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– ❖ Os ajustes feitos minuto a minuto que mantêm a concentração de glicose sanguínea em cerca de 4,5 mM envolvem as ações combinadas da insulina, do glucagon, da adrenalina e do cortisol sobre os processos metabólicos em muitos tecidos corporais, mas especialmente no fígado, no músculo e no tecido adiposo. EM RESUMO – REGULAÇÕES HORMONAIS: ◆ A insulina sinaliza para esses tecidos que a glicose sanguínea está mais alta do que o necessário; como resultado, as células captam o excesso de glicose do sangue e o convertem em glicogênio e triacilgliceróis para armazenamento. ◆ O glucagon sinaliza que a glicose sanguínea está muito baixa, e os tecidos respondem produzindo glicose pela degradação do glicogênio, pela gliconeogênese (no fígado) e pela oxidação de gorduras para reduzir o uso da glicose. ◆ A adrenalina é liberada no sangue para preparar os músculos, os pulmões e o coração para um grande aumento de atividade. ◆ O cortisol é responsável por mediar a resposta corporal a estressores de longa duração. CONTROLE DA CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DA GLICOSE - INSULINA X GLUCAGON ○ Insulina (células β ): hormônio anabólico - absorção de glicose para síntese ○ Glucagon (células α ): hormônio catabólico - desvio para gliconeogênese ■ Falta de glicose → precisa de combustível. CONTROLE HORMONAL DA HOMEOSTASE DA GLICOSE A célula ao usar insulina → ação hipoglicêmica: diminui a glicose sanguínea A célula ao usar glucagon → ação hiperglicêmica: aumentar o nível de glicose sanguínea ● Concentração quase estável de glicose é devido a liberação hormonal de insulina e glucagon. ● Liberação de insulina após a refeição : ○ Alta concentração de glicose sanguínea. ○ Insulina pega a glicose e leva para dentro da célula. ● Liberação de glucagon: ○ Antagônico à insulina ○ Alto pico de liberação de insulina → Glucagon cai ○ É liberado quando a concentração de insulina diminui, uma vez que ocorre diminuição de glicose sanguínea. Assim, permite a disponibilização de outras fontes para a gliconeogênese. – SECREÇÃO DE INSULINA ● Metabolismo da glicose nas células β → secreção de insulina ● Acoplamento metabolismo-secreção: ○ Cascata de sinalização celular. ○ Glicose na célula β→ estimula secreção de insulina e suprime glucagon. ○ Células β (GLUT-2) → ↑ ATP/ADP ■ Fecha canais de potássio – despolariza as células – abre canais de cálcio ■ Cálcio estimula liberação de insulina – PRIMEIRA FASE DA SECREÇÃO DE INSULINA ● Aumento de Acetil-CoA – SEGUNDA SECREÇÃO DE INSULINA INSULINA A insulina promove o anabolismo: o armazenamento de carboidratos e lipídios, e a síntese de proteínas. Em paralelo, suprime as vias catabólicas. A insulina atua em três tecidos-alvo principais: o fígado, o tecido adiposo e o músculo esquelético. O fígado é o principal alvo da ação da insulina em jejum. Após a refeição, os principais alvos são o músculo e o tecido adiposo. No fígado, a insulina estimula a glicólise e a síntese de glicogênio. o Simultaneamente, suprime a lipólise e a gliconeogênese. o Estimula ainda a síntese de ácidos graxos de cadeia longa e a lipogênese — a síntese de triacilgliceróis. o Promove também a formação de lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL), que transportam lipídios para as células periféricas. No tecido adiposo, a insulina estimula a síntese de triglicerídios a partir do glicerol-3- fosfato e de ácidos graxos. No músculo, a insulina estimula o transporte e o metabolismo de glicose e a síntese de glicogênio. o Aumenta a captação celular de aminoácidos e estimula a síntese proteica. o A insulina induz também a lipoproteína lipase endotelial, uma enzima que libera triacilgliceróis dos quilomícrons e das VLDL. – A INSULINA ESTIMULA O TRANSPORTE DE GLICOSE ATRAVÉS DA MEMBRANA CELULAR A entrada de glicose insulinodependente nas células é mediada por proteínas conhecidas como transportadores de glicose (Família GLUT). O transportador GLUT-4 controla a captação de glicose no músculo esquelético e nos adipócitos. O GLUT-4 circula entre os endossomos e a membrana. Em uma célula não estimulada, a maioria das moléculas de GLUT-4 está presente no compartimento intracelular, e não mais de 10% das moléculas estão na membrana plasmática. Em humanos, a insulina duplica o recrutamento de GLUT-4 para a membrana celular. É de salientar que a contração muscular aumenta a expressão de GLUT-4 independentemente da insulina. Por outro lado, os ácidos graxos diminuem a expressão de GLUT-4 no músculo. Ou seja: GLUT-4 – intracelular; 10% membrana Insulina – 2x GLUT4 na membrana Contração muscular – aumenta GLUT4 na membrana Ácidos graxos- diminuem GLUT-4. MECANISMO: ➔ Agindo por meio de receptores na membrana plasmática, a insulina estimula a captação da glicose pelos músculos e pelo tecido adiposo, onde a glicose é convertida em glicose-6-fosfato. ➔ No fígado, a insulina também ativa a glicogênio-sintase e inativa a glicogênio-fosforilase, de modo que grande parte da glicose-6-fosfato é canalizada para formar glicogênio. ◆ A insulina ativa a oxidação da glicose-6-fosfato em piruvato pela glicólise e a oxidação do piruvato em acetil- CoA. ● Excesso de acetil-CoA não necessária para a produção de energia é utilizado para a síntese de ácidos graxos, exportados do fígado para o tecido adiposo como TAG de lipoproteínas plasmáticas (VLDL); ● A insulina estimula a síntese de TAG nos adipócitos, a partir dos ácidos graxos liberados pelos TAG da VLDL. ➔ A insulina também estimula o armazenamento do excesso de combustível no tecido adiposo na forma de gordura. ➔ Em resumo, o efeito da insulina é favorecer a conversão do excesso de glicose sanguínea em duas formas de armazenamento: glicogênio (no fígado e no músculo) e triacilgliceróis (no tecido adiposo). – RESISTÊNCIA À INSULINA ● Fator importante no Diabetes tipo 2. ● Insulina – resposta menor do que a esperada ○ Defeitos na via de sinalização da insulina. ○ Síntese ○ Secreção inadequada ○ Incapacidade de exercer seu efeito ■ Comprometimento da ligação com o receptor ■ Mutação ■ Autoanticorpos antirreceptores ● RESISTÊNCIA À INSULINA: ○ Alta de insulina com dificuldade de alçar o espaço intracelular → concentração alta de glicose e de insulina no espaço extracelular. – ● ESTRESSE: induz a resistência periférica à insulina pela necessidade de poupar glicose. ○ Hiperglicemia é diferente de diabetes. ○ ESTRESSE → EPINEFRINA → HIPERGLICEMIA A RESISTÊNCIA PERIFÉRICA À INSULINA, particularmente no músculo, é induzida pela presença de um excesso de ácidos graxos. o Os ácidos graxos podem também exercer um efeito prejudicial diretamente na célula β. o As concentrações elevadas de ácidos graxos contribuem para a resistência à insulina ao inibir a disponibilidade periférica de glicose, ao aumentar a secreção hepática de glicose e ao lesar a função das células β. o A esteatose (acumulação de triacilgliceróis no fígado e músculo), que se observa em pacientes com concentrações plasmáticas de triglicerídios elevadas, também contribui para a resistência à insulina. o Estes fenômenos indesejados estimulados pelo excesso de ácidos graxos são conhecidos por lipotoxicidade. – A SOBRECARGA DE TRIGLICERÍDEOS NOS ADIPÓCITOS DESENCADEIA INFLAMAÇÃO DO TECIDO ADIPOSO, DEPOSIÇÃO ECTÓPICA DE LIPÍDEOS E RESISTÊNCIA À INSULINA NO MÚSCULO Em um indivíduo com massa corporal saudável, a captação do triacilglicerol (TAG) da dieta iguala sua oxidação para produção de energia. Em indivíduos com sobrepeso, o excesso de ingestão calórica resulta em adipócitos aumentados, repletos de TAG e incapazes de estocar mais. Os adipócitos aumentados secretam MCP-1 (proteína-1 de quimiotaxia de monócitos), e atraem macrófagos. Estes se infiltram no tecido adiposo e produzem TNF-a (fator a de necrose tumoral), que desencadeia degradação dos lipídeos e liberação dos ácidos graxos na corrente sanguínea. Os ácidos graxos liberados do tecido adiposo entram nas células musculares, onde se acumulam como pequenas gotículas de gordura. Este armazenamento ectópico de lipídeos de alguma forma causa resistência à insulina, talvez por engatilhar proteína-cinases ativadas por lipídeos que inativam algum elemento da via de sinalização da insulina. Os transportadores de glicose GLUT4 deixam a superfície da célula muscular, impedindo a entrada da glicose no músculo; os miócitos tornam-se resistentes à insulina e, por isso, não podem usar a glicose sanguínea como combustível, de modo que os ácidos graxos são mobilizados do tecido adiposo e tornam-se o combustível principal. O influxo de ácidos graxos aumentado no músculo leva a uma deposição ectópica de lipídeos. Em alguns indivíduos a resistência à insulina evolui para diabetes tipo 2. Outros indivíduos são geneticamente menos suscetíveis aos efeitos deletérios da deposição ectópica de lipídeos ou são geneticamente mais equipados para lidar com essa deposição e não desenvolvem o diabetes. – GLUCAGON ● Hormônio catabólico. ● Glucagon age no fígado. ● Mobiliza reservas para manter a concentração de glicose no sangue entre as refeições. ● Estimula a glicogenólise, a gliconeogênese, a oxidação de ácidos graxos e a cetogênese(Acetil- CoA), e inibe a glicólise, a síntese de glicogênio e a síntese de triacilgliceróis ● Age por meio de uma cascata de sinalização. ● Não existem receptores de glucagon nas células musculares; a glicogenólise no músculo é estimulada por outro hormônio anti-insulínico, a epinefrina. MECANISMO: ➔ A diminuição da glicose sanguínea desencadeia a secreção do glucagon e reduz a liberação da insulina. ➔ O glucagon causa um aumento na concentração sanguínea da glicose de várias maneiras. ➔ Pela estimulação da degradação do glicogênio, prevenção da glicólise e promoção da gliconeogênese nos hepatócitos, o glucagon permite que o fígado exporte glicose, restaurando seu nível sanguíneo normal. ➔ O efeito final do glucagon é, portanto, estimular a síntese e a liberação da glicose pelo fígado e mobilizar os ácidos graxos do tecido adiposo par serem usados no lugar da glicose por outros tecidos que não o cérebro. Todos esses efeitos do glucagon são mediados por fosforilação proteica dependente de cAMP. EFEITOS METABÓLICOS DO GLUCAGON: O glucagon mobiliza glicose de qualquer fonte disponível. Também aumenta a lipólise e a cetogênese a partir de acetil-CoA. A ação do glucagon é confinada ao fígado. – O glucagon se liga ao seu receptor de membrana próprio, que sinaliza através de proteínas-G associadas à membrana e da cascata do AMP cíclico. Primeiro, o complexo glucagon-receptor causa a ligação de guanosina 5’-trifosfato (GTP) a um complexo proteína-G. Isto leva à dissociação das subunidades da proteína G. Uma dessas subunidades (Gα) ativa a adenilato ciclase que, por sua vez, converte ATP em AMP cíclico (cAMP). O cAMP ativa a proteína cinase dependente de cAMP que, através da fosforilação de várias enzimas reguladoras, controla os passos-chave no metabolismo de carboidratos. A ADRENALINA ATUA NO FÍGADO E NO MÚSCULO A epinefrina (adrenalina) é um hormônio-chave responsável pela hiperglicemia em resposta ao estresse. Seus efeitos metabólicos são semelhantes aos do glucagon. Inibe a glicólise e a lipogênese e estimula a gliconeogênese. Seus receptores são os receptores α e β adrenérgicos (principalmente o receptor β2) que estabelecem a ligação à cascata de sinalização do cAMP. – MECANISMO DE ATIVAÇÃO DA GLICOGENÓLISE NO FÍGADO VIA RECEPTOR Α-ADRENÉRGICO O diacilglicerol (DAG) e o inositol trifosfato (IP3) são segundos mensageiros que medeiam a resposta α- adrenérgica. PIP2, fosfatidilinositol bifosfato; PKC, proteína cinase C. HIPOGLICEMIA ● Glicose sanguínea mais baixa. ● Baixa glicemia – 60/70 (Normal – 70 a 100) ● Estimula o sistema nervoso simpático – EPINEFRINA e GLUCAGON ○ Resposta ao estresse: fome, sudorese, tremores, aumento da freq. cardíaca ● Neuroglicopenia –[glicose] < 50 ○ 45mg/dL →Confusão mental, letargia, perda de consciência, ○ 30mg/dL →Coma, podendo ser fatal ● Indivíduos sadios – hipoglicemia branda: – ● As reservas de combustível de um adulto humano saudável são de três tipos: glicogênio armazenado no fígado e, em menor quantidade, no músculo; grandes quantidades de triacilgliceróis no tecido adiposo; e proteínas teciduais que podem ser degradadas, quando necessário, para fornecer combustível. ● O metabolismo humano oscila estre o estado alimentado e o estado de jejum. ● O “interruptor” que determina as mudanças metabólicas é o quociente molar entre a insulina e o glucagon plasmáticos. ● Estado absortivo, pós-prandial ou alimentado: ○ ↑ insulina / ↓ glucagon → refeição ou horas após ● Estado pós-absortivo: entre refeições ○ ↓ insulina / ↑ glucagon → jejum de 6-12 horas ● Inanição ou jejum prolongado → >12 horas JEJUM METABOLISMO APÓS JEJUM DE UMA NOITE - ESTADO PÓS-ABSORTIVO Durante o jejum, a secreção de insulina diminui e a secreção de glucagon aumenta. Isso leva à diminuição da síntese de glicogênio e ao aumento da glicogenólise. Fígado: passa de um UTILIZADOR de glicose → PRODUTOR de glicose. Jejum curto – estimula Glucagon e inibe Insulina. Estado estacionário – produção de glicose igual a captação periférica (jejum de uma noite) → produção de glicose necessária para utilização celular. o Após uma noite de jejum, é atingido um estado de equilíbrio, no qual a produção hepática de glicose se torna equivalente à sua captação periférica. O ESTADO DE JEJUM: O FÍGADO GLICOGÊNICO. Após algumas horas sem alimento, o fígado torna-se a principal fonte de glicose para o cérebro. O glicogênio hepático é degradado, e a glicose-1- fosfato produzida é convertida em glicose-6-fosfato e, a seguir, em glicose livre, que é liberada para a corrente sanguínea. Os aminoácidos procedentes da degradação das proteínas no fígado e no músculo e o glicerol oriundo da degradação dos TAGs no tecido adiposo são utilizados para a gliconeogênese. O fígado usa os ácidos graxos como seu combustível principal, e o excesso de acetil-CoA é convertido em corpos cetônicos exportados para outros tecidos; o cérebro é particularmente dependente deste combustível quando há deficiência de fornecimento de glicose. (As setas azuis mostram a trajetória da glicose; as setas alaranjadas, a dos lipídeos; e as setas roxas, a dos aminoácidos.) – OS TRÊS SUBSTRATOS-CHAVE PARA A GLICONEOGÊNESE SÃO O LACTATO, A ALANINA E O GLICEROL No estado de jejum os tecidos dependentes de insulina utilizam relativamente pouca glicose – o músculo e o tecido adiposo, em conjunto, utilizam apenas 20% de toda a glicose disponível. Após um jejum de 12 horas, 65-75% da glicose sintetizada é ainda derivada do glicogênio; a restante provém da gliconeogênese. CICLO DE CORI Durante jejuns mais longos, a contribuição da gliconeogênese aumenta de forma constante. O músculo facilita a gliconeogênese ao liberar lactato, que é captado pelo fígado. O lactato é oxidado a piruvato, que entra na gliconeogênese. A nova glicose sintetizada é liberada pelo fígado e regressa ao músculo esquelético. Essa etapa encerra o círculo conhecido como ciclo de Cori. CICLO GLICOSE-ALANINA A baixa concentração de insulina contribui para a liberação de aminoácidos (principalmente alanina e glutamina) do músculo através da estimulação da proteólise muscular. A alanina, analogamente ao lactato, é captada pelo fígado e convertida em piruvato. Esteciclo glicose-alanina é idêntico ao ciclo de Cori. LIPÓLISE O terceiro substrato gliconeogênico, o glicerol, é liberado durante a hidrólise de triacilgliceróis pela lipase hormônio sensível (lipólise), um processo estimulado pelo glucagon. Os ácidos graxos liberados dos triacilgliceróis estimulam a cetogênese a partir de acetil-CoA. A cetogênese, por sua vez, gera acetoacetato, hidroxibutirato e o produto da descarboxilação espontânea do acetoacetato, a acetona (os produtos da cetogênese são coletivamente conhecidos como corpos cetônicos). Durante o jejum prolongado, os corpos cetônicos podem ser utilizados como substratos energéticos no coração, no músculo esquelético e também no cérebro. CICLO DE CORI E CICLO DA GLICOSE-ALANINA: O ciclo de Cori (glicose–lactato) permite a reciclagem do lactato novamente em glicose. A alanina deriva maioritariamente da proteólise muscular. – JEJUM PROLONGADO OU INANIÇÃO ● Produção de glicose. ● Estado crônico de baixa insulina/alto glucagon. ● Diminui hormônio tiroidiano – diminui metabolismo ● Gliconeogênese – fígado e rins ● O estado catabólico é similar ao do jejum mediano de curta duração, mas existem respostas adaptativas em ação. ● Nesta fase as reservas de glicogênio estão esgotadas, e o fornecimento de combustíveis metabólicos depende da gliconeogênese e da lipólise. ● Os ácidos graxos livres se tornam os principais substratos energéticos para o músculo — a β oxidação de ácidos graxos gera acetil-CoA para ser utilizada no ciclo do TCA: ○ A β oxidação de ácidos graxos gera acetil-CoA para ser utilizada no ciclo do TCA. ○ No entanto, como a gliconeogênese permanente esgota o oxaloacetato (o metabólito do ciclo do TCA), a atividade do ciclo do TCA diminui. ○ Assim, vai haver acumulação de acetil-CoA, que vai ser canalizada para a cetogênese. ○ Consequentemente, durante o jejum prolongado, a concentração plasmática de corpos cetônicos aumenta. ● A utilização de proteínas como substrato para a gliconeogênese é minimizada por uma dependência quase total da gordura como fonte de energia. ● O ciclo de Cori também diminui a necessidade de glicose endógena. ● Adicionalmente, a quantidade do transportador GLUT-4 no tecido adiposo e no músculo diminui, diminuindo a captação celular de glicose e “poupando”, assim, ainda mais glicose. ● O cérebro também se adapta à utilização de corpos cetônicos como combustível. – METABOLISMO ENERGÉTICO NO FÍGADO DURANTE JEJUM PROLONGADO OU NO DIABETES MELITO NÃO CONTROLADO. Após a depleção dos estoques de carboidratos (glicogênio) e a gliconeogênese no fígado torna-se a principal fonte de glicose para o cérebro (setas verdes). A NH3 da desaminação dos aminoácidos é convertida em ureia e excretada (setas verdes). Os aminoácidos glicogênicos provenientes da degradação das proteínas (setas roxas) fornecem substratos para a gliconeogênese, e a glicose é exportada para o cérebro. Os ácidos graxos são importados do tecido adiposo para o fígado e são oxidados a acetil-CoA (setas cor de laranja), o material de partida para a formação dos corpos cetônicos no fígado exportados para o cérebro para servirem como a fonte principal de energia (setas vermelhas). Quando a concentração dos corpos cetônicos no sangue excede a capacidade do rim de reabsorver as cetonas, estes compostos começam a aparecer na urina. ESTADO ABSORTIVO OU PÓS-PRANDIAL ● REFEIÇÃO – estimula Insulina e suprime Glucagon: ○ Fígado, tecido adiposo e músculo ○ Cérebro – metabolismo inalterado ● Ocorre um aumento da captação de glicose nos tecidos dependentes de insulina, principalmente no músculo esquelético. ● A oxidação de glicose e a síntese de glicogênio são estimuladas, e a oxidação de lipídios é inibida. – ● A insulina direciona o metabolismo no sentido de armazenamento e síntese (anabolismo). ● No fígado, a glicose é captada pelo transportador GLUT-2 e é canalizada para a glicólise e para a síntese de glicogênio. ● A glicólise aeróbica fornece acetil-CoA, que é um substrato fundamental para a síntese de ácidos graxos. ● Os ácidos graxos são então esterificados pelo glicerol derivado da glicólise, formando triacilgliceróis em um processo conhecido como lipogênese. ● Os triacilgliceróis são empacotados em VLDL para o transporte para os tecidos periféricos. ● No músculo, a síntese de glicogênio, a captação de aminoácidos e a síntese de proteínas são estimuladas. ● No tecido adiposo, os triacilgliceróis das VLDL são hidrolisados e os ácidos graxos são captados pelas células. ● Os triacilgliceróis são novamente sintetizados intracelularmente, tornando-se parte do material de armazenamento do adipócito. O ESTADO BEM-ALIMENTADO: O FÍGADO LIPOGÊNICO Imediatamente após uma refeição rica em calorias, a glicose, os ácidos graxos e os aminoácidos entram no fígado. A insulina, liberada em resposta à alta concentração sanguínea de glicose, estimula a captação do açúcar pelos tecidos. Parte da glicose é exportada para o cérebro para suas necessidades energéticas e parte para os tecidos adiposo e muscular. No fígado, o excesso de glicose é oxidado a acetil-CoA, que é usada na síntese de ácidos graxos que são exportados como triacilgliceróis, em VLDL, para os tecidos adiposo e muscular. O NADPH necessário para a síntese de lipídeos é obtido pela oxidação da glicose na via das pentoses- fosfato. O excesso de aminoácidos é convertido em piruvato e acetil-CoA, também usados para a síntese de lipídeos. As gorduras da dieta se deslocam na forma de quilomicra, via sistema linfático, do intestino para o músculo e o tecido adipos. – DIABETES CETOACIDOSE X CETOSE CETOACIDOSE DIABÉTICA ○ Sem ação da insulina → aumento da glicose sanguínea. ○ Paciente diabético não tratado está em constante inanição celular (ausência de algum elemento essencial). ○ Utilização de outros elementos → formação de corpos cetônicos. ○ Ausência de insulina: ■ Produção constante de cetonas → Alto nível de cetonas, desequilíbrio de PH sanguíneo → alterações metabólicas. CETOACIDOSE DIABÉTICA: A apresentação clínica da cetoacidose é consequência da falta de insulina e da hiperglicemia resultante e suas complicações (diurese osmótica, desidratação), assim como do aumento da lipólise e da cetogênese (cetonemia e acidose). O tratamento da cetoacidose é dirigido para corrigir esses problemas e inclui infusão de insulina, reidratação e suplementação de potássio. *Indica os achados clínicos e laboratoriais mais importantes. – CETOSE ○ Sem carboidratos – menor quantidade de glicose. ○ Baixa quantidade de insulina – mobilização do tecido adiposo → produção de corpos cetônicos (a produção não é constante). ○ Ocorre a produção de insulina; não apresenta alto nível de glicose sanguínea. ○ O corpo “sabe” quando parar de produzir cetonas → fornecimento de glicose via alimentação. ○ NÃO ocorre alteração do PH sanguíneo. RESUMO - LEHNINGER REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO ENERGÉTICO A concentração da glicose no sangue é regulada hormonalmente. As flutuações na glicose sanguínea (normalmente de 60 a 90 mg/100 mL, ou quase 4,5 mM) devidas à ingestão dietética ou ao exercício extenuante são contrabalançadas por uma grande variedade de alterações no metabolismo de vários órgãos, provocadas hormonalmente. Alta glicose sanguínea provoca a liberação de insulina, que aumenta a captação de glicose pelos tecidos e favorece o armazenamento de combustíveis sob a forma de glicogênio e triacilgliceróis, enquanto inibe a mobilização dos ácidos graxos no tecido adiposo. Baixa glicose sanguínea provoca a liberação do glucagon, que estimula a liberação da glicose a partir do glicogênio hepático e modifica o metabolismo energético no fígado e no músculo no sentido de oxidar ácidos graxos, poupandoglicose para ser usada pelo cérebro. No jejum prolongado, os triacilgliceróis tornam-se o combustível principal; o fígado converte ácidos graxos em corpos cetônicos para exportar para outros tecidos, incluindo o cérebro. A adrenalina prepara o corpo para um aumento de atividade, mobilizando glicose a partir do glicogênio e de outros precursores e liberando-a no sangue. O cortisol, liberado em resposta a uma grande variedade de estressores (incluindo baixa glicose sanguínea), estimula a gliconeogênese a partir de aminoácidos e glicerol no fígado, aumentando a glicose sanguínea e contrabalançando os efeitos da insulina. No diabetes, a insulina não é produzida ou não é reconhecida pelos tecidos, e a captação da glicose a partir do sangue é comprometida. Quando os níveis de glicose sanguínea são altos, ela é excretada. Os tecidos dependem então de ácidos graxos como combustível (com produção de corpos cetônicos) e degradam proteínas celulares para fornecer aminoácidos glicogênicos para a síntese de glicose. O diabetes não controlado se caracteriza por altos níveis de glicose no sangue e na urina e produção e excreção de corpos cetônicos.
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