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1 Trabalho De Direito Civil – Direitos Reais 1 - Faça um paralelo apontando as principais diferenças entre Direitos Reais e Direitos Pessoais. R: Os direitos reais referem-se a um conjunto de normas que regulamentam as relações jurídicas ocorridas entre pessoas determinadas ou determináveis, sendo dotada de efeito coletivo, ou seja, efeito erga omines. Por sua vez o Direito Pessoal tem como base o Direito das Obrigações de qual versa sob a relação jurídica entre sujeitos determinados, sendo eficazes apenas interpartes. No que diz respeito às diferenças existentes entre as classificações supracitadas, podemos iniciar pela definição dos polos (ativo e passivo). Em regra, no Direito Pessoal os sujeitos são definidos no momento em que a Obrigação foi contraída (ex: celebração de um contrato). Diferentemente no Direito Real a identificação do pólo passivo apenas irá ocorrer no momento da violação do Direito, fazendo com que o sujeito indeterminado se torna determinável. Outro ponto é que os direitos pessoais têm por objeto uma prestação, sendo elas obrigações de dar, fazer e não fazer. Já nos direitos reais tem por objeto bens materiais determinados, sendo eles móveis ou imóveis. Uma terceira diferença a ser tratada é que o direito pessoal concede às partes a faculdade de exercerem seus interesses. Por outro lado, as regras dos direitos reais são obrigatórias, não permitindo uma liberdade no exercício do interesse individual. 2 - É correto afirmar que os Direitos Reais terão sempre efeito erga omnes? Explique. R: No que diz respeito aos efeitos dos Direitos Reais podemos dizer que regra erga omnes, assim, é um direito que independe da intermediação de outrem por surgir de um conjunto de normas. Porém, é possível destacar a súmula 308 do STJ: “A HIPOTECA FIRMADA ENTRE A CONSTRUTORA E O AGENTE FINANCEIRO, ANTERIOR OU POSTERIOR À CELEBRAÇÃO DA PROMESSA DE COMPRA E VENDA, NÃO TEM EFICÁCIA PERANTE OS ADQUIRENTES DO IMÓVEL”. Como alusão ao texto supracitado, a súmula é a exceção que contempla o efeito INTER PARTES. 3 – Quais são as teorias justificadoras da posse e qual foi a adotada pelo direito brasileiro para definir posse? No que tange as teorias justificadoras da posse, tem-se a existência de três: Teoria Subjetiva, Teoria Objetiva e Teoria da Função Social da Posse, quais serão tratadas abaixo: Teoria Subjetiva: Deriva-se da posse ou corpus que é o domínio fático sobre a coisa conjuntamente ao animus domini (vontade de ser dono). Haja vista a aplicabilidade da teoria, aquele que é locatário não pode ser considerado possuidor, tendo em vista que ele apenas possui o corpus e não possui o animus domini. 2 Teoria Objetiva: Tão somente é o entendimento de corpus, configurando apenas pelo domínio fático da coisa. Sendo assim, conforme o exemplo anterior, o locatário sob a teoria objetiva é possuidor, tendo em vista que o mesmo exerce domínio fático sobre a coisa, e isto independe da vontade do dono. Sendo esta teoria adotada pelo ordenamento jurídico civilista e aplicável ao que aduz o regramento do artigo 1.196 do Código Civil de 20002. Teoria da Função Social da Posse: É a simples junção do corpus “coisa” a função social. A exemplo fático o artigo 1.238 do mesmo diploma legal, que enseja ao locatário como exemplo que porventura estabelecer moradia ali e consequentemente realizar benfeitorias que coadunam à usucapião daquilo e poderá ser mitigado seu prazo conforme estabelece o parágrafo único do dispositivo supra. 4. A posse justa não detém vícios objetivos, enquanto a posse injusta apresentara como característica vício objetivo, seja ele: Posse violenta, que é obtida por violência física ou moral “roubo da posse”; Posse clandestina, que é conferida de forma oculta (escondida), por meio do “furto”. E por fim, a posse precária, que é adquirida pelo abuso da confiança, “estelionato ou apropriação indébita”. Estabelece o artigo 1.208 do Código Civil que: Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade. Destarte ressaltar que, a posse justa pode se convalidar em injusta tendo em vista a posse violenta e/ou clandestina. 5 – O possuir de boa-fé responde pela deterioração da coisa? E o possuidor de má-fé? Explique e fundamente. Segundo o art. 1.217 do Código Civil, o possuidor de boa-fé não responde pela deterioração da coisa, se não tiver dado a causa. Já o possuidor de má-fé está contido no art. 1.218 do mesmo diploma legal, e está disposto que ele responde pela deterioração da coisa, exceto se provar que a coisa também se deterioraria da mesma forma, se estivesse na posse do reivindicante.
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