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Homeostase da Glicose

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–
❖ Os ajustes feitos minuto a minuto que mantêm a 
concentração de glicose sanguínea em cerca de 
4,5 mM envolvem as ações combinadas da 
insulina, do glucagon, da adrenalina e do cortisol 
sobre os processos metabólicos em muitos tecidos 
corporais, mas especialmente no fígado, no 
músculo e no tecido adiposo. 
 
EM RESUMO – REGULAÇÕES 
HORMONAIS: 
◆ A insulina sinaliza para esses tecidos que a 
glicose sanguínea está mais alta do que o 
necessário; como resultado, as células captam 
o excesso de glicose do sangue e o convertem 
em glicogênio e triacilgliceróis para 
armazenamento. 
◆ O glucagon sinaliza que a glicose sanguínea 
está muito baixa, e os tecidos respondem 
produzindo glicose pela degradação do 
glicogênio, pela gliconeogênese (no fígado) e 
pela oxidação de gorduras para reduzir o uso 
da glicose. 
◆ A adrenalina é liberada no sangue para 
preparar os músculos, os pulmões e o coração 
para um grande aumento de atividade. 
◆ O cortisol é responsável por mediar a resposta 
corporal a estressores de longa duração. 
 
CONTROLE DA CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA 
DA GLICOSE - INSULINA X GLUCAGON 
○ Insulina (células β ): hormônio anabólico - 
absorção de glicose para síntese 
○ Glucagon (células α ): hormônio catabólico - desvio 
para gliconeogênese 
■ Falta de glicose → precisa de combustível. 
 
 
 
 
 
CONTROLE HORMONAL DA 
HOMEOSTASE DA GLICOSE 
 A célula ao usar insulina → ação hipoglicêmica: 
diminui a glicose sanguínea 
 A célula ao usar glucagon → ação hiperglicêmica: 
aumentar o nível de glicose sanguínea 
● Concentração quase estável de glicose é devido a 
liberação hormonal de insulina e glucagon. 
● Liberação de insulina após a refeição : 
○ Alta concentração de glicose sanguínea. 
○ Insulina pega a glicose e leva para dentro da 
célula. 
● Liberação de glucagon: 
○ Antagônico à insulina 
○ Alto pico de liberação de insulina → Glucagon 
cai 
○ É liberado quando a concentração de insulina 
diminui, uma vez que ocorre diminuição de 
glicose sanguínea. Assim, permite a 
disponibilização de outras fontes para a 
gliconeogênese. 
 
 
 –
SECREÇÃO DE INSULINA 
● Metabolismo da glicose nas células β → secreção de insulina 
● Acoplamento metabolismo-secreção: 
○ Cascata de sinalização celular. 
○ Glicose na célula β→ estimula secreção de insulina e suprime glucagon. 
○ Células β (GLUT-2) → ↑ ATP/ADP 
■ Fecha canais de potássio – despolariza as células – abre canais de cálcio 
■ Cálcio estimula liberação de insulina – PRIMEIRA FASE DA SECREÇÃO DE INSULINA 
● Aumento de Acetil-CoA – SEGUNDA SECREÇÃO DE INSULINA 
 
 
INSULINA 
 A insulina promove o anabolismo: o armazenamento de carboidratos e lipídios, e a síntese de proteínas. 
 Em paralelo, suprime as vias catabólicas. 
 A insulina atua em três tecidos-alvo principais: o fígado, o tecido adiposo e o músculo esquelético. 
 O fígado é o principal alvo da ação da insulina em jejum. 
 Após a refeição, os principais alvos são o músculo e o tecido adiposo. 
 No fígado, a insulina estimula a glicólise e a síntese de glicogênio. 
o Simultaneamente, suprime a lipólise e a gliconeogênese. 
o Estimula ainda a síntese de ácidos graxos de cadeia longa e a lipogênese — a síntese de triacilgliceróis. 
o Promove também a formação de lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL), que transportam lipídios para 
as células periféricas. 
 No tecido adiposo, a insulina estimula a síntese de triglicerídios a partir do glicerol-3- fosfato e de ácidos graxos. 
 No músculo, a insulina estimula o transporte e o metabolismo de glicose e a síntese de glicogênio. 
o Aumenta a captação celular de aminoácidos e estimula a síntese proteica. 
o A insulina induz também a lipoproteína lipase endotelial, uma enzima que libera triacilgliceróis dos 
quilomícrons e das VLDL. 
 
 –
 
A INSULINA ESTIMULA O TRANSPORTE DE GLICOSE ATRAVÉS DA MEMBRANA CELULAR 
 A entrada de glicose insulinodependente nas células é mediada por proteínas conhecidas como transportadores 
de glicose (Família GLUT). 
 O transportador GLUT-4 controla a captação de glicose no músculo esquelético e nos adipócitos. 
 O GLUT-4 circula entre os endossomos e a membrana. 
 Em uma célula não estimulada, a maioria das moléculas de GLUT-4 está presente no compartimento 
intracelular, e não mais de 10% das moléculas estão na membrana plasmática. 
 Em humanos, a insulina duplica o recrutamento de GLUT-4 para a membrana celular. 
 É de salientar que a contração muscular aumenta a expressão de GLUT-4 independentemente da insulina. 
 Por outro lado, os ácidos graxos diminuem a expressão de GLUT-4 no músculo. 
 
Ou seja: 
 GLUT-4 – intracelular; 10% membrana 
 Insulina – 2x GLUT4 na membrana 
 Contração muscular – aumenta GLUT4 na membrana 
 Ácidos graxos- diminuem GLUT-4. 
 
MECANISMO: 
➔ Agindo por meio de receptores na membrana plasmática, a insulina estimula a captação da glicose pelos 
músculos e pelo tecido adiposo, onde a glicose é convertida em glicose-6-fosfato. 
➔ No fígado, a insulina também ativa a glicogênio-sintase e inativa a glicogênio-fosforilase, de modo que grande 
parte da glicose-6-fosfato é canalizada para formar glicogênio. 
◆ A insulina ativa a oxidação da glicose-6-fosfato em piruvato pela glicólise e a oxidação do piruvato em acetil-
CoA. 
● Excesso de acetil-CoA não necessária para a produção de energia é utilizado para a síntese de ácidos 
graxos, exportados do fígado para o tecido adiposo como TAG de lipoproteínas plasmáticas (VLDL); 
● A insulina estimula a síntese de TAG nos adipócitos, a partir dos ácidos graxos liberados pelos TAG da 
VLDL. 
➔ A insulina também estimula o armazenamento do excesso de combustível no tecido adiposo na forma de 
gordura. 
➔ Em resumo, o efeito da insulina é favorecer a conversão do excesso de glicose sanguínea em duas formas de 
armazenamento: glicogênio (no fígado e no músculo) e triacilgliceróis (no tecido adiposo). 
 –
 
RESISTÊNCIA À INSULINA 
● Fator importante no Diabetes tipo 2. 
● Insulina – resposta menor do que a esperada 
○ Defeitos na via de sinalização da insulina. 
○ Síntese 
○ Secreção inadequada 
○ Incapacidade de exercer seu efeito 
■ Comprometimento da ligação com o receptor 
■ Mutação 
■ Autoanticorpos antirreceptores 
 
● RESISTÊNCIA À INSULINA: 
○ Alta de insulina com dificuldade de alçar o espaço intracelular → concentração alta de glicose e de 
insulina no espaço extracelular. 
 
 
 –
● ESTRESSE: induz a resistência periférica à insulina pela necessidade de poupar glicose. 
○ Hiperglicemia é diferente de diabetes. 
○ ESTRESSE → EPINEFRINA → HIPERGLICEMIA 
 
 A RESISTÊNCIA PERIFÉRICA À INSULINA, particularmente no músculo, é induzida pela presença 
de um excesso de ácidos graxos. 
o Os ácidos graxos podem também exercer um efeito prejudicial diretamente na célula β. 
o As concentrações elevadas de ácidos graxos contribuem para a resistência à insulina ao inibir a 
disponibilidade periférica de glicose, ao aumentar a secreção hepática de glicose e ao lesar a 
função das células β. 
o A esteatose (acumulação de triacilgliceróis no fígado e músculo), que se observa em pacientes 
com concentrações plasmáticas de triglicerídios elevadas, também contribui para a resistência à 
insulina. 
o Estes fenômenos indesejados estimulados pelo excesso de ácidos graxos são conhecidos por 
lipotoxicidade. 
 
 
 –
 
A SOBRECARGA DE TRIGLICERÍDEOS NOS ADIPÓCITOS DESENCADEIA INFLAMAÇÃO DO TECIDO 
ADIPOSO, DEPOSIÇÃO ECTÓPICA DE LIPÍDEOS E RESISTÊNCIA À INSULINA NO MÚSCULO 
 Em um indivíduo com massa corporal saudável, a captação do triacilglicerol (TAG) da dieta iguala sua 
oxidação para produção de energia. 
 Em indivíduos com sobrepeso, o excesso de ingestão calórica resulta em adipócitos aumentados, repletos de 
TAG e incapazes de estocar mais. Os adipócitos aumentados secretam MCP-1 (proteína-1 de quimiotaxia de 
monócitos), e atraem macrófagos. Estes se infiltram no tecido adiposo e produzem TNF-a (fator a de necrose tumoral), que desencadeia 
degradação dos lipídeos e liberação dos ácidos graxos na corrente sanguínea. 
 Os ácidos graxos liberados do tecido adiposo entram nas células musculares, onde se acumulam como 
pequenas gotículas de gordura. Este armazenamento ectópico de lipídeos de alguma forma causa resistência 
à insulina, talvez por engatilhar proteína-cinases ativadas por lipídeos que inativam algum elemento da via de 
sinalização da insulina. 
 Os transportadores de glicose GLUT4 deixam a superfície da célula muscular, impedindo a entrada da glicose 
no músculo; os miócitos tornam-se resistentes à insulina e, por isso, não podem usar a glicose sanguínea 
como combustível, de modo que os ácidos graxos são mobilizados do tecido adiposo e tornam-se o 
combustível principal. 
 O influxo de ácidos graxos aumentado no músculo leva a uma deposição ectópica de lipídeos. 
 Em alguns indivíduos a resistência à insulina evolui para diabetes tipo 2. Outros indivíduos são geneticamente 
menos suscetíveis aos efeitos deletérios da deposição ectópica de lipídeos ou são geneticamente mais 
equipados para lidar com essa deposição e não desenvolvem o diabetes. 
 
 
 
 –
GLUCAGON 
● Hormônio catabólico. 
● Glucagon age no fígado. 
● Mobiliza reservas para manter a concentração de glicose no sangue entre as refeições. 
● Estimula a glicogenólise, a gliconeogênese, a oxidação de ácidos graxos e a cetogênese(Acetil-
CoA), e inibe a glicólise, a síntese de glicogênio e a síntese de triacilgliceróis 
● Age por meio de uma cascata de sinalização. 
● Não existem receptores de glucagon nas células musculares; a glicogenólise no músculo é 
estimulada por outro hormônio anti-insulínico, a epinefrina. 
 
 
MECANISMO: 
➔ A diminuição da glicose sanguínea desencadeia a secreção do glucagon e reduz a liberação da insulina. 
➔ O glucagon causa um aumento na concentração sanguínea da glicose de várias maneiras. 
➔ Pela estimulação da degradação do glicogênio, prevenção da glicólise e promoção da gliconeogênese nos 
hepatócitos, o glucagon permite que o fígado exporte glicose, restaurando seu nível sanguíneo normal. 
➔ O efeito final do glucagon é, portanto, estimular a síntese e a liberação da glicose pelo fígado e mobilizar os 
ácidos graxos do tecido adiposo par serem usados no lugar da glicose por outros tecidos que não o cérebro. 
Todos esses efeitos do glucagon são mediados por fosforilação proteica dependente de cAMP. 
 
 
 
 
 
EFEITOS METABÓLICOS DO GLUCAGON: 
 O glucagon mobiliza glicose de qualquer fonte 
disponível. Também aumenta a lipólise e a 
cetogênese a partir de acetil-CoA. 
 A ação do glucagon é confinada ao fígado. 
 
 –
 
 
 O glucagon se liga ao seu receptor de 
membrana próprio, que sinaliza através de 
proteínas-G associadas à membrana e da 
cascata do AMP cíclico. 
 Primeiro, o complexo glucagon-receptor causa 
a ligação de guanosina 5’-trifosfato (GTP) a um 
complexo proteína-G. 
 Isto leva à dissociação das subunidades da 
proteína G. 
 Uma dessas subunidades (Gα) ativa a 
adenilato ciclase que, por sua vez, converte 
ATP em AMP cíclico (cAMP). 
 O cAMP ativa a proteína cinase dependente de 
cAMP que, através da fosforilação de várias 
enzimas reguladoras, controla os passos-chave 
no metabolismo de carboidratos. 
 
 
A ADRENALINA ATUA NO FÍGADO E NO MÚSCULO 
 A epinefrina (adrenalina) é um hormônio-chave responsável pela hiperglicemia em resposta ao estresse. 
 Seus efeitos metabólicos são semelhantes aos do glucagon. 
 Inibe a glicólise e a lipogênese e estimula a gliconeogênese. 
 Seus receptores são os receptores α e β adrenérgicos (principalmente o receptor β2) que estabelecem a ligação 
à cascata de sinalização do cAMP. 
 
 
 –
 
MECANISMO DE ATIVAÇÃO DA GLICOGENÓLISE NO FÍGADO VIA RECEPTOR Α-ADRENÉRGICO 
 O diacilglicerol (DAG) e o inositol trifosfato (IP3) são segundos mensageiros que medeiam a resposta α-
adrenérgica. PIP2, fosfatidilinositol bifosfato; PKC, proteína cinase C. 
 
 
 
HIPOGLICEMIA 
● Glicose sanguínea mais baixa. 
● Baixa glicemia – 60/70 (Normal – 70 a 100) 
● Estimula o sistema nervoso simpático – EPINEFRINA e GLUCAGON 
○ Resposta ao estresse: fome, sudorese, tremores, aumento da freq. cardíaca 
● Neuroglicopenia –[glicose] < 50 
○ 45mg/dL →Confusão mental, letargia, perda de consciência, 
○ 30mg/dL →Coma, podendo ser fatal 
● Indivíduos sadios – hipoglicemia branda: 
 
 –
 
● As reservas de combustível de um adulto humano saudável são de três tipos: glicogênio armazenado no fígado 
e, em menor quantidade, no músculo; grandes quantidades de triacilgliceróis no tecido adiposo; e proteínas 
teciduais que podem ser degradadas, quando necessário, para fornecer combustível. 
● O metabolismo humano oscila estre o estado alimentado e o estado de jejum. 
● O “interruptor” que determina as mudanças metabólicas é o quociente molar entre a insulina e o glucagon 
plasmáticos. 
● Estado absortivo, pós-prandial ou alimentado: 
○ ↑ insulina / ↓ glucagon → refeição ou horas após 
● Estado pós-absortivo: entre refeições 
○ ↓ insulina / ↑ glucagon → jejum de 6-12 horas 
● Inanição ou jejum prolongado → >12 horas 
 
JEJUM 
METABOLISMO APÓS JEJUM DE UMA NOITE - ESTADO PÓS-ABSORTIVO 
 Durante o jejum, a secreção de insulina diminui e a secreção de glucagon aumenta. 
 Isso leva à diminuição da síntese de glicogênio e ao aumento da glicogenólise. 
 Fígado: passa de um UTILIZADOR de glicose → PRODUTOR de glicose. 
 Jejum curto – estimula Glucagon e inibe Insulina. 
 Estado estacionário – produção de glicose igual a captação periférica (jejum de uma noite) → produção de 
glicose necessária para utilização celular. 
o Após uma noite de jejum, é atingido um estado de equilíbrio, no qual a produção hepática de glicose se torna 
equivalente à sua captação periférica. 
 
 
O ESTADO DE JEJUM: O FÍGADO 
GLICOGÊNICO. 
 Após algumas horas sem alimento, o fígado torna-se a 
principal fonte de glicose para o cérebro. 
 O glicogênio hepático é degradado, e a glicose-1-
fosfato produzida é convertida em glicose-6-fosfato e, 
a seguir, em glicose livre, que é liberada para a 
corrente sanguínea. 
 Os aminoácidos procedentes da degradação das 
proteínas no fígado e no músculo e o glicerol oriundo 
da degradação dos TAGs no tecido adiposo são 
utilizados para a gliconeogênese. 
 O fígado usa os ácidos graxos como seu combustível 
principal, e o excesso de acetil-CoA é convertido em 
corpos cetônicos exportados para outros tecidos; o 
cérebro é particularmente dependente deste 
combustível quando há deficiência de fornecimento de 
glicose. 
 (As setas azuis mostram a trajetória da glicose; as setas 
alaranjadas, a dos lipídeos; e as setas roxas, a dos 
aminoácidos.)
 –
OS TRÊS SUBSTRATOS-CHAVE PARA A GLICONEOGÊNESE SÃO O LACTATO, A ALANINA E O 
GLICEROL 
 No estado de jejum os tecidos dependentes de insulina utilizam relativamente pouca glicose – o músculo e o 
tecido adiposo, em conjunto, utilizam apenas 20% de toda a glicose disponível. 
 Após um jejum de 12 horas, 65-75% da glicose sintetizada é ainda derivada do glicogênio; a restante provém da 
gliconeogênese. 
CICLO DE CORI 
 Durante jejuns mais longos, a contribuição da gliconeogênese aumenta de forma constante. 
 O músculo facilita a gliconeogênese ao liberar lactato, que é captado pelo fígado. 
 O lactato é oxidado a piruvato, que entra na gliconeogênese. 
 A nova glicose sintetizada é liberada pelo fígado e regressa ao músculo esquelético. 
 Essa etapa encerra o círculo conhecido como ciclo de Cori. 
CICLO GLICOSE-ALANINA 
 A baixa concentração de insulina contribui para a liberação de aminoácidos (principalmente alanina e glutamina) 
do músculo através da estimulação da proteólise muscular. 
 A alanina, analogamente ao lactato, é captada pelo fígado e convertida em piruvato. 
 Esteciclo glicose-alanina é idêntico ao ciclo de Cori. 
LIPÓLISE 
 O terceiro substrato gliconeogênico, o glicerol, é liberado durante a hidrólise de triacilgliceróis pela lipase 
hormônio sensível (lipólise), um processo estimulado pelo glucagon. 
 Os ácidos graxos liberados dos triacilgliceróis estimulam a cetogênese a partir de acetil-CoA. 
 A cetogênese, por sua vez, gera acetoacetato, hidroxibutirato e o produto da descarboxilação espontânea do 
acetoacetato, a acetona (os produtos da cetogênese são coletivamente conhecidos como corpos cetônicos). 
 Durante o jejum prolongado, os corpos cetônicos podem ser utilizados como substratos energéticos no coração, 
no músculo esquelético e também no cérebro. 
 
 
 
CICLO DE CORI E CICLO DA GLICOSE-ALANINA: 
 O ciclo de Cori (glicose–lactato) permite a reciclagem do lactato novamente em glicose. 
 A alanina deriva maioritariamente da proteólise muscular. 
 
 
 –
JEJUM PROLONGADO OU INANIÇÃO 
● Produção de glicose. 
● Estado crônico de baixa insulina/alto glucagon. 
● Diminui hormônio tiroidiano – diminui metabolismo 
● Gliconeogênese – fígado e rins 
● O estado catabólico é similar ao do jejum mediano de curta duração, mas existem respostas 
adaptativas em ação. 
● Nesta fase as reservas de glicogênio estão esgotadas, e o fornecimento de combustíveis 
metabólicos depende da gliconeogênese e da lipólise. 
● Os ácidos graxos livres se tornam os principais substratos energéticos para o músculo — a β 
oxidação de ácidos graxos gera acetil-CoA para ser utilizada no ciclo do TCA: 
○ A β oxidação de ácidos graxos gera acetil-CoA para ser utilizada no ciclo do TCA. 
○ No entanto, como a gliconeogênese permanente esgota o oxaloacetato (o metabólito do ciclo do 
TCA), a atividade do ciclo do TCA diminui. 
○ Assim, vai haver acumulação de acetil-CoA, que vai ser canalizada para a cetogênese. 
○ Consequentemente, durante o jejum prolongado, a concentração plasmática de corpos cetônicos 
aumenta. 
● A utilização de proteínas como substrato para a gliconeogênese é minimizada por uma 
dependência quase total da gordura como fonte de energia. 
● O ciclo de Cori também diminui a necessidade de glicose endógena. 
● Adicionalmente, a quantidade do transportador GLUT-4 no tecido adiposo e no músculo diminui, 
diminuindo a captação celular de glicose e “poupando”, assim, ainda mais glicose. 
● O cérebro também se adapta à utilização de corpos cetônicos como combustível. 
 
 
 
 –
 
 
METABOLISMO ENERGÉTICO NO FÍGADO DURANTE JEJUM PROLONGADO OU NO DIABETES 
MELITO NÃO CONTROLADO. 
 Após a depleção dos estoques de carboidratos (glicogênio) e a gliconeogênese no fígado torna-se a principal 
fonte de glicose para o cérebro (setas verdes). 
 A NH3 da desaminação dos aminoácidos é convertida em ureia e excretada (setas verdes). 
 Os aminoácidos glicogênicos provenientes da degradação das proteínas (setas roxas) fornecem substratos 
para a gliconeogênese, e a glicose é exportada para o cérebro. 
 Os ácidos graxos são importados do tecido adiposo para o fígado e são oxidados a acetil-CoA (setas cor de 
laranja), o material de partida para a formação dos corpos cetônicos no fígado exportados para o cérebro 
para servirem como a fonte principal de energia (setas vermelhas). 
 Quando a concentração dos corpos cetônicos no sangue excede a capacidade do rim de reabsorver as 
cetonas, estes compostos começam a aparecer na urina. 
 
ESTADO ABSORTIVO OU PÓS-PRANDIAL 
● REFEIÇÃO – estimula Insulina e suprime Glucagon: 
○ Fígado, tecido adiposo e músculo 
○ Cérebro – metabolismo inalterado 
● Ocorre um aumento da captação de glicose nos tecidos dependentes de insulina, principalmente 
no músculo esquelético. 
● A oxidação de glicose e a síntese de glicogênio são estimuladas, e a oxidação de lipídios é inibida. 
 –
● A insulina direciona o metabolismo no sentido de armazenamento e síntese (anabolismo). 
● No fígado, a glicose é captada pelo transportador GLUT-2 e é canalizada para a glicólise e para a 
síntese de glicogênio. 
● A glicólise aeróbica fornece acetil-CoA, que é um substrato fundamental para a síntese de ácidos 
graxos. 
● Os ácidos graxos são então esterificados pelo glicerol derivado da glicólise, formando 
triacilgliceróis em um processo conhecido como lipogênese. 
● Os triacilgliceróis são empacotados em VLDL para o transporte para os tecidos periféricos. 
● No músculo, a síntese de glicogênio, a captação de aminoácidos e a síntese de proteínas são 
estimuladas. 
● No tecido adiposo, os triacilgliceróis das VLDL são hidrolisados e os ácidos graxos são captados 
pelas células. 
● Os triacilgliceróis são novamente sintetizados intracelularmente, tornando-se parte do material de 
armazenamento do adipócito. 
O ESTADO BEM-ALIMENTADO: O FÍGADO LIPOGÊNICO 
 Imediatamente após uma refeição rica em calorias, a glicose, os ácidos graxos e os aminoácidos entram no 
fígado. 
 A insulina, liberada em resposta à alta concentração sanguínea de glicose, estimula a captação do açúcar 
pelos tecidos. Parte da glicose é exportada para o cérebro para suas necessidades energéticas e parte para 
os tecidos adiposo e muscular. 
 No fígado, o excesso de glicose é oxidado a acetil-CoA, que é usada na síntese de ácidos graxos que são 
exportados como triacilgliceróis, em VLDL, para os tecidos adiposo e muscular. 
 O NADPH necessário para a síntese de lipídeos é obtido pela oxidação da glicose na via das pentoses-
fosfato. 
 O excesso de aminoácidos é convertido em piruvato e acetil-CoA, também usados para a síntese de lipídeos. 
 As gorduras da dieta se deslocam na forma de quilomicra, via sistema linfático, do intestino para o músculo e 
o tecido adipos.
 –
DIABETES 
 
 
 
CETOACIDOSE X CETOSE 
CETOACIDOSE DIABÉTICA 
○ Sem ação da insulina → aumento da glicose sanguínea. 
○ Paciente diabético não tratado está em constante inanição celular (ausência de algum elemento 
essencial). 
○ Utilização de outros elementos → formação de corpos cetônicos. 
○ Ausência de insulina: 
■ Produção constante de cetonas → Alto nível de cetonas, desequilíbrio de PH sanguíneo → alterações 
metabólicas. 
 
 
CETOACIDOSE DIABÉTICA: 
 A apresentação clínica da cetoacidose é 
consequência da falta de insulina e da 
hiperglicemia resultante e suas complicações 
(diurese osmótica, desidratação), assim como do 
aumento da lipólise e da cetogênese (cetonemia e 
acidose). 
 O tratamento da cetoacidose é dirigido para 
corrigir esses problemas e inclui infusão de 
insulina, reidratação e suplementação de potássio. 
 *Indica os achados clínicos e laboratoriais mais 
importantes. 
 –
 
CETOSE 
○ Sem carboidratos – menor quantidade de glicose. 
○ Baixa quantidade de insulina – mobilização do tecido adiposo → produção de corpos cetônicos (a produção não 
é constante). 
○ Ocorre a produção de insulina; não apresenta alto nível de glicose sanguínea. 
○ O corpo “sabe” quando parar de produzir cetonas → fornecimento de glicose via alimentação. 
○ NÃO ocorre alteração do PH sanguíneo. 
 
 
RESUMO - LEHNINGER 
REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO ENERGÉTICO 
 
 A concentração da glicose no sangue é regulada hormonalmente. As flutuações na glicose 
sanguínea (normalmente de 60 a 90 mg/100 mL, ou quase 4,5 mM) devidas à ingestão dietética ou 
ao exercício extenuante são contrabalançadas por uma grande variedade de alterações no 
metabolismo de vários órgãos, provocadas hormonalmente. 
 Alta glicose sanguínea provoca a liberação de insulina, que aumenta a captação de glicose pelos 
tecidos e favorece o armazenamento de combustíveis sob a forma de glicogênio e triacilgliceróis, 
enquanto inibe a mobilização dos ácidos graxos no tecido adiposo. 
 Baixa glicose sanguínea provoca a liberação do glucagon, que estimula a liberação da glicose a 
partir do glicogênio hepático e modifica o metabolismo energético no fígado e no músculo no 
sentido de oxidar ácidos graxos, poupandoglicose para ser usada pelo cérebro. No jejum 
prolongado, os triacilgliceróis tornam-se o combustível principal; o fígado converte ácidos graxos 
em corpos cetônicos para exportar para outros tecidos, incluindo o cérebro. 
 A adrenalina prepara o corpo para um aumento de atividade, mobilizando glicose a partir do 
glicogênio e de outros precursores e liberando-a no sangue. 
 O cortisol, liberado em resposta a uma grande variedade de estressores (incluindo baixa glicose 
sanguínea), estimula a gliconeogênese a partir de aminoácidos e glicerol no fígado, aumentando a 
glicose sanguínea e contrabalançando os efeitos da insulina. 
 No diabetes, a insulina não é produzida ou não é reconhecida pelos tecidos, e a captação da 
glicose a partir do sangue é comprometida. Quando os níveis de glicose sanguínea são altos, ela é 
excretada. Os tecidos dependem então de ácidos graxos como combustível (com produção de 
corpos cetônicos) e degradam proteínas celulares para fornecer aminoácidos glicogênicos para a 
síntese de glicose. O diabetes não controlado se caracteriza por altos níveis de glicose no sangue 
e na urina e produção e excreção de corpos cetônicos.

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