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Conceitos de inovação
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SST
BRAGA, C.; Bartkiw, P. I. N.
Conceitos de inovação / Autor: Cristiano Braga e Paula 
Izabela Nogueira Bartkiw
Local: Florianópolis, 2019; .
nº de p. : 10 páginas
Copyright © 2019. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados.
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Conceitos de inovação
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Apresentação
Com a globalização, a competitividade ficou em evidência. Novas tecnologias estão 
transformando a maioria dos mercados locais, regionais, nacionais e mundiais em 
mercados sem fronteiras. A conectividade, a democratização das informações, a 
liberdade de ações e o aumento exponencial da concorrência, processos voltados 
para a qualidade e o aumento da produtividade, tornaram-se necessários e 
começaram a ser estudados e implantados nas organizações, nos departamentos de 
Marketing, Estratégia, Gestão de Pessoas, Finanças, entre outros. 
Nessa perspectiva, a inovação surge por possuir estreita relação com a 
competitividade. Assim, começaram a aparecer ideias e propostas inovadoras sobre 
governança corporativa, imagem e reputação da empresa, gestão participativa, 
cadeia de valor, processos de certificação, logística reversa, gerenciamento de 
resíduos sólidos e em muitas outras áreas. Vamos juntos entender o conceito e o 
processo da inovação, bem como sua contribuição para a geração do conhecimento.
Conceito de inovação
Para definirmos a inovação, adotaremos o conceito do Manual de Oslo, uma 
publicação da Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento 
(OCDE): 
Inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo 
ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um método de 
marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, 
na organização do local de trabalho ou nas relações externas. (OCDE, 
2005, p. 55).
A inovação é um dos fundamentos da excelência preconizados pela FNQ. Segundo 
a FNQ (2014, p. 111), “[...] inovação são características originais, diferenciadas ou 
incomuns, desenvolvidas e incorporadas em produtos e processos da organização, 
com valor percebido pelas partes interessadas”. Como podemos observar, trata-
se de uma definição abrangente que abarca uma série de possibilidades como 
ideias e práticas inovadoras. Para isso, a organização deve assegurar um ambiente 
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favorável para a promoção dessas ideias, as quais devem atender a pelo menos 
três critérios, quais sejam: ser relevante, ser viável e ser sustentável. A ideia deve 
ser relevante porque, desse modo, se destaca em uma escala comparativa. O 
critério da viabilidade leva em consideração a importância relativa ao valor ou 
volume dos recursos envolvidos, isoladamente ou em determinado contexto. Já 
a sustentabilidade garante que a ideia ou proposta atenda às necessidades da 
sociedade e da própria organização sem comprometer as possibilidades das 
gerações futuras. Hoje, um produto ou serviço sustentável pode gerar apreciação e 
confiança por parte do cliente, o que, por conseguinte, pode gerar fidelidade, fator 
determinante para aumentar a participação no mercado.
Como exemplo de sustentabilidade, temos empreendedores 
brasileiros que buscam recursos e referências da nossa terra para 
as inovações em produtos. Há empresas que fabricam cosméticos 
orgânicos de açaí e andiroba; outras, madeira plástica; e outras, 
produtos de limpeza orgânicos e biodegradáveis. Também existem 
organizações que cultivam bactérias que “comem” resíduos de 
embalagens biodegradáveis, feitas de amido de mandioca, e que 
promovem o plantio de florestas de eucalipto para compensar um 
possível dano ambiental causado pelos seus processos produtivos.
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Tipos de inovação
Como já vimos, os principais tipos de inovação são de produto (bens ou serviços), 
de processo, de marketing e de métodos organizacionais. Tais tipos podem agir de 
forma isolada ou em conjunto, em determinado cenário de implementação. 
• A inovação de produto 
é a introdução de um bem ou serviço novo ou melhorado, seja em suas 
especificações técnicas ou funcionais, que consiga agregar valor ao resultado 
final para as partes interessadas, também conhecidas como stakeholders. 
Como exemplo, temos o sapato feminino, um produto que, mesmo causando 
desconforto no uso, não deixa de ser comercializado e consumido. Logo, 
as organizações que desenvolvem um sapato feminino mais confortável e 
ergonômico inovam no tipo de produto. O termo “produto” abrange tanto bens 
como serviços, assim, qualquer inovação nesse sentido pode ser classificada 
como uma inovação de produto. 
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• A inovação de processo 
refere-se a novas práticas, ou práticas melhoradas, que visam otimizar um 
fluxo, melhorar a qualidade ou aumentar a produtividade de determinado 
processo em uma cadeia operacional ou produtiva. Para promover a inovação 
de processo, é necessária uma cultura de mudanças na organização, pois 
qualquer processo de suas atividades pode ser alterado ou eliminado. 
•	 Antes	de	definirmos	a	inovação	de	marketing,	
vamos elucidar o conceito de marketing. Marketing é definido por Kotler 
(2003, p. 11) como “[...] a arte da ciência de escolher os mercados-alvo e 
de conquistar, reter e cultivar clientes, por meio da criação, comunicação e 
fornecimento de valor superior para os clientes”. Ou seja, as empresas de 
alto desempenho buscam necessidades, variedade e acesso na oferta de 
produtos e serviços e, a partir desse ponto, criam novos mercados, buscando 
agregar valor aos clientes. Segundo a OCDE (2005, p. 59), “[...] as inovações 
de marketing são voltadas para melhor atender as necessidades dos 
consumidores, abrindo novos mercados, ou reposicionando o produto de uma 
empresa no mercado, com o objetivo de aumentar as vendas”. 
•	 A	inovação	organizacional	
é a implementação de algum método ou ferramenta de gestão que interfira 
de forma positiva em alguma metodologia da empresa, melhorando seu 
desempenho e otimizando resultados. No segmento de medicina diagnóstica, 
por exemplo, as clínicas que trazem soluções que reduzem o tempo de espera 
pela consulta, ou avisam por SMS que está na vez do paciente, ou ainda 
enviam lembretes sobre jejum para exames, estão inovando nos métodos 
organizacionais.
Portanto, como vimos nos exemplos apresentados, as inovações podem ser 
dirigidas ao ambiente interno da empresa ou ao ambiente externo, o mercado. 
Vejamos a relação entre o tipo de inovação e o ambiente no quadro a seguir.
Quadro 1: Tipos de inovação nos ambientes interno e externo
Nível da inovação Ambiente
Dentro da organização Mercado
Organizacional Métodos Marketing
Tecnológica Processo Produto (bens/serviços) 
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
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Conheça as empresas e seus casos de sucesso reconhecidos 
pela FNQ em <http://www2.fnq.org.br/informe-se/artigos-e-
entrevistas/cases-de-sucesso>. Acesso em: 17 dez. 2019. Além 
disso, no Brasil, inúmeras instituições promovem a inovação e 
fomentam boas práticas inovadoras, a exemplo da Financiadora de 
Estudos e Projetos (Finep). Conheça mais sobre essa instituição 
em <http://www.finep.gov.br>. Acesso em: 17 dez. 2019. 
Saiba mais
Assim, podemos concluir que uma prática inovadora, seja de produto (bem 
ou serviço), processo, marketing ou método organizacional, que tenha sido 
implementada e que atenda aos critérios de relevância, viabilidade e sustentabilidade 
vai ampliar a capacidade de competitividade da organização, tornando-a inovadora. 
Consequentemente, essa organização deverá ter colaboradores que pensem e ajam 
como difusores da inovação, com abordagens diversificadas, propagando uma 
cultura voltada para a mudança e melhoria contínua, o que pode,inclusive, assegurar 
a atuação da empresa em um mercado diferente, um mercado novo criado com base 
nas necessidades e perspectivas dos clientes, desconhecidas até então.
Sobre os agentes difusores da inovação, Caldas e Wood Júnior (1999, p. 77) 
defendem que:
entre os fatores estruturais, os agentes e padrões de difusão controlam 
o fluxo do sistema. Os agentes de difusão são os principais agentes 
sociais que influenciam ativamente outros – deliberadamente ou não – 
a adotar e/ou rejeitar a inovação ou os padrões de tal adoção/rejeição. 
Entre tais agentes, podem-se citar executivos, a mídia empresarial, órgãos 
governamentais e regulatórios, redes profissionais e consultores (CALDAS; 
WOOD JÚNIOR, 1999, p. 77).
Quanto aos padrões de difusão, podemos citar o conceito de Caldas e Wood 
Júnior (1999, p. 78): “[...] as formas pelas quais a adoção e a rejeição fluem em 
organizações, definindo o ritmo da difusão (lento ou rápido) e seu escopo (limitado 
ou abrangente)”.
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http://www2.fnq.org.br/informe-se/artigos-e-entrevistas/cases-de-sucesso
http://www2.fnq.org.br/informe-se/artigos-e-entrevistas/cases-de-sucesso
http://www.finep.gov.br
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No processo de busca pela inovação, a entrada/input são os 
experimentos de novas ideias que possam adicionar valor; a 
saída/output pode ser considerada como um experimento exitoso, 
inovação identificada e lições aprendidas. Com base nessas 
definições, estabeleça seu processo de inovação e formule sua 
entrada e saída para qualquer processo e empresa..
Reflita
 
A contribuição da inovação na 
geração do conhecimento
Para que seja possível compreender como o conhecimento é gerado, precisamos 
entender sua relação com os dados e as informações. Assim, em um trabalho 
voltado para a inovação, a coleta de dados pode assumir diversas formas, por isso, 
torna-se difícil abordar todas as metodologias neste estudo, deste modo, trataremos 
de algumas das mais relevantes. Segundo a OCDE (2005, p. 72):
dados sobre cada tipo de inovação podem ser coletados por meio de uma 
única questão ou por meio de uma série de subquestões em subgrupos 
separados para cada tipo de inovação. Esta última sugestão resultará 
em informações mais detalhadas sobre as inovações de cada empresa. 
Maiores detalhes sobre os tipos de inovação implementados pelas 
empresas seriam muito úteis para a análise e interpretação de dados 
(OCDE, 2005, p. 72).
Com base nessa definição da OCDE, podemos conceituar dados como fatos, 
eventos, que podem ser relevantes para a realização de determinada atividade, 
mas que, por si só, não representam uma compreensão e análise de determinada 
situação ou cenário. Do mesmo modo, podemos conceituar informação como algo 
criado com a finalidade de representar algum tipo de conhecimento, a qual pode se 
apresentar na forma conjunta de dados ou como uma correlação entre eles. Por fim, 
podemos chegar à conclusão de que conhecimento seria a capacidade de alguém 
relacionar todo o processo das informações recebidas em determinado contexto.
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Figura 1: Relação entre os conceitos de dados, informação e conhecimento
Dados Informação Resultado
Filtro Interpretação
CONHECIMENTO
Fonte: Elaborada pelo autor (2019).
Dessa forma, podemos compreender que o conhecimento é criado pela conversão 
de dados em informação, e esta, ao ser interpretada em um contexto, é difundida 
como conhecimento. As ações e os resultados culminam na acumulação de 
conhecimentos. 
O conhecimento pode ser encontrado nas organizações, entre seus colaboradores 
e nos sistemas de gestão de conhecimento da própria empresa ou em sua cultura e 
pode ser classificado como conhecimento tácito ou explícito. O conhecimento tácito 
são competências, juízos e intuições dos indivíduos. O conhecimento explícito são 
competências e fatos transmitidos.
O segredo para a aquisição do conhecimento tácito é a experiência. Por exemplo, 
a socialização funciona como um processo de compartilhamento de experiências 
– assim, é criado o conhecimento tácito. Sobre esse assunto, Motta (1991, p. 137) 
discorre que:
a gestão contemporânea resume bem o dilema das organizações 
modernas: num ambiente em constante mutação, caracterizado por 
grande ambiguidade e incerteza, a gerência, na sua busca da racionalidade, 
tende, ao mesmo tempo, a recorrer ao conhecido e ao experimentado, 
tomando decisões notadamente incrementais (MOTTA, 1991, p. 137).
Ainda segundo Motta (1991, p. 140), a “[...] preocupação demasiada com o 
racionalismo pode conduzir ao imobilismo, à paralisia e à dificuldade de inovação”. 
O autor também cita que “a organização moderna deve regular os conflitos 
internos no sentido de induzir e estimular a cooperação [...] aglutinando esforços e 
contribuindo para o crescimento profissional e pessoal do empregado”. Para atuar 
nessa perspectiva, a organização precisa assegurar o envolvimento das pessoas, 
que devem sentir a segurança de que podem pensar em novos modelos. O ponto-
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chave é incentivá-las com um ambiente de seleção de catalisadores da inovação e 
dar-lhes poder e autonomia para, em conjunto, fazerem com que a organização saia 
de simples lampejos individuais para uma cultura da inovação na disseminação do 
conhecimento. Algumas técnicas, ferramentas e processos especializados podem 
ser adotados para a promoção e disseminação de novas ideias, a exemplo do 
brainstorming, do design thinking e do benchmarking.
Brainstorming (tempestade de ideias) é uma “[...] técnica grupal 
ou individual na qual são realizados exercícios mentais com 
a finalidade de resolver problemas específicos, explorando a 
potencialidade criativa de um indivíduo ou de um grupo” (FNQ, 
2017, p. 11). 
Design thinking é o “[...] conjunto de métodos e processos para 
abordar problemas relacionados à aquisição de informações, 
análise de conhecimento e propostas de solução, colocando as 
pessoas no centro do desenvolvimento, promovendo a criatividade 
para a geração da solução e a razão para analisar e adaptar as 
soluções” (FNQ, 2017, p. 11). 
Benchmarking é o “[...] método de comparação de produtos, 
processos e desempenho de uma organização com outra de 
referência” (FNQ, 2017, p. 11). Pode ser organizacional, como é o 
caso da comparação com empresas similares; de desempenho, 
com a comparação feita por meio de uma série de padrões e 
de indicadores; de processo, com a comparação de processos 
organizacionais, internos e externos. 
Saiba mais
Portanto, com o que vimos até o momento, podemos perceber e ter um 
entendimento um pouco mais profundo de que os desafios organizacionais 
caracterizam a era do trabalhador do conhecimento.
Fechamento
Vimos que, em um ambiente cada vez mais competitivo, as organizações precisam 
estar prontas para se adaptarem a qualquer cenário que surja a sua frente, porém 
para que possam liderar seus mercados, a resiliência não é suficiente, tornando-se 
necessária a busca de novas ideias, que possibilitem inovar e estar à frente de todos.
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Aprendemos que inovar não é simplesmente criar algum produto novo, inovar é 
transformar uma ideia criativa em algo que gere valor a empresa, podendo inovar em 
produtos, serviços, processos, marketing ou ainda em uma inovação organizacional.
Referências
CALDAS, M.; WOOD JÚNIOR, T. Transformação e realidade organizacional: uma 
perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, 1999.
FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE – FNQ. Critérios rumo à excelência. São 
Paulo: FNQ, 2014.
______. Gestão da inovação. São Paulo: FNQ, 2017.
KOTLER, P. Marketing de A a Z: 80 conceitos que todo profissional precisa saber. 
Trad. Afonso Celso Cunha Serra. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
MOTTA, P. R. Gestão contemporânea: a ciência e a arte de serdirigente. 11. ed. Rio 
de Janeiro: Record, 1991. 
ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO ECONÔMICA E DESENVOLVIMENTO - OCDE; 
EUROSTAT. Manual de Oslo: diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre 
inovação. 3. ed. Rio de Janeiro: Finep, 2005. Disponível em: <https://www.finep.gov.
br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf>. Acesso em: 17 dez. 2019.
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