Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MINERALOGIA DOS SOLOS BRASILEIROS Profa. Elen Alvarenga Silva MINERAIS MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Substâncias inorgânicas com COMPOSIÇÃO QUÍMICA e ESTRUTURA CRISTALINA bem definida. A composição química dos minerais pode variar dentro de limites definidos e previsíveis pelas características atômicas, gerando os diferentes grupos de minerais. MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS O mineral é considerado CRISTALINO quando apresenta uma ORDENAÇÃO ATÔMICA tridimensional sistemática, isto é, uma estrutura interna definida que se repete sistematicamente. MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Fator principal que controla o arranjo dos átomos numa estrutura cristalina é o RAIO DOS ÍONS presentes na sua estrutura. Empacotamento ordenado dos átomos gera uma SIMETRIA. Uns dos conceitos relacionados a simetria de estruturas cristalinas é o NÚMERO DE COORDENAÇÃO. MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS NÚMERO DE COORDENAÇÃO Corresponde ao número de átomos que estão em proximidade imediata com um átomo de referência. Arranjo com os números de coordenação: 4 – Tetraedro 6 – Octaedro 8 – Cubo MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS TETRAEDROS MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS OCTRAEDROS MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS CUBOS MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Minerais que permanecem no solo sem alteração estrutural (como se encontrava na rocha) são denominados MINERAIS PRIMÁRIOS ou LITOGÊNICOS. MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS CLASSIFICAÇÃO DOS MINERAIS a) Minerais silicatados – contituem mais de 90% da crosta terrestre. b) Minerais não silicatados – constituem menos de 10% da crosta terrestre. Quanto a presença de silício MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS MINERAIS SILICATADOS Constitui o grupo de minerais denominados SILICATOS. Unidade principal de formação dos silicatos é o TETRAEDRO de Si. A união dos tetraedros entre Si (compartilhamentos de O2-), com adição ou não de cátions, forma vários tipos de minerais silicatados MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Relembrando os silicatos: Nesossilicatos Sorossilicatos Inossilicatos Cadeia Simples e Dupla MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Ciclosossilicatos Tectossilicatos Filossilicatos MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS FILOSSILICATOS DE Al (FILO=LÂMINA) • Formam lâminas tetraedrais de Si e lâminas octaedrais de Al • Também são chamados de ARGILOMINERAIS. K+ Ca+2 Mg+2 Mg+2 K+ Cátions básicos ligam as lâminas entre si MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Exemplo: • Micas (Biotita e Muscovita) • Vermiculitas, Ilitas, Esmectitas e Caulinitas Mica MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS MINERAIS PRIMÁRIOS São derivados de rochas. MINERAIS SECUNDÁRIOS São formados a partir da alteração dos minerais primários (formados no solo e predominam a fração argila). MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Conforme a origem os minerais do solo são classificados em: Minerais primários: são minerais remanescentes de rochas ígneas ou metamórficas, que podem permanecer no perfil dos solos intemperizados (velhos) se forem resistentes MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Conforme a origem os minerais do solo são classificados em: Minerais primários: normalmente são encontrados na fração areia e silte do solo. MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Exemplo: Granito (rocha) Feldspato (rosado) Quartzo (claro) Mica (preto) MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Ampliação da fração areia de um solo no qual predomina o quartzo, mas se observa a presença de outros minerais primários MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Apenas parte dos MINERAIS PRIMÁRIOS constituintes das rochas ocorrem nos solos e sua proporção depende: • Teor no material de origem • Estabilidade a alteração • Estádio de intemperização do solo Os mais estáveis são concentrados nas frações areia e silte do solo. MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Conforme a origem os minerais do solo são classificados em: Minerais secundários: são resultantes da decomposição parcial de outro mineral, ou formados a partir de produtos de solubilização de outros minerais MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Conforme a origem os minerais do solo são classificados em: Minerais secundários: normalmente são encontrados na fração argila do solo MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS INTEMPERISMO FÍSICO E QUÍMICO ROCHA MINERAIS PRIMÁRIOS SOLO MINERAIS PRIMÁRIOS MINERAIS SECUNDÁRIOS MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Intemperismo do basalto, com a formação de minerais secundários Rocha (basalto) Material intemperizado MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Intemperismo do basalto, com a formação de minerais secundários Minerais primários Minerais primários e secundários MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Os principais minerais encontrados na fração argila do solo são: Argilominerais Oxihidróxidos MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS FILOSSILICATOS PRIMÁRIOS Originados diretamente da rocha Ex.: micas FILOSSILICATOS SECUNDÁRIOS Formados no solo (NEOFORMADOS) Ex.: caulinita, vermiculita, esmectita, clorita, haloisita. FILOSSILICATOS = ARGILOMINERAIS MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS ARGILOMINERAIS: recebem este nome por ocorrerem dominantemente na fração argila dos solos, são minerais silicatados (filossilicatos como: mica, caulinita, vermiculita, etc) MINERAIS DE ARGILA: minerais presentes na fração argila (óxidos de Fe, óxidos de Al) MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS ARGILOMINERAIS São silicatos com estruturas em camadas, formados por LÂMINAS TETRAEDRAIS de Si unidas a LÂMINAS OCTAEDRAIS de Al. Se formam pelo arranjo dessas duas unidades básicas: Tetraedros de Si e Octaedros de Al. MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS LAMINA TETRAEDRAL LAMINA OCTAEDRAL MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS A forma dada pela união dos tetraedros de Si é representada pelo TRAPÉZIO. MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS A forma dada pela união dos octaedros de Al é representada pelo RETÂNGULO. MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Tem-se assim lâminas tetraedrais (trapézio) e lâminas octaedrais (retângulo) que ocorrem associadas pelo compartilhamento de oxigênios, formando CAMADAS. MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS MINERAIS FILOSSILICATADOS 1:1 1 lâmina de tetraedros de Si + 1 lâmina de octaedros de Al MINERAIS FILOSSILICATADOS 2:1 2 lâminas de tetraedros de Si + 1 lâmina de octaedros de Al MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS ARGILOMINERAIS 1:1 Lâmina Tetraedral Lâmina OctaedralC A M A D A 1 :1 C A M A D A 1 :1 Lâmina Tetraedral Lâmina Octaedral MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS ARGILOMINERAIS 2:1 C A M A D A 2 :1 Lâmina Tetraedral Lâmina Octaedral Lâmina Tetraedral C A M A D A 2 :1 Lâmina Tetraedral Lâmina Octaedral Lâmina Tetraedral MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS ARGILOMINERAIS 1:1 MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS ARGILOMINERAIS 2:1 MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS ARGILOMINERAIS NÃO-EXPANSIVOS As ligações entre camadas é muito forte, impedindo o afastamento das mesmas. ARGILOMINERAIS EXPANSIVOS a ligação entre as camadas não é tão rígida, permitindo um maior ou um menor afastamento das camadas entre si. MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS INTEMPERISMO DOS ARGILOMINERAIS Partícula de Muscovita – tamanho areia (0,05 – 2 mm) Várias partículas de Muscovita – tamanho silte (0,002 – 0,05 mm) MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Si Si VERMICULITA/ ESMECTITA (secundário 2:1) d = 10 a 18 Å CAULINITA (secundário 1:1) d = 7 Å GIBBSITA ( secundário 0:1) MICA (primário 2:1) d = 10 Å MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS ESMECTITA CAULINITA GIBSITA MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Mica: CTC = próximo de zero Vermiculita: CTC 150 cmolc/kg Esmectita: CTC = 100 cmolc/kg Caulinita: CTC= 5 a 15 cmolc/kg Óxidos de Fe e Al: CTC = 5 a 15 cmolc/kg MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Filossilicatos do tipo 2:1 Não-expansivos Distância basal fixa (10A) Rigidez entre as camadas se deve aos íons K+ que impede a penetração de moléculas de água e outros cátions. Pincipais micas são a MUSCOVITA [KAl2(Si3Al)O10(OH)2] e a BIOTITA [K(Mg2+, Fe2+, Mn2+)3(Si3Al)O10(OH)2]. MICAS MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS C am ad a 2: 1 C am ad a 2: 1 K+ K+ K+ K+ K+ K+ MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Filossilicatos do tipo 2:1 Expansivas Distância basal 10 a 15A Elevada CTC = 100 a 200 cmolc kg-1. Confere uma elevada plasticidade e pegajosidade aos solos em que ocorre, dificultando o manejo agrícola dos mesmos. Ocorre em solos poucos intemprizados. VERMICULITA MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Filossilicatos do tipo 2:1 Expansivas Distância basal 10 a 20A Elevada CTC = 50 a 160 cmolc kg-1. Confere uma elevada plasticidade e pegajosidade aos solos quando úmidos e fendilhamento e consistência dura a muito dura quando secos, dificultando o manejo agrícola dos mesmos. Ocorre em solos poucos intemprizados. ESMECTITA MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Solo com predomínio de esmectita MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Filossilicatos do tipo 1:1 Não-expansivas Distância basal 7A Baixa CTC = 1 a 5 cmolc kg-1. As camadas são unidas por ligações eletrostáticas entre o hidrogênio e o oxigênio da lâmina octaedral e tetraedral respectivamente. É o argilomineral dominante na maioria dos solos de regiões tropicais e subtropicais. CAULINITA MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Caulinita: Mineral 1:1 não expansivo, baixa CTC, forma laminar MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS É o principal mineral da FRAÇÃO ARGILA dos solos das regiões tropicais e subtropicais úmidas. Apresenta cargas dependentes de pH (negativas e/ou positivas) nas bordas. MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS São minerais de argila. Encontrados principalmente em regiões de intensa precipitação pluviométrica, solos muito intemperizados. Porquê alguns solos são vermelhos, outros são amarelos e outros são de cor cinza? ÓXIDOS DE Fe E Al MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS PRINCIPAIS ÓXIDOS DE Fe e Al Fe: Goethita, Hematita, Ferridrita, Magnetita. Al: Gibbsita TEOR DE ÓXIDOS AUMENTA COM INTEMPERISMO DO SOLO MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS ÓXIDOS DE Fe: Goethita α-FeOOH Cor amarela do solo MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS ÓXIDOS DE Fe: Hematita α-Fe2O3 Cor vermelha do solo MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS ÓXIDOS DE Fe: Magnetita α-Fe3O4 Apresenta atração magnética Mineral primário MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS Efeito da pigmentação dos minerais na caulinita (g kg-1) MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS FORMAÇÃO: ÓXIDOS DE Fe Fe2+ Fe3+ Ferrihidrita 5Fe2O3.9H2O GoethitaHematita α-Fe2O3 Alto teor Fe no material de Origem Baixo teor de MOS Baixo teor Fe no material de Origem Alto teor de MOS Menor umidade Maior temperatura Maior umidade Menor temperatura MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS ÓXIDOS DE Fe Cor do solo Estrutura do solo Fixação de P Cargas variáveis ou dependentes de pH – baixa CTC Fe OH2+ HO [H+] Fe OH HO [OH] Fe O- HO + H2O MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS ÓXIDOS DE Al gibbsita -Al(OH)3 Pontes de hidrogênio MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS GIBBSITA Fixação de P CTC muito baixa Formam-se em solos muito intemperizados e dessilicatados. Apresenta carga variável ou dependente de pH. Al OH2+ HO [H+] Al OH HO [OH] Al O- HO + H2O MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS ÓXIDOS DE Fe e Al - Fixação de P MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS ÓXIDOS DE Fe e Al - Fixação de P MINERALOGIA DE SOLOS BRASILEIROS
Compartilhar