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Aula Parecer 01

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REDAÇÃO DE PARECER 
ANALISTA LEGISLATIVO – ATRIBUIÇÃO TÉCNICO EM MATERIAL E PATRIMÔNIO 
(CÂMARA DOS DEPUTADOS) 
PROFESSOR RENATO FENILI 
 
1 
Prof. Renato Fenili www.pontodosconcursos.com.br 
Olá, amigo(a)concursando (a), 
 
 
Chegou a hora de iniciarmos a desvendar aredação de parecer. 
Nosso curso terá um enfoque eminentemente prático, de modo que sua 
dedicação na elaboração dos textos a partir dos temas propostos nas 
próximas aulas será essencial para o seu sucesso. 
Vejamos o conteúdo a ser abordado nesta primeira aula: 
 
AULA CONTEÚDO 
1 
Redação de Parecer. 
• a escrita na redação oficial 
• conceito e estrutura lógica do parecer; 
• aspectos de pontuação, morfológicos e sintáticos 
relevantes; 
• avaliação de parecer; 
• exemplo de parecer (elaboração do parecer conforme o 
tema do concurso de 2007). 
 
 Sem mais demora, vamos ao trabalho! 
 
REDAÇÃO DE PARECER 
ANALISTA LEGISLATIVO – ATRIBUIÇÃO TÉCNICO EM MATERIAL E PATRIMÔNIO 
(CÂMARA DOS DEPUTADOS) 
PROFESSOR RENATO FENILI 
 
2 
Prof. Renato Fenili www.pontodosconcursos.com.br 
I. A escrita na redação oficial 
 
 Escrever bem é uma das habilidades mais relevantes a um analista 
legislativo – atribuição técnico em material e patrimônio da Câmara dos 
Deputados. 
A rotina de trabalho deste profissional envolve a elaboração de 
despachos, de relatórios, de memorandos, de ofícios, de instrumentos 
convocatórios (editais e cartas-convites) e, logicamente, de pareceres. 
A primeira coisa que devemos ter em mente é que a escrita é uma 
habilidade estritamente pessoal. Duas pessoas jamais irão escrever com 
estilos idênticos. Há uma liberdade relativa do autor no ato de redigir um 
texto, fato que acarreta a singularidade do documento produzido em face de 
outros similares. 
No entanto, como dito, a liberdade é relativa. Isso significa que há 
atributos básicos que todos os textos – em especial os que materializam atos 
administrativos (os textos oficiais) – devem possuir. Tais atributos (ou 
qualidades / princípios) são assim descritos pelo Manual de Redação da 
Câmara dos Deputados: 
 
ATRIBUTOS BÁSICOS DOS TEXTOS OFICIAIS 
(EM ESPECIAL DE PARECERES) 
Atributo Descrição 
Impessoalidade 
A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço 
público e sempre em atendimento ao interesse geral dos 
cidadãos. Sendo assim, é inconcebível que os assuntos 
objetos dos pareceres (nosso foco de estudo) sejam 
tratados de outra forma que não a estritamente 
impessoal. 
Em termos práticos, a impessoalidade na redação oficial é 
alcançada ao: 
• jamais empregarmos linguagem irônica, pomposa 
ou rebuscada; 
• não se incluir na comunicação; 
• evitar o emprego de verbo na primeira pessoa 
do singular e do plural (“eu” e “nós”); 
Formalidade 
O texto oficial deve ser estrito na observância da língua 
culta formal (não empregar gírias etc.). 
REDAÇÃO DE PARECER 
ANALISTA LEGISLATIVO – ATRIBUIÇÃO TÉCNICO EM MATERIAL E PATRIMÔNIO 
(CÂMARA DOS DEPUTADOS) 
PROFESSOR RENATO FENILI 
 
3 
Prof. Renato Fenili www.pontodosconcursos.com.br 
ATRIBUTOS BÁSICOS DOS TEXTOS OFICIAIS 
(EM ESPECIAL DE PARECERES) 
Atributo Descrição 
Uniformidade 
Atendimento obrigatório a normas e padrões para a 
elaboração de um parecer, em especial no que diz 
respeito à sua estrutura. Todo parecer deve seguir a 
estrutura básica exposta mais adiante (ementa – relatório 
– parecer – conclusão). 
Clareza e 
Precisão 
• Dar preferência, no texto oficial, a palavras e 
expressões simples, em seu sentido comum (atual é 
sempre melhor que hodierno; gélido é preferível a álgido, 
etc.); 
• Dar preferência à construção de frases na ordem direta 
(sujeito – verbo – complemento); 
• A pontuação é ferramenta essencial à clareza e à 
precisão do texto. Deve-se empregá-la não só de forma 
correta, mas também evitando-se abusos de caráter 
estilístico; 
• Deve-se evitar períodos extremamente longos, com 
intercalações excessivas; 
• O texto oficial não deve apresentar ambiguidades, ou 
seja, construções ou expressões que confiram duplo 
sentido. 
Concisão e 
Harmonia 
• O texto deve ser conciso, observada a preocupação de 
se utilizarem as palavras estritamente necessárias: tudo 
que puder ser transmitido em uma frase não deve ser 
dito em duas; 
• Evitar o registro de dados irrelevantes, que não 
agreguem valor à construção da argumentação do 
parecer. O texto deve ir direto ao que interessa, sem 
rodeios ou redundâncias, livre de adjetivos e 
advérbios inúteis (juízos de valor!); 
• A linguagem técnica (típica de um parecer) deve ser 
articulada de modo a ensejar perfeita compreensão do 
conteúdo da comunicação. Para tanto, é importante que 
as ideias sejam ordenadas e interligadas de modo claro, 
lógico e harmônico. Períodos em sequência devem ser 
iniciados com estruturas diversas, umas em relação às 
outras: isso significa que os períodos e parágrafos não se 
REDAÇÃO DE PARECER 
ANALISTA LEGISLATIVO – ATRIBUIÇÃO TÉCNICO EM MATERIAL E PATRIMÔNIO 
(CÂMARA DOS DEPUTADOS) 
PROFESSOR RENATO FENILI 
 
4 
Prof. Renato Fenili www.pontodosconcursos.com.br 
ATRIBUTOS BÁSICOS DOS TEXTOS OFICIAIS 
(EM ESPECIAL DE PARECERES) 
Atributo Descrição 
iniciam com as mesmas palavras ou com estruturas 
semelhantes. A simplicidade do texto não deve servir de 
pretexto para, por exemplo, a repetição de formas e 
frases desgastadas e a pobreza vocabular. 
• É indispensável que as construções frasais tenham 
coerência e coesão. Para isso, devem ser empregados, 
correta e convenientemente, os conectivos de transição 
(conjunções, preposições etc.). 
 
O Manual de Redação da Câmara dos Deputados nos traz, ainda, 
exemplos que ferem alguns dos atributos listados acima. O defeito 
salientado, o exemplo inadequado e a decorrente redação apropriada são 
apresentados no quadro abaixo: 
 
Defeito Trecho Inadequado Comentários Redação Apropriada 
Períodos 
muito longos 
O Sistema Único de Saúde 
(SUS) poderá ser obrigado a 
oferecer tratamento integral 
para prevenir e tratar 
obesidade, conforme projeto 
de lei dispondo sobre essa 
exigência, apresentado 
nessa semana à Mesa da 
Câmara, que decidiu 
examiná-lo imediatamente 
às comissões técnicas para 
exame em caráter de 
urgência da matéria, já que 
ela foi considerada de 
relevante interesse social. 
Período muito 
longo, repleto de 
vírgulas, 
prejudicando a 
clareza e a 
compreensão do 
trecho. 
O Sistema Único de 
Saúde (SUS) poderá ser 
obrigado a oferecer 
atendimento integral 
para prevenção e 
tratamento de 
obesidade. A exigência 
está prevista em projeto 
de lei apresentado nesta 
semana à Mesa, que o 
encaminhou 
imediatamente às 
comissões técnicas para 
exame em caráter de 
urgência, dado o 
relevante interesse 
social da matéria. 
Ambiguidade 
O Relator disse ao Deputado 
que ele está liberado para 
defender a matéria. 
O pronome 
pessoal “ele” 
pode estar 
fazendo 
referência tanto 
ao “Relator” 
quanto ao 
• Liberado para 
defender a matéria, o 
Relator comunicou o 
fato ao Deputado (o 
Relator irá defender a 
matéria); ou 
• O Relator liberou o 
REDAÇÃO DE PARECER 
ANALISTA LEGISLATIVO – ATRIBUIÇÃO TÉCNICO EM MATERIAL E PATRIMÔNIO 
(CÂMARA DOS DEPUTADOS) 
PROFESSOR RENATO FENILI 
 
5 
Prof. Renato Fenili www.pontodosconcursos.com.br 
Defeito Trecho Inadequado Comentários Redação Apropriada 
“Deputado”. Deputado para defender 
a matéria (o deputado, 
neste caso, irá defender 
a matéria). 
Texto 
Prolixo; 
excesso de 
juízos de 
valor; 
pessoalidade 
O assassínio do Presidente 
Kennedy, naquela triste tarde 
de novembro, quando 
percorria a cidade de Dallas, 
aclamado por uma numerosa 
decisão, cercado pela 
simpatia do povo do grande 
Estado do Texas, terra natal, 
aliás, do seu sucessor, o 
Presidente Johnson, chocou a 
humanidade inteira não só 
pelo impacto emocional 
provocado pelo sacrifício do 
jovem estadista americano, 
tão cedo roubado à vida, mas 
também por uma espécie de 
sentimentode culpa coletiva, 
que nos fazia, por assim 
dizer, como que responsáveis 
por esse crime estúpido, que 
a História, sem dúvida, 
gravará como o mais 
abominável do século. 
O texto é 
prolixo1, sendo 
repleto de juízos 
de valor (“triste”, 
“grande Estado”, 
“estúpido”, etc.). 
Ainda, a sentença 
grifada não 
agrega nenhum 
valor ao texto e 
deve ser 
suprimida. 
Denota-se, ainda, 
a pessoalidade no 
texto (“nos fazia 
[...] como que 
responsáveis”). 
O assassínio do 
Presidente Kennedy 
chocou a humanidade 
inteira, não só pelo 
impacto emocional, mas 
também por um 
sentimento de culpa 
coletiva que a História 
gravará comoo mais 
abominável do século. 
 
De modo geral, devemos ter em mente que a redação oficial é 
elaborada sempre em nome da Administração Pública, visando à instrução ou 
à execução relacionada a um ato administrativo. 
Assim, o texto oficial há de ser objetivo, bem estruturado e impessoal. 
Não há de se falar, por exemplo, em figuras de linguagem, em efeitos 
linguísticos, em excessos de juízo de valor. 
 
 
Norteados pelos atributos apresentados, ingressaremos a seguir em 
nosso principal objeto de estudo:a redação de parecer. 
 
 
 
 
1
 Diz-se que um texto é prolixo quando lhe falta objetividade: escreve-se muito, mas, na realidade, poucas são as 
informações efetivamente relevantes. 
ANALISTA LEGISLATIVO 
 
Prof. Renato Fenili 
 
II. Parecer: conceito e estrutura lógica
 
 Dois são os conceitos de 
encontro daquilo que será exigido pelo CESPE na realização da prova. 
 Primeiramente, segue a definição oferecida por Hely Lopes Meirelles:
 
Pareceres administrativos
assuntos submetidos à sua consider
 
 Em seguida, apresentamos a definição com fundamento no que consta 
do Manual de Redação da Câmara dos Deputados:
 
Parecer administrativo
administrativo, sobre tema que lhe haja sido submetido para análise e 
competente pronunciamento. Visa a fornecer subsídios para a tomada de 
decisão. 
 
 Note que o parecer administrativo nada mais é do que uma opini
emitida por um órgão técnico (logicamente, com base em normas legais e 
em jurisprudência, e nunca no senso comum). Mas, sendo uma opinião, não 
vincula a Administração às eventuais recomendações dele constantes. 
 Após a confecção do parecer, este é sub
competente para que haja efetivamente uma decisão: acatar ou não o 
parecer. Somente no caso de haver a aprovação do parecer
recomendações deverão ser atendidas.
 Tal dinâmica é representada no esquema abaixo:
 
 Muito provavelmente, na prova, o CESPE irá expor uma situação
problema a ser avaliada por uma Analista do Departamento de Material e 
Situação-
problema
REDAÇÃO DE PARECER 
ANALISTA LEGISLATIVO – ATRIBUIÇÃO TÉCNICO EM MATERIAL E PATRIMÔNIO
(CÂMARA DOS DEPUTADOS) 
PROFESSOR RENATO FENILI 
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II. Parecer: conceito e estrutura lógica 
Dois são os conceitos de parecer administrativo
encontro daquilo que será exigido pelo CESPE na realização da prova. 
Primeiramente, segue a definição oferecida por Hely Lopes Meirelles:
Pareceres administrativos são manifestações de órgãos técnicos sobre 
assuntos submetidos à sua consideração. 
Em seguida, apresentamos a definição com fundamento no que consta 
do Manual de Redação da Câmara dos Deputados: 
Parecer administrativoé a opinião fundamentada, emitida por órgão 
administrativo, sobre tema que lhe haja sido submetido para análise e 
competente pronunciamento. Visa a fornecer subsídios para a tomada de 
Note que o parecer administrativo nada mais é do que uma opini
emitida por um órgão técnico (logicamente, com base em normas legais e 
em jurisprudência, e nunca no senso comum). Mas, sendo uma opinião, não 
vincula a Administração às eventuais recomendações dele constantes. 
Após a confecção do parecer, este é submetido à autoridade 
competente para que haja efetivamente uma decisão: acatar ou não o 
no caso de haver a aprovação do parecer
recomendações deverão ser atendidas. 
Tal dinâmica é representada no esquema abaixo: 
o provavelmente, na prova, o CESPE irá expor uma situação
problema a ser avaliada por uma Analista do Departamento de Material e 
Elaboração de 
parecer
ATRIBUIÇÃO TÉCNICO EM MATERIAL E PATRIMÔNIO 
6 
parecer administrativo que vêm ao 
encontro daquilo que será exigido pelo CESPE na realização da prova. 
Primeiramente, segue a definição oferecida por Hely Lopes Meirelles: 
são manifestações de órgãos técnicos sobre 
Em seguida, apresentamos a definição com fundamento no que consta 
a opinião fundamentada, emitida por órgão 
administrativo, sobre tema que lhe haja sido submetido para análise e 
competente pronunciamento. Visa a fornecer subsídios para a tomada de 
Note que o parecer administrativo nada mais é do que uma opinião 
emitida por um órgão técnico (logicamente, com base em normas legais e 
em jurisprudência, e nunca no senso comum). Mas, sendo uma opinião, não 
vincula a Administração às eventuais recomendações dele constantes. 
metido à autoridade 
competente para que haja efetivamente uma decisão: acatar ou não o 
no caso de haver a aprovação do parecer é que suas 
 
o provavelmente, na prova, o CESPE irá expor uma situação-
problema a ser avaliada por uma Analista do Departamento de Material e 
Decisão 
superior 
(acata ou não 
o parecer) 
REDAÇÃO DE PARECER 
ANALISTA LEGISLATIVO – ATRIBUIÇÃO TÉCNICO EM MATERIAL E PATRIMÔNIO 
(CÂMARA DOS DEPUTADOS) 
PROFESSOR RENATO FENILI 
 
7 
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Patrimônio de um órgão público. O resultado final deverá ser uma “opinião 
fundamentada”, que servirá de base para a tomada de decisão subsequente. 
 Com esse entendimento, podemos listar os atributos inerentes a um 
bom parecer: 
 
• avaliar as linhas de ação possíveis para determinada situação-
problema, fundamentando em normativos legais as opções 
recomendadas; 
• manter um tom de neutralidade, evitando juízos de valor (afinal, trata-
se de um texto eminentemente técnico!); 
• concatenar os argumentos empregados, dispondo-os racionalmente 
dentro da estrutura do parecer. 
 
Há 4 (quatro) elementos que compõem a estrutura de um parecer. 
São eles: 
 
1. Ementa = tem o objetivo de prover uma ideia geral daquilo que é 
abordado no parecer. Seria semelhante ao assunto (lembrando-se que 
“assunto” é um termo usualmente voltado a relatórios). De modo geral, a 
ementa é expressa por frases curtas (apesar de isso não ser obrigatório), 
podendo ser precedida da palavra “Ementa” ou não. Seguem alguns 
exemplos: 
 
• Ementa: Direito Administrativo. Pregão Eletrônico para Registro de 
Preços. Aquisição de materiais de informática mediante SRP. 
Recomendação. Fundamento legal: Lei nº 10.520/2002, Decretos nº 
5.450/2005 e 3.931/2001. 
• Ementa: Imóvel de propriedade da União. Pagamento de taxa de 
condomínio. Não incidência da Lei nº 8.666/1993. 
• Ementa: Fase interna de licitação. Instrução de processo 
administrativo. Complementação de termo de referência. Fundamento 
legal: Decreto nº 5.450/2005. 
 
2. Relatório (ou histórico) = exposição da situação-problema, sem 
analisá-la. No caso da prova, será quase que copiar a situação descrita no 
REDAÇÃO DE PARECER 
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enunciado da questão, apenas adaptando a sua redação. O relatório apenas 
descreve a situação que será analisada na próxima etapa. 
 
3. Parecer= apesar de toda a peça (composta pelos quatro elementos 
mencionados) denominar-se parecer, um de seus elementos internos 
também recebe este nome. Trata-se do núcleo central do parecer, onde os 
argumentos de análise devem ser construídos da forma mais racional 
possível. É a parte mais longa da peça, respondendo por 65-75% da 
composição geral do texto. Neste elemento, há de constar todo o normativo 
legale a jurisprudência que deem fundamento à análise. 
 
4. Conclusão = é um apanhado das recomendações suscitadas no elemento 
anterior. Não há de se expor nada inédito na conclusão, mas tão somente 
sintetizar sua argumentação nos pontos mais relevantes. 
 
 O Manual de Redação da Câmara dos Deputados apresenta um 
exemplo do esquema geral de um parecer, que comentamos a seguir: 
 
 
Ementa: A ementa apresentada 
neste exemplo (“Revisão de 
Pensão”) está mais para “assunto” 
do que para ementa. De qualquer 
forma, serve para dar uma ideia do 
que será abordado no parecer, e, 
visto que esta ilustração consta do 
Manual de Redação da Câmara dos 
deputados, a adoção de uma 
ementa simplificada passa a ser 
opção na realização da prova 
discursiva. 
Relatório: 90% dos relatórios são 
iniciados com os verbos “trata” ou 
“cuida”, muitas vezes com sua 
variação pronominal (“trata-se” ou 
“cuida-se”). Note que no 
fechamento do relatório emprega-
se a sentença-padrão “É o 
relatório”. 
REDAÇÃO DE PARECER 
ANALISTA LEGISLATIVO – ATRIBUIÇÃO TÉCNICO EM MATERIAL E PATRIMÔNIO 
(CÂMARA DOS DEPUTADOS) 
PROFESSOR RENATO FENILI 
 
9 
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Parecer: É o corpo principal do 
texto, onde o autor tem “liberdade” 
de construção de seus argumentos. 
Um dos aspectos principais nesse 
elemento é o uso de expressões 
conectivas entre as ideias expostas 
nos parágrafos. Note que as 
expressões “Nesse particular” e 
“Em reforço a essa tese” 
promovem uma concatenação 
entre as ideias, contribuindo para o 
entendimento e para a coerência 
da peça. 
 
Conclusão: recomendo que a 
conclusão seja iniciada om uma 
expressão similar à do exemplo ao 
lado: “diante de todo o 
exposto”,“ante o exposto”, “com 
base no exposto anteriormente” 
etc. 
 
REDAÇÃO DE PARECER 
ANALISTA LEGISLATIVO – ATRIBUIÇÃO TÉCNICO EM MATERIAL E PATRIMÔNIO 
(CÂMARA DOS DEPUTADOS) 
PROFESSOR RENATO FENILI 
 
10 
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No final do texto, é usual o 
emprego da expressão “É o 
parecer”. 
Ainda, o parecer é datado e 
assinado. Logicamente, na prova, 
não se deve assinar o parecer com 
a sua assinatura pessoal, já que é 
vedada a identificação do 
candidato. Em geral, o enunciado 
dará um nome “genérico” ao 
analista responsável pela confecção 
do parecer. Recomendo escrever, 
por extenso (sem assinaturas 
estilizadas), o nome do analista 
mencionado no enunciado, ok? 
 
 
III. Aspectos de pontuação, morfológicos e sintáticos relevantes 
 
A seguir farei rápida alusão aos aspectos que considero faltas graves 
ou apenas pontos de atenção na redação de um parecer. 
 
• O emprego da vírgula = a ordem direta de uma oração é sujeito + 
verbo + complemento verbal + adjuntos adverbiais. Sempre que tal 
ordem for corrompida, sugere-se o emprego da vírgula. Ainda, jamais 
separe sujeito e predicado por vírgula! 
• Desculpe, mas mesmo (ou mesma) não é pronome pessoal = 
isso pode ser um choque para muitas pessoas, mas construções do 
tipo:“antes de ligar o carro, verifique se o mesmo está com o nível de 
óleo satisfatório” não estão de acordo com a norma culta. Sei que há 
uma preocupação em não repetirmos excessivamente os termos em 
nossa escrita. No entanto, dê preferência aos pronomes 
demonstrativos “este” e variações. Assim, seria mais adequado 
dizermos “antes de ligar o carro, verifique se (este) está com o nível de 
óleo satisfatório”. 
ANALISTA LEGISLATIVO 
 
Prof. Renato Fenili 
• O “Jurisdiquês”
na redação de um parecer. O estilo de escrita é aqui chamado de 
“Jurisdiquês”, simplesmente pelo fato de que emprega expressões 
peculiares, raramente vistas em outras formas de escrita. São termos 
mais “rebuscados”, que podem soar 
absolutamente estranhos em um primeiro 
momento. “Com fulcro”, “é cediço”, 
“malgrado”....e por aí vai. No entanto, 
devemos ser introduzidos ao “Jurisdiquês”, 
ao mesmo tempo em que o cuidado com o 
emprego em excesso de termos pouco
usuais deve ser uma constante. Como 
sempre, o bom senso é uma linha válida de ação.
 
O quadro abaixo nos traz uma síntese de expressões recorrentes 
típicas da linguagem jurídica, para uso (com cautela) na confecção de 
seu parecer: 
 
Nível de 
“rebuscamento” 
 
 
REDAÇÃO DE PARECER 
ANALISTA LEGISLATIVO – ATRIBUIÇÃO TÉCNICO EM MATERIAL E PATRIMÔNIO
(CÂMARA DOS DEPUTADOS) 
PROFESSOR RENATO FENILI 
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O “Jurisdiquês” = há uma tradição cultural na linguagem empregada 
na redação de um parecer. O estilo de escrita é aqui chamado de 
“Jurisdiquês”, simplesmente pelo fato de que emprega expressões 
peculiares, raramente vistas em outras formas de escrita. São termos 
buscados”, que podem soar 
absolutamente estranhos em um primeiro 
momento. “Com fulcro”, “é cediço”, 
“malgrado”....e por aí vai. No entanto, 
devemos ser introduzidos ao “Jurisdiquês”, 
ao mesmo tempo em que o cuidado com o 
emprego em excesso de termos pouco 
deve ser uma constante. Como 
sempre, o bom senso é uma linha válida de ação. 
O quadro abaixo nos traz uma síntese de expressões recorrentes 
típicas da linguagem jurídica, para uso (com cautela) na confecção de 
Expressão 
 
 
Com fulcro 
Com espeque 
Com esteio (ou “esteado em”) 
Com fundamento 
Com base 
 
 
 
 
Malgrado o 
Em que pese o 
Embora 
Apesar de 
ATRIBUIÇÃO TÉCNICO EM MATERIAL E PATRIMÔNIO 
11 
= há uma tradição cultural na linguagem empregada 
na redação de um parecer. O estilo de escrita é aqui chamado de 
“Jurisdiquês”, simplesmente pelo fato de que emprega expressões 
peculiares, raramente vistas em outras formas de escrita. São termos 
O quadro abaixo nos traz uma síntese de expressões recorrentes 
típicas da linguagem jurídica, para uso (com cautela) na confecção de 
Comentário 
 
Particularmente, 
gosto da expressão 
“com esteio”. 
Talvez o uso das 
expressões “com 
fulcro” e “com 
espeque” podem 
soar muito 
rebuscadas. 
Evite o uso do 
“apesar de”. “Em 
que pese” é de uso 
muito recorrente na 
linguagem jurídica. 
REDAÇÃO DE PARECER 
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12 
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Nível de 
“rebuscamento” 
Expressão Comentário 
 
 
É cediço 
É de conhecimento geral 
Jamais use a 
expressão “é de 
conhecimento 
geral”. Já o “é 
cediço” pode ser 
empregado. 
 
 
 Fique à vontade de empregar estas (e outras) expressões nos 
pareceres propostos neste curso. Darei todo o feedback necessário caso o 
uso esteja inadequado, ok? 
 
IV. A avaliação do parecer 
 
 Nunca é demais recorrermos ao edital, a fim de analisarmos os 
critérios de avaliação do parecer, pelo CESPE. Vejamos o que consta do 
subitem 9.3.2: 
 
a)a apresentação e a estrutura textuais e o desenvolvimento do tema 
totalizarão a nota relativa ao domínio do conteúdo (NC), cuja pontuação 
máxima será limitada ao valor de 170,00 pontos; 
b)a avaliação do domínio da modalidade escrita totalizará o número 
de erros (NE) do candidato, considerando-se aspectos tais como: 
grafia/acentuação, pontuação/morfossintaxe, propriedade vocabular; 
c) será computado o número total de linhas (TL) efetivamente escritas pelo 
candidato; 
d) será desconsiderado, para efeito de avaliação, qualquer fragmento de 
texto que for escrito fora do local apropriado e/ou que ultrapassar a extensão 
máxima estabelecida no caderno de provas; 
e) será calculada, então, para cada candidato, a nota na prova discursiva 
(NPD), como sendo igual a NC menos duas vezes o resultado do quociente 
NE/TL. 
 
 Assim, a nota da prova discursiva (NPD) é dada pela seguinte fórmula: 
REDAÇÃO DE PARECER 
ANALISTA LEGISLATIVO – ATRIBUIÇÃO TÉCNICO EM MATERIAL E PATRIMÔNIO 
(CÂMARA DOS DEPUTADOS) 
PROFESSOR RENATO FENILI 
 
13 
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 Onde: 
NC = nota de conteúdo(máximo de 170 pontos) 
NE = número de erros 
TL = total de linhas 
 
 Algumas considerações podem ser extraídas da fórmula acima: 
 
• o principal, na redação do parecer, é o domínio do conteúdo. 
Logicamente, uma redação confusa, pouco coerente, poderá prejudicar 
o ato de comunicação do conteúdo ao examinador; 
• quanto maior o número de linhas (TL), menor a ponderação atribuída 
ao número de erros. Logicamente, quanto maior o texto, maior a 
probabilidade de se cometerem erros. Pessoalmente, entendo que uma 
boa redação terá até um erro a cada 30 linhas (a dimensão de uma 
prova discursiva normal). Assim, limite-se a 4 erros, caso opte pela 
redação das 120 linhas (o que recomendo). 
• caso o conteúdo por você escrito, à princípio, não ocupar as 120 linhas 
(90 linhas, por exemplo), faça uma letra maior e mais espaçada. Isso 
garantirá um TL maior, e seus erros terão menos peso. Logicamente, 
tome muito cuidado para não ultrapassas as 120 linhas! 
 
 
 
REDAÇÃO DE PARECER 
ANALISTA LEGISLATIVO – ATRIBUIÇÃO TÉCNICO EM MATERIAL E PATRIMÔNIO 
(CÂMARA DOS DEPUTADOS) 
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PROVA DISCURSIVA DO CONCURSO DE 2007 (FCC) 
 
O Centro de Informática (CI), no sentido de modernizar o 
parque computacional, solicita ao Departamento de Material e 
Patrimônio (DMP) parecer administrativo acerca de como deverá 
proceder para fins de aquisição de novos computadores, tendo em 
vista a necessidade de substituição de equipamentos antigos e 
obsoletos. Estima-se um valor máximo de R$ 75.000,00 (setenta e 
cinco mil reais) para essas aquisições, podendo-se fracionar as 
entregas em dois lotes mensais, pois a implantação será feita em 
duas etapas. Os computadores, para fins de padronização, devem ser 
da marca “Data+”, modelo “Speedstart”, que inclui o processador 
“fastfastfast”, considerando a grande capacidade técnica de 
processamento. 
 Também deverá ser contratada empresa para a implantação da 
expansão da rede de comunicação de dados, física e lógica, 
envolvendo a instalação de cabeamento e cabos já disponíveis na 
organização. Estima-se um valor máximo de R$ 75.000,00 (setenta e 
cinco mil reais) para essa contratação. O CI questiona, portanto, 
como tal contratação deverá ocorrer e qual o regime mais adequado 
para tanto, uma vez que o preço deverá ser certo e total. 
Considerando a necessidade do início do remanejamento de forma 
célere, solicita que sejam informados os prazos que deverão ser 
respeitados, tanto para a aquisição dos bens quanto para a 
contratação da empresa. 
 O Analista Legislativo – Técnico em Material e Patrimônio, Sr. 
TTR Silva, foi designado para elaborar o parecer. 
 
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 Com base nos dados acima expostos, pede-se elaborar um 
parecer administrativo, orientando quanto ao processo a ser 
cumprido, o qual deve envolver detalhadamente: 
• as ações contidas na Regra Geral e Específica; 
• a modalidade de licitação a ser utilizada para a aquisição dos 
bens, com elucidações sobre a questão das marcas dos 
produtos e o processo de padronização e de homologação dos 
bens; 
• elucidações a respeito da questão da contratação da empresa 
para execução dos serviços de implantação da expansão da 
rede mencionada no “case”, indicando o tipo e a modalidade da 
licitação para este caso, as condicionantes para a realização da 
licitação a serem observadas e explicitando sobre as diferentes 
etapas exigidas, com o detalhamento de cada uma delas, bem 
como esclarecendo sobre as condições exigidas para o 
procedimento da licitação e as formas possíveis para a 
execução do serviço; 
• os prazos estabelecidos para o recebimento das propostas, 
assim como a quem compete a aprovação dos instrumentos 
contratuais. 
 
Deverão ser citados os dispositivos legais nos quais se baseiam as 
explicitações contidas no parecer, ou seja, o conjunto de legislação 
que disciplina o assunto. 
O parecer administrativo deverá conter a ementa; o histórico ou 
relatório; o parecer e a conclusão. 
 
 
Preliminarmente, vejamos a análise da questão proposta: 
 
O PROBLEMA DA FALTA DE INFORMAÇÕES 
 
Talvez a maior dificuldade no desenvolvimento de um parecer a partir de 
uma situação exposta tão brevemente em um enunciado seja a escassez de 
informações. 
Em uma situação “real”, as informações relativas à demanda do Centro de 
Informática estariam todas registradas em um processo, que serviria de 
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fonte de consulta ao Analista. No caso de dúvidas, ou de informações 
incompletas, bastaria que o Sr. TTR Silva pegasse o seu telefone e ligasse a 
quem de direito para que as eventuais dúvidas fossem esclarecidas. 
Bom, na hora da prova certamente devemos fazer o melhor com as 
informações que a banca nos apresentar. Assim, não tenha receio caso você 
vislumbre mais de uma linha de ação a ser recomendada em seu parecer. O 
que não pode faltar – NUNCA! – é uma boa argumentação que dê o respaldo 
necessário a seu raciocínio. 
 
VEJO DUAS LINHAS DE AÇÃO POSSÍVEIS. E AGORA? 
 
Não raramente você poderá vislumbrar duas linhas de ação possíveis 
advindas de uma situação problema. O essencial, uma vez adotada uma 
delas, é que você exponha os argumentos que deem fundamento à sua 
opção. 
Darei um exemplo. Vemos, no enunciado, que há um serviço de expansão 
da rede de dados. Bom, não há muitos esclarecimentos sobre esse serviço. 
Trata-se eminentemente de um serviço de instalação de cabos? Ou há 
também a necessidade de desenvolvimento de um projeto por parte da 
empresa contratada? A variação nas respostas a essas questões certamente 
irá implicar a escolha de modalidades de licitação diferentes. 
Caso o serviço seja simples (apenas a instalação de cabos), estaríamos 
lidando com um serviço dito comum, e o pregão seria aplicável. Caso 
contrário, dado o montante envolvido, poderíamos optar pela condução de 
um convite e, somente neste caso, deveríamos elaborar projetos básico e 
executivo. 
De toda maneira, é fundamental, para o desenvolvimento do parecer 
proposto, que se tenha um conhecimento sólido sobre licitações – em 
especial a Lei nº 8.666/1993 (Lei de Licitações e Contratos), a Lei nº 
10.520/2002 (Lei do Pregão) e o Decreto nº 5.450/2005 (Decreto que 
regulamenta o pregão, na forma eletrônica). Sem uma boa noção sobre 
estas normas, é quase impossível a execução da tarefa proposta – e lembre-
se que a Nota de Conteúdo (NC) é, em suma, o que vale no parecer. 
 
 
 
 
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 AFINAL, ESTAMOS FALANDO DE UM ÓRGÃO DO PODER 
LEGISLATIVO? 
 
 A única dica de que o enunciado nos dá no sentido de que estamos 
tratando de um órgão do Pode Legislativo é que o “Sr TTR” é um Analista 
Legislativo. Isso pode fazer diferença na construção da argumentação, já que 
os Decretos da Presidência da República (por exemplo, o Decreto nº 
5.450/2005) só são aplicáveis, obrigatoriamente, ao Poder Executivo. 
 
A seguir, registro uma proposta de resolução do parecer. Como o texto 
é objeto que reserva algo de pessoal, trata-se apenas de um exemplo, a ser 
analisado por você. 
 Ainda, proponho, a título de exercício, que você reescreva este 
parecer, propondo o Convite como modalidade de licitação para a 
contratação dos serviços. 
 
 
 
 
 
 
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Ementa: Renovação do parque computacional e expansão da rede de 
comunicação de dados. Obrigatoriedade de licitação. Complementação de 
instrução processual. Fundamento legal: Leis nº 8.666/1993 e 10.520/2002 
e Decreto nº 5.450/2005. 
 
I – Relatório 
 
Trata-se de pleito do Centro de Informática, com vistas à aquisição de 
novos computadores, bem como à expansão da rede de comunicação de 
dados, justificado ante a necessidade de modernização do parque 
computacional da Casa. 
O valor estimado para a aquisição dos computadores é de R$ 75.000,00 
(setenta e cinco mil reais), podendo-se parcelar as entregas em dois lotes 
mensais, dado que implantação será feita em duas etapas. Com relação a 
este objeto, aquele Centro indica a marca “Data+”, modelo “Speedstart”, o 
que é fundamentadofrente à significativa capacidade técnica de seu 
processador, bem como à busca pela padronização. 
Já no que se refere à implantação da expansão da rede de comunicação 
de dados, o Centro de Informática esclarece que tal serviço implica a 
instalação de cabeamento e cabos já disponíveis na organização. 
Analogamente ao aplicado ao objeto supracitado, a despesa estimada perfaz 
R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais). 
Atinente aos objetos em pauta, o Centro de Informática encaminha a este 
Departamento questionamentos acerca de boas práticas administrativas de 
condução processual, bem como de prazos a serem respeitados, dada a 
preocupação com a celeridade do atendimento ao ora solicitado. 
É o relatório. 
 
II – Parecer 
 
É cediço que a regra geral aplicável às aquisições e contratações 
protagonizadas pela Administração Pública exige que sejam precedidas por 
licitação, consoante estatuído na Lei nº 8.666/1993 – Lei de Licitações e 
Contratos. Tal procedimento administrativo formal tem por intuito a garantia 
da observância do princípio constitucional da isonomia, conferindo aos 
licitantes oportunidades equânimes de contratar com a esfera pública, ao 
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passo que o cenário de competitividade criadoamplia as chances de seleção 
da proposta mais vantajosa para a Administração. 
As exceções à regra geral são as aludidas nos arts. 24 e 25 da Lei de 
Licitações e Contratos, referentes às situações em que licitar não é 
necessário, ou é simplesmente inviável, em especial devido à inviabilidade de 
competição no mercado. 
A situação em tela, salvo melhor juízo, não constitui hipótese de exceção 
à licitação. Ademais, ambos os objetos pleiteados – aquisição de 
computadores e serviço de implantação da expansão de rede de dados 
(sendo este entendido como um serviço não complexo, eminentemente 
voltado à instalação de cabeamento), por deterem padrões de desempenho e 
de qualidade passíveis de serem objetivamente definidos em um instrumento 
convocatório, por meio de especificações usuais de mercado, são passíveis 
de serem considerados comuns, na concepção apresentada pela Lei nº 
10.520/2002. 
Uma vez categorizados os objetos como comuns, há de se observar o 
preconizado no art. 4º do Decreto 5.450/20052, restando o pregão (tipo 
menor preço) como opção vinculada de modalidade licitatória, sendo, ainda, 
preferencial a adoção de sua forma eletrônica. Deve-se considerar, contudo, 
que, em decorrência do Princípio da Separação dos Poderes, o referido 
decreto é de aplicação mandatória tão somente na esfera do Poder Executivo 
Federal. Não obstante, a práxis administrativa dos outros Poderes mostra 
recepção do dispositivo citado, havendo, pois, uma compulsoriedade relativa 
na adoção do pregão para bens e serviços comuns. 
No que concerne à aquisição dos computadores, o Centro de Informática 
procede à indicação de marca e modelo, sob o pretexto de consecução de 
padronização, além da significativa capacidade técnica de seu processador. 
Nesse escopo, é mister registrar que a Lei nº 8.666/93 orienta no sentido de 
as compras públicas atenderem ao princípio da padronização, suscitando a 
compatibilidade de especificações técnicas e de desempenho dos itens de 
material. 
Em contrapartida, não há de se confundir a padronização com a indicação 
de marca. A Lei de Licitações e Contratos, à priori, veda a preferência a 
determinada marca, visando, assim, a salvaguardar o princípio de igualdade 
entre os fornecedores. Vale a ressalva de que a indicação de marca é 
 
2 Art. 4o Nas licitações para aquisição de bens e serviços comuns será obrigatória a 
modalidade pregão, sendo preferencial a utilização da sua forma eletrônica. 
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permitida tanto como parâmetro de qualidade a fim de facilitar a descrição 
do objeto a ser licitado (ocasião em que deve ser seguida de expressões 
análogas a “ou similar”, “ou equivalente” etc.), quanto quando tecnicamente 
justificável. 
Com base no encaminhamento realizado pelo Centro de Informática, 
identifica-se a necessidade de robustecer a justificativa técnica para a 
indicação de marca, tendo em vista que uma grande capacidade técnica de 
processamento só pode ser aferida ante um cotejamento com as 
especificações de outras marcas e modelos disponíveis no mercado. 
Ademais, faz-se necessário, nesse sentido, complementar a justificativa da 
necessidade de aquisição, arrolando os motivos que tornam a capacidade de 
processamento dos computadores pleiteados a mais adequada à rotina 
operacional da organização, em consonância com jurisprudência reiterada 
pelo Tribunal de Contas da União. 
No que tange à contratação de empresa para a execução dos serviços de 
expansão da rede de dados, dado que o preço a ser pago deverá ser certo e 
total, o regime de execução aplicável é o de empreitada por preço 
global.Considerando-se a opção do Centro de Informática pela forma de 
execução indireta, aquele órgão deverá definir um prazo para a execução dos 
serviços, de modo a possibilitar a fiscalização do contrato decorrente, bem 
como o controle da liquidação da despesa. 
Impende registrar que, sendo ambos os objetos típicos do setor de 
informática, vale o direito de preferência insculpido na Lei nº 8.248/1991, ou 
seja, sendo verificado o empate entre propostas comerciais, a Administração 
dará preferência à licitante que tenha os seus bens e serviços como frutos de 
tecnologia desenvolvida no Brasil. 
Para ambos os objetos em análise, durante a instrução processual 
inerente à fase interna da licitação, deverá ser elaborado termo de 
referência3, conforme normatizado pelo Decreto nº 5.450/2005. Outrossim, 
ainda com esteio nesta norma, as planilhas estimativas de despesa, bem 
como a previsão de recursos orçamentários para sua realização e indicação 
das respectivas rubricas deverão constar da instrução. 
Após a elaboração das minutas dos editais e dos contratos, tais 
documentos deverão ser analisados e aprovados pelos órgãos jurídicos de 
assessoramento da unidade responsável pela licitação, conforme consignado 
na Lei nº 8.666/93. A publicação do instrumento convocatório deverá ser 
 
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 Na Câmara dos Deputados, a exigência de inclusão de Termo de Referência dá-se pela Portaria-DG nº 117/2009. 
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efetuada em diário oficial, além de ser facultada a veiculação do aviso de 
licitação em meios eletrônicos e em jornais de grande circulação. O prazo de 
apresentação das propostas,assim regulamentado pela Lei nº 10.520/2002, 
não deverá ser inferior a 8 (oito) dias úteis. 
 
III - Conclusão 
 
Ante o exposto, entende-se ser mandatória a observância de 
procedimento licitatório no que se aplica aos objetos pleiteados pelo Centro 
de Informática, seguindo-se, ainda a modalidade pregão, com preferência 
em sua forma eletrônica. 
Há de se sanear a instrução processual com uma justificativa técnica 
robusta a ponto de amparar a proposição de indicação de marca, no que 
concerne à aquisição de computadores. Na hipótese da composição de tal 
justificativa não ser exequível, a marca identificada pelo Centro de 
Informática não poderá compor mais do que parâmetro de qualidade na 
especificação do objeto. 
Por derradeiro, aquele Centro, ainda, deve definir o prazo de execução do 
serviço de expansão da rede de dados, informação essencial a contar do 
instrumento convocatório. 
É o parecer. 
 
 
 
 
 
 
Bom, ficaremos por aqui nesta primeira aula. Na próxima semana, 
serão propostos os primeiros temas. 
Espero uma participação ativa no fórum. 
Forte abraço e bons estudos!

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