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COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS NO MUNDO MODERNO Autoria: Márcia Rios Brandão, Me. Indaial - 2021 UNIASSELVI-PÓS 2ª Edição CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Copyright © UNIASSELVI 2021 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. B817c Brandão, Márcia Rios Competências profissionais no mundo moderno. / Márcia Rios Brandão. – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 118 p.; il. ISBN 978-65-5646-329-2 ISBN Digital 978-65-5646-328-5 1. Gestão. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 650 Impresso por: Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Carlos Fabiano Fistarol Ilana Gunilda Gerber Cavichioli Norberto Siegel Julia dos Santos Ariana Monique Dalri Jairo Martins Marcio Kisner Marcelo Bucci Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Sumário APRESENTAÇÃO ............................................................................5 CAPÍTULO 1 O Gestor Empreendedor e As Novas Tecnologias................... 7 CAPÍTULO 2 Liderança Humanizada, Ética e Tecnologia .............................. 41 CAPÍTULO 3 Planejamento e Organização São Fundamentais ................... 83 APRESENTAÇÃO Caro acadêmico pós-graduando! Estamos certos de que neste momento há pessoas se desculpando por medo de tomar algumas ações e dizendo que “não é a hora certa de fazer algo”, da mesma forma que temos a convicção de que você não é um desses indivíduos porque tomou a decisão correta de se aprimorar através dos estudos. Parabéns! Não se deve esperar o momento ideal, o momento ideal é agora. Começando a leitura, você terá um intenso e enriquecedor caminho voltado para o entendimento dos comportamentos humano através das ideias, falas, senti- mentos e ações alinhadas às competências comportamentais no mundo do trabalho moderno, ambíguo, incerto e cheio de possibilidades que lhe desafiam diariamente. No primeiro capítulo será abordado o papel do gestor e os impactos das tec- nologias no século XXI; a importância das competências e porque devem ser de- senvolvidas e percebidas pelo líder e liderado; o papel do gestor e suas contribui- ções para um ambiente produtivo, chamando a atenção para que a comunicação aconteça sem ruídos e que não causem situações desconfortáveis individualmen- te ou grupalmente. No segundo capítulo será explanado como que a liderança humanizada cau- sa um movimento de proatividade entre os profissionais, independentemente da sua área de atuação, esta modalidade de liderança não permite que a falta de éti- ca fique em evidência. Alinhada com a capacidade de persuasão do colaborador ser fundamental e diagnosticada naquele profissional que possui esta competên- cia no DNA. Nesse mesmo capítulo será apresentado que a tecnologia não é um proble- ma, mas uma solução e uma modalidade para perceber os pontos fortes de deter- minados profissionais quando identificados com o que sabem fazer de melhor e que são nomeados de novos talentos. Caminhando para o fechamento do conteúdo, você entenderá as compe- tências em destaque no mercado inovador que estamos presenciando durante a Pandemia do Covid-19. As empresas e pessoas se reinventaram em decorrência das dificuldades que o mundo vivenciou com relação ao vírus que afetou direta- mente a economia e o mercado de trabalho. Por fim, os SOFT SKILLS foram os profissionais que despontaram para o novo mundo do trabalho remoto, por serem mais flexíveis emocionalmente, bem estruturados e com o brilho nos olhos. Possui um emocional alinhado. É um pro- fissional com maior facilidade de administrar situações com alto índice de cobran- ça, são pessoas raras, mas fáceis de serem percebidas, principalmente, com os trabalhos remotos. Perceberá que a nomenclatura para estas atribuições no mun- do contemporâneo é HOME OFFICER. Desta forma, os conteúdos foram elaborados com imensa satisfação para satisfazer, através da fonte do conhecimento, profissionais iguais a você que es- tão em constante aprimoramento. Serão citados os melhores teóricos da contem- poraneidade para contribuir e enriquecer ainda mais sua trajetória. CAPÍTULO 1 O GESTOR EMPREENDEDOR E AS NOVAS TECNOLOGIAS A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes objetivos de aprendizagem: Entender o conceito de gestão e empreender no novo século. Compreender a comunicação como ferramenta de desenvolvimento. Conhecer as competências do século XXI. Perceber as competências relacionadas com a inovação e proatividade. Entender o mundo V.U.C.A. em um panorama empreendedor. 8 CompetÊncias proFissionais no mundo moderno 9 O GESTOR EMPREENDEDOR E AS NOVAS TECNOLOGIAS Capítulo 1 1 CONTEXTUALIZAÇÃO Caro acadêmico, para que possamos explicar o que signifi ca tendências den- tro do meio corporativo, é necessário compreender a origem das palavras gestão, empreendedorismo e competências, após os conceitos que serão apresentados. Segundo Dornelas (2012), são chamados empreendedores aqueles que fa- zem as coisas acontecer, que antecipam os fatos e possuem uma visão macro da organização. Nesta linha abordaremos as transformações ocorridas nas organiza- ções, o poder da comunicação na construção do saber, como pode ser utilizada no desenvolvimento individual do ser humano. Dentro dos desafi os que são necessários para que o indivíduo conheça suas competências e habilidades, a autoanálise é extremamente fundamental na co- municação falada, na criatividade, inovação e no empreendedorismo. As carac- terísticas como fl exibilidade, resiliência são competências que fazem parte de um contexto que vai além do profi ssional empreendedor, está associado ao mundo contemporâneo. O mundo do século XXI acende vários conceitos e comportamentos que fo- ram despontando em decorrência da crescente evolução tecnológica. Esta tec- nologia fez com que o indivíduo percebesse que as respostas das perguntas surgidas estão sendo respondidas com outras questões que despertam para curiosidades ligadas ao mundo VUCA, termo que foi criado na década de 90 pós guerra fria, que será teorizado neste capítulo. As questões e atividades apresentadas após cada capítulo servirão para em- basar o aprendizado adquirido em cada seção de estudos, iniciando nas com- petências comportamentais, o acadêmico deverá ser capaz de identifi car se as possui ou não. Na gestão e empreendedorismo seguirá uma linha diversifi cada de possibilidades, sendo fi nalizada pela competência da comunicação que será descrita como verbal e não verbal, violenta e não violenta. Na sequência terá uma explanação com embasamentos teóricos da capacidade de persuasão do acadê- mico que compreenderá que se trata de uma das competências comportamentais fundamentais do século XXI. 2 AS COMPETÊNCIAS COMPORTAMENTAIS: VOCÊ SABE QUAL É A SUA? Para que possamos entender as competências, é necessário relatar o con- ceito de cada uma delas. De acordo com Queiroz (2003, p. 21) “Competência é o 10 CompetÊncias proFissionais no mundo moderno conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes correlacionadas que em ação agregam valor ao indivíduo e à organização, ao que denominamos de entrega.” A citação menciona o conhecido CHA (Conhecimento – Habilidade – Atitude), sendo que o conhecimento e a habilidade demonstram as competências técnicas do in- divíduo e a palavra atitude demonstra as competências comportamentais. Para compreender melhor o CHA, veja a fi gura a seguir na qual ele foi bem exemplifi cado. FIGURA 1 – CONHECIMENTOS, HABILIDADES E ATITUDES FONTE: Zarifi an (2001, p. 72) Contextualizando a Figura 1, no mundocorporativo, percebemos que os ges- tores costumam contratar pelas competências técnicas, que são os cursos e expe- riências relatados no currículo do candidato (saber o que, saber o porquê), mas, na sequência, é cada vez mais comum as demissões pelas competências comporta- mentais (querer saber). Mas o que são estas competências, o que elas medem? O Instituto Brasileiro de Coaching (IBC) menciona que as competências com- portamentais são aquelas que são medidas dentro e fora da empresa, ou seja, são os hábitos e atitudes diárias do indivíduo. Para que as competências comportamentais sejam melhor compreendidas, apresentaremos algumas abordagens de alguns teóricos. De acordo com Karnal 11 O GESTOR EMPREENDEDOR E AS NOVAS TECNOLOGIAS Capítulo 1 (2020) os comportamentos são medidos quando somos colocados em uma situa- ção de “desconforto”. Estes comportamentos fazem com que o indivíduo se colo- que a prova para saber identifi car se ele necessita ir em frente ou não. Considerando esse ponto de vista, como é que o profi ssional lida com a situ- ação inesperada e até mesmo com os confl itos, o que é que faz o profi ssional se sentir inseguro? São perguntas com as quais nos deparamos no meio organiza- cional e em algumas situações as ignoramos e não buscamos as respostas para elas. Isso acontece por medo dos desafi os que talvez tenhamos que enfrentar. Os autores citados anteriormente remetem-se a Figura 1, exemplifi cando o que se espera com as atitudes. Já abordamos neste capítulo as competências comportamentais. Já estuda- mos que elas são “o querer fazer” e que aparecem de acordo com as atividades que necessitam ser executadas (individualmente ou em grupo). Agora, vamos nos apro- fundar um pouco mais nas competências, mencionando uma técnica que é chama- da de comportamento de entrega e pode ser medida como sendo um diferencial, agregando neste mundo tecnológico como um talento. Entende-se como comporta- mento de entrega aqueles que contribuem para que o gestor elabore um Plano de Desenvolvimento do seu Colaborador (PDC), podendo ser encontrado em algumas literaturas com a nomenclatura de Plano de Desenvolvimento Individual (PDI). Com o Plano de Desenvolvimento do Colaborador (PDC), a área de Recur- sos Humanos estará muito bem amparada para executar as ações necessárias que o PDC apontará. Ele é uma ferramenta para ajudar na leitura do perfi l com- portamental de cada colaborador. De acordo com Damazio (2019), deve ser seguida a linha de colocar as pes- soas certas nos lugares certos e, para isso, é necessário realizar o desenvolvi- mento continuamente e ciclicamente porque é fundamental adquirir HÁBITOS. A seguir são enumerados alguns benefícios do PDC, tanto para o emprega- dor como para o empregado: • Maior engajamento. • Diminuição do turnover. • Aumento da produtividade individual e grupal. • Crescimento do capital intelectual. 12 CompetÊncias proFissionais no mundo moderno Então... para deixar bem esclarecido o que é turnover: o SE- BRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) defi ne que é a alta rotatividade de funcionários em uma empresa, um elevado número de desligamentos e admissões em curto período. Para que você consiga ter um melhor entendimento da ferramenta PDC ou PDI que irá ajudar na técnica denominada comportamento de entrega, observe a fi gura a seguir. FIGURA 2 – MODELO DE AÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DO COLABORADOR FONTE: <http://www.impulseup.com>. Acesso em: 3 fev. 2021. Veja que no modelo da Figura 2 aparecem as competências, a ação e o indi- cador de sucesso que mostrarão como o colaborador será desenvolvido. A ferra- menta poderá ser apresentada aos colaboradores e gestores em formato digital, eletrônico ou através de um modelo institucional desenvolvido pela área de RH. 13 O GESTOR EMPREENDEDOR E AS NOVAS TECNOLOGIAS Capítulo 1 Quer saber mais sobre as competências comportamentais? Se- gue a indicação do site do IBC coaching que o ajudará a comple- mentar suas leituras. Lembre-se de que é necessário apropriar-se de outras literaturas para que você se destaque como um profi ssional diferenciado neste novo mercado de trabalho super competitivo. Acesse o link a seguir para perceber como é que estas compe- tências podem impactar no ambiente organizacional: <https://www. ibccoaching.com.br/portal/rh-gestao-pessoas/>. Após a leitura do site indicado, será possível o entendimento das competências comportamentais, verifi cado que é necessário traçar- mos um planejamento para o nosso autodesenvolvimento, assim a probabilidade de se tornar um profi ssional destacado aumenta, uma vez que a autoanálise caminha para um aprimoramento contínuo. 2.1 O CAMINHAR PARA A AUTOANÁLISE Aqui será necessário você fazer algumas perguntas tais como: eu me conhe- ço? Como é que sei meus pontos fortes? Como desenvolver minhas competên- cias? Quantas etapas são necessárias para uma autodescoberta? Claro que muitas dessas perguntas você deverá conseguir responder com a aplicação do seu PDC ou PDI, que já foi estudado no Item 2. Revista HSM – E-book sobre o trabalho remoto ou home offi ce. Você deverá acessar o link a seguir para apropriar-se do conteúdo: <https://bit.ly/39hUKCl>. 14 CompetÊncias proFissionais no mundo moderno Você poderá adquirir um melhor embasamento com a leitura da Revista HSM, através do arquivo em PDF disponibilizado acima, isso agregará ao entendimento de uma grande tendência no mercado atual, o trabalho remoto ou home offi ce. O e-book lhe ajudará a compreender os questionamentos apresentados no início deste tópico, que são importantes para os profi ssionais voltados para a área de gestão ou com funções estratégicas. Com o surgimento, no fi nal do século XX, do RH estratégico 4.0, os colabo- radores perceberam a importância de suprir com rapidez as demandas do século XXI. Isso se deu por conta dos acontecimentos no ano de 2020, em decorrência do isolamento social, que impactou fortemente a sociedade, em especial no meio corporativo, em que os colaboradores precisaram se reinventar. Esta reinvenção foi perceptível por muitos profi ssionais e gestores. É importante salientar que o RH estratégico é focado no comportamento de cada indivíduo como: solucionar confl itos, administrar o tempo, ter um emocional estável e uma boa escuta. Conceituando o RH 4.0 De acordo com Oliveira (2019), a área de Recursos Humanos as- sume um papel em destaque neste momento de aperfeiçoamento tec- nológico tornando-se estrategicamente mais voltado para a retenção de talentos, objetivando o desenvolvimento do capital humano e fazendo com que a produtividade cresça com a aplicação das novas tecnologias. Conhecendo mais o Covid-19 A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, em 30 de janeiro de 2020, que o surto da doença causada pelo novo corona- vírus (COVID-19) constitui uma Emergência de Saúde Pública de Im- portância Internacional – o mais alto nível de alerta da Organização, 15 O GESTOR EMPREENDEDOR E AS NOVAS TECNOLOGIAS Capítulo 1 conforme previsto no Regulamento Sanitário Internacional. Em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia e as informações estão disponíveis no seguinte endereço: <https://www.paho.org/pt/covid19>. Acesso em: 15 set. 2020. Uma das diversas possibilidades surgidas é o trabalho home offi ce ou trabalho remoto, referido como sendo uma modalidade de trabalho realizada fora do ambien- te corporativo com o uso da internet para realizar as atividades remotamente. O momento proporcionou que muitas competências comportamentais fossem desenvolvidas e outras necessitaram ser desenvolvidas. Tiveram aqueles que não se adaptaram ao novo formato de trabalho, mas, como lidar com ele? 2.1.1 Conhecendo-se e descobrindo os pontos fortes Rabaglio (2006) faz com que o indivíduo refl ita sobre a autoavaliação como sendo um meio de medir ou julgaro seu próprio desempenho, sem dúvidas que como qualquer outra modalidade de avaliação pessoal, a autoavaliação, auxilia em identifi car os benefícios e pontos negativos. É necessário que seja entendido como os outros nos veem, as percepções no ambiente organizacional, além de saber administrar o lado profi ssional. É ne- cessário este entendimento para que o colaborador possa contornar situações confl ituosas ou inesperadas, que surgem de imediato. Caso o indivíduo não con- siga ter ciência de suas limitações individuais, poderá ser levado a profundas de- cepções, prejudicando sua carreira e vida profi ssional. Considerando o conhecer do individual, Platts (1997) afi rma que a autodesco- berta divertida é uma das modalidades (técnicas) para que o indivíduo possa com- preender como é que reage e se comporta em pequenos, médios ou grandes grupos. O único requisito necessário para se obter resultados positivos usando a autodescoberta divertida é que todos os participantes te- nham uma base de boa vontade uns com os outros e com o grupo, e mais, que tenham uma intenção em comum (PLATTS, 1997, p. 23). 16 CompetÊncias proFissionais no mundo moderno A autodescoberta divertida explica que as atividades em grupo devem partir de cada um para que os resultados tenham efi cácia. É muito pertinente que o in- divíduo pertença ao grupo e exerça a empatia. Veja a seguir um passo a passo de como aplicar a técnica conceituada: 1) Boas-vindas e um apanhado geral de como será aplicada a técnica e como que serão trocadas as experiências individuais com o grupo. 2) É interessante usar uma técnica de quebra-gelo. Pode ser uma atividade de apresentação, bem informal. 3) Cada um fará uma apresentação mais longa de si mesmo pontuando como se percebe. Cada participante terá em torno de 05 a 10 minutos para se apresentar ao grande grupo. Todos deverão fi rmar um contrato de confi ança, que o que for falado nesse momento, permanecerá nele. O ambiente deverá ser de confi ança para que todos sintam-se à vontade. 4) Um intervalo de 15 minutos é pertinente para que todos se reestabeleçam. 5) Após o pequeno intervalo, o facilitador inicia as atividades em grupo e conduz para aquilo que deseja identifi car nos participantes: o gerencia- mento do estresse, a comunicação verbal e não verbal, a liderança, a habilidade de negociação, a escuta... 6) Por fi m, encerra-se com um relaxamento no qual poderá se utilizar o Min- dfulness que é um estado mental de controle sobre a capacidade de se concentrar nas experiências, atividades e sensações do presente. É um momento em que todos fi cam de olhos fechados e ao fundo toca-se uma música bem suave. Se o facilitador desejar, também poderá solicitar que cada participante mencione uma palavra que resuma as horas que pas- saram juntos. Atividade de estudo: 1. Marque V para as alternativas verdadeiras e F para as falas. A técnica da autodescoberta criativa é descrita como sendo: ( ) Uma forma de fazer os colaboradores desabafarem as suas situ- ações pessoais. ( ) É necessário um tempo de 50 minutos para cada poder se apre- sentar. ( ) Uma prática para que o facilitador consiga identifi car as compe- tências necessárias. 17 O GESTOR EMPREENDEDOR E AS NOVAS TECNOLOGIAS Capítulo 1 Agora abordaremos, com mais profundidade, os pontos fortes de cada indi- víduo, como se identifi cam, o que são e os benefícios para seu desenvolvimento profi ssional. Vamos começar? Para que você consiga ter uma melhor compreensão dos PON- TOS FORTES, leia os CASES que relatam uma das competências com maior evidência no mundo corporativo: A Empatia: Alyce J., administradora: “Recentemente, eu estava numa reu- nião de diretoria em que uma das pessoas apresentava uma nova ideia que era crucial para ela e para a vida daquele grupo. Quan- do ela acabou, ninguém tinha ouvido sua opinião, ninguém prestara atenção nela. Foi um momento extremamente desmoralizante para ela. Pude ver isso em seu rosto. Ela depois passou alguns dias muito mal. Finalmente, abordei a questão com ela e usei palavras que aju- davam descrever como ela estava se sentindo. Eu disse “Tem algu- ma coisa errada’, e ela começou a falar. Eu disse: “Realmente com- preendo. Sei como isso era importante para você, você anda muito diferente’, e assim por diante. Ela fi nalmente desabafou: ‘Você foi a única que me enviou e que me disse alguma coisa sobre o assunto.’” Brian H., administrador: “Quando minha equipe está tomando decisões, o que eu gosto de fazer é perguntar: ‘Tudo bem, o que Fu- lano tem a dizer sobre isso?’, ‘O que Sicrano tem a dizer?’. Em outras palavras, coloque-se na posição deles. Vamos pensar nos argumen- tos da perspectiva deles para podermos todos ser mais persuasivos.” Janet P., professora primária: “Nunca joguei basquete porque não havia esse esporte para mulheres quando eu era criança, mas acho que sei, num jogo de basquete, quando a equipe adversária está começando a gostar da coisa e tenho vontade de ir até o treina- dor e dizer:’ Mande que acelerem o ritmo. Você está perdendo o con- trole.’ A empatia também funciona com grandes grupos; você pode sentir a multidão.” FONTE: BUCKINGHAM, Marcus. Descubra seus pontos fortes (tradu- ção de Mário Molina). Rio de Janeiro: Sextante, 2008, p. 103. 18 CompetÊncias proFissionais no mundo moderno Atividade de estudos: 1 Suponha que você esteja em uma entrevista e lhe seja solicita- do que mencione três pontos negativos sobre você. Como é que você responderia sabendo que Buckingham e Clifton (2008, p. 33) afi rmam o seguinte: “tire proveito de seus pontos fortes e ad- ministre seus pontos fracos”. Agora que você já completou a atividade acima, escrevendo um pouco sobre seus pontos negativos, descobrirá, a partir da literatura que seguirá, a importância de conhecer o seu melhor. Buckingham e Clifton (2008) apresentam que o primei- ro passo para que se saiba qual é o nosso ponto forte, é preciso que seja identifi - cado o seu talento individual mais poderoso. Buckingham e Clifton (2008) afi rmam que após descobrir o seu talento ou os seus talentos, deverá agregar a ele ou eles as técnicas e conhecimentos e assim você será um profi ssional bem destacado e diferenciado com relação a esta com- petência, o TALENTO. Mas como descobrir o seu talento? A melhor opção é monitorar suas emo- ções e seu comportamento durante um determinado período. Para que seja reali- zado o procedimento com qualidade e com o menor índice de erro, o empregador ou empregado deverá procurar profi ssionais habilitados na aplicação da testagem. O teste: descubra a fonte de seus pontos fortes que expõem seus padrões de comportamentos mais dominantes, ou seja, o teste auxilia você a descobrir onde é que possui um maior potencial para um ponto forte, o que pode ser enten- dido como sendo alguns de seus talentos. Veja alguns mais requeridos no meio corporativo: a) Inovador. b) Proativo. c) Estratégico. d) Comunicativo. e) Competitivo. É importante considerar que o teste é composto de 34 pontos dominantes considerados pelos autores Buckingham e Clifton (2008) no livro intitulado Descu- bra seus pontos fortes, porém, o resultado considerado é somente sobre os cinco dominantes com maior pontuação. 19 O GESTOR EMPREENDEDOR E AS NOVAS TECNOLOGIAS Capítulo 1 Lotz e Gramms (2012, p. 17) apontam que “gerenciar talentos signifi ca ge- renciar pessoas”. A afi rmação faz com que o gestor refl ita que o “gerenciar”, men- cionado pelo autor, pode signifi car a aplicação de testagens para poder caminhar na busca de perfi s adequados para compor uma equipe. A busca de pessoas di- ferenciadas é uma constante e um grande desafi o, no século XXI, que a cada dia se faz necessário neste mundo globalizado que é identifi cado por muitos teóricos como sendo, Volátil, Incerto, Ambíguo e Complexo. Para um melhor entendimento e contextualização de como gerenciar pesso- as, acompanhea parábola de Sócrates das Três Peneiras apresentada a seguir. FIGURA 3 – AS TRÊS PENEIRAS FONTE: Ferreira (2014, s.p.) A parábola nos faz refl etir que cada vez mais é pertinente aprimorarmos as competências individuais, e, com o mundo globalizado, somos responsáveis por desempenhar uma das competências essenciais do século XXI, a comunicação 20 CompetÊncias proFissionais no mundo moderno efi caz e assertiva (que será abordada no Item 4). Através de boas percepções, é possível conduzir atitudes que farão de você um profi ssional diferenciado neste mundo VUCA que estamos submersos. Outra competência que a Parábola mostra é a empatia, a condição de nos co- locarmos literalmente no lugar do outro. Com a escuta ativa, é possível colocar na “peneira”, no sentido de fi ltrar, as informações recebidas ou ouvidas, possibilitando a redução dos confl itos que em alguns momentos se iniciam por falta da peneira. A parábola também nos mostra como a nossa autoanálise é necessária den- tro do mundo corporativo. Para um melhor aprofundamento, vamos abordar na próxima seção, como trabalhar a gestão e o empreendedorismo quando somos as pessoas designadas como sendo o staff da empresa. Staff é um termo inglês que signifi ca “pessoal”. É utilizado para escolher as pessoas que pertencem ao mesmo grupo de trabalho de uma organização priva- da. Conhecido também como a nomenclatura aos recursos humanos ou equipe de Staff . Veja como se identifi cam no organograma: QUADRO 1 – LINHA STAFF FONTE: Siqueira (2014, p. 28) Prezado acadêmico, para fi nalizarmos esta seção, é importante que você leia os livros sugeridos na sequência para embasar e fortalecer ainda mais o tema que é relevante para sua capacitação na condição de pós-graduando. Boas leituras! 21 O GESTOR EMPREENDEDOR E AS NOVAS TECNOLOGIAS Capítulo 1 Sugestão 1: Competências: conceitos, instrumentos e experi- ências Autor: Joel Souza Dutra, Editora Atlas, 2ª edição – 2017. Sugestão 2: Dicionário de competências Autor: Pedro B. da Câmara, Editora RH – 2017 3 GESTÃO E EMPREENDEDORISMO Para iniciarmos o novo tópico, é importante que sejam apresentados alguns conceitos e estudos sobre o empreendedorismo corporativo, uma boa gestão ele- va os resultados de uma organização. De acordo com Lizote et al. (2012, p. 239) Enquanto alguns autores afi rmam que o empreendedorismo deve ser visto como uma busca em ter seu próprio negócio, outros trabalham o conceito de empreendedorismo corporativo, que implica na renovação estratégica e organizacional involucrando mudanças na gestão empresarial, privilegiando a inovação, a fl exibilização e a criatividade. A citação mostra que o empreendedorismo leva o indivíduo para desenvol- ver as suas melhores habilidades como a inovação, comentada anteriormente no Item 2.1.1 como sendo um dos pontos fortes exemplifi cados. Você sabia que... Lizote et al (2012, p. 238) defende que: O primeiro conceito importante surgido na perspectiva compor- tamental foi a ideia de autoridade carismática, vista como processo evolutivo para a tendência de superar rotinas. A autoridade caris- mática seria uma oposição à autoridade tradicional, burocrática, no sentido de obrigação de regras, tornando-se um precedente para quebrar as regras. 22 CompetÊncias proFissionais no mundo moderno É perceptível que vários conceitos e afi rmativas foram pesquisadas para que se possa entender com clareza o empreendedorismo, em que Lizote (2012) aponta na citação acima que o carisma foi o comportamento considerado positivo, identifi cado como inverso ao tradicional modelo de autoridade. Este modelo de autoridade, comentado como sendo o tradicional, está sendo desconstruído, pois o gestor, para atingir o resultado esperado, precisa de profi ssionais inovadores e com a proatividade em destaque. Todo colaborador que possui um cargo de gestão acumula mui- tas atribuições e responsabilidades pertinentes a sua função. De acordo com Nelson (2003), para ser um bom gestor, são necessárias algumas considerações, tais como: • Fazer o que tem de ser feito, não esperar que lhe peçam. • Usar seu discernimento e agir de acordo com os interesses da empresa em todos os momentos. • Emitir a sua opinião, questionar uma ação ou decisão. • Desenvolver opções e um plano de ação. • Aprender primeiro o que você não sabe. Os apontamentos apresentados anteriormente podem ser igualados às ca- racterísticas de um empreendedor alinhadas ao mundo corporativo com o tripé: o empreendedorismo, a proatividade e a inovação. Queiroz (2008, p. 45) identifi ca as atitudes que agregam com as atribuições do gestor são: • Autoconfi ança. • Curiosidade. • Coragem. • Entusiasmo. • Persistência. • Resiliência. • Responsabilidade. • Segurança. • Sensibilidade. A gestão e o empreendedorismo corporativo se complementam, pois em um mercado veloz em que a cada segundo estamos fi cando desatualizados, a busca 23 O GESTOR EMPREENDEDOR E AS NOVAS TECNOLOGIAS Capítulo 1 pelo novo e de diversifi cadas formas de fazer as mesmas coisas com menor tem- po corrobora com o que Rezende (2014) enfatiza a importância destas duas com- petências, gestão e empreendedorismo, por serem capacitantes. Elas agregam ajudando o colaborador a manter a proatividade. Para darmos sequência aos estudos, você precisa entender qual é a dife- rença de proatividade e autonomia. No mundo da gestão corporativa, esses con- ceitos se confundem já que muitas pessoas acreditam que se você tem autono- mia é porque tem proatividade e há um equívoco nesta leitura veja isso a seguir. A autonomia, de acordo com Ventura (2006), é a capacidade de agir in- tencionalmente de forma livre e racional. Termo grego que está relacionado à li- berdade, ou seja, é quando você possui o direito de decidir fazer determinada atividade ou emitir uma opinião sobre determinado assunto. Já a proatividade, Kamia e Porto (2011) a defi nem como sendo um con- junto de comportamentos em que o trabalhador busca espontaneamente por mu- danças no seu ambiente de trabalho, soluciona e antecipa-se aos problemas, vi- sando metas de longo prazo que benefi ciam a organização, ou seja, o indivíduo pensa antes de agir, tomando ações preventivas. Agora que você já possui o esclarecimento e entendimento dos distintos conceitos, conseguirá compreender que de acordo com Pichott (1985) cada cola- borador deve assumir condutas que possibilitem o desenvolvimento de atitudes empreendedoras e proativas. Cada vez mais se percebe que a proatividade é uma importante compe- tência em destaque no meio corporativo. As teorias referentes à proatividade estu- dadas até aqui mostram o quanto são velozes as mudanças no mundo VUCA. Atividade de estudos: 1 Após seus estudos, relacione as competências que foram men- cionadas até aqui de acordo com seu entendimento: __________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 24 CompetÊncias proFissionais no mundo moderno Neste mundo complexo não há uma fórmula para tornar um colaborador pro- ativo, empreendedor ou inovador. Pode-se compreender que a partir do século XXI, em especial no ano de 2020, as incertezas no mundo corporativo sofreram um impacto quanto a forma de gerir e empreender. O aumento das incertezas foi demandado em decorrência das mudanças surgidas por decorrência do CO- VID-19. Os impactos foram percebidos mundialmente e as mudanças foram nota- das através de atitudes inovadoras, como o trabalho remoto. Mas o que é inovar? De acordo com Robbins (2014, p.13) “As organizações bem-sucedidas de hoje devem promover a inovação e dominar a arte de mudar, ou se tornarão can- didatas à extinção”. Robbins nos remete a um entendimento muito aplicável em nossa atualidade, apesar de não ser direcionado somente a um determinado ni- cho organizacional, mas para todos os níveis de empresas. Para Robbins (2014), fazera gestão é fundamental, mas o gestor possui um papel fundamental que é estimular a criatividade de seus colaboradores, porque um empregado pode ser o impulso para a inovação e para a mudança ou pode se tornar um problema, caso o colaborador não tenha capacidade de lidar com a mudança organizacional. Schneider (2013, p. 35) com relação a mudança apresenta que: Não precisa gostar de mudança, apenas é preciso entender a mudança. Senão fi ca difícil de aceitar que o mundo mudou. [...] não está aumentando a mudança, está aumentando a velocidade da mudança e, o que é pior, está aumentando a aceleração da velocidade da mudança. Na citação, Schneider defende que é necessário perceber a ordem da acele- ração, o que já faz com que o gestor saia da zona de conforto, entendendo que a inovação acontece independentemente de o profi ssional querer ou não. Mas o que é inovar ou inovação? Simantob e Lippi (2003) trazem para o leitor que é uma inicia- tiva, revolucionária ou não, que surge como uma novidade para a empresa e para o mercado. Quando colocada em prática, a empresa visa resultados fi nanceiros promissores, atendendo a qualquer tipo de negócio ou área. Já Freitas (2013) apud Bisneto e Lins (2015) considera que os elementos fundamentais para inovar que precisam coexistir são: conhecimento, criatividade e empreendedorismo. 25 O GESTOR EMPREENDEDOR E AS NOVAS TECNOLOGIAS Capítulo 1 A inovação faz o pensamento ser direcionado para a tecnologia em um mundo complexo, os profi ssionais estão cada vez mais voltados aos aplicativos (apps). Os aplicativos são uma das inovações surgidas no século XXI que trouxe facilidade às rotinas empresariais e pessoais. Tornou-se uma ferramenta de traba- lho para muitos jovens empreendedores que utilizam o celular para ter acesso aos aplicativos de transporte, refeições, viagens, serviços contábeis etc. Pesquisando para acrescentar aos conhecimentos adquiridos até aqui! Você acadêmico que está em busca de novos aprendizados e não se encontra na zona de conforto, leia a seguir um CASE para que valide toda a teoria apresentada até aqui. Acompanhe um trecho do livro intitulado Faça o que tem que ser feito, E não apenas o que lhe pedem! “FAÇA AS COISAS ACONTECEREM” Quando Gail Sato começou a trabalhar como gerente-assistente da Gap, em Toronto, Ontário, ela notou que a política padrão e o ma- nual de procedimento da empresa não abordavam metade dos proble- mas que surgiam no dia a dia da loja. Por iniciativa própria, Gail pre- parou um manual conciso de treinamento para ser usado como guia para o gerenciamento da Gap. Mais tarde, esse manual foi adaptado para as lojas Gap de todo o Canadá. Daí em diante a direção passou a incumbir Gail de outras tarefas e logo depois ela foi promovida. FONTE: NELSON, Bob. Faça o que tem de ser feito (Tradução de Viei- ra Whateley). Rio de Janeiro: Sextante, 2003. p. 84. O Case mostra com veracidade o que foi conceituado através de diversos autores até esta etapa do capítulo. Ressalta com clareza que a proatividade foi a competência fundamental para que a dedicação e iniciativa de Gail fossem reco- nhecidas profi ssionalmente, agregando ao STAFF de sua empresa. No próximo item vamos abordar uma das mais importantes e difíceis compe- tências da humanidade, o poder de saber comunicar e de persuadir. 26 CompetÊncias proFissionais no mundo moderno 4 A COMUNICAÇÂO E A PERSUASÂO Cada vez mais se pesquisa sobre as competências comportamentais e as tendências no século XXI; e a comunicação é uma das mais requisitadas em um profi ssional, nesta rotina tecnológica. Como se comunicar neste mundo ambíguo e complexo, como persuadir para não tornar a comunicação ambígua e distorcida? Schneider (2013, p. 67) afi rma que comunicação “não é emissão. Comunica- ção é quando há recepção, recepção demanda adequação de linguagem. Logo, comunicação é adequação”. O mesmo autor ainda ressalta que mensagem ne- cessita chamar a atenção, para isso é necessário que esteja adequada. Acadêmico, como você deve se recordar, no início deste capítulo foram tra- balhados os conceitos sobre os pontos fortes, desta forma poderá resgatar a lei- tura para que fortalecer o seu entendimento sobre o talento que em alguns profi s- sionais são identifi cados como ponto forte. A comunicação e a persuasão são grandes talentos e são considerados dife- renciais na atualidade. Como manter uma comunicação assertiva em um mundo de grande complexidade e com diversas possibilidades que demandam muita ha- bilidade? Já que mencionamos habilidade, escreva o conceito de habilida- de, mas lembre-se de buscar outras fontes de pesquisa. Vá em frente! Para que a comunicação verbal transmita com maior fi dedignidade e sem ru- ídos aquilo que desejamos expressar, é preciso lembrar da Parábola de Sócrates – As três peneiras. Lá foi entendido que precisamos saber selecionar, que nem tudo que ouvimos faz jus transmitir ou repassar para outras pessoas, é um exercício con- tínuo, não se aprende facilmente. Entenda que as palavras verbalizadas causam grandes impactos, negativos ou positivos, e, por isso, é fundamental ter cautela. Como vivemos na era das redes sociais (Twitter, Instagram, Facebook, Linke- dIn, ...) nas quais não é necessário verbalizar, apenas clicar ou compartilhar algu- ma informação que já foi compartilhada por outra(s) pessoa(s), a cautela se faz necessária. O cuidado no repasse automático através dos emoticons (fi guras que 27 O GESTOR EMPREENDEDOR E AS NOVAS TECNOLOGIAS Capítulo 1 substituem as palavras expressando as emoções), pois eles podem causar no receptor (quem recebe a mensagem) um desconforto, pois trata-se de uma forma de comunicação muito impessoal. Veja o quadro a seguir e observe que estamos nos referindo à forma de trans- mitir uma opinião sobre determinado assunto. Essa comunicação digital é utilizada atualmente em demasia por vários canais de comunicação, que utilizam fi guras ou carinhas sem usufruir de textos e frases completas para expressar suas emoções. QUADRO 2 – SIGNIFICADOS DOS EMOTICONS FONTE: <http://comycos.blogspot.com>. Acesso em: 6 set. 2020. A comunicação é uma das competências pessoais em destaque, que através da evolução digital, em um mundo no qual cada dia é necessário se apropriar das mais variadas formas, modifi cou-se. É importante saber fazer uso das “carinhas” para que não sejam interpretadas erroneamente pelo receptor da mensagem. 28 CompetÊncias proFissionais no mundo moderno Lembre-se de que estamos falando em comunicação, um tema que causou vários confl itos no meio empresarial, ocasionando até demissões por justa causa. Uma grande polêmica no mercado de trabalho são as Justa Causas. O que são? De acordo com o site <www.guiatrabalhista. com>, ocorre justa causa se o empregado, sem autorização expres- sa do empregador, por escrito ou verbalmente, exerce, de forma ha- bitual, atividade concorrente, explorando o mesmo ramo de negócio ou exerce outra atividade que, embora não concorrente, prejudique o exercício de sua função na empresa. Outra forma de comunicação que impacta diretamente o meio corporativo é a linguagem corporal. Hill (2017) entende que a forma de comunicar é composta do visível e invisível. Que a nossa personalidade cumpre um papel essencial no nosso comportamento, ou seja, ele entende que o indivíduo é composto de duas partes: visível e invisível. A parte visível são as nossas roupas, nosso cabelo, a expressão do nosso rosto e do olhar, a parte invisível são as reações que despertamos no outro, que nos observa através da mensagem que transmitidos utilizando o visível. Uma das polêmicas apresentadas pelo autor Pease (2005, p. 17) é um outro conceito sobre a forma de comunicar [...] embora a excessiva atenção dada às palavras faça com que sejamos profun- damente desinformados a respeito da linguagem do corpo e da im- portância que ela tem em nossas vidas.Os autores Hill, Allan e Pease complementam as percepções da comunica- ção corporal apesar de usarem diferentes fontes para embasamento das fontes apresentadas, são conceitos importantes em um século no qual estamos a cada dia vivenciando comportamentos explosivos e surpreendentes. 29 O GESTOR EMPREENDEDOR E AS NOVAS TECNOLOGIAS Capítulo 1 FIGURA 3 – O CORPO FALA FONTE: <https://dicionariocorporal.wordpress.com>. Acesso em: 7 set. 2020. Para que você consiga compreender melhor como se dá a comunicação, ob- serve o quadro a seguir e compare com a Figura 3. QUADRO 3 – ESTILOS E TIPOS DE COMUNICAÇÃO FONTE: <http://www.voitto.com.br>. Acesso em: 11 ago. 2020. No quadro acima observa-se a comunicação e como é a percepção do outro (o receptor). É comum no meio organizacional algumas pessoas mencionarem frases do tipo: 1. A questão foi como você olhou para o fulano e não o que disse! 2. Não precisa nem dizer que estava nervoso, suas pernas não paravam de balançar! 30 CompetÊncias proFissionais no mundo moderno 3. Suas mãos falavam mais que sua boca! Você falou com as mãos ... A comunicação corporal, de acordo com Pasetto e Mesadri (2013) é consi- derada um meio de comportamento visível nas organizações, muitos profi ssionais demonstram suas percepções somente através da linguagem corporal. Na mesma linha de pesquisa, Pease (2005) afi rma que, para tornar a comu- nicação assertiva e criar uma relação harmoniosa, deve-se manter o controle das emoções, para que a boa fl uidez da comunicação não verbal aconteça sem ruídos. O sorriso e o aperto de mãos, em determinadas situações de desconforto ou confl ito, garantem uma tranquilidade no clima da sua empresa. A comunicação assertiva sem ruídos impacta diretamente no bom desempenho, ocasionando um bom clima organizacional. Nestas situações o profi ssional não deve utilizar a linguagem de forma ver- bal, com muita frequência, já que não possui desenvolvida determinada compe- tência, nestes casos, é bom somente fazer uso da escuta. O colaborador que pos- sui uma boa comunicação verbal poderá adotar e abusar do poder de persuasão, sendo uma estratégia de comunicação que é amparada pelas emoções individu- ais, quando bem desenvolvidas. A persuasão como uma habilidade da comunicação Persuadir é a capacidade utilizada quando queremos convencer alguém de nosso ponto de vista, em uma situação específi ca, poden- do ainda se utilizar a lógica, a linguagem corporal ou símbolos. FONTE: <https://www.sbcoaching.com.br/>. Acesso em: 7 set. 2020. A fi gura a seguir explica de forma lúdica o conceito de persuasão. Mostra que a persuasão nem sempre é utilizada de forma positiva. Tudo será conduzido de acor- do com o perfi l e caráter do profi ssional que possuir esta habilidade desenvolvida. 31 O GESTOR EMPREENDEDOR E AS NOVAS TECNOLOGIAS Capítulo 1 FIGURA 4 – O PODER DA PERSUASÃO FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/redacao/lingua- gem-persuasao.htm>. Acesso em: 7 set. 2020. Hill (2017) também considera que o caráter contribui para uma boa comuni- cação e um bom poder de persuasão. Ele afi rma que a persuasão além de ser a habilidade de falar com fi rmeza e convicção, também é demonstrada através do aperto de mãos fi rme e caloroso, atraindo para si o interesse do outro (receptor da mensagem). 1 Baseado no que foi estudado até aqui, marque V para as senten- ças verdadeiras e F para as faltas. ( ) O poder de persuasão não é importante no meio corporativo. ( ) A comunicação gestual não impacta na atitude no grupo, somente quando a conversa acontece com um único indivíduo. ( ) Nas redes sociais não há confl itos quanto à comunicação, pois não utilizamos emoticons. ( ) Somente no Linkedin que se pode fazer uso de fi guras e ima- gens. Não podemos falar em comunicação não violenta, sem relacionar Rosenberg (1999), que embasa com a sua lista de alguns sentimentos (fi gura a seguir). Senti- mentos que são evidenciados de acordo com nossa personalidade dentro do am- biente organizacional. O signifi cado de não ser atendida é quando as expectativas naquela situação não são atendidas, observe um exemplo: seu gerente solicitou que você fi casse com mais dois colegas para fi nalizar a folha de pagamento, mas seus colegas não permanecem contigo para execução da atividade. Neste caso, podem surgir vários sentimentos: abandono, chateação, mágoa, tristeza etc. Es- ses sentimentos gerarão um sofrimento que não será violento. 32 CompetÊncias proFissionais no mundo moderno FIGURA 5 – LISTA DOS SENTIMENTOS DE NECESSIDADES NÃO ATENDIDAS FONTE: Rosenberg (2006, p. 74-75) Rosenberg (2006) menciona que a CNV (Comunicação Não Violenta) é divi- dida em duas partes que equivalem ao dar e receber a informação, que se apre- sentam da seguinte forma: 1) Expressar-se honestamente. 2) Receber por empatia. Rosenberg através das duas etapas reforça que o expressar com honesti- dade signifi ca ser verdadeiro com palavras e gestos, já o receber por empatia é fazer com que perceba de fato como é que o outro se sente literalmente. Hill (2017, p. 119) afi rma que “uma das coisas mais valiosas que alguém pode aprender é a arte de por em prática conhecimentos e experiências observa- dos no comportamento do outro”. O observar no comportamento dos outros faz com que sejam minimizadas algumas palavras ou ações que impactariam negati- vamente a comunicação. 33 O GESTOR EMPREENDEDOR E AS NOVAS TECNOLOGIAS Capítulo 1 Para praticar a comunicação não violenta, Passadori (2018) menciona quatro etapas para o autodesenvolvimento: • Auto-observação – a capacidade de olharmos para dentro de nós mes- mos, enxergar os próprios fantasmas, quando nos conhecemos, fi ca mais fácil evitar as pessoas negativas. • Conhecer sentimentos e crenças – quando adquirimos a capacidade de conhecer os nossos sentimentos e valores, o respeito pelas crenças alheias a aceitação acontecem naturalmente. • Empatia – já conversamos sobre a empatia. Se colocar no lugar do outro é difícil, mas traz grandes vantagens, evitando agressividade na comuni- cação. • Valorizar as diferenças – apreciar e elogiar o diferente é uma das gran- des qualidades e um grande degrau para crescimento pessoal, potencia- lizador da inovação e criatividade. Torquato (2004) menciona que a comunicação organizacional é multidis- ciplinar e precisa ser entendida nas suas diferentes formas, observe a fi gura a seguir para acompanhar as divisões dentro do meio organizacional de como a co- municação acontece. No mundo empresarial a agressividade pode ser diminuída se colocadas em prática as etapas de Passadori. FIGURA 6 – COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL FONTE: Torquato (2004, p. 33) Dentro da contextualização da comunicação organizacional e considerando o conceito VUCA abordado nos tópicos anteriores e no Quadro 4, que segundo Annibal (2018) reporta-se a quatro competências fundamentais no mundo corpo- rativo que visa, cada vez mais, o comportamento colaborativo alinhado ao poder de saber comunicar e persuadir de forma apropriada. 34 CompetÊncias proFissionais no mundo moderno FIGURA 7 – O MUNDO VUCA FONTE: <https://www.tga.pt/wp>. Acesso em: 3 fev. 2021. Para que seja compreensível a aplicabilidade dos quatro pontos apresenta- dos na fi gura dentro das organizações, é necessário que se faça uma leitura do Item 3, no qual aborda-se o empreendedor e suas principais habilidades. Com relação à volatilidade, ambiguidade, complexidade e incertezas de nos- so mundo, Hill (2017) afi rma que o poder pessoal é fruto da energia que resulta do nosso desenvolvimento através de esforço colaborativo e dos diferentes fatores que integram uma organização, mas é necessário que estejam alinhados em um mesmo propósito. Hill aponta para o propósito, esforço e desenvolvimento que são palavras que andam juntas quando o profi ssional não se amedronta com as dificuldades e pro- blemas que surgem no decorrer de sua vida profi ssional. Vivemos em uma era tec- nológica na qual esses quatro pontos podem ser explicados na percepção de Bran- dao (2020), de acordo com o mercado e as expectativas econômicas na atualidade: 35 O GESTOR EMPREENDEDOR E AS NOVAS TECNOLOGIAS Capítulo 1 QUADRO 4 – ESCLARECENDO O MUNDO VUCA • Incerteza – é a relação econômica que refl ete no emprego. • Complexidade – é a difi culdade de lidar com as inovações da era digital e suas possibilidades. • Ambiguidade – é quando encontramos dois caminhos para uma mesma situação, e se faz necessário optar por um, mas faltam informações. • Volatilidade – é a mudança veloz na economia, gerada pelas incertezas, que impactam na empregabilidade. FONTE: A autora O que se conclui é que não se consegue tratar apenas de um dos pontos, é perceptível que eles se complementam, que qualquer ação tomada refl ete à fren- te. Observe a Figura 7, na qual é exemplifi cado o quadrante e sua funcionalidade dentro do meio organizacional. O mundo VUCA está cada vez mais sendo pesquisado por outros teóricos, gerando curiosidade, pois está fazendo com que o empregador e empregado saiam da zona de conforto e busquem oportunidades e desafi os, que são percebi- dos pelos profi ssionais que possuem o lado empreendedor destacado. Para embasar ainda mais o perfi l do profi ssional do novo mercado de traba- lho, segue uma sugestão de livros e revistas que servirão de suporte para o seu desenvolvimento profi ssional e enriquecerão a sua biblioteca do conhecimento. • Como fazer amigos e infl uenciar pessoas – Dale Carnegie • Os sete hábitos das pessoas altamente efi cazes – Stephen R. Covey • Trabalhe quatro horas por semana – Timothy Ferris • Revista HSM Management Depois de você ter consultado os livros sugeridos e se apropriado deles, re- solva a atividade de estudo a seguir. 36 CompetÊncias proFissionais no mundo moderno Atividade de estudo: 1 Assinale a alternativa correta. a) ( ) Rosenberg fala que CNV é dividida em duas partes – felicida- de e proatividade. b) ( ) As competências não são importantes para o mundo corporati- vo. c) ( ) A gestão e o empreendedorismo se complementam. 5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES Chegamos ao fi nal do primeiro capítulo no qual estudamos as competências comportamentais, sua importância e como identifi cá-las. Contextualizado os con- ceitos de gestão e de empreendedorismo, teorizamos as principais competên- cias do século XXI em um mundo globalizado e que está voltado à proatividade individual do profi ssional no mercado de trabalho competitivo. A Comunicação Não Violenta (CNV), o seu poder de impacto no desenvol- vimento pessoal ou grupal e como buscar o autoconhecimento são formas de aprimoramento que as empresas procuram investir nos seus colaboradores. Os investimentos costumam acontecer através de palestras, grupos de estudos, trei- namentos etc. Através de sites e livros sugeridos, você pode pesquisar e aprofundar-se no mundo Volátil, Incerto, Ambíguo e Complexo (VUCA). Também apresentamos te- orias sobre a empatia e o poder que cada um possui em se colocar literalmente no lugar do outro a fi m de enriquecer a aprendizagem. Vimos que não há como separar as competências, elas são intangíveis. Foram expostas ferramentas e técnicas que podem ser utilizadas para o de- senvolvimento individual e grupal dos colaboradores. Abordamos a importância das competências e como identifi cá-las; assim como o TALENTO sendo um dife- rencial quando trabalhado como sendo um ponto forte. Por fi m, apresentamos um embasamento sobre o lado empreendedor corpo- rativo e sua gestão para que, na continuidade dos estudos, seja possível que você 37 O GESTOR EMPREENDEDOR E AS NOVAS TECNOLOGIAS Capítulo 1 tenha uma melhor compreensão da liderança humanizada e como utilizá-la dentro de um mercado de trabalho exigente, tecnológico e veloz. REFERÊNCIAS ANNIBAL, Afonso Neto. Identifi cando e desenvolvendo oportunidades em um mundo VUCA. 2018. BISNETO, J. P. M.; LINS, O. B. D. S. M. O. Gestão da inovação na embrapa mandioca e fruticultura: uma aproximação ao planejamento estratégico. Revista gestão e planejamento, v. 18, n. 1, p. 444-463, 2017. BUCKINGHAM, Marcus. Descubra seus pontos fortes (Tradução de Mário Molina). Rio de Janeiro: Sextante, 2008. DAMAZIO, Tiago. Melhore seu negócio. 2019. Disponível em: https:// melhoreseunegocio.blogspot.com. Acesso em: 6 set. 2020. DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 4. ed. 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Disponível em: www.ufsc.com.br. Acesso em: 6 set. 2020. 38 CompetÊncias proFissionais no mundo moderno LOTZ, E. Gisele; GRAMMS, Carmen Lorena. Gestão de talentos. Curitiba: InterSaberes, 2012. 2 Mb; PDF. NELSON, Bob. Faça o que tem de ser feito (Tradução de Vieira Whateley). Rio de Janeiro: Sextante, 2003. OLIVEIRA, Aristeu. Manual de procedimentos e modelos na gestão de recursos humanos. 2010. Rio de Janeiro: Atlas, 2010. PASETTO, Neusa Salete Vitola; MESADRI, Fernando Eduardo. Comportamento organizacional: integrando conceitos da administração e psicologia. Curitiba: Intersaberes, 2013. PASSADORI, Reinaldo. Quatro orientações para praticar a comunicação não violenta. 2018. Disponível em: http://www.jornalouvidor.com.br/. Acesso em: 7 set. 2020. PEASE, Allan. Desvendando os segredos da linguagem corporal (Tradução Pedro Jorgensen Junior). Rio de Janeiro: Sextante, 2005. PINCHOT, G. Intrapreneuring: why don’t have to leave the corporation to become an entrepreneur. 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O mundo mudou bem na minha vez! São Paulo: Integrare, 2013. SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Sebrae, 2021. Disponível em: https://sebraers.com.br/. Acesso em: 3 fev. 2021. SIMANTOB, M.; LIPPI, R. Desmistifi cando a inovação inovar para competir: aula 1 – Inovação: conceitos, defi nições e tipologias. 2003. In: SIMANTOB, M.; LIPPI, R. Guia valoreconômico de inovação nas empresas. São Paulo. Globo. 2015. SIQUEIRA, Fábio. Introdução A O&M. Rio de Janeiro: Universidade Federal Flumimense (UFF), 2014. TORQUATO, Francisco Gaudêncio. Tratado de comunicação organizacional e política. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. VENTURA, Miriam. Respeito a autonomia: proteção e promoção do direito a saúde dos adolescentes. Physis Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 19, n. 1, pp. 65-93, 2009. ZARIFIAN, Philippe. Objetivo competência: por uma nova lógica. São Paulo: Atlas, 2001. 40 CompetÊncias proFissionais no mundo moderno CAPÍTULO 2 LIDERANÇA HUMANIZADA, ÉTICA E TECNOLOGIA A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: Compreender que o contato pessoal é necessário no mundo globalizado. Entender que os aplicativos (apps) não substituem o ser humano. Saber identifi car o emocional de cada indivíduo. Desenvolver a competência essencial: a empatia. Possibilitar o entendimento e impacto que os gestos causam no ambiente orga- nizacional. 42 CompetÊncias proFissionais no mundo moderno 43 LIDERANÇA HUMANIZADA, ÉTICA E TECNOLOGIA Capítulo 2 1 CONTEXTUALIZAÇÃO Prezado aluno pós-graduando, este capítulo contemplará as difi culdades do mundo corporativo quando se trata de lidar com as pessoas. Você perceberá as diversas abordagens que são necessárias dentro da gestão organizacional. A lide- rança humanizada assim como a empatia fazem parte de um processo de amadu- recimento do ser humano e, atualmente, são as maiores difi culdades do indivíduo. No capítulo anterior sobre o mundo VUCA, da comunicação não violenta e sobre a empatia, você viu que as pessoas devem priorizar o desenvolvimento individual continuamente assim como. Neste capítulo iremos entender que, neste mundo globalizado, os aplicativos (Apps) não são utilizados para que se substitua o trato pessoal e a identidade individualizada. De acordo com Karnal (2020, p. 37), “a crise aumenta a velocidade da ação” o que nos remete ao raciocínio de que, para que se tenha ação, é primordial que tenhamos maturidade para saber entender que as pessoas são necessárias e que as ações são exercidas por pessoas e com pessoas. Desta forma a tecnologia que hoje encontra-se resumida através de aplicativos poderá ser utilizada para aproximar as pessoas em formatos de salas de estudos, debates, reuniões virtu- ais, mas nunca poderá substituir os sentimentos e as emoções. A liderança humanizada veio para fazer com que os indivíduos entendam que os seres humanos precisam estar conectados por emoções, seja por um olhar, um abraço, um aperto de mãos... enfi m a proximidade é uma das formas de comunicação individual e grupal, que não poderá ser abolida do meio corpora- tivo, uma vez que é necessário compreender que o emocional nos direciona para ações positivas ou negativas e os resultados acontecerão de acordo com a inten- sidade de cada ação refl etida. Moscovici (1984) apurou que quando uma pessoa domina um grupo, o fator principal para que seja alcançado o êxito está direcionado ao comportamento que este profi ssional escolhe para abraçar estas pessoas que podem ser ou não seus subordinados. Evoluiremos no conceito de ética e seu impacto, o que acontece quando falta a ética no ambiente organizacional, quando o colaborador foge do considerado nor- mal naquela empresa, o clima organizacional se mantém ou a confi ança se perde? Desta forma, saber compreender as pessoas na sua completude envolve a ética profi ssional, um valor que são poucos profi ssionais que conseguem apre- sentar porque primeiro é necessário entender o colaborador como indivíduo, de- pois respeitá-lo e aí inseri-lo no meio de uma equipe. 44 CompetÊncias proFissionais no mundo moderno Outras competências serão apresentadas, como o relacionamento intrapessoal, a visão sistêmica e o comportamento de entrega. Você se surpreenderá com a lide- rança humanizada e os resultados alcançados por este formato que iniciou em 1930. 2 A LIDERANÇA HUMANIZADA, SE DESENVOLVE OU NÃO, UMA OPÇÃO? Conhecendo Elton Mayo Falar em liderança humanizada e não citar o importante incenti- vador da liderança é como ir à Disney e não lembrar do Mickey Mou- se. Elton Mayo com a Teoria das Relações Humanas em 1930 foi o precursor da abordagem. Roda e Silva (2017) corroboram que Mayo foi o responsável para incorporar dentro das empresas, o ensina- mento aos líderes da importância de enxergar os funcionários como pessoas e não como números. Falconi (2009, p. 31), afi rma que: O líder é o único agente de mudanças na organização. Não há outra opção. As áreas de suporte ajudam na criação e divulgação de novos padrões, a consultoria também auxilia neste processo, além de criar as siste- máticas de verifi cação que permitem ao líder atuar. No entanto, a implantação e a mudança são indelegáveis. E esta mudança vem por meio da capacitação dos lidera- dos, papel essencial do líder. Quem frequenta ou convive com várias empresas percebe claramente a difi culdade de execução que existe em algumas. As empresas com lideranças fracas são geralmente muito lentas e acabam por perder a luta pela competição no mercado. Na citação Falconi menciona que algumas atribuições são indelegáveis, mas o agente que faz a diferença é o líder que fará a mudança acontecer. Desta forma Meira (2020) apresenta que, para que se desenvolva a liderança humanizada, são necessários alguns atributos. São eles: maturidade, visão integral, compreensão 45 LIDERANÇA HUMANIZADA, ÉTICA E TECNOLOGIA Capítulo 2 do impacto do fator humano, práticas estabelecidas para o desenvolvimento das pessoas e um novo paradigma para o capitalismo. O mesmo autor compreende que é possível desenvolver líderes com a habi- lidade, mas, para tal, é necessário ter um planejamento de formação de pessoas bem estruturado, como um desenvolvimento individual, podendo ser aplicado o PDI, conforme trabalhado no capítulo anterior. A liderança humanizada inicia pela comunicação, pela interpretação. De acordo com Hill (2017), não se deve forçar a compreensão do que estamos ouvin- do, não pelo mesmo ângulo que o outro está transmitindo a fala, às vezes, é so- mente sentar ao lado do colega e perceber o que ele está tentando lhe transmitir, somente isso. Não se pode deixar de mencionar que 80% do diálogo entre dois indivíduos é não verbal. Hill (2017) ainda menciona que precisamos estar atentos aos hábitos das pessoas que mais admiramos, descobrir os pontos fortes, as qualidades positivas, falar com convicção, ser persuasivo e colocá-los em prática, assim o lado humani- zado fi cará mais perceptível para quem está sendo liderado. França (2016, s.p) afi rma que: Já os estudos recentes na área trazem um alerta para os perfi s de líderes que a todo custo buscam crescimento dos resulta- dos institucionais, em detrimento das pessoas e dos valores que compõem a organização. Tais estudos indicam que, as- sim, há uma real probabilidade de obtenção do insucesso, seja esse em curto, médio ou longo espaço de tempo. Para que você consiga compreender os resultados apontados por França (2016) e a importância de as pessoas estarem alinhadas aos valores institucio- nais, cabe se aprofundar em um dos temas mais comentados nas áreas organiza- cionais: a liderança humanizada. A competência de visão sistêmica é a que mais se destaca nesta liderança que possui a capacidade de compreender o conjunto de determinada situação com a seguinte percepção organizacional: a) Acompanha os resultados das diversas áreas da empresa. b) Facilidade em selecionar informações pertinentes. c) Focado e observador. d) Planeja, monitora sua equipe com olhar atento. e) Analisa todas as possibilidades antes de intervir no grupo. f) Considera sua equipe como o centro do processo. 46 CompetÊncias proFissionais no mundo modernoVeja a seguir uma sugestão de leitura. É um artigo disponibilizado pelo Con- selho Regional de Administração-CRA, que apresenta uma contextualização que irá ratifi car o comportamento de profi ssionais de outras frentes, com o título: A liderança humanizada, equipe respeitada. Acompanhe o site do Conselho Regional de Administração (CRA) e entenda a importância do perfi l de líder agregador: <https:// bit.ly/3tVuzJC>. No artigo indicado é apresentada uma realidade muito atual, na qual essas lideranças humanizadas precisam ser desenvolvidas cada vez mais para que as- sim possam contribuir com esse perfi l de líder agregador, de acordo com o artigo, é uma tendência pertinente quando se pensa em liderança humanizada. Roda e Silva (2017) apontam para um olhar cuidadoso que é um diferencial para esse perfi l do líder ou liderança humanizada, quando você se importa com o lado pessoal do seu colaborador, você conseguirá manter o clima da organização em alta, pois os funcionários são humanos que necessitam de uma atenção e não devem ser tratados como robôs, como era no início do século passado. No livro intitulado O líder Samurai, Diff enderff er (2006, p. 27) apresenta o caso de Mike, “um bem sucedido profi ssional que na condução de sua liderança obteve sucesso”. O autor aponta o processo de avaliação conforme segue: • Primeiro, avaliou criticamente a situação e buscou aliados ao perceber que precisava de ajuda para vencer a batalha. • Incentivou o diálogo aberto e honesto; e manteve a confi ança de todos, con- tinuando a ter acesso a informações e materiais altamente confi denciais. • Discutia continuamente as questões do negócio quando, mais de uma vez, uma das partes parecia disposta a desistir da transação. • Empenhou-se em fazer a coisa certa para ambas as partes e suas ações sempre refl etiam seu senso de honra. Isso fez a diferença! Mike mostrou o perfi l do melhor líder através de ações simples como o diá- logo, a busca de bons profi ssionais e a ética, que foram ingredientes importantes para uma gestão humanizada e de sucesso. Corroborando, Hill (2017, p. 58) afi r- ma que “neste mundo complexo, não teremos muita chance de sermos percebi- dos se não formos tremendamente bons naquilo que fazemos”. 47 LIDERANÇA HUMANIZADA, ÉTICA E TECNOLOGIA Capítulo 2 Desta forma caminhamos para uma evidência de que as competências com- portamentais irão ser o diferencial competitivo, a humanização irá desbravar uma evolução nas suas teorias e conceitos. 2.1 DESBRAVANDO OS CONCEITOS DE HUMANIZAÇÃO Como já comentado anteriormente, o conceito de relações humanas não é novidade. Ele foi introduzido em 1930 por Mayo, fundador do movimento das rela- ções humanas. Morin (2009) explica que essa relação possui dois pontos impor- tantes: o apego e a socialização. O apego com relação à necessidade de estar com outra pessoa ou um objeto, sendo uma necessidade biológica; e a socializa- ção como sendo a forma do indivíduo se ambientalizar ao meio, quando há inte- gração de diversos valores e comportamentos, havendo a necessidade de adap- tação ao meio, a sociedade. Morin (2009) afi rma que o exercício da liderança, durante muito tempo, era entendido como sendo a autoridade que era necessária demonstrar ao outro para poder ser respeitado. Esta ideia foi descartada por alguns teóricos. As organiza- ções entendem, atualmente, que o modo certo de engajar o colaborador é ser participativo, preocupado e ouvinte para direcionar os colaboradores em prol da motivação e satisfação profi ssional. A satisfação é uma das benefi cies da humanização na liderança, um exem- plo é a RECOMPENSA. Para que você entenda melhor, leia o trecho a seguir. A recompensa, de acordo com Freitas (2012), é a SATISFAÇÃO de missão cumprida por uma boa execução de sua atividade. No meio organizacional pode ser defi nida como: premiação, valor fl exível ou bônus, bolsa de estudo parcial/ integral, folgas quinzenais ou mensais, entre outras sugestões. Você irá perceber que a boa execução das atividades, em algumas empre- sas, pode ser considerada como premiação por merecimento ou meritocracia. Entenda um pouco mais s obre a palavra MERITOCRACIA: De acordo com o site IBC coaching (<https://www.ibccoaching. com.br/portal/como-implantar-o-conceito-de-meritocracia-nas-em- 48 CompetÊncias proFissionais no mundo moderno presas/>) meritocracia é um modelo no qual os colaboradores são avaliados pelas empresas em que trabalham e aquele com melhor aptidão profi ssional e que cumpre as metas e os resulta dos espe- rados é contemplado com posições hierárquicas e/ou outras recom- pensas, que vão desde brindes e folgas, até bolsas de estudos, au- mento de salário, promoção ou participação nos lucros. Veja a seguir uma charge que proporcionará a você um entendimento mais lúdico sobre a liderança humanizada e a meritocracia. FIGURA 1 – A PERCEPÇÃO DO GESTOR FONTE: <https://www.bebee.com/producer>. Acesso em: 20 ago. 2020. A imagem mostra que um líder sem preparo e sem o lado humano desen- volvido como a habilidade de colocar-se no lugar do outro (empatia), não existe a possibilidade de a comunicação ser assertiva e o processo de liderança passa a ser inexiste. Quando se fala em empatia, Santiago (2008) faz referência à competência relacionamento interpessoal, que é uma competência relacionada à capacidade de entender e responder condizentemente ao comportamento do outro. 49 LIDERANÇA HUMANIZADA, ÉTICA E TECNOLOGIA Capítulo 2 a) Respeita e valoriza as ideais que diferem da sua. b) Cumpre as promessas e compromissos fi rmados. c) Possui clareza, assertividade e transparência ao comunicar-se. d) Comportamento ético. e) Boa escuta e respeito com a opinião do outro. f) Reconhecimento e apreciação das atitudes dos demais. g) Administra os confl itos para reduzir a animosidade, mantendo um bom clima organizacional. h) Possui um grande equilíbrio emocional. i) Contesta e questiona a intolerância e o preconceito. Observe que todas características citadas acima possuem um viés huma- nizado com respeito ao OUTRO. Este comportamento diferenciado é o perfi l do líder humanizado, que está em ascensão na atualidade. TENHA CUIDADO com as armadilhas que, algumas vezes, as emoções po- dem apontar como em uma situação de perigo. Morin (2009) salienta que no caso de você ter que ser um bom ouvinte e não souber exercer esta escuta, poderá comprometer o resultado de suas atividades laborais e grupais. Para isso é de suma importância saber conhecer seus limites. Meira (2020) corrobora que com a falta dos atributos apontados anteriormente é impraticável o desenvolvimento da liderança huma- nizada, ou seja, torna-se quase que impossível o desenvolvimento desta liderança para pessoas imaturas, pois é necessário ter seu au- todesenvolvimento muito bem defi nido e ser um conhecedor de suas limitações emocionais e comportamentais. Então, para que você consiga compreender a diferença de uma liderança tradicional para uma liderança humanizada, pode ser usado o exemplo da META- MORFOSE conforme está exemplifi cado na fi gura a seguir. 50 CompetÊncias proFissionais no mundo moderno FIGURA 2 – METAMORFOSE FONTE: <https://revistahsm.com.br/ >. Acesso em: 4 set. 2020. Você percebe que as diferenças estão entre as lideranças moderna e a pós moderna (Liderança humanizada), esta busca priorizar todos os colaboradores de uma organização na horizontalidade, ou seja, quando os colaboradores são enxergados no mesmo nível, não há hierarquias com poder soberano, além do resultado respeitar o meio ambiente, visando à sustentabilidade. Com liderança humanizada, que veio somar neste novo século, fi ca perceptí- vel que quando as pessoas são consideradas como SERES HUMANOS, o resul- tado é promissor e satisfatório. Para que você consiga colocar em prática na sua organização ou empresa a liderança humanizada, analise a fi gura a seguir. 51 LIDERANÇAHUMANIZADA, ÉTICA E TECNOLOGIA Capítulo 2 FIGURA 3 – LIDERANÇA COM ORGANIZAÇÃO FONTE: Falconi (2009, p. 29) Através de três divisões (alcançar metas, com o time e fazendo certo), Fal- coni (2009) demonstra de uma maneira fácil de ser compreendido o script desta importante e desafi adora função que é liderar pessoas. Iniciando por um bom pla- nejamento acompanhado de pessoas e do querer que seu planejamento aconteça de maneira alinhada, proporcionando e promovendo a cultura com valores, inte- gridade e ética acima de tudo. Atividade de estudo: 1 Pense e refl ita como você faria a gestão, dentro de uma organiza- ção, frente a uma pandemia em que todos os seus subordinados estão trabalhando home offi ce, como seria esta liderança huma- nizada? 52 CompetÊncias proFissionais no mundo moderno Então, você achou que é difícil administrar e gerir a sua equipe remotamen- te? Este é o verdadeiro sentido de ter empatia e ser empático. Difícil? Vamos con- tinuar a pesquisa dos vários conceitos e teorias de alguns fi lósofos, sociólogos, psicólogos e administradores para que seja possível a aplicabilidade da liderança humanizada, que cada vez mais se faz necessária. Kahneman (2012), em seu livro intitulado Rápido e devagar: duas formas de pensar!, remete-nos a uma viagem pela mente humana e coloca em xeque nos- sas crenças, afi rmando que possuímos o lado intuitivo e emocional, sendo a for- ma rápida e a outra forma de pensar mais lenta, seria a lógica e a deliberativa. O pensador nos mostra que a mente humana é capaz de, mesmo em situações de grandes tomadas de decisões, agir somente com o lado emocional. Considerando que Daniel Kahneman é um dos maiores pensadores do sé- culo XXI e agregando ao seu currículo o prêmio Nobel de economia, conseguiu explanar que não somos dotados somente do racional, mas de um grande emo- cional que vem acompanhado das praticidades e inovações tecnológicas. Quanto às inovações tecnológicas Kenski (2009) aborda os compartilhamen- tos das informações através de redes sociais que envolvem a prática da comu- nicação on-line, virtual, remota ou híbrida. As nomenclaturas deste formato de comunicação e transmissão de mensagens são diversifi cadas, de acordo com o ambiente virtual que o profi ssional ou empresa se apropriam. Para você compreender melhor, veja o signifi cado de cada uma delas a seguir. On-line – Utilizado quando se está conectado à internet. Virtual – Quando se utiliza da tecnologia para divulgar uma infor- mação imediata. Remota – Acesso a outro computador em qualquer lugar do mundo. Comunicação remota. Híbrida – Quando a informação ocorre por diversas mídias. Para que toda esta prática de comunicação, principalmente com o uso da internet, aconteça sem ruídos, é necessário que os dois lados tenham posiciona- 53 LIDERANÇA HUMANIZADA, ÉTICA E TECNOLOGIA Capítulo 2 mentos neutros, pois em algumas situações as respostas irão impactar de formas diferentes, dependendo de como se encontrará o estado emocional do receptor e do emissor da mensagem. Na elaboração do emocional neste mundo tecnologicamente avançado, é pri- mordial que a liderança organizacional e os demais profi ssionais estejam enga- jados. Para fortalecer o engajamento da equipe, o meio corporativo utiliza-se de técnicas de relaxamento (meditação ou Yoga) por alguns minutos, interrompendo a atividade laboral, com intervalos de quinze minutos. Outra opção é disponibilizar a sala de jogos ou músicas para que o colaborador usufrua deste espaço ressig- nifi cando, seus pontos fortes ou ainda para poder desenvolver, por exemplo, a inteligência emocional. Carlomagno (2016 apud Cameron, 2008) menciona que o clima positivo na or- ganização é de grande valia, pois quando as emoções positivas predominam sobre as negativas, as pessoas experimentam o bem-estar, a confi ança e a cooperação. Clima positivo ou clima organizacional? O clima positivo é um retrato da realidade que a empresa está vivenciando e que infl uencia na produtividade. O conjunto de vários sentimentos vividos pelos colaboradores e suas consequências no ambiente corporativo compõe o denominado clima organizacional. Dis- ponível em: <https://www.sebrae.com.br/>. Acesso em: 4 out. 2020. A citação faz menção a como é importante ter um clima favorável na orga- nização. Isso faz com que todos saiam ganhando e proporciona um excelente engajamento e resultados promissores. Os resultados, quando alcançados, de- monstram que as competências individuais estão em sintonia. Andrade (2016) defi ne que as competências tecnológicas são o conjunto dos recursos necessários tanto para criar, quanto para gerenciar melhorias em um processo ou em produtos, dentro do meio organizacional. Esses recursos são acumulados e incorporados individualmente aos colaboradores que atualmente estão sendo medidos em decorrência dos trabalhos remotos que alavancaram por causa do isolamento social, que foi ocasionado pelo coronavírus (COVID-19). 54 CompetÊncias proFissionais no mundo moderno Não esqueça! De acordo com o Ministério da Saúde, o COVID-19 é um novo vírus que tem causado doença respiratória pelo agente coronavírus, com casos recentemente registrados na China. É importante saber que o coronavírus são uma grande família viral, conhecidos desde meados de 1960 e que causam infecções respiratórias em seres hu- manos e em animais. Geralmente infecções por coronavírus causam doenças res- piratórias leves a moderadas, semelhantes a um resfriado comum. Alguns coronavírus podem causar doenças graves com impacto im- portante em termos de saúde pública, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), identifi cada em 2002 e a Síndrome Respirató- ria do Oriente Médio (MERS), identifi cada em 2012. FONTE: <https://www.conass.org.br/novo-coronavirus-o-que-e-causas-sin- tomas-tratamento-diagnostico-e-prevencao/>. Acesso em: 2 set. 2020. As competências tecnológicas necessárias para a atualidade, de acordo com Karnal (2020), podem ser enumeradas como: adaptabilidade, transformação digi- tal, conectividade, cooperação, atendimento e inovação que a seguir são defi ni- das, no contexto do trabalho, como: Adaptabilidade – capacidade de se moldar às diversas situações, saber agir da melhor forma, poder de decisão de acordo com a característica. Transformação digital – é uma das mais novas maneiras de gerenciar, ad- ministrar. Conhecer das mídias digitais, uma competência em foco. Conectividade – capaz de conectar-se a diferentes dispositivos, canais, pla- taformas, tecnologias e utilizada de maneira benéfi ca e efi caz em prol de todos envolvidos com muita agilidade. Cooperação – direciona para um grupo no qual os objetivos coletivos sejam atingidos por meio da união de esforços colaborativos, além dos esforços individu- ais serem considerados muito importantes no mundo inovador e tecnológico. 55 LIDERANÇA HUMANIZADA, ÉTICA E TECNOLOGIA Capítulo 2 Atendimento – capacidade de criar vínculos, relações, as necessidades e desejos dos clientes. É fundamental nas diversas áreas de uma empresa, incluin- do a venda, relacionamento e fi delização. No atendimento digital, ganha contor- nos especiais que incluem as redes sociais e conversas on-line. Inovação – considerada uma das principais necessidades do século XXI para organizações e as pessoas em busca constante de novas possibilidades, novos aplicativos e formas de se reinventar. Karnal (2020) entende que as competências mencionadas acima mostram que o profi ssional necessita estar em constante sintonia e ajustado ao seu perfi l profi ssional e comportamental. 2.2 PERFIL COMPORTAMENTAL E O AUTOCONHECIMENTO Independentemente da tecnologia a ser utilizada, é notório que as nossas ações e atitudes são as responsáveis pelos resultados que foram ou não atingidos. Santiago (2008) menciona o comportamento de entrega, que é o comportamento observável que identifi ca a competência
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