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Conceitos de inovação Licensed to Robert Kennedy Pereira Lima - rob__ken@hotmail.com - 006.326.673-38 SST BRAGA, C.; Bartkiw, P. I. N. Conceitos de inovação / Autor: Cristiano Braga e Paula Izabela Nogueira Bartkiw Local: Florianópolis, 2019; . nº de p. : 10 páginas Copyright © 2019. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. Licensed to Robert Kennedy Pereira Lima - rob__ken@hotmail.com - 006.326.673-38 Conceitos de inovação 3 Apresentação Com a globalização, a competitividade ficou em evidência. Novas tecnologias estão transformando a maioria dos mercados locais, regionais, nacionais e mundiais em mercados sem fronteiras. A conectividade, a democratização das informações, a liberdade de ações e o aumento exponencial da concorrência, processos voltados para a qualidade e o aumento da produtividade, tornaram-se necessários e começaram a ser estudados e implantados nas organizações, nos departamentos de Marketing, Estratégia, Gestão de Pessoas, Finanças, entre outros. Nessa perspectiva, a inovação surge por possuir estreita relação com a competitividade. Assim, começaram a aparecer ideias e propostas inovadoras sobre governança corporativa, imagem e reputação da empresa, gestão participativa, cadeia de valor, processos de certificação, logística reversa, gerenciamento de resíduos sólidos e em muitas outras áreas. Vamos juntos entender o conceito e o processo da inovação, bem como sua contribuição para a geração do conhecimento. Conceito de inovação Para definirmos a inovação, adotaremos o conceito do Manual de Oslo, uma publicação da Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE): Inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas. (OCDE, 2005, p. 55). A inovação é um dos fundamentos da excelência preconizados pela FNQ. Segundo a FNQ (2014, p. 111), “[...] inovação são características originais, diferenciadas ou incomuns, desenvolvidas e incorporadas em produtos e processos da organização, com valor percebido pelas partes interessadas”. Como podemos observar, trata- se de uma definição abrangente que abarca uma série de possibilidades como ideias e práticas inovadoras. Para isso, a organização deve assegurar um ambiente Licensed to Robert Kennedy Pereira Lima - rob__ken@hotmail.com - 006.326.673-38 4 favorável para a promoção dessas ideias, as quais devem atender a pelo menos três critérios, quais sejam: ser relevante, ser viável e ser sustentável. A ideia deve ser relevante porque, desse modo, se destaca em uma escala comparativa. O critério da viabilidade leva em consideração a importância relativa ao valor ou volume dos recursos envolvidos, isoladamente ou em determinado contexto. Já a sustentabilidade garante que a ideia ou proposta atenda às necessidades da sociedade e da própria organização sem comprometer as possibilidades das gerações futuras. Hoje, um produto ou serviço sustentável pode gerar apreciação e confiança por parte do cliente, o que, por conseguinte, pode gerar fidelidade, fator determinante para aumentar a participação no mercado. Como exemplo de sustentabilidade, temos empreendedores brasileiros que buscam recursos e referências da nossa terra para as inovações em produtos. Há empresas que fabricam cosméticos orgânicos de açaí e andiroba; outras, madeira plástica; e outras, produtos de limpeza orgânicos e biodegradáveis. Também existem organizações que cultivam bactérias que “comem” resíduos de embalagens biodegradáveis, feitas de amido de mandioca, e que promovem o plantio de florestas de eucalipto para compensar um possível dano ambiental causado pelos seus processos produtivos. Reflita Tipos de inovação Como já vimos, os principais tipos de inovação são de produto (bens ou serviços), de processo, de marketing e de métodos organizacionais. Tais tipos podem agir de forma isolada ou em conjunto, em determinado cenário de implementação. • A inovação de produto é a introdução de um bem ou serviço novo ou melhorado, seja em suas especificações técnicas ou funcionais, que consiga agregar valor ao resultado final para as partes interessadas, também conhecidas como stakeholders. Como exemplo, temos o sapato feminino, um produto que, mesmo causando desconforto no uso, não deixa de ser comercializado e consumido. Logo, as organizações que desenvolvem um sapato feminino mais confortável e ergonômico inovam no tipo de produto. O termo “produto” abrange tanto bens como serviços, assim, qualquer inovação nesse sentido pode ser classificada como uma inovação de produto. Licensed to Robert Kennedy Pereira Lima - rob__ken@hotmail.com - 006.326.673-38 5 • A inovação de processo refere-se a novas práticas, ou práticas melhoradas, que visam otimizar um fluxo, melhorar a qualidade ou aumentar a produtividade de determinado processo em uma cadeia operacional ou produtiva. Para promover a inovação de processo, é necessária uma cultura de mudanças na organização, pois qualquer processo de suas atividades pode ser alterado ou eliminado. • Antes de definirmos a inovação de marketing, vamos elucidar o conceito de marketing. Marketing é definido por Kotler (2003, p. 11) como “[...] a arte da ciência de escolher os mercados-alvo e de conquistar, reter e cultivar clientes, por meio da criação, comunicação e fornecimento de valor superior para os clientes”. Ou seja, as empresas de alto desempenho buscam necessidades, variedade e acesso na oferta de produtos e serviços e, a partir desse ponto, criam novos mercados, buscando agregar valor aos clientes. Segundo a OCDE (2005, p. 59), “[...] as inovações de marketing são voltadas para melhor atender as necessidades dos consumidores, abrindo novos mercados, ou reposicionando o produto de uma empresa no mercado, com o objetivo de aumentar as vendas”. • A inovação organizacional é a implementação de algum método ou ferramenta de gestão que interfira de forma positiva em alguma metodologia da empresa, melhorando seu desempenho e otimizando resultados. No segmento de medicina diagnóstica, por exemplo, as clínicas que trazem soluções que reduzem o tempo de espera pela consulta, ou avisam por SMS que está na vez do paciente, ou ainda enviam lembretes sobre jejum para exames, estão inovando nos métodos organizacionais. Portanto, como vimos nos exemplos apresentados, as inovações podem ser dirigidas ao ambiente interno da empresa ou ao ambiente externo, o mercado. Vejamos a relação entre o tipo de inovação e o ambiente no quadro a seguir. Quadro 1: Tipos de inovação nos ambientes interno e externo Nível da inovação Ambiente Dentro da organização Mercado Organizacional Métodos Marketing Tecnológica Processo Produto (bens/serviços) Fonte: Elaborado pelo autor (2019). Licensed to Robert Kennedy Pereira Lima - rob__ken@hotmail.com - 006.326.673-38 6 Conheça as empresas e seus casos de sucesso reconhecidos pela FNQ em <http://www2.fnq.org.br/informe-se/artigos-e- entrevistas/cases-de-sucesso>. Acesso em: 17 dez. 2019. Além disso, no Brasil, inúmeras instituições promovem a inovação e fomentam boas práticas inovadoras, a exemplo da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Conheça mais sobre essa instituição em <http://www.finep.gov.br>. Acesso em: 17 dez. 2019. Saiba mais Assim, podemos concluir que uma prática inovadora, seja de produto (bem ou serviço), processo, marketing ou método organizacional, que tenha sido implementada e que atenda aos critérios de relevância, viabilidade e sustentabilidade vai ampliar a capacidade de competitividade da organização, tornando-a inovadora. Consequentemente, essa organização deverá ter colaboradores que pensem e ajam como difusores da inovação, com abordagens diversificadas, propagando uma cultura voltada para a mudança e melhoria contínua, o que pode,inclusive, assegurar a atuação da empresa em um mercado diferente, um mercado novo criado com base nas necessidades e perspectivas dos clientes, desconhecidas até então. Sobre os agentes difusores da inovação, Caldas e Wood Júnior (1999, p. 77) defendem que: entre os fatores estruturais, os agentes e padrões de difusão controlam o fluxo do sistema. Os agentes de difusão são os principais agentes sociais que influenciam ativamente outros – deliberadamente ou não – a adotar e/ou rejeitar a inovação ou os padrões de tal adoção/rejeição. Entre tais agentes, podem-se citar executivos, a mídia empresarial, órgãos governamentais e regulatórios, redes profissionais e consultores (CALDAS; WOOD JÚNIOR, 1999, p. 77). Quanto aos padrões de difusão, podemos citar o conceito de Caldas e Wood Júnior (1999, p. 78): “[...] as formas pelas quais a adoção e a rejeição fluem em organizações, definindo o ritmo da difusão (lento ou rápido) e seu escopo (limitado ou abrangente)”. Licensed to Robert Kennedy Pereira Lima - rob__ken@hotmail.com - 006.326.673-38 http://www2.fnq.org.br/informe-se/artigos-e-entrevistas/cases-de-sucesso http://www2.fnq.org.br/informe-se/artigos-e-entrevistas/cases-de-sucesso http://www.finep.gov.br 7 No processo de busca pela inovação, a entrada/input são os experimentos de novas ideias que possam adicionar valor; a saída/output pode ser considerada como um experimento exitoso, inovação identificada e lições aprendidas. Com base nessas definições, estabeleça seu processo de inovação e formule sua entrada e saída para qualquer processo e empresa.. Reflita A contribuição da inovação na geração do conhecimento Para que seja possível compreender como o conhecimento é gerado, precisamos entender sua relação com os dados e as informações. Assim, em um trabalho voltado para a inovação, a coleta de dados pode assumir diversas formas, por isso, torna-se difícil abordar todas as metodologias neste estudo, deste modo, trataremos de algumas das mais relevantes. Segundo a OCDE (2005, p. 72): dados sobre cada tipo de inovação podem ser coletados por meio de uma única questão ou por meio de uma série de subquestões em subgrupos separados para cada tipo de inovação. Esta última sugestão resultará em informações mais detalhadas sobre as inovações de cada empresa. Maiores detalhes sobre os tipos de inovação implementados pelas empresas seriam muito úteis para a análise e interpretação de dados (OCDE, 2005, p. 72). Com base nessa definição da OCDE, podemos conceituar dados como fatos, eventos, que podem ser relevantes para a realização de determinada atividade, mas que, por si só, não representam uma compreensão e análise de determinada situação ou cenário. Do mesmo modo, podemos conceituar informação como algo criado com a finalidade de representar algum tipo de conhecimento, a qual pode se apresentar na forma conjunta de dados ou como uma correlação entre eles. Por fim, podemos chegar à conclusão de que conhecimento seria a capacidade de alguém relacionar todo o processo das informações recebidas em determinado contexto. Licensed to Robert Kennedy Pereira Lima - rob__ken@hotmail.com - 006.326.673-38 8 Figura 1: Relação entre os conceitos de dados, informação e conhecimento Dados Informação Resultado Filtro Interpretação CONHECIMENTO Fonte: Elaborada pelo autor (2019). Dessa forma, podemos compreender que o conhecimento é criado pela conversão de dados em informação, e esta, ao ser interpretada em um contexto, é difundida como conhecimento. As ações e os resultados culminam na acumulação de conhecimentos. O conhecimento pode ser encontrado nas organizações, entre seus colaboradores e nos sistemas de gestão de conhecimento da própria empresa ou em sua cultura e pode ser classificado como conhecimento tácito ou explícito. O conhecimento tácito são competências, juízos e intuições dos indivíduos. O conhecimento explícito são competências e fatos transmitidos. O segredo para a aquisição do conhecimento tácito é a experiência. Por exemplo, a socialização funciona como um processo de compartilhamento de experiências – assim, é criado o conhecimento tácito. Sobre esse assunto, Motta (1991, p. 137) discorre que: a gestão contemporânea resume bem o dilema das organizações modernas: num ambiente em constante mutação, caracterizado por grande ambiguidade e incerteza, a gerência, na sua busca da racionalidade, tende, ao mesmo tempo, a recorrer ao conhecido e ao experimentado, tomando decisões notadamente incrementais (MOTTA, 1991, p. 137). Ainda segundo Motta (1991, p. 140), a “[...] preocupação demasiada com o racionalismo pode conduzir ao imobilismo, à paralisia e à dificuldade de inovação”. O autor também cita que “a organização moderna deve regular os conflitos internos no sentido de induzir e estimular a cooperação [...] aglutinando esforços e contribuindo para o crescimento profissional e pessoal do empregado”. Para atuar nessa perspectiva, a organização precisa assegurar o envolvimento das pessoas, que devem sentir a segurança de que podem pensar em novos modelos. O ponto- Licensed to Robert Kennedy Pereira Lima - rob__ken@hotmail.com - 006.326.673-38 9 chave é incentivá-las com um ambiente de seleção de catalisadores da inovação e dar-lhes poder e autonomia para, em conjunto, fazerem com que a organização saia de simples lampejos individuais para uma cultura da inovação na disseminação do conhecimento. Algumas técnicas, ferramentas e processos especializados podem ser adotados para a promoção e disseminação de novas ideias, a exemplo do brainstorming, do design thinking e do benchmarking. Brainstorming (tempestade de ideias) é uma “[...] técnica grupal ou individual na qual são realizados exercícios mentais com a finalidade de resolver problemas específicos, explorando a potencialidade criativa de um indivíduo ou de um grupo” (FNQ, 2017, p. 11). Design thinking é o “[...] conjunto de métodos e processos para abordar problemas relacionados à aquisição de informações, análise de conhecimento e propostas de solução, colocando as pessoas no centro do desenvolvimento, promovendo a criatividade para a geração da solução e a razão para analisar e adaptar as soluções” (FNQ, 2017, p. 11). Benchmarking é o “[...] método de comparação de produtos, processos e desempenho de uma organização com outra de referência” (FNQ, 2017, p. 11). Pode ser organizacional, como é o caso da comparação com empresas similares; de desempenho, com a comparação feita por meio de uma série de padrões e de indicadores; de processo, com a comparação de processos organizacionais, internos e externos. Saiba mais Portanto, com o que vimos até o momento, podemos perceber e ter um entendimento um pouco mais profundo de que os desafios organizacionais caracterizam a era do trabalhador do conhecimento. Fechamento Vimos que, em um ambiente cada vez mais competitivo, as organizações precisam estar prontas para se adaptarem a qualquer cenário que surja a sua frente, porém para que possam liderar seus mercados, a resiliência não é suficiente, tornando-se necessária a busca de novas ideias, que possibilitem inovar e estar à frente de todos. Licensed to Robert Kennedy Pereira Lima - rob__ken@hotmail.com - 006.326.673-38 10 Aprendemos que inovar não é simplesmente criar algum produto novo, inovar é transformar uma ideia criativa em algo que gere valor a empresa, podendo inovar em produtos, serviços, processos, marketing ou ainda em uma inovação organizacional. Referências CALDAS, M.; WOOD JÚNIOR, T. Transformação e realidade organizacional: uma perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, 1999. FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE – FNQ. Critérios rumo à excelência. São Paulo: FNQ, 2014. ______. Gestão da inovação. São Paulo: FNQ, 2017. KOTLER, P. Marketing de A a Z: 80 conceitos que todo profissional precisa saber. Trad. Afonso Celso Cunha Serra. Rio de Janeiro: Campus, 2003. MOTTA, P. R. Gestão contemporânea: a ciência e a arte de serdirigente. 11. ed. Rio de Janeiro: Record, 1991. ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO ECONÔMICA E DESENVOLVIMENTO - OCDE; EUROSTAT. Manual de Oslo: diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação. 3. ed. Rio de Janeiro: Finep, 2005. Disponível em: <https://www.finep.gov. br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf>. Acesso em: 17 dez. 2019. Licensed to Robert Kennedy Pereira Lima - rob__ken@hotmail.com - 006.326.673-38 https://www.finep.gov.br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf https://www.finep.gov.br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf
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