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Direito Internacional do Meio Ambiente

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Aula 12
Direito Internacional Público p/ CACD
(Diplomata) Primeira Fase - Com
Videoaulas - Pós-Edital
Autores:
Matheus Atalanio, Ricardo Vale
Aula 12
12 de Agosto de 2020
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 1 
Sumário 
Direito Internacional do Meio Ambiente ............................................................................................................. 2 
1 - Introdução ..................................................................................................................................................... 2 
2 - Princípios Gerais do Direito Internacional Ambiental .................................................................................... 5 
3 - Direito Internacional Ambiental X Direito Internacional Econômico ............................................................... 8 
4 - Principais Convenções Internacionais sobre o Meio Ambiente .................................................................... 10 
5 - Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento ..................................................................... 13 
6 - Implementação e Execução do Direito Internacional Ambiental ................................................................. 19 
Considerações Finais ......................................................................................................................................... 34 
Lista de Questões .............................................................................................................................................. 35 
Gabarito ........................................................................................................................................................... 43 
 
INTRODUÇÃO 
Olá, amigos do Estratégia, tudo bem? 
O objeto de estudo desta aula é o Direito Internacional do Meio Ambiente. Esse ramo consiste em uma 
interlocução entre o Direito Internacional Público e as premissas ambientais trabalhadas pela comunidade 
internacional. Além da importância desse tema para o Brasil, percebe-se que, ao longo dos tempos, os 
concursos públicos como um todo têm demandado bastante questões relacionadas ao Direito Internacional 
do Meio Ambiente. 
Abraços, 
Prof. Ricardo Vale 
Prof. Matheus Atalanio 
Nosso contato para quaisquer dúvidas ou sugestões: 
Matheus Atalanio, Ricardo Vale
Aula 12
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 2 
Prof. Ricardo Vale 
E-mail: ricardovale@estrategiaconcursos.com.br 
Instagram: https://www.instagram.com/profricardovale/ 
Telegram: https://t.me/direitoconstitucionalconcursos/ 
Prof. Matheus Atalanio 
Instagram: https://www.instagram.com/matheus.atalanio/ 
Telegram: https://t.me/direitointernacionalcacd/ 
“O segredo do sucesso é a constância no objetivo”. 
 
DIREITO INTERNACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
1 - Introdução 
A ação humana sobre o meio ambiente provoca mudanças significativas na natureza, causando impactos 
negativos nos ecossistemas, no clima, no relevo e na vegetação. Esses impactos são, atualmente, uma das 
grandes preocupações da sociedade internacional, que se defronta diariamente com problemas como o 
aquecimento global, a desertificação, a extinção de espécies, o esgotamento de recursos naturais... 
É nesse contexto que surge o Direito Internacional Ambiental, que pode ser entendido como um conjunto 
de normas que criam direitos e deveres para os diversos atores internacionais sob uma ótica ambiental.1 
Destaque-se, nesse sentido, que as normas internacionais em matéria ambiental não possuem como 
destinatários apenas os Estados. Ao contrário, elas se destinam também às organizações internacionais, aos 
indivíduos, às empresas e às ONG’s. 
O objetivo central do direito internacional do meio ambiente é criar um corpo jurídico que garanta a 
preservação do meio ambiente e permita, assim, promover o desenvolvimento sustentável. Dessa forma, 
pode-se afirmar que esse ramo do direito atribui responsabilidades que devem ser observadas no plano 
internacional, tendo como objetivo a melhoria da vida e da qualidade de vida para as presentes e futuras 
 
1 VARELLA, Marcelo Dias. Direito internacional econômico ambiental. Belo Horizonte: Del Rey, 2004 
Matheus Atalanio, Ricardo Vale
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 3 
gerações. Apesar da especificidade do direito internacional ambiental, ele é tratado no âmbito do direito 
internacional público. 
Uma das características principais do Direito Internacional Ambiental é a enorme quantidade de tratados e 
convenções internacionais voltados para a proteção ambiental. Com efeito, há inúmeros instrumentos 
internacionais, bilaterais ou multilaterais, tratando sobre os mais diversos temas referentes à proteção do 
meio ambiente. 
As negociações internacionais em matéria ambiental têm se tornado um ponto prioritário na agenda 
internacional e nas políticas estatais. A principal dificuldade para que tais negociações se convertam em 
compromissos estritos é, no entanto, o choque de interesses com o desenvolvimento econômico. Quanto 
a esse ponto, vale a pena ressaltar que a promoção do desenvolvimento econômico implica, muitas vezes, 
na utilização de recursos naturais, os quais, se não forem utilizados de forma sustentável, poderão se esgotar. 
O Direito Internacional Ambiental não está centralizado em uma só organização internacional. Ao contrário, 
são várias as organizações internacionais que dão atenção ao tema ambiental: UNESCO, FAO, OCDE... 
Inclusive a própria OMC já trata do assunto como uma de suas prioridades na Rodada Doha, discutindo a 
relação entre comércio internacional e meio ambiente. 
O grande marco do Direito Internacional Ambiental foi a Conferência das Nações Unidas sobre Meio 
Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, Suécia, em 1972, que estabeleceu uma série de princípios de 
aplicação geral em matéria de proteção ambiental. De acordo com Accioly, o ano de 1972 pode ser apontado 
como o ano em que a conscientização para a importância de se evitar a destruição do meio ambiente tomou 
âmbito global2. 
Nessa conferência, se reuniram pela primeira vez países industrializados e países em desenvolvimento para 
discutir problemas relativos ao meio ambiente, ficando nítida a diferença de posição entre eles em matéria 
ambiental. Os países em desenvolvimento entendiam a pressão para o cumprimento de padrões mínimos 
ambientais como uma forma que tinham os países desenvolvidos de impedir seu desenvolvimento. A 
dimensão ambiental surgia, nesse momento, como um limitador do modelo de uso econômico dos recursos 
ambientais do planeta. 
A Conferência de Estocolmo deu origem à Declaração das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, que 
estabelece princípios gerais para a proteção do meio ambiente, além de prever a criação do Programa das 
Nações Unidas para o Meio Ambiente. 
Por meio da Declaração de Estocolmo, o direito ao meio ambiente foi alçado à condição de direito 
fundamental do ser humano. O primeiro princípio enumerado pelo referido documento estabelece que “o 
homem tem direito fundamental à liberdade, à igualdade e a condições de vida satisfatórias, em meio 
ambiente cuja qualidade lhe permita viver com dignidade e bem-estar.” Segundo Mazzuoli, os tratados 
 
2 ACCIOLY, Hildebrando; SILVA, G.E do Nascimento & CASELLA, Paulo Borba. Manual de Direito Internacional Público, 17ª Ed. 
São Paulo: Saraiva, 2009. 
Matheus Atalanio, Ricardo Vale
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internacionais de proteção ao meio ambiente fazem parte dos chamados tratados internacionais de proteção 
aos direitos humanos lato sensu.3A Declaração de Estocolmo também estabeleceu o princípio da responsabilidade internacional dos Estados 
em matéria ambiental. De acordo com o princípio de número 21, “os Estados têm o direito soberano de 
explorar os seus próprios recursos segundo políticas ambientais que estabeleçam e têm o dever de o fazer de 
tal modo que as atividades exercidas nos limites de sua jurisdição ou sob seu controle, não causem danos ao 
meio ambiente em outros estados ou nas regiões não submetidas a qualquer jurisdição nacional.” 
Resumindo: um Estado não pode explorar seus recursos de forma a causar dano a outro Estado. 
Ainda, a Declaração trouxe uma política de educação ambiental, que transformou hábitos e culturas, além 
de trazer efeitos duradouros, produzindo efeitos a longo prazo nas políticas ambientais dos Estados. 
Outro princípio importante enunciado pela Declaração de Estocolmo foi o de que um Estado deve ser 
responsabilizado pelos danos ambientais que cause fora de sua jurisdição territorial, ou seja, pelos danos 
que cause ao meio ambiente de outro Estado. 
Passados 10 anos da Conferência de Estocolmo, foi elaborado um relatório que visava a avaliar quais os seus 
principais resultados, bem como apontar os principais problemas ambientais existentes. Surge pela primeira 
vez o conceito de “desenvolvimento sustentável” como sendo o desenvolvimento que atende as 
necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade das futuras gerações de terem suas 
próprias necessidades atendidas. 
Em 1992, foi realizada no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, a famosa ECO-92. Nessa conferência, foram produzidos importantes documentos, tais 
como: a Agenda 21, a Declaração do Rio, a Declaração de Princípios sobre Florestas, a Convenção sobre 
Diversidade Biológica e a Convenção sobre Mudanças Climáticas. Esses documentos tinham como principal 
objetivo definir um rumo geral para as políticas essenciais que visam alcançar um modelo de 
desenvolvimento sustentável que atendesse às necessidades dos pobres e reconhecesse os limites de 
desenvolvimento, de modo a satisfazer às necessidades globais. A Agenda 21 foi um documento elaborado 
com o objetivo de servir de guia para que os Estados formulassem políticas públicas em matéria ambiental 
com vistas a promover o desenvolvimento sustentável. Tanto a Declaração de Estocolmo quanto a 
Declaração do Rio e a Agenda 21 podem ser classificadas como soft law, em virtude de não estabelecerem 
regras vinculantes, mas apenas normas jurídicas de eficácia limitada. 
Posteriormente, mais duas Conferências das Nações Unidas tomaram o foco da pauta da defesa do meio 
ambiente, que são: A Conferência de Joanesburgo (2002), conhecida como RIO+10; e a Conferência das 
Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, conhecida por RIO+20. 
A Conferência de Joanesburgo (2002), também conhecida por Earth Summit 2002, RIO+10 ou Cúpula 
Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, foi um fórum de discussão das Nações Unidas realizado na 
cidade de Joanesburgo, África do Sul, com o objetivo de discutir soluções previstas pela Agenda 21 – já 
 
3 MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público, 4ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010. 
Matheus Atalanio, Ricardo Vale
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discutida na RIO-92 –, para que tal agenda fosse instituída não somente pelo governo, mas pelos próprios 
cidadãos, implementando de maneira local. 
A agenda do Rio enfocou a procura de meios de cooperação entre as nações para lidar com problemas 
ambientais globais como poluição, mudança climática, destruição da camada de ozônio, uso e gestão dos 
recursos marinhos e de água doce, desmatamento, desertificação e degradação do solo, resíduos perigosos, 
e a perda da diversidade biológica. 
A Cúpula Mundial para Desenvolvimento Sustentável, produziu, ainda, dois documentos oficiais, que são a 
Declaração Política e o Plano de Implementação. O referido plano é formado por três objetivos: (1) 
erradicação da pobreza; (2) proteção dos recursos naturais e, por fim, a (3) mudança nos padrões 
insustentáveis de produção de consumo. 
Já em 2012, houve a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (CNUDS), 
conhecida também como Rio+20, foi uma conferência realizada na cidade brasileira do Rio de Janeiro, cujo 
objetivo era discutir sobre a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por 
meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais 
cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes. A Conferência RIO+20 teve dois 
temas principais: 
(1) A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; 
 (2) A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável. 
 
2 - Princípios Gerais do Direito Internacional Ambiental 
De acordo com Portela, é princípio básico do Direito Internacional Ambiental o de que um Estado não pode 
alterar as condições naturais de seu território e causar danos a áreas fora de sua jurisdição, ou seja, causar 
o dano ambiental transfronteiriço.4 Por dano ambiental transfronteiriço, entende-se o dano que afeta outro 
Estado ou mesmo áreas pertencentes ao domínio público internacional. 
A responsabilidade internacional por danos ambientais será uma responsabilidade objetiva ou por risco. 
Isso quer dizer que ela independe da culpa do agente, bastando que tenha existido o dano. Em certos casos, 
é possível falar em responsabilidade absoluta, como no caso da “Convenção sobre Responsabilidade 
Internacional por Danos Causados por Objetos Espaciais”. 
Na definição da referida Convenção, objetos espaciais são as peças componentes de um objeto espacial e 
também o seu veículo de lançamento e peças do mesmo. A responsabilidade absoluta está definida no seu 
art. 2º, que estabelece que: "Um Estado lançador será o responsável absoluto pelo pagamento de 
 
4 PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. Salvador: Editora Juspodium, 2009. 
Matheus Atalanio, Ricardo Vale
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indenizações por danos causados por seus objetos espaciais na superfície da Terra ou a aeronaves em voo." 
Consideramos que a responsabilidade do Estado é, nesse caso, absoluta, porque independe da ilicitude do 
ato, sendo o fato material do dano causado pelo objeto espacial elemento suficiente para ensejar reparação 
na forma de indenização. 
Feita essa pequena pausa, a seguir irei comentar sobre alguns dos princípios gerais mais importantes do 
direito internacional ambiental. Acho interessante comentarmos sobre os princípios, pois a partir de seu 
entendimento podemos interpretar a maioria das situações in concreto. Vamos lá! 
a) Princípio da Cooperação Internacional: 
Já em seu Preâmbulo, a Conferência de Estocolmo fala sobre a importância da cooperação internacional para 
que seja atingida a meta de defender e melhorar o meio ambiente para as gerações presentes e futuras. 
Ao longo do texto da Declaração de Estocolmo é feita nova referência ao Princípio da Cooperação 
Internacional, quando explicita em seu princípio de número 24 o seguinte: 
“Todos os países, grandes e pequenos, devem ocupar-se com espírito e cooperação e em pé de igualdade das questões 
internacionais relativas à proteção e melhoramento do meio ambiente. É indispensável cooperar para controlar, evitar, 
reduzir e eliminar eficazmente os efeitos prejudiciais que as atividades que se realizem em qualquer esfera, possam Ter 
para o meio ambiente, mediante acordos multilaterais ou bilaterais, ou por outros meios apropriados, respeitadosa 
soberania e os interesses de todos os estados.” 
b) Princípio da Responsabilidade Comum, mas diferenciada: 
O texto da Conferência de Estocolmo estabelece que todos os países, quaisquer sejam seus níveis de 
desenvolvimento, devem ocupar-se em pé de igualdade das questões internacionais relativas à proteção e 
melhoramento do meio ambiente. Interpretando a referida Declaração, chegamos à conclusão de que não 
importava o quanto um país causava de dano ao meio ambiente, todos deveriam ter o mesmo nível de 
preocupação ambiental. 
Na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO-92) reconheceu-se, no 
entanto, sob forte pressão dos países em desenvolvimento que: 
“A responsabilidade de controlar, reduzir e eliminar os atentados contra o meio ambiente deve incumbir aos países 
que os causam, de tal forma que guarde relação com os danos causados e esteja relacionado com as respectivas 
capacidades e responsabilidades” 
Esse reconhecimento representou uma completa mudança de paradigma no âmbito do direito internacional, 
estabelecendo o princípio da responsabilidade comum, mas diferenciada. Cada país deveria incumbir-se na 
proteção ambiental de forma proporcional com os danos causados ao meio ambiente. Esse princípio se 
apoia na lógica de que os países desenvolvidos são os maiores causadores e responsáveis pelos desequilíbrios 
ambientais, cabendo a eles, portanto, as principais atitudes para proteger o meio ambiente. 
c) Princípio do Poluidor Pagador: 
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 7 
O princípio do poluidor-pagador é aquele que impõe ao poluidor o dever de arcar com as despesas de 
prevenção, reparação e repressão da poluição. Ou seja, estabelece que o causador da poluição e da 
degradação dos recursos naturais deve ser o responsável principal pelas conseqüências de sua ação ou 
omissão. 
Quando analisamos este princípio, não podemos interpretá-lo como uma compensação dos danos causados 
pela poluição do tipo: “Eu poluo, mas pago!” Não é isso! O princípio do poluidor-pagador não pode ser 
confundido com a responsabilidade internacional dos Estados. O que esse princípio prega é a adoção pela 
legislação de mecanismos que tornem o poluidor o único a arcar com os custos ambientais provenientes 
do seu negócio. As legislações nacionais devem implementar padrões ambientais bem rígidos a serem 
seguidos pelas empresas que realizem atividade potencialmente danosa ao meio ambiente. Quando adotam 
tais padrões, as empresas, ao mesmo tempo em que protegem o meio ambiente, tem o custo de produção 
de seus produtos substancialmente onerado. Veja, meu amigo, que o princípio do poluidor-pagador visa 
desestimular atividades que são lucrativas porque adotam padrões baixos de qualidade ambiental. 
A reparação do dano causado não pode minimizar de forma alguma a prevenção ambiental. A aplicação do 
princípio do poluidor-pagador vai muito além da reparação do dano, abarcando também os custos de 
prevenção e até de repressão do dano ambiental. 
O Protocolo de Quioto é um exemplo bem nítido da aplicação desse princípio. Aplicando o princípio do 
poluidor-pagador, o referido protocolo criou o “Mecanismo de Desenvolvimento Limpo”, que deu a 
oportunidade para a criação do mercado dos créditos de carbono. 
Aqueles países ou indústrias que não conseguem atingir as metas de reduções de emissões de gases do efeito 
estufa tornam-se compradores de créditos de carbono. Por sua vez, aquelas indústrias que conseguirem 
diminuir suas emissões abaixo das cotas determinadas, podem vender o excedente de "redução de 
emissão" ou "permissão de emissão" no mercado nacional ou internacional. De acordo com Portela, com a 
criação do mercado de créditos de carbono, os países em desenvolvimento passam a negociar com os países 
desenvolvidos seus excedentes de ar puro que resultem de projetos de redução da poluição que executem. 
d) Princípio da prevenção e precaução: 
O princípio da prevenção, como o próprio nome diz, estabelece que os Estados têm o dever de prevenir os 
danos ambientais. O princípio da prevenção se desdobra no princípio da precaução, que é explicitado na 
Declaração do Rio em 1992 da seguinte forma: 
“Para proteger o meio ambiente, medidas de precauções devem ser largamente aplicadas pelos Estados segundo suas 
capacidades. Em caso de risco de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza absoluta não deve servir de 
pretexto para procrastinar a adoção de medidas efetivas visando a prevenir a degradação do meio ambiente.” 
É importante destacarmos a diferença entre o princípio da prevenção e o princípio da precaução. O 
princípio da prevenção impõe que sejam adotadas medidas necessárias para impedir a ocorrência de danos 
ambientais. O princípio da prevenção é aplicável quando há a certeza científica de que um dano ao meio 
ambiente irá ocorrer e irão ser adotadas medidas necessárias para minimizá-lo ou extingui-lo. Já o princípio 
da precaução, é aplicável quando não se tem certeza científica da ocorrência de um determinado dano 
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ambiental ou da sua magnitude e, na dúvida, opta-se por não realizar uma determinada obra ou projeto – in 
dubio pro meio ambiente. 
Ainda sobre o princípio da prevenção, foi definido na Declaração do Rio que devem ser adotadas medidas 
de avaliação de impacto ambiental para a realização de atividades que possam implicar em impacto negativo 
considerável sobre o meio ambiente e que dependam de uma autoridade nacional competente: 
“A avaliação de impacto ambiental, como instrumento internacional, deve ser empreendida para as atividades 
planejadas que possam vir a ter impacto negativo considerável sobre o meio ambiente, e que dependam de uma 
decisão de autoridade nacional competente.” 
e) Princípio do Desenvolvimento Sustentável: 
Sem dúvida alguma, os Estados têm o direito de buscar o seu desenvolvimento econômico, mas este não 
deverá ocorrer às custas da degradação ambiental. A definição mais aceita para desenvolvimento 
sustentável é a de que ele pode ser entendido como o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da 
geração atual, sem comprometer a capacidade de atender às necessidades das futuras gerações; é o 
desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. 
O conceito de desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que os 
recursos naturais são esgotáveis, representando uma nova forma de se ver o desenvolvimento econômico, 
a partir de uma perspectiva que leva em conta o meio ambiente. 
Quando analisamos o Acordo Constitutivo da OMC, por exemplo, podemos verificar que existe a 
preocupação entre a relação existente entre o desenvolvimento econômico e a proteção do meio 
ambiente, quando afirma no preâmbulo que um dos objetivos dessa organização internacional é “expandir 
a produção e o comércio de mercadorias e de serviços através do equilíbrio entre desenvolvimento 
sustentável e preservação do meio ambiente. ” 
 
3 - Direito Internacional Ambiental X Direito Internacional Econômico 
A grande modificação do direito internacional econômico no século XX ocorreu com a criação da 
Organização Mundial de Comércio em 1994, organização internacional que passou a servir de fórum para 
as negociações tarifárias e para a solução de litígios comerciais. 
A preocupação com o meio ambiente começa a se inserir de maneira mais acentuada nas negociações 
comerciais a partir da Rodada Uruguai, o que já fica bem evidente no Preâmbulo do Acordo Constitutivo da 
OMC: 
“Reconhecendo que as suas relações no domínio comercial e econômico deveriam ser orientadas tendo em vista a melhoria 
dos níveis de vida,a realização do pleno emprego e um aumento acentuado e constante dos rendimentos reais e da procura 
efetiva, bem como o desenvolvimento da produção e do comércio de mercadorias e serviços, permitindo simultaneamente 
otimizar a utilização dos recursos mundiais em consonância com o objetivo de um desenvolvimento sustentável que procure 
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proteger e preservar o ambiente e aperfeiçoar os meios para atingir esses objetivos de um modo compatível com as 
respectivas necessidades e preocupações a diferentes níveis de desenvolvimento econômico.” 
No artigo XX do GATT estão previstas restrições comerciais em função de critérios ambientais. Na alínea 
“b”, está explicitado que os membros podem adotar restrições comerciais necessárias para proteger a vida 
e a saúde de pessoas e animais, bem como para a preservação de vegetais. Na alínea “g”, por sua vez, é 
estabelecido que os membros da OMC poderão estabelecer medidas relacionadas à conservação dos 
recursos naturais esgotáveis, se tais medidas são aplicadas conjuntamente com as restrições à produção ou 
ao consumo nacional. 
Para a adoção de medidas necessárias à proteção da vida e saúde de pessoas e animais é necessário 
demonstrar que estas são aplicadas na medida do necessário e não sejam restrições arbitrárias e 
injustificáveis e não representem uma restrição velada ao comércio. Por sua vez, para a adoção de medidas 
que restrinjam o comércio e que estejam relacionadas com a conservação dos recursos naturais esgotáveis, 
é necessário que se demonstre o nexo causal entre a medida e o objetivo “conservação.” 
Como se percebe, a OMC não ignora o Direito Ambiental! Ao contrário, a proteção ambiental é um elemento 
central em seus acordos, embora existam conflitos entre as normas ambientais e as normas econômicas: 
1) Muitos acordos ambientais impõem sanções unilaterais sem negociação prévia com outras partes. 
Um dos princípios-base da OMC, e, portanto, do direito internacional econômico, é a não-imposição 
de sanções unilaterais. Ao contrário, existe todo um procedimento de solução de controvérsias, no 
qual a prioridade é a negociação. 
2) Alguns tratados internacionais em matéria ambiental permitem atingir Estados que não o 
ratificaram. Tais medidas de extraterritorialidade não são permitidas pela OMC – nesta, somente os 
Estados membros podem ser atingidos por uma medida. 
3) A proibição da comercialização de certos produtos é comum em certos tratados ambientais. Essa 
proibição até poderia ser justificada ao amparo do art.XX, mas isso não necessariamente seria aceito. 
4) A determinação do foro para a solução de controvérsias onde será solucionado um litígio 
ambiental também é algo complicado, já que a OMC possui o seu Órgão de Soluções de Controvérsias. 
O que existe como entendimento hoje é que se surge uma controvérsia a respeito de uma medida 
comercial adotada ao amparo de um acordo sobre meio ambiente e as partes na controvérsia 
firmaram esse acordo, deverão usar suas disposições para resolvê-la. Se, ao contrário, uma das partes 
na controvérsia não tiver firmado o acordo sobre meio ambiente, o único foro possível para resolvê-
la será a OMC. 
Existe hoje na OMC um Comitê de Comércio e Meio Ambiente, que tem incorporado as questões de meio 
ambiente e desenvolvimento sustentável ao trabalho dessa organização. Segundo o referido Comitê, as 
medidas adotadas para proteger o meio ambiente e que têm efeitos sobre o comércio podem desempenhar 
uma função importante, em particular quando o comércio é a causa direta dos problemas ambientais. No 
entanto, as limitações ao comércio não são as únicas medidas que se pode adotar, já que existem outras 
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possibilidades, como ajudar os países a adquirir tecnologia favorável ao meio ambiente, conceder-lhes 
assistência financeira ou ainda realizar atividades de formação técnica. 
No que diz respeito às negociações comerciais realizadas na Rodada Doha relacionadas ao meio ambiente, 
um ponto central e que inclusive interessa ao Brasil é a definição de bens e serviços ambientais. Trata-se de 
uma classificação especial concedida a bens e serviços que cumpram requisitos ambientais. Esses bens e 
serviços, por se enquadrarem como “ambientais”, serão beneficiados por vantagens tarifárias. 
 Mas por que isso interessa ao Brasil? 
Porque o Brasil tem particular interesse na inclusão do etanol como um bem ambiental, o que poderia lhe 
permitir grande vantagem comercial e acesso ao mercado de vários países. 
Outra questão comercial relacionada ao meio ambiente é o chamado “dumping ambiental”. Não existe uma 
definição oficial do que seja essa modalidade de dumping. No entanto, é evidente que grande parte da oferta 
internacional de produtos a preços baixos é efetuada às custas da destruição ambiental. Um país que não 
tenha normas ambientais regulamentadas consegue produzir um produto a um custo mais baixo, já que 
reduzir o impacto ambiental de certas atividades não é algo que saia barato. 
 
4 - Principais Convenções Internacionais sobre o Meio Ambiente 
O direito internacional ambiental é repleto de tratados internacionais sobre os mais variados temas. A seguir, 
apresento de forma bem rápida algumas das principais convenções internacionais sobre matéria ambiental: 
a) Convenção de Genebra sobre poluição transfronteiriça de longa distância: surgiu a partir da 
percepção de que a poluição era transportada pela atmosfera por milhares de quilômetros. Ou seja, 
se um país polui a atmosfera, um país pode ser afetado sem nada ter feito. Objetiva a redução e 
prevenção de poluição atmosférica através de medidas conjuntas e de cooperação. 
b) Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio (1985): surgiu a partir da percepção 
de que a camada de ozônio – que serve de escudo contra os raios ultravioletas – estava sendo 
degradada. 
c) Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre mudança do clima: tem como objetivo principal a 
estabilização da concentração de gases na atmosfera em níveis com a segurança climática do planeta, 
evitando, assim o aquecimento global – efeito estufa. 
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O Protocolo de Quioto faz parte dessa Convenção e, segundo Portela5, determina que os Estados 
deverão, para promover o desenvolvimento sustentável, implementar ou aprimorar políticas nas 
seguintes áreas: 
- aumento da eficiência energética; 
- promoção de formas sustentáveis de agricultura; 
- proteção e aumento de sumidouros e reservatórios de gases de efeito estufa; 
- redução gradual ou eliminação de imperfeições de mercado, de incentivos fiscais, de 
isenções tributárias e tarifárias e de subsídios para os setores emissores de gases de efeito 
estufa; 
- pesquisa, promoção, desenvolvimento e aumento do uso de formas novas e renováveis de 
energia, de tecnologias de sequestro de dióxido de carbono e de tecnologias ambientalmente 
seguras. 
- limitação e/ou redução de emissões de metano por meio de sua utilização no tratamento de 
resíduos, bem como na produção, no transporte e na distribuição de energia e; 
- medidas para limitar ou reduzir a emissão de gases de efeito-estufa. 
O Protocolo de Quioto faz parte da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática. O seu 
principal objetivo é a estabilização da concentração de gases na atmosfera em níveis compatíveis com a 
segurança climática do planeta, evitando, assim o aquecimento global – efeito estufa. 
“Mas será queo Protocolo de Quioto fixou metas para a redução de emissão de gases?” 
O Protocolo de Quioto estabelece metas de redução de emissões para os países incluídos no seu Anexo I. 
Ressalte-se que as obrigações assumidas são diferentes para cada país incluído no Anexo I, observando o 
princípio da responsabilidade comum, mas diferenciada. Os países que não estão incluídos no Anexo I, 
como por exemplo o Brasil, podem realizar projetos de redução de emissões e negociar com os países do 
Anexo I os “créditos de carbono”. 
Assim, não são todos os países que devem cumprir metas de redução de emissão de gases, mas somente 
aqueles que estão relacionados no Anexo I, que são alguns dos países industrializados. Os países em 
desenvolvimento não assumiram compromissos de redução de emissões por meio do Protocolo de Quioto. 
d) Convenção Internacional de Combate à Desertificação nos Países afetados por Seca Grave e/ou 
Desertificação: busca combater a desertificação por meio do aproveitamento da terra afetada pelo 
problema, com o objetivo de evitar a desertificação, reduzi-la ou mesmo recuperá-la. 
e) Convenção sobre prevenção da poluição marinha por alijamento de resíduos e outras matérias: 
tem como objetivo restringir o alijamento de resíduos nos mares. 
 
5 PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. Salvador: Editora Juspodium, 2009. 
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f) Convenção Internacional para a prevenção da Poluição proveniente de embarcações (MARPOL): 
prevenir a poluição dos mares, a qual ocorre seja por meio de acidentes ou vazamentos de óleo ou 
por meio de outros poluentes. 
g) Convenção da UNESCO sobre Patrimônio Mundial: tem como objetivo preservar para as futuras 
gerações, locais e objetos de valor estético, histórico e cultural para a humanidade. Seu objetivo é 
muito mais amplo do que a proteção de paisagens naturais ou da biodiversidade. 
h) Declaração de Princípios sobre Florestas: originou-se da ECO-92 e consiste em documento 
meramente principiológico, ou seja, não estabelece normas e obrigações vinculantes para as partes 
contratantes. Tais normas vinculantes não foram estabelecidas porque não foi possível se chegar a 
um meio-termo entre as ideias de preservação dos países desenvolvidos e os interesses econômicos 
dos países em desenvolvimento. 
i) Convenção sobre Diversidade Biológica – CDB: essa convenção internacional tem como objetivo a 
proteção das diversas formas de vida na terra, quer seja no meio terrestre ou aquático, reconhecendo 
a “importância da diversidade biológica para a evolução e para a manutenção dos sistemas 
necessários à vida na biosfera.” Ela consagra a biodiversidade como uma preocupação comum da 
humanidade e expressamente fala em princípio da precaução. 
Da mesma forma que a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática, ela não estabelece 
compromissos concretos. Ao contrário, seus dispositivos são abstratos e genéricos. 
O art. 6º da referida convenção estabelece que as partes devem desenvolver estratégias, planos ou 
programas para a conservação e utilização sustentável da diversidade biológica. Por sua vez, o art. 7º 
estabelece as obrigações das partes em relação ao monitoramento da conservação da diversidade biológica 
e identificação de riscos potenciais. 
j) Convenção de Basiléia (1989): foi criada com a finalidade de evitar com que países desenvolvidos 
exportassem resíduos perigosos para países em desenvolvimento. Afinal de contas, sai muito mais 
barato mandar o “lixão” para os países em desenvolvimento do que fazer seu correto tratamento no 
país de origem. Desta forma, o objetivo dessa convenção internacional é controlar o movimento 
transfronteiriço de resíduos perigosos. 
l) Tratado de Não-Proliferação Nuclear – TNP (1968): esse tratado internacional tem como objetivo 
diminuir o risco de uma guerra nuclear e de canalizar o desenvolvimento da tecnologia nuclear para 
aplicações pacíficas. A maior crítica ao TNP é a de que ele confere um monopólio das armas nucleares 
às potências atômicas, que podem conservá-las, enquanto os países que não as possuem jamais 
deverão desenvolvê-las. 
 
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5 - Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
Um dos resultados da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO-92) foi 
a Declaração do Rio – também chamada de RIO 92 –, que é composta por 27 (vinte e sete) princípios em 
matéria ambiental. 
Um dos destaques desta Conferência foi a intensificação do termo “desenvolvimento sustentável”, no entanto, 
sabe-se que não foi a primeira vez que o termo foi utilizado. Romeu Thomé ressalta que esse termo foi utilizado 
anteriormente pela Comissão Brundtland6, no ano de 1987, em seu relatório “Our Common Future: from one 
Earth to one World”. Tal afirmativa já foi objeto de questionamento em concursos públicos, então, atenção!7 
Vejamos quais são esses princípios elencados na Declaração do Rio: 
Princípio 1 
Os seres humanos estão no centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável. Têm direito 
a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza. 
O direito ao meio ambiente é visto, aqui, como um direito fundamental da pessoa humana. 
Princípio 2 
Os Estados, de acordo com a Carta das Nações Unidas e com os princípios do direito internacional, 
têm o direito soberano de explorar seus próprios recursos segundo suas próprias políticas de meio 
ambiente e de desenvolvimento, e a responsabilidade de assegurar que atividades sob sus 
jurisdição ou seu controle não causem danos ao meio ambiente de outros Estados ou de áreas além 
dos limites da jurisdição nacional. 
Os Estados têm soberania sobre seus recursos naturais, porém devem assegurar que atividades realizadas 
sob sua jurisdição não causem o dano ambiental transfronteiriço. 
Princípio 3 
O direito ao desenvolvimento deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas 
equitativamente as necessidades de desenvolvimento e de meio ambiente das gerações presentes 
e futuras. 
 
Princípio 4 
Para alcançar o desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental constituirá parte integrante do 
processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente deste. 
 
 
6 VARELLA, Marcelo Dias; BARROS-PLATIAU, Ana Flávia; SCHLEICHER, Rafael T. Meio ambiente e relações internacionais: 
perspectivas teóricas, respostas institucionais e novas dimensões de debate. Revista Brasileira de Política Internacional, Brasília, v. 
47, n. 2, dez. 2004. 
7 THOMÉ, Romeu. Manual de Direito Ambiental. Salvador: Juspodivm, 2016, pp. 43. 
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Princípio 5 
Para todos os Estados e todos os indivíduos, como requisito indispensável para o desenvolvimento 
sustentável, irão cooperar na tarefa essencial de erradicar a pobreza, a fim de reduzir as 
disparidades de padrões de vida e melhor atender às necessidades da maioria da população do 
mundo. 
 
Princípio 6 
Será dada prioridade especial à situação e às necessidades especiais dos países em 
desenvolvimento, especialmente dos países menos desenvolvidos e daqueles ecologicamente mais 
vulneráveis. As ações internacionais na área do meio ambiente e do desenvolvimento devem 
também atender aos interesses e às necessidades de todos os países. 
Esses quatro princípios tratam da relação entre proteção ao meio ambiente e desenvolvimento econômico. 
Todos os países têm o direito ao desenvolvimento, masdevem promovê-lo sem que se comprometam as 
gerações futuras. O modelo a ser perseguido deve compatibilizar o desenvolvimento com a proteção 
ambiental. 
Princípio 7 
Os Estados irão cooperar, em espírito de parceria global, para a conservação, proteção e 
restauração da saúde e da integridade do ecossistema terrestre. Considerando as diversas 
contribuições para a degradação do meio ambiente global, os Estados têm responsabilidades 
comuns, porém diferenciadas. Os países desenvolvidos reconhecem a responsabilidade que lhes 
cabe na busca internacional do desenvolvimento sustentável, tendo em vista as pressões exercidas 
por suas sociedades sobre o meio ambiente global e as tecnologias e recursos financeiros que 
controlam. 
Esse é o princípio da responsabilidade comum, mas diferenciada, que impõe aos países desenvolvidos 
responsabilidades maiores na proteção ambiental. 
Princípio 8 
Para alcançar o desenvolvimento sustentável e uma qualidade de vida mais elevada para todos, 
os Estados devem reduzir e eliminar os padrões insustentáveis de produção e consumo, e promover 
políticas demográficas adequadas. 
Nesse princípio, a Declaração do Rio reconhece que o atual modelo de produção e consumo é insustentável, 
devendo ser substituído por um modelo que leve em consideração o desenvolvimento sustentável. Além 
disso, deixa claro que políticas demográficas adequadas contribuem, em certa medida, para isso. Não há 
definição do que seja uma política demográfica “adequada”, porém há que se ter em mente que o 
crescimento populacional desenfreado é fator que acaba por degradar o meio ambiente. 
Princípio 9 
Os Estados devem cooperar no fortalecimento da capacitação endógena para o desenvolvimento 
sustentável, mediante o aprimoramento da compreensão científica por meio do intercâmbio de 
conhecimentos científicos e tecnológicos, e mediante a intensificação do desenvolvimento, da 
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adaptação, da difusão e da transferência de tecnologias, incluindo as tecnologias novas e 
inovadoras. 
Quando se fala em “capacitação endógena”, a referência que se faz é a existência, no interior de um Estado, 
de profissionais com conhecimento técnico sobre prevenção e reparação de danos ambientais. A assistência 
técnica e a transferência de tecnologias entre Estados são meios cooperativos para a promoção do 
desenvolvimento sustentável. 
Princípio 10 
A melhor maneira de tratar as questões ambientais é assegurar a participação, no nível 
apropriado, de todos os cidadãos interessados. No nível nacional, cada indivíduo terá acesso 
adequado às informações relativas ao meio ambiente de que disponham as autoridades públicas, 
inclusive informações acerca de materiais e atividades perigosas em suas comunidades, bem como 
a oportunidade de participar dos processos decisórios. Os Estados irão facilitar e estimular a 
conscientização e a participação popular, colocando as informações à disposição de todos. Será 
proporcionado o acesso efetivo a mecanismos judiciais e administrativos, inclusive no que se refere 
à compensação e reparação de danos. 
Esse princípio busca estimular o controle social sobre a proteção ao meio ambiente. 
Princípio 11 
Os Estados adotarão legislação ambiental eficaz. As normas ambientais, e os objetivos e as 
prioridades de gerenciamento deverão refletir o contexto ambiental e de meio ambiente a que se 
aplicam. As normas aplicadas por alguns países poderão ser inadequadas para outros, em 
particular para os países em desenvolvimento, acarretando custos econômicos e sociais 
injustificados. 
Cada Estado deverá adotar uma legislação ambiental compatível com sua realidade, ou seja, a legislação 
ambiental deverá ser eficaz (alcançar o objetivo de proteção a que se propõe). 
Princípio 12 
Os Estados devem cooperar na promoção de um sistema econômico internacional aberto e 
favorável, propício ao crescimento econômico e ao desenvolvimento sustentável em todos os países, 
de forma a possibilitar o tratamento mais adequado dos problemas da degradação ambiental. 
As medidas de política comercial para fins ambientais não devem constituir um meio de 
discriminação arbitrária ou injustificável, ou uma restrição disfarçada ao comércio internacional. 
Devem ser evitadas ações unilaterais para o tratamento dos desafios internacionais fora da 
jurisdição do país importador. As medidas internacionais relativas a problemas ambientais 
transfronteiriços ou globais deve, na medida do possível, basear-se no consenso internacional. 
Nesse princípio, há vários pontos a serem destacados: 
1) O meio ambiente é uma preocupação comum da humanidade e, como tal, sua proteção depende 
de cooperação internacional. 
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2) São legítimas as medidas comerciais para fins ambientais, desde que não constituam um meio de 
discriminação arbitrária ou injustificável, ou uma restrição disfarçada ao comércio internacional. 
3) Ações unilaterais devem ser evitadas. Deve-se buscar o consenso para a solução de problemas 
ambientais tranfronteiriços ou globais. 
Princípio 13 
Os Estados irão desenvolver legislação nacional relativa à responsabilidade e à indenização das 
vítimas de poluição e de outros danos ambientais. Os Estados irão também cooperar, de maneira 
expedita e mais determinada, no desenvolvimento do direito internacional no que se refere à 
responsabilidade e à indenização por efeitos adversos dos danos ambientais causados, em áreas 
fora de sua jurisdição, por atividades dentro de sua jurisdição ou sob seu controle. 
O dano ambiental deve ensejar a responsabilização daquele que o causou. Cabe a cada Estado, no plano 
interno, desenvolver legislação nacional sobre a responsabilidade e indenização das vítimas de poluição e de 
outros danos ambientais. No plano internacional, também é necessário que sejam desenvolvidas normas 
acerca da responsabilidade internacional em matéria ambiental. 
Princípio 14 
Os Estados devem cooperar de forma efetiva para desestimular ou prevenir a realocação e 
transferência, para outros Estados, de atividades e substâncias que causem degradação ambiental 
grave ou que sejam prejudiciais à saúde humana. 
Mais uma vez aparece a cooperação internacional entre os Estados como fator necessário para a proteção 
ambiental. 
Princípio 15 
Com o fim de proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deverá ser amplamente 
observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos 
graves ou irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não será utilizada como razão 
para o adiamento de medidas economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental. 
Fala-se aqui no princípio da precaução, que deve ser aplicado quando não existe certeza científica acerca 
do dano ambiental decorrente de determinada atividade. 
Princípio 16 
As autoridades nacionais devem procurar promover a internacionalização dos custos ambientais e 
o uso de instrumentos econômicos, tendo em vista a abordagem segundo a qual o poluidor deve, 
em princípio, arcar com o custo da poluição, com a devida atenção ao interesse público e sem 
provocar distorções no comércio e nos investimentos internacionais. 
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Esse é o princípio do poluidor-pagador, segundo o qual o responsável pela degradação ambiental deve arcar 
com os seus custos. 
Princípio 17 
A avaliação do impacto ambiental, como instrumento nacional, será efetuada paraas atividades 
planejadas que possam vir a ter um impacto adverso significativo sobre o meio ambiente e estejam 
sujeitas à decisão de uma autoridade nacional competente. 
A avaliação de impacto ambiental é instrumento que deve ser adotado pelos Estados, em conformidade com 
o princípio da prevenção. 
Princípio 18 
Os Estados notificarão imediatamente outros Estados acerca de desastres naturais ou outras 
situações de emergência que possam vir a provocar súbitos efeitos prejudiciais sobre o meio 
ambiente destes últimos. Todos os esforços serão envidados pela comunidade internacional para 
ajudar os Estados afetados. 
É atribuída aos Estados uma obrigação de notificação diante da ocorrência de desastres naturais ou outras 
situações de emergência que provoquem súbitos efeitos prejudiciais sobre o meio ambiente de outro Estado. 
Princípio 19 
Os Estados fornecerão, oportunamente, aos Estados potencialmente afetados, notificação prévia e 
informações relevantes acerca de atividades que possam vir a ter considerável impacto 
transfronteiriço negativo sobre o meio ambiente, e se consultarão com estes tão logo seja possível 
e de boa fé. 
Em homenagem ao princípio da prevenção, as atividades com potencial para causar o dano ambiental 
transfronteiriço devem ser notificadas por um Estado ao outro. 
Princípio 20 
As mulheres têm um papel vital no gerenciamento do meio ambiente e no desenvolvimento. Sua 
participação plena é, portanto, essencial para se alcançar o desenvolvimento sustentável. 
Esse princípio reforça a igualdade de gênero, ao reconhecer que as mulheres têm um papel importante na 
proteção ambiental. 
Princípio 21 
A criatividade, os ideais e a coragem dos jovens do mundo devem ser mobilizados para criar uma 
parceria global com vistas a alcançar o desenvolvimento sustentável e assegurar um futuro melhor 
para todos. 
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A Declaração do Rio também reconhece o papel da juventude na proteção ao meio ambiente. 
Princípio 22 
Os povos indígenas e suas comunidades, bem como outras comunidades locais, têm um papel vital 
no gerenciamento ambiental e no desenvolvimento, em virtude de seus conhecimentos e de suas 
práticas tradicionais. Os Estados devem reconhecer e apoiar adequadamente sua identidade, 
cultura e interesses, e oferecer condições para sua efetiva participação no atingimento do 
desenvolvimento sustentável. 
Os conhecimentos e práticas tradicionais dos povos indígenas e das comunidades locais estão diretamente 
relacionados ao tema da biodiversidade e, como tal, devem ser objeto de preocupação da sociedade 
internacional. Esses conhecimentos tradicionais podem ser muitas vezes utilizados para o desenvolvimento 
de produtos, como, por exemplo, medicamentos. 
Princípio 23 
O meio ambiente e os recursos naturais dos povos submetidos a opressão, dominação e ocupação 
serão protegidos. 
Os povos submetidos a opressão, dominação e ocupação também deverão ter o seu meio ambiente e 
recursos naturais protegidos. 
Princípio 24 
A guerra é, por definição, prejudicial ao desenvolvimento sustentável. Os Estados irão, por 
conseguinte, respeitar o direito internacional aplicável à proteção do meio ambiente em tempos 
de conflitos armados e irão cooperar para seu desenvolvimento progressivo, quando necessário. 
O meio ambiente pode sofrer bastante diante de conflitos armados, especialmente em um ambiente 
internacional em que os Estados possuem acesso a armas químicas e até armas nucleares. Esse princípio 
evidencia, portanto, uma preocupação ambiental nessas situações críticas. 
Princípio 25 
A paz, o desenvolvimento e a proteção ambiental são interdependentes e indivisíveis. 
 
Princípio 26 
Os Estados solucionarão todas as suas controvérsias ambientais de forma pacífica, utilizando-se 
dos meios apropriados, de conformidade com a Carta das Nações Unidas. 
A solução pacífica das controvérsias, inclusive ambientais, deve ser prioridade central nas relações 
internacionais, em conformidade com a Carta da ONU. Paz, desenvolvimento e proteção ambiental são 
interdependentes (um depende do outro) e indivisíveis (é o mundo inteiro – e não apenas um país – que 
deve viver em paz, desenvolver-se e proteger o meio ambiente. Todas essas são questões comuns a toda a 
humanidade, não sendo possível a um Estado, sozinho, alcançar esses ideais. 
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Princípio 27 
Os Estados e os povos irão cooperar de boa fé e imbuídos de um espírito de parceria para a 
realização dos princípios consubstanciados nesta Declaração, e para o desenvolvimento 
progressivo do direito internacional no campo do desenvolvimento sustentável. 
Para finalizar a Declaração do Rio, fala-se mais uma vez em cooperação internacional, instrumento essencial 
no desenvolvimento progressivo do direito internacional no campo do desenvolvimento sustentável. É 
somente por meio dessa cooperação que os Estados chegarão a um consenso sobre normas internacionais 
(tratados, principalmente!), compatibilizando desenvolvimento econômico e proteção ao meio ambiente. 
Importante frisar que, ainda em 1992, por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente 
e o Desenvolvimento, houve a produção de alguns documentos oficiais fundamentais para o estudo do 
Direito Internacional Ambiental, quais sejam: (1) A Carta da Terra; (2) A Declaração de Princípios sobre 
Florestas; (3) A Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento; (4) Agenda 21. Além de três 
importantes convenções: 
1) A Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação. 
2) A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, tratando das Mudanças climáticas 
globais, que já foi comentada neste material como a precursora dos estudos necessários para a criação do 
Protocolo de Quioto. 
3) A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB). Esse documento também foi comentado neste material 
em um outro momento. Deve-se ressaltar, ainda, que, no seio desta Convenção, foi instituído o Protocolo 
de Cartagena (2002), documento internacional que visava assegurar um nível adequado de proteção no 
campo da transferência, da manipulação e do uso seguros dos organismos vivos modificados (OVMs) 
resultantes da biotecnologia moderna que possam ter efeitos adversos na conservação e no uso sustentável 
da diversidade biológica, levando em conta os riscos para a saúde humana, decorrentes do movimento 
transfronteiriço. 
 
6 - Implementação e Execução do Direito Internacional Ambiental 
As questões ambientais, como regra geral, têm grande impacto econômico, donde surge a dificuldade de se 
chegar a um consenso sobre tratados internacionais com normas coercitivas. O que tem se tornado uma 
prática comum entre os Estados é a elaboração de tratados principiológicos, que enunciam normas de 
conduta e contribuem para o desenvolvimento de uma consciência ecológica. 
Com o passar do tempo e o desenvolvimento dessa consciência ecológica, o foco passa à questão da 
implementação dos tratados sobre matéria ambiental. Para isso, todavia, é necessário, além da formulação 
de tratados internacionais mais objetivos, a utilização de meios repressivos ou cooperativos para a 
implementação. Meios repressivos seriam sanções previstas em caso de descumprimento de obrigações. 
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Meios cooperativos, por sua vez, seriam medidas assistenciais para incentivar o cumprimento, como por 
exemplo a transferência de tecnologia e acapacitação profissional. 
Segundo Accioly, para que um tratado multilateral ambiental seja eficiente, as obrigações das partes devem 
estar redigidas de forma que elas tenham a exata noção dos meios necessários para cumpri-las e ainda o 
conteúdo da obrigação deve ser claro. 
Ainda segundo o mesmo autor, os mecanismos de controle devem ser transparentes, a fim de possibilitar 
às partes total previsibilidade acerca das consequências do não-cumprimento. Para que os meios 
repressivos e repressivos tenham confiabilidade, é necessário um controle e monitoramento efetivo do 
cumprimento das obrigações. 
 
1. (AGU-2004) 
O regime jurídico preponderante no sistema internacional de responsabilidade por danos ambientais, 
previsto nas principais convenções internacionais relativas ao tema, é o de responsabilidade objetiva. 
Comentários: 
Questão muito importante, pessoal! Acho que este aqui é um ponto importantíssimo desse assunto. A 
responsabilidade por danos ambientais é objetiva, ou seja, independe de culpa do agente. Ou seja, se o dano 
foi causado, já cabe responsabilização, ok? Questão correta. 
2. (AGU- 2004) 
Atualmente, entende-se o dano ambiental transfronteiriço como sendo aquele que tem sua origem no 
território de um Estado e que projeta seus efeitos negativos no território de um Estado vizinho, sem 
alcançar, contudo, as áreas de domínio comum internacional. 
Comentários: 
O conceito de dano ambiental transfronteiriço também abrange os efeitos negativos causados nas áreas de 
domínio comum internacional. Questão errada. 
3. (AGU-2004) 
O ataque lançado intencionalmente, que sabidamente causará prejuízos extensos, duradouros e graves 
ao meio ambiente e que se revele claramente excessivo em relação à vantagem militar global concreta 
e direta que se previa, é considerado crime de guerra. 
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Comentários: 
Questão bem específica cobrada na prova da AGU. Existe sim a previsão no Estatuto de Roma do TPI de que 
o descrito na assertiva seja considerado crime de guerra. Questão correta. 
4. (Procurador do Estado do Piauí - 2008) 
A Declaração do Rio de Janeiro (1992) dispôs que, no nível nacional, é direito de todo indivíduo ter 
acesso adequado às informações relativas ao meio ambiente de que disponham as autoridades públicas, 
inclusive informações sobre materiais e atividades perigosas em suas comunidades. 
Comentários: 
O direito ao acesso à informação está consagrado na Declaração do Rio de Janeiro em seu princípio de 
número 10. Questão correta. 
5. (PGFN-2006) 
É objetivo do Protocolo de Quioto à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima, 
de 1997: 
a) a diminuição da eficiência energética em setores relevantes da economia internacional, como modo 
direto de internalização de externalidades negativas. 
b) a proibição imediata de formas sustentáveis e não-sustentáveis de agricultura, à luz das considerações 
sobre mudança de clima. 
c) a redução gradual ou eliminação de imperfeição de mercado, de incentivos fiscais, de isenções 
tributárias e tarifárias e de subsídios para todos os setores emissores de gases de efeito estufa. 
d) a pesquisa, a promoção, o desenvolvimento e aumento do uso de formas não-renováveis de energia, 
de tecnologia de seqüestro de dióxido de carbono e de tecnologia ambientalmente seguras. 
e) a ampliação de emissões de metano por meio de sua recuperação e utilização no tratamento de 
resíduos, bem como no transporte, na produção e na distribuição de energia. 
Comentários: 
A letra a) está errada porque o Protocolo de Quioto tem por objetivo o aumento da eficiência energética e 
não sua diminuição. 
A letra b) está errada. O Protocolo de Quioto tem como um de seus objetivos que os países promovam formas 
sustentáveis de agricultura. 
A letra d) está errada, já que o protocolo que ora analisamos tem como objetivo a utilização de formas 
renováveis de energia. 
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A letra e) está errada porque o Protocolo de Quioto tem como objetivo a redução ou eliminação da emissão 
de gás metano e outros gases de efeito estufa. 
Resta-nos a letra c), que é o gabarito. Considerando que a emissão de gases de efeito estufa deve ser 
reduzida ou eliminada segundo o Protocolo de Quioto, o que se busca é desestimular as atividades que poluem 
a atmosfera. Ou seja, os incentivos aos setores emissores de gases de efeito estufa deverão ser retirados. 
6. (Questão Inédita) 
Assinale a alternativa incorreta sobre os princípios do direito internacional ambiental: 
a) De acordo com o princípio da prevenção, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser 
utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para prevenir a 
degradação ambiental. 
b) O princípio da precaução sugere o ônus pela parte empreendedora da demonstração de que a 
atividade não causa risco de danos irreversíveis. 
c) Considerando que o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo decorrente da poluição, as 
autoridades nacionais devem promover a internacionalização dos custos ambientais e o uso de 
instrumentos econômicos, levando na devida conta o interesse público, sem distorcer o comércio e os 
investimentos internacionais. 
d) Desenvolvimento sustentável pode ser conceituado como o desenvolvimento que atende às 
necessidades das gerações presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender 
aos seus próprios interesses. 
e) De acordo com o princípio da responsabilidade comum, mas diferenciada, todos os países, quaisquer 
sejam seus níveis de desenvolvimento, devem ocupar-se em pé de igualdade das questões internacionais 
relativas à proteção e melhoramento do meio ambiente. 
Comentários: 
A letra a) está correta. Se não se tem certeza se uma atividade econômica será prejudicial ou não ao meio 
ambiente, isso não poderá ser utilizado como um argumento para não serem tomadas medidas destinadas a 
prevenir a degradação ambiental. Como dizem por aí, “é melhor prevenir do que remediar!” 
A letra b) está correta. Quem deve provar que uma atividade econômica ou um projeto não terá consequências 
danosas ao meio ambiente é a parte empreendedora. 
A letra c) está correta. Esse é o enunciado do princípio do poluidor-pagador. 
A letra d) está correta, já que descreve perfeitamente o conceito de desenvolvimento sustentável. 
A letra e) está errada. O princípio da responsabilidade comum, mas diferenciada prega que cada país deve 
incumbir-se na proteção ambiental de forma proporcional com os danos causados ao meio ambiente. O 
gabarito é a letra e). 
7. (Questão Inédita) 
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Sobre a relação entre proteção ambiental e comércio internacional, assinale a alternativa correta: 
a) A Convenção de Basiléia impõe restrições ao comércio internacional inadmissíveis pela normativa da 
OMC. 
b) O Preâmbulo do Acordo Constitutivo da OMC consagra o princípio da responsabilidade comum, 
porém diferenciada. 
c) A solução de uma controvérsia a respeito de uma medida comercial adotada ao amparo de um acordo 
sobre meio ambiente deverá ser sempre solucionada pelas disposições especiais do referido acordo em 
respeito ao princípio da especificidade. 
d) Se um país não possui uma legislação ambiental adequada com padrões razoáveis de proteção 
ambiental, é natural que consiga produzir mercadorias a um custo de produção relativamente baixo, o 
que lhe permite vender mercadorias a um custo baixo nomercado internacional. 
e) A OMC não permite que sejam adotadas proibições às importações em razão de tratados ambientais. 
Comentários: 
A letra a) está errada. É possível que sejam adotadas restrições ao comércio internacional por motivos de 
proteção ambiental. A Convenção de Basiléia impõe restrições ao comércio transfronteiriço de resíduos 
perigosos, restrições essas admitidas pela normativa da OMC. 
A letra b) está errada. A responsabilidade comum, mas diferenciada não está prevista no Preâmbulo do Acordo 
Constitutivo da OMC. O referido preâmbulo faz alusão unicamente ao princípio do desenvolvimento 
sustentável. 
A letra c) está errada. Uma controvérsia a respeito de uma medida comercial adotada ao amparo de um 
acordo sobre meio ambiente somente será submetida às disposições especiais do referido acordo se ambas 
as partes na controvérsia houverem firmado o referido acordo. 
A letra e) está errada. A OMC permite que sejam adotadas restrições ao comércio internacional em virtude de 
questões relacionadas à proteção ambiental. 
A letra d) está correta e é o gabarito. Se as exigências ambientais não são adequadas com padrões mínimos 
de proteção, não há muitos custos embutidos no produto, o que permite com que estes sejam vendidos a preços 
baixos no mercado internacional. 
8. (Questão Inédita) 
Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as assertivas verdadeiras e a letra (F) para as falsas. 
Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta: 
( ) Diante da grande abrangência dos tratados internacionais e das dificuldades técnicas inerentes à 
matéria, o direito internacional ambiental adaptou-se bem a Convenções-tipo e a Convenções-quadro. 
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( ) A transparência dos mecanismos de controle em tratados ambientais dá maior previsibilidade às 
consequências do não-cumprimento das obrigações assumidas e contribui para a maior efetividade do 
tratado. 
( ) A implementação de um tratado ambiental independe do controle e monitoramento do cumprimento 
das obrigações, tendo em vista que a declaração principiológica que contém é suficiente para dar-lhe 
cumprimento. 
( ) O Protocolo de Quioto representa um avanço substancial na medida em que prevê regras precisas 
e claras e que vinculam as partes em relação ao objetivo final e suas obrigações. 
a) VVFV 
b) VFFV 
c) VVVV 
d) FVFV 
e) FFVV 
Comentários: 
A primeira assertiva está correta. As Convenções-tipo são aquelas que possuem generalidade e flexibilidade 
em seus dispositivos e as Convenções-quadro são as que se caracterizam por possuírem dispositivos de caráter 
abstrato. A utilização desse tipo de convenção em matéria ambiental ocorre devido à grande dificuldade de 
se atingir o consenso nos assuntos relacionados à proteção ambiental devido à influência que esse tema tem 
nas questões econômicas. É como se os países pensassem da seguinte forma: “É melhor fazermos pelo menos 
uma convenção com princípios gerais que não comprometam ninguém do que não fazer nada. O que for mais 
polêmico a gente deixa pra depois!”. 
A segunda assertiva está correta. Quanto mais transparentes forem os mecanismos de controle do cumprimento 
de tratados ambientais, mais efetividade estes terão. 
A terceira assertiva está errada. A mera declaração principiológica não é suficiente para dar efetividade a 
um tratado em matéria ambiental. Para que ele tenha maior efetividade é necessária a previsão de forma 
objetiva das obrigações das partes, bem como a existência de meios repressivos e cooperativos para 
implementação. 
A quarta assertiva está correta. O Protocolo de Quioto estabelece metas de redução de emissões para países 
incluídos no seu Anexo I. Ressalte-se que as obrigações assumidas são diferentes para cada país incluído no 
Anexo I, observando o princípio da responsabilidade comum, mas diferenciada. Os países que não estão 
incluídos no Anexo I, como, por exemplo, o Brasil, podem realizar projetos de redução de emissões e negociar 
com os países do Anexo I os “créditos de carbono”. Logo, o item correto é a letra a). 
9. (Questão Inédita) 
Assinale a alternativa incorreta: 
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a) A avaliação de impacto ambiental, como instrumento internacional, deve ser empreendida para as 
atividades planejadas que posam vir a ter impacto negativo considerável sobre o meio ambiente, e que 
dependam de uma decisão de autoridade nacional competente. 
b) O princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada, tem como fundamento a premissa de 
que a maior parte da degradação do meio ambiente é resultante do acelerado desenvolvimento 
econômico que experimentaram alguns países. 
c) A Convenção de Viena para a proteção da Camada de Ozônio tem como objetivo principal a 
estabilização da concentração de gases na atmosfera em níveis com a segurança climática do planeta, 
evitando, assim o aquecimento global. 
d) A Agenda 21 é um dos resultados da Conferência do Rio de Janeiro (ECO 92), caracterizando-se por 
ser um documento com a função de servir de guia às políticas públicas dos estados relacionadas ao meio 
ambiente. 
e) A Conferência de Estocolmo foi um marco no direito internacional ambiental, tendo elevado ao direito 
ao meio ambiente ao status de direito fundamental do ser humano. 
Comentários: 
A letra a) está correta. Esse foi um dos princípios estabelecidos pela Declaração do Rio e está relacionado ao 
princípio da prevenção. 
A letra b) está correta. Esse é o fundamento do princípio da responsabilidade comum, mas diferenciada. 
A letra d) está correta. Portela define a Agenda 21 como um programa de ação que visa garantir o 
desenvolvimento econômico em condições equitativas para a humanidade, dentro de parâmetros de respeito 
ao meio ambiente. Ressalte-se ainda que, pelo fato da Agenda 21 não ser um tratado, ela não é juridicamente 
vinculante, podendo ser considerada uma soft law. Assim também devemos considerar a Declaração de 
Estocolmo e a Declaração do Rio. 
A letra e) está correta. O princípio de número 1 da Declaração de Estocolmo estabelece que “O homem tem 
o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de condições de vida adequadas em um meio 
ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna e gozar de bem-estar.” 
A letra c) está errada e é o gabarito. O objetivo citado é o da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre 
mudança do clima. 
10. (Questão Inédita) 
Analise os itens a seguir e atribua a letra (V) para as assertivas verdadeiras e a letra (F) para as falsas. 
Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta: 
( ) A OMC tem como um de seus objetivos expandir a produção e o comércio de mercadorias e de 
serviços através do equilíbrio entre desenvolvimento sustentável e preservação do meio ambiente. 
( ) Um Estado não deve ser responsabilizado pelos danos ambientais que cause fora de sua jurisdição 
territorial. 
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( ) A Assembléia Geral das Nações Unidas considera que o clima é uma preocupação comum da 
humanidade, já que condição fundamental para a manutenção da vida na Terra. 
( ) A Convenção de Basiléia tem como objetivo a proteção das diversas formas de vida na terra, quer 
seja no meio terrestre ou aquático, reconhecendo a “importância da diversidade biológica para a 
evolução e para a manutenção dos sistemas necessários à vida na biosfera. 
a) VFVF 
b) VFVV 
c) VVFF 
d) FFVF 
e) FVFV 
Comentários:A primeira assertiva está verdadeira. Esse é um dos objetivos da OMC definidos pelo preâmbulo do Acordo 
de Marrakesh. 
A segunda assertiva está falsa. Um Estado deverá sim ser responsabilizado pelos danos ambientais que cause 
fora de sua jurisdição territorial. Lembre-se de que a responsabilidade por dano ambiental é uma 
responsabilidade objetiva 
A terceira assertiva está verdadeira. O clima é considerado preocupação comum da humanidade. 
A quarta assertiva está falsa. A Convenção de Basiléia tem como objetivo controlar o movimento transfronteiriço 
de resíduos perigosos. O gabarito é, portanto, a letra a). 
11. (Instituto Rio Branco-2010) 
No plano multilateral, as primeiras iniciativas de se tratar em conjunto as questões relacionadas ao 
desenvolvimento econômico e ao meio ambiente ocorreram em 1964, na Conferência das Nações Unidas 
sobre Comércio e Desenvolvimento, que incluiu, na sua agenda, o tema sobre a poluição decorrente do 
crescimento da atividade industrial. 
Comentários: 
A primeira iniciativa de se tratar sobre questões ambientais em nível multilateral foi em 1972, na Conferência 
das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, que resultou na Declaração de Estocolmo, hoje considerada um 
marco do direito internacional ambiental. Questão errada. 
12. (Instituto Rio Branco-2010) 
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo em 1972, consagrou 
o direito da humanidade a um meio ambiente saudável e estabeleceu diretrizes para a aplicação de 
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medidas ambientais, sempre acompanhadas da ressalva da liberalização do comércio internacional, 
prevista pelo GATT (Acordo Geral de Comércio e Tarifas). 
Comentários: 
Segundo a doutrina, a Declaração de Estocolmo de 1972 constitui-se em um documento de caráter 
principiológico, que não contém obrigações jurídicas vinculantes. Por isso, está errado dizer que ela estabeleceu 
diretrizes para a aplicação de medidas ambientais. Além disso, ela não faz ressalva alguma em relação à 
liberalização do comércio internacional. 
O que existe hoje em dia é exatamente uma ideia oposta a essa. A OMC (Organização Mundial de Comércio) 
admite que sejam impostas restrições ao comércio internacional em virtude de medidas voltadas à proteção 
ambiental (art. XX, alínea “g” do GATT). Em outras palavras, as medidas ambientais é que são uma ressalva à 
liberalização do comércio internacional e não o contrário. Questão errada. 
13. (Instituto Rio Branco-2010) 
As discussões realizadas no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, no Rio de Janeiro em 1992, focalizaram, fundamentalmente, questões associadas à 
poluição, à dilapidação dos recursos naturais e à perda da biodiversidade e resultaram em um conjunto 
de compromissos relacionados à proteção de ecossistemas e de espécies ameaçadas de extinção, os 
quais correspondem aos compromissos da Agenda 21. 
Comentários: 
A Agenda 21 consiste tão somente em documento elaborado com o objetivo de servir de guia para que os 
Estados formulem políticas públicas em matéria ambiental. Dessa forma, está errado dizer que a Agenda 21 
consubstancia compromissos relacionados à proteção de ecossistemas e de espécies ameaçadas de extinção. 
Questão errada. 
14. (Instituto Rio Branco-2010) 
O Protocolo de Quioto fixou as metas de redução de emissão de gases que provocam o efeito estufa, a 
serem cumpridas pelos países industrializados e, progressivamente, adotadas pelos países em 
desenvolvimento, tendo sido essa a medida principal para a consolidação de um regime global sobre 
mudança climática. 
Comentários: 
Não são todos os países que devem cumprir metas de redução de emissão de gases, mas somente aqueles que 
estão relacionados no Anexo I, que são alguns dos países industrializados. Os países em desenvolvimento não 
assumiram compromissos de redução de emissões por meio do Protocolo de Quioto, o que torna a questão 
errada. 
15. (Consultor Legislativo/ Câmara- 2002) 
Na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em 1992, no Rio 
de Janeiro, foi adotada a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, constituída de 
27 princípios, todos de natureza obrigatória. 
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Comentários: 
Os 27 princípios enunciados na Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992 têm como 
objetivo definir um caminho a ser seguido para as políticas públicas a serem implementadas pelos Estados. 
Todavia, a Declaração do Rio é um documento de natureza meramente principiológica, não estabelecendo 
obrigações vinculantes. Assim, seus princípios não são considerados juridicamente obrigatórios, tendo força 
normativa limitada, o que é característica de uma soft law. A questão está, portanto, errada. 
16. (Consultor Legislativo / Câmara- 2002) 
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima, de 1992, da qual o Brasil é parte, 
tem por objetivo, em termos gerais, estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera. 
Comentários: 
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima de 1992 tem como objetivo estabilizar as 
concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera em níveis compatíveis com a segurança climática do 
planeta, evitando assim o aquecimento global. A questão está, portanto, correta. 
17. (Consultor Legislativo/ Câmara- 2002) 
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima, de 1992, criou, como seu órgão 
supremo, a Conferência das Partes, sendo que, na Terceira Conferência, realizada em Quioto, no Japão, 
foi aprovado o Protocolo de Quioto, que estabelece a meta média de 6% da redução da emissão de 
gases de efeito estufa pelos países industrializados, a ser cumprida no período entre 2008 e 2012. 
Comentários: 
De fato, a meta média de redução de emissão de gases de efeitos estufa assumida pelos países 
industrializados, a ser cumprida no período entre 2008 e 2012 foi de 6%. Questão correta. 
18. (Consultor Legislativo/ Câmara- 2002) 
A Convenção sobre Diversidade Biológica, de 1992, da qual o Brasil é parte, estabeleceu a 
obrigatoriedade de se desenvolverem listas nacionais de espécies ameaçadas e de se estabelecerem 
áreas de importância biológica. 
Comentários: 
A Convenção sobre Diversidade Biológica não impôs aos países a obrigação de que fossem estabelecidas 
áreas de importância biológica. Além disso, também não estabeleceu a obrigatoriedade de que os países 
desenvolvessem listas nacionais de espécies ameaçadas. Questão errada. 
19. (Consultor Legislativo/ Câmara- 2002) 
Dado o grande número de normas internacionais relacionadas à proteção do meio ambiente, bem assim 
as suas especificidades, o direito internacional ambiental, ou direito internacional do meio ambiente já 
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não é tratado no contexto do direito internacional público, sendo entendido como um ramo independente 
do direito. 
Comentários: 
De fato, uma das características do direito internacional ambiental é a enorme quantidade de normas 
internacionais voltadas para a proteção ambiental. No entanto, o direito internacional ambiental não é um 
ramo independente do direito, sendo tratado no âmbito do direito internacional público. A questão está, 
portanto, errada. 
20. (Consultor Legislativo/ Senado-2002) 
O direito à vida, como direito fundamental do ser humano, está diretamente relacionado com o

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