Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sarah Silva Cordeiro | 3º período 2021.2 | MEDICINA – FITS | @study.sarahs Queda no idoso 3º modulo temático – 3º problema Objetivos: 1. Elucidar o risco de queda, instabilidade postural e a ambiência domiciliar do idoso [causas, consequências (principais fraturas), adaptação, alimentação etc.]; 2. Compreender a fisiopatologia da osteoporose; 3. Conhecer o estatuto do idoso e a política nacional de saúde da pessoa idosa (princípios) Elucidar o risco de queda, instabilidade postural e a ambiência domiciliar do idoso [causas, consequências (principais fraturas), adaptação, alimentação etc.]; Quedas: Não é normal o idoso cair, porém, é muito comum por causas comuns da senescência; Desafios da senescência: a. Lentidão da velocidade de marcha b. Flexão anterior da cabeça e do tronco c. Aumento da flexão dos joelhos e cotovelos d. Menor percepção visual de profundidade e contraste e. Menor adaptação ao escuro Conceito de queda: “Um evento não intencional que tem como resultado a mudança de posição para um nível mais baixo em relação a posição inicial, associado ou não a consequências” - estado de vulnerabilidade Estima-se que há uma queda para um em cada três indivíduos com mais de 65 anos e, que um em vinte daqueles que sofreram uma queda sofram uma fratura ou necessitem de internação. Dentre os mais idosos, com 80 anos e mais, 40% caem a cada ano. Dos que moram em asilos e casas de repouso, a frequência de quedas é de 50%. A prevenção de quedas é tarefa difícil devido a variedade de fatores que as predispõem. No Brasil, cerca de 30% dos idosos caem ao menos uma vez ao ano. Segundo dados do Sistema de Informação Médica do Ministério da Saúde referente aos anos de 1979 a 1995, cerca de 54.730 pessoas morreram devido às quedas, sendo 52% do total representado por idosos. Conjunto de fatores por traz de possíveis quedas: ✓ Doença aguda – pneumonia por exemplo ✓ Doença crônica – paciente diabético (neuropatia periférica, Alzheimer) ✓ Iatrogenias – ex: aumento de hipertensivo, hipotensão postural, baixa perfusão = quedas o O uso de certos medicamentos também pode favorecer a ocorrência de quedas, principalmente por causa de alguns efeitos indesejáveis que podem provocar. Quanto maior o número de medicamentos utilizados maior o risco. Os benzodiazepínicos elevam o risco de quedas devido à sua atividade sedativa e bloqueadora alfa-adrenérgica, o que resulta em alterações psicomotoras e hipotensão postural, respectivamente. C ✓ Fatores ambientais – ex: animal, tapete. o Iluminação: ambientes mal iluminados favorece a ocorrência de quedas; o Arquitetura: casas mal planejadas aumentam o risco de quedas; o Móveis: disposição inadequada atrapalha a locomoção e quando instáveis não servem como apoio; o Espaço: oferecem risco os objetos escorregadios espalhados pela casa; o Cores: ambiente muito escuro aumenta a chance de quedas. A distribuição das causas difere entre idosos institucionalizados e os não-institucionalizados. As quedas entre os moradores de asilos e casas de repouso são em decorrência de distúrbios de marcha, equilíbrio, vertigem e confusão mental, enquanto pessoas não institucionalizadas tendem a cair por problemas ambientais, seguidos de fraqueza/distúrbios do equilíbrio e marcha, "síncope de pernas", tontura/vertigem, alteração postural/hipotensão ortostática, lesão do Sistema Nervoso Central, síncope e outras causas. Classificação: ✓ Acidental: o Evento único Sarah Silva Cordeiro | 3º período 2021.2 | MEDICINA – FITS | @study.sarahs o Fatores de riscos extrínsecos ✓ Recorrente: o 2 ou + quedas no ano o Múltiplos fatores de risco o Paciente mais vulnerável Consequências das quedas: Desde lesões leves como (contusões, escoriações), fraturas (lembrar da fratura de fêmur), hospitalização, institucionalização (idosos que era independente e se torna dependente), óbito e síndrome do medo pós queda. Síndrome do medo pós queda: síndrome ansiosa depressiva que cursa com medo de cair novamente, restrição de grande parte das atividades, cursa com mudança da marcha e do equilíbrio. a. Cai uma vez e fica com medo b. Se priva de atividade a. Quanto mais se priva, mais atrofia. b. Aliada às fraturas, o idoso passa a ter dificuldades para realizar as atividades de vida cotidiana, por exemplo, deitar/ levantar-se da cama, caminhar em superfície plana, tomar banho, caminhar fora de casa, cuidar de finanças, cortar as unhas dos pés, realizar compras, usar transporte coletivo e subir escadas . Com a restrição de atividades, pode ocorrer uma diminuição da força muscular e o enfraquecimento dos membros inferiores, levando o idoso à condição de dependência, isolamento social e possível institucionalização. c. Segundo Piton, quanto maior o número de quedas, maior o medo de cair novamente, associado à perda de confiança ou diminuição na percepção de autoeficácia Houve predominância de trauma em membros inferiores (73,9%), tratamento cirúrgico (91,8%) e internação média de 14,2 dias. 41,1% referiram uma única queda em casa, 35,6% enquanto deambulavam e 80,8% da própria altura; 60,6% referiam o fator ambiental como causador do evento. As principais consequências citadas foram: medo de cair novamente (75,3%), perda da independência (50,7%) e modificação de hábitos (45,2%). O dano mais comum resultante das quedas é a fratura, com incidência de 64%. O trauma do fêmur ocorre com maior frequência (62%), seguido pelo trauma de rádio (12,5%) e de clavícula (6,25%). As fraturas podem provocar dor aos mínimos movimentos, e levam à incapacidade funcional, assim, o idoso que sofre algum trauma dessa natureza reduz sua mobilidade e pode permanecer acamado, imóvel no leito, o que pode acarretar complicações como úlceras por pressão, problemas respiratórios e urinários. As fraturas do fêmur proximal são consideradas as mais importantes em termos de morbidade, mortalidade e custos, esses relacionados ao maior tempo de internação e às maiores demandas de cuidados. Neste sentido, observa-se que uma queda pode causar uma fratura, que leva à restrição do idoso ao leito, ocasionando uma rápida deterioração do seu estado geral. A imobilização prolongada no leito, por sua vez, é um fator de risco para o desenvolvimento de outras afecções, como respiratórias e vasculares, e diversas complicações que podem inclusive levar a óbito (efeito cascata). Anamnese: ✓ Circunstância de queda: o Local e atividade o Sintoma pré e pós queda ✓ Inventario medicamentoso o Antiarrítmicos, diurético, benzodiazepínicos, AAS (aumenta a chance de consequências hemorrágicas da queda) ✓ Doenças previas o Epilepsia, osteoporose Exame físico: ✓ Exame neurológico o Nível de consciência o Sensibilidade (neuropatia diabética) o Equilíbrio estático (Romberg) o Equilíbrio dinâmico (andar em linha reta) ✓ Exame cardiovascular – buscar hipotensão o Hipotensão ortostática ▪ Coloca o idoso em decúbito zero e mede a pressão, espera uns minutos e pede para ele se levantar rapidamente, espera 3 minutos e mede Sarah Silva Cordeiro | 3º período 2021.2 | MEDICINA – FITS | @study.sarahs novamente. Se houver queda de 20 ou + de sistólica, ou diastólica de 10 ou +, é hipotensão postural. ✓ Avaliação da acuidade visual o Sentidos estão diretamente relacionados ✓ Avaliação do equilíbrio o Não só neurológico, mas também motor ✓ Avaliar os sapatos e instrumentos auxiliares da marcha o Uso de muletas e/ou bengalas do lado bom! o Altura do quadril o Com braço levemente fletido Prevenção: Busca minimizar o risco sem comprometer mobilidade e independência funcional Abordagem multidimensional: ✓ Retirada ou redução de drogas psicoativas✓ Tratamento de hipotensão postural ✓ Correção de déficits visuais ✓ Educação em quedas ✓ Exercícios o Levantar-se e se sentar de uma cadeira o Pegar objetos no chão ✓ Correção dos calçados o Ideal um sapato com máximo de 3cm o Contraforte ✓ Mudanças ambientais o Ambiente livre ▪ Sem mesas de centro, tapetes o Luminária ou interruptor ao lado da cama o Barras de apoio no banheiro o Corrimão em escadas o Não deixar animais soltos Tratamento: Exercícios: projetos de exercícios com duração de 10 semanas a 9 meses mostraram que (1) há uma redução em 10% da probabilidade de queda entres os que se exercitam em comparação com sedentários; (2) o treinamento específico para equilíbrio motivou uma redução de 25% de quedas; (3) aulas de Tai Chi Chuan (um exercício de equilíbrio), reduzem o risco de cair em 37%. Intervenções para reduzir lesões: algumas intervenções podem reduzir o risco de uma lesão grave pós-queda, prevenindo a osteoporose. Suplementos orais de vitamina D e cálcio para mulheres saudáveis na pós-menopausa podem reduzir o risco de fraturas naquelas que caem. Outras medidas de redução ou prevenção de osteoporose precisam ser analisadas para estabelecer-se a eficácia de prevenir fraturas: terapia de reposição hormonal, bifosfonatos, luz solar, caminhadas e consumo aumentado de produtos lácteos. Intervenções que atenuam a força do impacto, como o uso de almofadas externas protetoras de quadril (acolchoamentos autocolantes na pele ou em roupas de baixo) ou de colchonetes no chão podem diminuir o risco de fratura de quadril, caso caiam. Um dos problemas das almofadas autocolantes é o de aceitabilidade. Um estudo feito na Dinamarca, para investigar o efeito dos protetores externos de quadril sobre a prevenção de fraturas de idosos residentes em casas de repouso, mostrou que o risco de fratura de quadril no grupo que usou a almofada foi reduzido em 53%, comparativamente com os controles. As pessoas do grupo de intervenção que sofreram uma fratura, não estavam usando o protetor no momento da queda. Compreender a fisiopatologia da osteoporose; Introdução: A osteoporose é uma doença sistêmica caracterizada pela diminuição da massa óssea e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, levando à fragilidade e maior susceptibilidade a fraturas do quadril, coluna e punho. Devido à sua importante prevalência no mundo, a osteoporose é considerada um grave problema de saúde pública associada com incapacidade e dor. Epidemiologia e aspectos econômicos • Osteoporose afeta mais de 200 milhões de pessoas no mundo inteiro. • Um em cada três mulheres e um em cada oito homens irá desenvolver a osteoporose. • O risco combinado de fraturas de quadril, antebraço e vértebras causando repercussão clínica é de cerca de 40%, o que é equivalente ao risco de doenças cardiovasculares. Sarah Silva Cordeiro | 3º período 2021.2 | MEDICINA – FITS | @study.sarahs • Em mulheres acima de 45 anos de idade, a osteoporose é responsável por mais dias de permanência em hospital do que doenças como o infarto, diabetes, e câncer de mama. • Nos Estados Unidos, a osteoporose gera mais de 44 milhões de pacientes-dia em casas de repouso e gastos anuais de cuidados de saúde em torno de 13,8 bilhões de dólares. • Fraturas vertebrais são um componente significativo de osteoporose. As fraturas osteoporóticas normalmente ocorrem na região central da coluna vertebral (vértebras torácicas e lombares) durante as fases iniciais da doença. Novas fraturas são mais prováveis de ocorrer em vértebras adjacentes àqueles com fraturas. • As fraturas vertebrais podem ser acompanhadas por início agudo de dor, que pode desaparecer ou tornar-se crônica. Fisiopatologia A fisiopatologia da osteoporose é um desequilíbrio entre a reabsorção e formação óssea. A reabsorção óssea ocorre em maior medida do que a formação, portanto, um saldo negativo ocorre com uma perda líquida de osso e um risco que acompanha o aumento de fraturas, resultando em deformidade e dor crônica. A dor nociceptiva é considerada crônica quando ele está presente há pelo menos 3 meses. O desequilíbrio entre a formação óssea e reabsorção óssea pode ocorrer como resultado de um ou da combinação de um dos seguintes fatores: ✓ Aumento da reabsorção óssea dentro de uma unidade de remodelação; ✓ Diminuição da formação óssea dentro de uma unidade de remodelação (acoplamento incompleto). Conhecer o estatuto do idoso e a política nacional de saúde da pessoa idosa (princípios) Estatuto do idoso: Anexo: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estat uto_idoso_3edicao.pdf Política nacional de saúde da pessoa idosa: Dos Princípios Artigo 3° - A política nacional do idoso reger- se-á pelos seguintes princípios: I - a família, a sociedade e o estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, bem- estar e o direito à vida; II - O processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral, devendo ser objeto de conhecimento e informação para todos; III - o idoso não deve sofrer discriminação de qualquer natureza; IV - O idoso deve ser o principal agente e o destinatário das transformações a serem efetivadas através desta política; V - As diferenças econômicas, sociais, regionais e, particularmente, as contradições entre o meio rural e o urbano do Brasil deverão ser observadas pelos poderes públicos e pela sociedade em geral, na aplicação desta Lei. Das Diretrizes Artigo 4º - Constituem diretrizes da política nacional do idoso: I - Viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso, que proporcionem sua integração às demais gerações; II - Participação do idoso, através de suas organizações representativas, na formulação, implementação e avaliação das políticas, planos, programas e projetos a serem desenvolvidos; III - priorização do atendimento ao idoso através de suas próprias famílias, em detrimento do atendimento asilar, à exceção dos idosos que não possuam condições que garantam sua própria sobrevivência; IV - Descentralização político-administrativa; V - Capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de serviços; VI - Implementação de sistema de informações que permita a divulgação da política, dos serviços https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estatuto_idoso_3edicao.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estatuto_idoso_3edicao.pdf Sarah Silva Cordeiro | 3º período 2021.2 | MEDICINA – FITS | @study.sarahs oferecidos, dos planos, programas e projetos em cada nível de governo; VII - estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais do envelhecimento; VIII - priorização do atendimento ao idoso em órgãos públicos e privados prestadores de serviços, quando desabrigados e sem família; IX - Apoio a estudos e pesquisas sobre as questões relativas ao envelhecimento. Parágrafo único - É vedada a permanência de portadores de doenças que necessitem de assistência médica ou de enfermagem permanente em instituições asilares de caráter social. Referências: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/184queda_i dosos.html https://www.redalyc.org/pdf/842/84201704.pdf https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/a ssistencia_social/Normativas/politica_idoso.pdf https://www.aped- dor.org/images/FactSheets/DorMusculoEsqueleti ca/pt/Osteoporosis.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/184queda_idosos.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/184queda_idosos.html https://www.redalyc.org/pdf/842/84201704.pdf https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/politica_idoso.pdfhttps://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/politica_idoso.pdf https://www.aped-dor.org/images/FactSheets/DorMusculoEsqueletica/pt/Osteoporosis.pdf https://www.aped-dor.org/images/FactSheets/DorMusculoEsqueletica/pt/Osteoporosis.pdf https://www.aped-dor.org/images/FactSheets/DorMusculoEsqueletica/pt/Osteoporosis.pdf
Compartilhar