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UNINGÁ. EAD ARQ & URB PROJETO ARQUITETÔNICO 2 PARTE A ROSANGELA REIS DA SILVA Primeira Igreja Unitária de Rochester do arquiteto Louis Kahn Peabiru-PR 2021 Sumário 1. Primeira Igreja Unitária de Rochester do arquiteto Louis Kahn ................................ 2 2. RELATÓRIO DE CONCEPÇÃO ARQUITETÔNICA ........................................................... 8 2.1.CONCEPÇÃO ARQUITETÔNICA EM LOUIS I. KAHN ....................................................... 8 2.2 A PRIMEIRA IGREJA UNITÁRIA EM ROCHESTER ...................................................... 9 3. Relatório de obra correlata. ...................................................................................... 16 3.1 MUSEU DE KIMBELL .............................................................................................. 16 2 INTRODUÇÃO: 1. Primeira Igreja Unitária de Rochester do arquiteto Louis Kahn Louis Isadore Kahn , é filho de Leopold Kahn e de Bertha Mendelsohn Kahn. A família mudou-se para a Filadélfia com Kahn ainda menino, que já no colégio desenvolveu suas habilidades para desenhar. Após fazer um curso sobre história da arquitetura, em que fez desenhos de diferentes estilos (Egípcio, Grego, Romano, Renascentista e Gótico) decidiu estudar para ser arquiteto (PALERMO, 2006). Anos mais tarde ingressou na escola de Beaux-Arts da Universidade da Pensilvânia, nesse sistema a composição resultava de uma ideia prévia a partir de um repertório de formas (elementos de arquitetura e de composição), da seleção e combinação das partes objetivando a forma que expressasse caráter, ordem e proporção, unidade, hierarquia, simetria e tectonicidade, com adições e subtrações, e, que tivesse compreensão social e reconhecimento. Ele tinha muita facilidade em desenhar, era a aptidão natural de Kahn. Teve uma exitosa trajetória acadêmica de graduação, se formou arquiteto por volta de 1925. Assim que saiu da faculdade começou a trabalhar, projetando habitações de interesse social num momento de reconstrução da economia pós-guerra e pós-crise de 1929 nos Estados Unidos. Esse período marcou a primeira fase de sua carreira (PALERMO, 2006). Louis Kahn nasceu em 1901, na ilha de Oesel, na Estônia, emigrando para a América ainda criança (1905). Formou-se em Arquitetura pela Universidade da Pensilvânia em 1925, dentro da tradição da escola de Beaux Arts. Em 17 de março de 1974 morreu de parada cardíaca na estação de Pensilvânia, em Nova York, quando retornava de uma viagem à Índia . O seu trabalho representou uma passagem do modernismo internacional para o estilo monumental e expressivo (VITRUVIUS, 2010, acesso em 20 de Maio de 2014). É um arquiteto que adotou muito as influências arquitetônicas das antigas ruínas, na viagem que fez à Europa em 1928 (MONTANER, 2013, página 62), e criou um caráter pessoal, onde a composição é feita por volumetrias e formas geométricas primárias, estruturas pesadas, materiais aparentes e técnicas estruturais seculares. (COLIN, 2011, acesso em 15 de Maio de 2014). Na concepção arquitetônica de Kahn, a ideia e a forma são essenciais; os primeiros desenhos - os croquis - são indispensáveis para os seus estudos. Ele busca a compreensão dos processos de criação para se chegar às essências dos tipos 3 arquitetônicos, de cada ambiente e de cada elemento. Depois de definido a ideia e a forma, Kahn busca a composição, a ordem concreta para se resolver o restante do edifício, como por exemplo, a articulação das plantas, a forma das aberturas, estruturação dos espaços... O espaço e a luz também definem o seu trabalho. Kahn é conhecido pela forma com que trabalha a luz natural em seus projetos. Louis kahn criou seu estilo monumental e monolíticos e seus materiais ou sua maneira como são cotados. Famoso por suas obras meticolosamente construídas suas propostas provocantes que permaneceram sem construção e seus ensinamentos, segundo o arquiteto, da mesma maneira que “uma rosa quer ser uma rosa “, deve-se entender que o edifício deseja se tornar. Embora possa não ser tão conhecido como alguns de seus outros projetos em todo o mundo a, FIRST UNITARIAN CHURCH OF RECHESTER. Em 1959, Kahn projetou a Igreja Unitária (Unitarian Church, Rochester, Nova Iorque, 1959-1967). Seus primeiros croquis já mostravam que ele queria trabalhar com um conceito central, criando uma única estrutura unificada, que é apropriada ao unitarismo Primeira Igreja Unitária e Escola. Desenho-forma Figure 5. First Unitarian Church and School. Form drawing. Fonte: Brownlee e De Long (1997, p. 82). https://www.redalyc.org/journal/1936/193652979004/html/#B1 https://www.redalyc.org/journal/1936/193652979004/html/#B1 4 primeira Igreja Unitária e Escola. Croquis. Planta e elevação (junho- julho, 1959).Figure 6. First Unitarian Church and School. Sketches. Plan and elevation (June- July, 1959).Fonte: Brownlee e De Long (1997, p. 85). A primeira solução que Kahn teve foi um quadrado completamente simétrico, onde as salas de aula ficavam na periferia e tinham cantos com salas maiores. Kahn fez alguns estudos para se chegar à etapa final da Igreja. No primeiro estudo, ele colocou um santuário quadrado no centro do projeto, que era separado por divisórias e um corredor contínuo que circunda o hall central, que serve para interconectar as salas de aula e o hall social, que forma a parede externa do edifício. planta do primeiro esquema. https://www.redalyc.org/journal/1936/193652979004/html/#B1 5 Primeira Igreja Unitária e Escola. Planta (janeiro, 1961). Figure 8. First Unitarian Church and School. Plan (January, 1961). Fonte: Kahn (2010, p. 14). Primeira Igreja Unitária e Escola. Maquete (janeiro, 1961).Figure 9 First Unitarian Church and School. Model (January 1961).Fonte: Kahn (2010, p. 21) Primeira Igreja Unitária e Escola. Planta (junho, 1961). https://www.redalyc.org/journal/1936/193652979004/html/#B14 https://www.redalyc.org/journal/1936/193652979004/html/#B14 6 Figure 12. First Unitarian Church and School. Plan (June, 1961). Fonte: Brownlee e De Long (1997, p. 85) Primeira Igreja Unitária e Escola. Maquete (junho, 1961). Figure 13. First Unitarian Church and School. Model (June, 1961). Fonte: Kahn (2010, p. 22). A estética inacabada parece desmaterializar as qualidades de cada espaço, dando aos espaços uma nova estética encontrada entre os detalhes e a luz. No santuário, o acabamento áspero do concreto moldado e o interior de tijolos parecem se lavar na luz, conferindo à luz propriedades desconstrutivas, ao mesmo tempo em que conferem ao material qualidades luminosas que englobam e transformam o espaço. Concluído um pouco depois do Salk Institute, em 1967, substituiu a igreja anterior que foi projetada por Richard Upjohn, fundador do AIA, que foi demolido durante a reabilitação urbana em Rochester. A First Unitarian Church combina estética de design moderno com valores tradicionais unitaristas que promovem a comunidade e unem todos no coração do edifício, o santuário. https://www.redalyc.org/journal/1936/193652979004/html/#B1 https://www.redalyc.org/journal/1936/193652979004/html/#B14 7 Fonte da Imagem 45: KAHN, pagina 23 Fonte das Imagens 47 e 48: http://www.archdaily.com/84267/ad-classics-first-unitarian-church-of-rochester-louis- kahn/ (04/03/2014) 8 2. RELATÓRIO DE CONCEPÇÃO ARQUITETÔNICA A concepção arquitetônica atualmente surge como elemento articulador de algumas políticas sociais, visto que seu planejamento deve buscar contemplar os diversos atores presentes no meio ambiente urbano. Ter uma arquitetura de qualidade, visando conforto térmico, ventilação entre outros fatores, contribui para uma boa qualidade de vida. Um projeto arquitetônico bem elaborado refleteno modo de viver de quem a habita. Diversos autores estudam o processo de projeto, com a intenção de potencializar os resultados positivos do produto final. De acordo com Munari (2008), o método de projeto pode ser ajustado de acordo com a necessidade e experiencia do projetista portanto um mesmo projeto pode ser desenvolvido em diversas formas. Os conceitos de form e design relacionam-se respectivamente às etapas conceitual e a material da concepção arquitetônica. Form pode ser compreendido como um conceito impessoal, imaterial e invariante; refere-se à existência ideal de um objeto, apresentando-se desprovido de uma determinação formal específica e de dimensões físicas definidas. Neste sentido, o conceito de form se aproxima da idéia de arquétipo. A noção de design, por sua vez, é pessoal e circunstancial, pois depende e se associa intimamente à interpretação do projetista acerca dos condicionantes contextuais do problema de projeto. Sendo assim, pode-se inferir que, enquanto a idéia de form se relaciona a o quê fazer, design diz respeito a como fazer.Tanto para Kahn, como para os arquitetos iluministas, a presença da luz tinha conotações deísticas , sendo que para Kahn a luz é vista como tendo um caráter onipresente , uma essência que se faz presente na mente mesmo quando ausente da realidade material. 2.1.CONCEPÇÃO ARQUITETÔNICA EM LOUIS I. KAHN Louis Kahn nasceu em 1901, na ilha de Oesel, na Estônia, emigrando para a América ainda criança (1905). Formou-se em Arquitetura pela Universidade da Pensilvânia em 1924, dentro da tradição da escola de Beaux Arts. Em 17 de março 9 de 1974 morreu de parada cardíaca na estação de Pensilvânia, em Nova York, quando retornava de uma viagem à India. A influência do “racionalismo francês” em Kahn inicia-se nas aulas ministradas por Cret na Universidade da Pensilvânia, em que o mestre francês discutia com seus alunos os conceitos defendidos pela “Ecole des Beaux Arts”, entre os quais o de que o classicismo exigiria dos arquitetos uma postura mais humilde, necessária ao abandono de subjetivismos exagerados No projeto da Primeira Igreja Unitária em Rochester, Kahn desenvolve os conceitos de form e design e articula verbalmente sua aproximação ao processo de concepção a partir de um texto seminal homônimo de 1960, “Form & Design” (Khan, 2003 [1960]). A análise deste determinado projeto se apresenta como um possível meio para investigar como se dão as transições entre a formulação conceitual e a solução de projeto finalmente elaborada segundo o pensamento do arquiteto, ou seja, as relações que se estabelecem entre conceito e matéria. No entanto, considerou-se metodologicamente desnecessário realizar uma análise detalhada e minuciosa acerca da evolução de todos os estágios do processo projetual. Em vez disto, destacaram-se aquelas consideradas significativas e necessárias às argumentações desenvolvidas de acordo com os objetivos propostos. Para Kahn a monumentalidade historicista significava uma orientação em direção da essencialidade estrutural das formas tradicionais. Deste modo ele permanecia comprometido em transformar essas formas, antes de reduzi-las a meras referências ou alusões óbvias ao passado, o que provavelmente eclipsou Kahn do discurso corrente. O que Kahn parece ter tirado do iluminismo foi a possibilidade de desconstruir elementos clássicos romanos a um ponto que eles transformaram-se em nada mais do que finas telas, legados que podiam ser usados para simular a presença de uma massa ausente. As obras de Kahn têm elevação e severidade, com as suas formas geométricas elementares e as suas enormes superfícies lisas. A força da maior parte das construções de Kahn reside na interação de espaço com massa. 2.2 A PRIMEIRA IGREJA UNITÁRIA EM ROCHESTER A atuação do arquiteto Louis I. Kahn (1901-1974) e, mais especificamente, seu projeto para a Primeira Igreja Unitária em Rochester, Nova Iorque (1959-1967), 10 mostram-se significativamente profícuos para investigar de que modos se dão as transições entre os planos conceitual e material na concepção em razão da confluência de alguns importantes fatores. Tendo sido professor da Universidade de Yale entre 1947 e 1957, Kahn proferiu diversas conferências e escreveu vasta quantidade de textos acerca do processo criativo em arquitetura, que se tornaram preciosas fonte de pesquisa para investigações dessa natureza. Segundo Kahn (2003), no processo de projeto arquitetônico há duas etapas claramente distintas, mas que se alternam continuamente: a conceitual e a material. Este processo se inicia a partir da geração de uma imagem conceitual central que configura o princípio básico em torno do qual a essência do projeto é organizada, e a partir do qual todos os outros elementos permanecem subordinados. O pensamento criativo é estimulado, neste sentido, a partir de um processo muito mais qualitativo do que quantitativo, e que se concentra mais na ação de síntese do que na de análise. ." Primeira Igreja Unitária e Escola. Desenho-forma.Figure 5. First Unitarian Church and School. Form drawing.Fonte: Brownlee e De Long (1997, p. 82). Primeira Igreja Unitária e Escola. Croquis. Planta e elevação (junho-julho, https://www.redalyc.org/journal/1936/193652979004/html/#B1 11 1959).Figure 6. First Unitarian Church and School. Sketches. Plan and elevation (June-July, 1959).Fonte: Brownlee e De Long (1997, p. 85). Primeira Igreja Unitária e Escola. Croqui. O edifício e o lugar (junho- julho, 1959). Figure 7. First Unitarian Church and School. Sketch. The building and the site (June-July, 1959).Fonte: Brownlee e De Long (1997, p. 85). Primeira Igreja Unitária e Escola. Planta (janeiro, 1961). Figure 8. First Unitarian Church and School. Plan (January, 1961). Fonte: Kahn (2010, p. 14). https://www.redalyc.org/journal/1936/193652979004/html/#B1 https://www.redalyc.org/journal/1936/193652979004/html/#B1 https://www.redalyc.org/journal/1936/193652979004/html/#B14 12 Figure 16. First Unitarian Church and Sch Primeira Igreja Unitária e Escola. Croquis. Elevação, fachada e detalhe.Figure 16. First Unitarian Church and School.Fonte: Kahn (2010, p. 69-73). Primeira Igreja Unitária e Escola. Maquete (janeiro, 1961).Figure 9. First Unitarian Church and School. Model (January, 1961).Fonte: Kahn (2010, p. 21). https://www.redalyc.org/journal/1936/193652979004/html/#B14 https://www.redalyc.org/journal/1936/193652979004/html/#B14 13 Primeira Igreja Unitária e Escola. Croquis. Planta (janeiro, 1961).Figure 11. First Unitarian Church and School. Drawings. Plan (January, 1961). Fonte: Brownlee e De Long (1997, p. 82) Em vez de uma grande entrada na frente do prédio que leva direto para o santuário, a entrada no First Unitarian é por meio de uma porta na lateral do prédio que exige uma curva à direita, passando por outros espaços para chegar ao santuário. O santuário é inserido sob o teto baixo do loft do coro em balanço criando uma sequência da sombra à luz. Figura 12 Primeira Igreja Unitária e Escola. Planta (junho, 1961). First Unitarian Church and School. Plan (June, 1961). Fonte: Brownlee e De Long (1997, p. 85). https://www.redalyc.org/journal/1936/193652979004/html/#B1 https://www.redalyc.org/journal/1936/193652979004/html/#B1 14 Primeira Igreja Unitária e Escola. Foto.Figure 17. First Unitarian Church and School. Photo.Fonte: Brownlee e De Long (1997, p. 86-87). Como as salas de aula estão orientadas em torno do perímetro do edifício, há uma sensação de regularidade na forma como Kahn se aproxima da iluminação das salas de aula. A fachada tem extrudados poços de janela que filtram a luz dentro das salas de aula. Cada extrusão cria pequenos espaços de assento para as crianças. Com o santuário no centro do edifício, direcionar a luz natural parao espaço é bastante difícil. No entanto, Kahn projetar quatro torres de luz que estão situados em cada canto do santuário. As torres agem como filtros que saturam o santuário ao https://www.redalyc.org/journal/1936/193652979004/html/#B1 15 longo do dia, mudando constantemente as qualidades perceptivas do espaço, mesmo quando as estações mudam. Primeira Igreja Unitária e Escola. Foto. Igreja.Figure 18. First Unitarian Church and School. Photo. Church.Fonte: Brownlee e De Long (1997, p. 90-91). O exterior do edifício é caracterizado por paredes de tijolo profundamente dobradas criadas por uma série de capas de luz finas de dois andares que ajudam a proteger as janelas da luz solar direta. Entre as capas de luz do térreo estão as projeções do prédio que encerram os bancos corridos no interior. Pequenas janelas de cada lado dos bancos corridos permitem a entrada de luz indireta adicional nas salas. Essas projeções conferem um caráter dual às capas de luz, dando à parte superior de cada uma a aparência de um objeto, uma capa de luz, e à parte inferior a aparência de um vazio, o espaço entre duas projeções. As capas de luz criam uma série de sombras na parede externa que lembram uma fileira de colunas, suas linhas verticais adicionando a impressão de altura. A entrada principal do edifício não é visível para as pessoas que passam na rua .Torres de luz em cada um dos quatro cantos do santuário se erguem acima das https://www.redalyc.org/journal/1936/193652979004/html/#B1 16 paredes externas do edifício, tornando a forma do santuário fácil de visualizar do lado de fora. 3. Relatório de obra correlata. Este trabalho é uma parte de uma investigação maior que tem por objetivo estudar e correlacionar poéticas de tendências e de autor em arquitetura. O estudo recai sobre a produção do arquiteto Louis Isadore Kahn (1901-1974), e, neste artigo, sobre seu método de projeto. São adotados os conceitos de poética de Pareyson (1997) e de Chauí (2002). Para o primeiro, poética é um programa de arte. Para a segunda autora, conforme a tradução da palavra poiesis por fabricação, poética é a forma de fazer, em que se enquadram as práticas das artes ou técnicas. Interpretando método de projeto como modo de fazer, esses conceitos são aplicáveis a presente argumentação. Os aspectos poéticos buscam traduzir em regras estéticas ou modos operativos um determinado gosto pessoal ou histórico. A poética só funciona em um contexto. Está historicamente condicionada e ligada ao tempo do artista para se realizar. Vincula-se também à espiritualidade do artista, traduzindo seu gosto, normativa e operativamente (PAREYSON, 1997). Analisar as concepções de arquitetura e o processo de projeto de um arquiteto pode levar à sua poética, pois se tratam de dimensões de sua ―técnica de produzir arte‖. Adotando esse foco, nesta parte da pesquisa será examinada a concepção projetual do arquiteto Louis Kahn através de sua produção teórica e da contribuição de autores de teoria, história e crítica da arquitetura. Ainda serão analisadas imagens do museu de kimbell e de elementos gráficos que representem soluções em desenho. Os croquis ou diagramas, apesar de sintetizarem informações reduzindo a dimensão da complexidade do objeto arquitetônico, são de grande validade ao estudo das concepções arquitetônicas, pois evidenciam associações, gerações e organizações. Dentre tantos arquitetos nos Estados Unidos, a atividade de Louis Kahn posiciona-se como intermediária entre o modernismo e o pós-modernismo na arquitetura (COLQUHOUN, 2002; KRUFT,1994; MONTANER, 2001). Assim como Frank Lloyd Wright e Eero Saarinen, por exemplo, Kahn produziu arquiteturas de ―exceções da continuidade do Estilo Internacional ao longo dos anos cinqüenta.‖ (MONTANER, 2001, p. 57). 3.1 MUSEU DE KIMBELL 17 Inaugurado em 1972 ,o museu de Arte Kimbell está localizado em Fort Worth , em uma cidad e que integra a megalópe Dallas-Fort , no estado do Texas, nos Estados Unidos. O projeto do Museu Kimbell de Belas Artes, construído entre 1967 e 1972, prevê, no seu linearidade entrará em contato com o exterior: luz natural e seu tratamento são o argumento essencial do prédio, que sofre Kahn reflexões zênite em superfícies curvas. O Museu de Arte Kimbell de Louis Kahn é uma obra prima da iluminação natural, com abóbadas feitas com cascas de concreto que apresentam aberturas sutis para refletir a luz nas galerias. Ao passo que a ala de Kahn para o museu de Fort Worth foi inaugurada em 1972, em 2013 um segundo pavilhão - projetado por Renzo Piano - foi acrescentado ao complexo. Piano foi escolhido para projetar o pavilhão pois havia trabalhado para Kahn no início de sua carreira, e a homenagem a seu mentor é evidente na organização similar do edifício e no uso de painéis translúcidos de vidro. O edifício se divide em três alas: duas laterais e uma central. As alas laterais são similares: formadas por seis abóbadas de berço, independentes entre elas e apoiadas cada uma em quatro pilares perimetrais. A ala central retrocede numa das frentes duas abóbadas, criando um pátio de entrada. As fachadas são extremamente homogêneas, segundo o ritmo das abóbadas e seus pilares, e o espaço entre elas. http://www.archdaily.com.br/br/01-117677/classicos-da-arquitetura-museu-de-arte-kimbell-slash-louis-kahn http://www.archdaily.com.br/br/01-155354/pavilhao-de-renzo-piano-no-museu-de-arte-kimbell-slash-renzo-piano-plus-kendall-slash-heaton-associates http://www.archdaily.com.br/br/01-155354/pavilhao-de-renzo-piano-no-museu-de-arte-kimbell-slash-renzo-piano-plus-kendall-slash-heaton-associates 18 Os módulos formados pelas abóbadas e pilares nunca se tocam. A distância entre eles é sempre a mesma. Entre os elementos estruturais de concreto aparente a pedra se apresenta como material preponderante. Internamente, este distanciamento não representa uma separação: o espaço é fluido. As abóbadas não tocam as paredes de pedra: um pequeno espaço aberto é mantido. No zênite, uma claraboia complementa a iluminação do interior. 19 A primeira abóbada das alas laterais abriga um espaço aberto em contato com um espelho d'água e jardins adjacentes. É apenas um espaço de ócio e contemplação. Na ala central, a primeira abóbada, igualmente aberta, cria um espaço intermédio de acesso ao edifício. o Museu de Arte Kimbell, composto por seis abóbadas paralelas e grande concretas, como o teto, as luzes do teto ao longo de todo o seu comprimento para criar espaços íntimos e monumental ao mesmo tempo contemporânea e atemporal em sua nudez em suas referências à arquitetura clássica romana. Internamente, cada módulo funciona como uma galeria. A pedra branca aparece novamente, servindo de fundo neutro às exposições. A materialidade do concreto aparente continua presente nas lajes. Os nichos entre cobertura e fechamento tornam-se mais nítidos com a entrada da luz natural 20 A claraboia tem sua luz direcionada por duas asas de alumínio perfurado, evitando uma iluminação direta nas obras de arte. A beleza dos detalhes está presente neste edifício. Um buraco penetra através da luz do dia, a fim de suavizar o contraste entre o refletor e o cofre de concreto. Foi deixado parte central unperforated da folha de alumínio, a fim de bloquear luz solar direta. Em áreas que não exigem a proteção contra a radiação UV, como o átrio ou no restaurante, foi utilizado um refletor completamente perfurado. 21 4 .REFERÊNCIAS Arthur C. Tavares Filho , Guilherme Lassance :Transições entre os planos conceitual e material da concepção arquitetônica em Louis I. Kahn http://revistas.unisinos.br/index.php/arquitetura/article/view/5461. Acessado 6 outubro 2021. Fracalossi, Igor. "Clássicos da Arquitetura: Museu de Arte Kimbell / Louis Kahn" [AD Classics: Kimbell ArtMuseum / Louis Kahn] 17 Jul 2013. ArchDaily Brasil. Acessado 6 Out 2021. <https://www.archdaily.com.br/br/01-117677/classicos-da-arquitetura-museu-de- arte-kimbell-slash-louis-kahn> ISSN 0719-8906. KAHN, Louis. Form and Design for Architectural Design. Arts and Architecture, 1961. (sem autor): Clássicos da Arquitetura: Museu de Arte Kimbell / Louis Kahn.Disponível : https://www.archdaily.com.br/br/01-117677/classicos-da-arquitetura-museu-de-arte- kimbell-slash-louis-kahn acesso em :18 de outubro 2021. TAVARES, Arthur; LASSANCE, Guilherme. Transições entre os planos conceitual e material da concepção arquitetônica em Louis I. Kahn.Rio de Janeiro, 2008. http://revistas.unisinos.br/index.php/arquitetura/article/view/5461 https://www.archdaily.com.br/br/01-117677/classicos-da-arquitetura-museu-de-arte-kimbell-slash-louis-kahn https://www.archdaily.com.br/br/01-117677/classicos-da-arquitetura-museu-de-arte-kimbell-slash-louis-kahn
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