Parágrafo único. As medidas 
protetivas de urgência serão registradas em 
banco de dados mantido e regulamentado 
pelo Conselho Nacional de Justiça, 
garantido o acesso do Ministério Público, da 
Defensoria Pública e dos órgãos de 
segurança pública e de assistência social, 
com vistas à fiscalização e à efetividade das 
medidas protetivas. (Incluído pela Lei 
nº 13.827, de 2019) 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, no limite de suas 
competências e nos termos das respectivas 
leis de diretrizes orçamentárias, poderão 
estabelecer dotações orçamentárias 
específicas, em cada exercício financeiro, 
para a implementação das medidas 
estabelecidas nesta Lei. 
Art. 40. As obrigações previstas nesta 
Lei não excluem outras decorrentes dos 
princípios por ela adotados. 
Art. 41. Aos crimes praticados com 
violência doméstica e familiar contra a 
mulher, independentemente da pena 
prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 
de setembro de 1995. 
Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei nº 
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de 
Processo Penal), passa a vigorar acrescido 
do seguinte inciso IV: 
“Art. 313. 
................................................. 
...........................................................
..... 
IV - se o crime envolver violência 
doméstica e familiar contra a mulher, nos 
termos da lei específica, para garantir a 
execução das medidas protetivas de 
urgência.” (NR) 
Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 
61 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a 
vigorar com a seguinte redação: 
“Art. 61. 
.................................................. 
...........................................................
...... 
II - 
............................................................ 
...........................................................
...... 
f) com abuso de autoridade ou 
prevalecendo-se de relações domésticas, 
de coabitação ou de hospitalidade, ou com 
violência contra a mulher na forma da lei 
específica; 
........................................................... 
” (NR) 
Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art313iv
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art313iv
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art61iif
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art61iif
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art61iif
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art129%C2%A79.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art129%C2%A79.
 
 
Penal), passa a vigorar com as seguintes 
alterações: 
“Art. 129. 
.................................................. 
...........................................................
....... 
§ 9º Se a lesão for praticada contra 
ascendente, descendente, irmão, cônjuge 
ou companheiro, ou com quem conviva ou 
tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se 
o agente das relações domésticas, de 
coabitação ou de hospitalidade: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 
3 (três) anos. 
...........................................................
....... 
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, 
a pena será aumentada de um terço se o 
crime for cometido contra pessoa portadora 
de deficiência.” (NR) 
Art. 45. O art. 152 da Lei nº 7.210, de 
11 de julho de 1984 (Lei de Execução 
Penal), passa a vigorar com a seguinte 
redação: 
“Art. 152. 
................................................... 
Parágrafo único. Nos casos de 
violência doméstica contra a mulher, o juiz 
poderá determinar o comparecimento 
obrigatório do agressor a programas de 
recuperação e reeducação.” (NR) 
Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 
(quarenta e cinco) dias após sua publicação. 
LEI Nº 12.288, DE 20 DE JULHO DE 2010. 
 
TÍTULO I 
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da 
Igualdade Racial, destinado a garantir à 
população negra a efetivação da igualdade 
de oportunidades, a defesa dos direitos 
étnicos individuais, coletivos e difusos e o 
combate à discriminação e às demais 
formas de intolerância étnica. 
Parágrafo único. Para efeito deste 
Estatuto, considera-se: 
I - discriminação racial ou étnico-
racial: toda distinção, exclusão, restrição ou 
preferência baseada em raça, cor, 
descendência ou origem nacional ou étnica 
que tenha por objeto anular ou restringir o 
reconhecimento, gozo ou exercício, em 
igualdade de condições, de direitos 
humanos e liberdades fundamentais nos 
campos político, econômico, social, cultural 
ou em qualquer outro campo da vida pública 
ou privada; 
II - desigualdade racial: toda situação 
injustificada de diferenciação de acesso e 
fruição de bens, serviços e oportunidades, 
nas esferas pública e privada,em virtude de 
raça, cor, descendência ou origem nacional 
ou étnica; 
III - desigualdade de gênero e raça: 
assimetria existente no âmbito da sociedade 
que acentua a distância social entre 
mulheres negras e os demais segmentos 
sociais; 
IV - população negra: o conjunto de 
pessoas que se autodeclaram pretas e 
pardas, conforme o quesito cor ou raça 
usado pela Fundação Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE), ou que 
adotam autodefinição análoga; 
V - políticas públicas: as ações, 
iniciativas e programas adotados pelo 
Estado no cumprimento de suas atribuições 
institucionais; 
VI - ações afirmativas: os programas e 
medidas especiais adotados pelo Estado e 
pela iniciativa privada para a correção das 
desigualdades raciais e para a promoção da 
igualdade de oportunidades. 
Art. 2o É dever do Estado e da 
sociedade garantir a igualdade de 
oportunidades, reconhecendo a todo 
cidadão brasileiro, independentemente da 
etnia ou da cor da pele, o direito à 
participação na comunidade, especialmente 
nas atividades políticas, econômicas, 
empresariais, educacionais, culturais e 
esportivas, defendendo sua dignidade e 
seus valores religiosos e culturais. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7210.htm#art152p
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7210.htm#art152p
 
 
Art. 3o Além das normas 
constitucionais relativas aos princípios 
fundamentais, aos direitos e garantias 
fundamentais e aos direitos sociais, 
econômicos e culturais, o Estatuto da 
Igualdade Racial adota como diretriz 
político-jurídica a inclusão das vítimas de 
desigualdade étnico-racial, a valorização da 
igualdade étnica e o fortalecimento da 
identidade nacional brasileira. 
Art. 4o A participação da população 
negra, em condição de igualdade de 
oportunidade, na vida econômica, social, 
política e cultural do País será promovida, 
prioritariamente, por meio de: 
I - inclusão nas políticas públicas de 
desenvolvimento econômico e social; 
II - adoção de medidas, programas e 
políticas de ação afirmativa; 
III - modificação das estruturas 
institucionais do Estado para o adequado 
enfrentamento e a superação das 
desigualdades étnicas decorrentes do 
preconceito e da discriminação étnica; 
IV - promoção de ajustes normativos 
para aperfeiçoar o combate à discriminação 
étnica e às desigualdades étnicas em todas 
as suas manifestações individuais, 
institucionais e estruturais; 
V - eliminação dos obstáculos 
históricos, socioculturais e institucionais que 
impedem a representação da diversidade 
étnica nas esferas pública e privada; 
VI - estímulo, apoio e fortalecimento 
de iniciativas oriundas da sociedade civil 
direcionadas à promoção da igualdade de 
oportunidades e ao combate às 
desigualdades étnicas, inclusive mediante a 
implementação de incentivos e critérios de 
condicionamento e prioridade no acesso 
aos recursos públicos; 
VII - implementação de programas de 
ação afirmativa destinados ao 
enfrentamento das desigualdades étnicas 
no tocante à educação, cultura, esporte e 
lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, 
meios de comunicação de massa, 
financiamentos públicos, acesso à terra, à 
Justiça, e outros. 
Parágrafo único. Os programas de 
ação afirmativa constituir-se-ão em políticas 
públicas destinadas a reparar as distorções 
e desigualdades sociais e demais práticas 
discriminatórias adotadas, nas esferas 
pública e privada, durante o processo de 
formação social do País. 
Art. 5o Para a consecução dos 
objetivos desta Lei, é instituído o Sistema 
Nacional de Promoção da Igualdade Racial 
(Sinapir), conforme estabelecido no Título 
III. 
TÍTULO II 
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
CAPÍTULO I 
DO DIREITO À SAÚDE 
Art. 6o O direito à saúde da população 
negra será garantido pelo poder público 
mediante políticas universais, sociais e 
econômicas destinadas à redução do risco 
de doenças e de outros agravos. 
§ 1o O acesso universal e igualitário 
ao Sistema Único de Saúde (SUS) para 
promoção, proteção e recuperação da 
saúde da população negra será de 
responsabilidade dos órgãos e instituições 
públicas federais, estaduais, distritais e 
municipais, da administração direta e 
indireta. 
§ 2o O poder público garantirá que o 
segmento da população negra vinculado 
aos seguros privados de saúde seja tratado 
sem discriminação. 
Art. 7o O conjunto de ações de saúde 
voltadas à população negra constitui a 
Política Nacional de Saúde Integral da 
População Negra, organizada de acordo 
com as diretrizes abaixo especificadas: 
I - ampliação e fortalecimento da 
participação de lideranças dos movimentos 
sociais em defesa da saúde da população 
negra nas instâncias de participação e 
controle social do SUS; 
II - produção de conhecimento 
científico e tecnológico em saúde da 
população negra; 
 
 
III - desenvolvimento de processos de 
informação, comunicação e educação para 
contribuir com a redução das 
vulnerabilidades da população negra. 
Art. 8o Constituem objetivos da 
Política Nacional de Saúde Integral da 
População Negra: 
I - a promoção da saúde integral da 
população negra, priorizando a redução das 
desigualdades étnicas e o combate à 
discriminação nas instituições e serviços do 
SUS; 
II - a melhoria da qualidade dos 
sistemas de informação do SUS no que 
tange à coleta, ao processamento e à 
análise dos dados desagregados por cor, 
etnia e gênero; 
III - o fomento à realização de estudos 
e pesquisas sobre racismo e saúde da 
população negra; 
IV - a inclusão do conteúdo da saúde 
da população negra nos processos de 
formação e educação permanente dos 
trabalhadores da saúde; 
V - a inclusão da temática saúde da 
população negra nos processos de 
formação política das lideranças de 
movimentos sociais para o exercício da 
participação e controle social no SUS. 
Parágrafo único. Os moradores das 
comunidades de remanescentes de 
quilombos serão beneficiários de incentivos 
específicos para a garantia do direito à 
saúde, incluindo melhorias nas condições 
ambientais, no saneamento básico, na 
segurança alimentar e nutricional e na 
atenção integral à saúde. 
CAPÍTULO II 
DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, 
AO ESPORTE E AO LAZER 
Seção I 
Disposições Gerais 
Art. 9o A população negra tem direito 
a participar de atividades educacionais, 
culturais, esportivas e de lazer adequadas a 
seus interesses e condições, de modo a 
contribuir para o patrimônio cultural de sua 
comunidade e da sociedade brasileira. 
Art. 10. Para o cumprimento do 
disposto no art. 9o, os governos federal, 
estaduais, distrital e municipais adotarão as 
seguintes providências: 
I - promoção de ações para viabilizar 
e ampliar o acesso da população negra ao 
ensino gratuito e às atividades esportivas e 
de lazer; 
II - apoio à iniciativa de entidades que 
mantenham espaço para promoção social e 
cultural da população negra; 
III - desenvolvimento de campanhas 
educativas, inclusive nas escolas, para que 
a solidariedade aos membros da população 
negra faça parte da cultura de toda a 
sociedade; 
IV - implementação de políticas 
públicas para o fortalecimento da juventude 
negra brasileira. 
Seção II 
Da Educação 
Art. 11. Nos estabelecimentos de 
ensino fundamental e de ensino médio, 
públicos e privados, é obrigatório o estudo 
da história geral da África e da história da 
população negra no Brasil, observado o 
disposto na Lei no 9.394, de 20 de dezembro 
de 1996. 
§ 1o Os conteúdos referentes à 
história da população negra no Brasil serão 
ministrados no âmbito de todo o currículo 
escolar, resgatando sua contribuição 
decisiva para o desenvolvimento social, 
econômico, político e cultural do País. 
§ 2o O órgão competente do Poder 
Executivo fomentará a formação inicial e 
continuada de professores e a elaboração 
de material didático específico para o 
cumprimento do disposto no caput deste 
artigo. 
§ 3o Nas datas comemorativas de 
caráter cívico, os órgãos responsáveis pela 
educação incentivarão a participação de 
intelectuaise representantes do movimento 
negro para debater com os estudantes suas 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm
 
 
vivências relativas ao tema em 
comemoração. 
Art. 12. Os órgãos federais, distritais 
e estaduais de fomento à pesquisa e à pós-
graduação poderão criar incentivos a 
pesquisas e a programas de estudo voltados 
para temas referentes às relações étnicas, 
aos quilombos e às questões pertinentes à 
população negra. 
Art. 13. O Poder Executivo federal, 
por meio dos órgãos competentes, 
incentivará as instituições de ensino 
superior públicas e privadas, sem prejuízo 
da legislação em vigor, a: 
I - resguardar os princípios da ética em 
pesquisa e apoiar grupos, núcleos e centros 
de pesquisa, nos diversos programas de 
pós-graduação que desenvolvam temáticas 
de interesse da população negra; 
II - incorporar nas matrizes 
curriculares dos cursos de formação de 
professores temas que incluam valores 
concernentes à pluralidade étnica e cultural 
da sociedade brasileira; 
III - desenvolver programas de 
extensão universitária destinados a 
aproximar jovens negros de tecnologias 
avançadas, assegurado o princípio da 
proporcionalidade de gênero entre os 
beneficiários; 
IV - estabelecer programas de 
cooperação técnica, nos estabelecimentos 
de ensino públicos, privados e comunitários, 
com as escolas de educação infantil, ensino 
fundamental, ensino médio e ensino técnico, 
para a formação docente baseada em 
princípios de equidade, de tolerância e de 
respeito às diferenças étnicas. 
Art. 14. O poder público estimulará e 
apoiará ações socioeducacionais realizadas 
por entidades do movimento negro que 
desenvolvam atividades voltadas para a 
inclusão social, mediante cooperação 
técnica, intercâmbios, convênios e 
incentivos, entre outros mecanismos. 
Art. 15. O poder público adotará 
programas de ação afirmativa. 
Art. 16. O Poder Executivo federal, 
por meio dos órgãos responsáveis pelas 
políticas de promoção da igualdade e de 
educação, acompanhará e avaliará os 
programas de que trata esta Seção. 
Seção III 
Da Cultura 
Art. 17. O poder público garantirá o 
reconhecimento das sociedades negras, 
clubes e outras formas de manifestação 
coletiva da população negra, com trajetória 
histórica comprovada, como patrimônio 
histórico e cultural, nos termos dos arts. 
215 e 216 da Constituição Federal. 
Art. 18. É assegurado aos 
remanescentes das comunidades dos 
quilombos o direito à preservação de seus 
usos, costumes, tradições e manifestos 
religiosos, sob a proteção do Estado. 
Parágrafo único. A preservação dos 
documentos e dos sítios detentores de 
reminiscências históricas dos antigos 
quilombos, tombados nos termos do § 5o do 
art. 216 da Constituição Federal, receberá 
especial atenção do poder público. 
Art. 19. O poder público incentivará a 
celebração das personalidades e das datas 
comemorativas relacionadas à trajetória do 
samba e de outras manifestações culturais 
de matriz africana, bem como sua 
comemoração nas instituições de ensino 
públicas e privadas. 
Art. 20. O poder público garantirá o 
registro e a proteção da capoeira, em todas 
as suas modalidades, como bem de 
natureza imaterial e de formação da 
identidade cultural brasileira, nos termos 
do art. 216 da Constituição Federal. 
Parágrafo único. O poder público 
buscará garantir, por meio dos atos 
normativos necessários, a preservação dos 
elementos formadores tradicionais da 
capoeira nas suas relações internacionais. 
Seção IV 
Do Esporte e Lazer 
Art. 21. O poder público fomentará o 
pleno acesso da população negra às 
práticas desportivas, consolidando o 
esporte e o lazer como direitos sociais. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#art215
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#art215
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#art216
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art216%C2%A75
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art216%C2%A75
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#art216
 
 
Art. 22. A capoeira é reconhecida 
como desporto de criação nacional, nos 
termos do art. 217 da Constituição Federal. 
§ 1o A atividade de capoeirista será 
reconhecida em todas as modalidades em 
que a capoeira se manifesta, seja como 
esporte, luta, dança ou música, sendo livre 
o exercício em todo o território nacional. 
§ 2o É facultado o ensino da capoeira 
nas instituições públicas e privadas pelos 
capoeiristas e mestres tradicionais, pública 
e formalmente reconhecidos. 
CAPÍTULO III 
DO DIREITO À LIBERDADE DE 
CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA E AO 
LIVRE EXERCÍCIO DOS CULTOS 
RELIGIOSOS 
Art. 23. É inviolável a liberdade de 
consciência e de crença, sendo assegurado 
o livre exercício dos cultos religiosos e 
garantida, na forma da lei, a proteção aos 
locais de culto e a suas liturgias. 
Art. 24. O direito à liberdade de 
consciência e de crença e ao livre exercício 
dos cultos religiosos de matriz africana 
compreende: 
I - a prática de cultos, a celebração de 
reuniões relacionadas à religiosidade e a 
fundação e manutenção, por iniciativa 
privada, de lugares reservados para tais 
fins; 
II - a celebração de festividades e 
cerimônias de acordo com preceitos das 
respectivas religiões; 
III - a fundação e a manutenção, por 
iniciativa privada, de instituições 
beneficentes ligadas às respectivas 
convicções religiosas; 
IV - a produção, a comercialização, a 
aquisição e o uso de artigos e materiais 
religiosos adequados aos costumes e às 
práticas fundadas na respectiva 
religiosidade, ressalvadas as condutas 
vedadas por legislação específica; 
V - a produção e a divulgação de 
publicações relacionadas ao exercício e à 
difusão das religiões de matriz africana; 
VI - a coleta de contribuições 
financeiras de pessoas naturais e jurídicas 
de natureza privada para a manutenção das 
atividades religiosas e sociais das 
respectivas religiões; 
VII - o acesso aos órgãos e aos meios 
de comunicação para divulgação das 
respectivas religiões; 
VIII - a comunicação ao Ministério 
Público para abertura de ação penal em face 
de atitudes e práticas de intolerância 
religiosa nos meios de comunicação e em 
quaisquer outros locais. 
Art. 25. É assegurada a assistência 
religiosa aos praticantes de religiões de 
matrizes africanas internados em hospitais 
ou em outras instituições de internação 
coletiva, inclusive àqueles submetidos a 
pena privativa de liberdade. 
Art. 26. O poder público adotará as 
medidas necessárias para o combate à 
intolerância com as religiões de matrizes 
africanas e à discriminação de seus 
seguidores, especialmente com o objetivo 
de: 
I - coibir a utilização dos meios de 
comunicação social para a difusão de 
proposições, imagens ou abordagens que 
exponham pessoa ou grupo ao ódio ou ao 
desprezo por motivos fundados na 
religiosidade de matrizes africanas; 
II - inventariar, restaurar e proteger os 
documentos, obras e outros bens de valor 
artístico e cultural, os monumentos, 
mananciais, flora e sítios arqueológicos 
vinculados às religiões de matrizes 
africanas; 
III - assegurar a participação 
proporcional de representantes das religiões 
de matrizes africanas, ao lado da 
representação das demais religiões, em 
comissões, conselhos, órgãos e outras 
instâncias de deliberação vinculadas ao 
poder público. 
CAPÍTULO IV 
DO ACESSO À TERRA E À MORADIA 
ADEQUADA 
Seção I 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#art217
 
 
Do Acesso à Terra 
Art. 27. O poder público elaborará e 
implementará políticas públicas capazes de 
promover o acesso da população negra à 
terra e às atividades produtivas no campo. 
Art. 28. Para incentivar o 
desenvolvimento das atividades produtivas 
da população negra no campo, o poder 
público promoverá ações paraviabilizar e 
ampliar o seu acesso ao financiamento 
agrícola. 
Art. 29. Serão assegurados à 
população negra a assistência técnica rural, 
a simplificação do acesso ao crédito agrícola 
e o fortalecimento da infraestrutura de 
logística para a comercialização da 
produção. 
Art. 30. O poder público promoverá a 
educação e a orientação profissional 
agrícola para os trabalhadores negros e as 
comunidades negras rurais. 
Art. 31. Aos remanescentes das 
comunidades dos quilombos que estejam 
ocupando suas terras é reconhecida a 
propriedade definitiva, devendo o Estado 
emitir-lhes os títulos respectivos. 
Art. 32. O Poder Executivo federal 
elaborará e desenvolverá políticas públicas 
especiais voltadas para o desenvolvimento 
sustentável dos remanescentes das 
comunidades dos quilombos, respeitando 
as tradições de proteção ambiental das 
comunidades. 
Art. 33. Para fins de política agrícola, 
os remanescentes das comunidades dos 
quilombos receberão dos órgãos 
competentes tratamento especial 
diferenciado, assistência técnica e linhas 
especiais de financiamento público, 
destinados à realização de suas atividades 
produtivas e de infraestrutura. 
Art. 34. Os remanescentes das 
comunidades dos quilombos se beneficiarão 
de todas as iniciativas previstas nesta e em 
outras leis para a promoção da igualdade 
étnica. 
Seção II 
Da Moradia 
Art. 35. O poder público garantirá a 
implementação de políticas públicas para 
assegurar o direito à moradia adequada da 
população negra que vive em favelas, 
cortiços, áreas urbanas subutilizadas, 
degradadas ou em processo de 
degradação, a fim de reintegrá-las à 
dinâmica urbana e promover melhorias no 
ambiente e na qualidade de vida. 
Parágrafo único. O direito à moradia 
adequada, para os efeitos desta Lei, inclui 
não apenas o provimento habitacional, mas 
também a garantia da infraestrutura urbana 
e dos equipamentos comunitários 
associados à função habitacional, bem 
como a assistência técnica e jurídica para a 
construção, a reforma ou a regularização 
fundiária da habitação em área urbana. 
Art. 36. Os programas, projetos e 
outras ações governamentais realizadas no 
âmbito do Sistema Nacional de Habitação 
de Interesse Social (SNHIS), regulado 
pela Lei no 11.124, de 16 de junho de 2005, 
devem considerar as peculiaridades sociais, 
econômicas e culturais da população negra. 
Parágrafo único. Os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios estimularão 
e facilitarão a participação de organizações 
e movimentos representativos da população 
negra na composição dos conselhos 
constituídos para fins de aplicação do Fundo 
Nacional de Habitação de Interesse Social 
(FNHIS). 
Art. 37. Os agentes financeiros, 
públicos ou privados, promoverão ações 
para viabilizar o acesso da população negra 
aos financiamentos habitacionais. 
CAPÍTULO V 
DO TRABALHO 
Art. 38. A implementação de políticas 
voltadas para a inclusão da população 
negra no mercado de trabalho será de 
responsabilidade do poder público, 
observando-se: 
I - o instituído neste Estatuto; 
II - os compromissos assumidos pelo 
Brasil ao ratificar a Convenção Internacional 
sobre a Eliminação de Todas as Formas de 
Discriminação Racial, de 1965; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11124.htm
 
 
III - os compromissos assumidos pelo 
Brasil ao ratificar a Convenção no 111, de 
1958, da Organização Internacional do 
Trabalho (OIT), que trata da discriminação 
no emprego e na profissão; 
IV - os demais compromissos 
formalmente assumidos pelo Brasil perante 
a comunidade internacional. 
Art. 39. O poder público promoverá 
ações que assegurem a igualdade de 
oportunidades no mercado de trabalho para 
a população negra, inclusive mediante a 
implementação de medidas visando à 
promoção da igualdade nas contratações do 
setor público e o incentivo à adoção de 
medidas similares nas empresas e 
organizações privadas. 
§ 1o A igualdade de oportunidades 
será lograda mediante a adoção de políticas 
e programas de formação profissional, de 
emprego e de geração de renda voltados 
para a população negra. 
§ 2o As ações visando a promover a 
igualdade de oportunidades na esfera da 
administração pública far-se-ão por meio de 
normas estabelecidas ou a serem 
estabelecidas em legislação específica e em 
seus regulamentos. 
§ 3o O poder público estimulará, por 
meio de incentivos, a adoção de iguais 
medidas pelo setor privado. 
§ 4o As ações de que trata 
o caput deste artigo assegurarão o princípio 
da proporcionalidade de gênero entre os 
beneficiários. 
§ 5o Será assegurado o acesso ao 
crédito para a pequena produção, nos meios 
rural e urbano, com ações afirmativas para 
mulheres negras. 
§ 6o O poder público promoverá 
campanhas de sensibilização contra a 
marginalização da mulher negra no trabalho 
artístico e cultural. 
§ 7o O poder público promoverá 
ações com o objetivo de elevar a 
escolaridade e a qualificação profissional 
nos setores da economia que contem com 
alto índice de ocupação por trabalhadores 
negros de baixa escolarização. 
Art. 40. O Conselho Deliberativo do 
Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) 
formulará políticas, programas e projetos 
voltados para a inclusão da população 
negra no mercado de trabalho e orientará a 
destinação de recursos para seu 
financiamento. 
Art. 41. As ações de emprego e 
renda, promovidas por meio de 
financiamento para constituição e ampliação 
de pequenas e médias empresas e de 
programas de geração de renda, 
contemplarão o estímulo à promoção de 
empresários negros. 
Parágrafo único. O poder público 
estimulará as atividades voltadas ao turismo 
étnico com enfoque nos locais, monumentos 
e cidades que retratem a cultura, os usos e 
os costumes da população negra. 
Art. 42. O Poder Executivo federal 
poderá implementar critérios para 
provimento de cargos em comissão e 
funções de confiança destinados a ampliar a 
participação de negros, buscando 
reproduzir a estrutura da distribuição étnica 
nacional ou, quando for o caso, estadual, 
observados os dados demográficos oficiais. 
CAPÍTULO VI 
DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO 
Art. 43. A produção veiculada pelos 
órgãos de comunicação valorizará a 
herança cultural e a participação da 
população negra na história do País. 
Art. 44. Na produção de filmes e 
programas destinados à veiculação pelas 
emissoras de televisão e em salas 
cinematográficas, deverá ser adotada a 
prática de conferir oportunidades de 
emprego para atores, figurantes e técnicos 
negros, sendo vedada toda e qualquer 
discriminação de natureza política, 
ideológica, étnica ou artística. 
Parágrafo único. A exigência disposta 
no caput não se aplica aos filmes e 
programas que abordem especificidades de 
grupos étnicos determinados. 
Art. 45. Aplica-se à produção de 
peças publicitárias destinadas à veiculação 
 
 
pelas emissoras de televisão e em salas 
cinematográficas o disposto no art. 44. 
Art. 46. Os órgãos e entidades da 
administração pública federal direta, 
autárquica ou fundacional, as empresas 
públicas e as sociedades de economia mista 
federais deverão incluir cláusulas de 
participação de artistas negros nos 
contratos de realização de filmes, 
programas ou quaisquer outras peças de 
caráter publicitário. 
§ 1o Os órgãos e entidades de que 
trata este artigo incluirão, nas 
especificações para contratação de serviços 
de consultoria, conceituação, produção e 
realização de filmes, programas ou peças 
publicitárias, a obrigatoriedade da prática de 
iguais oportunidades de emprego para as 
pessoas relacionadas com o projeto ou 
serviço contratado. 
§ 2o Entende-se por prática de iguais 
oportunidades de emprego o conjunto de 
medidas sistemáticas executadas com a 
finalidade de garantir a diversidade étnica, 
de sexo e de idade na equipe vinculada ao 
projeto ou serviço contratado. 
§ 3o A autoridade contratante poderá, 
se considerar necessário para garantir a 
prática de iguais oportunidades de emprego, 
requererauditoria por órgão do poder 
público federal. 
§ 4o A exigência disposta 
no caput não se aplica às produções 
publicitárias quando abordarem 
especificidades de grupos étnicos 
determinados. 
TÍTULO III 
DO SISTEMA NACIONAL DE PROMOÇÃO 
DA IGUALDADE RACIAL 
(SINAPIR) 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR 
Art. 47. É instituído o Sistema 
Nacional de Promoção da Igualdade Racial 
(Sinapir) como forma de organização e de 
articulação voltadas à implementação do 
conjunto de políticas e serviços destinados 
a superar as desigualdades étnicas 
existentes no País, prestados pelo poder 
público federal. 
§ 1o Os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios poderão participar do Sinapir 
mediante adesão. 
§ 2o O poder público federal 
incentivará a sociedade e a iniciativa privada 
a participar do Sinapir. 
CAPÍTULO II 
DOS OBJETIVOS 
Art. 48. São objetivos do Sinapir: 
I - promover a igualdade étnica e o 
combate às desigualdades sociais 
resultantes do racismo, inclusive mediante 
adoção de ações afirmativas; 
II - formular políticas destinadas a 
combater os fatores de marginalização e a 
promover a integração social da população 
negra; 
III - descentralizar a implementação 
de ações afirmativas pelos governos 
estaduais, distrital e municipais; 
IV - articular planos, ações e 
mecanismos voltados à promoção da 
igualdade étnica; 
V - garantir a eficácia dos meios e dos 
instrumentos criados para a implementação 
das ações afirmativas e o cumprimento das 
metas a serem estabelecidas. 
CAPÍTULO III 
DA ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA 
Art. 49. O Poder Executivo federal 
elaborará plano nacional de promoção da 
igualdade racial contendo as metas, 
princípios e diretrizes para a implementação 
da Política Nacional de Promoção da 
Igualdade Racial (PNPIR). 
§ 1o A elaboração, implementação, 
coordenação, avaliação e acompanhamento 
da PNPIR, bem como a organização, 
articulação e coordenação do Sinapir, serão 
efetivados pelo órgão responsável pela 
 
 
política de promoção da igualdade étnica 
em âmbito nacional. 
§ 2o É o Poder Executivo federal 
autorizado a instituir fórum 
intergovernamental de promoção da 
igualdade étnica, a ser coordenado pelo 
órgão responsável pelas políticas de 
promoção da igualdade étnica, com o 
objetivo de implementar estratégias que 
visem à incorporação da política nacional de 
promoção da igualdade étnica nas ações 
governamentais de Estados e Municípios. 
§ 3o As diretrizes das políticas 
nacional e regional de promoção da 
igualdade étnica serão elaboradas por 
órgão colegiado que assegure a 
participação da sociedade civil. 
Art. 50. Os Poderes Executivos 
estaduais, distrital e municipais, no âmbito 
das respectivas esferas de competência, 
poderão instituir conselhos de promoção da 
igualdade étnica, de caráter permanente e 
consultivo, compostos por igual número de 
representantes de órgãos e entidades 
públicas e de organizações da sociedade 
civil representativas da população negra. 
Parágrafo único. O Poder Executivo 
priorizará o repasse dos recursos referentes 
aos programas e atividades previstos nesta 
Lei aos Estados, Distrito Federal e 
Municípios que tenham criado conselhos de 
promoção da igualdade étnica. 
CAPÍTULO IV 
DAS OUVIDORIAS PERMANENTES E DO 
ACESSO À JUSTIÇA E À SEGURANÇA 
Art. 51. O poder público federal 
instituirá, na forma da lei e no âmbito dos 
Poderes Legislativo e Executivo, Ouvidorias 
Permanentes em Defesa da Igualdade 
Racial, para receber e encaminhar 
denúncias de preconceito e discriminação 
com base em etnia ou cor e acompanhar a 
implementação de medidas para a 
promoção da igualdade. 
Art. 52. É assegurado às vítimas de 
discriminação étnica o acesso aos órgãos 
de Ouvidoria Permanente, à Defensoria 
Pública, ao Ministério Público e ao Poder 
Judiciário, em todas as suas instâncias, para 
a garantia do cumprimento de seus direitos. 
Parágrafo único. O Estado 
assegurará atenção às mulheres negras em 
situação de violência, garantida a 
assistência física, psíquica, social e jurídica. 
Art. 53. O Estado adotará medidas 
especiais para coibir a violência policial 
incidente sobre a população negra. 
Parágrafo único. O Estado 
implementará ações de ressocialização e 
proteção da juventude negra em conflito 
com a lei e exposta a experiências de 
exclusão social. 
Art. 54. O Estado adotará medidas 
para coibir atos de discriminação e 
preconceito praticados por servidores 
públicos em detrimento da população negra, 
observado, no que couber, o disposto na Lei 
no 7.716, de 5 de janeiro de 1989. 
Art. 55. Para a apreciação judicial das 
lesões e das ameaças de lesão aos 
interesses da população negra decorrentes 
de situações de desigualdade étnica, 
recorrer-se-á, entre outros instrumentos, à 
ação civil pública, disciplinada na Lei 
no 7.347, de 24 de julho de 1985. 
CAPÍTULO V 
DO FINANCIAMENTO DAS INICIATIVAS 
DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL 
Art. 56. Na implementação dos 
programas e das ações constantes dos 
planos plurianuais e dos orçamentos anuais 
da União, deverão ser observadas as 
políticas de ação afirmativa a que se refere 
o inciso VII do art. 4o desta Lei e outras 
políticas públicas que tenham como objetivo 
promover a igualdade de oportunidades e a 
inclusão social da população negra, 
especialmente no que tange a: 
I - promoção da igualdade de 
oportunidades em educação, emprego e 
moradia; 
II - financiamento de pesquisas, nas 
áreas de educação, saúde e emprego, 
voltadas para a melhoria da qualidade de 
vida da população negra; 
III - incentivo à criação de programas 
e veículos de comunicação destinados à 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7716.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7716.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7347orig.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7347orig.htm
 
 
divulgação de matérias relacionadas aos 
interesses da população negra; 
IV - incentivo à criação e à 
manutenção de microempresas 
administradas por pessoas autodeclaradas 
negras; 
V - iniciativas que incrementem o 
acesso e a permanência das pessoas 
negras na educação fundamental, média, 
técnica e superior; 
VI - apoio a programas e projetos dos 
governos estaduais, distrital e municipais e 
de entidades da sociedade civil voltados 
para a promoção da igualdade de 
oportunidades para a população negra; 
VII - apoio a iniciativas em defesa da 
cultura, da memória e das tradições 
africanas e brasileiras. 
§ 1o O Poder Executivo federal é 
autorizado a adotar medidas que garantam, 
em cada exercício, a transparência na 
alocação e na execução dos recursos 
necessários ao financiamento das ações 
previstas neste Estatuto, explicitando, entre 
outros, a proporção dos recursos 
orçamentários destinados aos programas 
de promoção da igualdade, especialmente 
nas áreas de educação, saúde, emprego e 
renda, desenvolvimento agrário, habitação 
popular, desenvolvimento regional, cultura, 
esporte e lazer. 
§ 2o Durante os 5 (cinco) primeiros 
anos, a contar do exercício subsequente à 
publicação deste Estatuto, os órgãos do 
Poder Executivo federal que desenvolvem 
políticas e programas nas áreas referidas no 
§ 1o deste artigo discriminarão em seus 
orçamentos anuais a participação nos 
programas de ação afirmativa referidos no 
inciso VII do art. 4o desta Lei. 
§ 3o O Poder Executivo é autorizado 
a adotar as medidas necessárias para a 
adequada implementação do disposto neste 
artigo, podendo estabelecer patamares de 
participação crescente dos programas de 
ação afirmativa nos orçamentos anuais a 
que se refere o § 2o deste artigo. 
§ 4o O órgão colegiado do Poder 
Executivo federal responsável pela 
promoção da igualdade racial acompanhará 
e avaliará a programação das ações 
referidas neste artigo nas propostas 
orçamentárias da União. 
Art. 57. Sem prejuízo da destinação 
de recursos ordinários, poderão ser 
consignados nos orçamentos fiscal e da 
seguridade social para financiamento das 
ações de que trata

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