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1 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA INSTITUTO DE VIBRAÇÃO MTA ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO MOTOR- BOMBA CENTRÍFUGA Autores: Márcio Tadeu de Almeida Fabiano Ribeiro do Vale Almeida. O COPYRIGTH DESTE E-BOOK CURSO PERTENCE AO INSTITUTO DE VIBRAÇÃO IVMTA . www.mtaev.com.br mtaev@mtaev.com.br Versão 2018 ITAJUBÁ – MG. 2 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Curso de Análise de Vibração no Conjunto Motor-Bomba Centrífuga. Copyright©2018 pertencente ao Instituto de Vibração MTA Todos os direitos autorais pertencem a Márcio Tadeu de Almeida e Fabiano Ribeiro do Vale Almeida. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, arquivada nem transmitida de nenhuma forma ou meio sem permissão expressa e escrita pelo Instituto de Vibração MTA. Essa publicação aguarda ficha catalográfica e registro ISBN a serem elaborados pela Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil. Edição – Maio de 2018. Instituto de Vibração MTA. MTA Engenharia de Vibrações LTDA. Av. Cel. Carneiro Júnior – 57 – Sala 402 Fone: 35 3621 1876 – mtaev@mtaev.com.br Cep: 37500 018 – Itajubá - MG 3 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA ÍNDICE CAPÍTULO I .......................................................................................................................... 5 CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROJETO DINÂMICO DO EIXO DE UMA BOMBA HIDRÁULICA ................ 5 1.1 – Introdução ...................................................................................................................... 5 1.2 – Velocidades críticas dos eixos ........................................................................................ 5 Relações teóricas .................................................................................................................... 5 Equação aproximada para eixos de bombas .......................................................................... 11 Escolha da velocidade crítica ................................................................................................ 12 CAPÍTULO II ...................................................................................................................... 14 PRINCIPAIS FONTES DE VIBRAÇÃO EM BOMBAS HIDRÁULICAS .................................................. 14 2.1 – Efeitos do líquido bombeado ....................................................................................... 14 2.2 – Problemas mais comuns em bombas que podem ser detectados pela análise de vibrações. ................................................................................................... 14 2.3 – Excitações hidráulicas / aerodinâmicas ........................................................................ 15 2.4 – Mancais com defeitos .................................................................................................. 22 2.5 – Expansão térmica ........................................................................................................ 26 2.6 – Resumo ....................................................................................................................... 27 CAPÍTULO III ..................................................................................................................... 29 MEDIDAS DE VIBRAÇÕES E NÍVEIS DE ALARME DE VIBRAÇÃO EM BOMBAS HIDRÁULICAS .......... 29 3.1 – Medidas de vibrações em bombas hidráulicas .............................................................. 29 3.2 – Alarme de vibrações..................................................................................................... 30 CAPÍTULO IV ..................................................................................................................... 35 ANÁLISE DE VIBRAÇÕES EM MANCAIS DE ROLAMENTOS PELA TÉCNICA DO ENVELOPE .............. 35 4.1 – Introdução .................................................................................................................... 35 4 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA CAPÍTULO V ...................................................................................................................... 42 CASO REAL DE IMPLANTAÇÃO DE MANUTENÇÃO PREDITIVA USANDO ANÁLISE DE VIBRAÇÃO EM BOMBAS HIDRÁULICAS ........................................................................................................... 42 5.1 – Resumo ....................................................................................................................... 42 5.2 – Introdução ................................................................................................................... 42 5.3 – Limites de aceitação da vibração para bombas novas e reformadas .............................. 42 5.4 – Padrão para limite de aceitação de vibrações em sistemas de bombeamento ................ 43 5.5 – Manutenção preventiva, monitoramento das condições da maquinaria ........................ 44 5.6 – Comentário final ......................................................................................................... 46 5.7 – Detecção de vibração e técnicas sensitivas para diagnóstico de problemas em bombas. 46 Caso estudado 1 (figuras 4 e 5) ............................................................................................. 47 Caso estudado 2 (figuras 6, 7, 8 e 9) ..................................................................................... 48 Caso estudado 3 (figuras 10 e 11) ......................................................................................... 51 Caso estudado 4 (figuras 12 e 13) ......................................................................................... 53 Caso estudado 5 (figura 14) .................................................................................................. 55 Caso estudado 6 (figura 15, 16, 17 e 18) ............................................................................... 51 CAPÍTULO VI ..................................................................................................................... 62 EXEMPLO DE ANÁLISE DE VIBRAÇÃO EM UMA BOMBA CENTRÍFUGA, USANDO COLETOR SKF E SOFTWARE PRISM. .................................................................................................................. 62 Histórico ............................................................................................................................... 62 CAPÍTULO VII ....................................................................................................................... 72 CONSIDERAÇÕES SOBRE ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NOS MOTORES ELÉTRICOS QUE ACIONAM BOMBAS HIDRÁULICAS ............................................................................................................... 72 7.1 – Introdução .................................................................................................................... 72 7.2 – Análise de corrente ...................................................................................................... 72 7.3 – Vibrações magnéticas em motores de indução .............................................................. 74 7.4 – Resumo das frequências típicas encontradas no espectro .............................................. 76 7.5 – Estimativa do número de barras quebradas no rotor ...................................................... 78 7.6 – Casos estudados ........................................................................................................... 78 7.7 – Bandas de alarme em velocidade mm/s rms.................................................................. 82 5 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTACAPÍTULO I CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROJETO DINÂMICO DO EIXO DE UMA BOMBA HIDRÁULICA 1.1 – Introdução O efeito vibratório em bombas é demasiadamente complexo e somente nos últimos anos é que foram desenvolvidos métodos confiáveis para o estudo deste fenômeno. Este trabalho discute vários fenômenos vibratórios observados em bombas. Cálculos teóricos de efeitos vibratórios são possíveis num estágio ainda de projeto. Tanto os sêlos quanto os mancais, tem rigidez e propriedades de amortecimento, que podem severamente alterar o efeito vibratório. Instabilidades abaixo da velocidade de rotação podem ser excitadas pelo mancal e vedador. 1.2 – Velocidades críticas dos eixos Relações teóricas Eixo: O eixo de uma bomba é projetado para transmitir a potência necessária sem vibração. Na prática, porém, o eixo pode vibrar excitado por um desbalanceamento residual ou mesmo um desalinhamento de montagem. A vibração no eixo aparece usualmente como o resultado das deflexões dinâmicas que atingem seus valores máximos nas velocidades críticas. Mesmo com rotores cuidadosamente balanceados há sempre desbalanceamentos residuais, que desenvolvem forças centrífugas e causam deflexões dinâmicas que se somam às deflexões estáticas devidas ao peso próprio do rotor. As forças centrífugas aumentam com o aumento das deflexões. Em altas velocidades, algumas partes internas da bomba podem ser danificadas ou o eixo pode falhar. (a) Velocidade crítica de um rotor simples sobre um eixo sem peso. Um disco de peso W e massa g Wm é preso sobre um eixo sem peso tal que seu centro de gravidade S esteja deslocado a uma distância e na vertical (figura 1). Se o centro do disco for defletido de uma distância y com relação ao eixo de rotação, então o centro de gravidade do disco será deslocado de uma distância (y + e) do eixo de rotação, e a força centrífuga será: 2eymP (1) Onde é a velocidade angular em s rd . Desde que exista proporcionalidade entre a força e a deflexão, temos: ykP (2) onde k é uma constante elástica para um dado tipo de carga e apoios, e é definida como uma força para dar uma deflexão unitária. 6 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Figura 1 – Rotor simples sobre um eixo sem peso (desprezível). Substituindo a equação (2) na equação (1), temos: ykeym 2 (3) 2 2 mk emy (4) Se for aumentado de tal maneira que o denominador se anule, ou seja: 0mk 2 e m k C (5) Então y torna-se infinito (y ), e o eixo teoricamente entorta-se ou empena-se. Na prática, uma violenta vibração é observada e os valores de y são limitados pelas fixações internas da bomba. Mesmo em máquinas não tendo batentes nas partes internas, a deflexão do eixo nas velocidades críticas fica limitada porque: 1. ao passar pela velocidade crítica, o eixo recupera-se a sua capacidade (rapidamente) de resistir à deflexão; 2. um certo tempo é necessário para o eixo desenvolver suas deflexões máximas, que não são muitas vezes atingidas quando passamos rapidamente pela velocidade crítica; 3. os meios circundantes causam atrito externo e amortecimento; 7 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA 4. o atrito interno do material do eixo causa amortecimento interno, ou seja, dissipa energia internamente. C é chamada de velocidade crítica angular, que corresponde em RPM a: m k3030n CC (6) O valor de k depende das dimensões do eixo, do seu material, condições de apoios, e distribuição do carregamento. Então, se I é o momento de inércia do eixo, a e b são as distâncias do disco aos suportes (mancais), e E é o módulo de elasticidade do material do eixo, então para um eixo bi-apoiado, temos: baIE3 baPy 22 (7) 22 ba baIE3k (7.a) Sendo 64 dI 4 (7.b) Onde d é o diâmetro do eixo. Combinando as equações (4) e (5): e nn ney 22 C 2 22 C 2 (8) Se a velocidade de operação for acima de nc, y torna-se negativo e o seu valor diminui. Em outras palavras, o eixo aproxima novamente do eixo de rotação. Para y , y e, ou seja, o centro de gravidade S fica sobre o eixo de rotação (ver figura 1). Então a massa m tem uma tendência de autobalanceamento na região supercrítica. Note que a equação (8) calcula a primeira velocidade crítica. Esta velocidade crítica é confirmada experimentalmente pelo comportamento real da bomba quando ela passa pela ressonância do eixo. A figura 2 mostra este comportamento. 8 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Figura 2 – Deflexão dinâmica do eixo. A operação de uma bomba é possível sobre ambos os lados da velocidade crítica. A grande maioria de bombas de multiestágios com selos mecânicos (não suportado em caixas de gaxetas), operando em 3000 ou 3600 RPM, geralmente operam acima da primeira velocidade crítica. No caso de considerarmos a massa do eixo, a velocidade crítica é geralmente tomada, aproximadamente, como: em5,0m k30n (9) Onde: m = massa do rotor, me é a massa do eixo. A primeira velocidade crítica pode então ser calculada pelo uso da equação (5). m k2 C (10) Onde m é a massa do elemento girante e k é a constante elástica do eixo, que depende das dimensões do eixo, material, e método de fixação (suportes) e carregamento. Da equação (2) temos: oy Pk Para cargas concentradas sobre um eixo sem peso, k pode ser encontrado pela substituição do peso P da massa girante, e para y a deflexão estática yo sob esse peso. A equação (5) torna-se: o 2 C y g (11) As deflexões estáticas podem ser determinadas pelos métodos encontrados nos livros de resistência dos materiais (ou manuais técnicos). A solução de casos simples aparece na figura 3. 9 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Lam IE3 2 2 1c bL3bam LIE12 23 3 2 1c 22 2 1 3 bam LIE c a4L3am IE6 2 2 1c (1ª crítica) a4L3L a2L 2 2 2c 2 1c (2ª crítica) Onde: 1c = primeira rotação crítica 2c = segunda rotação crítica Figura 3 – Velocidade crítica para carregamento simples. 10 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Com um ou dois rotores e um eixo simétrico de seção uniforme, as deflexões máximas devidas ao peso do eixo e rotores ocorrem no meio do eixo. Portanto, yo pode ser encontrado separadamente para o eixo e rotores e somados para obter a deflexão estática total do eixo. Quando eixos são de diâmetros variáveis e a distribuição de carga não é uniforme, é muito trabalhoso o cálculo da deflexão estática do eixo. Métodos computacionais desenvolvidos pela resistência dos materiais podem ser usados. Contudo, para um caso geral, a deflexão estática máxima pode ser usada para calcular a primeira velocidade crítica com boa aproximação. Equação aproximada para eixos de bombas Quando os tipos de apoios, distribuição de cargas e o diâmetro do eixo variam pouco em bombas de múltiplos estágios, é possível obter uma rápida aproximação da primeira velocidade crítica pelo uso de uma equação com um fator C experimental. 11 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA IEC LPy 3 e y g 1C (12) Onde, P é o peso do rotor em kgf L é o vão entre suportes em cm E é o módulo de elasticidade do aço em 2cm kgf I é o momento de inércia da seção média do eixo em cm4 C é uma constante numérica que varia de acordo com os apoios e distribuição de cargas. Para uma carga apoiada no centro, C = 48; para uma carga uniformemente distribuída ao longo do eixo, C = 98, para todos os outroscasos, C varia entre esses limites. A figura 4 mostra valores de C calculados para diferentes razões de pesos do eixo e rotores, e para diferentes espaçamentos entre rotores (L1 é a distância entre os dois rotores extremos) e L é o vão. 64 dI 4 d = diâmetro do eixo no meio do vão em cm. 12 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Figura 4 – Coeficiente de deflexão dinâmica para rotores simétricos. Escolha da velocidade crítica Extensivas experiências feitas por vários pesquisadores têm provado uma concordância satisfatória entre os valores calculados e experimentais das velocidades críticas. Portanto, é possível escolher as dimensões do eixo de tal maneira a reduzir o máximo a possibilidade de o eixo vibrar. A operação abaixo da velocidade crítica dá uma máxima garantia a operação livre de vibração alta. Contudo, isto freqüentemente deixa os projetos impraticáveis do ponto de vista comercial (eixo com diâmetro muito grande com relação ao diâmetro do rotor). Das discussões dos itens anteriores, a escolha do tamanho do eixo para velocidades críticas deve ser orientada pelas seguintes considerações: 1. A velocidade de operação deve não ser fração dos tipos (½, ⅓, ¼) ou múltiplos (2, 3, 4,...) da primeira velocidade crítica. 2. A velocidade de operação não deve ser próxima das velocidades críticas, primeira ou segunda. n < 0,7 . nc onde n = velocidade de operação, e n > 1,4 . nc nc = primeira velocidade crítica 13 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA 14 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA CAPÍTULO II PRINCIPAIS FONTES DE VIBRAÇÃO EM BOMBAS HIDRÁULICAS 2.1 – Efeitos do líquido bombeado O líquido bombeado exerce um efeito de amortecimento (benéfico) sobre as vibrações do eixo da bomba. Existe um número de partes rigorosamente ajustadas dentro da bomba que reduzem ou limitam, as amplitudes de vibrações ou servem como batentes. Caixas de gaxetas de modernas bombas servem como pseudo-mancais, e então reduzem os vãos do eixo entre os suportes. A experiência mostra que as bombas vibram mais quando as folgas ou desgastes nas gaxetas aumentam e diminuem a vibração as gaxetas são trocadas na manutenção. O líquido na carcaça da bomba apresenta alguma resistência à vibração, ou seja, também amortece as vibrações. Parte da energia cinética do eixo vibrante é continuamente absorvida pelo líquido ambiente. Como um resultado, a amplitude de vibração é reduzida. 2.2 – Problemas mais comuns em bombas que podem ser detectados pela análise de vibrações. 2.2.1 - Desalinhamento Geralmente em todos os tipos de montagens, o desalinhamento pode impor forças sobre os mancais suportes, que reduzirão a vida útil da unidade (principalmente dos rolamentos). Grande vibração na direção axial é uma boa indicação de um desalinhamento excessivo (geralmente surgem componentes em 2 RPM ou 3 RPM). Mancais auto-compensadores não eliminam a necessidade de se fazer um bom alinhamento. Se eles estão desalinhados, evidentemente existirá grande vibração na direção axial e consequentemente, forças adicionais que reduzirão a vida dos mancais. Embora o desalinhamento seja um problema comum em bombas, a vibração axial pode também ser consequência de outras causas. Algumas vezes, a vibração axial ocorre com o desbalanceamento (agravada quando o rotor da bomba está em balanço). A presença de grande vibração axial simplesmente significa que o desalinhamento deve ser verificado antes do desbalanceamento. Uma boa regra prática para seguir em bombas é: “Se a vibração axial for maior do que a vibração radial ” deve-se corrigir o alinhamento antes do desbalanceamento”. 2.2.2 – Desbalanceamento As bombas geralmente podem ser desbalanceadas por corrosão ou erosão desigual no rotor, ou por incrustação de material sobre as pás do rotor. Nestes casos, o rotor deve ser balanceado, por adição ou retirada de massa. A melhor maneira de balancear rotores de bombas é na máquina de balancear. Neste caso a vibração será grande na direção radial, e com frequência igual a 1 RPM do eixo da bomba. 15 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA 2.2.3 – Fundações Uma estrutura suporte adequada ou base é necessária para um funcionamento suave entre bomba/motor. Uma base estrutural de aço ou de concreto armado é sempre necessária para suportar as unidades, e manter um bom alinhamento. Algumas vezes, economias na construção da base resultam em um suporte inadequado, e torna-se difícil obter e manter um bom alinhamento. Isto tornará aparente se as leituras das vibrações no mesmo ponto variam. Uma ressonância de fundação pode ocorrer se a estrutura tem uma frequência natural próxima da velocidade de operação da bomba. Isto pode ser observado pelas leituras dos níveis de vibração em pontos espaçados sobre e em volta da fundação, mancais suportes e nas vizinhanças do chão. Frequentemente a vibração vertical é muito maior que a horizontal se uma condição ressonante estiver presente. A vibração pode ser reduzida aumentando a rigidez da fundação. Melhorando a qualidade ou precisão do desbalanceamento e/ou desalinhamento do acoplamento. Teremos redução dos níveis de vibração, porém o melhor é resolver o problema na fonte, ou seja, reprojetando ou reforçando a fundação inadequada. 2.2.4 – Folgas de fixação Folgas de fixação causam altas vibrações na direção da fixação (geralmente na direção vertical) em 2 RPM da rotação das bombas e harmônicos, são usualmente acompanhados pelo desbalanceamento e/ou desalinhamento. Uma inspeção cuidadosa deve ser feita, e apertar todas as ligações, tal como parafusos da base, da capa dos mancais, prisioneiros do acoplamento, etc.; é boa prática que antes mesmo do início de uma análise de vibração, que verifiquemos esta condição. Quando há folgas excessivas de fixação também pode aparecer um componente sub-harmônico com frequência igual (1/2) RPM, bem como inter-harmônicos (1,5 – 2,5 – 3,5) RPM 2.2.5 – Eixo empenado Quando o rotor bombeia fluidos com altas temperaturas, pode haver um empenamento do eixo, que causa uma alta vibração axial análoga ao desalinhamento (com freqüência 1 RPM da bomba), e pode ser detectada nos mancais adjacentes. Substituindo ou endireitando o eixo defeituoso, esta causa é eliminada. 2.3 – Excitações hidráulicas / aerodinâmicas 2.3.1 – Introdução Estas forças ocorrem usualmente em RPM o número de pás do rotor (frequência de passagem de pás), pode causar turbulência e pulsação de pressão no sistema de tubulação e carcaça da bomba. Este efeito pode criar uma instabilidade no fluxo de água e perda de rendimento da bomba. A alta vibração nos dutos pode ser transmitida à carcaça da bomba e mancais, quando não houver juntas de expansão (e/ou amortecedoras) entre a bomba, e tubulações. A correção consiste em mudar as condições de funcionamento da bomba, para outra condição de pressão vazão. O ruído em sistemas de tubulações é frequentemente gerado pela operação de equipamentos girantes, tais como bombas. 16 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Tais equipamentos têm componentes vibrantes em contato mecânico com o fluido, resultando alta transferência de energia vibratória ao sistema de tubulação. Frequentemente, o ruído devido a tais fontes, consiste geralmente, de tons puros, associados com a rotação da bomba. Pulsação de pressão excessiva e ruído são frequentemente, causados por tubulações projetadas e construídas, as quais possuem comprimentos iguais aos comprimentos de ondas padrões. Em casos extremos deste carregamento dinâmico, os níveis de ruído e vibração excederão o nível limite de segurança, e em consequência poderemoster trincas e consequente ruptura da tubulação. L1, L2 e L3 não devem ser iguais a um número de meios comprimentos de onda da frequência de excitação. L4 não deve ser igual a um número de quartos de comprimentos de ondas da frequência de excitação (veja figura 1). Figura 1 – Bomba com tubulações. n = velocidade da bomba em rps = RPM/60 N = número de pás do rotor Ff = frequência de excitação ou forçante Hz Geralmente: Ff = n . N Comprimento de onda Nn C f C f C = velocidade de som no meio Por exemplo: C = 1430 m/s para água 2 = meio comprimento de onda 17 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA 4 = quarto do comprimento de onda Para evitar transmissão de vibração da bomba para a tubulação devemos usar conectores de neoprene, os quais além de reduzirem os níveis de ruído e vibração também dissipam parte da energia vibratória (veja as figuras 2 e 3). Figura 2 – Esquema da bomba com conectores de Neoprene. A figura 3, a seguir, mostra medidas de vibrações de uma bomba centrífuga, antes e após a colocação de conectores de Neoprene, nas uniões entre as tubulações e na entrada e saída da bomba. Os gráficos são espectros de frequência na faixa de 20 a 1000 Hz. Foram escolhidos alguns pontos estratégicos, indicados no desenho como 1, 2, 3, 4, 5, 6. Observe a grande redução dos níveis de vibração em aceleração. Devemos notar que os espectros estão em escala logarítmica, ou seja, para cada 6 dB de redução, significa que o nível de vibração em aceleração caiu pela metade. 18 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Figura 3 – Redução da vibração na tubulação e na bomba. Bombas hidráulicas e outras máquinas de fluxo apresentam vibrações e ruídos devidos às reações do fluxo nas partes fixas e móveis das máquinas. Estas vibrações podem se apresentar de duas maneiras (Veja figura 4). em componente discreta na frequência de passagem (número de pás do rotor vezes a rotação do rotor, ou número de pás diretrizes vezes a rotação do rotor). com energia vibratória espalhada na região de alta frequência provocada por cavitação. 19 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA com energia espalhada na região de baixa frequência provocada por recirculação ou turbulência do fluido. Figura 4 – Frequências discretas de passagens de pás Região de alta frequência (cavitação) Região de baixa frequência (turbulência). As vibrações hidrodinâmicas raramente geram problemas sérios, exceto quando excitam, ou até ressonam, as partes da estrutura: carcaça, tubulações, pás, etc. Quando as forças hidráulicas nas bombas geram vibrações excessivas sem ressonância aparente no sistema, o problema pode estar no projeto inadequado do conjunto rotor-estator-pás ou da tubulação. A cavitação geralmente ocorre quando a máquina está trabalhando fora de seu ponto de operação (bomba com carga excessiva, por exemplo). No processo de cavitação, as bolhas de ar implodem violentamente criando ondas de pressão, que chegam às estruturas gerando vibrações. Como as implosões são aleatórias e localizadas na faixa de altas frequências no espectro (geralmente na faixa de 500 a 3000 Hz ou mais) (figura 4); algumas vezes o componente discreto da passagem das pás se superpõe à região aleatória das turbulências. 20 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Também os sinais provenientes de defeitos em rolamentos dos mancais da bomba podem ser encobertos pelo sinal da cavitação. A recirculação geralmente ocorre quando a máquina está operando com baixa capacidade ou alta pressão de sucção. Nesse caso, o fluido retorna da espiral de saída para o rotor. No retorno há mistura do fluido que vai com o que vem o que resulta em vibração, e ruído aleatórios semelhantes à cavitação. O fluxo turbulento aparece em circulação de fluido com altos números de Reynolds, ou quando se misturam fluxos de altas e baixas velocidades. Em grandes bombas centrífugas, pode ocorrer turbulência nas variações de pressão ou de velocidade na passagem do fluido através da caixa espiral ou do duto de saída. Esta desorganização do fluido causa turbulência, que gerará vibração aleatória na estrutura da máquina. Este fenômeno geralmente acontece ocasionando vibração em baixa frequência (de 0,4 RPM a 0,8 RPM da bomba - tipicamente de 0,8 a 33 Hz.). Veja a figura 4. Normalmente, as bombas hidráulicas centrífugas possuem uma vibração na freqüência de passagem das pás, que deve ser monitorada. Ela representa a passagem das pás por um ponto fixo, geralmente onde ocorre uma variação de pressão, por exemplo, uma pá fixa ou o ponto de “cutoff”. Veja a figura 5. Figura 5 – Ponto de variação de pressão. As frequências de passagem (veja figura 4) podem ser calculadas por: 11p Znf 22p Znf K ZZnf 213p Onde K representa o maior número que divide Z1 e Z2 e n é rotação do rotor, ou seja, K é o fator comum entre Z1 e Z2. Vejamos alguns exemplos de cálculo de freqüências de passagem: Exemplo 1 Bomba centrífuga simples (figura 6). Rotação: 1780 RPM (29,67 Hz) 21 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Número de pás do rotor: 8 fp1 = 29,67 8 = 237,4 Hz Figura 6 – Bomba centrífuga simples – 8 pás. Exemplo 2 Bomba centrífuga com pás diretrizes (figura 7). Rotação: 1780 RPM (29,67 Hz) Número de pás do rotor: 6 Número de pás diretrizes: 5 fp1 = 29,67 6 = 178 Hz fp2 = 29,67 5 = 148,3 Hz Neste caso, o maior número que divide 5 e 6, é o número 1. Logo, K = 1, e Hz1,8901 67,2965f 3p 22 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Figura 7 – Bomba centrífuga com pás diretrizes. A amplitude da vibração no componente da frequência de passagem das pás varia com a carga. Portanto, toda medida de vibração nesse componente dever ser feita na mesma condição de carga. Numa condição de funcionamento normal da bomba, geralmente o nível neste componente é baixo. Se o processo induzir instabilidade, imediatamente a vibração neste componente aumenta, e aparecem bandas laterais. Picos altos na frequência de passagem das pás podem ser inerentes às: 1. Folgas desiguais entre as pás rotativas e os difusores estacionários das bombas. 2. Coincidência da frequência de passagem das pás com frequências naturais das próprias pás ou de componentes estruturais da bomba. 3. Posicionamento excêntrico do rotor dentro da carcaça. 4. Fluxo com variações abruptas de direção (tubulação com curvas acentuadas). 5. Obstruções do fluxo. 23 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA 6. Coincidência do comprimento de onda da frequência de pulsação acústica com o comprimento da tubulação, já explicada anteriormente (ressonância acústica). 2.4 – Mancais com defeitos 2.4.1 – Mancais de rolamentos Um mancal de rolamento mostrará sinais de falhas pelas vibrações instáveis em altas frequências (frequências naturais do rolamento) e nas frequências de defeitos localizados: pista externa BPFO (FE), pista interna BPFI (FI), elemento rolante BSF (fB), gaiola FTF e seus múltiplos. Essa vibração é normalmente detectada sobre as capas dos mancais. A melhor maneira de aumentar a vida dos rolamentos é fazer um bom balanceamento e cuidadoso alinhamento na unidade, isto minimiza as forças sobre os mancais. A figura 8 mostra os vários estágios de desgastes do rolamento. 2.4.2 – Mancais de deslizamento Grandes bombas centrífugas geralmente usam mancais de bucha com lubrificação a óleo. Desgastes, erosões, folgas entre buchas e carcaças, deficiência de lubrificação causam problemas nos mancais de deslizamento. Isto permite agrupar os problemasnos mancais de deslizamento em duas categorias de defeitos. Em uma delas, os erros devido ao aumento de folgas entre eixo e bucha e entre bucha e carcaça, causadas pelo desgaste das partes. Na outra categoria, os problemas são associados ao componente hidrodinâmico do óleo dentro do mancal. 24 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Figura 8 – Vários estágios de desgaste no rolamento e seus respectivos espectros. Folgas nos mancais e sua identificação: As folgas em mancais de deslizamento geralmente causam vibrações altas, principalmente se a folga for entre o eixo e o mancal. Quando as buchas têm folgas excessivas, desbalanceamento, desalinhamento e outras forças vibratórias devem ser minimizados, para não realimentar o processo de desgaste e ainda provocar afrouxamentos mecânicos. 25 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Neste caso, o mancal com folgas não é a causa real do problema, ele simplesmente permite que aconteça mais vibração e suas consequências. O desgaste de um mancal de deslizamento pode frequentemente ser monitorado comparando os níveis de vibração horizontal e vertical. Bombas montadas em estruturas ou fundações rígidas, normalmente apresentam maiores amplitudes de vibração na direção horizontal. Por várias vezes, onde a amplitude na direção vertical (com componentes em 2 RPM e seus múltiplos) apareceu maior que a horizontal, o desgaste foi a principal causa. Assim um aumento de vibração vertical em relação a horizontal pode ser um início de folgas em mancais de deslizamento. O aparecimento de vibrações em componentes inter-harmônicos (1,5 ; 2,5 ; 3,5 ;...) também é um indicativo de folgas (Veja a figura 9). Figura 9 a – Espectros de folgas em mancais de deslizamento e de rolamento. Figura 9 b – Espectro de um mancal de rolamentos com folga excessiva. 2x – 4x – 6x com altos níveis de vibração na Vertical. 26 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Rodopio do óleo – Whirl Oil Tem sido encontrado experimentalmente e foi observado em máquinas reais que, com mancais de deslizamento lubrificados a óleo, a cunha de óleo desloca-se com frequência aproximadamente igual à metade da velocidade do eixo. Se esta velocidade cair próxima da primeira velocidade crítica do eixo, o rodopio do eixo produz vibração. Este fenômeno é comum em mancais com folgas. O “whirl oil” óleo continua na freqüência 0,45 RPM, tendo todo o estímulo do eixo. Com eixos horizontais o peso total do rotor não é suficiente para suprimir as vibrações provocadas pela instabilidade do óleo lubrificante. Em geral essas vibrações não são facilmente eliminadas. As seguintes etapas podem ser tentadas com diferentes graus de sucesso (Veja a figura 10): 1. Mudar para mancal de rolamento. 2. Diminuir o comprimento do mancal para aumentar a pressão sobre o filme de óleo. 3. Colocar deliberadamente o mancal fora de linha com o eixo. Figura 10 – Espectro com Whirl do óleo. 2.5 – Expansão térmica Instalações impróprias de vedadores podem gerar interferências que contribuem para um aumento irregular de temperatura, resultando em distorção térmica do eixo. Tais distorções também ocorrem como tensões internas, e são salientadas pelas elevadas temperaturas de operação. Esta condição pode provocar roçamento entre as partes girantes e fixas. Whril do Óleo – Rotação do Eixo: 1780 RPM 27 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA As distorções térmicas deste tipo são geralmente diagnosticadas, quando a amplitude de vibração e a fase variam com a temperatura (neste caso, as vibrações aparecem conforme espectro mostrado na figura 11). Figura 11 – Roçamento provocado pela expansão térmica. 2.6 – Resumo Bombas são excitadas, principalmente por desbalanceamento e desalinhamento. Os desgastes abrasivos, resíduos de produtos ou sujeira, são as principais causas do desbalanceamento durante a operação. As verificações periódicas das vibrações da bomba revelarão quando o desbalanceamento está começando a acumular-se. Algumas vezes uma simples limpeza colocará a bomba em condição de funcionamento suave novamente. Quando a bomba for equipada com mancais de rolamentos, verificações periódicas da aceleração de vibração (ou envelope) sobre a capa do mancal devem ser feitas para análise dos problemas. Roçamento – Rotação do Eixo: 1780 RPM 28 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA 29 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA CAPÍTULO III MEDIDAS DE VIBRAÇÕES E NÍVEIS DE ALARME DE VIBRAÇÃO EM BOMBAS HIDRÁULICAS 3.1 – Medidas de vibrações em bombas hidráulicas Efetuar as medidas iniciais, colocando o transdutor no mancal do motor e bomba nos pontos A, B, C, D, E e F, na direção vertical, horizontal e axial. (Veja a figura 13). Figura 13 – Pontos de medidas de vibração em bombas hidráulicas. A medida deverá ser feita em pontos onde a vibração das partes rotativas se transmita o mais fiel possível, ou seja, devem ser evitadas as partes flexíveis da carcaça. 30 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Estes pontos devem ser perfeitamente acessíveis durante a operação da bomba. Em cada um destes pontos devem ser pré-estabelecidas as direções das medidas: horizontal, vertical e axial, quando possível. Para cada bomba, estes pontos devem ser marcados com tinta ou colar uma arruela (no caso de usar base magnética) a fim de não permitir erros na hora de medir. Estabelecer o tipo de medida de vibração (velocidade de pico ou rms de preferência, aceleração e envelope de aceleração). A periodicidade das medidas deve ser de tal forma, que se garanta a detecção de um defeito antes que este comprometa a qualidade do produto e as demais peças da bomba. Por exemplo, se uma determinada bomba funciona 4 a 6 meses sem falha, uma medida mensal pode ser adotada. O ideal é fazer medidas em: Espectro de velocidades mm/s, rms, com escala 3 – 3200 Hz, com 3200 linhas (para controlar os problemas mecânicos e hidráulicos, bem como freqüências de rolamentos e cavitação). Outra medida em aceleração G’s rms (ou pico), na faixa de 1000 a 10.000 Hz, com 3200 linhas (para controlar desgaste de rolamentos e cavitação). E, espectro em envelope de aceleração em G’s rms (ou pico), escala de 0 a 1000 Hz com 800 linhas, usando filtro 3 (SKF) 500 a 10 KHz (para controlar desgastes em rolamentos, com maior confiabilidade). Acredita-se que com estes 3 espectros, o índice de acerto no diagnóstico de defeitos na bomba atinja 95%. 3.2 – Alarme de vibrações Usar um critério geral de severidade inicialmente. Os registros periódicos darão a história da máquina e a severidade dos problemas encontrados, como um resultado permitirá ajustar os valores iniciais desta instalação mais realisticamente. Os fabricantes das máquinas fornecem muitas vezes os níveis máximos permissíveis da unidade (níveis de atenção e de alarme). Níveis de vibração recomendados: O programa de manutenção será eficiente se o departamento técnico responsável possuir um padrão para comparação. Com relação a elaboração de várias normas internacionais, a grande variedade das máquinas e requisitos de qualidade, os padrões existentes não conseguem ser mais do que recomendações. Em função da experiência acumulada, o departamento técnico poderá construir uma carta de severidade adequada para cada tipo de bomba. De acordo com a experiência do autor deste trabalho, temos os seguintes níveis de alarme: Para desgaste em rolamentos, medidas globais de aceleração, em G’s, rms, medidos na faixa de 1000 a 10.000 Hz (pode ser obtido do próprio espectro), são dadasa seguir. Rotação da bomba Aceleração em G’s Aceleração em G’s RPM Alarme 1 - Atenção Alarme 2 - Troca 1200 3 5 1800 4 6 3600 8 10 31 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Também de acordo com a experiência profissional do autor deste trabalho, para desbalanceamento e desalinhamento, pode-se usar com sucesso o gráfico de severidade da tabela abaixo (em mm/s rms): 1 10 100 1000 0,1 1 10 100 E D C B A NÍ VE L DE V IB RA ÇÃ O VE LO CI DA DE [ MM /S ] - R MS FREQUÊNCIA DE VIBRAÇÃO EM [ HZ ] 1 10 100 1000 0,1 1 10 100 A. Máquinas novas – sem defeitos. B. Máquinas com pequenos problemas. C. Máquinas com defeitos – corrigir. D. A falha está próxima – corrigir com urgência. E. Perigo – parada imediata. Figura 14 – Gráfico de severidade de vibrações. Para acompanhar desgastes em rolamentos, a técnica mais atual é a análise em envelope de aceleração, que será estudada no capítulo 4. Os níveis de alarme desta técnica dependem do tipo de rolamento (esfera ou rolo) da velocidade do rolamento e do tipo de lubrificação. Para bombas verticais, podemos sugerir os seguintes níveis de vibração: Altura do flange ao topo do mancal do motor: Medidas em velocidade mm/s – rms – Faixa de 0 a 3200 Hz. (3200 linhas) 3,6 a 6 m – Bom de 0 a 8 / Regular de 8 a 12 / Atenção: 12 / Alarme: 18 32 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA 2,4 a 3,6 m – Bom de 0 a 7 / Regular de 7 a 10 / Atenção: 10 / Alarme: 16 1,5 a 2,4 m – Bom de 0 a 6 / Regular de 6 a 9 / Atenção: 9 / Alarme: 13 0 a 1,5 m – Bom de 0 a 3 / Regular de 3 a 5 / Atenção: 5 / Alarme: 11 Observação importante: Já comentamos que as vibrações oriundas de bombas hidráulicas possuem componentes aleatórios que aparecem numa faixa larga de frequência. Portanto, para eliminar o efeito destas vibrações nos valores globais de vibração e também limpar o espectro, o espectro a ser analisado deve ser uma média de 4 a 6 espectros. Um espectro médio sempre elimina os ruídos existentes no espectro instantâneo. Também é conveniente usar janela Hanning. Veja a figura 15. Figura 15 – Espectros instantâneos e espectro médio. Bandas de alarme em velocidade mm/s rms Para melhorar a confiabilidade de diagnóstico, e ter o menor risco de falhas ocasionais, devemos usar as bandas de alarme por faixa de frequência. Para isso, partimos de valores de níveis de alarme para valores globais (overall), tais como os dados abaixo. NÍVEIS GLOBAIS DE VELOCIDADE PARA SISTEMAS MOTOR-BOMBAS-ACOPLAMENTO DIRETO – EM MM/S RMS Bom 0 a 5 mm/s rms Regular 5 a 8 mm/s rms Alarme 1 – Atenção 8 mm/s rms Alarme 2 – Máximo 10 mm/s rms 33 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Para bombas centrífugas, de acordo com a experiência profissional do autor, podem-se usar as bandas de alarme com seus respectivos níveis, dados na figura 16 a seguir. OBS.: OS NÍVEIS ABAIXO SÃO DE ALARME - PARA NÍVEIS DE ATENÇÃO – USAR 70% DESTES VALORES Figura 16 – Bandas de alarme de bombas centrífugas. 8 4 5 3 3,5 2 * * * * * * NÍ VE L D E VI BR AÇ ÃO m m/ s R MS ALARME OVERALL = 10 mm/s RMS 0,01.fmáx 0,03.fmáx 0,06.fmáx 0,09.fmáx 0,18.fmáx 0,5.fmáx fmáx BANDAS DE ALARME PARA BOMBAS CENTRÍFUGAS ACIONADAS POR MOTORES ELÉTRICOS - ACIONAMENTO DIRETO. Rotação RPM fmáx(Hz) FFT Nº de Linhas 600 900 1200 1800 3600 400 600 800 1200 2400 800 1600 1600 3200 3200 * Região deve incluir frequência de passagem de pás. Valor máximo para o componente 3 mm/s RMS. * * Região pode incluir frequências fundamento de defeitos nos rolamentos BPFO-BPFI-BSF – Valor máximo por componente 2 mm/s RMS. * * * Região pode incluir harmônicas das frequências BPFO-BPFI- BSF – Valor máximo por componente 1,2 mm/s RMS. FREQUÊNCIA Hz 34 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA 35 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA CAPÍTULO IV ANÁLISE DE VIBRAÇÕES EM MANCAIS DE ROLAMENTOS PELA TÉCNICA DO ENVELOPE 4.1 – Introdução Já sabemos que um rolamento com defeito provoca pulsos de curta duração no sinal de vibração no tempo. A figura 1.a, abaixo, mostra o sinal de vibração no tempo, medido em um mancal contendo um rolamento SKF 6202, com defeito na pista externa do motor elétrico, que aciona uma bomba. O sinal foi medido com acelerômetro, numa faixa de frequência de 0 a 10.000 [Hz]. Observe os pulsos interferindo na onda de baixa frequência. Estes pulsos correspondem aos impactos dos elementos rolantes sobre a pista externa do rolamento. Na figura 1.b temos o espectro correspondente a este sinal, mostrando que na região de baixa frequência não tem um pico (componente) bem definido, correspondente a frequência BPFO. Figura 1.a – Sinal no tempo Figura 1.b – Espectro de frequência Figura 1 – Sinais no tempo e na frequência de um rolamento com defeito na pista externa. Para eliminarmos os componentes de baixa frequência (desbalanceamento, desalinhamento, folgas, etc.), passamos o sinal da figura 1, por um filtro passa alto, correspondente a uma faixa de 300 a 10.000 [Hz]. O resultado é o sinal no tempo, mostrado na figura 2, que define muito bem o trem de pulsos correspondente aos impactos dos elementos rolantes na pista externa do rolamento. Figura 2 – Sinal em alta frequência da vibração no mancal. Para que os pulsos fiquem ainda mais evidentes, o sinal correspondente à figura 2, pode ser retificado (tornado positivo). Veja o sinal no tempo retificado, mostrado na figura 3, mostrando os pulsos com maior intensidade. 36 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Figura 3 – Sinal no tempo retificado. Agora, podemos extrair o envelope (envoltória) do sinal mostrado na figura 3, usando a Transformada de Hilbert. O resultado é o sinal mostrado na figura 4. Em seguida, passando a Transformada de Fourier neste sinal envelope (FFT), obtém o espectro mostrado na figura 5. Este espectro é denominado espectro do envelope, e dever ser obtido numa faixa de freqüência mais baixa (fim de escala em função da rotação da máquina, por exemplo, 4 BPFI do rolamento). Neste caso, escolhemos 0 a 1000 [Hz]. Note que neste espectro, só existem os componentes da freqüência BPFO, correspondente ao defeito na pista externa do rolamento. Estes componentes não tinham energia suficiente para aparecer na faixa de baixa freqüência do espectro normal mostrado na figura 1.b. Figura 4 – Sinal do envelope no tempo. Figura 5 – Espectro do envelope. 37 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Envelope usando coletor SKF Para acompanhar o desgaste em rolamentos, através da técnica de envelope, usando coletores SKF; é comum obtermos espectros em aceleração em mancais numa faixa de 0 a 10.000 [Hz]. Na rota, utilizamos um filtro passa banda de 500 a 10.000 [Hz] (filtro 3) sobre este espectro de aceleração, para obtermos um espectro envelope em aceleração [g], na faixa de 0 a 1000 [Hz]. Este espectro envelope nos fornece um valor global que é, sem dúvida, um fator de decisão sobre a condição de desgaste do rolamento. O autor deste trabalho, usando a sua experiência e a de usuários de coletores SKF, elaborou uma carta de severidade, mostrado na figura 6, para decidirmos sobre a troca de rolamentos em motor - bombas. De acordo com estudos e pesquisas, concluímos que os níveis globais do sinal envelope, dependem substancialmente do tipo de elemento rolante (se é esfera ou rolo), do tipo de lubrificação (se é lubrificado a óleo ou graxa) e também da velocidade rotação do rolamento. Apresentamos a seguir, esta carta de severidade.Os níveis apresentados são alarmes finais. Para uma melhor segurança e confiabilidade a escala vertical na vertical deve ser divida por 1,5 (seria um nível de alarme 1). 38 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Figura 5 – Carta de severidade para defeitos em rolamentos. Autor: Márcio Tadeu de Almeida A figura 6 resume bem a técnica do envelope. 1. Sinal no tempo em aceleração mostrando os pulsos dos impactos dos elementos rolantes com os defeitos nas pistas. 2. Espectro de frequência em aceleração mostrando um aumento nas amplitudes na região de frequência natural do rolamento. 3. Espectro em aceleração após a aplicação do filtro passa-banda. 4. Sinal no tempo correspondente ao espectro do item 3, onde a razão de impactos aparece com mais destaque. 5. Sinal no tempo após a aplicação da transformada de Hilbert, extraindo o envelope (envoltória) do sinal correspondente ao item 4. 6. Espectro do envelope em aceleração mostrando somente os componentes de defeitos dos rolamentos BPFO, por exemplo. 39 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Figura 6 – Esquema do método envelope. 40 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA 41 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA 42 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA CAPÍTULO V CASO REAL DE IMPLANTAÇÃO DE MANUTENÇÃO PREDITIVA USANDO ANÁLISE DE VIBRAÇÃO EM BOMBAS HIDRÁULICAS 5.1 – Resumo É necessário que as bombas centrífugas numa indústria moderna operem com rendimento máximo, alta confiabilidade, e efetividade de custo para atender as demandas de programas de produção mais eficazes, tempos econômicos otimizados, e regulamentações ambientais severas. Desta forma, o sucesso destes padrões operacionais desejados deve ser obtido a partir do início da operação do sistema de bombeamento, através da instalação, e terminar com um procedimento de manutenção planejado e efetivo para assegurar os benefícios fornecidos por tal sistema. 5.2 – Introdução A análise da vibração pode ser utilizada como uma técnica confiável, para se determinar a condição operacional original de um sistema de bombeamento e a aceitabilidade pela imposição de padrões de aceitação do limite de vibrações, que fornecerá um meio de se avaliar: as características operacionais adequadas do projeto do sistema; integridade do produto original do fabricante do equipamento; instalação correta, confiabilidade do sistema (mecânico, elétrico, e estrutural). A análise de vibrações também é um excelente meio de se rastrear ou monitorar a condição de operação de um sistema de bombeamento, como meio de manutenção planejada. O monitoramento de uma bomba contra falhas características incipientes é a parte preditiva de uma estratégia de manutenção planejada. Os problemas são diagnosticados através da análise da freqüência da vibração, e são tratados de uma maneira apropriada e eficiente em custo, que efetuarão operações mínimas de manutenção, aumentando a disponibilidade das bombas. Padrões de severidade (limites) de vibrações, monitoramento da vibração e diagnósticos da frequência da vibração são os tópicos aplicados neste capítulo. Também serão incluídos casos de diagnósticos de problemas de bombas, usando análise de vibração. 5.3 – Limites de aceitação da vibração para bombas novas e reformadas A razão para o estabelecimento de limites de aceitação de vibração para sistemas de bombas, ou para qualquer maquinaria rotativa, é baseada na determinação da condição operacional original do sistema novo, e presumidamente na condição operativa de carga máxima. A análise de vibrações pode determinar as características operacionais da bomba, balanceamento do rotor, alinhamento, desbalanceamento magnético e mecânico do motor, condições dos mancais, condições do fluxo da bomba, vedações (selos) da bomba, falta de rigidez estrutural e ressonância do sistema de bombeamento. A ampla variedade de componentes detectáveis do sistema, e as condições de sistema diagnosticáveis; através da análise de vibrações, tornam-se a principal razão: porque os limites de severidade de vibrações tornam-se valiosos durante a avaliação para aceitação de um sistema de bombeamento novo ou reformado. Os limites de aceitação das vibrações estabelecerão um meio avaliar, se o sistema é capaz de desempenhar 43 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA com segurança seu trabalho em condições de carga máxima, com confiabilidade máxima, e expectativa de vida normal ou de rejeitar o sistema, baseado nos dados de vibração, como risco ao desempenho das operações, alto custo de manutenção ou expectativa de vida reduzida. Os padrões de aceitação de vibrações têm sido amplamente adotados por algumas das maiores corporações de manufatura no mundo, como meio viável de se determinar a integridade do equipamento. A aceitação de um equipamento exige que uma bomba seja um produto confiável, que tenha boa qualidade e vida de serviço fidedigna. Muitos fabricantes de equipamentos têm percebido, que prestar atenção aos detalhes é o necessário para fazer com que seu equipamento atenda e até que exceda os padrões de aceitação. 5.4 – Padrão para limite de aceitação de vibrações em sistemas de bombeamento Pode-se usar um padrão de alarme, que possui limites de banda impostos sobre o espectro. Aqueles não familiarizados com esta terminologia devem ler algum texto que defina “alarme por banda espectral”. Durante o uso dos limites ou alarmes por banda espectral, se qualquer amplitude ultrapassar o valor de alarme da banda, o sistema de bombeamento não estará em condições operativas de pico e as seguintes etapas deverão ser empreendidas: Reportar ao fabricante do equipamento para reparo pela garantia, ou substituição conforme a situação determine; Providenciar para que o fabricante original do equipamento pague pelos reparos “in house”; Se estas condições não puderem ser obtidas, então faça com que o seu próprio departamento de manutenção conserte a condição ao invés de deixar com que o sistema se deteriore. A figura 1 mostra um espectro típico de vibrações em uma bomba centrífuga medido no mancal do lado acoplado da bomba na direção horizontal. A medida está em velocidade mm/s RMS. Esta bomba opera em 1770 RPM (29,5 Hz) e possui 6 pás, portanto sua freqüência de passagem de pás é igual 177 Hz. Figura 1 – Espectro típico de uma bomba centrífuga com 6 pás e 1 estágio. 44 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA 5.5 – Manutenção preventiva, monitoramento das condições da bomba-motor. A manutenção planejada utiliza duas estratégias de manutenção para efetivamente gerenciar os custos, as condições operacionais ótimas do sistema de bombeamento, confiabilidade, e vida útil. Estes métodos são conhecidos como manutenção preditiva/proativa.. A manutenção preventiva é baseada em tempo, e requer a realização de certos procedimentos de manutenção baseados nas recomendações do fabricante. Estes procedimentos podem incluir itens como troca do óleo a determinados intervalos de tempo, substituição de mancais em um número pré-determinado de horas corridas, ou reforma da bomba inteira após ter se atingido uma vida útil calculada. A manutenção preditiva monitora as máquinas, e permite que a máquina determine quando os procedimentos de manutenção são necessários com base nos dados monitorados. Os dados coletados através de técnicas como análise de vibrações, Termografia infravermelha, análise do óleo, e/ou detecção ultra- sônica, determinam a estabilidade operacional. Uma boa analogia são os freios do carro. Até recentemente, os freios sempre eram trocadosnuma base de tempo (preventiva), baseado na quilometragem. Leva-se o carro até a oficina e trocam-se as pastilhas de freio (necessário ou não), se fosse preferido ignorar a recomendação da quilometragem então haveria, eventualmente, o risco de falha dos freios (falha catastrófica) ou, eventualmente, ocorreriam danos secundários dispendiosos (custo adicional de manutenção). O método preditivo permite que se faça o trabalho quando ele é realmente necessário (evita procedimentos desnecessários e interrupção da operação), permite tempo para planejar a manutenção em torno de cronogramas, e ainda evita danos secundários caros. A manutenção preditiva, neste caso, é mais efetiva em termos de custo do que a manutenção preventiva. Os melhores sistemas de manutenção planejada utilizam a preventiva nos procedimentos de baixo custo, e a preditiva nos procedimentos restritivos em custo. Entretanto, em qualquer momento se um método preditivo pode ser justificado em termos de custo, vale a pena! A análise de vibrações é um método efetivo em termos de custo de monitoramento de sistemas de bombeamento. Após um sistema ter passado por padrões de vibração iniciais (linha de base), pode-se monitorar a taxa de aumento da vibração (tendência) para determinar a estabilidade operacional do sistema de bombeamento. Um aumento na vibração significa que o sistema mudou sua condição operacional. Podem-se monitorar apenas as vibrações globais e suas tendências (Veja a figura 2). GRÁFICO DE TENDÊNCIA DO VALOR OVERALL - PONTO 3H 0 2 4 6 8 10 12 ma i/9 1 jul /91 se t/9 1 no v/9 1 jan /92 ma r/9 2 ab r/9 2 jun /92 ag o/9 2 AL AR ME MESES DAS MEDIDAS VI B R A Ç Ã O m m /s R M S Figura 2 – Gráfico de tendência de valores globais de vibração. 45 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Entretanto, é mais eficiente monitorar um espectro ou assinatura em frequência de vibração, com alarmes espectrais, semelhantes àqueles usados para os limites de aceite de vibração, mas com limites maiores de amplitude, porque este método detecta, e reconhece falha dos componentes do sistema mais rápido e com um maior grau de precisão; permitindo estratégias de manutenção, e programando com mais flexibilidade. Na figura 3 temos um espectro de vibração de uma bomba com 6 pás, girando com 1780 RPM, onde o componente em 2 x a freqüência de passagem de pás (354 Hz) passou do alarme 2, ou seja, o alarme para esta frequência é de um nível de 3,5 mm/s (veja figura 16 do capítulo 3). Neste caso a bomba foi retirada de operação para reparo. Figura 3 – Espectro indicando problemas na bomba – 2x a freqüência de passagem de pás passou do alarme 2. Se o nível de alarme de vibração for ultrapassado na fase de monitoramento em manutenção preditiva, então uma análise do espectro da frequência da vibração em profundidade pode ser realizada por um analista de vibrações qualificado, para determinar exatamente, qual o problema ou componente do sistema está falhando. Esta análise em profundidade é a chave para se determinar a abordagem mais efetiva em termos de custo, para se resolver e corrigir o problema com a mínima parada do sistema. Os diagnósticos de problemas de sistemas, que usam análise de espectro de vibração mostram a diferença entre desmontar todo sistema para se encontrar o problema ou começar o procedimento de reparo com as partes, ferramentas e mão de obra apropriada para se finalizar a tarefa, porque o problema foi corretamente identificado antecipadamente. As condições do sistema de bombeamento como: desbalanceamento dos rotores da bomba/motor, desalinhamento do eixo, desalinhamento da base de fixação (pé do motor flexível ou placa de base flexível), ressonância estrutural, frequências de batimento, cavitação, e recirculação, são todas situações que reduzem a vida útil de um sistema de bombeamento e diminuem o rendimento operacional. Cada uma destas condições é detectável através da análise da espectral vibração e os diagnósticos são realizados usando “bom senso” e conhecimento técnico. Os componentes do sistema de bombeamento, que são detectáveis através da análise de vibração são: problemas elétricos do motor, eixo empenado da bomba/motor, desgaste do acoplamento, desgaste do Alto nível de vibração Em 2x a freqüência de Passagem de pás. 46 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA mancal da bomba/motor, atritos da vedação da bomba e desgaste do rotor da bomba. Estes são os componentes que requerem substituição da peça, e devem estar disponíveis antes do procedimento de manutenção. Estas condições indesejáveis, e falhas de componentes ocorrem de várias formas e, frequentemente são combinações de certas condições, ou seja, de propagação de defeitos não corrigidos. O uso de técnicas de diagnóstico de vibração não só deve encontrar a falha do componente, mas também a condição, que causou a falha frequentemente referida como análise da causa na raiz da falha (ponto de partida para uma manutenção proativa). Este é o verdadeiro benefício da análise dos espectros em frequência, aplicado não só à falha, mas à causa. 5.6 – Comentário final Não vamos nos esquecer, entretanto, que a melhor ferramenta de diagnóstico que temos é nossa mente, nossos sentidos e nossa habilidade de comunicar. A técnica de análise de vibração é tão boa quanto o indivíduo que a utiliza. O verdadeiramente bem sucedido programa de manutenção planejada incorpora boas técnicas de gerência, a tecnologia mais atual e pessoas conscientes, do operador da máquina ao gerente geral. A contribuição que um indivíduo faz para este esforço é apenas um elo da corrente, a corrente é tão forte quanto o elo mais fraco, o elo mais fraco deve ser continuamente procurado e fortalecido até que a corrente suporte o sucesso de um programa de manutenção planejada; e eventualmente a produtividade e margem de lucro de sua empresa. 5.7 – Detecção de vibração e técnicas sensitivas para diagnóstico de problemas em bombas. Desalinhamento do eixo Verificação da vibração: Normalmente possui vibração dominante a 1 , 2 ou 3 RPM da bomba. A vibração axial é 50% ou mais da vibração radial. Se o desalinhamento for severo, as frequências de passagem do rolamento (BPFO, BPFI, BSF) ou das pás também podem estar presentes. Verificações visuais: Se o acoplamento for do tipo com um anel de borracha, a sujeira arenosa sobre a borracha, normalmente indica desgaste da borracha. Se houver acoplamento lubrificado, então observar se há graxa com uma areia escura da mesma forma acima, normalmente isto indica desgaste da grade ou do dente. Sinta a diferença de temperatura entre os mancais internos e externos (acoplados e livres), se as temperaturas dos mancais internos (acoplados) do motor e da bomba forem muito diferentes, então suspeite de desalinhamento. Meça o acoplamento quanto ao calor, não deve ficar mais quente que os eixos. Correção: Substitua os acoplamentos desgastados, buchas, etc. Alinhe os eixos, usando método a laser ou de dial duplo. 47 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Caso estudado 1 (figuras 4 e 5) Altas vibrações em 1 a velocidade de operação nas direções horizontal e axial. O sistema foi “pré- alinhado” na base. O equipamento de alinhamento a laser revelou um desalinhamento de 3 mm H e 1,5 mm V. Verificação da vibração: Normalmente possui vibração dominante na direção horizontal pelo menos duas vezes aquela da vertical, e muitas vezes a vibração na axial é a maior de todas. Se, no motor aparecer vibração na frequência de 7200 CPM (120 Hz), é porque o estator pode estar ovalizado devido à distorção da carcaça. A vibração de batimento pode estar presente, especialmente se o motor for de 3600 RPM, o batimento ocorrerá em 2 a velocidadede operação do motor e frequência elétrica de 7200 CPM. (Os batimentos ocorrem quando duas frequências estão próximas 15% uma da outra, as vibrações entrarão e sairão de fase uma com a outra). Figura 4 – Vibração alta em 1 - horizontal e vertical. Verificações visuais: Coloque o indicador de dial na sapata, afrouxe a porca/parafuso, observe o movimento do indicador. Correção: Com a bomba operando, coloque o sensor no local do mancal de maior leitura horizontal, afrouxe uma porca/parafuso da base e veja se a leitura da vibração diminui. Reaperte e verifique os parafusos restantes da mesma maneira. Note quais parafusos mudaram mais a leitura. Use o método do indicador de dial duplo ou laser para colocar todas as sapatas da máquina no mesmo plano. Conjunto motor-bomba com desalinhamento. Vibração em 1x a rotação chegou a mais de 25 mm/s na axial. Rotação do eixo 1750 RPM. 48 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Se um parafuso em particular reduziu bastante a vibração, deixe-o frouxo (medida em curto prazo). Às vezes, o problema é uma combinação de placa de base flexível e ressonância, e tentar corrigir o problema pelo calçamento e reaperto tem pouca redução de vibração. Basta deixar aquela porca frouxa. Cheque a fundação sob a base quanto à flexibilidade ou baixa rigidez. Figura 5 – Sistema alinhado, anel de borracha do acoplamento trocado. Vibração reduziu 15 Caso estudado 2 (figuras 6, 7, 8 e 9) Combinação de desalinhamento e placa de base fraca ou flexível (pé do motor macio ou pé manco). O sistema foi alinhado a laser, porém, ainda revelou uma vibração dominante a 7200 CPM (120 Hz), indicando uma possível distorção da carcaça do motor. Uma checagem da placa de base do motor revelou que um parafuso da base do motor, quando afrouxado, diminuía a amplitude a 7200 CPM em 58%. Bomba de 3 estágios girando a 3557 RPM (~59 Hz). Primeiramente, esta bomba foi reformada, e reinstalada no local apresentando uma vibração alta em 2x a rotação do eixo na horizontal. Nesta montagem realizou um alinhamento pobre com régua e barbante. O espectro após o alinhamento, ainda continuou apresentando característica de desalinhamento, veja a figura 6. 49 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Figura 6 – Espectro de vibração após o alinhamento pobre. Em seguida foi realizado um alinhamento com instrumenta a laser, e o novo espectro é o mostrada na figura 7. Figura 7 – Leitura após o alinhamento a laser. Observe no espectro 7, que o problema não era desalinhamento, pois as condições de vibração não alteraram muito, e onde a vibração parecia ser 2x a rotação, na realidade a freqüência agora é de 120 Hz (2x a freqüência da rêde), ou seja, parece que a vibração está vindo do motor. Vibração 2 x a rotação é o maior componente na direção horizontal. MESMO DEPOIS DE REALIZADO UM ALINHAMENTO SEM PRECISÃO O SISTEMA APRESENTOU UM ALTO NÍVEL DE VIBRAÇÃO EM 2X A ROTAÇÃO DO EIXO.. FOI REALIZADO NOVO ALINHAMENTO COM INSTRUMENTAÇÃO A LASER- MAS APARECEU AGORA UMA VIBRAÇÃO EM 120 HZ COM ALTO NÍVEL. 50 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Figura 8 – Espectro com 3200 linhas. Em seguida realizou uma medida na mesma faixa de frequência, porém com uma melhor resolução, ou seja, 3200 linhas. Nesta media conseguiu-se separar 2x a rotação do eixo da vibração de origem magnético em 120 Hz. Temos agora um novo diagnóstico, ou seja, a maior vibração do conjunto é induzida pelo motor e não desalinhamento. O problema realmente estava no nivelamento da base do motor, ou seja, um dos pontos de fixação do motor estava forçando a carcaça do motor e deformando o estator. Após corrigido este problema, o nível de vibração caiu consideravelmente , veja o novo espectro da figura 9. Figura 9 – Após correção do problema na base do motor. ESPECTRO COM 3200 LINHAS SEPARANDO 2X A ROTAÇÃO DE 120 HZ OS NÍVEIS DE VIBRAÇÃO FICARAM REDUZIDOS APÓS A CORREÇÃO DO PROBLEMA NA PLACA DE BASE DO MOTOR. 51 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Ressonância estrutural Verificação de vibrações: A vibração dominante está na velocidade de operação, ou em um múltiplo seu. Também pode ocorrer em uma ou outra frequência de excitação associada à bomba, tal como a frequência de passagem da pá, elétrica, etc. Vibração normalmente é consideravelmente mais alta em uma direção, H, V ou A (a vibração de 2 a 20 vezes mais alta). Verificação visual: Coloque a mão nos tubos, chapa de base, solo, fundação, suportes de aço, etc. Se a vibração aparecer excessiva, use sensor para comparar a amplitude da vibração do motor com a bomba, se estiverem com níveis bem próximos, provavelmente a ressonância é a maior suspeita. Correção: Uma vez o componente ressonante seja localizado, verifique quanto ao nó de vibração, dividindo mentalmente em aproximadamente, dez pontos através da área que está sendo verificada. Tome leituras da vibração em 10 pontos, note como as vibrações ficam mais altas e mais baixas e tente imaginar a forma do modo de vibração, reconheça mentalmente a forma do modo, ou seja, pode formar um arco curvado (primeiro modo) ou uma curva em S (segundo modo). Caso estudado 3 (figuras 10 e 11) O sistema de bomba centrífuga apresentou alta vibração na velocidade de operação. Vibração dos mancais internos (lados acoplados do motor e bomba) na direção vertical foi mais alta, do que os mancais externos, e leituras verticais consideravelmente mais altas do que as leituras horizontais. A base foi checada e verificou-se ser ressonante no primeiro modo. Veja a figura 10. 52 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Figura 10 – Base ressonante. Foi providenciado um reforço na base usando vigas de contraventamento, no sentido de travar os pontos onde os níveis de vibração eram mais altos. Após a soldagem das vigas o sistema saiu da ressonância, ou seja, a frequência natural foi deslocada da rotação de operação da bomba. A Figura 11 mostra o espectro de vibração após as modificações. Figura 11 – Base reforçada – Vibração caiu ~ 20 x. VIBRAÇÃO PREDOMINANTE EM 1X A ROTAÇÃO NA DIREÇÃO VERTICAL – NÍVEL MUITO ALTO TAMBÉM NA BASE O NÍVEL DE VIBRAÇÃO FOI REDUZIDO APÓS A MODIFICAÇÃO NA BASE DO CONJUNTO MOTOR-BOMBA. 53 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Frequências de batimento Verificação de vibrações: As frequências de batimento ocorrem quando duas vibrações (frequências) independentes ocorrem dentro de uma margem de 15% uma da outra. Normalmente há uma distinta elevação e queda da amplitude, quando observada sobre um período de tempo. Quanto mais próximas às duas frequências, maior será a elevação e queda da amplitude. Coloque o coletor de dados em sinal on-line e observe a elevação e queda do nível de amplitude, que tem uma periodicidade definida. Lembre-se que quanto mais próximas as duas frequências, maior será a elevação e queda. Pode-se requerer espectros com maior resolução para detectar as frequências (separar) que, geralmente são bem próximas (usa-se zoom ou espectros com 3200 ou 6400 linhas). Verificação visual: Tente ouvir a elevação e queda audível do nível de ruído, será uma elevação e queda constante, repetível, que terá uma periodicidade definida. Correção: Identificação das frequências que são de batimento é a primeira etapa. Depois se deve encontrar a causa das frequências individuais. Uma vez a causa encontrada, deve-se prosseguir com a eliminação ou redução. Se o sistema for de um projeto de velocidade variável,uma mudança na velocidade de operação pode ser tudo que seja necessário. Caso estudado 4 (figuras 12 e 13) O conjunto apresentou vibração alta a 7200 CPM (120 Hz) em sistema que gira com 3550 RPM (59,17 Hz). Frequências de batimento detectadas entre 2 RPM (118, 34 Hz) e 2 frequência de linha (120 Hz). Deve-se usar FFT (espectro) de alta resolução para separar as frequências de batimento. A verificação do pé macio (placa de base macia) em operação, revelou uma sapata (pe do motor) causando distorção da carcaça do motor. Parafuso deixa do frouxo. 54 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Figura 12 – Vibração alta em 7200 CPM ou 120 Hz. Figura 13 – Distorção da base do motor corrigida. Problemas de cavitação ou de recirculação Verificação de vibração: Normalmente aparece como ruído aleatório de alta frequência. Geralmente as frequências não repetirão exatamente, a menos que cavitação/recirculação estejam excitando frequências naturais do sistema. Alto nível de vibração em conjunto motor-bom em 120 Hz. A bomba é acionada por motor de 2 pólos. Após correção do problema na base do motor os níveis de vibração forma reduzidos. 55 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Também aparecerão com freqüência de passagem da pá (número de elementos de bombeamento RPM do eixo) se a entrada para a linha de sucção conter filtros obstruídos, sujeiras, etc. Checagens visuais: Quando a cavitação for severa, o sistema de bomba ficará ruidoso como se cascalho estivesse sendo bombeado através do sistema. Se suspeitar de cavitação, tente fechar a descarga aproximadamente ⅓ a ½ e veja se o ruído pára ou muda. Isto indicaria cavitação. Se suspeitar de recirculação, tente abrir a derivação, se o sistema tiver um. Assegure-se de que a válvula de descarga não esteja “entupida”. Correção: Se as frequências de passagem da pá tiverem sido normalmente baixas e forem gradualmente crescendo, primeiro verifique o sistema de filtro quanto a obstrução; se estiver limpo, verifique a linha de admissão quanto à obstrução; se estiver limpo verifique o coletor de admissão quanto a sujeira que haver em torno da linha de admissão. Se houver recirculação, verifique a linha de descarga quanto à obstrução, se o sistema tiver que ser “afogado”, instale uma linha de derivação para retornar o fluído para a derivação e mantenha a condição de operação nominal da bomba. Se o sistema for novo, assegure-se de que a bomba esteja operando dentro da curva de rendimento do sistema (ponto de operação). Caso estudado 5 (figura 14) Um sistema de bombeamento estava gradualmente aumentando os níveis na frequência de passagem da pá. Inicialmente suspeitava-se de um problema com as pás, ou com a carcaça. Entretanto, foi aconselhada uma inspeção na caixa da bomba, antes da inspeção do “coletor”, onde a admissão da bomba está localizada. Esta foi esvaziada e limpa. Havia uma grande quantidade de sujeira que foi removida. O sistema de bombeamento foi partido após limpeza e as frequências de passagem de pás desapareceram. 56 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Figura 14-a – Espectro do sistema de bombeamento em boas condições – linha de base. Figura 14 – b – Vibração alta na bomba sugerindo cavitação. ESPECTRO DO CONJUNTO MOTOR BOMBA EM BOAS CONDIÇÕES. ALTO NÍVEL DE VIBRAÇÃO EM 2X A FREQUÊNCIA DE PASSAGEM DE PÁS E BASTANTE RUIDO AUDÍVEL E TAMBÉM NO ESPECTRO DE VIBRAÇÃO. 57 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Figura 14 – C - Espectro com vibrações reduzidas após a limpeza da sujeira, que estava bloqueando a admissão da bomba e causando cavitação. Problemas de balanceamento especialmente em sistemas de bombas verticais Verificação de vibração: Vibração dominante sempre estará em 1 RPM do sistema, e dominará o espectro. Verificações visuais: Quase impossível detectar sem referência de frequência de vibração (a rotação do rotor). Correção: Deve-se balancear o sistema, usando pesos de correção ou perfurar o rotor no ponto pesado. Às vezes, podem-se colocar pesos no acoplamento. As bombas verticais devem ser dinamicamente balanceadas em campo, se o motor for acoplado à bomba. Caso estudado 6 (figura 15, 16, 17 e 18) Tipicamente sempre foi aceito que, os sistemas com bombas verticais possuem inerentemente, vibrações mais altas do que os sistemas horizontalmente montados. Contudo, o fato é que estes sistemas requerem balanceamento de campo. Os motores para estes sistemas, frequentemente possuem anéis de balanceamento montados no eixo, que podem ser usados para o balanceamento de campo. O motor pode ser perfeitamente balanceado antes do acoplamento com a bomba e depois todo conjunto deve ser dinamicamente balanceado. A montagem destes sistemas também desempenha um papel OS NÍVEIS DE VIBRAÇÃO REDUZIRAM BASTANTE APÓS A LIMPEZA NA CAIXA DE ADMISSÃO DA BOMBA. OS NÍVEIS DE VIBRAÇÃO NA FREQUÊNCIA DE PASSAGEM DE PÁS E HARMÔNICOS CAIRAM. O RUÍDO DESAPARECEU NO ESPECTRO BEM COMO O AUDÍVEL. 58 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA na vibração aumentada, por causa do efeito de pivotamento que o motor e bomba possuem a partir da base. Por fim, a vibração é aumentada proporcionalmente com a distância ou altura, permitindo que uma pequena vibração atinja uma amplitude significativa. A ressonância natural do sistema também pode exercer seu papel, que serve para amplificar a vibração para uma proporção ainda maior. Desta forma, o balanceamento de campo se torna uma importante etapa na confiabilidade do sistema de bombas verticais. Estes sistemas, tipicamente vibram em uma direção mais do que em outra, então, coloque o sensor naquele plano e faça o balanceamento. Figura 15 – Bomba vertical desbalanceada. BOMBA VERTICAL COM ALTO NÍVEL DE VIBRAÇÃO DIAGNOSTICADA COM DESBALANCEAMENTO. 59 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Figura 16 – Bomba balanceada, baixou 24 mm/s para 1,2 mm/s. As figuras a seguir mostram outro caso de bomba vertical desbalanceado. Figura 17 – Bomba desbalanceada 2. APÓS O BALANCEAMENTO OS NÍVEIS CAIRAM BASTANTE PRINCIPALMENTE O COMPONENTE EM 1X A ROTAÇÃO DO EIXO. ROTOR DA BOMBA DESBALANCEADO COM ALTO NÍVEL DE VIBRAÇÃO EM 1X NA DIREÇÃO RADIAL (H) 60 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA Figura 18 – Bomba balanceada 2. NÍVEL DE VIBRAÇÃO EM 1X A ROTAÇÃO DO EIXO APÓS O BALANCEAMENTO FOI REDUZIDO CONSIDERAVELMENMTE. 61 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA 62 Ebook- ANÁLISE DE VIBRAÇÕES NO CONJUNTO BOMBA CENTRÍFUGA E MOTOR – FUPAI/IVMTA CAPÍTULO VI EXEMPLO DE ANÁLISE DE VIBRAÇÃO EM UMA BOMBA CENTRÍFUGA, USANDO COLETOR SKF E SOFTWARE PRISM. Histórico Apresentamos o caso de uma bomba centrífuga que, após o funcionamento por um período de aproximadamente 4 anos houve a necessidade de substituição dos rolamentos. Após a troca dos rolamentos e substituição do rotor (com desgaste), verificamos a existência de desbalanceamento no novo rotor da bomba. O rotor da bomba foi retirado novamente, e balanceado em máquina de balancear. Em seguida foi feita nova análise, mostrando que a bomba estava em boas condições de uso. Pontos de medidas da bomba e suas frequências típicas (Veja o esquema na figura 1) PM H = Horizontal PM V = Vertical PM A = Axial Motor: Potência = 40 CV Rotação = 1755 RPM Rolamentos: PM 1 (motor) = SKF 6310 PM 2 (motor) = SKF 6312 PM 3 (bomba) = FAG 3313 PM 4 (bomba) = FAG 6313 Níveis de vibração em mm/s RMS.
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