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Geografia do Brasil: Biomas e Recursos Naturais

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Aula 11
Geografia p/ CACD (Diplomata) Primeira
Fase - Com Videoaulas - Pós-Edital
Autor:
Alexandre Vastella
Aula 11
13 de Julho de 2020
 
 
 
Aula 11 - Meio Ambiente - Parte II - Biomas e recursos naturais do Brasil 
Macrodivisão natural do espaço brasileiro .................................................................................................... 3 
Biomas, Domínios e Ecossistemas: Conceitos .......................................................................................... 3 
Biomas e Relevo no Brasil ......................................................................................................................... 4 
Recursos minerais no Brasil ...................................................................................................................... 6 
Biomas e Clima no Brasil ........................................................................................................................... 9 
Biomas, Bacias, e Regiões Hidrográficas no Brasil .................................................................................. 11 
Biomas e Unidades da Federação ........................................................................................................... 13 
Amazônia ................................................................................................................................................... 15 
Características naturais da Amazônia ..................................................................................................... 15 
Bacia e Região Hidrográfica Amazônica ................................................................................................. 16 
O estabelecimento da Amazônia Legal .................................................................................................. 17 
Economia e impactos na Amazônia ........................................................................................................ 18 
Desmatamento e queimadas na Amazônia ............................................................................................ 21 
Geopolítica da Amazônia: a questão da biopirataria ............................................................................... 23 
Geopolítica da Amazônia: o controle de fronteiras ................................................................................. 24 
Cerrado ...................................................................................................................................................... 29 
Bioma e domínio do Cerrado .................................................................................................................. 29 
Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia ........................................................................................... 31 
Economia e impactos no Cerrado ........................................................................................................... 32 
O Meio-Norte e Mata de Cocais .............................................................................................................. 35 
Mata Atlântica ............................................................................................................................................ 37 
Bioma Mata Atlântica e Domínio Mares de Morros ................................................................................ 37 
Ecossistemas da Mata Atlântica ............................................................................................................. 38 
Alexandre Vastella
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2 
 
Rio Paraná e as Regiões Hidrográficas da Mata Atlântica ....................................................................... 41 
Economia e impactos na Mata Atlântica ................................................................................................. 42 
Caatinga ..................................................................................................................................................... 46 
Bioma e Domínio da Caatinga ................................................................................................................ 46 
Região Hidrográfica do São Francisco .................................................................................................... 48 
Rio Parnaíba e as Demais regiões hidrográficas da Caatinga .................................................................. 50 
Economia e impactos na Caatinga .......................................................................................................... 50 
Pantanal ..................................................................................................................................................... 54 
Aspectos naturais do Pantanal................................................................................................................ 54 
Economia e impactos no Pantanal .......................................................................................................... 55 
Pampa ........................................................................................................................................................ 57 
Aspectos naturais e antrópicos do Pampa .............................................................................................. 57 
Zona Costeira ............................................................................................................................................. 62 
Sobre a Zona Costeira ............................................................................................................................ 62 
Treinamento em questões objetivas (1ª fase) ............................................................................................. 64 
Simulado ..................................................................................................... Erro! Indicador não definido. 
Gabarito.................................................................................................................................................. 70 
Bibliografia sugerida .................................................................................................................................. 70 
 
 
 
Alexandre Vastella
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3 
 
MACRODIVISÃO NATURAL DO ESPAÇO BRASILEIRO 
Biomas, Domínios e Ecossistemas: Conceitos 
Vimos nas aulas passadas que há diversas maneiras de regionalizar o território – isto é, de dividi-lo 
de acordo com critérios. Uma das formas mais usuais de fazê-lo é com base em aspectos naturais, tais 
como clima, vegetação, relevo, geologia, entre outros. Veremos ao longo desta aula, diversas formas de 
regionalização como: biomas, domínios morfoclimáticos, regiões hidrográficas e ecossistemas. Apesar 
de ser fácil reconhecer uma “região hidrográfica”, os conceitos de “bioma”, “domínio morfoclimático” e 
“ecossistema” causam muita confusão. Por isso, antes de mais nada, vamos diferenciar os três. 
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o Brasil é formado por seis biomas de 
características distintas: Amazônia (presente na região norte), Caatinga (presente na região nordeste), 
Cerrado (presente na porção central do Brasil e regiões centro-oeste, sudeste e nordeste), Mata Atlântica 
(presente nas regiões sul, sudeste, e litoral nordestino), Pampa (somente no Rio Grande do Sul) e 
Pantanal (somente no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul). Cada um destes, abrigando diferentes tipos de 
vegetação e de fauna [mapa completo dos biomas aqui]. 
Embora esta seja a regionalização oficial – amplamente utilizada pelo IBGE, pelo IBAMA, e pelos 
demais órgãos de governo – não é a única. Outra regionalização da paisagem bastante conhecida é a do 
geógrafo Aziz Ab’Saber, que aindanos anos 1970, dividiu o Brasil em domínios morfoclimáticos. 
Comparando os dois mapas (imagem acima) é possível notar várias semelhanças, como a localização do 
Cerrado, da Amazônia, e da Caatinga. No entanto, há claras diferenças. Primeiramente, Aziz Ab’saber 
dividiu o bioma Mata Atlântica em duas porções distintas: Domínio de Mares de Morros (São Paulo e 
litoral brasileiro) e Domínio de Araucárias (região sul). Há também, ao contrário da regionalização oficial, 
uma Faixa de Transição onde os domínios morfoclimáticos se misturam. No mais, Ab’Saber chama parte 
do Pampa de Pradarias, e exclui o Bioma Pantanal, incorporando-o à Faixa de Transição. 
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4 
 
Para entendermos as razões desta distinção, é preciso compreendermos algumas distinções 
conceituais. Grosso modo, tanto “biomas” quanto “domínios morfoclimáticos” representam o conjunto 
de elementos naturais da paisagem; no entanto enquanto os biomas dão um peso maior aos elementos 
presentes na fauna e na flora (bio = vida); os domínios morfoclimáticos (morfo = forma; climáticos = 
clima) analisam de forma mais intensa as interações entre clima e relevo. Como todos os fatores do meio 
físico e biótico estão interligados, há, na maioria dos casos, uma grande semelhança espacial entre 
biomas e domínios. Por isso, neste PDF estudaremos estas duas formas de regionalização 
simultaneamente. 
Domínio 
Morfoclimático 
Relevo (morfo) 
Clima (climático) 
A unidade da paisagem é determinada pelo conjunto de 
interações entre clima e relevo, que consequentemente, 
alteram a vegetação. 
Bioma 
Vida (bio) 
Grupo (oma) 
A unidade da paisagem é determinada pelo conjunto de 
interações entre fauna e flora, especialmente vegetação. 
Ecossistema 
Casa (eco) 
Sistema (sistema) 
Conjunto de organismos que atuam em um determinado local, 
formando certa homogeneidade de vida. Conceito mais utilizado 
na biologia. 
Além de domínios morfoclimáticos e biomas, há uma terceira forma de agrupamento, que por ser 
majoritariamente utilizado nas ciências biológicas, terá peso secundário nesta aula. Trata-se do 
ecossistema, que nada mais é do que o conjunto de organismos que interagem em um determinado 
sistema. Por exemplo, a Mata Atlântica possui vários ecossistemas diferentes como florestas ombrófilas, 
florestas estacionais, manguezais, restingas, campos de altitude, entre outros. Embora guardem certas 
semelhanças devido à inserção no mesmo bioma, cada ecossistema é único. 
 
Biomas e Relevo no Brasil 
Para entendermos os biomas brasileiros, precisamos compreender – mesmo que de forma muito 
breve – as principais tipologias climáticas e topográficas das diferentes regiões do Brasil, pois estas 
exercem grande influência na configuração das paisagens naturais. Conforme afirmou Aziz Ab’Saber, 
clima, relevo e vegetação estão intimamente relacionados. Como é um assunto extremamente abrange 
e complexo, trataremos aqui somente os fatos com maior probabilidade de cair na prova do CACD1. 
Analisando o relevo do Brasil, podemos claramente diferenciar alguns dos maiores biomas do país. 
Em verde, na região norte, destaca-se a Amazônia, delimitada pelo planalto das Guianas (ao norte), pelo 
Planalto Central (ao sudeste), e pela Cordilheira dos Andes (a oeste). Podemos perceber a dimensão do 
Rio Amazonas – como ele é bem maior e expressivo do que todos os outros cursos d’água do Brasil; e 
também visualizar a verdadeira proporção da Planície Amazônica, onde situam-se os igapós e as matas de 
várzea. 
 
1 Para uma análise cientificamente séria, precisaríamos analisar – além do clima e do relevo – fatores como geologia, pedologia, 
entre outros; mas estas outras abordagens não costumam cair no CACD. 
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5 
 
Na porção central do Brasil, destaca-se o Cerrado, estrategicamente posicionado nas regiões mais 
altas do país, mais especificamente no Planalto Central, no Planalto do Maranhão-Piauí, no Planalto 
Meridional, na Serra do Espinhaço e em demais planaltos interioranos; em suma, no imenso conjunto de 
elevações denominado simplesmente de Planalto Brasileiro. Não por acaso, é justamente no Cerrado, 
bioma de altas altitudes, onde nascem os principais rios brasileiros: o Rio São Francisco, o Rio Paraná, e os 
rios Tocantins-Araguaia. 
Quase como uma extensão natural do Cerrado, a Caatinga também situa-se, grosso modo, em 
regiões altas protagonizadas pelo Planalto da Borborema2 e pelas serras do Maranhão e do Piauí, onde 
também se funde com o Cerrado. No entanto, uma relevante porção da Caatinga localiza-se na Depressão 
Sertaneja e no Vale do Rio São Francisco, regiões topograficamente mais baixas. De forma geral, existe 
Caatinga tanto nas planícies quanto nos planaltos. 
 
2 Durante um tempo, cientistas sugeriram que a “culpa” da seca no nordeste seria do Planalto da Borborema, que 
barraria as massas de ar. No entanto, tal hipótese foi contestada. Na verdade, a seca ocorreria 
independentemente da presença desta forma geográfica, pois devido à pressão atmosférica, de qualquer maneira 
o sertão nordestino não seria abrangido por massas de ar relevantes. 
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Próximo ao Oceano Atlântico, em quase toda a costa do Brasil, as Planícies Costeiras abrigam 
principalmente a Mata Atlântica – do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, onde a paisagem 
diferencia-se bastante do Cerrado e da Caatinga evidenciados no interior continental. Nas regiões sul e 
sudeste, a Mata Atlântica também encontra-se nos planaltos e chapadas da Bacia do Paraná, na 
Depressão Periférica entre São Paulo e Paraná, e nas demais áreas de planalto, o que Aziz Ab’Saber 
chamou de Mares de Morros. De forma geral, a Mata Atlântica ocorre em planícies no litoral e em 
planaltos no interior continental. 
 Por fim, o Pantanal e o Pampa guardam duas semelhanças: ambos ocupam cerca de 2% do 
território nacional e estão situados principalmente em regiões relativamente planas. O primeiro na bacia 
sedimentar do Rio Paraguai, e o segundo nas planícies do Rio Uruguai. 
Recursos minerais no Brasil 
Recurso natural pode ser definido como “qualquer elemento ou aspecto da natureza que esteja 
em demanda, seja passível de uso ou esteja sendo usado pelo Homem, direta ou indiretamente, como 
forma de satisfação de suas necessidades físicas e culturais em determinado tempo e espaço” [fonte]. 
Engloba, portanto, todos os elementos da atmosfera (ar), litosfera (rochas+solo) e hidrosfera (água) que 
possam ser usados pelo homem. Já que vamos falar sobre energia e uso do solo em outros itens, 
foquemos agora nos recursos hídricos e nos recursos minerais do Brasil, temas que possuem maior 
probabilidade de cair no CACD 
Os recursos minerais possuem importância estratégia para o Brasil, desde o período colonial – 
quando eclodiu o ciclo do ouro no século XVII – até os dias atuais. De acordo com o Departamento 
Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM), os principais minerais metálicos extraídos no Brasil são: alumínio, 
cobre, estanho, ferro, manganês, nióbio, níquel e ouro. Conforme o gráfico abaixo: [fonte]. 
De acordo com o DNPM, O valor da produção comercializada dessas oito substâncias totalizou 67,5 
bilhões de reais, com destaque para a expressiva participação do ferro nesse montante, cuja produção é 
concentrada, principalmente, nos estados de Minas Gerais (Quadrilátero Ferrífero) e Pará (sudeste do 
estado). 
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Exportado principalmente para a China, o ferro é o 
principal carro-chefe da exploração mineral no Brasil, 
correspondendo a mais de 50% do valor das exportações e 
também, à mais de 60% do valor da produção mineral total no 
país. Em seguida, os minerais mais exportados são alumínio, 
cobre, e ouro. Destacando-se como líder incontestável, a China 
comprou US$ 8 bilhões do Brasil, número bastante superior ao 
segundo colocado, Países Baixos, que comprou “apenas” US$ 
1,5 bilhões em minério brasileiro. Além destes países, o Brasil 
exportou mais US$ 1 bilhão para os Estados Unidos, Japão, e 
Canadá. O mapa abaixo ilustra estas relações [fonte]: 
É possível notar, que todos os principais países compradores são potências centrais 
industrializadas e desenvolvidas, o que corrobora o padrão de Divisão Internacional do Trabalho 
discutido nas nossas primeiras aulas, o qual insere o Brasil como país exportador de commodities. Em 
relação ao território interno, o mapa abaixo evidencia que o centro-sul de Minas Gerais e o leste do Pará 
são as principais regiões produtoras de minério do Brasil. A Bahia e o norte de Goiás também são 
bastante expressivos. [fonte]. 
 
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Agora que você já sabe quais são os principais recursos minerais produzidos no Brasil, quais são os 
principais destinos de exportação, e as quais são as principais regiões produtoras, que tal resumir estas 
informações e ainda aprender para que serve cada mineral? Segue tabela-resumo abaixo. 
Resumão dos Recursos Minerais no Brasil 
Mineral 
Produção no Brasil 
Para que serve o mineral? [fonte] % do 
valor 
total 
Principais 
regiões 
produtoras 
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Ferro 62% 
Minas Gerais 
(Quadrilátero 
Ferrífero) e 
sudeste do 
Pará. 
O ferro é o mais comum, o mais barato e o mais importante dos 
metais. É usado em um enorme número de produtos, 
principalmente quando transformado em aço. 
Ouro 14% 
Minas Gerais, 
Pará, e norte de 
Goiás. 
O ouro, que todos conhecem e apreciam tanto, é usado 
principalmente em moedas e joias, mas também em instrumentos 
científicos e em equipamentos eletrônicos. 
Cobre 10% 
Sudeste do 
Pará. 
O cobre, bom condutor de calor e eletricidade, é usado em fios 
elétricos, na fabricação de bronze e latão, em defensivos 
agrícolas, tratamento da água e em objetos ornamentais. 
Alumínio 5% Leste do Pará. 
O alumínio tem mais de 4 mil aplicações diferentes, sendo usado 
em navios, automóveis, aviões, utensílios domésticos (como 
panelas), embalagens, tintas, esquadrias de janelas, abrasivos, 
cimento, refino do petróleo, tijolos refratários e explosivos. 
Níquel 5% 
Norte de Goiás 
e sul da Bahia. 
O níquel serve principalmente para obtenção de aço inoxidável 
e de outras ligas resistentes à corrosão. É empregado também 
em moedas, cerâmicas, ímãs, alto-falantes, automóveis, 
revestimentos de outros metais, reatores nucleares, baterias, 
catalisadores e outros usos. 
 
Biomas e Clima no Brasil 
 Assim como o relevo, o clima possui estreita relação com os biomas. Se visualizarmos rapidamente 
os principais climas do Brasil – equatorial, tropical, tropical de altitude, subtropical, semiárido, e 
litorâneo3 – constataremos que as suas distribuições geográficas são bem semelhantes aos biomas 
brasileiros, e também ao relevo. 
No clima equatorial, abrangido pela Amazônia, encontram-se os maiores índices pluviométricos 
do território nacional – isto é, chove bem mais que nas outras áreas do país. Em algumas áreas da 
Amazônia Ocidental e da foz do Amazonas, a precipitação passa de 3.000mm anuais, quase seis vezes 
mais que nas regiões mais secas da Caatinga. Nesta região, não há períodos de seca, predominando a 
umidade no ano todo. No entanto, em partes da Amazônia, como no centro do Pará e no norte do Mato 
Grosso, ocorrem curtos períodos de seca que duram de um a três meses. No clima equatorial amazônico, 
a amplitude térmica é mínima. 
 
3 Esta classificação pode mudar de acordo com os critérios estabelecidos. Não se trata aqui, no 
entanto, de fazer uma distinção conceitual, mas sim, de comparar os diferentes climas com os biomas 
brasileiros. Até porque geografia física não é o ponto forte do CACD. 
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No centro do país, no Cerrado, predomina o clima 
tropical, onde a precipitação média anual varia entre 
1000 e 2000 milímetros anuais, menos que a Amazônia e 
que a Mata Atlântica e mais que a Caatinga, ocorrendo de 
quatro a cinco meses secos. Neste caso, as estações do 
ano são bem definidas. Exceto por apresentar um pouco 
menos de precipitação, o Pantanal também possui clima 
muito semelhante ao do Cerrado, com relativa amplitude 
térmica e estações bem definidas. 
O clima tropical de altitude, conforme o nome 
sugere, representa as mesmas características do clima 
tropical, porém, com um fator adicional: as elevadas 
altitudes proporcionadas pelo conjunto de serras e 
morros observados no nordeste de São Paulo e no centro-
sul de Minas Gerais, que em grande parte, são dominadas 
pela Mata Atlântica. Neste caso, devido à grande 
elevação, as temperaturas são mais baixas do que as observas no restante do clima tropical. É 
importante ressaltar que além do tropical de altitude, a Mata Atlântica ainda abrange os climas 
subtropical e litorâneo, que são bastante distintos. O clima litorâneo é caracterizado pela grande 
umidade, pela forte ação das massas de ar oceânicas, e pela elevada precipitação. As temperaturas 
costumam ser mais elevadas que as observadas no restante do clima tropical. 
O clima subtropical é bastante diferente do restante do Brasil. Nele, encontram-se as maiores 
amplitudes térmicas do país, com verões excessivamente quentes e invernos com temperaturas mínimas 
médias podendo chegar a valores abaixo de zero. É nestas condições que se desenvolve a Floresta 
Ombrófila Mista, ou a Mata de Araucárias, que também faz parte da Mata Atlântica. 
Devido às grandes diferenças climáticas, a precipitação na Mata Atlântica pode variar bastante. 
Nas regiões sul e sudeste, não há estações secas: embora o período compreendido entre maio a agosto 
seja menos chuvoso, não há o ressecamento de cursos d’água nem a falta absoluta de chuvas em nenhum 
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11 
 
Acima, esquematização de Bacia 
Hidrográfica: toda a água drena 
para um mesmo ponto. Abaixo, 
principais bacias hidrográficas do 
Brasil. 
mês. O grande contraste ocorre na região nordeste, onde o litoral de Mata Atlântica atinge valores 
superiores à 2000mm de chuvas, enquanto o interior de Caatinga chega ao extremo de 600mm anuais. 
As regiões menos chuvosas do Brasil encontram-se na Caatinga, no sertão nordestino, no clima 
tropical semiárido, caracterizado pela escassez e pela irregularidade de chuvas. Nesta porção do país, 
ocorrem mais de nove meses secos anuais, com algumas áreas chovendo menos de 600mm por ano. No 
entanto, como a amplitude térmica é baixa, as estações são mal definidas; inclusive, o sertanejo costuma 
dividir o ano simplesmente em “época chuvosa” e “época seca”. 
 
Biomas, Bacias, e Regiões Hidrográficas no Brasil 
Entender a formação das regiões hidrográficas é 
bastante simples: ao contrário dos biomas e domínios 
morfoclimáticos, que levam em consideração o conjunto dos 
fatores dos meios físico e biótico, as bacias hidrográficas 
possuem como critério simplesmente a drenagem de água. 
Grosso modo, bacia hidrográfica é o conjunto de rios oucórregos cuja drenagem chega em um mesmo curso d’água 
por ação gravitacional. Por exemplo, toda a água precipitada 
dentro da bacia do Rio Amazonas, 
seja no Rio Amazonas ou não, 
necessariamente vai desaguar neste 
curso d’água principal. A água 
comporta-se, deste modo, 
literalmente como uma “bacia” de 
plástico: não importa o ponto da 
“bacia” que a água caia, esta vai 
sempre para o fundo da mesma. No 
final, todos os rios deságuam no 
oceano. 
No Brasil, a principal bacia 
hidrográfica é do Rio Amazonas 
(região norte), que ocupa cerca de 1/3 
do território do país e constitui o 
principal modal de transporte dos 
estados da Amazônia. Além do Brasil, 
a bacia abrange Bolívia, Peru, Guiana 
Francesa, Guiana, Colômbia e 
Venezuela, constituindo assim, a 
maior bacia hidrográfica do mundo. 
Já na região nordeste – conhecida 
pela “indústria da seca” – o Rio São 
Francisco é, de longe, o principal 
curso d’água, que embora inserido no 
“polígono das secas”, é responsável 
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12 
 
Nem todo o território brasileiro faz parte das grandes bacias, mas todo o território é abrangido pelas 
regiões hidrográficas da ANA, mesmo as pequenas bacias. 
pelas fontes de água e energia de inúmeros municípios da Caatinga. Ainda no eixo norte-nordeste, 
também destacam-se as bacias dos Rios Tocantins-Araguaia e do Rio Parnaíba, os primeiros 
compreendendo os estados de Mato Grosso, Tocantins, Goiás e Pará, inseridos principalmente no 
Cerrado; e o segundo, principalmente o estado do Piauí, já no bioma Caatinga. Nas regiões sul, sudeste e 
centro-oeste, a principal bacia é a do Rio do Prata, que desagua no Uruguai. Esta bacia é composta por 
cursos d’água estratégicos como o Rio Paraguai (Mato Grosso do Sul e Paraguai, e que forma o Pantanal), 
Rio Uruguai (Rio Grande do Sul e Uruguai, região do Pampa), e Rio Paraná (São Paulo, Mato Grosso do 
Sul, Paraná, e Argentina, onde no Brasil, predomina a Mata Atlântica) (imagem ao lado). Nesta bacia 
encontra-se a maior hidrelétrica do Brasil, a de Itaipu. No Rio de Janeiro, ainda na Mata Atlântica, a 
principal bacia é a do Rio Paraíba do Sul, que nasce no Vale do Paraíba paulista. Posteriormente, veremos 
as características detalhadas de cada uma destas bacias. 
No entanto, nem todo o 
território brasileiro é englobado 
pelos grandes rios. De acordo com 
regionalização elaborada pela 
Agência Nacional de Águas (ANA), a 
maior parte do litoral brasileiro é 
abrangida por pequenas bacias que 
drenando para o Oceano Atlântico, 
dão origem às regiões hidrográficas 
de Atlântico Nordeste Ocidental 
(principalmente Maranhão), 
Atlântico Nordeste Oriental (do 
Piauí até Alagoas, passando por 
Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba 
e Pernambuco), Atlântico Leste 
(Sergipe, Bahia, Minas Gerais 
Espírito Santo), e Atlântico 
Sudeste (Espírito Santo, Minas 
Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo), 
e Atlântico Sul (Paraná, Santa 
Catarina e Rio Grande do Sul). 
Parece confuso, mas olhando o 
mapa fica mais fácil de entender 
(imagem ao lado) 
Deste modo, enquanto a bacia hidrográfica constitui uma compartimentação física do território, a 
região hidrográfica consiste em uma unidade administrativa criada pelo governo brasileiro, mais 
especificamente pela Agência Nacional de Águas (ANA). Por isso, conforme veremos adiante, as regiões 
hidrográficas do Atlântico abrangem mais de uma bacia [fonte]. 
É preciso salientar também, que não por acaso, na maioria das vezes, as bacias e regiões 
hidrográficas “coincidem” com os biomas e as regiões do brasil, como por exemplo: Rio Amazonas 
(Amazônia e Região Norte); Rio Paraná (Mata Atlântica e Região Sudeste); Rio Paraguai (Pantanal); Rios 
Tocantins-Araguaia e Paraná (Cerrado e Região Centro-Oeste); Rios São Francisco e Parnaíba (Caatinga e 
Região Nordeste). Esta “coincidência” ocorre porque vegetação, clima, relevo, solo, e hidrografia são 
fatores intimamente relacionados. 
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13 
 
Biomas e Unidades da Federação 
Vimos na aula de formação territorial do Brasil que a regionalização oficial do Brasil elaborada pelo 
IBGE leva em consideração, além de distinções socioeconômicas, critérios físicos como relevo, clima, e 
vegetação. Assim, não é por acaso que cada região possui um bioma predominante. Comparando as 
regiões e os biomas brasileiros, é fácil identificar, por exemplo, que a Amazônia está concentrada 
principalmente na região norte, conforme a imagem a seguir: 
Distribuição de Biomas na Região Norte (% do território original) 
 
A região norte é a mais homogênea do país: de acordo com dados do IBGE [fonte], e 
desconsiderando as áreas desmatadas, os estados Acre, Amapá, Amazonas, Pará, e Roraima estão 100% 
inseridos no bioma amazônico. A exceção regional fica por conta de Tocantins, que até 1988 fazia parte 
da região centro-oeste juntamente ao território de Goiás, e que possui maioria absoluta de cerrado. 
Conforme veremos adiante, embora o desmatamento da Amazônia seja um problema latente – sobretudo 
por causa da ação de garimpeiros, madeireiros, e agropecuários o bioma está relativamente bem 
conservado, sendo cobiça internacional. Veremos agora a situação da região nordeste por estado: 
Distribuição de Biomas na Região Nordeste (% do território original) 
 
Na região nordeste, embora predomine a Caatinga na maioria dos estados (especialmente no 
Ceará, no Rio Grande do Norte e na Paraíba, onde esta cobertura ultrapassa os 90%), também há forte 
presença de Mata Atlântica e Cerrado. A primeira, situada no litoral, na região da Zona da Mata; e o 
Cerrado, principalmente no interior sertanejo. Conforme veremos adiante, no Maranhão, onde predomina 
o ecossistema Meio-Norte, é fisiograficamente distinto dos demais estados, sendo caracterizado por uma 
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composição mista entre Amazônia, Cerrado e Caatinga. Trata-se de uma região com sérias 
vulnerabilidades sociais, e também alvo da expansão das fronteiras agrícolas. 
As macrorregiões oficiais do IBGE “coincidem” com os biomas do Brasil. 
Nas regiões sul e sudeste (imagem abaixo), há uma clara predominância da Mata Atlântica – 
embora este bioma também seja bastante expressivo no litoral nordestino. Estados de Espírito Santo, 
Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná possuem todo ou quase todo território inserido nesta tipologia. 
As distinções ocorrem no Rio Grande do Sul – território majoritariamente inserido no Pampa que também 
se estende para Uruguai e Argentina –, e pela faixa de transição formada por São Paulo e Minas Gerais, 
onde há também, a presença de cerrado. Por se tratar de uma área altamente industrializada e 
antropizada – onde Milton Santos chamou de “Região Concentrada” – a preservação e a conservação da 
Mata Atlântica, já desmatada historicamente, torna-se uma necessidade latente. 
Distribuição de Biomas nas regiões Sul e Sudeste (% do território original) 
Por fim, o Centro-Oeste (imagem abaixo), conhecido pela agropecuária mecanizada e por abrigar 
a capital federal, é predominantemente composto por Cerrado; com exceção do norte do Mato Grosso, 
região de predominância amazônica. Trata-se de um dos biomas mais desflorestados do país, o que põe 
em risco a biodiversidade e a soberania dos povos do Cerrado. 
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Distribuição de Biomas na Região Centro-Oeste (% do território original) 
 Veremos nos itens abaixo, cada um destes biomas separadamente, levando em consideração suas 
principais características físicas e antrópicas. 
 
AMAZÔNIA 
Característicasnaturais da Amazônia 
De acordo com o Ministério do Meio 
Ambiente (MMA), a Amazônia (ou Hiléia 
Amazônica) é o maior bioma do Brasil, 
ocupando um território de mais de quatro 
milhões de milhões de quilômetros quadrados. 
Neste bioma existem 2.500 espécies de 
árvores (ou um-terço de toda a madeira 
tropical do mundo) e 30 mil espécies de 
plantas (das 100 mil da América do Sul). A 
bacia amazônica é a maior bacia hidrográfica 
do mundo, cobrindo cerca de seis milhões de 
quilômetros quadrados e possuindo cerca de 
1.100 afluentes. O Rio Amazonas lança ao mar 
cerca de 175 milhões de litros d’água a cada 
segundo. Ainda de acordo com o MMA, a 
Amazônia possui a maior reserva de madeira 
tropical do planeta. Seus recursos naturais – 
que, além da madeira, incluem enormes 
estoques de borracha, castanha, peixe e minérios, por exemplo – representam uma abundante fonte de 
riqueza natural. A região abriga também grande riqueza cultural, incluindo o conhecimento tradicional 
sobre os usos e a forma de explorar esses recursos naturais sem esgotá-los nem destruir o habitat natural 
[fonte]. Além disso, a Amazônia possui vital relevância na questão do aquecimento global: de acordo 
com estudos, abriga 14% do carbono assimilado por fotossíntese e abriga 17% de todo o carbono estocado 
em vegetação em todo o planeta [fonte]. Trata-se, portanto, de uma grande fonte de sequestro de 
carbono. 
Além do Brasil, o bioma amazônico abrange vários países da América do Sul, como Venezuela, 
Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Guiana, Suriname, e Guiana Francesa. Além de ser o maior bioma 
brasileiro, também é o maior bioma colombiano, peruano e dos três países do Planalto das Guianas. No 
Brasil, além dos estados do Amazonas, ocupa Pará, Acre, Rondônia, Amapá, Roraima, Maranhão, 
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Tocantins e Mato Grosso. A Amazônia é limitada a oeste pela Cordilheira dos Andes (com elevações de 
até 6000 m), a norte pelo Planalto das Guianas (com picos montanhosos de até 3000 m), ao sul pelo 
Planalto Central (altitudes típicas de 1200 m) e a leste pelo Oceano Atlântico, por onde toda a água 
captada na bacia escoa para o mar [fonte]. 
Com base nas diferenças de topografia, a Amazônia possui principalmente três ecossistemas 
distintos: o igapó, a várzea, e a terra firme. O igapó é parte da floresta que se assenta sobre os níveis 
inferiores, onde o solo está mais inundado. A várzea ocupa a área de média altitude do relevo, onde as 
inundações são periódicas. Já a terra firme corresponde aos trechos livres de inundação, onde encontram-
se espécies arbóreas mais desenvolvidas e trechos mais densos de floresta. Nota-se, portanto, que ao 
contrário do que prega o senso comum, a Amazônia não é totalmente plana, possuindo trechos de 
grande altitude como o Monte Roraima (RR) e o Pico da Neblina (AM). 
Os três principais ecossistemas amazônicos com base nas distinções de topografia. 
Bacia e Região Hidrográfica Amazônica 
A bacia do Rio Amazonas é a maior do mundo, ocupando uma área de mais 
de seis milhões de quilômetros quadrados, correspondendo à 46% do território 
nacional. Este grande curso d’água recebe influência direta do clima 
equatorial, com chuva todos os meses, o que garante uma expressiva 
vazão de água, cerca de 100.000 m³/s despejados no Oceano 
Atlântico. Somente o Rio Amazonas é responsável por 20% da 
água despejada em oceanos no conjunto de todos os rios do 
planeta4. 
Devido ao seu baixo desnível, o Rio 
Amazonas é amplamente utilizado para 
navegação, constituindo a principal rota de 
transporte da região norte. Não por acaso, as 
principais cidades da região – tais como Manaus (AM), 
Belém (PA), ou Santarém (PA) – estão localizadas ao 
longo de seu curso. No contexto populacional, as capitais 
Manaus, Rio Branco, Porto Velho, Boa Vista, 
Macapá, bem como os municípios de Santarém (PA) e 
 
4 GARCIA, Carlos Hélio; Garavello, TITO MARCIO. Geografia do Brasil. 
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Sinop (MT) são os centros urbanos que mais se destacam dentre os 304 municípios da Região Hidrográfica 
Amazônica. Em 2010, a população desta região hidrográfica era de 9.694.728 habitantes (5,1% da 
população do País); porém, a densidade demográfica era de apenas 2,51 hab/km² [fonte]. 
O Amazonas também possui importantes afluentes como o Rio Xingu (Pará), onde está sendo 
construída a Usina de Belo Monte (que quando concluída deverá ser a terceira maior do mundo e a 
segunda maior do país). Ainda no Pará, o Rio Tapajós, importante afluente do Amazonas, também 
receberia uma usina hidrelétrica, mas após pressões de indígenas e movimentos sociais, cancelou a licença 
em 2016 [fonte]. No Amazonas, destacam-se os afluentes Rio Negro e Rio Solimões; que por estarem 
situados ao norte do estado – onde as precipitações são mais elevadas – encontram-se com suas margens 
bastante preservadas. O Rio Madeira, no entanto, é bastante aproveitado. Neste curso d’água foram 
recentemente construídas as hidrelétricas de Jirau (operação a partir de 2013) e Santo Antônio (operação 
a partir de 2012), que quando concluídas, deverão figurar entre as maiores do Brasil [fonte; fonte]. 
 
É na bacia do Rio Amazonas que se 
encontra o maior aquífero do mundo: o Alter 
do Chão, descoberto pelos cientistas em 2010. 
A reserva subterrânea está localizada sob os 
estados do Amazonas, Pará e Amapá e tem 
volume de 86 mil km³ de água doce, o que seria 
suficiente para abastecer a população mundial 
em cerca de 100 vezes. Em termos 
comparativos, a reserva Alter do Chão tem 
quase o dobro do volume de água potável que 
o Aquífero Guarani, com 45 mil km³ de volume, 
e até então considerado o maior do país, passando pela Argentina, Paraguai e Uruguai [fonte]. Embora 
esteja situado longe dos grandes centros consumidores, o Aquífero Alter do Chão – ao contrário do 
poluído Guarani – possui água limpa e potável, o que demanda menos tratamento químico e facilita a sua 
utilização. 
 
O estabelecimento da Amazônia Legal 
De acordo com o governo federal, a Amazônia Legal 
ocupa 61% do território brasileiro, englobando os estados 
do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, 
Roraima, Tocantins e parte do estado do Maranhão; 
também possuindo 12,4% da população nacional e 55,9% da 
população indígena brasileira (conforme mapa ao lado) 
[fonte]. 
Ao contrário do bioma ou da bacia hidrográfica 
referentes à Amazônia, que consistem em agrupamentos do 
meio físico-biótico, a Amazônia Legal é uma unidade 
administrativa criada pelo governo brasileiro, e 
estabelecida por meio do Plano de Valorização Econômica 
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Látex da seringueira 
Castanha do Pará 
da Amazônia (Lei nº1806/ 1953). De acordo com esta lei, a Amazônia Legal tem o objetivo de “incrementar 
o desenvolvimento da produção extrativa e agrícola pecuária, mineral, industrial e o das relações de 
troca, no sentido de melhores padrões sociais de vida e bem-estar econômico das populações da região e 
da expansão da riqueza do país.” Tal conceito jurídico-geográfico foi amplamente utilizado pela 
Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) criada posteriormente em 1966. 
Ao longo do tempo, no entanto, a delimitação da Amazônia Legal sofreu diversas alterações, as 
quais não entraremos em detalhes. É importante saber, contudo, que o perímetro mais recente e 
definitivo é datado de 1988, quando a Constituição Federal criou os estados de Tocantins (antigo território 
de Goiás), Amapá e Roraima; estes últimos, antigos territórios federais. 
As várias “Amazônias” 
Hiléia Sinônimode floresta amazônica 
Amazônia Internacional Bioma compreendido por vários países, cuja maior parte está no Brasil. 
Amazônia Legal Unidade administrativa criada pelo governo brasileiro para fins de planejamento. 
Bacia Amazônica Bacia hidrográfica do Rio Amazonas. 
Amazonas Unidade da federação (estado do Amazonas). 
 
Economia e impactos na Amazônia 
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a Amazônia 
possui mais de 80% de cobertura florestal original, sendo assim, um 
bioma bastante preservado e conservado [fonte]. Devido a este fato, 
historicamente a economia amazônica esteve atrelada ao extrativismo 
vegetal; isto é, à extração econômica de produtos da natureza. 
Conforme vimos nas aulas anteriores, a borracha extraída do 
látex das seringueiras amazônicas foi o principal produto regional no final 
do século XIX e início do século XX, tendo sido expressivo também 
durante a Segunda Guerra Mundial. Curiosamente, na década de 20, 
Henry Ford – produtor de carros que necessitava de 
borracha – adquiriu uma grande 
propriedade no Pará para plantar 
seringueiras, empreitada que fracassou. Hoje o local, que está abandonado, 
sendo conhecido como Fordlândia. Atualmente – sobretudo em estados 
como Acre, Amazonas e Rondônia – a borracha continua sendo produzida, 
mas em volume pouco significativo. 
Atualmente, com o fim dos ciclos da borracha, o extrativismo vegetal 
ocorre de forma mais significativa com outros produtos. Apesar do nome, a 
castanha-do-pará – conhecida no exterior como brazil nut – é extraída em 
vários estados como Amazonas e Tocantins e não só no Pará. O fruto é 
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Altamente impactante, o extrativismo mineral é bastante 
expressivo na Amazônia. Na foto, ex-garimpo de Serra Pelada 
(PA) 
obtido de forma primitiva nas partes altas da floresta (terra firme), sendo majoritariamente destinado à 
exportação: de acordo com pesquisadores da USP, somente 2% da castanha-do-pará é consumida no 
mercado nacional [fonte]. Outras espécies de extrativismo incluem: o guaraná, extraído no Amazonas e 
base para refrigerantes, estimulantes, e indústria farmacêutica; e o babaçu, extraído no Tocantins e no 
Maranhão, já nas proximidades do Cerrado, cujas amêndoas são aproveitadas na indústria de alimentos. 
O extrativismo mineral também é bastante expressivo 
na região amazônica: juntamente com o Maranhão, o Pará 
abriga o Programa Grande Carajás (PGC), uma extensa área de 
extração de ferro em meio aos rios Xingu, Tocantins e Araguaia; 
que começou a ser operada desde os anos 1970 pela Companhia 
Vale do Rio Doce (CVRD). Em Carajás (PA) situa-se a maior 
mina de ferro do mundo, responsável por grande parte das 
exportações brasileiras para a Europa e para a China. O Pará 
também é rico em ouro, manganês e bauxita. 
Durante os anos 1980, a descoberta de ouro em Serra 
Pelada (PA) atraiu cerca de 100 mil garimpeiros para a região. 
Estima-se que foram extraídas mais de 50 toneladas de ouro, de 
forma legal ou contrabandeada [fonte]. Com a promessa de 
ficarem ricos, garimpeiros trabalhavam de forma arriscada e 
insalubre, muitos inclusive morrendo em trabalho. Alguns 
enriqueceram, outros perderam tudo. No extremo-norte do 
Brasil, o estado de Roraima também ficou famoso pelo extrativismo mineral, principalmente de ouro e 
diamante. Durante os anos 1940, devido ao garimpo, o até então Território Federal de Rio Branco 
(posteriormente Território Federal de Rondônia) passou por um surto de crescimento urbano. 
Atualmente, no entanto, a maior parte da economia roraimense vem do setor de serviços. 
Ao contrário do extrativismo vegetal – que é menos prejudicial ao meio ambiente – o extrativismo 
mineral provoca grandes impactos. A extração de ouro, por exemplo, utiliza mercúrio para identificar e 
dar liga ao mineral; e sendo altamente poluente, o mercúrio contamina o solo, as águas, e o ar. As 
atividades garimpeiras também provocam o desmatamento e a consequente intensificação de processos 
erosivos, a contaminação de águas superficiais, a mortandade de peixes, e a poluição sonora. Além disso, 
o garimpo ilegal, muito frequente no Pará e em Roraima, tornou-se um grande problema no Brasil, pois 
ao contrário dos garimpos legalizados, neles não são aplicadas as devidas legislações ambientais. 
Garimpo ilegal no Pará. Atividade exerce grandes impactos no meio natural. 
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Ambientalistas Chico Mendes e Irmã Dorothy, assassinados 
na Amazônia. 
É comum a extração de minério em terras indígenas. Um estudo recente conduzido pela 
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA), mostra que, por 
exemplo, a contínua invasão ilegal de garimpeiros em seu território tem 
trazido graves consequências para a Terra Indígena Yanomami, em 
Roraima: algumas aldeias chegam a ter 92% das pessoas examinadas 
contaminadas por mercúrio [fonte]. 
Por mais contraditório que possa parecer, a 
agropecuária também é outro grande problema 
ambiental no bioma amazônico: apesar de ter 80% de 
floresta nativa preservada, é nas bordas da Amazônia 
onde se encontram as fronteiras agrícolas modernas. 
Inicialmente introduzida na região sul nos anos 1960, a soja 
passou para a região centro-oeste na década de 1970 – onde 
rapidamente se tecnificou e se projetou para o exterior –; e a 
partir dos anos 1990, para a região nordeste, onde 
estabeleceu-se entre a caatinga e o cerrado. Atualmente, no 
entanto, a soja expande-se no sentido de Rondônia, do norte do 
Mato Grosso, do Tocantins, e do sudeste do Pará, em pleno solo 
amazônico, o que poderá comprometer a qualidade ambiental da região. 
 Além disso, devemos ressaltar que conforme vimos nas aulas 
anteriores, o Pará abriga cerca de 8% do rebanho bovino brasileiro, também constituindo área de 
expansão da pecuária no Brasil. Do mesmo modo, Rondônia – que já está bastante desmatada – abriga 
mais de 6% do rebanho nacional, também sendo grande produtora de café robusta. A Amazônia, no 
entanto, possui solo pobre, de grande carga sedimentar, naturalmente impróprio para o cultivo em larga 
escala; que graças às modernas técnicas agronômicas, possibilitam a produção agrícola. 
 Apesar da expansão dos latifúndios na Amazônia, 
ainda predominam – principalmente nas comunidades 
ribeirinhas e indígenas – os cultivos de subsistência, 
destacando-se principalmente as produções de mandioca, 
milho, e animais para abate. Neste contexto, catalisados 
pelas grandes desigualdades, pela falta de fiscalização, pela 
grilagem de terras, e pela ação de grupos organizados, os 
conflitos de terra são uma realidade na Amazônia, 
principalmente no Pará. S egundo a Comissão Pastoral da 
Terra (CPT), o Pará é o estado com mais mortes e conflitos 
no campo, registrando 645 mortes 1985 e 2013. O número é 
quase cinco vezes maior que o registrado pelo segundo estado no ranking de assassinatos por questões 
fundiárias, o Maranhão, com 138 casos no mesmo período [fonte]. Exemplos notórios de assassinatos na 
Amazônia foram os dos ambientalistas Chico Mendes (assassinado em 1988 no Acre) e Dorothy Stang 
“Irmã Dorothy” (assassinada em 2012 no Pará). Estes problemas agrários são acentuados pela falta de 
suporte do governo, que sendo historicamente negligente com a reforma agrária, fornece mais benefícios 
políticos e creditícios aos grandes produtores do que aos pequenos. 
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Desmatamento e queimadas na Amazônia 
 Apesar de a Amazônia estar seriamente ameaçada pelas atividades antrópicas, o desmatamento 
caiu substancialmente entre 2004 e 2014 (veja o gráfico abaixo com dados oficiais do PRODES/INPE).Entre os motivos que acarretaram nesta diminuição estão: a implantação de programas governamentais 
como Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM); a melhoria da economia, que diminuiu as atividades 
ilegais na região; e, principalmente, a suspensão de crédito às empresas “desmatadoras” junto à 
certificação de carne e de soja que não viessem de áreas desmatadas [fonte]. 
Mesmo assim, juntamente com a grave crise econômica e política evidenciada nos últimos anos, o 
desmatamento voltou a crescer após 2014. Devido ao aumento do desmatamento, a Noruega – maior 
financiadora do Fundo Amazônia – resolveu, em ato questionador, diminuir drasticamente a verba 
destinada à proteção do bioma. O país nórdico já investiu quase R$ 3 bilhões em projetos de preservação e 
proteção de povos indígenas e da Amazônia – o Brasil recebia o equivalente a R$ 400 milhões por ano. 
[fonte]. 
O gráfico abaixo evidencia mais detalhes sobre a evolução do desmatamento no bioma [fonte]. 
Este monitoramento é feito por meio de uma parceria entre o Ministério do Meio Ambiente, o IBAMA, e o 
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que mantém conjuntamente o projeto PRODES. Este 
projeto realiza o monitoramento por satélites do desmatamento na Amazônia Legal e produz, desde 
1988, as taxas anuais de desmatamento na região, sendo usadas pelo governo brasileiro para o 
estabelecimento de políticas públicas. De acordo com o próprio PRODES, as taxas anuais são estimadas a 
partir dos incrementos de desmatamento identificados em cada imagem de satélite que cobre a 
Amazônia Legal [fonte]. Conforme este: 
 
 Embora o desmatamento tenha caído substancialmente entre 2004 e 2014, voltou a crescer nos 
últimos anos. Em 2019, atingiu o maior patamar em dez anos, representando um aumento de 29,54% em 
relação a 2018. 
 
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Aumento do arco do desmatamento 2018 – 2019 
O mapa ao lado evidencia, em tons de vermelho, as áreas 
mais afetadas pelo desmatamento no último ano. 
Perceba que há um “arco do desmatamento” formado por 
Pará, norte do Mato Grosso, Rondônia e Acre. 
Não por acaso, são áreas de expansão da fronteira 
agropecuária e, além disso, onde ocorrem os maiores 
focos de mineração e extração de madeira, legais ou 
ilegais. 
 
Aumento do desmatamento em terras indígenas 2018 – 2019 
Nas áreas indígenas, a perda de vegetação 
foi ainda mais intensa: entre 2018 e 2019, o 
desmatamento cresceu 74% nestas 
unidades [fonte]. 
Conforme evidencia o gráfico ao lado, com 
fontes do INPE, o desmatamento em terras 
indígenas vinha caindo desde 2018, porém, 
houve aumento exponencial entre 2018 e 
2019. 
Em 2019, o valor foi quase o dobro do 
registrado no ano anterior e quase o triplo 
do registrado em 2017. 
 
 Como se não bastassem as questões madeireiras, minerárias e agropecuárias, a Amazônia é o 
segundo bioma que mais sofre com queimadas no Brasil, atrás apenas do Cerrado – conforme do 
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Embora muitas vezes seja provocada por raios, a maior 
parte das queimadas está diretamente relacionada com atividades humanas como a queima de vegetação 
e a abertura de pastos; ou seja, com o mau uso do solo. 
 Em 2019, as queimadas na Amazônia ganharam projeção internacional, influenciando 
negativamente as relações Brasil-França e a imagem do Brasil no exterior. O presidente francês Emannuel 
Macron, que também é Chefe de Estado da Guiana Francesa, um território amazônico, condenou 
publicamente a postura do Brasil em relação à gestão do bioma; chegando, inclusive, a sugerir “status 
internacional” para a Amazônia. Por sua vez, o presidente Jair Bolsonaro tem adotado uma postura 
soberanista e rebatido às criticas e pretensões internacionalistas do chefe francês. Diante dos impasses, o 
G7 ofereceu uma ajuda de R$ 90 milhões de reais para o bioma amazônico, auxílio negado pelo Brasil 
[fonte; fonte]. 
 Apesar das paixões políticas que o assunto gera (não é intuito deste PDF polemizar), dados 
históricos do INPE indicam que o número de queimadas ficou dentro do padrão em 2019 [fonte]. 
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23 
 
Portanto, apesar do aumento expressivo do desmatamento na Amazônia (conforme vimos acima) as 
queimadas ficaram dentro do esperado – ainda que este padrão não seja necessariamente baixo. Os anos 
com mais focos de queimadas foram 2007 e 2010, e não 2019. Na verdade, a quantidade de focos é 
basicamente a mesma desde 2012. 
 
 Apesar dos números relativamente estáveis de queimadas no território brasileiro, outros países 
amazônicos sofreram com o problema nesta temporada seca de 2019. Na Bolívia, por exemplo, houve 
mudanças na legislação para permitir que agricultores limpem mais terras do que antes por meio de 
queimadas controladas, ampliando a permissão de 5 para 20 hectares; fato que, consequentemente, 
elevou o número de focos na Amazônia boliviana [fonte]. Na mesma época, o governo do Paraguai 
decretou estado de emergência por conta das queimadas que, predominantemente, ocorreram próximas 
à fronteira brasileira [fonte]. Por meio das correntes de ar, a fumaça proveniente destas queimadas 
chegou a São Paulo, fazendo com que o dia escurecesse na capital paulistana [fonte], fato que provocou o 
acirramento dos debates sobre o assunto no Brasil. 
 
Geopolítica da Amazônia: a questão da biopirataria 
O aumento da biotecnologia e das pesquisas em produtos farmacêuticos e alimentícios 
evidenciaram a relevância da biotecnologia no século XXI. Cada vez mais, o acesso ao material genético 
vai tornando-se cada vez mais estratégico, caracterizando assim, um novo elemento no jogo geopolítico 
global. De acordo com estudo acadêmico [fonte], o Brasil possui a maior biodiversidade do mundo, 
concentrando entre 15% a 20% do número total de espécies do globo. Neste contexto, a Amazônia vai 
ganhando projeção internacional. Empresas multinacionais – especialmente europeias e japonesas – vêm 
concentrando seus esforços para a apropriação de conhecimentos de comunidades tradicionais como 
indígenas, ribeirinhos, e agricultores. 
O que é biopirataria? 
É a apropriação de conhecimentos e de recursos genéticos de comunidades tradicionais, agricultores e 
indígenas, por indivíduos, instituições e empresas que procuram o controle exclusivo do monopólio sobre seus 
recursos e conhecimentos. [fonte] 
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24 
 
Cupuaçu 
Açaí 
Neste sentido, várias empresas europeias e asiáticas têm 
registrado patentes de produtos da Amazônia. Um dos casos mais 
polêmicos é o do cupuaçu, fruto típico do bioma, que foi registrado no 
Japão em 1998 pelas multinacionais Asahi Foods e Cupuaçu International. O 
Brasil só descobriu a patente em 2002, quando uma cooperativa de 
produtores de doces foi impedida de exportar derivados da fruta com esse 
nome para a Alemanha. Em 2008, após intensos esforços de advogados e 
embaixadores brasileiros, o registro do cupuaçu foi cancelado, voltando a 
ser genuinamente brasileiro [fonte]. 
Em 2011, o IBAMA notificou cerca de 30 instituições de pesquisa e 70 
empresas – muitas delas multinacionais que atuam no Brasil – investigadas 
por coleta ilegal de material genético da biodiversidade. Segundo o Ibama, 
as investigações indicam um "volume gigantesco" de elementos da 
biodiversidade brasileira enviados ilegalmente para o exterior por empresas 
dos ramos de cosméticos, medicamentos, alimentos e biotecnologia [fonte]. 
O açaí, fruto largamente consumido na região norte, também passou 
pelo mesmo problema: estava desde 2003 registrado no Japão como marca de 
propriedade da empresa K.K. Eyela Corporation. Somente em 2007, apósesforços de autoridades brasileiras, o açaí voltou a ser propriedade nacional 
[fonte]. Em 2006, o governo brasileiro divulgou a Lista Não-Exaustiva de Nomes Associados à 
Biodiversidade de Uso Costumeiro no Brasil; uma lista com aproximadamente 3.000 nomes científicos 
de espécies da flora nacional, para evitar registros indevidos de nomes de uso comum no país, como por 
exemplo, “açaí” e “cupuaçu”. 
 
Geopolítica da Amazônia: o controle de fronteiras 
Sabemos que o controle de fronteiras é essencial para a soberania nacional. Na Amazônia, 
contudo, este monitoramento é especialmente delicado por dois motivos: primeiramente, dos 17 mil 
quilômetros de fronteiras brasileiras, nove mil estão na Amazônia [fonte; fonte]; ou seja, quase a 
metade. Além da extensa linha de fronteira, a densa floresta e o vazio demográfico dificultam o 
monitoramento efetivo destas áreas. Na imensidão da floresta, é fácil escoar drogas e produtos de 
contrabando, especialmente na tríplice fronteira com Peru e a Colômbia, que são os maiores produtores 
de cocaína do mundo. Só em Manaus, principal destino dos entorpecentes que entram pela fronteira, o 
volume de drogas apreendidas cresceu nada menos que 1.324% entre 2011 e 2015 de acordo com a 
Secretaria de Segurança do Amazonas [fonte]. 
Apesar das falhas operacionais, o governo brasileiro admite a importância da região amazônica 
para a soberania nacional. Nos anos 1970, o governo militar empreendeu o Projeto Radam (Projeto 
Radar da Amazônia) (1970-1985), que visava a coleta de dados sobre recursos minerais, solos, vegetação, 
uso da terra e cartografia da Amazônia. O projeto RADAM recomendou, ao final, a criação 35 milhões de 
hectares de unidades de conservação de proteção integral e mais 71 milhões de hectares de uso 
sustentável na Amazônia [fonte]. 
 
 
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Na imensidão da Amazônia (foto) fica difícil controlar o fluxo de mercadorias ilegais. 
Em 1985, após a redemocratização do país, foi empreendido do Projeto Calha Norte (1985). Com 
intensa participação das Formas Armadas, o projeto busca ocupar militarmente as fronteiras amazônicas. 
Inicialmente desenvolvido apenas ao norte do Rio Amazonas, o Calha Norte está presente também na Ilha 
do Marajó (PA) e na região ao sul da bacia do Amazonas, alcançando os limites dos estados de Rondônia e 
Mato Grosso. Atualmente, o Programa abrange 194 municípios em seis Estados da Federação (Acre, 
Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima) [fonte]. 
Em 2002, o governo implantou o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras 
(SISFRON). Trata-se de um projeto do Exército para aprimorar o patrulhamento e o controle das 
fronteiras do país. No entanto, o SISFRON só cobre 660 quilômetros, cerca de 4% das fronteiras nacionais, 
o que põe em xeque a sua real eficácia. [fonte]. 
Um dos mais importantes projetos neste sentido foi o estabelecimento do Sistema de Vigilância 
da Amazônia (SIVAM) (2002), o qual faz parte do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM). Este 
sistema é responsável pelo controle ambiental do bioma, envolvendo ações como o controle do tráfego 
aéreo, o monitoramento das condições meteorológicas, o controle de ações de contrabando, entre outros. 
[fonte]. 
Sede do SIVAM em Manaus (AM), inaugurado em 2002: infraestrutura majestosa e tecnologia de ponta. Sistema de capital estrangeiro diminuiu o 
desmatamento, mas irritou nacionalistas. 
Um dos pontos mais polêmicos do SIVAM diz respeito ao seu financiamento, que é feito por meio 
de um convênio entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos. A utilização de verba e tecnologia 
estrangeira neste empreendimento catalisou as discussões sobre a soberania nacional [fonte]. Esta 
desconfiança com o capital estrangeiro ocorre desde pelo menos o final do século passado, quando vários 
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líderes políticos, entre eles Mikhail Gorbachev (URSS), Al Gore (EUA), e François Mitterrand (França), 
questionaram a capacidade do Brasil de preservar a Amazônia. Para o ex-vice-presidente norte-americano 
Al Gore, “ao contrário do que os brasileiros pensam, a Amazônia não é só deles, mas de todos nós” 
[fonte]. Não cabe aqui fomentar o debate da internacionalização do bioma: no entanto, é importante 
saber que dadas as possíveis pretensões estrangeiras na Amazônia, o estabelecimento do SIVAM, de 
financiamento norte-americano, foi visto com extrema desconfiança por vários setores da sociedade. 
Para além do SIVAM, uma das políticas territoriais mais recentes da Amazônia foi o 
estabelecimento da Estratégia Nacional de Defesa (2012), que trata, entre outros temas, sobre a 
organização e a articulação das Forças Armadas. Um dos itens deste documento afirma que o exército 
deve “priorizar a região amazônica” em suas ações, passando “pelo trinômio monitoramento/controle, 
mobilidade e presença” [fonte]. 
Para encerrar o tema “Amazônia”, segue ficha-resumo abaixo: 
Ficha-Resumo - Amazônia 
Percentual de preservação 85% 
Percentual do território 61% (Amazônia Legal) 
Estados AM, PA, MT, MA, TO, AP, RR, AC, RO 
Vegetação Do mais baixo para o mais alto: mata de igapó, de várzea e de terra firme. 
Hidrografia Rio Amazonas, um dos maiores do mundo. Outros rios importantes 
como Madeira, Xingu, Tapajós, etc. Grande potencial hidrelétrico. 
Clima Clima equatorial, permanentemente úmido ou com poucos meses secos, 
e com baixa amplitude térmica. Região mais chuvosa do Brasil. 
Relevo Plano nas proximidades dos rios (Planície Amazônica) e alto nas 
bordas do bioma (limitado pelo Planalto das Guianas e pela 
Cordilheira dos Andes) 
Principais economias/ameaças 
Madeireiros, garimpeiros, latifundiários, pecuaristas e grileiros causam grandes impactos. As formas de 
agricultura tradicional e o extrativismo vegetal são menos impactantes. Problemas de biopirataria e 
segurança nacional. 
 
CACD/2015 – Questão 30 
O século XX terminou, sobretudo, sob o signo da mundialização do capital e sob o 
fim do socialismo nos países do Leste Europeu. Os países do terceiro mundo com 
dívidas externas elevadas submeteram-se de forma pacífica às políticas impostas 
pelo FMI. O Brasil assistiu, no início da década de 90, dois planos de controle 
financeiro e inflacionário, primeiro o Plano Collor e o confisco temporário do dinheiro 
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depositado nos bancos. Em 1992, o país assistiu a Eco-92 e a pressão política sobre 
seu governo em decorrência do crescimento do desmatamento da Amazônia. Em 
seguida, com a saída de Fernando Collor de Mello e sua substituição por Itamar 
Franco, vieram o Plano Real, a eleição de Fernando Henrique Cardoso e a prevalência 
das políticas patrocinadas pelo FMI. Em resposta direta à expansão das culturas de 
exportação, particularmente da soja, os movimentos sociais exerceram forte pressão 
social pela Reforma Agrária. 
A. U. Oliveira. A Amazônia e a nova geografia da produção da soja. In: Terra Livre, n.º 
26, p. 13-44, 2006 (com adaptações). 
Considerando o texto acima como referência inicial, julgue (C ou E) os itens 
seguintes. 
1) Foram criados, nas últimas décadas, mecanismos de transferência de recursos do 
fundo público para o agronegócio brasileiro, de modo a viabilizar a cultura da soja 
para o mercado mundial. 
Comentários 
O poder público vem financiando a expansão da soja, desde a criação da Embrapa, nos 
anos 1970 a fim de realizar pesquisas agronômicas, até a auxílio monetário propriamente 
dito, como vem acontecendo no BNDES. A expansão da soja brasileira contou com forte 
apoio do governo brasileiro, que estimulou a produção por meio de crédito facilitado e 
subsídios. Gabarito:Certo 
2) Entre o ideário econômico do moderno agronegócio e os movimentos sociais pela 
reforma agrária, o primeiro destacou-se em meados da década de 90 do século XX, 
com o apoio da mídia e do governo brasileiros. 
Comentários 
Embora a expansão do agronegócio tenha ocorrido basicamente a partir da década de 
1970, ela intensificou-se nos anos 1990 com a globalização e a maior inserção do Brasil 
no mercado mundial. Nesta época inclusive, o governo brasileiro promoveu importantes 
aberturas econômicas. Gabarito: Certo 
3) Grande parte do desmatamento na Amazônia é consequência direta de atividades 
predatórias desenvolvidas por grileiros de terras pública e(ou) devolutas, madeireiros 
e pecuaristas. 
Comentários 
Exatamente, a pecuária e a extração de madeira são duas das principais causas de 
desmatamento na Amazônia, especialmente no Pará e em Rondônia. Gabarito: Certo 
4) O aumento mundial da produção de soja, na última década, decorre das 
possibilidades reais de expansão de sua área cultivada em nível global, frente à 
diminuição dessas áreas em países da América do Sul, como Brasil, Argentina e 
Paraguai 
Comentários 
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Não, ao contrário do que afirma a questão, as áreas de cultivo de soja estão aumentando. 
Desde a sua inserção na região sul nos anos 1960, até o estabelecimento no centro-oeste 
nos anos 1970 e 1980, e sua expansão para o norte e o nordeste a partir dos anos 1990, a 
área plantada de soja só aumenta no Brasil. O mesmo é evidenciado nos países vizinhos. 
Gabarito: Errado 
CACD/2004 – Questões 100-102 
“A Amazônia que você aprendeu na escola não existe mais. Hoje, você procura uma 
aldeia de índios e encontra uma fábrica ou uma fazenda moderna. Onde só tinha 
mato 10 anos atrás, agora você pode ser atropelado”. A partir das ideias do texto 
acima, julgue os seguintes itens. 
1) Atualmente, ações como a demarcação de áreas de preservação ambiental e a 
implantação de projetos de exploração econômica e ecologicamente viáveis na 
região comprovam a completa mudança na postura governamental e na iniciativa 
privada em relação ao que ocorria no passado na região amazônica. 
Comentários 
De fato, há uma mudança de postura, principalmente após a Eco-1992 e a implantação 
de programas governamentais no início do século XXI como o Sistema de Vigilância da 
Amazônia, e o estabelecimento de unidades de conservação. Mas é errado dizer que 
houve uma “COMPLETA mudança”. Na verdade, a Amazônia continua a ser desmatada e 
consequentemente, continua ameaçada. Inclusive, após 2014, o desmatamento na 
Amazônia voltou a crescer depois de dez anos de redução. Gabarito: Errado 
2) Políticas territoriais levadas a efeito pelo Estado inibiram a formação de latifúndios 
na região amazônica, em razão dos projetos de colonização implantados na segunda 
metade do século passado. 
Comentários 
De fato, o Estado promoveu diversas políticas de ocupação da Amazônia (principalmente 
no regime militar), mas isso NÃO INIBIU a formação de latifúndios. Muito pelo contrário, 
vimos na aula de geografia agrária que o Índice de Gini na Amazônia é um dos mais altos 
do Brasil. Deste modo, o agronegócio respaldado pelo grande capital (principalmente no 
Pará) contrasta com a produção ribeirinha e indígena de baixo grau técnico. Gabarito: 
Errado 
3) A instabilidade política na Amazônia internacional impulsionou projetos voltados 
para a segurança da faixa de fronteiras na Amazônia brasileira. 
Comentários 
Sim, exemplos destas iniciativas são o Projeto Calha Norte (1985), o Sistema Integrado 
de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON) (2002); e o mais eficiente deles, o Sistema 
de Vigilância da Amazônia (SIVAM) (2002), implantado em parceria com o governo 
norte-americano. Gabarito: Certo 
CACD/2008 – Questão 31 
Acerca das transformações globais, nacionais e locais relacionadas ao desafio do 
desenvolvimento ambiental sustentável, julgue (C ou E) os itens a seguir. 
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1) A integração mundial do mercado dos produtos agropecuários favorece o comércio 
agroexportador do Brasil com outros países ou blocos de países, pois o mercado 
articula-se em torno de blocos que possuem interesses comerciais comuns. 
Comentários 
O mercado mundial não é tão integrado assim. Os produtos agropecuários brasileiros 
sofrem várias barreiras na União Europeia – alguns países do bloco fornecem subsídios 
aos produtores – o que tem sido alvo de intensos debates na OMC. Gabarito: Errado 
2) Na Amazônia, o crescimento do agronegócio e a expansão das culturas de 
commodities têm sido observados em um grande número de pequenas propriedades, 
o que se justifica por serem tais empreendimentos prioritários para a 
desconcentração da propriedade da terra. 
Comentários 
O crescimento do agronegócio e a expansão das fronteiras agrícolas ocorre em 
latifúndios e grandes propriedades, aumentando ainda mais a concentração de terra. 
Gabarito: Errado 
3) Não é apenas a dimensão do desmatamento em curso na Amazônia que preocupa, 
mas também os prejuízos à biodiversidade advindos desse desmatamento, bem 
como o aumento da grilagem de terras públicas. 
Comentários 
Exatamente, o desmatamento não é o único problema. Gabarito: Certo 
4) Influenciada pelo agronegócio, a agricultura familiar ou de subsistência praticada 
atualmente na Amazônia tem sido apoiada por inovações tecnológicas e pela 
utilização dos créditos ambientais subsidiados por políticas públicas de preservação, 
que objetivam recompensar o abandono da prática de derrubada ou queimada da 
floresta ou da vegetação secundária 
Comentários 
A agricultura de subsistência da Amazônia é bastante rudimentar e não conta com a 
devida proteção do poder público, que foca principalmente no agronegócio. Gabarito: 
Errado 
 
CERRADO 
Bioma e domínio do Cerrado 
O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul e também, o segundo maior do Brasil, 
apenas atrás da Amazônia; ocupando uma área de cerca de dois milhões de quilômetros quadrados, ou 
22% do território nacional. Encontra-se no centro do país, nas imediações do Planalto Brasileiro, 
abrangendo principalmente os estados da região centro-oeste, mas também abarcando as regiões 
nordeste e sudeste [fonte]. 
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Mapa Topográfico do 
Brasil quase que 
"coincide" com as áreas 
do Cerrado. 
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o Cerrado é considerado um hotspots mundiais de 
biodiversidade, apresentando extrema abundância de espécies endêmicas5, e sendo reconhecido como a 
savana mais rica do mundo, abrigando 11.627 espécies de plantas nativas já catalogadas em uma grande 
diversidade de habitats. Também são conhecidas cerca de 199 espécies de mamíferos; 837 espécies de 
pássaros; 1200 espécies de peixes; e 150 espécies de anfíbios. O Cerrado é o refúgio de 13% das 
borboletas, 35% das abelhas e 23% dos cupins dos trópicos. Mais de 220 espécies de plantas do Cerrado 
têm uso medicinal e mais 416 podem ser usadas na recuperação de solos degradados, como barreiras 
contra o vento, proteção contra a erosão, ou para criar habitat de predadores naturais de pragas. [fonte]. 
Ainda de acordo com o MMA, apesar do reconhecimento de sua importância biológica, de todos os 
hotspots mundiais, o Cerrado é o que possui a menor porcentagem de áreas sobre proteção integral. O 
Bioma apresenta 8% de seu território legalmente protegido por unidades de conservação; desse total, 3% 
são unidades de conservação de proteção integral e 5% de unidades de conservação de uso sustentável 
[fonte].O Cerrado também é conhecido por abrigar uma série de grupos de relevânciahistórica e social 
como quilombolas, indígenas, ribeirinhos, babaçueiros e demais comunidades tradicionais. 
Apesar de ser conhecido simplesmente como a “savana brasileira”, o cerrado apresenta uma 
grande variedade paisagística, englobando diversos tipos de vegetação, que em nível crescente de 
densidade são: campo limpo, campo sujo, campo cerrado, cerrado stricto sensu, e cerradão (conforme 
imagem da página seguinte) . É importante saber, portanto, que o que se entende por “cerrado” não 
engloba somente a vegetação arbórea densa, mas sim as espécies de menor volume e densidade [fonte]. 
Embora tenha aparência xeromorfa – ou seja aparência de espécies que habitam regiões árias e 
semi-áridas – a vegetação do Cerrado não encontra escassez de água (como no caso da Caatinga). Isso 
 
5 Espécie endêmica: espécie da flora ou da fauna que ocorre exclusivamente em um determinado local. 
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porque apesar de o Cerrado contar com uma época seca bem delimitada, as precipitações anuais não são 
baixas. 
 
Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia 
Embora o bioma também seja abrangido pela bacia do 
Rio Paraguai (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), pela bacia 
do Rio Paraná (São Paulo e Mato Grosso do Sul), e pela bacia 
do Rio São Francisco (Bahia e Minas Gerais); as principais 
bacias hidrográficas do Cerrado são as dos rios Tocantins e 
Araguaia, que agrupadas, dão origem à Região Hidrográfica 
do Tocantins-Araguaia, abrangendo os estados de Goiás 
(21%), Tocantins (30%), Pará (30%), Maranhão (4%), Mato 
Grosso (15%) e o Distrito Federal (0,1%); e ocupando 11% do 
território nacional [fonte] [mapa detalhado aqui]. Embora 
sejam rios diferentes, ambos se unem no Pará e desaguam no 
Oceano Atlântico, na baía da Ilha do Marajó. Lembrando que 
por atravessar o Pará e o norte de Mato Grosso, a bacia 
também passa pelo bioma amazônico. 
Dados do Censo Demográfico de 2010 indicam que 
cerca de 8,6 milhões de pessoas vivem na região hidrográfica 
(4,5% da população nacional), sendo 76% em áreas urbanas. A 
densidade demográfica de 9,3 hab./km² é bem menor que a 
densidade demográfica do país (22,4 hab./km²) [fonte]. 
Devido ao grande potencial agrícola, os rios Tocantins e Araguaia são amplamente utilizados para 
irrigação. Embora a região seja conhecida pelo cultivo extensivo da soja, outras culturas se destacam, 
como a plantação irrigada de arroz na sub-bacia do Araguaia, cultivo este, que demanda bastante água. 
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Nesta região hidrográfica, a área irrigável (por inundação e outros métodos) é estimada em 230.197 
hectares [fonte]. 
É nesta região hidrográfica, em bioma amazônico (e não no Cerrado!) que se localiza a Usina 
Hidrelétrica de Tucuruí. Situada no Rio Tocantins em Tucuruí (PA), e tendo sido construída pelo governo 
militar, a usina é uma das maiores do Brasil. Para tornar o Rio Tocantins navegável, em 2010 foram 
inauguradas as Eclusas do Tucuruí após trinta anos de obras [fonte]. Apesar de ter facilitado o transporte 
hidroviário, as eclusas não resolveram todos os problemas de infraestrutura da região. De acordo com o 
Ministério dos Transportes, a navegação do Rio Tocantins não é contínua; alguns trechos, inclusive, só 
são transpostos em épocas de cheia [fonte]. 
 
Economia e impactos no Cerrado 
A agropecuária constitui a principal matriz 
econômica do Cerrado. Neste quesito incluem-se: a 
agricultura mecanizada, especialmente de soja e de 
milho; a pecuária extensiva, a agroindústria, e as demais 
formas de cultivo e criação de animais. Também entram 
neste circuito econômico as atividades indiretas 
derivadas da atividade agropecuária como o transporte 
de mercadorias, o processamento industrial, e também, 
as cidades cuja urbanização é intensificada por estes 
processos. 
Assim como ocorre na Amazônia, o solo do 
Cerrado é naturalmente impróprio para grandes 
cultivos – ainda que o bioma também seja dotado de 
outras características naturais favoráveis à expansão 
agrícola, como, por exemplo, topografia relativamente 
plana, regime de chuvas bem definido e relativa fartura 
hídrica. Por isso é importante dizer que o Cerrado não é 
uma potência agrícola por conta do solo fértil – como 
historicamente ocorreu, por exemplo, com o café no 
Sudeste ou a cana-de-açúcar na Zona da Mata nordestina – mas sim, por conta de avançadas técnicas 
agronômicas e políticas de desenvolvimento específicas. 
Devido às condições desfavoráveis do solo – e, evidentemente, à vontade dos governos brasileiros 
em explorarem economicamente a região – houve diversos investimentos ciência e tecnologia para o 
desenvolvimento de técnicas agronômicas para o cultivo no Cerrado, sobretudo entre os anos 1960 e 1970. 
Foi nesta época que ocorreu a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) 
(1973), uma estatal que, inclusive, fez parcerias com o Japão por meio do Programa de Cooperação Nipo-
Brasileira de Desenvolvimento dos Cerrados (PRODECER) (conforme estudado em detalhes no material de 
Política Internacional). Também se destacaram o Programa de Desenvolvimento dos Cerrados 
(POLOCENTRO) e o Programa de Assentamento Dirigido do Alto Paranaíba (PADAP). 
Deste modo, com a Revolução Verde e a consequente introdução de técnicas modernas como a 
utilização de sementes transgênicas, pesticidas, e máquinas específicas, a partir dos anos 1970, o cerrado 
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tornou-se a principal frente de expansão agrícola. Conforme vimos na Aula 04, o centro-oeste (região de 
maior ocorrência deste bioma) é responsável por 45% da produção de soja brasileira, sendo Mato Grosso o 
maior produtor, com 1/3 do total nacional. Não por acaso, estudo realizado pela EMBRAPA (mapa ao lado 
fonte] indica que as áreas de produção de soja no Brasil “coincidem” com a cobertura original do 
Cerrado, e portanto, são grandes responsáveis pelo desmatamento no bioma. 
Conforme vimos na aula sobre Geografia Agrária, as últimas áreas preservadas do Cerrado estão 
ameaçadas pela expansão agrícola da região conhecida como MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e 
Bahia), que é 91% abarcada por este bioma. Sendo assim, se entre os anos 1970 e 1990 a soja “invadiu” os 
estados do centro-oeste, a tendência para os próximos anos é que se expanda para o nordeste brasileiro, 
ameaçando ainda mais os remanescentes do Cerrado. 
Relembre o MATOPIBA, a nova fronteira agrícola do Brasil 
 
Região compreendida por parte dos estados de 
Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Trata-se de 
uma região altamente promissora no aspecto 
agrícola, essa região deverá produzir cerca de 24,4 
milhões de toneladas de grãos em 2025/26 
(aumento de 91,3% em relação a 2015/16) e uma 
área plantada de grãos entre 7,8 milhões e 10,3 
milhões de hectares ao final do período das 
projeções. [fonte] 
Além da agricultura mecanizada, a pecuária também é uma grande causadora de impactos 
ambientais no cerrado. De acordo com estudo da Universidade Federal de Goiás, em um período de 
cinquenta anos, 30% da cobertura original do bioma virou pastagem, e quase 50% da cobertura original 
foi desmatada [fonte]. De acordo com a EMBRAPA, o cerrado concentra mais da metade da produção 
de carne bovina do país, havendo um boi por hectare neste bioma [fonte]. Apesar do elevado número de 
cabeças de gado, o maior problema é o tipo de pecuária exercida na região, que na maior parte ocorre de 
forma extensiva. Embora precise de menos investimentos, este tipo de pecuária demanda grandes áreas, 
fazendo com que intensifiquem-se os desmatamentos. 
Assim como a

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