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CCJ0009-WL-AMMA-06-Seleção dos fatos da narrativa jurídica [Modo de Compatib

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AULA 7
1
Teoria e Prática da Narrativa Jurídica
Professor Nelson Tavares
AULA 6
2
SELEÇÃO DOS FATOS DA 
NARRATIVA JURÍDICA
O aluno deverá ser capaz de:
- Identificar os fatos que constarão na narrativa jurídica;
- Distinguir os fatos juridicamente importantes daqueles que
são esclarecedores das questões importantes;
- Desenvolver raciocínio jurídico capaz de levar à compreensão
de que os fatos que não são usados, direta ou indiretamente,
na fundamentação da tese, não precisam ser narrados.
AULA 6
3
Questão 1: leia os casos concretos que seguem e sublinhe
todas as informações que precisam ser observadas em uma
narrativa imparcial. Em seguida, liste, em tópicos, todas
essas informações que devem ser usadas no relatório.
Caso concreto 1
O motorista que atropelou a estudante universitária Daniele
Silva, de 24 anos, moradora da Rua da Saudade, 25, casa 3,
Santa Teresa, CPF 453992292-67, na pista do Aterro do
Flamengo, Rio de Janeiro, na noite de segunda-feira, 08 de
março de 2010, às 23h 30min, confessou ter fugido sem prestar
socorro à vitima, que morreu no local. Formado em Relações
Internacionais, Marcelo Cotrim, de 25 anos, mora na Rua
Senador Patrício, 80, apartamento 403, Flamengo, CPF 435 874
985-20, RG 2323874044-9, e se apresentou ontem ao 10º DP
(Botafogo), onde alegou não ter parado para prestar socorro, por
ter ficado com medo de ser linchado. AULA 6
4
Marcelo é liberado após prestar esclarecimentos, autuado
por homicídio culposo e omissão de socorro.
Em seu depoimento, Marcelo disse: "logo após o acidente,
liguei para o meu pai, o médico Reinaldo Cotrim, que mora a 500
metros do lugar do atropelamento. Não bebi antes do acidente.
Tinha acabado de sair de casa, no Flamengo, para buscar a
minha namorada, em Copacabana. Um casal passou correndo na
frente do carro".
Reinaldo, por telefone, quando Marcelo liga logo depois do
acidente, fala para o filho ir para a casa. O médico vai até o local
do acidente, constata que a menina já está morta, sai sem se
identificar à polícia e aos bombeiros.
Nos próximos dias, será ouvido o rapaz que estava com
Daniele no momento do atropelamento, identificado como
Alexandro, que também foi atingido.
AULA 6
5
O advogado de Marcelo, Pedro Lavigne, ficou na delegacia
com ele durante toda a tarde. Indagado por que seu cliente ligara
para o pai em vez de chamar os bombeiros, Lavigne ainda tentou
justificar:
_ O pai dele é médico e estava a poucos metros dali. Ele foi
até lá para tentar salvar a menina, mas ela já estava morta. Ele
está muito abalado e, por isso, não se apresentou antes.
Opinião do delegado do 10º DP, Laurindo Lobo, ele está
jogando a culpa em cima da vítima. O advogado de defesa disse
acreditar que ele sequer responderá a processo.
AULA 6
6
Caso concreto 2
Desde o dia 18 de setembro de 2010, o motorista José
Menezes de Lacerda, de 47 anos, portador do vírus da AIDS, é
procurado pela polícia. Ele mudou de casa e vive apavorado com
a ideia de passar os próximos anos na cadeia. Sem antecedentes
criminais, José foi condenado, em outubro de 2008, por um júri
popular, a oito anos em regime fechado. A acusação: tentar matar
a amante, transmitindo-lhe o HIV. O caso que teve repercussão
nacional. O réu recorreu ao Tribunal de Justiça de São Paulo,
mas perdeu: em março de 2009, o órgão confirmou a decisão dos
jurados.
O advogado que defendeu José, no início do processo, e o
promotor que o denunciou, em 2006, dizem que não sabem de
casos semelhantes no país. Como eles, outros especialistas
afirmaram ao Estado não ter notícia de processos no qual um
portador do HIV tenha sido condenado à prisão por homicídio
doloso (com intenção de matar) e qualificado (por uso de meio
cruel) porque contaminou alguém com o vírus. AULA 6
7
Luiz Carlos Magalhães acompanhou José durante o
processo como advogado da assistência judiciária do Estado.
Hoje o motorista está sem defensor. Magalhães diz que o caso
ficou “ainda mais sui generis” – e dramático – porque Marília, a
mulher contaminada, retomou o romance com José. Ela afirmou
que já está arrependida de ter registrado boletim de ocorrência
contra o companheiro. Mas não há o que fazer, porque, em casos
de homicídio, a ação penal independe da vontade da vítima (ação
penal pública incondicionada). Marília não quis falar com a
reportagem.
José disse ter sido informado sobre a ordem de prisão há
duas semanas pela própria amante, que tinha ido buscar um
atestado de bons antecedentes para ele. “Foi um baque”. O
motorista afirma que ele e Marília vivem entre “idas e vindas”,
mas ainda estão juntos. “Eu não sei se é gostar. É alguma coisa
mais forte do que eu.” Ele afirma que ambos estão em boas
condições de saúde e recebem tratamento gratuito do governo.AULA 6
8
“Este caso foi um circo”, diz Magalhães. “Os dois estão
vivos e saudáveis. Não houve tentativa de homicídio. Além disso,
não existe essa tipificação na nossa legislação, tentar matar por
meio do vírus da AIDS.”
“Não lembro de nenhuma condenação no Brasil, um caso
concreto”, afirma Damásio de Jesus, professor convidado da
especialização em Direito Penal da Escola Paulista de
Magistratura. Em Espanha e Alemanha, no entanto, já são
comuns os processos nos quais a transmissão do vírus foi
classificada como tentativa de homicídio. A alegação é de que o
réu sabia que tinha o HIV e mesmo assim manteve relações
sexuais sem proteção. “As coisas lá acontecem antes”, afirma
Damásio.
AULA 6
9
O próprio Magalhães diz que há poucas chances de
sucesso em recursos aos tribunais em Brasília, porque se trata de
decisão de júri popular, referendada pelo Tribunal de Justiça.
Depois da condenação a oito anos de regime fechado e do
recurso do réu, o TJ apenas adaptou a decisão para que José
possa pleitear a progressão da pena.
Para o professor titular de Direito Penal da Universidade
Federal do Paraná, René Ariel Dotti, como José perdeu o prazo
para novo recurso ao TJ, sobram como alternativas uma revisão
de pena ou um habeas corpus ao Superior Tribunal de Justiça.
Dotti diz ter dúvidas sobre a condenação. “Acho duvidoso. A
tentativa de homicídio depende da probabilidade da
contaminação. Se não há 100% de certeza de que em uma
relação possa haver o contágio, não houve tentativa de
homicídio”.
AULA 6
10
Recentemente, deixou definitivamente a mãe dos quatro
filhos para ficar com a amante. Conseguiu novo emprego e
começou a se “reerguer”. Mas então soube da ordem de prisão
expedida contra ele, há duas semanas.
“Marília ficou abalada. E eu não acho justo. Sei que tinha
minha parcela de culpa, mas ela também. Era responsabilidade
do casal. Essa decisão de me prender foi um baque, quebrou
minhas estruturas”, afirmou José ao Estado.
José diz que tinha muitas parceiras e não sabe exatamente
como contraiu o vírus da AIDS. Afirma que evitou contar a
verdade para Marília porque estava apaixonado. “Meu cérebro
está congestionado; não sei o que fazer”.
AULA 6

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